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Capitulos Livro Citricultura.

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1Capítulo 1
Centros de origem, distribuição 
geográfica das plantas cítricas e 
histórico da citricultura no Brasil1
Luiz Carlos Donadio, Francisco de Assis Alves 
Mourão Filho e Célio Soares Moreira
CITROS2
Centros de origem, distribuição geográfica das 
plantas cítricas e histórico da citricultura no Brasil 3
1 O texto referente ao histórico da citricultura no Brasil, quando publicado na primeira edição de Citricultura brasileira, 
editada pela Fundação Cargill, em 1980, foi da lavra de Sylvio Moreira (∗1900 - †1986), ex-chefe da Seção de Citri-
cultura e da Estação Experimental de Limeira, do Instituto Agronômico (IAC), Campinas (SP), hoje Centro APTA Citros 
Sylvio Moreira, Cordeirópolis (SP). A ele rendemos nossas homenagens.
Foto da página anterior: Sylvio Moreira confere produção de laranjeira Hamlin, clone nucelar, resultante de seus tra-
balhos de melhoramento de citros (Arquivo pessoal Ary Apparecido Salibe)
CITROS2
Centros de origem, distribuição geográfica das 
plantas cítricas e histórico da citricultura no Brasil 3
1 Centros de origem
As plantas cítricas como as do gênero Citrus, os 
kunquats (do Fortunella), o trifoliata (do Poncirus) 
e outros gêneros relativos à subfamília Aurantioi-
deae, família Rutaceae, são nativas do sudeste do 
continente asiático, com ramos filogenéticos que se 
estendem do Centro da China ao Japão, e do Leste 
da Índia à Nova Guiné, Austrália e África Tropical 
(Swingle & Reece, 1967; Scora, 1975; Soost & 
Cameron, 1975). O Norte da região Indo-Burma 
também é apontado como centro de origem da 
maioria das espécies cítricas (Tanaka, 1954; Zie-
gler & Wolfe, 1961). A região de Yunnan, no Cen-
tro Sul da China, também pode ter sido importante 
para a origem e dispersão inicial de um grande 
número de espécies primitivas (Gmitter Junior & 
Hu, 1990; Li, 1992).
Há mais de quatro milênios, os citros recebiam 
diversos nomes para indicar os principais tipos que 
representavam as espécies ancestrais como chu, ku 
e yu, que identificavam as mandarinas e kunquats, 
as toranjas e o yuzu respectivamente. Na dinastia 
Chon, de 1027 a 256 a.C., os chineses publicaram 
famosos livros, conhecidos como os cinco cânones, 
nos quais já havia menção aos citros. No fim dessa 
dinastia, um documento citava, pela primeira vez, 
chih, o nome original do Poncirus trifoliata (L.) Raf. 
A laranja azeda (Citrus aurantium L.) foi citada 
pela primeira vez (cheng) como planta cultivada 
na dinastia Han (202-220 d.C.), na qual, a cultura 
dos citros foi desenvolvida e apareceu o termo kan 
(tangerina grande). Seu cultivo prosperou em toda 
a China até o final da dinastia Chin (420 d.C.). 
O tipo conhecido atualmente como Ponkan surgiu, 
provavelmente, no período entre 265 e 419 d.C. 
com o nome de ju-kan (que significa leitoso), pois 
aparece em publicações da época (Calabrese, 
1990).
A provável origem e distribuição de diver-
sas espécies cultivadas têm sido investigadas e 
reportadas por diversos autores (Webber et al., 
1967; Chapot, 1975; Barrett & Rhodes, 1976). 
Dessa forma, acredita-se que a tangerina (C. 
reticulata Blanco) seja nativa da Indochina e do 
Sul da China, sendo sua principal região inicial 
de distribuição o Leste da Índia. A laranja doce 
[C. sinensis (L.) Osbeck] também se origina da 
Indochina e do Sul da China, com possível ex-
tensão até o Sul da Indonésia. A laranja azeda 
é nativa do Sul da Ásia, possivelmente da Índia. 
A lima ácida [C. aurantiifolia (Christm.) Swingle] 
é, provavelmente, oriunda do arquipélago do Leste 
da Índia, atingindo, a seguir, o continente indiano. 
Foi levada pelos árabes através do mar de Oman 
e, posteriormente, transportada ao Egito e à Euro-
pa. A origem e a dispersão da toranja (C. grandis 
Osbeck) são, possivelmente, as mesmas da lima 
ácida. A cidra (C. medica L.) é originária do Sul 
da China e da Índia. Entretanto, considerando esse 
último país, há controvérsias no referente à região 
exata de origem, podendo ser o Norte (Sikkim) ou 
o Sudeste. A região Leste da Arábia também tem 
sido considerada como um centro de origem dessa 
espécie, enquanto o do limão [C. limon (L.) Burm. 
f.] é desconhecido. Acredita-se que essa espécie 
possa ser um híbrido natural entre cidra e lima 
ácida. O pomelo (C. paradisi Macfad.) parece 
ser a única espécie do gênero Citrus não nativa 
do Oriente. Constatou-se, pela primeira vez, na 
região do Caribe (Ilha de Barbados) ao redor 
de 1790. Tem sido considerado um mutante ou, 
talvez, um híbrido natural surgido em Barbados, 
após a introdução da toranja e da laranja doce 
pelos colonizadores europeus (Scora et al., 1982; 
Bowman & Gmitter Junior, 1990a, b).
As principais espécies de Fortunella são ori-
ginárias do Sul da China, enquanto o gênero 
Poncirus parece ser nativo do Centro e do Norte 
daquele país.
2 Evolução da distribuição geográfica
 
A cidra aparece em publicações chamada 
como kuo han, vindo a ganhar importância com a 
cidra mão-de-buda, usada em cerimônias religio-
sas. No primeiro livro chinês de botânica, publica-
do entre o 3o e 4o século d.C. os citros são referidos 
com o nome de chu, que já se desenvolviam na 
China, ao sul do rio Yangtze e ao longo da cadeia 
de montanhas Topich. Outras publicações citam as 
tangerinas, cujo auge de importância ocorreu no 
período de 618 a 907 d.C., e as toranjas, cultiva-
das em Cantão ao redor de 500 d.C. O primeiro 
livro sobre citros, chamado Chu Lu, foi escrito em 
1178 d.C.: descrevia 27 tipos, incluindo algumas 
espécies, tais como a toranja, a tangerina, o kun-
quat, a cidra e o trifoliata. Um tipo citado no grupo 
das tangerinas, com o nome tien kan, pode ter sido 
a primeira laranja doce conhecida, cujas sementes 
foram encontradas em tumbas de 450 a.C. A la-
ranja azeda já era utilizada como porta-enxerto, 
CITROS4
Centros de origem, distribuição geográfica das 
plantas cítricas e histórico da citricultura no Brasil 5
empregando-se um tipo chamado chu-luan para 
extrair perfume e o kunquat, como atualmente, já 
era consumido com casca. Não há citação para o 
limão, a lima e a papeda, por não serem originá-
rios da China (Calabrese, 1990).
A China, por longo período, dominou parte 
do que é atualmente o Vietnã e, como a Índia, 
também esteve presente nessa região, chamada 
de Indochina. Foi aí que as culturas dos dois 
países certamente trocaram animais e plantas 
e, provavelmente, de citros, estes já comuns nas 
regiões vizinhas a Yunan, como em Burma, na 
região indiana de Assam. No sul asiático, como 
na península da atual Malásia, houve contatos 
com os chineses e indianos antes da era Cristã, 
por interesses religiosos e comerciais. Essa região 
é reconhecida como a de origem ou adaptação 
de algumas espécies cítricas de clima tropical, tais 
como limões, limas e papeda, os quais podem ter 
sido aí introduzidos, pois, em Burma, na Índia, tais 
plantas eram consideradas nativas: as laranjas 
doces podem ter sido originadas por hibridação 
entre toranja e tangerina. Em outros locais, como 
a Nova Guiné, as Filipinas e a Indonésia, os citros 
podem ter sido trazidos pelo mar ou por migra-
ções (Calabrese, 1990).
A primeira citação dos citros na Índia data de 
800 a.C., em sânscrito, e refere-se ao jambila ou 
jambira, que correspondia ao limão ou cidra, ou 
a ambos. Aceita-se que a espécie atual de limão 
Rugoso (C. jambhiri Lush.) seja de origem indiana. 
Um livro escrito em 100 a.C. cita o nome naranga 
(laranja doce), indicando que os indianos já a co-
nheciam, mas pode ter sido introduzida da China, 
possivelmente, de Yunan (Calabrese, 1990). 
No Japão, pelo seu isolamento geográfico e 
cultural, apenas em 250 a.C. houve mudanças e 
difusão de técnicas agrícolas, influenciadas pelos 
chineses. Os nomes chu e kan dos citros na China 
foram adotados no Japão, onde, em vista do clima 
frio, poucas espéciesse adaptaram, inicialmente, 
podendo-se citar o C. junus (yu da China), o trifo-
liata e o kunquat. De introdução mais recente, foi 
uma tangerina com semente, de nome Wenzhou, 
que deu origem à Satsuma, sem sementes, há 
muito tempo o mais importante cultivar no Japão. 
Apesar de terem sido encontradas sementes de ci-
tros na cidade de Ur, na Babilônia, não há escritos 
que documentem o uso das frutas cítricas pelos 
povos da Mesopotâmia, até 397 a.C., na era de 
Alexandre, o Grande (Calabrese, 1990).
Os povos da Média e da Pérsia viveram na 
região atualmente denominada Irã, nove séculos 
a.C., embora já existissem aí povos ancestrais, há 
mais de 10 mil anos. O primeiro reinado da Idade 
Média foi no período de 647 a 625 a.C., ocorren-
do os contatos após as conquistas de Alexandre, o 
Grande, facilitando a troca de animais e plantas, 
entre a Índia, a Pérsia e outras regiões vizinhas. 
Isso, provavelmente, tenha favorecido a introdução 
dos citros, pois, quando os gregos chegaram à 
Média e à Pérsia, lá já estava a cidra, que passou 
a ser conhecida como os citros da Média e dando 
origem ao seu nome científico (Calabrese, 1990).
Na história antiga dos judeus, a cidra não 
aparece como de consumo usual. Foi utilizada, 
entretanto, em cerimônias religiosas, antes do ini-
cio da era cristã. Os outros tipos de citros foram 
introduzidos somente na era seguinte. Na Grécia, a 
cidra foi também conhecida e aparece em escultu-
ras e no livro “Historia das Plantas”, de 372 a 287 
a.C. Acredita-se, também, que o legendário jardim 
das Hesperides refira-se aos citros, sendo, por isso, 
esse nome associado à família botânica das plantas 
cítricas. A cidra era conhecida por vários nomes na 
Grécia, sendo o mais comum o de kitron, que po-
deria abranger outros tipos de citros, como o limão, 
também encontrado na Grécia (Calabrese, 1990).
No império romano, com seu auge ao redor de 
117 d.C., a influência grega foi muito grande e a 
cidra também era conhecida como o único tipo de 
citros, tendo aí recebido o nome de Citrus, entre-
tanto, a planta não é de origem latina. Esculturas 
da época indicam que os romanos poderiam ter 
conhecido outros citros, como os limões e as limas 
(Calabrese, 1990).
Os árabes, originalmente das regiões onde hoje 
estão o Iêmen, a Síria e o Iraque, converteram-se 
ao islamismo no século VII d.C. Quando ocupa-
ram o sul e o leste do Mediterrâneo, levaram sua 
cultura incluindo animais e plantas, com os quais 
trabalhavam e selecionavam, como uva, pêra, 
figo, damasco, cana-de-açúcar, pistachio e citros. 
Estes apareciam nos jardins dos seus palácios, sob 
avançadas técnicas de irrigação, como em Córdo-
ba, Espanha e outras localidades. Os árabes co-
nheciam vários tipos de citros da Índia, de onde os 
trouxeram para o norte da África, exceto a laranja 
doce. Na ocupação da Sicília, Itália, pelos árabes, 
também houve o plantio de laranjeiras azedas e 
outros tipos de citros ornamentais, o que foi docu-
mentado em 1094 (Calabrese, 1990).
CITROS4
Centros de origem, distribuição geográfica das 
plantas cítricas e histórico da citricultura no Brasil 5
As cruzadas contribuíram para a distribuição 
dos citros no Ocidente. Informações da época re-
ferem-se aos tipos de citros existentes na Palestina, 
chamados orenges (do árabe naranji). É aceito 
que durante os séculos XII e XIV os citros foram 
distribuídos pela Itália, Sul da França e Espanha. 
Ao final do século XIV, já eram conhecidos, na 
Itália, quatro tipos de citros: a cidra (citrum), a 
laranja azeda (citrangulum), o limão (limon) e a 
lima (lima) (Calabrese, 1990).
A distribuição de cada espécie cítrica teve ca-
racterísticas e períodos diferentes, conforme mos-
trado por Chapot (1975). Comentaram os aspectos 
dessa distribuição diversos autores, como Webber 
et al. (1967) e Davies & Albrigo (1994). Com base 
nesses e em outros autores, pode-se ter informa-
ções sobre cada espécie, tais como as cidras, que 
foram as primeiras plantas cítricas conhecidas fora 
do seu lugar de origem, a China. Na Europa, foi 
o único tipo de citros conhecido por longo tempo 
e aparece como um dos citros primeiramente dis-
tribuídos antes da era cristã para as regiões mais 
próximas (Figura 1).
A laranja azeda e o limão foram, provavel-
mente, as espécies a serem distribuídas, após a 
cidra (Figura 1). Entretanto, só chegaram ao Oci-
dente no início da era cristã, ao redor de 700 d.C., 
no Norte da África e da Espanha, provavelmente, 
ao redor de 1150 d.C. com as expansões árabes, 
provenientes da região indo-burma, seu centro de 
origem e dispersão. Posteriormente, foram distri-
buídos junto com outras espécies, como a laranja 
doce e a lima. Estas foram conhecidas primeira-
mente no arquipélago índico e, depois, levadas ao 
Egito e ao Ocidente.
A laranja doce foi uma das últimas espécies cí-
tricas a serem distribuídas na Europa, pois apenas 
no século XVI havia evidências de seu conhecimen-
to e importância. Somente após o apogeu da na-
vegação portuguesa, de 1481 a 1521, especial-
mente em 1498, com Vasco da Gama chegando 
à China, em 1518, é que possivelmente, a laranja 
doce ficasse conhecida, conforme documentos da 
época. Aliás, a laranja doce foi denominada como 
“Portugal” durante muito tempo (Donadio, 1999). 
Há outras informações que permitem acreditar 
que foram os genoveses os primeiros a introduzir 
a laranja doce na Europa, ao final do século XIII, 
quando era encontrada em jardins da Ligúria, 
embora possa ter sido um tipo primitivo, sem valor 
comercial. Da Europa, foi levada para as Améri-
cas (Figura 1).
As mandarinas ou tangerinas e os kunquats, 
apesar de cultivados há milênios na China, só 
foram levados para fora de sua origem em 1805, 
quando chegaram à Inglaterra. Daí foram para a 
Itália e outras regiões européias, como mostrado 
na Figura 1, com datas conhecidas. A última es-
pécie cítrica de importância na atual citricultura, 
o pomelo, não foi originário da Ásia, sendo sua 
distribuição muito mais recente.
Uma menção especial deve ser feita às laran-
jas-de-umbigo, que se tornaram muito importantes 
na citricultura mundial. A laranja Bahia, originária 
do Brasil, é, provavelmente, uma mutação da Se-
leta. Do Brasil, foi levada primeiramente para a 
Figura 1 Origem e rotas de dispersão das espécies cítricas 
Legenda
B – Laranja azeda
C – Cidra
G – Pomelo
K – Kunquat
L – Limão
Li – Lima
M – Tangerina
O – Laranja doce
S – Toranja
W – Laranja Bahia
Algarismos 
romanos indicam 
séculos (- indica 
a.C.); semicírculos 
indicam centros de 
origem.
Fonte Adaptado de Chapot (1975)
CITROS6
Centros de origem, distribuição geográfica das 
plantas cítricas e histórico da citricultura no Brasil 7
Austrália, em 1824, e, em 1870, para os Estados 
Unidos, onde recebeu, posteriormente, o nome de 
Washington Navel. No século XX, tornou-se im-
portante por meio de clones originados em diver-
sas regiões citrícolas do mundo (Passos, 1977).
Nas Américas, provavelmente foi Colombo, em 
1493, que trouxe sementes de algumas espécies 
cítricas. No continente norte-americano, a intro-
dução se deu em 1518, no México. Nos Estados 
Unidos, na Flórida, os primeiros citros chegaram 
entre 1513 e 1565, trazidos pelos exploradores 
espanhóis. Na Califórnia, a introdução só ocorreu 
mais tarde com as missões franciscanas, em 1769, 
em San Diego (Webber et al., 1967).
No Brasil, foi feita pelos portugueses, no come-
ço do século XVI, talvez a partir de 1530, quando 
teve início a colonização. A partir dessa data, foi 
relatada a presença de plantas cítricas em Ca-
nanéia (SP). Sua expansão pelo litoral brasileiro 
foi rápida, pois, em meados do século XVI, era 
citada pelo Pe. Anchieta no litoral norte do Estado, 
encontrando-se no final daquele século, em vários 
locais. A toranja foi introduzida somente em 1811, 
por D.João VI, no Jardim Botânico do Rio de Ja-
neiro (Hasse, 1987).
Na África, ao final do século XV, as espécies 
cítricas já tinham sido introduzidas, sobretudo no 
Norte do continente, principalmente pela Índia. No 
Sul, as primeiras laranjeiras foram introduzidas na 
África do Sul, em 1654 (Webber et al., 1967). A 
citricultura na Austrália foi a partir de 1788 esta-
belecida com variedades provenientes do Brasil, 
quando foram embarcadas mudas de laranjeiras, 
limeiras e limoeiros no porto do Rio de Janeiro 
(Hasse, 1987). 
Atualmente, as plantas cítricas são cultivadas 
em uma ampla faixa ao redor do mundo, compre-
endida entre os paralelos 44° N e 41° S (Agustí, 
2000), embora as principais áreas produtoras 
concentrem-se em regiões subtropicais, em latitu-
des superiores a 20o N ou 20o S.
3 História da citricultura no Brasil
3.1 Citricultura brasileira antes do 
século XX
Encontrando no Brasil melhores condições para 
vegetar e produzir do que nas próprias regiões de 
origem, as plantas cítricas se expandiram para 
todo o País, tornando-se até supostamente “nati-
vas” em certos lugares, como em Mato Grosso. 
Naturalmente, com o aumento da população e 
do consumo, foram sendo plantadas por toda a 
parte, em pequenos pomares caseiros e pomares 
comerciais.
Inicialmente, a citricultura desenvolveu-se mais 
nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. 
No Rio Grande do Sul, no vale do rio Taquari, em 
1760, em plantações de pé-franco, as quais se ex-
pandiram ao vale do Caí. Em Taquari, foi fundada 
a Estação Experimental de Pomicultura, principal 
centro de pesquisas citrícolas no sul. Na região 
central, as missões religiosas e os bandeirantes 
que avançavam pelo interior do País tiveram, cer-
tamente, influência na implantação dos laranjais 
por toda a parte. Há registro de laranjeiras nas 
margens do rio Miranda, em Mato Grosso, em 
1867 (Taunay, 1923). Na região nordestina, as 
plantações de citros aumentaram no Ceará por 
volta de 1880. Os municípios de Maranguape 
e Pacatuba, na região serrana, chegaram a ex-
portar para a Inglaterra, via Fortaleza (Gondin, 
1938).
3.2 Citricultura brasileira no século XX
Em vista do estabelecimento de grandes 
núcleos populacionais no Rio de Janeiro e São 
Paulo, garantindo o consumo da produção, a 
citricultura estabeceu-se em seu principal eixo de 
desenvolvimento. 
No Estado do Rio de Janeiro, por ocasião da 
Proclamação da República, existiam nos arredores 
da Capital muitos laranjais comerciais, com milha-
res de árvores, plantados nos morros. Os pomares 
citrícolas foram-se expandindo pelas baixadas do 
antigo Distrito Federal e Estado do Rio de Janeiro 
(Itaboraí, Maricá, Araruama).
A qualidade dessas frutas, graças às con-
dições climáticas, era excepcional, e isso deve 
ter contribuído para se tornarem famosas as 
laranjas Pêra e Seleta, bem como a Mexerica-
do-Rio (C. deliciosa Ten.). Essas características 
favoráveis e o aumento contínuo da produção 
proporcionaram condições para iniciar, logo 
na segunda década do século XX, a exporta-
ção de cítricos para a Argentina, e na década 
seguinte, para a Europa. A citricultura tomou 
tal importância que o Governo Federal criou, 
em Deodoro (RJ), uma Estação de Pomicultura 
(Andrade, 1930).
CITROS6
Centros de origem, distribuição geográfica das 
plantas cítricas e histórico da citricultura no Brasil 7
Em São Paulo, por volta de 1915, a Secretaria 
de Agricultura e Abastecimento produzia e ven-
dia mudas cítricas de ótima qualidade enxertadas 
em laranjeira Azeda, embaladas de “raiz nua”, 
em empalhados, transportadas por estrada de 
ferro. Assim, apoiada pelo Governo do Estado, 
a citricultura paulista expandiu-se. No Rio de 
Janeiro, somente depois de 1960 começaram 
a ser produzidas mudas desse tipo, por alguns 
viveiristas.
No Rio Grande do Sul, cresciam as plantações 
cítricas nos vales dos rios Taquari e Caí, iniciando-
se, em 1926, exportações para o Uruguai e, mais 
tarde, em 1933, para a Inglaterra. Nessa região, 
enxertavam-se as plantas cítricas por garfagem em 
porta-enxerto de laranja Caipira [C. sinensis (L.) 
Osbeck], que ainda era, em 1976, o mais utiliza-
do nesse Estado. (Dornelles, 1980; Köller, 1994).
Antes de 1930, um núcleo citrícola estabele-
ceu-se em Viçosa (MG), em cuja Escola Agrícola, 
o Prof. Peter Heney Rolfs publicou o manual A 
Muda de Citrus (Rolfs & Rolfs, 1931), onde se faz 
a primeira referência ao limoeiro Cravo (C. limo-
nia Osbeck) como um dos melhores porta-enxertos 
para aquela área. Tal observação se tornou, pos-
teriormente, válida para quase todas as regiões 
citrícolas brasileiras. O interesse do Prof. Rolfs 
pelo limoeiro Cravo levou-o a investigar e regis-
trar as diferentes denominações existentes no País 
para essa espécie, tendo catalogado 19 nomes, o 
que indica seu grau de popularidade na época. 
O núcleo citrícola de Viçosa não teve grande de-
senvolvimento e somente na década dos setentas, 
o Estado de Minas Gerais penetrou no ciclo da 
grande citricultura, com extensas plantações em 
Alfenas e Triângulo Mineiro.
Levadas por tropeiros da vila do Jeru (BA), 
onde havia uma pequena plantação de “laranja de 
qualidade” (Bahia), mudas dessa nova variedade 
foram plantadas. Por volta de 1918, nascia, desse 
modo, no município de Boquim (SE), a citricultura 
sergipana que até então só conhecia a “laranja 
d’água”, existente nos quintais e fazendas.
Antes de 1920, já se iniciara em Limeira (SP), 
a formação de um núcleo citrícola, o qual, além de 
abastecer São Paulo, começou a exportação para 
a Argentina, a Inglaterra e outros países europeus. 
Em meados da década dos vintes, a citricultura já 
se firmara no Rio de Janeiro e em São Paulo como 
uma promissora atividade agrícola. Foi, porém, a 
campanha publicitária lançada por Navarro de 
Andrade (Andrade, 1930), a partir de 1928, no 
jornal O Estado de São Paulo, que impulsionou 
a ampliação das plantações cítricas, a ponto de, 
em 1930, exportarem-se, pelo porto de Santos, 
cerca de meio milhão de caixas de laranja. O 
entusiasmo era tanto que em 1929 se instalava a I 
Exposição Frutícola na cidade de São Paulo, com 
apresentação das variedades estudadas (laranjas, 
tangerinas, limas, limões e pomelos) (Vasconcellos, 
1929). Ao mesmo tempo, o Emérito Prof. Philipe 
Westin Cabral de Vasconcellos registrava os dados 
de seu experimento de porta-enxertos (Vascon-
cellos, 1939b) e as características das variedades 
que ia reunindo na coleção cítrica da Escola Agrí-
cola de Piracicaba (SP), hoje, Escola Superior de 
Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de 
São Paulo (Esalq/USP).
Nessa fase, destacavam-se, como maiores pro-
dutores-exportadores do Estado, todos de Limeira: 
José Levy Sobrinho, J.A. Barros Penteado, Luiz 
Bueno de Miranda e Mário de Souza Queiroz, 
cada um com seu “barracão” de embalagem e 
sua própria marca; cada um partidário de um 
porta-enxerto (lima da Pérsia, laranja Caipira, 
limão Cravo). Tanto Navarro de Andrade como 
Cabral de Vasconcellos recomendavam o porta-
enxerto laranja Azeda, que passou a dominar nas 
novas plantações (Andrade, 1933; Vasconcellos, 
1939b). A aceitação dos frutos cítricos no exterior 
era demonstrada pelo grande número de firmas, 
principalmente inglesas, que ofereciam finan-
ciamento para esse comércio. Limeira chegou a 
sediar, nesse período, mais de 20 firmas expor-
tadoras.
Quando Secretário da Agricultura de São 
Paulo, o agrônomo Fernando Costa, atendendo ao 
apelo de Navarro de Andrade, criou, em 1928, 
as Estações Experimentais de Limeira e Sorocaba, 
subordinadas ao Instituto Agronômico de Cam-
pinas, nas quais, sob orientação de Felisberto C. 
Camargo, iniciou-se, de forma sistemática e cientí-
fica, a pesquisa citrícola no Estado. Sorocaba, com 
muitos imigrantes espanhóis, vinha também se so-
bressaindo na produção citrícola.Foi ainda nesse 
Governo que se importou a maquinaria para os 
packinghouses dessas duas localidades, onde se 
organizaram cooperativas citrícolas, infelizmente 
de pequena duração. Uma terceira zona citrícola 
começava a desenvolver-se no Vale do rio Paraí-
ba, com plantações em Taubaté, Jacareí e Santa 
Branca, cuja produção era exportada por Santos. 
CITROS8
Centros de origem, distribuição geográfica das 
plantas cítricas e histórico da citricultura no Brasil 9
Nessa região, também foi criada, em 1931, uma 
Estação Experimental, em Taubaté. Dessas três 
Estações Experimentais, a única que se manteve 
e continua em franca atividade de pesquisa é a 
de Limeira, considerada como o mais avançado 
centro de experimentação citrícola da América 
Latina.
Rio de Janeiro e Santos já exportavam mais 
de um milhão de caixas de citros, mas ainda se 
discutia, em São Paulo, qual a melhor variedade 
de laranja para exportação: Bahia ou Pêra? (An-
drade, 1930). Na verdade, ambas eram alternati-
vas válidas, pois atendiam a períodos de colheita 
diferentes. E assim aconteceu, dilatando de maio a 
setembro as atividades da exportação paulista.
A área citrícola do Rio de Janeiro era ainda, 
em 1932, mais importante do que a de São Paulo, 
pois, enquanto de Santos saíam 700 mil caixas 
de 40,8 kg, do Rio se exportavam 1,3 milhão. 
Posteriormente, firmas exportadoras do Rio se 
transferiram para Limeira. Alegava-se que as la-
ranjas do Rio não possuíam a mesma resistência 
ao transporte que as de São Paulo, atribuindo-se 
a isso à maior incidência da doença stem-end-rot 
nos pomares fluminenses, como conseqüência do 
clima mais quente e úmido.
A citricultura estava em estádio comercial pre-
liminar quando Navarro de Andrade, assumindo 
a Secretaria da Agricultura de São Paulo, tomou 
uma série de medidas governamentais nesse setor. 
De uma só vez, criou o Serviço de Citricultura, 
reformou a regulamentação da fiscalização da 
exportação e instalou um curso prático de emba-
lagem. Na área federal, meses depois, essa regu-
lamentação para exportação cítrica foi estendida 
para todo o País.
O Rio Grande do Sul já exportava também 
para a Inglaterra, ao passo que a Bahia, com 
suas 80 mil árvores de laranja-de-umbigo concen-
tradas ao redor de Salvador, apenas abastecia o 
mercado interno (Passos, 1977).
A publicação de trabalhos técnico-científicos, 
notadamente no Estado de São Paulo, vem con-
tribuindo para o desenvolvimento da citricultura, 
desde o início. Edmundo Navarro de Andrade, 
Agesilau A. Bitancourt, José Pinto da Fonseca e 
Mário Autori publicaram o instrutivo Manual de 
Citricultura, em dois volumes, o qual se tornou 
obra-referência dos técnicos e citricultores brasi-
leiros por mais de dez anos (1933-45) (Andrade, 
1933; Bitancourt et al., 1933).
O período de 1930 a 1939 pode ser chamado 
“a primeira fase áurea da citricultura”, pois, com 
alternâncias de anos favoráveis e anos desfavo-
ráveis, a produção e a exportação aumentaram 
continuamente, firmando-se a expectativa de um 
futuro brilhante para essa atividade. Pelo porto de 
Santos, exportavam-se diversas variedades: laran-
jas Bahia, Pêra, Barão, Hamlin, Natal e Caipira; a 
tangerina Mexerica e alguns pomelos (Secretaria 
da Agricultura..., 1931; Wright & Moreira, 1934). 
Enquanto a exportação do Rio de Janeiro lutava 
com o stem-end-rot, a de São Paulo encontrava na 
sua melhor variedade um sério óbice: o tamanho 
exagerado da laranja Bahia impedia o embarque 
de mais da metade da sua produção. Em poucos 
anos, a pesquisa resolveu esse problema.
Com base nas meticulosas observações do Prof. 
Cabral de Vasconcellos, nas árvores da variedade 
Bahia, existentes na modesta coleção da Escola 
Agrícola de Piracicaba (Vasconcellos, 1939a), a 
equipe da Estação Experimental de Limeira com a 
colaboração do geneticista Prof. Frederic Gustav 
Brieger, selecionou vários clones de uma varie-
dade, a Baianinha, com as mesmas qualidades 
apreciadas da laranja Bahia, porém com quatro 
valiosas modificações: tamanho menor, produtivi-
dade maior, umbigo reduzido e maturação mais 
precoce (Brieger et al., 1941). Essa foi a varieda-
de que dominou nas plantações desse período em 
São Paulo e, hoje, é cultivada em todo o País.
Numerosas pesquisas se iniciaram em Limei-
ra: experimentos de porta-enxertos, controle de 
verrugose da laranja doce, adubação, tratos 
culturais, seleção de outras variedades, melhora-
mento pela produção de clones nucelares, entre 
outras (Herrmann, 1962). Exposições citrícolas 
foram organizadas em Limeira e Sorocaba. As 
plantações começaram a se estender pelo interior 
paulista, atingindo Araras, Pirassununga, Santa 
Cruz das Palmeiras, Araraquara, Pitangueiras e 
Bebedouro.
Durante três anos, dirigiu o Serviço de Citri-
cultura de São Paulo o agrônomo Carlos Paes de 
Barros Wright, cujos relatórios anuais permitem 
apreciar os progressos da exportação paulista 
de 1932 a 1934 (Wright, 1932, 1933, 1934). 
Em 1935, o Serviço de Citricultura de São Paulo 
foi extinto, sendo suas atribuições cometidas a 
vários órgãos da Secretaria da Agricultura: Insti-
tuto Agronômico, Instituto Biológico e Diretoria de 
Fomento Agrícola.
CITROS8
Centros de origem, distribuição geográfica das 
plantas cítricas e histórico da citricultura no Brasil 9
Marcou época a exportação de 1939. Já se ex-
portavam pelos portos do Rio e de Santos mais de 
cinco milhões de caixas de laranja, quando graves 
fatos ocorreram. A eclosão da II Guerra Mundial 
e a conseqüente paralisação quase total do trá-
fego marítimo encerraram esse “primeiro período 
áureo da citricultura brasileira”. Restava apenas a 
pequena faixa da exportação para a Argentina, 
que era mais atendida pelos exportadores do 
Rio, em razão da variedade ali predominante, a 
laranja Pêra, que obtinha melhores preços naque-
le mercado, pela época tardia da colheita. Nessa 
emergência, foi preciso o Governo paulista entrar 
no mercado, comprando no interior e vendendo 
na capital, sem lucro, para aumentar o consumo 
das laranjas e tangerinas que se perdiam nos 
pomares, proporcionando ótimo ambiente para a 
propagação das moscas-das-frutas.
Ainda antes de se iniciar a guerra, apareceu 
nos laranjais paulistas, em 1937, uma doença 
até então desconhecida, logo aqui denominada 
de “tristeza” (Moreira, 1942): em poucos anos, 
eliminou todas as plantas enxertadas em laranjei-
ra azeda, principal porta-enxerto usado naquela 
época em São Paulo, onde cerca de dez milhões 
de árvores foram dizimadas. O alastramento da 
doença era fulminante, logo atingindo todas as 
demais zonas citrícolas do País. Restavam vivas 
somente as árvores de pé franco ou enxertadas em 
laranjeira Caipira e em limoeiro Cravo, que não 
alcançavam 20% das plantações.
A situação se inverteu: em vez de sobras, 
passou-se a sofrer escassez de cítricos, até mes-
mo para o consumo interno. Foi aí que um dos 
primeiros experimentos instalados na Estação 
Experimental de Limeira demonstrou a importân-
cia e o valor da pesquisa. Ao tempo que todas as 
plantas enxertadas em laranjeira azeda e agrodo-
ce, limeira da Pérsia e toranjeira doce morriam, 
aquelas enxertadas em limoeiro Cravo, laranjeira 
doce, tangerineira e trifoliata se mantinham, ao 
lado, sadias e produtivas (Moreira, 1942). Era a 
indicação do caminho a seguir na restauração dos 
nossos laranjais, mesmo antes de se determinar a 
causa da tristeza. Adotado pela quase totalidade 
dos citricultores, o limoeiro Cravo se constituiu, a 
partir daí, no porta-enxerto mais usado nos novos 
laranjais. Outro experimento, plantado em 1950, 
constituído de 77 porta-enxertos tolerantes à triste-
za, veio confirmar a superioridade desse “cavalo” 
e justificar a sua preferência (Moreira & Rodrigues 
Filho, 1965).
Essa substituição gerou outros problemas, 
pois os clones velhos da principaisvariedades 
cultivadas (Baianinha, Hamlin, Pêra e Barão) eram 
portadores do vírus causador da doença exocorte, 
que afeta intensamente o crescimento e produtivi-
dade das plantas, quando enxertadas em limoeiro 
Cravo (Moreira, 1955). Foi novamente o resultado 
da pesquisa que abriu caminho a esse impasse, 
com adoção de clones nucelares, produzidos em 
1936, na Estação Experimental de Limeira (Morei-
ra, 1962), livres desse e de outros vírus, para for-
mação dos novos pomares. Isso tudo levou tempo 
e dez anos se passaram até que a citricultura de 
São Paulo e de outros Estados começassem a se 
recuperar do desastre causado pela tristeza.
Foi nesse longo período de estagnação comer-
cial que as pesquisas em realização no Instituto 
Agronômico, nos setores de citricultura e virologia, 
deram a essa antiga instituição renome proemi-
nente na citricultura mundial, como ficou patente 
com a realização, em 1963, do III Congresso 
da Organização Internacional de Virologistas de 
Citros (IOCV), neste Estado (Moreira et al., 1965).
Nova publicação, sem o detalhamento do 
Manual de Citricultura, mas muito objetiva e 
constantemente atualizada nas suas cinco edições, 
reunindo toda tecnologia conhecida “pós-tristeza”, 
norteou, daí por diante, os citricultores do Brasil. 
Trata-se do livro Cultura dos Citros, de Sylvio 
Moreira e Antonio José Rodrigues Filho (Moreira 
& Rodrigues Filho, 1965). Um “Curso Avançado 
de Citricultura”, organizado pelo Prof. Heitor W.S. 
Montenegro, na Escola Agrícola de Piracicaba, 
com a colaboração de vários pesquisadores da 
equipe citrícola, teve audiência de 65 agrônomos 
de diversos Estados, os quais puderam tomar 
conhecimento dos então mais recentes conceitos 
sobre essa matéria (Montenegro, 1958). Por ini-
ciativa de um grupo de citricultores, fundou-se, em 
1950, o Fórum Paulista de Fruticultura, que, por 
muitos anos, batalhou na propaganda e defesa da 
fruticultura.
Em 1957, na zona Sudoeste do Estado de São 
Paulo, surgiu uma série ameaça de um desastre 
total, que ainda, decorrido meio século, não foi 
completamente afastada: o cancro cítrico. Um ser-
viço para sua erradicação foi criado no Instituto 
Biológico de São Paulo, resultando na eliminação 
de mais de 300 mil árvores na área afetada. Com 
o alastramento da moléstia ao Paraná e a Mato 
Grosso, essa campanha se transferiu para o âm-
CITROS10
Centros de origem, distribuição geográfica das 
plantas cítricas e histórico da citricultura no Brasil 11
bito federal (Moreira, 1975). Para reforçá-la, em 
setembro de 1977, foi criado o atual Fundo de 
Defesa da Citricultura (Fundecitrus), órgão encar-
regado de arrecadar e aplicar, na campanha da 
erradicação, recursos financeiros de produtores, 
industriais, comerciantes e outros ligados ao setor 
citrícola. Iniciativa dessa natureza foi única no 
País, até aquela época.
Uma providência que muito contribuiu para 
o aperfeiçoamento da citricultura paulista foi o 
estabelecimento, pelo Estado, de um “Registro de 
Plantas Matrizes de Citros” e a obrigatoriedade 
de os viveiristas usarem, na propagação, somen-
te gemas provenientes das matrizes registradas, 
garantindo, com isso, a sanidade intrínseca das 
plantas (Rossetti et al., 1965). Um “Banco de 
Germoplasma Sadio” implantado na Estação Ex-
perimental de Limeira forneceu material de pro-
pagação para todo o País e, mesmo, ao exterior 
(Salibe, 1967).
O estabelecimento, pelos órgãos governamen-
tais ligados ao setor, de uma avançada tecnologia 
baseada na pesquisa e experimentação dos mais 
modernos métodos de cultivo e produção, propor-
cionou condições de tal segurança econômica que 
poderosas firmas de outros setores se lançaram ao 
plantio de extensas áreas, nas mais diversas condi-
ções de solo, ao lado dos citricultores tradicionais, 
gerando uma emulação salutar, com vantagem 
para todos. Dessa maneira, surgiram pomares 
cítricos comparáveis ao que de melhor existia nos 
mais avançados países citrícolas. A produtividade, 
que nas antigas plantações raramente ultrapassa-
va a média de duas caixas de 40,8 kg por árvore, 
elevou-se para médias superiores a cinco caixas, 
em muitos pomares do Estado.
A repercussão desse sucesso espalhou-se por 
todos os países citrícolas, cujos governos passaram 
a solicitar a colaboração de nossos cientistas para 
seu programa de desenvolvimento da citricultura. 
Isso tudo é reflexo das atividades da equipe ci-
trícola brasileira, cuja eficiência é comprovada 
pela publicação de um número muito grande de 
trabalhos originais, decorrentes das pesquisas 
realizadas ou em desenvolvimento. É também de-
corrência das atividades dessa equipe a fundação, 
em 1970, da Sociedade Brasileira de Fruticultura 
(SBF), cujo núcleo principal constituiu-se de citricul-
tores que vinham promovendo reuniões anuais nos 
centros citrícolas do País. A SBF é, até hoje, impor-
tante fórum científico na fruticultura brasileira.
O aumento anual das áreas plantadas em São 
Paulo, que já era acelerado até 1965, intensificou-
se ainda mais a partir de 1970, com plantações 
de alguns milhões de árvores por ano. De 1985 
em diante, plantaram-se cerca de 12 milhões de 
plantas cítricas, anualmente, com poucas varia-
ções. Com isso, esse Estado chegou, em 1988, 
a ter mais de 170 milhões de plantas, ocupando 
cerca de 800 mil ha. Pode-se aferir a rapidez des-
sa evolução pela exportação de suco concentrado 
congelado, que, de 6.000 toneladas, em 1963, 
subiu para 48.000, em 1970, atingiu 213.000 
em 1977, e em 1998, cerca de um milhão de to-
neladas, proporcionando divisas no valor de 1,02 
bilhão de dólares para o País. O Brasil é o maior 
exportador de suco concentrado congelado de 
laranja do mundo (Tavares, 1988; Amaro, 1989; 
Neves et al., 1998).
Para atender às conveniências da industriali-
zação, houve acentuada mudança na escolha de 
variedades a plantar, aumentando-se a proporção 
das laranjas Valência e Natal, estas de maturação 
mais tardia que a Pêra (Donadio et al., 1995, 
1999). Com a possibilidade de trabalhar de junho 
até janeiro, as indústrias de suco puderam ampliar 
muito sua capacidade de produção, que também 
foi diversificada.
Desde 1985, houve algum interesse da indús-
tria por limão tipo Siciliano. Seu cultivo sempre foi 
pequeno no Estado de São Paulo, porém em Botu-
catu foram feitos grandes plantios.
Deve-se registrar que a exportação de citros 
na forma de fruta fresca estabilizou-se ao redor 
de 1,2 milhão de caixas em 1966. A partir de 
1985, pelos interesses das firmas processado-
ras em exportar laranja in natura, o volume 
aumentou para 2,0 milhões de caixas (Amaro, 
1989).
Na década dos sessentas, o núcleo principal 
da produção cítrica paulista deslocou-se de Limei-
ra para o norte, atingindo Bebedouro, onde se 
centraliza uma vasta área cortada pela “Rodovia 
da Laranja”, estendendo-se para o oeste até São 
José do Rio Preto e para o norte até o Triângulo 
Mineiro. Acompanhando essa tendência, a Seção 
de Citricultura do Instituto Agronômico ampliou 
sua experimentação nas Estações Experimentais 
de Pindorama e Ribeirão Preto, bem como em 
propriedades particulares da região, iniciando, ao 
mesmo tempo, o levantamento do estado nutricio-
nal das plantações.
CITROS10
Centros de origem, distribuição geográfica das 
plantas cítricas e histórico da citricultura no Brasil 11
Em 1982, foi criada a Estação Experimental de 
Citricultura de Bebedouro (EECB), com o apoio da 
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da 
Unesp/Jaboticabal e da Secretaria da Agricul-
tura do Estado de São Paulo; outros apoios que 
consolidaram a EECB foram, principalmente, da 
Prefeitura local, da indústria Frutesp, de produ-
tores, da Fundação de Pesquisas Agroindustriais 
de Bebedouro (Fupab) e da Coopercitrus, uma 
cooperativa de citricultores, entre outros. Ainda 
em 1982 foi criada,em Presidente Prudente (SP), 
pela Secretaria da Agricultura do Estado de São 
Paulo, uma Estação Experimental para estudo do 
cancro cítrico, cujos trabalhos foram encerrados 
em 2001.
No Rio de Janeiro, as plantações se esten-
deram para o leste e o Governo desse Estado 
mantém uma Estação Experimental de Pomicultura 
em Macaé, que veio substituir a de Deodoro, en-
golida pelos loteamentos. Nos demais Estados, a 
evolução da citricultura, embora mais lenta, não 
deixou de ser animadora. Na Bahia, alastrou-se 
de Salvador para Alagoinhas, que, em 1940, já 
colhia dois milhões de frutas; expandindo-se, mais 
tarde, por iniciativa do Dr. Luiz Passos, para Cruz 
das Almas, onde, em 1970, já existiam plantações 
ocupando cerca de 1.500 ha. Houve também 
acentuada evolução quanto às variedades plan-
tadas. Em Alagoinhas, predominava a laranja 
Bahia, com mais de 75% das árvores, e, depois, 
a laranja Pêra. Em Cruz das Almas, essa laranja 
tomou o lugar da Bahia com quase 50% dos plan-
tios (Passos, 1977), sendo, atualmente, o principal 
cultivar. Nessa área, hoje sede da experimentação 
citrícola do Governo Federal (Embrapa Mandioca 
e Fruticultura), desenvolveu-se, a partir da década 
dos setentas, a pesquisa citrícola.
Em Sergipe, a citricultura vem-se desenvol-
vendo na área de Boquim, graças à orientação 
técnica de sua Estação Experimental, criada em 
1937. Nessas plantações, predominavam o porta-
enxerto limoeiro Rugoso e o enxerto laranja Bahia, 
os quais foram substituídos nas novas plantações 
pelo limoeiro Cravo e pela laranja Pêra. Em 1970, 
as frutas cítricas alcançavam o quarto lugar entre 
os produtos agrícolas do Estado. As plantas ocu-
pavam 15.000 ha, espalhando-se por dez mu-
nicípios. É relevante registrar que essa é a única 
região no Brasil onde a citricultura encontrou no 
sistema cooperativo a base para o início de seu 
desenvolvimento. Enquanto a produção cítrica 
baiana é consumida no Estado, a de Sergipe é, 
em parte, exportada para os Estados vizinhos. A 
partir de 1988, Sergipe se mantém como segundo 
maior produtor do País. Conta com uma Estação 
Experimental, em Boquim, duas indústrias peque-
nas de suco, exportando suco e laranja in natura. 
O comércio de fruta in natura é ainda a principal 
atividade da citricultura sergipana.
No Rio Grande do Sul, também existe pequena 
indústria de suco de laranja, desenvolvendo-se a 
citricultura nas tradicionais regiões citrícolas dos 
rios Caí e Taquari, onde há uma Estação Experi-
mental. 
No Paraná, o cultivo tomou importância a par-
tir de 1985, apesar de a região ter cancro cítrico 
bastante disseminado, graças ao apoio científico 
do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar). A pro-
dução do Paraná foi de 5,3 milhões de caixas em 
2000 (Amaro & Salva, 2001).
O ano de 1988 marcou o início de uma ten-
dência de grandes plantios de citros, próximos à 
antiga região citrícola de Sorocaba (SP), incluindo 
os municípios de Itapetininga, Boituva e Anhembi, 
pelo interesse em desenvolver a citricultura em cli-
mas menos quentes e menos secos. O aumento da 
sua produção tem abastecido o mercado de frutas 
in natura com vantagens comerciais pela qualida-
de e época de produção dos frutos. Essa região 
vem-se mostrando bastante promissora para a 
produção de tangerinas, apoiada pela pesquisa 
do Centro APTA Citros Sylvio Moreira (Pio, 1999).
O cultivo da lima ácida, comercialmente de-
nominada limão Tahiti, cuja principal produção é 
no Estado de São Paulo (Stuchi & Cyrillo, 1998), 
cresceu a partir de 1960, representando, no final 
da década dos noventas, 17 milhões de caixas de 
40,8 kg (Figueiredo et al., 2002). De consumo 
sempre como fruta in natura apenas no mercado 
brasileiro, o limão Tahiti passou a ser exportado 
para a comunidade européia.
Especialistas e citricultores têm organizado e 
participado de reuniões citrícolas regionais. Po-
dem-se mencionar as que foram realizadas em 
Taquari e Porto Alegre (RS); Cruz das Almas (BA); 
Aracaju (SE); Campinas, Bebedouro e Jaboticabal 
(SP). A Assembléia Legislativa do Estado de São 
Paulo aprovou, em 1987, por proposta do Depu-
tado Jairo Mattos, e o Governador promulgou a lei 
que denomina Centro de Citricultura Sylvio Morei-
ra, a Estação Experimental do Instituto Agronômi-
co sediada em Cordeirópolis (SP), antigamente em 
CITROS12
Centros de origem, distribuição geográfica das 
plantas cítricas e histórico da citricultura no Brasil 13
Limeira. Em 2002, passou a ser designado Centro 
Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegó-
cio Citros Sylvio Moreira.
Em São Paulo, em 1969, o Governo instituiu o 
“Dia do Citricultor”, que é comemorado anualmente 
em junho, durante a Semana da Citricultura, com 
reunião dos interessados, no Centro APTA Citros 
Sylvio Moreira. Durante essa semana, os técnicos 
apresentam os resultados das mais atualizadas 
pesquisas no setor. Nas décadas dos oitentas e 
noventas, criaram-se ainda, eventos temáticos, re-
alizados anualmente no Centro APTA Citros Sylvio 
Moreira, a saber: Dia do Limão (em março), Dia da 
Tangerina (em maio), Dia de Campo da Tangerina 
(junho), Dia do Viveirista (em agosto), Dia da Laran-
ja (em outubro), e Dia do Consultor em Citricultura 
(em novembro). Desde 1980, vem sendo publicada, 
anualmente, a Revista Laranja com artigos técnico-
científicos. Em junho de 2000, o Centro de Citricul-
tura publicou o livro Sylvio Moreira - arquiteto da 
citricultura brasileira comemorando o centenário de 
nascimento de seu patrono.
Em 1978, publicou-se um opúsculo 50 Anos 
de Fundação da Estação Experimental de Limeira, 
contendo seu histórico e relacionando todas as pu-
blicações derivadas das pesquisas realizadas com 
citros no IAC. No mesmo ano, com o apoio da 
Fundação Cargill, realizou-se, no Instituto Agro-
nômico, um curso de citricultura ministrado por 
24 especialistas brasileiros, contando com 101 
participantes. A matéria ali lecionada deu origem, 
em 1980, sob a coordenação de Ody Rodriguez e 
Flávio C.P. Viégas, à mais completa obra sobre o 
assunto no Brasil, editada pela mesma Fundação, 
sob o título Citricultura Brasileira (Rodriguez & 
Viégas, 1980). Essa publicação, atualizada, foi 
reeditada em 1991 por Ody Rodriguez, Flávio 
C.P. Viégas, Jorgino Pompeu Junior e Antonio A. 
Amaro (Rodriguez et al., 1991).
Em 1979, promovido pela Esalq/USP, pelo 
Instituto Agronômico de Campinas com a colabo-
ração da Associação Brasileira para Pesquisa da 
Potassa e do Fostato (Potafos), realizou-se na Esalq 
o Curso de Citricultura - Nutrição e Adubação, le-
cionado por quatro especialistas brasileiros e um 
norte-americano, com 93 alunos, sob a coordena-
ção de Célio S. Moreira. Sua matéria foi publica-
da pela Potafos sob o título de Nutrição Mineral e 
Adubação dos Citros (Moreira et al., 1979).
Em 1984, realizou-se em São Paulo (SP) o 
Congresso Internacional de Citricultura, sob os 
auspícios da Sociedade Internacional de Citricul-
tura, com a participação de 500 especialistas de 
25 países. Seus anais, em dois volumes com 285 
trabalhos, foram publicados em 1987 (Giacometti 
& Amaro, 1987). Ainda nesse ano, realizou-se, na 
Faculdade de Agronomia da Unesp/Jaboticabal, 
um “Simpósio sobre Produtividade de Citros” ten-
do sido publicado o livro Produtividade em Citros 
(Donadio & Ferreira, 1985).
Em 1982 e 1984, Victória Rossetti e colabora-
dores publicaram uma completa bibliografia sobre 
o cancro cítrico abrangendo o período de 1912 a 
1984: Cancro cítrico - bibliografia analítica (Ros-
setti et al., 1982, 1984).
Em 1987, a indústria Frutesp editou luxuoso 
livro, contendo a história da citricultura com en-
foque principal ao esforço da iniciativa privada: 
A laranja no Brasil 1500-1987. É a história da 
agroindústria cítrica brasileira, dos quintais colo-
niais às fábricas exportadoras de suco do século 
XX” (Hasse, 1987).
A partirde 1990, a Estação Experimental de 
Citricultura de Bebedouro (EECB) vem promoven-
do, a cada dois anos, o “Seminário Internacional 
de Citros”, cujos anais são publicados, sendo o 
mais recente o de 2004. A EECB também edita o 
Boletim Citrícola, desde 1997, com quatro volumes 
por ano. 
Em 1995, foi editado o livro Variedades Cítricas 
Brasileiras, pela Funep e pela Unesp de Jaboticabal 
(SP), com a descrição de cem variedades cítricas de 
origem no país (Donadio et al., 1995). A situação 
dos porta-enxertos e da muda cítrica no Brasil é 
exposta em numerosas publicações (Moreira et al., 
1965; Pompeu Junior, 2001; Donadio et al., 2001).
Deve-se, ainda, registrar a criação de diversas 
entidades, associações e fundações relacionadas à 
citricultura entre as décadas dos setentas e noven-
tas, entre elas, a Associação Brasileira dos Citri-
cultores (Associtrus), em 1974; a Associação Bra-
sileira dos Exportadores de Citrus (Abecitrus), em 
1988; a Associação dos Produtores de Mudas de 
Limeira (APML), em 1989; o Grupo de Consultores 
em Citros (Gconci), em 1996; a Associação Pau-
lista de Viveiros Certificados de Citros (Vivecitrus), 
em 1998, e a Associação Brasileira dos Produtores 
e Exportadores de Limão (Abpel).
3.3 Citricultura brasileira no século XXI
A importância que teria a citricultura brasilei-
ra no início do século XXI era um fato que não 
podia sequer ser imaginado há algumas dezenas 
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de anos. No entanto, percorrendo os laranjais da 
Califórnia, Texas e Flórida, nos Estados Unidos, 
em 1952, Sylvio Moreira afirmava convicto que, 
“graças às condições grandemente favoráveis a 
essa cultura existentes em nosso País, tínhamos 
uma promissora possibilidade de competir com o 
maior produtor mundial de cítricos”. Chegou mes-
mo a afirmar “que o Brasil poderia sobrepujar a 
enorme produção norte-americana dentro de meio 
século de desenvolvimento citrícola” (Moreira, 
1980). Isso parecia uma utopia, até que a geada 
de 1962/63, ocorrida na Flórida, veio abrir, de 
forma inesperada, um novo e ambicionado campo 
para a colocação da produção brasileira na forma 
de suco concentrado congelado de citros, de larga 
aceitação mundial.
O Brasil entra no século XXI com a produção 
de 18,5 milhões de toneladas de frutas cítricas. É 
o maior produtor e exportador de suco concentra-
do e congelado. A principal área produtora é o 
Estado de São Paulo, produzindo 78,2% do total, 
e supera a produção da Flórida em quantidade 
de frutas e de SCC. Outros Estados produtores de 
fruta cítrica no Brasil são Sergipe, com 4,09%; 
Bahia, com 2,92%; Minas Gerais, com 2,27%; Rio 
Grande do Sul, com 1,87%; Paraná, com 1,16%; 
Rio de Janeiro, com 0,75% e Goiás, com 0,58% 
(Amaro & Salva, 2001).
Cerca de 98% do suco é exportado principal-
mente para os Estados Unidos e União Européia, 
além do Japão e outros 45 países. A exportação 
de fruta in natura é pequena e, somada à fruta 
comercializada internamente, representa 30% da 
produção. Nesse montante, não está computada 
considerável quantidade de frutas cítricas de po-
mares domésticos.
A principal variedade é a laranja Pêra, com 
37,8%, seguida da Natal e da Valência, ambas 
com 23,9% cada uma. A de limões é liderada pela 
lima ácida Tahiti, sendo pequena a produção de 
limões verdadeiros, tipo Siciliano. A produção de 
tangerinas perfaz 5,5 % do total (Pompeu Junior, 
2001).
O Estado de São Paulo lidera a pesquisa com 
citros no País com os trabalhos do Centro Avan-
çado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio de 
Citros Sylvio Moreira localizado em Cordeirópolis, 
e outras instituições da Secretaria da Agricultura e 
Abastecimento (SAA), como o Instituto Biológico, 
e o Instituto de Economia Agrícola (IEA), além das 
universidades paulistas. 
Outro importante centro de pesquisa em citros 
encontra-se na Estação Experimental de Citricultu-
ra de Bebedouro (EECB), que, com apoio do Fun-
decitrus, da Vivecitrus e de outras empresas, orga-
nizou, em 2001, o 6o Congresso Internacional de 
Viveiristas de Citros, em Ribeirão Preto (SP). Nesse 
evento, publicou-se além dos anais, um histórico 
da propagação de citros no Brasil. Em 2002, a 
EECB promoveu o 7o Seminário Internacional de 
Citros, sob o tema “Melhoramento em citros”, em 
comemoração de seus vinte anos de fundação 
(Donadio et al., 2002), o qual mereceu publicação 
especial sobre a mesma Estação.
O País tem posição destacada na pesquisa com 
citros no mundo e, desde meados do século ante-
rior, tem contribuído de forma importante para a 
pesquisa, notadamente, em relação à tristeza dos 
citros, cancro cítrico, leprose, declínio, gomose e 
clorose variegada dos citros.
No final do século XX e início deste, a pesqui-
sa nacional com citros teve a primazia de fazer 
o primeiro seqüenciamento do genoma de um 
fitopatógeno no mundo, ou seja, da Xylella fasti-
diosa Wells et al., bactéria causadora da clorose 
variegada dos citros. Isso foi conseguido com a 
reunião de 35 laboratórios e 196 pesquisadores 
em um trabalho científico de ponta com excelentes 
resultados. A rede de laboratórios de pesquisa é 
reconhecida internacionalmente como Organiza-
tion of Nucleotide and Sequence Analysis (ONSA) 
(Machado, 2001).
O vigor da atividade citrícola pode ser avalia-
do pelo plantio, só no Estado de São Paulo, de 
10 a 15 milhões de plantas por ano, produzidas 
com o acompanhamento técnico dos Centros de 
Pesquisas que monitoram a sanidade e origem da 
borbulha utilizada. Esse programa foi iniciado em 
1960 com o uso dos clones nucelares (Rossetti et 
al., 1965) e reformulado em 1969/71. Passou por 
novas reestruturações em 1984 e 1994 e depois 
de 1999 (Carvalho, 2001).
Em 2001, foi criado o grupo Laranja Brasil e, 
em 2002, o Grupo Técnico de Assistência e Con-
sultoria em Citrus (Gtacc). 
Os desafios atuais que a citricultura brasileira 
enfrenta, neste início de século, são, principalmen-
te, o cancro cítrico, a leprose, o declínio, a clorose 
variegada dos citros, a morte súbita dos citros e o 
huanglongbing ou ex-greening. 
Fora do contexto biologia, a citricultura ainda 
enfrenta, poderosa barreira alfandegária imposta 
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pelo principal mercado exterior, os Estados Uni-
dos. Por isso, talvez, empresas brasileiras produto-
ras e processadoras de laranjas vêm produzindo, 
nos últimos anos, significativa porcentagem de 
laranja e suco na Flórida, Estados Unidos (Neves 
et al., 1998).
Uma atividade agrícola de tal porte como a 
citricultura brasileira terá de vencer desafios suces-
sivos. Contudo, o embasamento técnico-científico 
e o espírito empresarial do agronegócio dos citros 
deverão continuar impulsionando tão importante 
atividade agrícola do país por muitos anos.
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