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O século XIX e o nascimento da Psicologia O objetivo desta aula será o de apresentar conceitualmente as condições de possibilidade para o aparecimento da psicologia moderna, a partir de um recorte que envolve a sociologia, a filosofia e a história; Acontecimentos importantes no século XIX: a política 1. Revolução Industrial (1760 – 1840) Período que marca a transição da manufatura para o trabalho industrializado; Acontecimentos importantes no século XIX: a ciência 1. O período de 1804 a 1884 foi marcado pelo desenvolvimento de inúmeras tecnologias pelas mãos da ciência. Estas tecnologias tornaram a vida na cidade possível. 2. A sociedade se rende aos encantos da ciência e suas promessas de felicidade e de progresso; Acontecimentos importantes no século XIX: a cultura 1. Nesse momento histórico, a ciência irá influenciar decisivamente a vida nas grandes cidades. Paris, por exemplo, torna-se a “Capital Cultural do Mundo”, com o alargamento de suas ruas, a criação das galerias e as grandes exposições universais; Relação entre indivíduo e sociedade no Século XIX 1. Se em momentos anteriores da história a relação entre sujeito e sociedade era mediada por uma figura transcendental, no século XIX essa relação passa a ser creditada pela crença na ciência, no progresso e na política. 2. Como vivia um sujeito do século XIX? Relação entre indivíduo e sociedade no Século XIX 1. A resposta para esta pergunta pode ser encontrada no conto “O Homem na Multidão” de Edgar Allan Poe. O século XIX e o surgimento da Psicologia 1. É em meio a esse turbilhão de acontecimentos que em 1873 na Alemanha é publicado por Wilhelm Wundt o livro Princípios de Psicologia Fisiológica. 2. Vê-se, portanto, que a psicologia nasce como ciência reivindicado seu lugar no campo epistemológico tendo como base as contribuições da física, da química e da biologia. Primeiras correntes da Psicologia e seus respectivos objetos de estudo 1. Estruturalismo: O objeto de estudo era o funcionamento da “estrutura” consciente da mente e do comportamento, sobretudo as sensações. 2. Titchener, discípulo de Wundt e divulgador de seus trabalhos nos E.U.A. Trabalhava com a Introspecção , um tipo de método que procurava saber como o sujeito reagia a certos estímulos ou experiências sensoriais. Primeiras correntes da Psicologia e seus respectivos objetos de estudo 1. Funcionalismo: Corrente psicológica que enxergava a mente como um constante fluxo que deveria abarcar a vontade, os valores e também as experiências religiosas e místicas. Constatação sobre o nascimento da Psicologia no século XIX: 1. Por ser uma episteme marcada profundamente pelas ciências naturais, a Psicologia do século XIX estava fortemente relacionada ao Positivismo. Positivismo 1. O positivismo caracateriza-se como um saber que compreende a ciência como uma reguladora da sociedade através das normas e das leis; 2. O positivismo valoriza aspectos que envolvem a ordem e o progresso na sociedade, na política, na cultura e na ciência; Psicologia e matrizes psicológicas 1. Figueiredo (1996), no livro Psicologia uma (nova) introdução defende a tese que toda a matriz psicológica possui uma concepção específica de sujeito e de mundo. 2. A partir dessa constatação pode-se realizar o seguinte questionamento: Qual a concepção de sujeito e de mundo desse modelo de Psicologia? Psicologia e matrizes psicológicas Psicologia e matrizes psicológicas 1. As figuras do Slide anterior ajudam a ilustrar que a concepção de sujeito e de mundo presente no positivismo, prioriza a busca pela ordem natural das coisas e o compromisso com a verdade que só pode ser elucidada a partir de evidências e constatações empíricas. Psicologia e matrizes psicológicas 1. Desta maneira, pode-se verificar que os projetos do Estruturalismo e do Funcionalismo solidificam suas crenças na realidade idependente do sujeito que a conhece. Psicologia e matrizes psicológicas Por exemplo, vejamos essa frase de Claude Bernard a respeito do papel do cientísta no século XIX: O observador deve ser o fotógrafo do fenômeno, sua observação deve representar extamente a natureza. Deve observar sem qualquer ideia preconcebida; a mente do observador deve ficar passiva, ou seja, deve calar-se; ele escuta a natureza e escreve o que esta lhe dita. Psicologia e matrizes psicológicas Qual o problema dessa visão? Em primeiro lugar, pode-se dizer que ela enfatiza uma visão técnica de mundo e de sujeito, sem espaço para uma leitura analítica sobre o ser, o tempo, a experiência e o pensamento. Psicologia e matrizes psicológicas Neste sentido, opondo-se a essa visão é que surgirá ainda no século XIX, um segundo grupo de matrizes psicológicas que irá reivindicar a independência da Psicologia diante dos demais saberes privilegiando a experiência subjetiva antes de qualquer racionalização e objetivação. Psicologia e matrizes psicológicas Vejamos alguns quadros de Edvard Munch: O Grito; Agonia; Melancolia; A Ansiedade de uma geração; Psicologia e matrizes psicológicas Nesse grupo, há uma perspectiva mais vitalista e naturalista das psicologias humanistas. Há, também, as matrizes compreensivas que congregam as da Psicologia da forma e da psicanálise. Ambas buscam encontrar respostas para o problema da verdade e se apresentam como saberes que procuram problematizar a verdade e não tomá-la como valor supremo.
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