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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP AGATHA FRANCIELE MAGALHÃES C7639A-7 EC4P12 CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA LIMA C6343I-4 EC5Q12 CASSIANO CARVALHO DOS SANTOS C605GH-1 EC5P12 DOUGLAS ANDERSON MARTINS DOS REIS C63395-0 EC5Q12 GABRIEL HENRIQUE ARRAIS CHICO C6589D-3 EC5Q12 KETLYN STEPHANNI SILVESTRE ROBERTO LUIZ C424DA-8 EC5P12 PAULO KREISEL PLINIO C62450-0 EC5P12 CONFECÇÃO DE PISO DE CONCRETO PARA PÁTIO DE ESTACIONAMENTO CAMPINAS 2017 AGATHA FRANCIELE MAGALHÃES C7639A-7 EB4P12 CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA LIMA C6343I-4 EC5Q12 CASSIANO CARVALHO DOS SANTOS C605GH-1 EC5P12 DOUGLAS ANDERSON MARTINS DOS REIS C63395-0 EC5Q12 GABRIEL HENRIQUE ARRAIS CHICO C6589D-3 EC5Q12 KETLYN STEPHANNI SILVESTRE ROBERTO LUIZ C424DA-8 EC5P12 PAULO KREISEL PLINIO C62450-0 EC5P12 CONFECÇÃO DE PISO DE CONCRETO PARA PÁTIO DE ESTACIONAMENTO Trabalho de Atividade Prática Supervisionada para o curso de Engenharia Civil Orientador: Profª Dr.a Maria Alice Venturini CAMPINAS 2017 LISTA DE ILUSTRAÇÃO FIGURA 1 – Cimento Portland Composto (CP II-E 32) ............................................. 14 FIGURA 2 – Areia grossa .......................................................................................... 15 FIGURA 3 – Pedra britada ........................................................................................ 15 FIGURA 4 – Teodolito ............................................................................................... 27 FIGURA 5 – Estação Total ........................................................................................ 27 FIGURA 6 – Nível topográfico ................................................................................... 28 FIGURA 7 – Baliza topográfica ................................................................................. 28 FIGURA 8 – Mira milimétrica ..................................................................................... 28 FIGURA 9 – GNSS .................................................................................................... 28 FIGURA 10 – Estaca ................................................................................................. 29 FIGURA 11 – Tripé .................................................................................................... 29 FIGURA 12 – Trena .................................................................................................. 29 FIGURA 13 – Piquete e Estaca testemunha ............................................................. 29 FIGURA 14 – Curvas de nível ................................................................................... 38 FIGURA 15 – Vista paralela à rua ............................................................................. 39 FIGURA 16 – Vista para a rua ................................................................................... 39 FIGURA 17 – Vista aérea .......................................................................................... 39 FIGURA 18 – Buracos ............................................................................................... 39 LISTA DE QUADRO E TABELA TABELA 1 – Tipos de Cimento Portland ................................................................... 14 TABELA 2 – Área total .............................................................................................. 38 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABCP Associação Brasileira de Cimento Portland ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas ANAPRE Associação Nacional de Pisos e Revestimento de Alto Desempenho ASTM American Society for Testing and Materials FNDE Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 07 1.1 Objetivo Geral .................................................................................................... 07 1.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 07 1.3 Justificativa ........................................................................................................ 08 1.4 Metodologia ....................................................................................................... 08 2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 09 2.1 Drenagem urbana .............................................................................................. 09 2.2 Concreto ............................................................................................................. 12 2.2.1 Materiais básicos componentes do concreto .............................................. 13 2.2.2 Propriedades do concreto fresco e endurecido .......................................... 16 2.2.2.1 Concreto fresco ........................................................................................... 16 2.2.2.2 Concreto endurecido .................................................................................. 18 3 PISO DE CONCRETO PARA PÁTIO DE ESTACIONAMENTO ........................... 21 3.1 Etapas de execução .......................................................................................... 22 3.1.1 Topografia, estudo e compactação do solo ................................................. 22 3.1.2 Preparação da sub-base ................................................................................ 22 3.1.3 Barreira de estanqueidade ............................................................................ 23 3.1.4 Concretagem .................................................................................................. 23 3.1.5 Nivelamento .................................................................................................... 24 3.1.6 Cura do piso de concreto .............................................................................. 24 3.1.7 Acabamento de superfície ............................................................................. 24 4 TOPOGRAFIA ....................................................................................................... 25 4.1 Levantamento topográfico ............................................................................... 25 4.1.1 Geodésia ......................................................................................................... 26 4.2 Equipamentos topográficos ............................................................................. 27 5 MEMORIAL DESCRITIVO ..................................................................................... 30 6 ESTUDO DE CASO ............................................................................................... 33 6.1 Estudo planialtimétrico ..................................................................................... 33 6.2 Memorial Descritivo para piso de concreto .................................................... 40 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................43 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 45 APÊNDICE A ............................................................................................................ 49 APÊNDICE B ............................................................................................................ 50 APÊNDICE C ............................................................................................................ 51 APÊNDICE D ............................................................................................................ 52 APÊNDICE E ............................................................................................................ 53 APÊNDICE F ............................................................................................................. 54 APÊNDICE G ............................................................................................................ 55 APÊNDICE H ............................................................................................................ 56 APÊNDICE I .............................................................................................................. 57 APÊNDICE J ............................................................................................................. 58 APÊNDICE K ............................................................................................................ 59 APÊNDICE L ............................................................................................................. 60 APÊNDICE M ............................................................................................................ 61 APÊNDICE N ............................................................................................................ 62 APÊNDICE O ............................................................................................................ 63 APÊNDICE P ............................................................................................................ 64 APÊNDICE Q ............................................................................................................ 65 APÊNDICE R ............................................................................................................ 66 APÊNDICE S ............................................................................................................ 67 APÊNDICE T ............................................................................................................. 68 7 1 INTRODUÇÃO O uso do concreto atualmente se dá em diversos ramos, desde a construção de edificações, galpões até em pisos de concreto para fluxo de cargas pesadas, e por apresentar maior resistência e durabilidade que outros materiais, acaba por ser o mais utilizado e conhecido no ramo da construção civil. Este trabalho apresenta o uso do concreto na confecção do piso de um pátio de estacionamento, tendo como base de desenvolvimento do mesmo, o conteúdo aplicado em sala de aula, pesquisas no acervo da universidade sobre temas específicos abordados no projeto e o auxílio dos professores. Abrangendo todo o processo, foi exposto todas as etapas da confecção do piso de concreto, como o detalhamento das propriedades do concreto, drenagem, planialtimetria do terreno e o estudo focado em dimensionar um piso ideal para estacionamento. Tratando o assunto em questão de maneira técnica e detalhada, porém, de fácil entendimento, este tema apresenta de forma clara tudo o que é preciso para o cumprimento do objetivo previamente proposto. 1.1 Objetivo geral Este trabalho tem como objetivo geral estudar os diferentes tipos de pavimento de concreto com ênfase na construção de um estacionamento. 1.2 Objetivos específicos Para o alcance do objetivo geral são traçados objetivos específicos: Estudar os tipos de concreto. Reconhecer o pátio de estacionamento a ser estudado. Realizar estudos planialtimétricos. Realizar um memorial descritivo e técnico do local. 8 1.3 Justificativa A finalidade deste trabalho tem como prioridade adquirir conhecimento na formação universitária dos estudantes na área de Engenharia Civil, como também melhorar o acesso dos veículos que utilizam do pátio de estacionamento para adentrarem à Universidade Paulista de Campinas do Campus Swift. Outro fator importante é a segurança do local, uma vez que atualmente o estacionamento apresenta irregularidades como, buracos e acúmulo de água quando há precipitações, e de acordo com a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), o piso de concreto não promove aquaplanagem ou sofre deformações (buracos). Desta maneira se faz necessário desenvolver um piso de concreto no pátio – ideal para que suportem cargas de carros –, que melhore o acesso à Universidade e que diminua os riscos de acidentes. 1.4 Metodologia A pesquisa bibliográfica será realizada em livros adquiridos por empréstimos na biblioteca da Universidade Paulista do Campus Swift na cidade de Campinas/SP e notas de aula dos professores do curso de Engenharia Civil, bem como em sites confiáveis, no qual todo o conteúdo relevante será escrito dentro das normas da ABNT. Selecionou-se o local de estudo, pátio de estacionamento da Universidade Paulista Campus Swift, para a aplicação de conhecimento técnicos necessários para dimensionar um piso de concreto correto para o local. Utilizou-se de softwares como, AutoCAD, Google Earth e Global Mapper, para uma melhor precisão da área em análise. 9 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Drenagem urbana A drenagem urbana é um tema que está diretamente relacionado às grandes transformações geográficas dos municípios no decorrer dos anos, inclusive no Brasil. Essas mudanças, por sua vez, podem provocar certos impactos negativos ao meio ambiente, e, consequentemente, prejudicam a vida da população em formas de enchentes, alagamentos, diminuição da qualidade da água associada aos despejos de resíduos sólidos no escoamento pluvial. As principais causas dos impactos citados são em função dos sistemas de drenagem mal projetados e mal executados, pois as maiorias destes, especificamente no Brasil, buscam somente a velocidade para escoar a água precipitada o mais rápido possível. De acordo com Tucci e Bertoni (2003) a urbanização modifica a cobertura vegetal mudando o processo do ciclo hidrológico, interferindo na impermeabilização do solo de modo com que ele perca a capacidade de absorção da água, aumentando o escoamento superficial. Com a urbanização são inseridas as seguintes modificações no ciclo hidrológico: Diminuição na capacidade de absorção do solo. Maior quantidade de água na superfície. Diminuição do lençol freático, consequência da menor absorção de água pelo solo. Menor evapotranspiração e maior evaporização devido à modificação da cobertura vegetal. Na medida que a população impermeabiliza o solo e acelera o escoamento através de condutos e canais a quantidade de água que chega ao mesmo tempo no sistema de drenagem aumenta produzindo inundações mais frequentes do que as que existiam quando a superfície era permeável e o escoamento se dava pelo ravinamento natural. Esta inundação é devido à urbanização ou a drenagem urbana (TUCCI; BERTONI, 2003, pág. 45). 10 As inundações urbanas são episódios antigos em que se dá pelo acúmulo dos leitos de escoamento somado aos sistemas de drenagem deficientes, e muitas vezes comprometidopela poluição. A drenagem urbana consiste em criar um sistema de escoamento de águas pluviais no perímetro urbano, tendo como objetivo reduzir os principais prejuízos hídricos populacionais, como a, inundação e a poluição nessa área. O processo de elaboração de um sistema de drenagem urbana se inicia no estudo ou coleta de características do solo, dados meteorológicos da região sobre chuvas intensas na área, impacto ambiental entre outros. Além das informações coletadas é necessário um estudo de campo sobre o local que receberá o projeto de drenagem, tais como: plantas das bacias de drenagem, características da faixa de implantação das obras, drenagem lateral, interferências principais, utilidades públicas, características geotécnicas e do lençol freático da faixa de implantação das obras (PREFEITURA DE SÃO PAULO, 2012). O planejamento deste sistema deve ser bem elaborado para que não prejudique o meio ambiente e a área urbana, no qual, este planejamento, precisa também seguir as leis públicas, utilizando procedimentos adequados. A elaboração do projeto deve ter por base todos os fatores coletados a princípio, dando início à fase de projeto, onde se devem calcular todas as variáveis, incluindo volume de vazão e velocidade máxima pluvial. Com todas as informações e cálculos respectivos em mãos, se dá o início do projeto hidráulico, traçando a rota adequada e o melhor desenho sobre a região que irá receber o projeto (PREFEITURA DE SÃO PAULO, 2012). Um sistema de drenagem pluvial é composto de três fatores principais: a estrutura de entrada, a tubulação e o muro de contenção. As estruturas de entrada são geralmente as bocas de lobo, uma estrutura quadrada de concreto pré-moldada, contendo na parte superior uma grelha de ferro fundido ou concreto pré-moldado que são niveladas com o solo. Além de captar a água pluvial, as entradas servem como acesso a tubulação, caso seja necessário alguma manutenção ou mudança de direção, pois as tubulações devem ser feitas preferencialmente em linha reta, evitando curvas (GRIBBIN, 2008). A tubulação é a parte mais importante do sistema de drenagem e é definido de acordo com o diâmetro e declividade adequado para o escoamento da água. Para Gribbin (2008) os materiais mais usados na fabricação dos tubos são o 11 concreto, concreto reforçado (RCP), plástico e metal ondulado, com seções transversais circulares ou elípticas, e instalados em trincheiras, precisamente nivelados e alinhados. O cálculo da capacidade do tubo e da vazão do projeto (ambos em m3/s), são essenciais para determinar as características do tubo a ser escolhido para atender um certo projeto. Além disso, outro fator importante a ser previamente considerado é a velocidade mínima (de autolimpeza) para que não ocorra acúmulo de detritos na tubulação, e a velocidade máxima, de modo a não sobrecarregar uma entrada em um ponto de conexão do sistema e evitar erosões nas paredes do tubo. Por fim, o muro de contenção, cuja finalidade é proteger o solo ao redor da descarga das águas captadas pela drenagem evitando a erosão do solo e mantendo a declividade necessária do local. Porém, essa não é a única maneira de preservar o solo que receberá a descarga de água, pode ser feita também a redução da velocidade de lançamento da água em casos onde a mesma é muito alta, essa redução geralmente é feita diminuindo a declividade da última sessão da tubulação. Outra solução é a preparação do solo através de um revestimento de pedras (enrocamento) ou de gramas. Os métodos mais utilizados são (GRIBBIN, 2008): Redução da velocidade de lançamento. Dissipador de energia. Bacia de dissipação. Enrocamento. Malhas para controle de erosão. Gramado. Gabiões. Com a implantação de um projeto de drenagem adequado, a região beneficiada tende a ter melhorias urbanas sobre uma região sem drenagem. Entre elas, podem-se listar as maiores (TUCCI; BERTONI, 2003): Áreas alagadas que podem ser recuperadas. Diminuição dos locais com poças e águas paradas devido à falta da 12 drenagem. Diminuição de contaminação e veículo de transporte de doença pela água parada. Prevenção da erosão do solo. Coibir enchentes. Redução de acidentes de tráfego de pessoas e de trânsito, durante período de chuva. 2.2 Concreto Antes da criação do concreto os materiais mais empregados nas construções antigas eram a madeira e a pedra natural, ambos encontrados na natureza. Em virtude da durabilidade limitada da madeira e baixa resistência à tração da pedra, surgiu-se a necessidade de criar um novo material, mais resistente e capaz de assumir qualquer forma. Data-se do uso concreto, ferro e aço, séculos mais tarde por apresentarem, segundo Nicola (2010) qualidade, resistência e durabilidade: Na antiguidade foram os romanos os que mais se destacaram na aplicação dos concretos e argamassas, que lhes possibilitou criar espaços amplos em forma de arco, abóbadas e cúpulas, de grandes dimensões. Combinando o concreto da época com tijolos de argila, pedra e outros materiais naturais, conseguiram produzir obras magníficas, inéditas até aquele período, que trouxeram grande desenvolvimento e revolucionaram a Arquitetura da época (NICOLA, 2010, pág. 1). De acordo com Kaefer (1998) o concreto é um “material plástico, que é moldado de maneira a adquirir a forma desejada antes que desenvolva o processo de endurecimento, adquirindo resistência suficiente para resistir sozinho aos esforços que o solicitam”. De um modo geral pode-se dizer que o concreto é uma mistura de aglomerantes (cimento), agregados (pedra britada e areia) e água – materiais estes de fácil disponibilidade e de baixo custo –, que passam por diversas fases, como o da pasta de cimento (cimento e água), argamassa (pasta de cimento e areia) até o concreto em si (pasta de cimento, areia e pedra britada). Para Bastos (2006), a eficiência de o concreto resistir às tensões de compressão e tração levou a existência de projetos estruturais com menor altura e 13 com vãos consideravelmente maiores, tornando-o líder na venda como material para diversos tipos de construções hoje existentes. Kaefer (1998) afirma que durante anos inúmeros homens trabalharam para o aperfeiçoamento das técnicas e materiais que confeccionasse um concreto que atendesse as mais diversas necessidades dos mais variados tipos de estruturas existentes, até mesmo em ambientes extremamente agressivos. No presente encontra-se concreto em fundações de plataformas petrolíferas nos oceanos ou enterrados a centenas de metros abaixo da terra em túneis e minas. O maior desafio da tecnologia no momento parece ser aumentar a durabilidade das estruturas, recuperá-las quando estiverem danificadas e atender o mecanismo químico e o mecanismo dos cimentos e concretos. Após estudos, teorias e aplicações, pode-se classificar o concreto em diversos tipos, segundo Kaefer (1998): Concreto Convencional. Concreto Pré-Moldado. Concreto Protendido. Concreto Portland, originado do cimento Portland. Concreto Armado entre outros. 2.2.1 Materiais básicos componentes do concreto O concreto é um material da construção civil composto por uma mistura de água, cimento, areia e pedra britada, além de aditivos quando se deseja obter um concreto com características especiais como, melhoria da resistência ou durabilidade. De acordo com Nicola (2010), o Cimento Portland em contato com a água produz reação exotérmica de cristalização de produtos hidratados, ganhando resistência mecânica, conhecido como o principal materialusado nas construções como aglomerante (FIGURA 1). 14 FIGURA 1 – Cimento Portland Composto (CP II-E 32) Fonte: Próprio autor (2017). De acordo com a ABCP, o Cimento Portland pode ser classificado da seguinte maneira, Tabela 1: TABELA 1 – Tipos de Cimento Portland Tipo de Cimento Adições Sigla Norma Cimento Portland Comum Escória, Pozolana ou Fíler (até 5%) CP I-S 32 CP I-S 40 5732 Cimento Portland Composto Escória (6-34%) CP II-E 32 CP II-E 40 11578 Pozolana (6-14%) CP II-Z 32 Fíler (6-10%) CP II-F 32 CP II-F 40 Cimento Portland de Alto-Forno Escória (35-70%) CP III 32 CP III 40 5735 Cimento Portland Pozolânico Pozolana (15-50%) CP IV 32 5736 Cimento Portland de Alta Resistência Inicial Materiais carbonáticos (até 5%) CP V-ARI 5733 Cimento Portland Resistente aos Sulfatos Estes cimentos são designados pela sigla RS. Ex: CP III-40 RS, CP V-ARI RS 5737 Fonte: ABCP (2017). Adaptado 15 A areia grossa é usada como agregado miúdo para emprego em argamassas e concretos. Classificada como natural quando encontrada em rios, minas ou várzeas e artificial quando extraída o pó de pedra do resíduo fino de pedreiras (FIGURA 2). FIGURA 2 – Areia grossa Fonte: Próprio autor (2017). A brita ou pedra britada é considerada como um material artificial, extraída de rochas maiores de pedreiras e fragmentada após um processo de qualificação industrial. Classificada de acordo com o tamanho de seu fragmento, definindo assim, propósitos específicos em sua aplicação no ramo da construção civil. É importante que possua uma granulação uniforme para se obter uma mistura econômica e de boa resistência (FIGURA 3). FIGURA 3 – Pedra britada Fonte: Próprio autor (2017). 16 De acordo com Effting (2014, pág. 3) há também os aditivos, considerados como o quarto componente do concreto além do aglomerante (cimento) e dos agregados (areia e pedra). Caracteriza-se por ser um produto químico adicionado ao cimento, à argamassa ou ao concreto capaz de modificar sua propriedade, variando de 0,05% a 5% da mistura cimentícia. Estes aditivos são classificados de acordo com sua função como: Retardadores de pega. Redutores de água. Inibidores de corrosão. Modificadores de reologia1 entre outros. Já na época da Roma Antiga, se usava a clara de ovo, leite e o sangue nos concretos e argamassas como aditivos para melhorar a trabalhabilidade da mistura, passando por transformações no final do século XIX após a invenção do Cimento Portland que fez com que os aditivos tivessem um melhor resultado no concreto, desde a redução no consumo de água sem alterar a trabalhabilidade até em um melhor acabamento e maior resistência (COUTINHO, 1997 apud EFFTING, 2014). 2.2.2 Propriedades do concreto fresco e endurecido Neste tópico serão abordadas as propriedades do concreto fresco e endurecido. 2.2.2.1 Concreto fresco Conforme Bauer (1994), o concreto é chamado de fresco até o momento de início do processo da pega, após a conclusão do mesmo pode-se considerá-lo endurecido. Sua consistência pode ser definida como a facilidade que o concreto possui ou não para fluir, esse grau de fluidez está ligado à relação água/materiais secos, presente em sua composição. Quanto mais plástica for a textura do concreto, mais facilidade para moldagem e escoamento existirá, sem que o mesmo tenha 1 Ciência que estuda o escoamento de fluídos ou corpos sólidos e suas deformações. 17 separação de seus componentes durante estas etapas. O quão consistente um concreto deve ser será definido pelo espaço nas formas, estrutura metálica presente em seu interior e também pelo uso a ele empregado. No Brasil realiza-se o processo de determinação da consistência conhecido como Slump Test, no qual, primeiro molha-se o cone e a chapa metálica abaixo do mesmo, após isto, o cone é preenchido com concreto em três camadas de alturas igual sendo cada camada “socada” 25 vezes seguida, com uma barra de ferro de 16mm. Para concluir é retirado o cone verticalmente e mede-se o abatimento da amostra do concreto, segundo a Norma para execução de Slump Test: ABNT NM- 67. A plasticidade é a propriedade que indica a facilidade para moldar ou trabalhar o concreto fresco sem que o mesmo se rompa, ou seja, sem que ocorra a separação dos agregados da pasta de cimento. O índice de plasticidade está relacionado com a consistência e coesão entre os componentes do concreto. A ausência de coesão (atração/ligação entre as partículas dos componentes), pode acarretar a segregação ou rompimento. Dentre os fatores causadores desta patologia estão: a forma como é transportado o concreto, nas fases de lançamento, adensamento ou também por conta da gravidade que assenta os grãos mais pesados no fundo das formas, deixando o resto dispersado pela pasta de cimento (BAUER, 1994). A exsudação ocorre quando os demais componentes do concreto não absorvem a água da mistura durante o lançamento nas formas, geralmente ocorre em concretos com pouca quantidade de agregados finos e essa água por sua vez, migra para a superfície. Esse fator deve ser observado e evitado, pois tem como produto um concreto poroso e menos resistente (GIAMMUSSO, 1992). A trabalhabilidade é a propriedade do concreto que define o grau de facilidade para molda-lo, dependendo principalmente das condições de onde será aplicado o concreto. O concreto é considerado de boa trabalhabilidade quando no estado fresco tem consistência e tamanhos dos agregados apropriados ao tipo de obra ao qual será aplicado, levando em conta o tamanho das peças, afastamento e distribuição das barras de aço, métodos de transporte, lançamento e adensamento que serão adotados (ANDRIOLO ,1984). 18 2.2.2.2 Concreto endurecido Em conformidade com Araújo (2000) o concreto é reconhecido como sólido a partir do momento da pega, trata-se de um material de evolução constante, sujeito a modificações impostas por mudanças ambientais, químicas, mecânicas e físicas. As características do concreto estão diretamente relacionadas à sua história, as condições e adversidades as quais o concreto foi submetido ao longo do tempo condicionam as suas propriedades, que apontam as qualificações e limitações do concreto para um determinado uso. Portanto é preciso, previamente, identificar as características que o concreto endurecido deve possuir, para depois, a partir dos materiais disponíveis, executar corretamente a mistura e o uso adequado dos processos de fabricação, para assim se obter o concreto esperado. As densidades dos concretos mais utilizados variam de acordo com a forma de adensamento durante a sua produção, podem ocorrer também mudanças decorrentes do ambiente onde está situado, por conta da quantidade de água conservada em seus poros. A densidade dos concretos armados está interligada a quantidade de aço utilizada em suas estruturas. Segundo Bauer (1994), pode-se definir os valores médios da seguinte maneira: Concreto não adensado - 2,1 t/m³. Concreto comprimido - 2,2 t/m³. Concreto socado - 2,25 t/m³. Concreto vibrado - 2,3 a 2,4 t/m³. O atrito é uma propriedade decorrente das irregularidades existentes em determinada superfície, no caso do concreto a mesma será dependente da forma de acabamento utilizada. Em concretos utilizados em tubulações, por exemplo, é interessante um fator de atrito menor, facilitando o escoamento do fluídoa ser conduzido. Por outro lado, nas pavimentações a necessidade é de um fator de atrito maior, evitando assim o escorregamento dos transeuntes. Os agregados escolhidos para ser utilizados na camada superior dos acabamentos são determinantes do fator 19 de atrito na superfície. O atrito depende de vários fatores, principalmente da aderência dos grãos dos agregados (FILHO, 2006). O calor específico varia de acordo com as temperaturas e quantidade de água. Os valores obtidos são de grande importância no período da cura, onde são utilizados para calcular a evolução térmica. A dilatação térmica é uma grandeza ligada diretamente ao tipo de cimento, agregado, umidade e medidas da seção transversal da peça analisada. Os concretos com maior quantidade de cimento têm maiores fatores de dilatação e o tamanho da seção transversal da peça provoca a variação da propagação da temperatura em seu interior, que por sua vez causa a diminuição dos teores de água (BAUER, 1994). Segundo Neville (1997) a resistência à abrasão é importante em superfícies onde existam constante movimentação e deslocamento de sólidos sobre o concreto. A maior resistência pode ser obtida com a utilização de agregados mais duros, ou cimentos de maior qualidade otimizando a pasta de cimento. Para assegurar boa aderência entre as partículas de agregado graúdo e a matriz, estas partículas devem ser aproximadamente equidimensionais e quanto menores as imperfeições superficiais, menor também será o atrito e consequentemente ocorrerá menos desgaste. Para Mehta (1994) a resistência é a capacidade de um determinado material resistir as forças nele aplicadas, por isso é sempre ressaltada em projetos de estruturais. O concreto possui melhor resistência à compressão – visto como sua melhor propriedade –, do que aos outros tipos de esforços (tração e flexão). Bauer (1994) afirma que a qualidade da adesão no concreto, é resultante da superfície irregular porosa normalmente obtida nos processos de fabricação. Portanto um concreto desde que se encontre com a superfície limpa, está apto a receber satisfatoriamente um revestimento ou pintura, uma vez que, o grau de irregularidades define essa ligação superficial. Em alguns casos existe a necessidade de aplicação de uma fina camada de argamassa rica em cimento, aplicada sob pressão pelo profissional com o uso da colher de pedreiro, conhecido usualmente como chapisco. A durabilidade do concreto e dos materiais componentes é condicionada a fatores ao qual o mesmo é exposto durante a sua história, é de fundamental importância o conhecimento relacionado ao comportamento do material e das situações ao qual o mesmo é apresentado, para que assim sejam realizadas 20 vistorias e manutenções preventivas com o intuito de se prolongar a sua durabilidade (MEHTA, 1994). Quanto ao campo da propagação acústica, os concretos usuais atendem satisfatoriamente o esperado, nos edifícios o concreto age como um isolante sonoro, uma vez que os níveis de propagação são relativamente pequenos. As paredes, lajes e o concreto estrutural agem absorvendo as ondas sonoras, proporcionando assim o conforto dos componentes, diminuindo a reflexão das ondas sonoras e vibracionais (BAUER, 1994). Para Aitcin (2000) a permeabilidade pode ser exemplificada como a capacidade de fluídos (líquidos ou gases) penetrarem no concreto, é de suma importância o conhecimento desta propriedade, pois o uso de um concreto de permeabilidade inadequada pode acarretar um mau funcionamento no caso de tubulações ou danos estruturais e fissuras para edifícios, casas e pavimentos. À medida que se reduz a permeabilidade, o concreto se torna mais resistente a ambientes agressivos. Os espaços vazios ou poros presentes no concreto determinam estas características, pois em sua maioria estão interligados, como se fossem seções que conduzem os fluídos ao interior do concreto. Esses poros em excesso podem ser causados por má manipulação no momento da fabricação, entre as causas estão, por exemplo, excesso de água ou ar na composição do mesmo, obtidos acidentalmente ou propositalmente a fim de aumentar sua trabalhabilidade (AITCIN, 2000). 21 3 PISO DE CONCRETO PARA PÁTIO DE ESTACIONAMENTO Os pisos de concreto para áreas que requerem alta resistência, durabilidade e concentração de cargas, como os estacionamentos, devem ser executados de forma rigorosamente técnica. A execução dos pisos de alto desempenho, como são conhecidos, segue um roteiro de acordo com o projeto prévio, que deve apresentar à análise do terreno, o uso ao qual o piso será submetido, a distribuição de carga e a exposição a agentes agressivos (químicos ou físicos). O projeto também deve conter informações como, esquemas de compactação do solo, características do concreto e sua espessura/camadas, os índices de planicidade e nivelamento, inclinações, tipo de armadura e seu correto posicionamento, além da localização das juntas e das barras de transferência. O projetista é responsável por especificar meios de proteção contra os agentes agressivos, os métodos a serem utilizados para a contenção da umidade e o tipo de cura do concreto a ser utilizado, segundo a Recomendação Técnica para execução de piso de concreto: CR 001/2011. Em determinados casos pode haver a necessidade de algum revestimento, que fica a cargo do projetista escolher o material a ser utilizado de modo que supra as necessidades do piso. Podem ser utilizados nesta função, materiais como, epóxi, poliuretano ou até mesmo revestimentos cerâmicos. De acordo com Rufino (1997), uma análise detalhada da quantidade de veículos que transitam em pavimentos rodoviários ou industriais influi no fator de confiabilidade que determina se o pavimento vai resistir conforme o período para o qual o mesmo foi projetado. Este conceito não se aplica apenas para os danos estruturais, mas também pela perda de serventia devido às cargas. Toda a logística em relação à concretagem também é essencial, uma vez que o tempo de cada etapa executada deve ser compatível com o volume de concreto diário e o fluxo de veículos nos arredores da obra deve ser estudado para que no uso de caminhões ou bombas não se obstrua a via de circulação por um tempo excessivo. Para que seja evitada a maioria das patologias relacionadas a pisos de concreto, como fissuras, são necessárias ferramentas específicas e mão de obra apta a manuseá-las. A falta de conhecimentos teóricos pode levar o executor do piso à uma ação incorreta sobre uma etapa qualquer do piso, ocasionando o 22 aparecimento de tensões elevadas que podem levar à deformação (CHODOUNSKY, 2007). 3.1 Etapas de execução A seguir serão apresentadas as etapas de execução para a realização de um piso de concreto para pátio de estacionamento. 3.1.1 Topografia, estudo e compactação do solo A primeira etapa é a realização do levantamento planialtimétrico, sondagens e estudos acerca do solo que irá receber o piso. A topografia do terreno fornece ao projetista as dimensões, variações de cotas, além da presença de elementos estranhos à obra, como árvores, antigos pavimentos, redes de esgoto entre outros. As sondagens e estudos da formação do mesmo servem para que se obtenha uma análise profunda da composição do solo que receberá o piso, minimizando os agentes agressivos ou deformações decorrentes do deslocamento do subsolo, segundo a Norma para execução de Sondagem para simples reconhecimento do solo NBR 6484/01. Com os dados obtidos, o projetista tem uma base para determinar o tipo decompactação a ser feita para que o solo receba bem o piso, eliminando assim os espaços vazios, que podem estar preenchidos com ar ou água. Solos muito porosos e saturados de água representam baixa capacidade de suporte, pois quando a água é expulsa dos vazios ele sofre elevadas deformações pela incidência de pequenos carregamentos e das próprias camadas de solo acima (RODRIGUES, 2006). 3.1.2 Preparação da sub-base A sub-base tem a função básica de promover uma transição entre duas camadas do piso conferindo a ele acréscimo de resistência, durabilidade e estabilidade. A preparação da sub-base é feita para que concreto e o solo se comportem como um só, uniformizando a fundação, fazendo com que a mesma acabe absorvendo e dissipando as tensões geradas no uso. Pode ser feita utilizando-se pedra e pó de pedra, solo-cimento ou concreto magro, contudo, a 23 escolha fica a cargo do projetista que definirá qual material atende melhor as necessidades, alcançando assim a resistência necessária (ROCHER, 2007). 3.1.3 Barreira de estanqueidade A barreira de estanqueidade se faz necessária quando acontece a migração da umidade do solo para a superfície, conhecida como umidade ascendente. E, para evitar esse tipo de problema, utiliza-se uma lona plástica acima da sub-base, com no mínimo 200 micras de espessura. A lona não delimitará o movimento do piso, mas facilitará no processo contínuo de dilatação onde as placas se movimentam, além de estancar a umidade, recomenda-se que exista uma sobreposição de pelo menos 30 cm nas emendas, segundo a Recomendação Técnica para execução de piso de concreto: CR 001/2011. 3.1.4 Concretagem No caso do piso para estacionamento como se espera obter um piso de alto desempenho, o mais recomendado é o uso de um concreto com pelo menos 30 MPa de resistência a compressão axial e 4,2 MPa de resistência a tração. Estes traços do concreto devem garantir um piso capaz de suportar veículos de pequeno e grande porte, garantindo a qualidade esperada. Segundo Rocher (2007), a resistência à abrasão também está intimamente ligada à resistência do concreto, é recomendado que a resistência mínima do concreto para pátio de estacionamento seja de 30 MPa para combater as patologias relacionadas ao desgaste. Por isso é que se faz imprescindível o cuidado na investigação do uso de um piso levantando os tipos de cargas e onde irão ocorrer tais solicitações, prever a possibilidade de mudança destas solicitações ao longo da vida útil dos pisos e também alertar as limitações de uso após a sua construção (JÚNIOR, 2001). Segundo a Recomendação Técnica para execução de piso de concreto: CR 001/2011, durante o processo de concretagem a vibração deve ser executada perfeitamente, eliminando o acúmulo de ar e espaços vazios no concreto, aumentando assim o adensamento. Dependendo do projeto, a estrutura a ser utilizada pode variar, desde telas metálicas, que são as mais utilizadas, até fibras 24 metálicas e poliméricas misturadas em meio ao concreto, o que pode substituir parcialmente as telas. 3.1.5 Nivelamento O quão inclinado ou plano o piso deve ser, estará especificado no projeto, no qual, estes parâmetros são indicados pelos índices FF e FL, dois índices adimensionais: um de planicidade (FF) e outro para o nivelamento (FL) do piso. Pisos com índices de planicidade e nivelamento abaixo do recomendado poderão ser revestidos sem prejuízo à aderência ou à resistência, porém deficiências no nivelamento e na planicidade poderão aparecer, segundo a orientação da Norma para Planicidade e Nivelamento: ASTM 1155/96. 3.1.6 Cura do piso de concreto A cura do piso de concreto para pátio de estacionamento pode ser úmida, feita com material plástico (polipropileno) ou manta de feltro, frequentemente deve- se molhá-la. No projeto também pode estar solicitado o uso de cura química, porém este tipo de cura pode prejudicar o processo de aplicação dos revestimentos, uma vez que pode preencher os poros necessários para aderir à resina do revestimento de alta resistência, segundo a Recomendação Técnica para execução de piso de concreto: CR 001/2011. 3.1.7 Acabamento de superfície O acabamento da superfície deve atender as exigências estipuladas no projeto, para pisos que necessitam de mais atrito para um maior desempenho, por exemplo, recomenda-se que o mesmo tenha um índice de rugosidade maior. Caso o piso seja revestido, não existe a necessidade de um índice alto de rugosidade, uma vez que no processo de revestimento o piso é lixado, fresado ou jateado, e isso já garante uma maior aderência. A qualidade superficial do piso interfere diretamente na sua eficiência (RODRIGUES, 2006). 25 4 TOPOGRAFIA O significado da palavra "Topografia" deriva das duas palavras gregas "topos" (lugar) e "graphen" (descrever), ou seja, é a descrição precisa de um lugar. Ela é responsável por indicar contorno, dimensão e posição de uma determinada região da superfície terrestre, desprezando sua curvatura (DOMINGUES, 1979). A topografia lida com pequenas ou médias regiões da superfície terrestre (aproximadamente 80km), e em grandes regiões como, planetas inteiros, é conhecido pelo nome de geodésia, ambas se baseiam nos estudos dos instrumentos e das técnicas para a representação do terreno numa superfície plana de projeção (PASTANA, 2010). Desde os primórdios da civilização o homem passou a determinar seus territórios, e, sem saber, ele já aplicava a topografia, que começava a ficar ainda mais presente a partir do momento em que ele deixa de ser nômade e passa a se concentrar em determinados pontos. Credita-se a origem das primeiras medições topográficas no Egito Antigo, nas margens do rio Nilo, onde se desenvolvia a agricultura que necessitava definição de limites de terras, levantamentos cadastrais e definição de áreas rurais (FONTES, 2005). O estudo topográfico é de fundamental importância para arquitetos e engenheiros antes do início de qualquer obra, indispensável na construção civil, como obras viárias, edifícios, aeroportos, hidrografia, usinas hidrelétricas, sistemas de água e esgoto, planejamento, urbanismo, paisagismo entre outras. Os projetos são desenvolvidos de acordo com o terreno no qual se encontram, portanto, é essencial o seu conhecimento tanto na criação quanto na execução do mesmo, nesse sentido, a topografia proporciona os processos e as ferramentas, garantindo uma correta inserção do projeto no terreno (DOMINGUES, 1979). 4.1 Levantamento Topográfico O levantamento Topográfico tem como finalidade determinar a posição relativa dos pontos na superfície terrestre, através de cálculos, processos topográficos e desenhos representativos da área. Seu principal conceito é a medição topográfica, que se baseia nos pontos fundamentais do sistema Geodésico Nacional 26 de um país para que se crie pontos de detalhes por meio de coordenadas e atributos. No entanto vários são os procedimentos topográficos que não consideram o relevo, e sim visam à representação gráfica de ângulos, distâncias, localizações geográficas e posições ou orientações. Os principais tipos de levantamentos topográficos são (JUNIOR; NETO; ANDRADE, 2014): Planimétrico: primeiramente deve-se fazer uma inspeção no terreno, escolher os vértices da poligonal, e, se for preciso, providenciar a confecção de piquetes, estacas, estacas testemunhas e fazer um croqui do local para então decidir qual ou quais serão os métodos a serem utilizados, como, poligonação, irradiação, intersecção, ordenadas ou coordenadas; Altimetria: tem como definição uma carta, planta ou mapa tridimensional, que analisa as distâncias verticais, desníveis, cotas e altitudes, formando o relevo do território. Segundo Junior, Neto e Andrade (2014) conceitua altimetria como a parte da topografia que estuda uma porção qualquer do terreno sobre uma superfície plana dando a ideia do relevo do solo. Neste caso usa-se o nivelamento topográfico para obter a diferença de nível do terreno para possibilitar a determinação dos cálculos de altitudes e cotas do mesmo. 4.1.1 Geodésia A geodésia se aplica no formato e dimensão terrestre e tem por finalidade, medir, representar e analisar o espaço geográfico com alta precisão. É utilizada na determinação da forma e no levantamento de grandes porções de terra, que não permitem o desprezo da curvatura (GEMAEL, 1999). A aplicação da técnica de geodésia nos levantamentos topográficos é justificada quando há a necessidade de controle sobre a locação de pontos básicos no terreno, de modo a evitar o acúmulo de erros na operação do levantamento, como também para transformar a superfície terrestre em uma dimensão plana, auxiliando na obtenção de informações mais precisas sobre as complexas características do formato da Terra (TULER; SARAIVA, 2015). 27 Os estudos e atividades pela geodésia foram de grande ajuda no desenvolvimento de incrementos no modelo cartográfico, como a criação e implementação do Sistema de Posicionamento Global (GPS). 4.2 Equipamentos topográficos Para uma boa precisão e perfeito funcionamento das técnicas de topografia, é necessária a utilização de equipamentos, tais como (TEMÓTEO, 2013): Teodolito: equipamento que mensura leitura angulares, verticais e horizontais sendo necessário calcular os dados manualmente, Figura 4. Estação Total: este instrumento realiza leituras de distâncias e ângulos, e diferentemente do Teodolito, armazena os dados internamente, Figura 5. FIGURA 4 – Teodolito Fonte: www.joinville.udesc.br, 2017 FIGURA 5 – Estação Total Fonte: www.gpsolutiontopografia.com.br, 2017 Nível topográfico (ou ótico): possui como finalidade medir desníveis entre pontos de diferentes alturas, Figura 6. Baliza topográfica: bastões que realiza alinhamento sendo utilizada junto com o nível topográfico, Figura 7. 28 FIGURA 6 – Nível topográfico Fonte: www.gpsolutiontopografia.com.br, 2017 FIGURA 7 – Baliza topográfica Fonte: www.sinoart.com.br, 2017 Mira milimétrica: utilizado para manter o alinhamento, assim como a baliza topográfica. Possui cerca de 0m a 4m, devendo ser posicionada verticalmente no solo para leitura, Figura 8. GNSS: Sistema de Navegação Global por Satélite que calcula a distância por meio de satélites artificiais, fornecendo posicionamento geo-espacial, Figura 9. FIGURA 8 – Mira milimétrica Fonte: www.geosysteming.com, 2017 FIGURA 9 – GNSS Fonte: www.topogis.pt, 2017 Estaca: utilizada em campo para identificação de eixo, geralmente colocadas em distâncias iguais uma das outras, Figura 10. 29 Tripé: necessário para a sustentação dos outros equipamentos como, Estação Total e Teodolito, Figura 11. FIGURA 10 – Estaca Fonte: www.cartogalicia.com, 2017 FIGURA 11 – Tripé Fonte: www.gpsolutiontopografia.com.br, 2017 Trena: utilizada em campo para medições lineares, geralmente possuem comprimento de 20m a 50m, Figura 12. Piquete e Estaca testemunha: geralmente de madeira, o primeiro é necessário para demarcar os pontos do terreno e o segundo para ajudar na localização, ficando até 50cm de distância do piquete (fora do terreno), Figura 13. FIGURA 12 – Trena Fonte: www.tudoemtopografia.com.br, 2017 FIGURA 13 – Piquete e Estaca testemunha Fonte: www.gpeas.ufc.br, 2017 30 5 MEMORIAL DESCRITIVO É um documento que, por meio de dados técnicos, especifica detalhadamente todos os materiais necessários e fases de um projeto, sendo obrigatório por lei2 ter o registro do memorial descritivo da construção no cartório de imóveis antes do início de qualquer obra e deve ficar disponível para consulta para qualquer interessado. O memorial descritivo tem como finalidade relatar em texto o que está representando no projeto, demonstrando todo o seu desenvolvimento até a entrega final e, todos os envolvidos com o projeto, devem ter ciência do memorial, para assim manter a qualidade da entrega bem como o orçamento inicial previsto. O objetivo principal é proteger o consumidor de futuras fraudes como, ausência de entrega de garantia de uma edificação ou instalação de um material de qualidade inferior. Serão prestados serviços de materiais, equipamento e mão de obra, estes deverão trabalhar conforme as normas da ABNT e segurança do trabalho. Os materiais e mão de obra deverão ser de melhor qualidade seguindo a disponibilidade do mercado e padrões exigidos, visando à preservação do meio ambiente e segurança de todos (FNDE, 2012). Para evitar erros na elaboração de um memorial descritivo, é de fundamental importância que ele seja detalhado exatamente como a planta do projeto aprovada, da fundação até o acabamento final. De acordo com NBR 15.5753, no memorial descritivo devem-se incluir itens básicos como (RENDEIRO, 2015): Dados do proprietário: deve conter os dados principais do proprietário, como nome e documentos pessoais. Dados da obra: localização detalhada da obra, dados do terreno como, inscrição mobiliária e área total a ser construída. Objetivo: relatar as etapas da obra, com suas respectivas sequências executivas e especificações. Profissionais envolvidos: deve-se contar uma relação com o nome de todos os profissionais envolvidos com seus respectivos CREA ou CAU. 2 Lei brasileira nº4.591/1964 que trata sobre o condomínio em edificações e incorporações imobiliárias. 3 NBR 15.575: Norma de Desempenho que determina um certo padrão de qualidade para construção de casas e apartamentos. 31 Normas técnicas: citar as normas técnicas presentes na execução da obra. É necessário que o setor da construção esteja alinhado com a normatização. Movimento de terra: deve constar qualquer atividade como escavações, carga, transporte, descarga, compactação e acabamento executados a fim de se passar de um terreno em seu estado natural para uma nova configuração desejada. Drenagem: relatar se o procedimento utilizado para o escoamento foi por meio de tubos, túneis, canais, valas e fossos, ou motores como apoio ao escoamento. Fundação: deve ser especificado o tipo de fundação utilizada e seu modo de execução. Concreto: constar as especificações do cimento utilizado, os agregados, aditivos químicos e adições. Impermeabilizações: deve ser especificado onde e como será a impermeabilizações das áreas, bem como os materiais utilizados. Esquadrias e ferragens: todos os tipos de fechamentos são especificados de acordo com o projeto. Cobertura: todos os tipos de coberturas (telhas, lajes, entre outros) devem ser detalhados de acordo com a estrutura e projeto. Revestimento: os acabamentos devem ser especificados de acordo com o projeto e modo de utilização. Pintura: especificado por cor, tipo, local e formas de aplicação. Limpeza da obra: é o último item de um memorial descritivo, onde é elencado as atividades para a limpeza final da obra. Entre outros. Há vários tipos de memorial descritivo, dentre eles (PAIXÃO, 2016): Memorial descritivo residencial. Memorial descritivo comercial. Memorial descritivo de unificação. Memorial descritivo de desmembramento entre outros. 32 Segundo o FNDE (2012), qualquer erro que houver e que não esteja conforme o memorial descritivo, a empresa contratada será responsável pelos danos, defeitos ou avaria, quando uma vez que estes erros terão que ser refeitos e a mesma terá que arcar com todo o prejuízo. A empresa é responsável pelos seus funcionários ou qualquer pessoa que lhe prestar serviço, fazendo com que tudo esteja conforme o manual descritivo. Tendo em vista a segurança dos funcionários tem por obrigação evitar acidentes e possuir materiais de primeiros socorros caso haja necessidade. É obrigatório que a empresa contratada e seus funcionários cumpram todas as normas de segurança e higiene. Todos os itens necessários na obra são de exclusiva responsabilidade da empresa contratada onde responderá pelos materiais, manutenções, conferências, equipamentos (EPI’s e EPC’s), ferramentas, mesmo que estes não sejam de sua propriedade. Caso o contratante queira modificar algo do memorial descritivo terá que arcar com os gastos onde será feito o orçamento e apresentado ao solicitante (FNDE, 2012). 33 6 ESTUDO DE CASO 6.1 Estudo Planialtimétrico Para o alcance do objetivo deste trabalho, primeiro realizou-se o levantamento planialtimétrico de uma área localizada no estacionamento da Universidade Paulista de Campinas do Campus Swift. Esta área encontra-se paralela à Rua Martinho Calsavara (APÊNDICE A). Diante disto, com a Estação Total localizada no meio da área escolhida, colocaram-se os piquetes nos vértices e os enumerou de 1 a 10 (APÊNDICE B), e dividiu-se o polígono em áreas menores através do método de triangulação (APÊNDICE C). Por meio do software AutoCAD, descobriu-se os ângulos (APÊNDICE D) e as medidas de cada triângulo (APÊNDICE E). De acordo com Pastana (2010) o cálculo da área é realizado através da Equação do Semi-perímetro (6.1) e da Equação da Área (6.2): S = a + b + c 2 (6.1) A = √S ∙ (S - a) ∙ (S - b) ∙ (S - c) (6.2) Onde: A = área de um triângulo qualquer (m²); S = semi-perímetro (m); a, b, c: lados de um triângulo qualquer (em ordem crescente). Para o triângulo A, paralelo à Rua Martinho Calsavara, tem-se o Apêndice F. Substituindo os valores na Equação (6.1): SA = 35,22 + 71,97 + 96,93 2 SA = 102,06 m 34 Aplicando o resultado do SA na Equação (6.2): AA = √102,06 ∙ (102,06 - 35,22) ∙ (102,06 - 71,97) ∙ (102,06 - 96,93) AA = 1.026,161648 m 2 Para o triângulo B, tem-se o Apêndice G. Substituindo os valores na Equação (6.1): SB = 35,22 + 42,94 + 52,77 2 SB = 65,47 m Aplicando o resultado do SB na Equação (6.2): AB = √65,47 ∙ (65,47 - 35,22) ∙ (65,47 - 42,94) ∙ (65,47 - 52,77) AB = 752,454308 m 2 Para o triângulo C, tem-se o Apêndice H: Substituindo os valores na Equação (6.1): SC = 42,94 + 60,08 + 96,50 2 SC = 99,76 m Aplicando o resultado do SC na Equação (6.2): AC = √99,76 ∙ (99,76 - 42,94) ∙ (99,76 - 60,08) ∙ (99,76 - 96,50) AC = 856,295115 m 2 35 Para o triângulo D, tem-se o Apêndice I: Substituindo os valores na Equação (6.1): SD = 39,88 + 92,76 + 96,50 2 SD = 114,57 m Aplicando o resultado do SD na Equação (6.2): AD = √114,57 ∙ (114,57 - 39,88) ∙ (114,57 - 92,76) ∙ (114,57 - 96,50) AD = 1.836,426687 m 2 Para o triângulo E, tem-se o Apêndice J: Substituindo os valores na Equação (6.1): SE = 17,74 + 92,76 + 96,50 2 SE = 103,50 m Aplicando o resultado do SE na Equação (6.2): AE = √103,50 ∙ (103,50 - 17,74) ∙ (103,50 - 92,76) ∙ (103,50 - 96,50) AE = 816,890267 m 2 Para o triângulo F, tem-se o Apêndice K: Substituindo os valores na Equação (6.1): SF = 45,26 + 54,91 + 96,50 2 36 SF = 98,34 m Aplicando o resultado do SF na Equação (6.2): AF = √98,34 ∙ (98,34 - 45,26) ∙ (98,34 - 54,91) ∙ (98,34 - 96,50) AF = 644,892031 m 2 Para o triângulo G, tem-se o Apêndice L: Substituindo os valores na Equação (6.1): SG = 29,33 + 53,80 + 54,91 2 SG = 69,02 m Aplicando o resultado do SG na Equação (6.2): AG = √69,02 ∙ (69,02 - 29,33) ∙ (69,02 - 53,80) ∙ (69,02 - 54,91) AG = 767,006174 m 2 Para o triângulo H, tem-se o Apêndice M: Substituindo os valores na Equação (6.1): SH = 29,33 + 85,77 + 96,93 2 SH = 106,02 m Aplicando o resultado do SH na Equação (6.2): AH = √106,02 ∙ (106,02 - 29,33) ∙ (106,02 - 85,77) ∙ (106,02 - 96,93) 37 AH = 1.222,813504 m 2 Para o triângulo I, tem-se o Apêndice N: Substituindo os valores na Equação (6.1): SI = 16,01 + 93,53 + 96,93 2 SI = 103,24 m Aplicando o resultado do SI na Equação (6.2): AI = √103,24 ∙ (103,24 - 16,01) ∙ (103,24 - 93,53) ∙ (103,24 - 96,93) AI = 742,291155 m 2 Para o triângulo J, tem-se o Apêndice O: Substituindo os valores na Equação (6.1): SJ = 40,44 + 93,53 + 96,93 2 SJ = 115,45 m Aplicando o resultado do SJ na Equação (6.2): AJ = √115,45 ∙ (115,45 - 40,44) ∙ (115,45 - 93,53) ∙ (115,45 - 96,93) AJ = 1.874,982927 m 2 Após o cálculo de todas as áreas separadas, pode-se chegar à área total como será mostrado a seguir (TABELA 2): 38 TABELA 2 – Área total TRIÂNGULO MEDIDAS (m) S (m) A (m²) a b c A 35,22 71,97 96,93 102,06 1.026,161648 B 35,22 42,94 52,77 65,47 752,454308 C 42,94 60,08 96,50 99,76 856,295115 D 39,88 92,76 96,50 114,57 1.836,426687 E 17,74 92,76 96,50 103,50 816,890267 F 45,26 54,91 96,50 98,34 644,892031 G 29,33 53,80 54,91 69,02 767,006174 H 29,33 85,77 96,93 106,02 1.222,813504 I 16,01 93,53 96,93 103,24 742,291155 J 40,44 93,53 96,93 115,45 1.874,982927 Total = 10.540,213816 Fonte: Próprio autor (2017). A partir do cálculo da área total, se obteve as curvas de nível da área escolhida por meio do software Global Mapper (FIGURA 14). FIGURA 14 – Curvas de nível Fonte: Próprio autor (2017). Com isto, se torna de fácil visualização o escoamento natural da água, que, neste caso, escoa tanto para a direção da Rua Martinho Calsavara quanto para o interior da área escolhida. Pela curva de nível, realizou-se um corte transversal na área, possuindo como base a cota 730 metros (APÊNDICE P). 39 Para um melhor entendimento e análise para a solução do escoamento superficial de água, analisou-se a atual situação do terreno, como será mostrado nas figuras a seguir: FIGURA 15 – Vista paralela à rua Fonte: Próprio autor (2017). FIGURA 16 – Vista para a rua Fonte: Próprio autor (2017). FIGURA 17 – Vista aérea Fonte: Próprio autor (2017). FIGURA 18 – Buracos Fonte: Próprio autor (2017). Como um meio viável e simples para solucionar a drenagem superficial ali existente, é executar o novo pavimento com caimento para o fundo da área escolhida, aterrando locais onde necessário e instalar uma canaleta de concreto com grelha no fundo do terreno, de forma que escoe toda a água através do mesmo. 40 6.2 Memorial Descritivo para piso de concretoComo visto no tópico 5 para início de qualquer construção civil é necessário ter um memorial que especifique as formas de execução e os tipos de materiais para aplicação. Abaixo segue memorial descritivo para execução de um piso de concreto no estacionamento da Universidade Paulista de Campinas no Campus Swift: DESCRIÇÃO DO LOCAL O pavimento a ser construído encontra-se paralelo à Rua Martinho Calsavara, no interior do estacionamento de veículos da Universidade Paulista do Campus Swift. TERRAPLANAGEM Limpeza do terreno e destocamento; carga e transporte do material de limpeza para depósito de material excedente; escavação de solo em jazida; carga e transporte do material escavado; execução de aterro compactado a 95% do ensaio de Proctor Normal e no último metro a 100% do ensaio de Proctor Normal. O terreno deverá ser limpo e devidamente preparado para o serviço de terraplanagem e posterior marcação da obra, não sendo aceitas quaisquer alterações nas medidas de projeto. Após o movimento de terra a obra deverá ser demarcada com a máxima precisão possível não sendo aceita qualquer alteração de medidas, caso se faça necessário, deverá ser comunicado ao responsável pela obra. Todo e qualquer entulho deverá ser removido antes do início da obra. Deverá ser instalada uma placa de obra nos padrões fornecidos pela Secretaria de Obras da cidade de Campinas, fixada em estrutura de madeira. A obra deverá ser isolada com tapume de chapa de madeira compensado (e = 10mm), de forma a evitar o acesso de pessoas não autorizadas no local. 41 CANTEIRO DE OBRAS A área proposta para instalação do canteiro de obras, além dos licenciamentos legais, deverá ser aprovada pela empresa contratante e de acordo com a NR-18 Portaria nº 4 de 04/07/95. A contratada também deverá submeter à aprovação da contratante o “lay-out” do canteiro com as instalações de apoio como escritórios, sanitários, almoxarifado, refeitório, bem como a central de armação, central de carpintaria, e demais instalações, se houver. PAVIMENTAÇÃO Para a implantação de um piso de concreto, está prevista a execução de um pavimento rígido, conforme Apêndices Q, R, S e T. Para este tipo de pavimento foi determinada a seguinte estrutura: Placa de concreto armada com tela soldada Q-196, a qual deverá ter uma distância de 5,0 cm de qualquer junta ou bordo livre do pavimento e 8,0 cm da superfície. A placa terá uma espessura de 20,0 cm e deverá apresentar resistência à compressão simples axial fck > 30 MPa, resistência à tração na flexão fck > 4,50 MPa Consumo mínimo de cimento de 350 kg/m³. Diâmetro máximo de agregado de 42,5 mm e relação água/cimento < 0,45. A cura do concreto recém-adensado deverá ser feita com cura química de pigmentação branca. Sob a placa de concreto será executado o concreto compactado com rolo (CCR) com espessura de 10,0 cm, sobreposta a uma camada de brita graduada simples (BGS) de 12,0 cm. O CCR deverá apresentar resistência à compressão aos 7 dias igual a 5,0 MPa, consumo de cimento superior a 100 kg/m³, grau de compactação de 100% na energia modificada. A cura deverá ser realizada por meio da aplicação de imprimação betuminosa ligante – RR-2C. 42 LIMPEZA FINAL DA OBRA A obra deverá ser entregue totalmente limpa. Deverá ser removido todo o entulho, sendo cuidadosamente limpas e varridas as áreas onde foram executados os serviços durante a realização da obra. Todo o entulho retirado da obra deverá ser transportado até a caixa de remoção (caçamba). 43 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS Para a realização deste trabalho, pesquisou-se inicialmente, referências bibliográficas de grandes autores que servissem como uma boa introdução ao tema abordado, desde drenagem urbana até os materiais componentes do concreto. Por se tratar de um assunto bastante amplo, o grupo teve de filtrar os resultados obtidos nas pesquisas que focassem na confecção de um piso de concreto para pátio de estacionamento. Com a utilização de softwares como Google Earth, AutoCAD e Global Mapper, o progresso do trabalho foi realizado de forma compreensível e completa, dando uma clara visão do que se queria alcançar e, desenvolveu-se de acordo com o esperado pelo grupo, com tempo hábil para pesquisas, análises e estudos. Em relação ao memorial descritivo, o local foi propício para o aprimoramento do mesmo, possível de desenvolver de acordo com as instruções dadas em aula e de fácil compreensão. Já para a topografia, os dados foram conclusivos permitindo provar que o escoamento natural da água se dá tanto para a rua quanto para o interior da área escolhida, deixando uma sugestão para que se aterrasse o pavimento, deixando-o com caída para o fundo. A princípio foi decidido que seria feita a topografia de uma área poligonal – como foi estudado em sala de aula –, pequena em relação à área total do estacionamento. Posteriormente, julgou-se mais adequado, de acordo com os professores, que o estudo fosse feito com uma área maior e retangular. Houve certa preocupação com o prazo de entrega do trabalho no momento em que se desenrolou as alterações nas orientações sobre a área a ser estudada. Neste momento o estudo de caso foi totalmente refeito, porém, sem grandes dificuldades, uma vez que esta etapa já havia sido realizada com outros valores, ângulos e medidas. E, desta maneira, o trabalho foi realizado dentro do prazo exigido. Com base no que foi estudado em sala e nas orientações recebidas, sugere- se que nos próximos trabalhos seja usada a área total do estacionamento, para que se tenha uma área poligonal grande o suficiente para se observar com clareza as curvas de nível do local, além de permitir que seja demonstrado com maior eficácia o escoamento natural de água superficial no pavimento. Por fim, considera-se viável executar um piso de concreto no estacionamento da Universidade Paulista, uma vez 44 que, beneficiaria a todos os estudantes que usam do pátio para estacionar seus veículos e reduziria a zero o risco de acidentes por causa de buracos. 45 REFERÊNCIAS ABCP – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND. Quais são os tipos de cimento portland?. 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