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DIREITO CIVIL – RESPONSABILIDADE CIVIL – RESUMO 1. INTRODUÇÃO A. Funções da Resp. Civil: Todo prejuízo deve ser indenizado – retornar ao estado anterior do prejuízo. Serve como sanção civil, de natureza compensatória. B. Evolução, Fonte e Fundamento I. Em um primeiro momento, tínhamos a VINGANÇA PRIVADA, onde os homens faziam justiça com suas próprias mãos. Sem atividade do Estado, sem analise de culpa e sem limites. II. Da vingança privada, surgiu o CÓDIGO DE HAMURABI (1780 a.c), ou também chamada de Lei de Talião, na qual os homens, agora, continuavam a prática da vingança privada, porém, baseados na Lei do Talião, que passava a limitar essa vingança. Com atividade do Estado, sem analise de culpa e limitada. III. Surgiu, a LEI DAS XII TÁBUAS (450 a.c) - SEM análise da culpa; COM a presença do Estado; acordo voluntário. IV - Lex Aquilia de Damno (286 a.C.) - Surge RESP. SUBJETIVA - com base na culpa LATO SENSU – Presumida (que independe de prova). V - Direito Francês (1804) - Resp. Subjetiva como regra; princípios gerais de responsabilidade civil – Conduta do agente, culpa lato sensu (independe de prova – presumida), Dano e Nexo de Causalidade. VI - 2ª Revolução Industrial (1867) - Responsabilidade Civil Objetiva (Teoria do Risco) = SEM análise da CULPA = "quem aufere os cômodos (lucros) deve suportar os incômodos (ou riscos)". NO BRASIL I - CC/16 - Art. 159 (prova da CULPA). Decreto-lei 2.681/1912 (anterior ao CC/16) - subjetiva por culpa presumida no transporte ferroviário. II - CC/02 - Regra: Responsabilidade Subjetiva (186 e 927); NECESSITA DE CULPA - Exceção: Responsabilidade Objetiva - prevista na lei (CF/88, CDC, CBA, CC/02) ou pela cláusula geral do parágrafo único do art. 927. INDEPENDE DE CULPA III - Teoria do dano objetivo (Carlos Roberto Gonçalves) ou Responsabilidade pressuposta (Giselda Maria Fernandes Novaes Hironaka) = 1º repara-se a vítima; 2º ver de quem foi a culpa ou quem assumiu o risco (Base na CF: DPH). FONTE I. Direito das Obrigações: Regra: culpa presumida do inadimplente - Responsabilidade contratual. II. Dever Legal: Atos ilícitos e Atos lícitos (ex.: estado de necessidade (188, II); passagem forçada (1.285) – Responsabilidade extracontratual ou aquiliana. FINALIDADE Finalidade reparatória (restitutio in integrum) Finalidade preventiva/educativa (neminem laedere) Finalidade punitiva (punitive damages) – não admitida. 1.2 DA OBRIGAÇÃO E DA RESPONSABILIDADE Na relação obrigacional há 02 momentos distintos: o do débito/obrigação (SCHULD), consistindo na obrigação de realizar a prestação e dependente de ação ou omissão do devedor, e o da responsabilidade (HAFTUNG), e que se faculta ao credor atacar e executar o patrimônio do devedor a fim de obter o pagamento devido ou a indenização pelos prejuízos causados em virtude do inadimplemento da obrigação originária na forma previamente estabelecida. Obrigação sem responsabilidade? Dívidas de jogo e dívidas prescritas. Responsabilidade sem obrigação? Fiador. 1.3 DEVER JURIDICO ORIGINÁRIO E SECUNDÁRIO Na responsabilidade civil extracontratual, descumprido o dever jurídico originário (obrigação de não lesar a outrem), nasce o dever jurídico secundário ou sucessivo (obrigação/responsabilidade de indenizar). 1.4 CONCEITO A responsabilidade civil é um dever jurídico sucessivo que surge para recompor o dano decorrente da violação de um dever jurídico originário (de não causar prejuízo a outrem). Alcance: Na parte geral: art. 186 (resp. sub - culpa e dolo), 187 (resp. obj - abuso de direto - finalistico). Na parte especial: art. 389, 395 e 399: regra básica da responsabilidade contratual em dois capítulos: obrigação de indenizar e indenização; e sob o título Responsabilidade Civil (arts 927 e ss). 2. ESPÉCIES DE RESPONSABILIDADE 2.1) RESPONSABILIDADE MORAL, CIVIL E PENAL RESP. MORAL ou religiosa: atua no campo da consciência individual. RESP. JURÍDICA (civil ou penal): descumprimento de um dever jurídico que acarrete dano ao indivíduo ou à coletividade. RESPONSABILIDADE PENAL x CIVIL Infração a Norma de direito publico Norma de direito privado Interesse Lesado Sociedade Particular Finalidade Repressiva/Punitiva Compensatória/Reparatória Responsabilidade Pessoal/Intransferível Transferível (R.C Indireta) Adequação Tipicidade (mesmo s/ dono) Qualquer ação/omissão DANOSA Imputabilidade Capazes Atinge incapazes (R.C Mitigada) Consequência Priv. de Liberdade Atinge apenas o patrimônio INDEPENDENCIA RELATIVA ENTRE JUIZOS CIVEL E CRIMINAL Art. 935, CC: A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal. Enunciado 45, CJF. CUIDADO!!! Réu Absolvido: CPP, art. 386 = Causas de Absolvição I – inexistência do fato - exclui a RC. II a VI – pode haver RC. CP, art. 23 = Exclusão de Ilicitude I – Estado de necessidade (ação) – 188, II, CC – ato LÍCITO que pode gerar dever de indenizar. Estado de necessidade defensivo: exclui a RC. Estado de necessidade agressivo: NÃO exclui a RC. II – Legítima defesa (reação) – 188, I e 1210, §1º e 25, CP * Contra o agressor (não há dever de indenizar) * Contra 3º atingido em seus bens (há dever de indenizar, mas dispõe de ação regressiva) * Putativa (art. 20, § 1º, CP) – há dever de indenizar * Com excesso: indenização proporcional. III – Estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito – indenização por abuso de direito (ex.: legítima defesa da posse ou desforço imediato) CP, art. 91 = EFEITO DA CONDENAÇÃO - torna certa a obrigação de indenizar. NCPC, art. 515 = Sent. condenatória é título executivo judicial CPP, art. 387, IV = Juiz criminal fixará o valor MÍNIMO (2008). CPP, art. 64 = Juiz cível poderá suspender o curso da ação civil. ESPÉCIES DE RESPONSABILIDADE CIVIL I. Quanto ao fator gerador/fonte: CONTRATUAL EXTRACONTRATUAL Art. 389 e ss. Arts. 186, 187 e 927, CC Inadimplencia Dever Geral Legal Norma jurídica individual Norma jurídica geral Culpa presumida Onus de provar é do autor Capacidade restrita Capacidade ampla Culpa não alcança extremos Alcança a culpa levíssima II. Quanto ao agente a) Responsabilidade direta: ato do próprio responsável; b) Responsabilidade indireta: provém de ato de terceiro, vinculado ao agente ou de fato de animal ou coisa inanimada sob sua guarda. III. Quanto ao seu fundamento a) Responsabilidade subjetiva: base na culpa lato sensu (culpa ou dolo). Aqui se insere a culpa presumida. b) Responsabilidade objetiva: PRESCINDE DE CULPA: AÇÃO OU OMISSÃO + DANO + NEXO DE CAUSALIDADE 2.2 RESPONSABILIDADE SUBJETIVA CC/16 = Ato ilícito clássico ou Dano – Responsabilidade Subjetiva CC/02 = 02 BASES: Ato ilícito clássico (186) – Resp. Subjetiva A responsabilidade será subjetiva quando se ampara na ideia de CULPA (inserindo-se a culpa presumida). Ato Ilícito/ANTIJURÍDICO (art. 186) = Lesão de direitos + DANO. Abuso de direito (187) – Resp. Objetiva “O abuso de direito é equiparado ao ato ilícito e trata-se de ação ou omissão que fere direitos subjetivos privados, estando em desacordo com a ORDEM JURÍDICA e com a intenção de prejudicar outrem” Origem na doutrina do abuso de direito: Idade Média (Teoria dos atos emulativos) = relativização do direito subjetivo de propriedade. Leading Case (1912) = Clément x Bayard Equiparado ao ato ilícito (ou às suas consequências): ação ou omissão que fere direitos subjetivos privados, estando em desacordo com a ordem jurídica. Ato LÍCITO pelo conteúdo (INSTITUIÇÃO, não há violação formal a direito), mas ILÍCITO pelas consequências (extrapola os limites impostos pelo ordenamento jurídico para o seu EXERCÍCIO). Ilicito típicos: contrário as regras (ilegalidades);Iliticos atípicos: contrários aos princípios (ilegitimidade) – En. 414, J.D.C Caracterizado como um EXERCÍCIO IRREGULAR DE DIREITOS, em que o titular de um direito, ao exercê-lo, excede os limites impostos: 1) fim social (socialidade) – Ex. STJ – corte de energia por 87 centavos. 2) fim econômico – Ex. Sum. 596, STF. 3) boa-fé (eticidade) – Art. 62, § único da Lei de Locações. 4) bons costumes (ex.: farra do boi em SC - STF incons/1998); Vaquejada no CE - STF incons/06.10.2016 e Enunciado 413, CJF). En. 37, J.D.C – independe de culpa e fundamenta-se no critério objetivo-finalística (resp. objetiva). Portanto, há dever de indenizar pelo simples fato de violar um dever jurídico. En. 539, J.D.C – Independe de dano. Art. 187, CC: clausula geral a ser preendida pelo juiz caso a caso. Natureza Jurídica Mista: entre o ato litico (PERMITIDO) e ato ilícito (PROIBIDO). Assim, nem tudo que não é proibido, é permitido. Exemplos: Abuso de direito de propriedade, no CDC, no Direito do Trabalho, Direito Processual, Direito Eletronico/Digital – Spam. 2.3 RESPONSABILIDADE OBJETIVA (independe de CULPA) – Art. 927, § único – Exceção a regra. REGRA = Responsabilidade SUBJETIVA = 4 elementos: 1) Ação ou omissão 2) Culpa lato sensu 3) Dano ou prejuízo 4) Nexo causal/nexo de causalidade Excluentes: culpa exclusiva da vitima, culpa exclusiva de terceiro e caso fortuito ou força maior. Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária (ato doloso), negligência ou imprudência (culpa), violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. “ONDE HÁ CULPA, HÁ REPARAÇÃO!” A responsabilidade objetiva é exceção à regra. Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. No Brasil, a responsabilidade objetiva INDEPENDE DE CULPA (03 elementos): 1) Ação ou omissão 2) Dano ou prejuízo 3) Nexo causal/nexo de causalidade Exemplos: Arts. 936, 937, 938, 929, 930, 939, 940, 933, CF/88, CDC/90, meio ambiente, acidentes de trabalho. BASE NA TEORIA DO RISCO (do italiano risicare – ousar ou aventurar) – busca-se o responsável e não mais um mero culpado pelo dano. 1. Risco da Administração: Culpa administrativa ou culpa do serviço (faute du service): adotada nos casos de responsabilidade objetiva do Estado (art. 37, §6º, CF/88): As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. CC, art. 43. Att.: Teoria da Culpa Anônima do Estado ou da falta do serviço (OMISSÃO GENÉRICA) = STF e STJ = Resp. Subjetiva. 2. Risco Criado: Responsabilidade objetiva indireta do CC/02. Não há análise da culpa in vigilando, culpa in eligendo ou culpa in custodiendo (CC/16 – por ato próprio omissivo – culpa presumida) ou qualquer outra espécie de culpa. Art. 933 = ato de 3º = “... ainda que não haja culpa de sua parte, responderão...” Art. 936 = fato do animal, salvo culpa da vítima ou força maior ou En. 452 (culpa de terceiro). Art. 937 = fato da coisa (prédio em ruína) – En. 556. Art. 938 = fato da coisa (defenestramento) – En. 557. 3. Risco Proveito: Ocorre quando o risco decorre de uma atividade lucrativa. Ex.: Taxista (desde que ligado à atividade) – salvo motivo de força maior – art. 734, CC (Risco agravado) – Súmula 187, STF. Ex.: CDC (art. 12 a 25 = fato ou vício do produto ou do serviço) Ex.: Risco de desenvolvimento = empresa farmacêutica por novo produto no mercado ou que ainda esteja em fase de testes. 4. Risco da Atividade/Profissional: Ocorre quando a atividade desempenhada cria riscos a terceiros. 927: por lei ou por atividade de risco. Att.: Hoje a responsabilidade objetiva não advém apenas da lei, mas também da análise da atividade pelo julgador. ONDE HÁ LESÃO HÁ REPARAÇÃO! Risco da atividade + Dano + Nexo causal TJSP 2014. Danos morais. Publicação incorreta de resultado de loteria em jornal. Teoria do risco da atividade. Frustração. Indenização de R$ 15.000,00. En. 446 – interesse da sociedade; En. 447 - torcidas organizadas; En. 448 – mesmo sem defeito e não essencialmente perigosa. 5. Risco Integral: A teoria do risco integral funda-se em um regime jurídico diferenciado que não admite excludentes de responsabilidade. STJ: Dano ambiental (Lei n. 6.938/81, artigo 14, §1º - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade). Danos Nucleares CF/88, art. 21. Lei 6.453/77 - Art. 4, 6, 7, 8. Lei n. 10.744/2003 - Art. 1. 3. PRESSUPOSTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL 1) Ação ou omissão: Ato comissivo (atropela) e/ou omissivo (nega socorro) Para caracterizar omissão é necessário que exista um DEVER JURÍDICO, bem como a prova de que a conduta não foi praticada, ou seja, provar que, se a conduta fosse praticada, o dano poderia ter sido evitado. Ex.: irresponsabilidade do condomínio por furtos ou roubos de veículos em seu interior (não há dever legal, somente se de forma expressa na convenção ou de forma implícita - serviço específico de segurança). 2) Culpa lato sensu: DOLO: o agente quer a conduta e o resultado. CULPA: o agente quer a conduta, mas não o resultado. NEGLIGÊNCIA: culpa in omittendo (por omissão). IMPRUDÊNCIA: culpa in comittendo (por ação) IMPERÍCIA? : falta de técnica por ação ou omissão. Há responsabilidade civil por dolo ou culpa. Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, eqüitativamente, a indenização. I. Classificação da CULPA I – Quanto à origem: * contratual ou *extracontratual. II – Quanto à atuação do agente: * in comittendo (imprudência) ou *in omittendo (negligência ou imperícia) III – Quanto à sua presunção: * in vigilando ou *in eligendo ou *in custodiendo IV – Quanto ao grau de culpa – GRADAÇÃO DA CULPA * lata/grave/crassa = indenização integral, salvo culpa concorrente da vítima ou de 3º (art. 944 e 945). * Culpa leve/média/intermediária (pessoa de diligência comum) - sem atenção devida. * Culpa levíssima – evitável com atenção extraordinária. En. 46, En. 380, En. 459. 3) Dano ou prejuízo: Origem (latim) – damnum – lesão de natureza patrimonial ou moral. Atualmente, dano (causado pelo agente) e prejuízo (sofrido pela vítima) são termos equivalentes. Trata-se de elemento ESSENCIAL (o mais importante) à caracterização da responsabilidade (conditio sine qua non), diversamente da culpa. DANO É A LESÃO A UM BEM JURÍDICO (patrimonial ou moral). I. Espécies de DANOS A) DANO MORAL/PATRIMONIAL: São os que diminuem o acervo de bens materiais (corpóreos) de uma pessoa (natural, jurídica ou ente despersonalizado) – DANOS EMERGENTES (+), OU impedem o seu aumento – LUCROS CESSANTES (-) o que RAZOAVELMENTE deixou de ganhar, por prazo determinado – (CC, art. 402). Exemplo: 17.05.1992 – incêndio em posto de gasolina causado por caminhão tanque. Instâncias ordinárias = Danos emergentes e lucros cessantes até a atualidade. 2011 - há mais de 11 anos já havia alienado o posto. Lucros cessantes somente durante o período em que ficou impossibilitado de auferir lucros. STJ, REsp 1.110.417/MA, 2011. Também se excluem os DANOS HIPOTÉTICOS ou EVENTUAIS. Ex.: desapropriação; empreendimento imobiliário; expectativa de lucro; impossibilidade de indenização. Exemplo importante de LUCROS CESSANTES: Art. 948, CC. Há necessidade, para lucros cessantes, de comprovaçãode dependência econômica B) DANO MORAL/EXTRAPATRIMONIAL: É a lesão à dignidade da pessoa humana – direitos da personalidade (vida, integridade física, psíquica, liberdade, honra, bom nome etc DANO MATERIAL – ressarcimento, in (SEM) denização (DANO). DANO MORAL – reparação (parcial), compensação. Enunciado 550, CJF B.1) Classificação A. Dano moral em sentido próprio: dor, tristeza, sofrimento. Não obrigatoriamente. Enunciado 445, CJF Súmula. 227, STJ B. Dano moral em sentido impróprio/amplo/lato sensu: qualquer lesão a direito da personalidade (liberdade, opção sexual , religiosa etc). Ex.: revista e condução a distrito policial fora das situações permitidas pela lei. III. Necessidade ou não da prova Dano moral provado ou dano moral subjetivo: regra geral, ônus da prova ao autor. Dano moral objetivo ou presumido (in re ipsa): desnecessidade de prova. Ex.: morte de pessoa da família, perda de órgão ou parte do corpo (dano estético presumido), lesão a valores fundamentais protegidos pela CF (planos de saúde), protesto indevido de títulos, Súmula 388, STJ/2009 (A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral, independentemente de prova do prejuízo sofrido pela vítima). ATENÇÃO!!! Inscrição indevida do nome da pessoa no cadastro de inadimplentes (evolução): STJ = dano presumido (in re ipsa). Súmula 385, STJ (2009) = Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, NÃO cabe indenização por dano moral, quando preexistente inscrição, ressalvado o direito de cancelamento. Súmula criticada pela doutrina. IV. Quanto à pessoa atingida Dano moral direto: é aquele que atinge a própria pessoa, a sua honra subjetiva (autoestima) ou objetiva (repercussão social da honra). Dano moral indireto, reflexos ou por ricochete: é aquele que atinge terceiro de forma reflexa (ex.: morte de alguém da família). Lesados indiretos. Ex.: Caso Balsa Guarujá-Santos (acidente em 12.05.1993). 4) Nexo causal/nexo de causalidade: Constitui o elemento imaterial ou virtual da responsabilidade civil, constituindo a relação de causa e efeito entre a conduta culposa e o dano suportado por alguém. A responsabilidade civil, MESMO OBJETIVA, não pode existir sem a relação de causalidade entre o dano e a conduta do agente. I. Teorias do Nexo de Causalidade A) TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DAS CONDIÇÕES ou TEORIA DA CONDITIO SINE QUA NON: todos os fatos relativos ao evento danoso geram a responsabilidade civil. As diversas causas se equivaleriam. B) TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA: é aquela pela qual se deve identificar, na presença de uma possível causa, aquela que, DE FORMA POTENCIAL/PROVÁVEL, gerou o evento danoso. Estabelecido que várias condições concorreram para o resultado, é necessário verificar qual foi a mais adequada, determinante para a ocorrência do resultado. C) TEORIA DO DANO DIRETO E IMEDIATO ou da causa próxima ou da interrupção do nexo causal: das várias condições que atuaram, sucessivamente, para a realização do prejuízo, a causa deste seria a última, da qual dependeu diretamente (Cada agente responde somente pelos danos que resultam direta e imediatamente de sua conduta). Qual foi a teoria adotada pelo CC/02? Carlos Roberto Gonçalves = Dano direto e imediato (Art. 403, CC: Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direito e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual) Flávio Tartuce = Causalidade adequada (Enunciado 47, CJF – Art. 945: o artigo 945 do Código Civil, que não encontra correspondente no Código Civil de 1916, não exclui a aplicação da teoria da causalidade adequada) Jurisprudência = sem critério uniforme. II. Teoria das CONCAUSAS 1) Concausalidade ordinária, conjunta ou comum – ocorre quando duas ou mais pessoas, de forma relevante, contribuem para o dano (tenham ou não atuado em conjunto). Há responsabilidade solidária (942, CC). 2) Concausalidade acumulativa = conduta de duas ou mais pessoas, independentes entre si, que acarretam prejuízo = responsabilidade na proporção da culpa. 3) Concausalidade alternativa ou disjuntiva = duas ou mais condutas, mas somente uma delas foi relevante para a ocorrência do dano.
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