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A Era Das Revoluções

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A Era Das Revoluções (1789-1848)” discute, em suma, as transformações ocorridas no continente europeu, sobretudo, após o desencadeamento da “Dupla revolução”, termo que Hobsbawn faz uso ao referir -se à Revolução Industrial na Grã-Bretanha e à Revolução Francesa, ambas ocorridas na segunda metade do século
próprio historiador, que julga que o século em questão extrapolou a rigidez dos anos, tendo iniciado em 1789 (com a consolidação e ampliação da Revolução Industrial e com a Queda da Bastilha, evento que tradicionalmente se atribui ao início da Revolução Francesa) e encerrado em 1914, com o advento da Primeira Grande Guerra
discussão empreendida; igualmente o é a importância da produção agrária da época e dos trabalhadores que ali viviam. Destaca-se o trabalho dos fisiocratas, que atribuíram à terra grande importância, ligando a posse dessa à grande riqueza. Ao tratar dos trabalhadores do campo, Hobsbawm detém-se com especial atenção, sobre o trabalhador rural, discorrendo sobre suas condições e ainda indo além, tratando do êxodo rural provocado pela crescente industrialização e pelas leis decercamento, que priorizaram a produção de lã caprina como fonte para a indústria têxtil; esse ramo em específico foi, junto com o ferro e o carvão, força motriz naprimeira fase da industrialização. Hobsbawm também opõe a produção agrária,lenta, com o comércio e a indústria, que movimentam a economia de forma mais ágile volumosa.
No segundo capítulo (“A Revolução Industrial”), Hobsbawm trata do
movimento propriamente dito, traçando como o movimento origina-se na Inglaterra,cresce, e depois expande-se para o restante da Europa. Quanto à origem da revolução, diz:a certa altura da década de 1780, e pela primeira vez na história da humanidade, foram retirados os grilhões do poder produtivo das sociedades humanas, que daí em diante se tornaram capazes de multiplicação rápida, constante, e até o presente ilimitada, de homens, mercadorias e serviços.(Hobsbawm: 2015, p. 59).Essa nova revolução trouxe significativas e indeléveis mudanças. Das mais significativas ilustradas pelo autor, pode-se citar o surgimento de uma nova classe social, o operariado, ou proletariado. Na década de 1840, essa classe assume grande visibilidade, não como prestigiada, mas como problemática às políticas governamentais. Inclusive, o Manifesto do Partido Comunista de Karl Marx e Friedrich Engels foi publicado na época, em 1848, dando resposta ao tratamento dado aos homens e mulheres que trabalhavam nas fábricas, lançando as bases e tornando mais organizada e sistemática a luta do proletariado por condições mais dignas de vida. Ainda nesse capítulo, é salutar ressaltar como a Inglaterra estava adiante das demais nações da época, o que lhe permitiu tal desenvolvimento industrial. O que acontecera na França em 1789, por exemplo, da derrubada do Antigo Regime e do absolutismo, e da instauração de um poder não absoluto, com a Monarquia Constitucional, já ocorrera na Inglaterra mais de um século antes.

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