ASSOCIAÇÃO DE ANTIBIOTICOS AO USO DE ANTICONCEPCIONAIS

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ASSOCIAÇÃO DE ANTIBIOTICOS AO USO DE ANTICONCEPCIONAIS
INTRODUÇÃO
O uso medicamentoso para anticoncepção começou há muitos anos. 
Mas somente em 1928, a progesterona foi identificado por Córner e Allen em observações clínicas.
Algum tempo depois, Doisy identificou outro hormônio, o estrógeno, no desenvolvimento sexual e na fertilidade em ratas. 
Essas observações clínicas serviram como início para outros estudos que resultaram no emprego desses esteroides para o controle da fertilidade humana. 
Indicação e Mecanismo de ação dos anticoncepcionais 
A principal indicação do uso dos contraceptivos orais (CO) está associada ao controle da natalidade. Admite-se que cerca de 60 milhões de mulheres, em todo o mundo, utilizam-se dos CO combinados como método de anticoncepção.
Esse mecanismo ocorre através da supressão dos fatores hipotalâmicos de liberação (FSH-hormônio folículo estimulante; LH-hormônio luteinizante)
Provocando uma deficiência na secreção dos hormônios FSH e LH, impedindo o crescimento dos folículos ovarianos 
INDICAÇÕES
Os CO à base de estrógeno também são administrados para correção de hipoplasia uterina e dismenorreia, esterilidade, vaginite infantil e senil, hemorragia disfuncional entre outras alterações.
Já os CO de progesterona apresentam indicação no tratamento de carcinoma de corpo do útero e de mama, esterilidade, disfunção menstrual, tensão pré-menstrual, tensão menstrual, frequentemente amenorreia, controle do ciclo menstrual, endometriose, displasia mamaria, puberdade precoce verdadeira e acne
 USO DE ANTIBIOTICOS E ANTICONCEPCIONAIS 
Os antibióticos são drogas cada vez mais prescritas pela classe odontológica. Exigindo conhecimento e advertência a paciente que irá administrar o ANTIBIOTICO (AB) e CO concomitantemente.
A taxa de insucesso dos contraceptivos orais combinados, independentemente do uso com outros fármacos, é de 1%, quando administrados de forma regular e adequada.
No ano de 1971, ocorreu o primeiro relato de fracasso dos CO referente a administração da Rifampicina, antibiótico de amplo espectro, utilizado no tratamento da tuberculose.
INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA
As bases farmacológicas da interação dos antibióticos constituem uma variedade de possíveis mecanismos
Pode-se citar o aumento da excreção urinária ou fecal do CO, pela redução da flora intestinal bacteriana causada pelos antibióticos, o que resultaria em diarréia antibiótico-induzida.
Uma segunda possibilidade admite que ocorra uma supressão pelas bactérias que hidrolisam o conjugado do Etinil Estradiol (estrógeno), impedindo a recirculação entero hepática desse componente.
Essa interação medicamentosa é classificada como do tipo Farmacocinética, pois uma droga, o antibiótico, atua interferindo na biotransformação de uma outra droga, o CO, alterando a sua efetividade
Nas séries estudadas, observou-se ser a Rifampicina, o fármaco responsável pelo maior número de casos de interação com os anticoncepcionais, seguido da Amoxicilina, Ampicilina, Fluconazol, Metronidazol e Tetraciclina. Esses últimos fazem parte de uma categoria com pouco relato de interação.
Um terceiro grupo de fármacos tem sido descrito 
Cefalexina, Clindamicina, Clotrimazol, Dapsona, Doxicilina, Eritromicina, Griseofulvina, Isoniazida, Cetoconazol, Minociclina, Trimetropim, Fenoximetilpenicilina
porém são raros os casos encontrados, e quando ocorrem, são casos isolados.
Sugere-se que a Rifampicina reduz a eficácia do CO pela estimulação da degradação hepática do CO. 
Um dos efeitos adversos do Metronidazol é a indução de diarréia. Essa condição pode reduzir as concentrações séricas do CO
CONCLUSÃO
Embora a Rifampicina seja a única droga de interação comprovada cientificamente, outros antibióticos utilizados na prática odontológica foram citados em muitos estudos, por apresentarem comportamento farmacológico de interação com os CO.
Diante dessa possibilidade, caso seja necessário o uso de terapia combinada, recomenda-se uso de anticoncepcional com conteúdo de estrógeno mais alto (> 35mg de etinil-estradiol), ou uso de outros métodos contraceptivos, como camisinha, diafragma e espermicida.