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A HISTÓRIA DA DIDÁTICA NO BRASIL
Elucidaremos algumas perspectivas sobre a Historia da Didática e como ela se desenvolveu no Brasil nesses 500 anos de História. Para tal abordagem usaremos o texto da professora e doutora em educação Ilma Passos Alencastro Veiga. Também não deixaremos de explicitar alguns traços de Dermeval Saviani.
O processo de educação no Brasil sempre foi dualista. Neste sentido a Didática acompanhou certa dinamicidade dentro desse processo. Sendo que para entender a História Didática se fazem necessários duas abordagens: a primeira corresponde ao período que vai de 1549 até 1930; a segunda procura mostrar a trajetória da Didática a parti da década de 30 até os dias atuais.
De modo nenhum, a Didática evoluiu sozinha. Mas toda uma conjuntura favoreceu e influenciou sua dinamicidade na história, nisso apareceram aspectos socioeconômicos, políticos e educacionais envolvidos na sua evolução.
A descoberta do Novo Mundo causou espanto para Europa ocidental. O homem moderno pode comprovar a teoria heliocêntrica; de modo que a igreja, a grande detentora do poder, não ficou de fora dessa situação. Sendo assim, com o objetivo de expandir sua doutrina foi necessário criarem escolas de missionários que pudessem levar o “evangelho” aos novos irmãos, ou seja, os índios. Espalharam-se missionários por todo mundo, querendo mostrar tal doutrina aos cativos – os donos da terra. Para isso a Companhia de Jesus surgiu como forma de revitalizar a Igreja de Cristo. Assim, os jesuítas foram os principais educadores de todo o período colonial, atuando, aqui no Brasil, de 1549 a 1759; até serem expulsos por Marquês de Pombal.
Berkley já dizia que “saber é poder”; a Igreja como tal, sempre monopolizou o saber em suas mãos. A educação não era considerada um “valor social” tão importante. Foi se criando aos poucos essa consciência do poder da educação, paulatinamente o conhecimento passou a ser reservado não só aos religiosos, mas todos os cidadãos. Os grandes detentores desse ensinamento aqui no Brasil foram os jesuítas, onde oferecia educação, uma forma de evangelização que por trás transparecia um verdadeiro estado de colonização. O que ensinavam era apenas: catequese e doutrina aos povos indígenas; quem tinha oportunidades na verdade eram aqueles que faziam parte de certa elite, nisto aparecia a outra faceta da educação.
Todo plano de instrução era consubstanciado no ratio studiorum, cujo ideal era a formação do homem universal, humanista e cristão. Para Saviani isso caracterizava a visão essencialista do homem, ou seja, o homem constituído por uma essência universal e imutável.
Toda ação pedagógica era voltada para o dogmatismo, não dando abertura para o pensamento crítico dialético; privilegiava o exercício de memória, o estudo privado – onde se prescrevia o método do estudo, a matéria, o horário e etc. E de maneiras diversas se classificavam dentro de uma ótica tradicional de ensino. Nesta perspectiva pode se dizer que a metodologia de ensino era entendido como um conjunto de regras e normas prescritivas visando à orientação do ensino e estudo.
Não houve muita mudança sofrida em relação à educação pela sociedade colonial e durante o império e a república. Pois a reforma pombalina mudou apenas o caráter laical na formação enquanto tal. Na passagem para a república, o Estado passou assumir a laicização do ensino devido à igreja se separar do Estado. Apesar disso, o caráter dualista não deixa de predominar favorecendo a classe burguesa. Predominava na educação jesuíta o caráter didático apresentando unicamente a forma essencialista, tradicional e cristão-religioso.
 No período laical governado pelo Estado, pouca coisa mudou na educação, distinguia-se apenas o caráter religioso para o caráter não religioso. Que mudança na Didática! Pois mudou apenas a embalagem o produto e o conteúdo permaneceram o mesmo.
Durante a crise de 30 do século passado aconteceu um grande impacto na educação brasileira. A ajuda da conjuntura internacional levou o Brasil a uma nova fase na História da república. Aparece nesse período, a criação de muitas universidades priorizando um estudo metodológico.
A década de 1930 a 1945 é marcada pelo equilíbrio entre as influencias da concepção humanista tradicional (representada pelos católicos) e humanista moderno (representados pelos pioneiros da escola nova). Também durante esta época aconteceram alguns fatores tais como: Vargas constitui o Ministério de Educação e Saúde Pública. Em 1932 é lançado o manifesto dos pioneiros da escola nova; a criação da primeira universidade do Brasil e a inclusão da disciplina “metodologia do ensino secundário” nos cursos de licenciatura. Ademais, no chão brasileiro a escolanovismo aparece como novo paradigma para a educação, como conseqüência a Didática de modo nenhum estará fora desta prerrogativa.
 No período de 1945 a 1960 instauram-se novas idéias e a Didática também acompanhou essa ótica, isto é, estava atrelada ao liberalismo e ao pragmatismo. Essa forma de didática não considerava o contexto político social. Assim sendo, se proliferam outras formas de caráter renovador tecnicista da Didática na esteira do movimento escolanovista.
 No período pós 1964 vão aparecer alguns descaminhos didáticos. Nesta época estávamos em plena ditadura e o nosso sistema educacional era marcado pela influência de acordos MEC/USAID, que serviram de sustentáculos as reformas de ensino superior e posteriormente do ensino de 1º e 2º graus. Destarte, esse período foi marcado pela crise da pedagogia nova devido a forte articulação da tendência tecnicista assumida pelo grupo militar e tecnocrata. A didática infelizmente limitava-se no âmbito da tecnologia educacional, tendo com preocupação básica a eficácia e a eficiência do processo de ensino.
Além do mais, a partir da década de 70 surgiram as teorias crítico-reprodutivistas, que apesar de considerar a educação a partir de aspectos sociais, concluem que sua função primordial é a de reproduzir as condições vigentes. A Didática também se desembocou nesse discurso. Apesar disso, é questionada, e os movimentos em torno de sua revisão apontam outros rumos.
A partir da década de 80 surgem novas concepções dialéticas na filosofia da educação, valorizando o ser concreto e sua interação com o mundo. Nesta perspectiva, a educação não estava mais centrada no professor ou no aluno, mas na formação integral do homem. A Didática passou a ter uma importante contribuição no papel sóciopolítico da educação. É necessário a parti de então lutar pela democratização do saber e trabalhar no sentido de ir além dos métodos e técnicas, procurando associar escola-sociedade, teoria-prática, conteúdo-forma, técnico-politico, ensino-pesquisa, professor-aluno.
Nos dias atuais temos duas tendências em relação à Didática, à pós-moderna que declara o fim da dialética e a construtivista que esta sendo empregada na ordem do sistema da educação brasileira. Qual é a melhor? Não sei, vai depender da perspectiva do educador.
REFERÊNCIA:
SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia. São Paulo: Cortez, 1983. (Coleção: polemicas do nosso tempo).
VEIGA. Ilma Passos Alencastro. Repensando a Didática. São Paulo: Papirus, 1998.

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