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Requerimento Administrativo

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DIRETOR DO FÓRUM DA COMARCA DE BREJO SANTO – CE 
REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO 
ANTONIO RAIMUNDO DO NASCIMENTO, brasileiro, Auxiliar Judiciário Supervisor - Mat. 585, inscrito no CPF nº 740.129.673-04, vem, mui respeitosamente, perante V. Exa., requerer CONCESSÃO DE HORÁRIO ESPECIAL, pelas razões abaixo expostas:
1. DOS FATOS E DO DIREITO
O servidor é pai de ÍSIS MOREIRA NASCIMENTO, uma criança portadora de Síndrome de Ásperger – Transtorno do Espectro Autista, conforme documentação em anexo. Desse modo, a filha do servidor necessita de cuidados especiais, dentre os quais se pode citar a terapia fonoaudióloga e terapia ocupacional. Além disso, a criança necessita de maior atenção e dedicação dos pais ao longo de todo a rotina do infante.
Urge destacar, conforme documentação em anexo, que o servidor tem que se deslocar diversas vezes na semana para a cidade de Juazeiro do Norte, cidade em que realiza o acompanhamento médico e terapêutico de sua filha. Ora, da cidade onde trabalha, Brejo Santo, até a cidade de Juazeiro, o servidor percorre aproximadamente 146km para ir e voltar, com duração de duas horas e meia de viagem.
Cumpre destacar, Exa., que o Estado do Ceará até os dias de hoje não aprovou nenhuma lei em sentido estrito para conferir ao servidor público a redução de carga horária para acompanhamento do filho/dependente deficiente. Beira ao absurdo que tal situação ainda se encontre nesse estágio retrógrado e obsoleto. Diversas legislações estaduais já preveem tal garantia ao servidor há muitos anos, bem como a própria legislação federal, na Lei 8.112, conforme se lê a seguir:
Art. 98. Será concedido horário especial ao servidor estudante, quando comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar e o da repartição, sem prejuízo do exercício do cargo.
§ 1o Para efeito do disposto neste artigo, será exigida a compensação de horário no órgão ou entidade que tiver exercício, respeitada a duração semanal do trabalho.
§ 2o Também será concedido horário especial ao servidor portador de deficiência, quando comprovada a necessidade por junta médica oficial, independentemente de compensação de horário.
§ 3o As disposições constantes do § 2o são extensivas ao servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente com deficiência.
Tema de tamanha envergadura foi apenas tratado por meio de Portarias do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, que, por ser um ato normativo volátil, foram todas revogadas por instrumentos mais recentes que simplesmente não tratam do assunto.
Diante o vácuo legislativo e administrativo, busca-se o pleno exercício dos direitos sociais e individuais e a necessidade de integração social à pessoa portadora de deficiência dependente de terceiros, baseando-se no direito de proteção à família, às pessoas com deficiência, o direito à criança e o respeito ao princípio da dignidade da pessoa humana.
Tal assunto encontra-se disposto também na Convenção Internacional sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, aprovada pelo Congresso Nacional pelo Decreto Legislativo 186/2008. A aprovação do mencionado Decreto se deu em conformidade com o procedimento do Parágrafo 3o do artigo 5o da Constituição Federal. Uma vez equiparada à norma constitucional, a Convenção adquiriu primazia sobre a legislação infraconstitucional.
A Convenção Internacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência, aliás, prescreve que “em todas as ações relativas às crianças com deficiência, o superior interesse da criança receberá consideração primordial” (Art. 7º, 2). Na hipótese que se cuida, é oportuno advertir que o interesse do servidor é apenas mediato, pois é primordial a política pública voltada às pessoas com deficiência.
Os princípios que regem a Convenção visam propiciar às crianças a melhores oportunidades de desenvolvimento. A redução de jornada é uma adaptação razoável, termo utilizado pela Convenção e pela Lei Brasileira de Inclusão. Impedir a redução da jornada de trabalho do servidor cujo filho, cônjuge ou dependente com deficiência intelectual, mental ou sensorial é negar uma forma de adaptação razoável de que tais indivíduos dependem para serem inseridos na sociedade em igualdade de oportunidade.
Trazem-se à tela alguns processos que concederam a redução de não apenas duas horas, mas sim de 50% da carga horária. Nesse sentido, a Desembargadora Gilda Sigmaringa Seixas, quando do julgamento do Agravo de Instrumento 0010619-96.2015.4.01.0000/DF, reduziu a carga horária de um pai de uma criança diagnosticada no Transtorno do Espectro Autista em 50%. No mesmo sentido é recente decisão proferida pela 5a Vara Federal da Seção Judiciária de Brasília, quando nos autos 72656-47.2015.4.01.3400, garantiu a redução de 50% da jornada de trabalho de uma servidora pública federal da Controladoria Geral da União, beneficiando uma criança diagnosticada no Transtorno do Espectro Autista. 
Desse modo, o requerente, além de precisar acompanhar com maior atenção e cuidado o desenvolvimento de sua filha, ele reside e trabalha em cidade de interior do estado do Ceará. Assim, o servidor tem que realizar tratamento de sua filha na cidade de Juazeiro do Norte, pois em Brejo Santo não possui tratamento específico, o que demanda mais tempo e mais despesas.
Razoável, diante da necessidade das crianças que sejam os pais liberados de suas atividades por pelo menos 04 horas diárias. Tal constatação leva à conclusão de que a redução deveria ser realizada na proporção de 50% (cinquenta por cento) da jornada de trabalho, sem prejuízo dos vencimentos.
Como visto acima, não se trata de um percentual aleatório, fruto de alguma espécie de capricho. Reserva-se, assim, um dos turnos do dia para as atividades da criança.
Diante disso, conclui-se que é preciso avançar no sentido da plena inclusão, com o rompimento de paradigmas. É uma mudança de comportamento que hoje perpassa por uma atuação firme do Poder Judiciário.
2. DOS REQUERIMENTOS
Conforme exposto anteriormente, a carga horária de 09:00-12:00 e 13:00-18:00 é prejudicial à filha e à toda a família do requerente, razão pela qual requer a V. Exa. determinar que a jornada de trabalho do servidor Sr. Antônio Raimundo do Nascimento, Auxiliar Judiciário Supervisor - Mat. 585, de 08:00 às 12:00.
Nestes termos,
Pede e espera deferimento.
Fortaleza, 19 de julho de 2017.
ANTONIO RAIMUNDO DO NASCIMENTO
Auxiliar Judiciário - Mat. 585
Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado do Ceará
Rua Francisco Segundo da Costa, 97, Sala 2, Edson Queiroz
Caixa Postal 6683 - CEP 60811-650 – Fortaleza/CE
Fone/FAX: (85) 3218-1077 | (85) 9981-4361 | (85) 3273-4217
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