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Prova ComentadaPOLICIA.CIVIL.

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PROVA COMENTADA – DELEGADO PC-MG
Constitucional 
Questão 01
A Constituição é um conjunto sistemático e orgânico de normas que visam
concretizar os valores que correspondem a cada tipo de estrutura social.
Assim sendo, em sentido material, pode-se conceituar um texto
constitucional como:
a) um ato unilateral do Estado, cuja fonte tem origem na sua estrutura
organizacional, no seu sistema e na sua forma de governo.
b) um conjunto normativo, que visa regular os poderes do Estado,
incluindo sua formação, sua titularidade, seus meios de aquisição e seu
exercício.
c) um texto produzido exclusivamente por determinadas fontes
constitucionais, tendo por base preceitos legais, que lhe são anteriores. 
d) um conjunto de princípios que expressam concepções decorrentes de
valores morais, sociais, culturais e históricos, que asseguram os direitos
dos cidadãos e condicionam o exercício do poder.
Comentários 
Letra A: errada. A Constituição não é um ato unilateral do Estado. Ao
contrário, ela é fruto do trabalho do Poder Constituinte Originário, cuja
titularidade é do povo. 
Letra B: errada. Essa é uma visão limitada da Constituição em sentido
material, uma vez que menciona que apenas seriam materialmente
constitucionais as normas que versam sobre a organização dos Poderes. A
Constituição em sentido material é o conjunto de normas de conteúdo
tipicamente constitucional, ou seja, normas que versam sobre organização
do Estado, organização dos poderes e direitos fundamentais. 
Letra C: errada. A Constituição não tem por base preceitos legais que lhe são
anteriores. Ao contrário, o Poder Constituinte Originário (que elabora uma nova
Constituição) é incondicionado e juridicamente ilimitado. 
Letra D: correta. Essa é a melhor definição de Constituição em sentido material,
pois menciona que esta dispõe sobre “direitos dos cidadãos” e “exercício do
poder”. Trata-se de temas tipicamente constitucionais, que compõem a
Constituição material do Estado. 
O gabarito é a letra D. 
Questão 02
O “bloco de constitucionalidade” se constitui a partir de
a) princípios, normas escritas e não escritas, fundamentos relativos à
organização do Estado, direitos sociais e econômicos, direitos humanos
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PROVA COMENTADA – DELEGADO PC-MG
reconhecidos em tratados e convenções internacionais dos quais o país
seja signatário.
b) normas escritas, emendas constitucionais de lastro formal, direitos
fundamentais consagrados pela Constituição, de reconhecimento e
aplicação internos.
c) princípios não escritos, unidade, solidez, valoração de normas
constitucionais que podem ser desmembradas para melhor efetivação dos
direitos consagrados.
d) conteúdo específico das normas constitucionais e infraconstitucionais,
estabilidade, dinamicidade, dirigismo, garantismo, além de todas as
normas constitucionais de caráter programático.
Comentários
O “bloco de constitucionalidade” é o conjunto de normas que serve de
paradigma para o controle de constitucionalidade.
No Brasil, todas as normas constitucionais (escritas ou não escritas)
compõem o bloco de constitucionalidade, tenham elas a natureza de princípios
ou regras. 
Além disso, é possível destacar que o art. 5º, § 3º, CF/88, amplia o bloco de
constitucionalidade, alcançando também os tratados internacionais de
direitos humanos dos quais o Brasil é parte.
Art. 5º (...)
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos,
por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes
às emendas constitucionais.
O gabarito é a letra A.
Questão 03
Quanto à aplicação das normas constitucionais no tempo e no espaço,
pode-se considerar que:
I. o princípio da recepção é observado no momento da revisão
constitucional e da emenda à Constituição, enquanto que a conexão das
normas constitucionais com as normas conflitantes ocorre sempre que o
conflito entre elas se estabeleça no caso concreto. 
II. as disposições constitucionais passíveis de desconstitucionalização são
aquelas de natureza formal que não dispõem sobre a natureza material,
enquanto que na conexão as regras materiais terão sempre de ser
mediatizadas pelas regras de conflito. 
III. a revogação de normas constitucionais ocorre a partir da distinção
entre inconstitucionalidade originária e inconstitucionalidade superveniente,
3
PROVA COMENTADA – DELEGADO PC-MG
devendo ser aplicada tanto em situações advindas da Constituição nova
como também daquelas oriundas de uma revisão constitucional. 
IV. a derrogação do direito anterior se verifica sempre que a nova lei
contiver disposições de caráter formal e material que versem sobre
assuntos restritos à consagração de direitos e às limitações ao poder de
governar. 
Partindo de tais considerações, é CORRETO afirmar que:
a) apenas as afirmativas I e III são verdadeiras.
b) apenas as afirmativas II e III são verdadeiras.
c) apenas a afirmativa IV é verdadeira. 
d) as afirmativas I, II, III e IV são falsas
Comentários:
Na minha visão, essa questão foi mal elaborada. As assertivas ficaram com
redação truncada, uma vez que a banca examinadora limitou-se a copiar, fora
de contexto, trechos do livro de Direito Constitucional do Prof. Kildare
Gonçalves Carvalho. Esses trechos, infelizmente, não estão com uma redação
clara. 
A primeira assertiva está errada. Segundo o Prof. Kildare Carvalho, “o
princípio da recepção não ocorre na hipótese de revisão ou emenda à
Constituição”. Ou seja, não se pode dizer que uma emenda constitucional seja
recepcionada pela Constituição. Uma vez promulgada a emenda constitucional,
é ela que irá revogar ou recepcionar as leis a ela anteriores. 
A segunda assertiva está correta. A desconstitucionalização é o fenômeno por
meio do qual as normas da Constituição pretérita são recepcionadas pela nova
Constituição com status de normas infraconstitucionais. Segundo o Prof.
Kildare, “as disposições constitucionais passíveis de desconstitucionalização são
as de natureza formal, sem disporem de natureza material, pois sempre
foram disposições de lei ordinária pela sua matéria”. 
No que diz respeito à aplicação das normas constitucionais no espaço, o que se
quer é definir o ordenamento jurídico de qual Estado se aplicará no caso
concreto. Para isso, há que se analisar as normas de conflito, que são normas
de Direito Internacional Privado responsáveis por definir qual ordenamento
jurídico é aplicável a situações com conexão internacional. 
A terceira assertiva está correta. Ficou péssima a redação do item. A
revogação de normas constitucionais se dá pela elaboração de nova
Constituição ou em virtude de reforma constitucional (emenda ou revisão). Em
outras palavras, pode-se dar pela ação do Poder Constituinte Originário (no
primeiro caso) ou do Poder Constituinte Derivado (no segundo). 
Ao mesmo tempo, uma nova Constituição ou uma reforma constitucional tem o
condão de recepcionar/revogar normas infraconstitucionais (conforme a
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PROVA COMENTADA – DELEGADO PC-MG
doutrina majoritária) ou criar situação de inconstitucionalidade superveniente
(conforme a doutrina minoritária). Vale a pena lembrar que o STF não aceita a
tese da inconstitucionalidade superveniente. 
A quarta assertiva está errada. A derrogação do direito anterior se verifica
sempre que for materialmente incompatível com a nova Constituição.
O gabarito é a letra B.
Questão 04
São fundamentos essenciais da República Federativa do Brasil:
a) independência nacional, prevalência dos direitos humanos,
autodeterminaçãodos povos, integração econômica e cultural.
b) concessão de asilo político, repúdio ao terrorismo e ao racismo, eleições
diretas, não intervenção do Estado.
c) soberania nacional, cidadania, dignidade da pessoa humana, valores
sociais do trabalho, livre iniciativa, pluralismo político.
d) liberdade de exercício de qualquer ofício ou profissão, inviolabilidade do
sigilo de correspondência e das comunicações telegráficas e telefônicas,
liberdade de associação para fins lícitos, direito de propriedade, desde que
atendidas suas funções sociais.
Comentários
Segundo o art. 1º, CF/88, são fundamentos da República Federativa do Brasil:
i) soberania; ii) cidadania; iii) dignidade da pessoa humana; iv) valores sociais
do trabalho e da livre iniciativa e; v) pluralismo político. 
O gabarito é a letra C.
Questão 05
Com base no “caput” do art. 5º da Constituição Federal, pode-se indicar
como desdobramentos do direito à vida, RESPECTIVAMENTE:
a) a liberdade de associação, de reunião, de crença religiosa, de expressão,
de pensamento. 
b) o direito de herança, de propriedade, de sucessão de bens de
estrangeiros situados no País. 
c) o direito do contraditório, da ampla defesa, de petição, do juiz natural. 
d) o direito à integridade física e moral, a proibição da pena de morte e das
penas cruéis, a proibição da venda de órgãos.
Comentários
São desdobramentos do direito à vida: o direito à integridade física e moral, a
proibição da pena de morte e das penas cruéis e a proibição da venda de
órgãos. O gabarito é a letra D.
5
PROVA COMENTADA – DELEGADO PC-MG
Questão 06
O asilo político consiste no acolhimento de estrangeiro por parte de um
Estado que não o seu, em virtude de perseguição política por ele sofrida e
praticada por seu próprio país ou por terceiro. Assim sendo, é INCORRETO
afirmar que
a) as causas motivadoras da perseguição, em regra, são por dissidência
política, livre manifestação de pensamento ou crimes relacionados com a
segurança do Estado.
b) o indivíduo não esteja envolvido em casos que configurem delitos
praticados no âmbito do direito penal comum.
c) o asilo político se constitui como ato de soberania estatal, de
competência exclusiva do Congresso Nacional, passível de controle de
legalidade pelo Supremo Tribunal Federal.
d) a concessão de asilo político não é obrigatória para qualquer Estado,
devendo as contingências políticas determinarem, caso a caso, as decisões
do governo.
Comentários
Letra A: correta. O asilo político é cabível quando houver perseguição por
dissidência política, livre manifestação do pensamento ou crimes relacionados
com a segurança do Estado. 
Letra B: correta. Se o indivíduo estiver envolvido em casos que configurem
crimes comuns, não será cabível a concessão de asilo político. 
Letra C: errada. A concessão de asilo político é competência do Presidente da
República, sendo passível de controle de legalidade pelo STF. 
Letra D: correta. A concessão de asilo político é ato discricionário, de
manifestação da soberania estatal. Assim, não é obrigatória a concessão de
asilo político. 
O gabarito é a letra C.
Questão 07
O processo legislativo consiste no conjunto de atos preordenados
praticados pelos órgãos pertencentes ao Poder Legislativo, cujos
procedimentos obedecem à determinada ordem e limitação. No caso de
“Lei Complementar”, tais procedimentos consistem em: 
I. limitação quanto à forma e à matéria.
II. limitação quanto à iniciativa.
III. limitação quanto ao quórum para aprovação. 
IV. limitação quanto às exigências contidas na Constituição.
Considerando as afirmativas acima, é VÁLIDO afirmar que:
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PROVA COMENTADA – DELEGADO PC-MG
a) apenas a afirmativa I está correta.
b) apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.
c) apenas as afirmativas II e III estão corretas.
d) as afirmativas I, II, III e IV estão incorretas.
Comentários
Essa questão foi anulada por não ter apresentado nenhuma alternativa válida.
Mesmo assim, vamos examinar as assertivas. 
A primeira assertiva está correta. A CF/88 reserva certas matérias
especificamente para a lei complementar. 
A segunda assertiva está errada. Os legitimados para apresentar projeto de
lei complementar são os mesmos para apresentar projetos de lei ordinária. 
A terceira assertiva está correta. A lei ordinária é aprovada por maioria
simples, ao passo que a lei complementar é aprovada por maioria absoluta. 
A quarta assertiva está correta. A CF/88 exige que lei complementar seja
aprovada por maioria absoluta. Além disso, irá versar sobre matérias que a
CF/88 reserva especificamente para leis complementares. 
Questão anulada. 
Questão 08
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), criado através da EC 45/2004, é
presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) que, por sua
vez, possui as seguintes atribuições:
a) receber e conhecer dos conflitos de competência entre o Superior
Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre os Tribunais Superiores, ou
entre estes e qualquer outro tribunal.
b) receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas
aos magistrados e aos serviços judiciários, além de proceder às inspeções
e correições em geral.
c) receber e conhecer dos conflitos de atribuições entre autoridades
administrativas e judiciárias da União, ou entre autoridades judiciárias de
um Estado e administrativas de outro ou do Distrito Federal.
d) receber e conhecer dos conflitos de competência entre quaisquer
tribunais, bom como entre tribunais e juízes a ele não vinculados.
Comentários
A redação do enunciado ficou péssima, pois não dá pra saber o que o
examinador quer que o candidato assinale: uma atribuição do CNJ ou uma
atribuição do CNJ.
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PROVA COMENTADA – DELEGADO PC-MG
O gabarito apontado pela banca examinadora foi a letra B, que nos traz uma
competência do Ministro-Corregedor do CNJ, que é o Ministro do STJ que
integra esse órgão. 
Art. 103-B (...)
§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a função de
Ministro-Corregedor e ficará excluído da distribuição de processos no
Tribunal, competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas
pelo Estatuto da Magistratura, as seguintes:
I receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas
aos magistrados e aos serviços judiciários;
O gabarito é a letra B. 
Questão 09
Quanto aos sistemas estabelecidos pela Constituição Federal de 1988, para
enfrentar os períodos de crise política nos quais a ordem constitucional se
vê ameaçada, estão previstos:
a) o estado de defesa, o estado de sítio, a intervenção federal e o uso
excepcional das forças armadas.
b) a suspensão da Constituição, a lei marcial, o estado de defesa, o estado
de sítio e a suspensão do habeas corpus.
c) a supressão dos direitos fundamentais, entre eles, a inviolabilidade de
domicílio e de correspondência.
d) a vedação quanto à impetração do mandado de segurança, do mando de
injunção, do habeas corpus e do habeas data.
Comentários
O sistema constitucional de crises é composto pelos seguintes institutos: estado
de defesa, estado de sítio, intervenção federal e uso excepcional das Forças
Armadas.
O gabarito é a letra A.
Questão 10
Segundo José Afonso da Silva, o controle de constitucionalidade tem por
objetivo estabelecer, tecnicamente, a supremacia da Constituição frente ao
ordenamento jurídico do Estado. Para tanto, no Brasil, foi adotada a
seguinte forma de controle:
a) político, no qual a verificação de inconstitucionalidade é entregue a
órgãos determinados, de natureza política.
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PROVA COMENTADA – DELEGADO PC-MG
b) jurisdicional, no qual prevalece a faculdade quea Constituição outorga
ao Poder Judiciário de declarar a inconstitucionalidade de lei ou atos do
Poder Público.
c) misto, no qual certas categorias de lei são submetidas ao controle
político e outras ao controle jurisdicional.
d) concentrado, no qual o Supremo Tribunal Federal, no papel de Corte
Constitucional, declara ou não a inconstitucionalidade de uma lei.
Comentários
Essa questão foi muito mal elaborada pelo examinador. A banca examinadora
considerou o gabarito como sendo a letra C, ou seja, assumiu que no Brasil
adota-se o controle de constitucionalidade misto.
No entanto, a doutrina entende que adota-se no Brasil o controle
jurisdicional (e não o controle misto!). No controle misto, certas leis são
submetidas ao controle político e outras ao controle jurisdicional. Isso não
acontece no Brasil.
No Brasil, existem alguns controles políticos, como o veto jurídico do Presidente
a um projeto de lei. No entanto, o sistema é jurisdicional. 
Assim, entendo que o gabarito deveria ser a letra B.
Administrativo 
Questão 11
Sobre os poderes e funções do Estado, analise as seguintes afirmativas:
I. É possível que uma função típica atribuída a qualquer dos poderes de
Estado seja convertida em atípica, e vice versa, por força de lei.
II. Há exclusividade no exercício de cada função pelos Poderes de Estado.
III. As linhas definidoras da competência têm caráter legal e apolítico.
Marque a alternativa correta.
a) as afirmativas I, II e III estão incorretas.
b) apenas as afirmativas II e III estão incorretas.
c) apenas as afirmativas I e III estão incorretas.
d) apenas as afirmativas I e II estão incorretas.
Comentário
I) CERTA. As funções típicas dos Poderes do Estado são conferidas pela
Constituição, a qual estabelece a tripartição clássica entre Executivo, Legislativo
e Judiciário, assim como mecanismos de freios e contrapesos entre esses
poderes, de modo a evitar arbitrariedades. Dessa forma, a rigor, não é possível
que uma lei, norma infraconstitucional, modifique essa estrutura dada pela
9
PROVA COMENTADA – DELEGADO PC-MG
Constituição. Entretanto, segundo o autor José dos Santos Carvalho Filho, “pode
suceder que determinada função se enquadre, em certo momento, como típica
e o direito positivo venha a convertê-la em atípica, e vice-versa”. Como
exemplo, dentre outros, o autor cita o instituto do divórcio consensual, que
antes era processado e finalizado pelo Judiciário, ainda que inexistisse litígio
entre os interessados (ou seja, era uma função jurisdicional atípica) e que, com
a edição da Lei 11.441/2007, passou a ser realizado por simples escritura
pública em Ofícios de Notas (função administrativa típica).
II) ERRADA. Não há exclusividade no exercício de cada função pelos Poderes do
Estado. Cada Poder possui uma função típica, a qual exerce com
preponderância, e funções atípicas, próprias de outros Poderes, mas que ele
exerce de forma subsidiária. Por exemplo, o Poder Judiciário, cuja função típica
é a jurisdicional, também exerce, de maneira atípica, a função administrativa,
ao fazer licitações e promover concursos públicos, por exemplo. Lembrando que
a função administrativa é típica do Poder Executivo.
III) ERRADA. A competência possui sim caráter político, pois é definida pelas
leis elaboradas pelos representantes da sociedade.
Gabarito: alternativa “b”
Questão 12
No tocante à Federação, assinale a alternativa CORRETA:
 a) A descentralização política autoriza a participação direta dos Estados
nos planos nacionais.
b) A partir da CF de 1988, os municípios podem editar formalmente suas
constituições locais.
c) A autonomia, no sentido técnico-político, pode ser resumida,
especificamente, na capacidade de auto-organização assegurada a cada
ente da federação para organização própria e dos seus serviços.
d) O regime federativo exige a descentralização política.
Comentários
a) ERRADA. Em razão da descentralização política, os Estados são responsáveis
pelo planejamento e execução de políticas regionais.
b) ERRADA. Os Municípios não editam constituições, e sim Leis Orgânicas.
c) ERRADA. A alternativa define a autonomia “administrativa”, e não a
autonomia “política” que, em suma, seria a capacidade para editar leis.
d) CERTA. A federação se caracteriza pela existência de diferentes níveis
federativos com autonomia política (ex: União, Estados e Municípios).
Gabarito: alternativa “d”
Questão 13
10
PROVA COMENTADA – DELEGADO PC-MG
Em relação à interação do direito administrativo, com os demais ramos de
direito, analise as afirmativas a seguir:
I. O direito administrativo é que dá mobilidade ao direito constitucional.
II. O direito administrativo tem vínculo com o direito processual civil e
penal.
III. As normas de arrecadação de tributos podem ser tidas como de direito
administrativo.
IV. A teoria civilista dos atos e negócios jurídicos têm aplicação supletiva
aos atos e contratos administrativos.
Marque a alternativa correta .
a) apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.
b) apenas as afirmativas II e IV estão corretas.
c) apenas as afirmativas I e II estão corretas.
d) as afirmativas I, II, III e IV estão corretas.
Comentários
I) CERTA. Embora sejam interligados, Direito Administrativo e Direito
Constitucional constituem ramos autônomos do Direito, ou seja, o Direito
Constitucional possui mobilidade (se modifica, atualiza) independentemente do
Direito Administrativo. Não obstante, segundo a doutrina de José dos Santos
Carvalho Filho "A relação de maior intimidade do Direito Administrativo é com o
Direito Constitucional. E não poderia ser de outra maneira. É o Direito
Constitucional que alinhava as bases e os parâmetros do Direito Administrativo;
este é, na verdade, o lado dinâmico daquele". Com base nesta afirmação do
autor, a banca considerou o item correto.
II) CERTA. O Direito Administrativo possui sim vínculo com o direito processual
civil e penal. No primeiro caso, podemos citar como exemplo os processos
regidos pelo direito processual civil envolvendo entidades administrativas de
direito privado, como as empresas públicas e sociedades de economia mista. No
segundo caso, temos como exemplo as normas penais relativas a crimes contra
a Administração Pública ou as normas penais presentes na Lei 8.666/93 (Lei de
Licitações e Contratos).
III) CERTA. A rigor, as normas sobre arrecadação de tributos são de Direito
Tributário, e não de Direito Administrativo. Contudo, como envolvem a atuação
da Administração Pública, podem também ser incluídas no ramo do Direito
Administrativo, embora isso não seja nada usual.
IV) CERTA. Embora o Direito Administrativo possua uma teoria própria aplicável
aos atos e contratos administrativos, o Direito Civil possui aplicação supletiva
(subsidiária).
Gabarito: alternativa ”d”
11
PROVA COMENTADA – DELEGADO PC-MG
Questão 14
Dentre as assertivas abaixo, é CORRETO afirmar que
a) o Estado é pessoa jurídica e a expressão de sua vontade pode ser
entendida como a decisão do membro de cúpula de cada Poder Pertinente,
ou seja, do agente político.
b) os agentes públicos são mandatários do Estado.
c) o órgão público, ainda que desprovido de personalidade jurídica, pode
atuar em Juízo, na defesa dos seus interesses, em caráter excepcional,
desde que exista expressa previsão legal.
d) a vontade do órgão de representação plúrima ou colegiado deve emanar
da unanimidade ou da maioria das vontades dos agentes que o integram,
mesmo em se tratando de ato de rotina administrativa.
Comentários
a) ERRADA. A expressão da vontade do Estado pode se manifestar por
intermédio de qualquer agente público (servidorespúblicos, empregados
públicos, temporários etc.), e não apenas pelos agentes políticos.
b) ERRADA. A chamada teoria do mandato dizia que os agentes eram
mandatários do Estado. Tal teoria, contudo, não vingou porque não explicava
como o Estado, que não tem vontade própria, poderia outorgar o mandato.
Atualmente, a teoria que explica a relação do Estado com seus agentes é a
teoria do órgão, pela qual se presume que a pessoa jurídica manifesta sua
vontade por meio dos órgãos que a compõem, sendo eles mesmos, os órgãos,
compostos de agentes. Desse modo, quando os agentes agem, é como se o
próprio Estado o fizesse.
c) CERTA. A doutrina e a jurisprudência reconhecem que determinados órgãos
públicos possuem capacidade postulatória, isto é, capacidade para figurar em
juízo na defesa de suas competências. Exemplos de órgãos com capacidade
postulatória são as Câmaras Municipais e o Tribunal de Contas da União.
d) ERRADA. Os atos de rotina administrativa dos órgãos colegiados podem ser
praticados de forma monocrática por seu Presidente.
Gabarito: alternativa “c”
Questão 15
No que se refere aos Poderes Administrativos, assinale a alternativa
INCORRETA:
a) O ato administrativo submete-se ao controle judicial por força do
princípio da moralidade.
b) O poder regulamentar típico permite complementar a lei e é de caráter
derivado.
12
PROVA COMENTADA – DELEGADO PC-MG
c) Auto-executoriedade e coercibilidade são atributos do poder de polícia.
d) Os atos de polícia que avultam o princípio da proporcionalidade revelam-
se ilegais, sendo, portanto, passíveis de anulação pelo Poder Judiciário.
Comentários
a) ERRADA. O ato administrativo submete-se ao controle judicial por força do
princípio da legalidade.
b) CERTA. O poder regulamentar permite que o chefe do Executivo edite
decretos com a finalidade de dar fiel execução às leis. Ele possui caráter
derivado pois deve ser exercido nos limites da lei, não podendo inovar o
ordenamento jurídico.
c) CERTA. Os atributos do poder de polícia são: discricionariedade,
autoexecutoriedade e coercibilidade (ou imperatividade).
d) CERTA. Os atos praticados no exercício do poder de polícia devem respeitar o
princípio da proporcionalidade. Por exemplo, um agente de trânsito não pode
aplicar uma multa em valor desproporcional à gravidade da falta cometida pelo
motorista infrator. Caso o princípio da proporcionalidade não seja observado,
configura-se a prática de ato ilegal, passível, portanto, de anulação pelo Poder
Judiciário.
Gabarito: alternativa “a”
Questão 16
Sobre a extinção dos atos administrativos, é INCORRETO afirmar que
a) a anulação promovida pela própria Administração decorre do exercício
de sua prerrogativa de autotutela.
b) a revogação é forma de extinção do ato administrativo válido, de caráter
vinculado ou discricionário.
c) a validade ou não do ato de revogação é passível de exame pelo Poder
Judiciário.
d) incabível a revogação dos atos cujos efeitos produzidos já restaram
consolidados.
Comentários
a) CERTA. A autotutela permite à Administração anular seus atos ilegais e
revogar seus atos inoportunos e inconvenientes.
b) ERRADA. A revogação só incide sobre atos discricionários, e não sobre
vinculados.
c) CERTA. O ato de revogação, em si, é um ato discricionário. Não obstante, é
passível sim de ser objeto de exame de legalidade por parte do Judiciário.
13
PROVA COMENTADA – DELEGADO PC-MG
d) CERTA. Alguns atos não são passíveis de revogação, dentre eles, os atos com
efeitos consumados. Por exemplo, não é possível revogar uma licença
discricionária concedida a servidor que já tenha sido gozada pelo beneficiário.
Gabarito: alternativa “b”
Questão 17
Sobre a Responsabilidade Civil do Estado é correto afirmar, exceto:
 a) As pessoas jurídicas de direito público respondem pelos danos que seus
agentes, no exercício de suas funções, causarem a terceiros.
b) Cabível ao Estado ajuizar ação de regresso em face do agente causador
do dano, desde que tenha agido dolosamente, mostrando-se inviável à
pretensão se a conduta foi meramente culposa.
c) O princípio da repartição dos encargos também constitui fundamento da
responsabilidade objetiva do Estado.
d) As pessoas jurídicas de direito privado que prestam serviços delegados
serão responsáveis pelos atos seus ou de seus prepostos, desde que haja
vínculo jurídico de direito público entre o Estado e o delegatário.
Comentários
a) CERTA, em conformidade com o art. 37, §6º da Constituição Federal, que
consagra em nosso ordenamento jurídico a teoria do risco administrativo –
responsabilidade objetiva do Estado.
b) ERRADA. A ação de regresso prospera tanto diante de dolo como de culpa do
agente.
c) CERTA. De fato, princípio que fundamenta a responsabilidade objetiva do
Estado é o da igualdade ou da repartição de encargos. Segundo ensina Maria
Sylvia Di Pietro, a responsabilidade civil objetiva do Estado possui fundamento
na chamada teoria do risco. Essa doutrina baseia-se no princípio da igualdade
de todos perante os encargos sociais e encontra raízes no artigo 13 da
Declaração dos Direitos do Homem, de 1789, segundo o qual “para a
manutenção da força pública e para as despesas de administração é
indispensável uma contribuição comum que deve ser dividida entre os cidadãos
de acordo com as suas possibilidades”. O princípio significa que, assim como os
benefícios decorrentes da atuação estatal repartem-se por todos, também os
prejuízos sofridos por alguns membros da sociedade devem ser repartidos.
Quando uma pessoa sofre um ônus maior do que o suportado pelas demais,
rompe-se o equilíbrio que necessariamente deve haver entre os encargos
sociais; para restabelecer esse equilíbrio, o Estado deve indenizar o
prejudicado, utilizando recursos do erário.
d) CERTA. Nos termos do art. 37, §6º da CF, as entidades privadas que prestam
serviços públicos respondem objetivamente pelos danos que seus agentes
causarem a terceiros. Tal preceito vale inclusive para as empresas privadas que
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PROVA COMENTADA – DELEGADO PC-MG
firmam contratos de concessão de serviço público com o Estado (ex:
administradoras de aeroportos). Lembrando que os contratos de concessão são
contratos administrativos, sujeitos ao regime de direito público.
Gabarito: alternativa “b”
Questão 18
No tocante aos agentes públicos, é incorreto afirmar que
a) para ser agente público, é mister o vínculo com o Estado, mesmo que
não efetivo, mas perene, mediante contrato bilateral e remuneração.
b) os agentes de fato podem ser necessários ou putativos.
c) os agentes putativos desempenham atividade administrativa, mas não
têm investidura no cargo.
d) os agentes necessários apenas se assemelham, mas não são agentes de
direito.
Comentários
a) ERRADA. Existem agentes públicos que não possuem vínculo perene e
remunerado com o Estado, a exemplo dos agentes honoríficos (ex: mesários em
eleições e jurados).
b) CERTA. Os agentes de fato podem ser classificados em necessários e
putativos. Os necessários exercem a função em razão de situações
excepcionais, como, por exemplo, alguém que preste auxílio durante
calamidades públicas, atuando como se fosse um “bombeiro militar”. Já os
putativos são os que têm aparência de agente público, sem o ser de direito. É o
caso de um servidor sem curso superior que pratica inúmeros atos de
administração em cargo que possui como requisito para investidura o curso
superior.
c) CERTA, conforme comentado acima.
d) CERTA, conforme comentado acima.
Gabarito: alternativa “a”
Questão 19
Sobre a organização da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, é corretoafirmar que
a) tem a incumbência exclusiva para exercício das funções de polícia
judiciária neste Estado.
b) não tem atribuição de polícia de preservação da ordem e segurança
pública.
c) é órgão autônomo do Poder Público, subordinada diretamente ao
Governador do Estado.
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PROVA COMENTADA – DELEGADO PC-MG
d) a proteção à incolumidade das pessoas não está inserida em suas
atribuições legais.
Comentários
a) ERRADA. Além da Polícia Civil, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar
também exercem a função de polícia judiciária no âmbito do Estado de Minas
Gerais (Constituição Estadual, art. 142, III).
b) ERRADA. Segundo o art. 136 da Constituição do Estado de Minas Gerais, a
segurança pública, dever do Estado e direito e responsabilidade de todos, é
exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e
do patrimônio, através dos seguintes órgãos: Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo
de Bombeiros Militar.
c) CERTA. Conforme o art. 137 da Constituição do Estado de Minas Gerais, “a
Polícia Civil, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar se subordinam ao
Governador do Estado”.
d) ERRADA, conforme comentário à alternativa “b”.
Gabarito: alternativa “c”
Questão 20
Sobre o funcionamento organizacional da Polícia Civil é correto afirmar que
constituem unidades de atividades finalísticas de funções estratégicas,
exceto:
 a) À Corregedoria-Geral de Polícia Civil.
b) À Academia de Polícia Civil.
c) O Departamento de Trânsito.
d) À Superintendência-Geral de Polícia Civil.
Comentários
O art. 17 Lei Complementar 129/2013 (Lei Orgânica PCMG) enumera os órgãos
da PCMG, dentre os quais não se encontra a Superintendência-Geral.
Gabarito: alternativa “d”
Civil 
Questão 21
Considerando-se às obrigações de dar coisa certa, é INCORRETO afirmar
que
a) se a coisa perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente
condição suspensiva, fica resolvida a obrigação, suportando o proprietário o
prejuízo.
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PROVA COMENTADA – DELEGADO PC-MG
b) se a coisa se perder, por culpa do devedor, responderá este pelo
equivalente, mais perdas e danos.
c) se a coisa se deteriorar, sem culpa do devedor, poderáá o credor, a seu
critério, resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o
valor que perdeu.
d) se a coisa se deteriorar, por culpa do devedor, poderáá o credor exigir o
equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, sem no entanto,
tem direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização por perdas e
danos.
Comentários
A alternativa A está correta, já que a art. 234 (“Se, no caso do artigo
antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou
pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as
partes”) não estabelece claramente quem suportará a perda. Nada obstante,
por aplicação do art. 1.226 (“Os direitos reais sobre coisas móveis, quando
constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com a
tradição”), a propriedade da coisa certa, antes da tradição, pertence ao
devedor, pelo que será ele a suportar a perda; por isso, mediante interpretação
sistemática, perde a coisa, no caso, o proprietário.
A alternativa B está correta, conforme a segunda parte do art. 234: “se a
perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais
perdas e danos.”.
A alternativa C está correta, de acordo com o art. 235: “Deteriorada a coisa,
não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar
a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu”.
A alternativa D está incorreta, segundo o gabarito oficial, na dicção do art.
236: “Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar
a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro
caso, indenização das perdas e danos”. Porém, a esquisita parte “sem no
entanto”, a torna incorreta, já que se pode interpretar que houve um erro de
digitação e a questão poderia ser lida tanto como “tem no entanto, direito a
reclamar” quanto como “sem no entanto, ter direito a reclamar”...
Questão 22
As seguintes afirmativas concernentes às obrigações solidárias estão
corretas, EXCETO:
a) a solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
b) a obrigação solidária pode ser pura ou simples para um dos cocredores
ou codevedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente,
para o outro.
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PROVA COMENTADA – DELEGADO PC-MG
c) o julgamento contrário a um dos credores solidário não atinge os
demais; o julgamento favorável aproveita-lhes, a menos que se funde em
exceção pessoal ao corredor que o obteve.
d) o credor que tiver remitido a dívida não responderá aos outros pela
parte que lhes caiba.
Comentários
A alternativa A está correta, na literalidade do art. 265: “A solidariedade não
se presume; resulta da lei ou da vontade das partes”.
A alternativa B está correta, na dicção do a art. 266: “A obrigação solidária
pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores, e
condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro”.
A alternativa C está correta, sendo essa a literal disposição do art. 274, antes
de sua alteração pelo CPC/2015. Contudo, mesmo com a nova redação (“O
julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais, mas o
julgamento favorável aproveita-lhes, sem prejuízo de exceção pessoal que o
devedor tenha direito de invocar em relação a qualquer deles”) ela se mantém
correta.
A alternativa D está incorreta, conforme o art. 272: “O credor que tiver
remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte
que lhes caiba”.
Questão 23
As seguintes afirmativas concernentes às cláusulas especiais à compra e
venda, previstas no Código Civil de 2002, estão corretas, EXCETO:
a) a retrovenda é a cláusula pela qual o vendedor se reserva o direito de
readquirir a coisa do comprador, no prazo máximo de 3 anos, restituindo-
lhe o preço mais as despesas, sendo que esta cláusula sóá tem valor se o
objeto do contrato for imóvel.
b) a preempção ou preferência é a cláusula pela qual o comprador se
compromete a oferecer a coisa ao vendedor, se algum dia se decidir a
vendê-lá. Podem as partes fixar prazo máximo de 180 dias para bens
móveis e 2 anos para bens imóveis.
c) a venda sujeita à prova entende-se realizada sob condição suspensiva,
ainda que a coisa lhe tenha sido entregue; e não se reputará perfeita,
enquanto o adquirente não manifestar seu agrado.
d) reserva de domínio é a cláusula que garante ao vendedor a propriedade
de coisa móvel jáá entregue ao comprador até o pagamento total do preço,
a forma da cláusula seráá sempre escrita.
Comentários
18
PROVA COMENTADA – DELEGADO PC-MG
A alternativa A está correta, de acordo com o art. 505: “O vendedor de coisa
imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-la no prazo máximo de decadência
de três anos, restituindo o preço recebido e reembolsando as despesas do
comprador, inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram com a
sua autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias”.
A alternativa B está correta, pela conjugação do art. 513 (“A preempção, ou
preferência, impõe ao comprador a obrigação de oferecer ao vendedor a coisa
que aquele vai vender, ou dar em pagamento, para que este use de seu direito
de prelação na compra, tanto por tanto”) com seu parágrafo único (“O prazo
para exercer o direito de preferência não poderá exceder a cento e oitenta dias,
se a coisa for móvel, ou a dois anos, se imóvel”).
A alternativa C está incorreta, tendo o enunciado mistura da venda sujeita a
provacom a venda a contento (“Art. 509. A venda feita a contento do
comprador entende-se realizada sob condição suspensiva, ainda que a coisa lhe
tenha sido entregue; e não se reputará perfeita, enquanto o adquirente não
manifestar seu agrado”).
A alternativa D está correta, cumulando-se o enunciado nos arts. 521 (“Na
venda de coisa móvel, pode o vendedor reservar para si a propriedade, até que
o preço esteja integralmente pago”) e 522 (“A cláusula de reserva de domínio
será estipulada por escrito e depende de registro no domicílio do comprador
para valer contra terceiros”).
Questão 24
A lei 12.424, de 16 de junho de 2011, inseriu no Código Civil, em seu
artigo 1.240-A e seu parágrafo 1o, uma nova modalidade de usucapião em
nosso ordenamento jurídico, o usucapião familiar. Sobre esta modalidade
de usucapião, é INCORRETO afirmar que
a) permite que um dos ex-cônjuges ou até mesmo ex-companheiros,
oponha contra o outro o direito de usucapir a parte que não lhe pertence,
possibilitando neste caso o usucapião entre condôminos.
b) tem como requisito o exercícios de posse direta por 2 anos
ininterruptos, sem oposição e com exclusividade, sobre imóvel urbano de
até 250m2 ou rural de até 50 hectares.
c) a parte que propõe a ação de usucapião não pode ser proprietária de
outro imóvel urbano ou rural, sendo que o direito de usucapir nesta
modalidade não seráá reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.
d) tem como o requisito o abandono do lar por um dos co-proprietários.
Comentários
A alternativa A está correta, pela previsão do art. 1.240-A: “Aquele que
exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com
exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros
quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que
19
PROVA COMENTADA – DELEGADO PC-MG
abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á
o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou
rural”. Trata-se de hipótese excepcional de permissão de usucapião de bens que
fazem parte do acervo comum, em condomínio, portanto.
A alternativa B está incorreta, já que a disposição legal se limita a imóveis
urbanos, não se aplicando aos rurais.
A alternativa C está correta, na conjugação do caput do art. 1.240-A,
supracitado, com seu §1º: “O direito previsto no caput não será reconhecido ao
mesmo possuidor mais de uma vez”.
A alternativa D está correta, dada a dicção do art. 1.240-A, anteriormente
transcrito.
Questão 25
Considerando-se as formas de aquisição da propriedade do imóvel, é
CORRETO afirmar que
a) a aquisição da propriedade por invenção ou descoberta somente seráá
efetivada depois de decorrido o prazo de 60 dias da divulgação da notícia
pela imprensa e não se manifestando quem comprove a propriedade sobre
a coisa.
b) a aquisição por usucapião de bens móveis poderáá ocorrer nas
modalidade ordinárias, com 3 anos de posse, e extraordinária, com 5 anos
de posse, sendo que somente nesta última modalidade seráá permitido ao
possuidor acrescentar à sua posse a dos seus antecessores.
c) o constituo possessório e a tradição “brevi manu” são formas de
aquisição por tradição ficta, sendo que no constituto o proprietário de um
bem aliena a coisa a outrem, mas continua como possuidor direto,
enquanto que na tradição “brevi manu” ocorre justamente o contrário.
d) a Confusão, a comissão e a adjunc ̧ão são modos originários de aquisição
da propriedade mobiliária e, assim como na especificação, não produzem
espécies novas.
Comentários
Essa questão foi anulada, já que todas as assertivas estão incorretas.
A alternativa A está incorreta, já que a descoberta não é meio de aquisição da
propriedade, como se pode ver pelo art. 1.237: “Decorridos sessenta dias da
divulgação da notícia pela imprensa, ou do edital, não se apresentando quem
comprove a propriedade sobre a coisa, será esta vendida em hasta pública e,
deduzidas do preço as despesas, mais a recompensa do descobridor, pertencerá
o remanescente ao Município em cuja circunscrição se deparou o objeto
perdido”.
A alternativa B está incorreta, pois o art. 1.262 (“Aplica-se à usucapião das
coisas móveis o disposto nos arts. 1.243 e 1.244”), que menciona o art. 1.243
20
PROVA COMENTADA – DELEGADO PC-MG
(“O possuidor pode, para o fim de contar o tempo exigido pelos artigos
antecedentes, acrescentar à sua posse a dos seus antecessores (art. 1.207),
contanto que todas sejam contínuas, pacíficas e, nos casos do art. 1.242, com
justo título e de boa-fé”), não se limita à usucapião mobiliária extraordinária,
mas também abrange a modalidade ordinária.
A alternativa C está incorreta, porque o constituto possessório é forma de
perda da propriedade por meio da tradição ficta, na qual o possuidor em nome
próprio se torna possuidor em nome alheio ao alienar a coisa, ainda que na
posse se conserve.
A alternativa D está incorreta, já que pode ou não haver criação de espécies
novas, a depender do caso, como deixa claro o art. 1.274: ”Se da união de
matérias de natureza diversa se formar espécie nova, à confusão, comissão ou
adjunção aplicam-se as normas dos arts. 1.272 e 1.273”.
Questão 26
As seguintes afirmativas concernentes aos Direitos Reais de Garantia estão
corretas, EXCETO:
a) podem ser apontadas como características de penhor, da anticrese e da
hipoteca: o poder de sequela, o direito de preferência, a excussão e a
divisibilidade da garantia.
b) na constituição do penhor, anticrese ou hipoteca é expressamente
vedada à imposição de cláusula comissória no bojo do contrato.
c) os contratos de penhor, anticrese ou hipoteca declaração sob pena de
não terem eficácia o valor do crédito, sua estimulação, ou estimação, ou
valor máximo; o prazo fixado para pagamento; a taxa de juros, se houver;
e o bem dado em garantia com suas especificações.
d) salvo cláusula expressa, o terceiro que prestar garantia real por dívida
alheia não fica obrigado a substituí-la, ou reforc ̧á-la, quando, sem culpa
sua, se perca, deteriore, ou desvalorize.
Comentários
A alternativa A está incorreta, pois as garantias reais são indivisíveis, como se
extrai do art. 1.421: “O pagamento de uma ou mais prestações da dívida não
importa exoneração correspondente da garantia, ainda que esta compreenda
vários bens, salvo disposição expressa no título ou na quitação”.
A alternativa B está correta, como determina o art. 1.428: “É nula a cláusula
que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar com o
objeto da garantia, se a dívida não for paga no vencimento”.
A alternativa C está correta, na previsão exaustiva do art. 1.424: “Os
contratos de penhor, anticrese ou hipoteca declararão, sob pena de não terem
eficácia:
I - o valor do crédito, sua estimação, ou valor máximo;
21
PROVA COMENTADA – DELEGADO PC-MG
II - o prazo fixado para pagamento;
III - a taxa dos juros, se houver;
IV - o bem dado em garantia com as suas especificações”.
A alternativa D está correta, na expressa previsão do art. 1.427: “Salvo
cláusula expressa, o terceiro que presta garantia real por dívida alheia não fica
obrigado a substituí-la, ou reforçá-la, quando, sem culpa sua, se perca,
deteriore, ou desvalorize”.
Questão 27
São características da obrigação alimentar:
a) direito personalíssimo, invariabilidade e reciprocidade.
b) alternatividade das prestações, irrenunciabilidade e repetibilidade.
c) alternatividade das prestações, variabilidade e transmissibilidade
sucessória sui generis da prestação.
d) divisibilidade, imprescritibilidade e intransmissibilidade sucessória sui
generis da prestação.
Comentários
Aalternativa A está incorreta, já que a obrigação alimentar é, por suas
características, variável, como evidencia o art. 1.699: “Se, fixados os alimentos,
sobrevier mudança na situação financeira de quem os supre, ou na de quem os
recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias,
exoneração, redução ou majoração do encargo”.
A alternativa B está incorreta, não se permitindo a repetição de obrigação
alimentar regularmente quitada.
A alternativa C está correta, segundo o entendimento aplicável ao caso. A
alternatividade se extrai do art. 1.701 (“A pessoa obrigada a suprir alimentos
poderá pensionar o alimentando, ou dar-lhe hospedagem e sustento, sem
prejuízo do dever de prestar o necessário à sua educação, quando menor”) e a
transmissibilidade do art. 1.700 (“A obrigação de prestar alimentos transmite-se
aos herdeiros do devedor, na forma do art. 1.694”).
A alternativa D está incorreta, como dito na assertiva anterior, já que se
transmite a obrigação alimentar, na forma do art. 1.694.
Questão 28
Considerando-se os aspectos gerais do casamento, é INCORRETO afirmar
que
a) o casamento tem como característica ser um ato personalíssimo, solene,
de união permanente, regido por normas de ordem pública e dissolúvel.
22
PROVA COMENTADA – DELEGADO PC-MG
b) o casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, sem que se tenha
que alegar alguma causa ou mesmo sem mais prazo algum.
c) o casamento religioso, celebrado sem as formalidades exigidas pela
legislação vigente, teráá efeitos civis se, a requerimento do casal, for
registrado, submetendo-se aos mesmos requisitos exigidos para o
casamento civil, contudo, na hipótese de uma das partes falecer, antes do
casamento religioso ser reconhecido, não se pode mais requer os efeitos
civis.
d) as causas suspensivas do casamento visam a resguardar interesse
público e, portanto, podem ser opostos por qualquer pessoa capaz até o
momento da celebração do casamento.
Comentários
A alternativa A está correta, apresentando a assertiva várias das
características do casamento.
A alternativa B está correta, já que desde a EC 66/2010 é desnecessário
aguardar qualquer prazo para a requisição do divórcio, não sendo necessária
motivação há tempos.
A alternativa C está correta, porque, sendo o casamento ato personalíssimo, o
falecimento do nubente antes da requisição de sua eficacização civil impede a
atribuição de efeito civil. Nada obstante, não se veda o reconhecimento de
eventual união estável e, em casos-limite, a posse de estado de casado.
A alternativa D está incorreta, como se vê pelo art. 1.524: “As causas
suspensivas da celebração do casamento podem ser argüidas pelos parentes
em linha reta de um dos nubentes, sejam consangüíneos ou afins, e pelos
colaterais em segundo grau, sejam também consangüíneos ou afins”.
Questão 29
As seguintes afirmativas concernentes ao Direito de Sucessão estão
corretas, EXCETO:
a) aberta a sucessão, ou seja, com a morte, a posse e a propriedade dos
bens do falecido são imediatamente transmitidas aos herdeiros legítimos e
testamentários, com exceção do legatário que somente assume a posse
com a partilha.
b) não se pode aceitar ou renunciar a herança em parte, contudo, quem
renuncia à herança, não está impedido de aceitar o legado.
c) a cessão dos direitos hereditários pode ser total ou parcial, gratuita ou
onerosa, cabendo sempre aos co-herdeiros o exercício do direito de
preferência na cota hereditária do cedente.
d) na sucessão testamentaria, diferentemente da sucessão legitima, não
existe a previsão para o direito de representação, todavia, poderáá o
23
PROVA COMENTADA – DELEGADO PC-MG
testador consignar cláusula de substituição com o intuito de estabelecer os
efeitos da representação.
Comentários
A alternativa A está correta, como fica visível pela conjugação do caput do art.
1.923 (“Desde a abertura da sucessão, pertence ao legatário a coisa certa,
existente no acervo, salvo se o legado estiver sob condição suspensiva”) com
seu § 1º (“Não se defere de imediato a posse da coisa, nem nela pode o
legatário entrar por autoridade própria”).
A alternativa B está correta, na sistematização do caput do art. 1.808 (“Não
se pode aceitar ou renunciar a herança em parte, sob condição ou a termo”)
com seu § 1º (“O herdeiro, a quem se testarem legados, pode aceitá-los,
renunciando a herança; ou, aceitando-a, repudiá-los”).
A alternativa C está incorreta, já que o exercício da preferência se condiciona
a duas exigências, ou seja, não cabe “sempre”: cessão onerosa (se for gratuita,
descabe a preferência) e exercício em consonância com a proposta do terceiro
(se o coerdeiro não realizar a preferência “tanto por tanto”, não a tem).
A alternativa D está correta, como se extrai do art. 1.947: “O testador pode
substituir outra pessoa ao herdeiro ou ao legatário nomeado, para o caso de um
ou outro não querer ou não poder aceitar a herança ou o legado, presumindo-se
que a substituição foi determinada para as duas alternativas, ainda que o
testador só a uma se refira”.
Questão 30
Moisés, falecido em 2010, era casado com Yara, sob regime da comunhão
parcial de bens. Durante o casamento, os cônjuges não adquiriram bens. O
casal teve 2 filhos, Ênio e Laylla. Ênio teve 3 filhos (A, B e C) e faleceu em
2005. Laylla teve 2 filhos (D e E) e renunciou a herança de seu pai Moises.
O patrimônio deixado por Moises foi totalmente adquirido antes do
casamento. Assinale a alternativa que indica de forma CORRETA como
deverá ser distribuída a herança deixada por Moisés:
a) 1/3 para cada um dos 3 filhos de Ênio de forma igualitária.
b) 1/5 para cada um dos netos do falecido de forma igualitária.
c) 1/4 para Yara, por concorrência e o restante distribuído de forma
igualitária entre os 5 netos do falecido.
d) 1/6 para cada um dos netos do falecido de forma igualitária e 1/6 para
Yara, por concorrência.
Comentários
Essa questão é recheada de “cascas de banana” e exige cuidado extremo. Uma
das questões mais difíceis que eu já em direito sucessório, por conta das
possibilidades de o examinando esquecer um único detalhe e acabar a questão
24
PROVA COMENTADA – DELEGADO PC-MG
toda. A situação em si é simples e a resolução, fácil, mas exige paciência,
cuidado e boa memória!
A alternativa A está incorreta, porque os filhos de Laylla também herdam, por
força do art. 1.811: “Ninguém pode suceder, representando herdeiro
renunciante. Se, porém, ele for o único legítimo da sua classe, ou se todos os
outros da mesma classe renunciarem a herança, poderão os filhos vir à
sucessão, por direito próprio, e por cabeça”. Ou seja, pela regra do art. 1.810
(“Na sucessão legítima, a parte do renunciante acresce à dos outros herdeiros
da mesma classe e, sendo ele o único desta, devolve-se aos da subsequente”)
eles não herdariam, mas como Ênio é pré-morto, ela se tornou a única herdeira
da classe, pelo que seus filhos voltam a herdar, agora por cabeça e não mais
por estirpe.
A alternativa B está incorreta, porque Yara é também herdeira quanto aos
bens particulares do falecido, por aplicação do Enunciado 270 do CJF e da
jurisprudência do STJ, que, ao interpretarem o art. 1.829, inc. I, reconhecem
ao cônjuge supérstite, se casados no regime da comunhão parcial de bens, e o
falecido possuísse bens particulares, hipótese em que a concorrência se
restringe a tais bens, devendo os bens comuns (meação) ser partilhados
exclusivamente entre os descendentes. Assim, Yara terá direito aos bens
particulares do falecido.
A alternativa C está correta, já que, como dito acima, Yara herda, na forma do
art. 1.829, inc. I. Por isso,por aplicação do art. 1.832 (“Em concorrência com
os descendentes (art. 1.829, inciso I) caberá ao cônjuge quinhão igual ao dos
que sucederem por cabeça, não podendo a sua quota ser inferior à quarta parte
da herança, se for ascendente dos herdeiros com que concorrer”), ela tem
direito a ¼ da herança, sendo que os outros ¾ serão divididos entre os netos,
por força do art. 1.811, supracitado.
A alternativa D está incorreta, pelo que já se disse nas alternativas anteriores.
Direito Penal 
Questão 31
Em relação às Teorias do Delito, assinale a alternativa INCORRETA: 
a) A antinormatividade, de acordo com Zaffaroni, consiste em se averiguar
a proibição através da indagação do alcance proibitivo da norma, não
considerada de forma isolada, e sim conglobada na ordem normativa. 
b) A culpa imprópria está presente na discriminante putativa, nela, o
agente dá causa dolosa ao resultado, mas responde como se tivesse
praticado crime culposo, em razão de erro evitável pelas circunstâncias. 
c) No dolo direto, o agente quer efetivamente produzir o resultado, ao
praticar a conduta típica, e no dolo indireto, o agente não busca com sua
conduta resultado certo e determinado, subdividindo-se em dolo
alternativo e eventual. 
25
PROVA COMENTADA – DELEGADO PC-MG
d) De acordo com a teoria objetiva-formal, há tentativa, quando o agente,
de modo inequívoco, exterioriza sua conduta no sentido de praticar a
infração penal. 
Comentários
a) CORRETA: Item correto, pois isto traduz a ideia de tipicidade conglobante, de
Zaffaroni, que analisa a tipicidade não apenas como subsunção do fato à
norma, mas também como fato contrário ao direito, ou seja, será típica a
conduta que for antinormativa, considerando-se de forma ampla, ou seja,
aquela conduta que, ao mesmo tempo em que é prevista como crime, não seja
permitida ou fomentada por outras áreas do Direito.
b) CORRETA: Item correto, pois esta é a culpa imprópria, que acontece, por
exemplo, na hipótese de descriminante putativa por erro evitável, na forma do
art. 20, §1º do CP.
c) CORRETA: Item correto, pois no dolo direto o agente quer alcançar o
resultado, enquanto no dolo direto o agente não pretende obter específico
resultado criminoso.
d) ERRADA: Item errado, pois na teoria objetivo-formal, relativa à tentativa, o
início da execução se dá quando o agente dá início à prática da conduta descrita
no núcleo do tipo.
Portanto, a ALTERNATIVA INCORRETA É A LETRA D.
Questão 32 
Com relação ao erro de tipo e ao erro de proibição, assinale a alternativa
INCORRETA: 
a) O erro de tipo permissível inescusável é aquele que recai sobre situação
de fato, excluindo a culpabilidade dolosa, mas permitindo a punição do
agente a título de culpa. 
b) De acordo com a teoria extremada da culpabilidade, todo e qualquer
erro que recaia sobre uma causa de justificação é erro sobre a ilicitude do
fato. 
c) O erro, sobre a causa do resultado, afasta o dolo ou a culpa, tendo em
vista que recai sobre elemento essencial do fato. 
d) O erro de proibição mandamental é aquele que recai sobre uma norma
impositiva e, se inevitável, isenta o agente de pena.
Comentários
a) CORRETA: Item correto, pois se trata da hipótese de descriminante putativa
por erro de fato (erro de tipo permissivo), em que o agente não responde a
título doloso, mas pode responder a título culposo, se o erro é evitável e há
previsão legal, na forma do art. 20, §1º do CP.
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b) CORRETA: Item correto, pois a teoria extremada da culpabilidade não faz
distinção entre descriminante putativa por erro de fato e descriminante putativa
por erro normativo.
c) ERRADA: Item errado, pois o erro sobre o nexo causal é erro de tipo
acidental, não afastando nem o dolo nem a culpa.
d) CORRETA: Item correto, pois neste caso teremos erro de proibição, que se
inevitável, gera a isenção de pena (exclusão da culpabilidade), na forma do art.
21 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA INCORRETA É A LETRA C.
Questão 33 
Com relação à ilicitude e à culpabilidade, assinale a alternativa
INCORRETA: 
a) Para a teoria psicológica, a culpabilidade consiste no vínculo psicológico
entre o autor e o fato, podendo ser afastada em virtude de erro ou coação,
que suprima o elemento intelectual e o elemento volitivo do dolo. 
b) De acordo com a teoria psicológico-normativa, a culpabilidade tem
como pressuposto a imputabilidade, sendo composta pelo dolo ou culpa e
exigibilidade de conduta diversa. 
c) A prática de fato típico, em razão de obediência à ordem não
manifestamente ilegal de superior hierárquico, exclui a ilicitude por estrito
cumprimento do dever legal. 
d) É possível a contraposição de legítimas defesas, agindo um agente em
legítima defesa putativa e o outro em legítima defesa real.
Comentários
a) CORRETA: Item correto, pois para a teoria psicológica a culpabilidade seria a
mera relação psíquica do agente com o fato criminoso, restando afastada em
situações nas quais não haja dolo ou culpa.
b) ERRADA: Item errado, pois a teoria psicológico-normativa também possui
como elementos a imputabilidade e o dolo ou a culpa, mas agrega a eles a
exigibilidade de conduta diversa, que é a “possibilidade de agir conforme o
Direito” e a consciência da ilicitude.
c) ERRADA: Item errado, pois neste caso não há exclusão da ilicitude, e sim
exclusão da culpabilidade.
d) CORRETA: Item correto, pois no caso de um agente agir em legítima defesa
putativa, sua conduta será injusta (fato típico e ilícito), que pode ser rechaçado
por meio de legítima defesa real.
Vê-se, portanto, que há duas alternativas incorretas.
Portanto, a QUESTÃO FOI BEM ANULADA.
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Questão 34 
Considerando o Código Penal e as Teorias do Delito é INCORRETA afirmar
que: 
a) Com relação ao tipo doloso, o Código Penal Brasileiro adotou as teorias
da vontade e do assentimento e não a da atividade. 
b) A perda de cargo, função pública ou mandato eletivo é efeito genérico
da condenação, não necessitando, dessa forma, ser determinada de forma
explícita e fundamentada da sentença penal condenatória. 
c) A previsibilidade objetiva é elemento integrante do tipo culposo,
podendo a previsibilidade subjetiva ser analisada por ocasião da
culpabilidade. 
d) De acordo com a teoria finalista, a ação é o comportamento humano
voluntário, dirigido à atividade final lícita ou ilícita.
Comentários
a) CORRETA: Item correto, pois o CP brasileiro adotou a teoria da vontade em
relação ao dolo direto, e a teoria do assentimento em relação ao dolo eventual.
b) ERRADA: Item errado, pois tal efeito não é um efeito automático da
condenação, devendo ser expressamente declarado na sentença, na forma do
art. 92, § único do CP.
c) CORRETA: Item correto, pois a previsibilidade subjetiva não é necessária
para a caracterização do tipo penal culposo, bastando a previsibilidade objetiva,
ou seja, a possibilidade de que uma pessoa de inteligência e prudência
medianas preveja o possível resultado danoso.
d) CORRETA: Item correto, pois a teoria finalista compreende a ação não como
mera exteriorização física, mas como o comportamento humano voluntário
dirigido a uma finalidade, que pode ser lícita ou não.
Portanto, a ALTERNATIVA INCORRETA É A LETRA B.
Questão 35 
Com relação às penas e sua aplicação, é CORRETO afirmar que 
a) conforme a regra geral do Código Penal, o regime inicialmente fechado
é cabível sempre que for o réu reincidente em crime doloso. 
b) para fins de detração penal, o tempo de prisão provisória não se
computa no do tratamento ambulatorial, por possuir a medida de
segurança prazo indeterminávele natureza jurídica diversa da pena. 
c) nos crimes que envolvam violência doméstica, a Lei no 11.340/2006
veda a substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos
de prestação pecuniária ou o pagamento isolado de multa. 
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d) apesar de não previsto expressamente pela Lei no 9.605/98, a
possibilidade de aplicação de pena à pessoa jurídica, condenada por crime
ambiental, aplicam- se a elas, subsidiariamente, no que couber, o disposto
no art. 44 do Código Penal.
Comentários
a) ERRADA: Item errado, pois não basta que o agente seja reincidente em
crime doloso para que seja fixado o regime inicial fechado, pois é possível,
neste caso, a fixação do regime semiaberto, a depender das circunstâncias
judiciais e da quantidade de pena aplicada.
b) ERRADA: Item errado, pois o tempo de prisão provisória se computa na pena
imposta, bem como na medida de segurança, na forma do art. 42 do CP.
c) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão contida no art. 17 da
Lei 11.340/06.
d) ERRADA: Item errado, pois há regulamentação específica quanto às penas
aplicáveis às pessoas jurídicas por crime ambiental, na forma da Lei 9.605/98.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 
Questão 37 
Em relação à aplicação da Lei Penal é CORRETO afirmar que: 
a) Para aplicação da lei penal no tempo e no espaço, o Código Penal
Brasileiro adotou, respectivamente, as teorias do resultado e da
ubiquidade. 
b) De acordo com o art. 10 do Código Penal, na contagem de prazos
penais, não se computará o dia do começo, incluindo-se, porém, o do
vencimento. 
c) Pelo princípio da especialidade, o agente que efetua diversos disparos
de arma de fogo para o alto, vindo a causar a morte de dois transeuntes,
responde pelos crimes de homicídio consumado, em concurso formal
impróprio, já que a norma especial afasta a aplicação da norma geral. 
d) Com a abolitio criminis procedida pela Lei no 11.106/2005, para o
crime de rapto, cessaram todos os efeitos penais advindo de eventuais
condenações, permanecendo, conduto, os efeitos civis.
Comentários 
a) ERRADA: Item errado, pois em relação à lei penal no tempo o CP adotou a
teoria da atividade, na forma do art. 4º do CP. Em relação à lei penal no espaço
o CP adotou a teoria da ubiquidade, na forma do art. 6º do CP.
b) ERRADA: Item errado, pois, nos termos do art. 10 do CP, na contagem de
prazos penais inclui-se o dia do começo.
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c) ERRADA: Item errado, pois não há que se falar em concurso formal
impróprio, mas concurso material, dada a pluralidade de condutas (diversos
disparos).
d) ERRADA: Atualmente se entende que não houve abolitio criminis em relação
ao crime de rapto violento, e sim continuidade típico-normativo, de forma que
esta conduta continua sendo criminalizada, no art. 148, §1º, V do CP. A Banca
considerou como correta, mas o STF passou a adotar o entendimento exposto,
logo, está atualmente correta.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D (DESATUALIZADA).
Questão 39 
Com relação aos crimes patrimoniais, é INCORRETO afirmar que 
a) segundo entendimento consolidado pelo STF, o crime de estelionato,
quando na modalidade de fraude no pagamento, por meio de cheque,
consuma-se no momento e local em que o banco sacado recusa o seu
pagamento. 
b) o agente que rouba o veículo da vítima e, sem motivação alguma, a
coloca no porta malas, abandonando-a em estrada de município vizinho,
responde pelos crimes de roubo e sequestro, em concurso material. 
c) o agente que invade estabelecimento comercial anunciando assalto e
acaba por matar o proprietário e um cliente, fugindo em seguida com o
dinheiro do caixa e a carteira do cliente, responde por um só crime de
latrocínio, crime complexo em que a pluralidade de vítimas serve apenas
para fixação da pena. 
d) agente que, após furtar, em concurso de pessoas, preciosa joia em
shopping Center, adquire a quota parte, dos demais meliantes, não
responde por crime de receptação, tratando-se de post factum impunível.
Comentários
a) CORRETA: Item correto, pois se trata do entendimento sumulado do STF
(súmula 521 do STF).
b) CORRETA: Item correto, pois se o agente não possui nenhuma motivação
específica para tal conduta, teremos a ocorrência do crime de sequestro, além
do roubo. Só haveria roubo majorado pela restrição da liberdade da vítima se o
agente tivesse restringido a liberdade da vítima PARA realizar o roubo, na forma
do art. 157, §2º, V do CP.
c) ERRADA: Item errado, vez que houve lesão a patrimônios distintos, logo,
tivemos dois crimes de latrocínio.
d) CORRETA: Item correto, pois o agente que adquire a cota-parte pertencente
aos demais comparsas do crime não pratica receptação, conforme
entendimento pacífico do STJ.
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Portanto, a ALTERNATIVA INCORRETA É A LETRA C. 
Questão 40 
Com relação aos crimes abaixo destacados, é CORRETO afirmar que: 
a) é possível a participação de particular no delito de corrupção passiva, já
que as circunstâncias de caráter pessoal elementares ao crime se
comunicam. 
b) o homicídio praticado com dolo eventual afasta a incidência das
circunstâncias qualificadoras, uma vez que o agente não quer diretamente
o resultado, apenas assume o risco de produzi-lo. 
c) para a configuração do crime de maus tratos, é necessário submeter a
vítima a intenso sofrimento físico ou psíquico, expondo-a a perigo de vida
ou de saúde. 
d) caracteriza-se o crime de injúria, ainda que as imputações ofensivas à
honra subjetiva da vítima sejam verdadeiras, cabendo exceção da verdade
somente se o ofendido for funcionário público e a ofensa relativa ao
exercício de suas funções.
Comentários
a) CORRETA: Item correto, pois a condição de funcionário público, necessária
para a caracterização do tipo, embora seja de caráter pessoal, se comunica aos
comparsas, por se tratar de uma elementar do delito, na forma do art. 30 do
CP.
b) ERRADA: Item errado, pois é possível a aplicação das qualificadoras mesmo
no homicídio doloso por dolo eventual.
c) ERRADA: Item errado, pois não é necessário, para a caracterização do delito,
que haja intenso sofrimento físico ou psíquico, na forma do art. 136 do CP.
d) ERRADA: Item errado, pois não cabe exceção da verdade no crime de injúria,
cabendo apenas nos crimes de calúnia e difamação, nos termos do art. 138,
§3º e art. 139, § único do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
Processo Penal 
Questão 41
Sobre o tribunal do júri é INCORRETO afirmar: 
a) Nas comarcas de mais de 100.000 (cem mil) habitantes serão alistados
de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) jurados. 
b) Se o interesse da ordem pública reclamar o juiz poderá, logo após o
interrogatório do acusado, determinar o desaforamento do julgamento. 
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PROVA COMENTADA – DELEGADO PC-MG
c) O serviço de jurado é obrigatório e somente compreenderá maiores de
18 anos. 
d) Os jurados poderão formular perguntas às testemunhas por intermédio
do juiz-presidente. 
Comentários
a) CORRETA: Item correto, nos exatos termos do art. 425 do CPP.
b) ERRADA: Item errado, pois o desaforamento só pode ser determinado pelo
Tribunal, nos termos do art. 427 do CPP.
c) CORRETA: Item correto, nos termos do art. 436 do CPP.
d) CORRETA: Item correto, pois os jurados possuem tal faculdade de formular
perguntas às testemunhas, sempre através do juiz-presidente (sistema
presidencialista), na forma do art. 473, §2º do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA INCORRETA É A LETRA B.
Questão 42 
Não haverá o quebramento da fiança quando: 
a) Deliberadamente o afiançado praticar ato de obstrução ao andamento
do inquérito/processo.b) Descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança. 
c) Resistir injustificadamente a ordem judicial. 
d) Deixar de comparecer, por justo motivo, quando regularmente intimado
para ato processual. 
Comentários
Dentre as hipóteses apresentadas, todas representam situações em que haverá
o quebramento da fiança, na forma do art. 341 do CPP, exceto no caso da letra
“D”, pois se ausência se dá POR JUSTO MOTIVO, não há quebramento da fiança,
na forma do art. 341, I do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
Questão 43 
Sobre a prisão preventiva é CORRETO a afirmar: 
a) poderá ser decretada de ofício pelo juiz na fase do inquérito policial. 
b) poderá ser decretada em crime doloso, quando se tratar de reincidente,
independente da pena cominada ao delito. 
c) nos casos de violência doméstica poderá ser decretada
independentemente da imposição anterior de medida protetiva. 
32
PROVA COMENTADA – DELEGADO PC-MG
d) quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa poderá se
decretada e mantida mesmo após superada a dúvida.
Comentários
a) ERRADA: Item errado, pois durante o IP a prisão preventiva não pode ser
decretada DE OFÍCIO pelo Juiz (ou seja, sem requerimento de nenhum
legitimado), na forma do art. 311 do CPP.
b) CORRETA: Item correto, pois neste caso caberá a prisão preventiva, na
forma do art. 313, II do CPP.
c) ERRADA: Item errado, pois no caso de violência doméstica e familiar contra a
mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, a
preventiva pode ser decretada para garantir a execução das medidas protetivas
de urgência, na forma do art. 313, III do CPP.
d) ERRADA: Item errado, pois caso a preventiva seja decretada por esta razão,
o que é possível, deve o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a
identificação, exceto se outra hipótese recomendar a manutenção da prisão
preventiva, na forma do art. 313, § único do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
Questão 44 
Sobre a prova pericial é INCORRETO afirmar: 
a) O exame de corpo de delito deverá ser assinado por 2 (dois) peritos
oficiais, portadores de diploma de curso superior. 
b) O exame de corpo de delito poderá ser realizado qualquer dia e horário,
inclusive aos domingos. 
c) A autópsia será realizada, em regra, 6 (seis) horas após o óbito.
d) Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material suficiente
para a eventualidade de nova perícia. 
Comentários
a) ERRADA: Item errado, pois o exame de corpo de delito deve ser realizado
por UM PERITO OFICIAL, na forma do art. 159 do CPP.
b) CORRETA: Item correto, nos exatos termos do art. 161 do CPP.
c) CORRETA: Item correto, nos exatos termos do art. 162 do CPP.
d) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão contida no art. 170 do
CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA INCORRETA É A LETRA A. 
Questão 45 
Sobre recursos no processo penal é INCORRETO afirmar: 
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PROVA COMENTADA – DELEGADO PC-MG
a) O recurso de agravo, previsto no art. 197 da LEP, tem efeito regressivo.
b) A apelação no juizado especial tem prazo de 10 dias. 
c) No juizado especial a parte recorrente pode protestar por apresentar as
razões de apelação perante a turma recursal. 
d) O prazo dos embargos de declaração no juizado especial é de 5 (cinco)
dias.
Comentários
a) CORRETA: Item correto, pois o agravo em execução segue o mesmo rito do
RESE, que possui efeito regressivo, na forma do art. 589 do CPP.
b) CORRETA: Item correto, pois este é o prazo da apelação nos Juizados, na
forma do art. 82, §1º da Lei 9.099/95.
c) ERRADA: Item errado, pois não há tal previsão nos Juizados, devendo as
razões serem apresentadas junto com a petição de interposição da apelação, na
forma do art. 82, §1º da Lei 9.099/95.
d) CORRETA: Item correto, nos exatos termos do art. 83, §1º da Lei 9.099/05.
Portanto, a ALTERNATIVA INCORRETA É A LETRA C.
Questão 46 
Sobre o inquérito policial é INCORRETO afirmar: 
a) Tem valor probante relativo. 
b) Todas as provas produzidas devem ser repetidas sob contraditório.
c) Vícios do inquérito não nulificam subsequente ação penal. 
d) O investigado pode requerer diligências.
Comentários
a) CORRETA: Item correto, pois o IP se desenvolve sem as garantias do
contraditório pleno e da ampla defesa, motivo pelo qual os elementos ali
colhidos possuem valor probante inferior àqueles obtidos sob o contraditório
judicial.
b) ERRADA: Item errado, pois existem provas que não precisam ser refeitas
quando do processo judicial, como é o caso das provas cautelares, antecipadas
e não repetíveis, na forma do art. 155 do CPP.
c) CORRETA: Item correto, pois o entendimento jurisprudencial é no sentido de
que eventuais vícios ocorridos no IP podem gerar a nulidade do ato realizado,
mas não contaminam a ação penal.
d) CORRETA: Item correto, pois o investigado pode requerer a realização de
qualquer diligência, que será realizada, ou não, a critério da autoridade policial,
na forma do art. 14 do CPP.
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PROVA COMENTADA – DELEGADO PC-MG
Portanto, a ALTERNATIVA INCORRETA É A LETRA B. 
Questão 47 
Sobre a prova no processo penal brasileiro é INCORRETO afirmar: 
a) A prova sobre o “estado das pessoas” deve observar restrições
estabelecidas na lei civil. 
b) A confissão deve ser cotejada com outros elementos de convicção. 
c) A narcoanálise constitui método para obtenção de in- formações úteis à
moderna investigação policial. 
d) O juiz pode determinar a realização de prova mesmo antes de iniciada
a ação penal.
Comentários
a) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão contida no art. 155, §
único do CPP, sendo uma das raras hipóteses de aplicação do sistema da prova
tarifada.
b) CORRETA: Item correto, pois a confissão não tem valor absoluta, e seu valor
probante deve ser aferido caso a caso, cotejando-se a confissão com o restante
do arcabouço probatório que consta nos autos, na forma do art. 197 do CPP.
c) ERRADA: A narcoanálise consiste em submeter o acusado ou indiciado ao uso
de determinada substância entorpecente, a fim de provocar o relaxamento e a
inibição, de forma a facilitar a obtenção de informações. Trata-se de prova
ilícita.
d) CORRETA: Item correto, pois o Juiz pode determinar a produção de provas
(de ofício, sem requerimento de ninguém), mesmo antes de iniciada a ação
penal, na forma do art. 156, I do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA INCORRETA É A LETRA C.
Questão 48 
Não é condição geral ou especial da ação penal: 
a) O pedido. 
b) A legitimidade das partes. 
c) A entrada do agente no território nacional em caso de
extraterritorialidade da lei penal. 
d) A requisição do Ministro da Justiça.
Comentários
A legitimidade das partes é condição geral ou genérica da ação penal (correta a
letras B).
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PROVA COMENTADA – DELEGADO PC-MG
A entrada do agente no território nacional em caso de extraterritorialidade da
lei penal e a requisição do Ministro da Justiça são condições especiais da ação
penal, previstas apenas em determinados casos (corretas as letras C e D).
O pedido, por sua vez, não é condição da ação. O pedido é pressuposto de
EXISTÊNCIA da ação. Sem pedido, não há ação penal. O que é condição da
ação (condição para o legítimo exercício do direito de ação) é a POSSIBILIDADE
JURÍDICA DO PEDIDO.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
Questão 49 
Não poderá ser cumulada com outra medida cautelar 
a) a monitoração eletrônica. 
b) a proibição de ausentar-se do País, inclusive mediante entrega do
passaporte. 
c) a fiança. 
d) a prisão domiciliar.
Comentários
A prisão domiciliar é uma medida substitutiva da prisão preventiva, nos casos
em que a preventiva é necessária, mas

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