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06 Direito Penal I

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UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA – BH 4º PERÍODO PROFESSOR: VÍTOR KILDARE DISCIPLINA: DIREITO PENAL I
Autores Clássicos: 22 DE SETEMBRO 14 V1
Nelson Hungria;
Damásio de jesus;
Aníbal Bruno;
Fragoso;
Mirabete;
Magalhaes Noronha.
Bibliografia atualizada:
Curso de Direito Penal Volume I – Fernando Capez;
Curso de Direito Penal Volume I – Rogério Grecco;
Direito Penal Comentado – Rogério Grecco;
Direito Penal Esquematizado – Cléber Masson;
Direito Penal Volume I – Flávio Augusto Monteiro de Barros;
Manual de Direito Penal do Nucci – Guilherme de Souza Nucci;
Manual de Direito Penal Brasileiro – Raul Eugênio Zaffaroni;
Tratado de Direito Penal – César Roberto Bittencourt.
Leitura Complementar:
A Cidade Antiga – Fustel de Coulanges.
Dos delitos e das penas – Cesare Beccaria.
O processo – Franz Kafka.
Vigiar e Punir – Michel Foucault.
Definição de Direito Penal, segundo Frans Von Liszt: “Conjunto de prescrições emanada do estado que ligam o crime como o fato e a pena como conseqüência”.
	Quem cria o crime é o Estado. Ou seja, o crime é um ente jurídico. Uma entidade normativa. Uma criação do Estado. Podemos dizer que é um fato social que o Estado define como fato criminoso, pois atrapalha a convivência social. Por Estado, leia-se Poder Legislativo da União.
Obs:O costume não tem o condão de criar crime.
Obs 02: Crime é a previsão abstrata de um fato que pode acontecer na vida social.
Obs 03: A pena é o mecanismo de autoproteção da própria norma.
Definição de Direito Penal, segundo Edgar Magalhães Noronha: “Direito Penal é conjunto de normas jurídicas que regulam o Poder punitivo estatal, tendo em vista os fatos de natureza criminal e as medidas aplicáveis a quem os pratica”.
	 A pena é somente aplicada ao imputável, que é aquele quem tem 18 anos ou mais, possuidor de sanidade mental.
	O inimputável (18 anos ou mais e não tem sanidade mental / acometido por uma psicopatologia / louco de todos os gêneros) não sofre aplicação da pena, mas sofre aplicação de uma medida de segurança.
	O semimputável é aquele que tem 18 anos ou mais e é portador de uma psicopatologia que não retira a interesa de entender de querer. São fronteiriços entre a loucura e sanidade. A estes, a lei reserva, conforme parágrafo único do artigo 26 do Código Penal, a pena diminuída ou medida de segurança.
	No que tange ao adolescente, este é inimputável pela menoridade e a eles se aplica apenas medidas socioeducativas.
	Quando Lei Penal estipula um crime e prevê uma pena, o transgressor acaba tendo um direito de não ser punido a mais do que está previsto.
	O Direito Penal faz partedo ramo do Direito Público Interno o qual define as infrações penais (crimes e contravenções penais), estabelecendo as sanções penais (penas e medidas de segurança) aplicáveis aos infratores. Faz parte do Direito Público, pois os bens protegidos pelo Direito Penal são bens indisponíveis. Ou seja, mesmo que um sujeito queira dispor de sua própria vida, este não possui tal direito. Outra justificativa da inserção no Ramo Público, é que a norma penal é coativamente imposta, pois o Estado é obrigado a plicar a norma penal, tendo de perseguir o transgressor da norma para aplicar-lhe a pena, pois, caso o Estado procrastine, a mensagem de impunidade circulará na sociedade trazendo o caos. O crime terá sempre um sujeito ativo que é aquele que pratica a conduta delituosa, que realiza o verbo típico. Consequentemente, todo crime terá sujeitos passivos. Além da própria vítima (sujeito passivo eventual), o Estado, criador da conduta definida como crime, sempre atuará no polo passivo (de forma geral, sempre será o primeiro vitimado).
 “São protegidos pelo direito penal bens indisponíveis”. Ex: a vida
“O Estado em todo o delito figurará como sujeito passivo geral, uma vez que nutre a esperança de ver o dispositivo legal ser cumprido”
Características do Direito Penal:
Ciência cultural, normativa, valorativa, finalista, sancionadora / constitutivo. Ciência, pois as normas se encontram sistematizadas por um conjunto de princípios.
 Cultural: advêm da necessidade humana, pois é criada pelo homem, flutuável nos espaço e no tempo, transformando-se conforme os anseios sociais acompanhando a evolução da sociedade. pois transforma anseios sociais em crime. Ex: a pena de morte é legalizada em alguns países em outros não, o adultério no Brasil constitui um ilícito civil grave porém não é crime, no Brasil o suicídio ou autocídio não é punido, penalmente falando, nem tão pouco o suicida frustrado para não incentivá-lo a reiterar a ação, já em outros países o suicida é punido com a pena de morte.
Normativa: porque se constitui em normas, determinam, impõe, é mandamental a fazer ou não fazer. Destina uma mensagem para todas as pessoas, o possível executor do ato delitivo; o comportamento positivo ou ativo, comissivo é quando o transgressor age conforme o verbo que consta no artigo. Ex matar alguém. Quando o infrator deixa de agir em determinada situação, constituindo delito previsto em norma legal constituirá crime omissivo. Ex: omissão de socorro. 
Valorativa: a norma penal visa proteger um bem jurídico, tornando em incólume um bem jurídico, através de uma pena criminal que e revestida de dor sentimento sendo lesiva contra-estimulando a prática daquele fato delituoso entretanto devendo ser necessária e proporcional ao Mao causado . A norma devera aquilatar quanto mais grandioso for a lesão maior devera ser a pena.
Finalista: porque protege os bens mais importantes que o homem possua em sua vida social, outros bens podem até serem valiosos e serão protegidos por outros ramos do direito cível, tributário, etc. visto que a sanção penal é altamente lesiva, estigmatizante.
Sancionatário/ constitutivo: porque protege a ordem jurídica cominando sanções. Segundo Zafaronni, é predominantemente sancionador excepcionalmente constitutivo,. Sancionador no sentido que não cria bens jurídicos, mas acrescenta sua tutela penal aos bens regulados em outras áreas do direito. EX: casamento, o domicilio, etc. será excepcionalmente constitutivo quando tutelar bens não protegidos em outras áreas do direito. Ex: omissão de socorro, maus tratos.
Subsidiário: o direito penal só deve ser usado onde imperiosamente se fez necessária sua atuação; o caráter subsidiário é reflexo do principio da intervenção mínima, é a uma ratio, forma de controle social, lesivo, a pena é traumática, estigmatizante, por isso precisa ser contido sendo utilizado em casos extremamente necessários. Deve ser reservado para hipóteses que outra forma de controle social não conseguir fazer frente ao fato ou for insuficiente. Ex: infração de transito requer multa não sendo necessário intervenção do direito penal. 
Fragmentário: não há um sistema exaustivo de proteção. O sistema essencialmente fragmentário será listado como crime somente alguns fatos, e não todos. Ex: art. 163 CP dano. Não havendo dolo é simplesmente infração de transito. No caso de colisão de transito.
		
Quadro menor ilícito penal (recrutado dentro do ilícito em geral) estes são mais específicos, requerem requisitos, todos integram os ilícitos gerais, porem a assertiva contraria não é verdadeira. 
Quadro maior ilícitos em geral
Fora dos quadros fatos ilícitos; 
Limitado: por ser especifico não tutela todos os tipos de bens jurídicos, preocupa-se com os bens de elevado capital, somente alguns bens serão protegidos, porém esta proteção não é integral, não os protege de todas as maneiras possíveis, requer alguns requisitos específicos, restando tal tutela para outros ramos do direito. Art. 150 violação de domicilio. Não ocorre quando um individuo usando um binóculo observa uma mulher em outra casa através da janela uma vez que ele não está fisicamente dentro da tal casa. Art. 163 CP.Dano culposo não é crime, portanto restando ser tutelado o bem jurídico pelo esfera cível.
DIREITO PENAL OBJETIVO E DIREITO PENAL SUBJETIVO: PAG 67 MASSON
Direito penal objetivo: é a “norma agendi”. É conjuntode normas existentes. Na esfera penal é o conjunto de leis penais em vigor, ou seja, todas as já produzidas e ainda não revogadas.
Direito subjetivo: é a “facultas agendi”. É a faculdade de agir. Na esfera penal é o direito de punir, torna-se em obrigatoriedade, o ius puniendi, exclusivo do Estado, o qual nasce no momento em que é violada conteúdo da lei penal incriminadora.
DIREITO PENAL SUBSTANTIVO MATERIAL (é o próprio direito penal).
DIREITO PENAL ADJETIVO OU FORMAL (direito processual penal).
DIREITO PENAL COMUM E DIREITO PENAL ESPECIAL
Direito penal comum: aquele aplicável a todas as pessoas;
Direito penal especial: aquele aplicado a certas e determinadas pessoas. Ex: COM aplicado aos militares;
DIREITO PENAL FUNDAMENTAL
É composto pelas normas da Parte Geral do Código Penal e, excepcionalmente, por algumas de amplo conteúdo, previstas na Parte Especial, como é o caso do conceito de domicilio (art. 150, §§ 4 ° e 5,°) e de funcionário público (art. 327). São a base, princípios gerais. O direito penal fundamental foi criado para nos permitir e aplicar as normas da parte especial, e ainda, aplicáveis a legislação extravagante desde que esta não disponha de modo contrario caso em que prevalecerá o disposto na lei extravagante.
 	Na parte especial encontramos os Crimes em espécie, é a norma incriminadora que que é a soma de duas partes sendo o preceito primário, a parte dispositiva da norma, a matéria da proibição e logo abaixo o preceito secundário que é a sanção.
TIPOS DE PENA, TRES ESPÉCIES;
Privativa de liberdade (reclusão, detenção, prisão), restritiva de direitos e pecuniária (multa).
No caso de fixação de pena, dosimetria da pena, obedecendo o sistema trifásico para estabelecer a pena. 
Na especial do CP encontramos em regra os crimes em espécie mas também outros tipos de normas que não incriminadoras.
DIREITO PENAL EXTRAVAGANTE E LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR:
São exemplos de normas penais extravagantes o CTB, A LEI DE DROGAS, CODIGO DE DESARMAMENTO, ou seja, tratam do direito penal porem não estão dentro do código penal.
É o conjunto de normas que tratam do direito penal porem não estão dentro do código penal. Exemplos: Lei 9.455/1997 (crimes de tortura), Lei 8.137/1990 (crimes de sonegação fiscal), Lei 4.898/1965 (crimes de abuso de autoridade), Lei 7.492/1986 (crimes contra o sistema financeiro nacional), entre tantas outras. Carroceiro que atropela individuo, o direito da vitima é tutelado no código penal visto que carroça não é veículo automotor.
RELAÇÕES DO DIREITO PENAL pag 57 Masson (não cairá na prova).
O órgão previsto para legislar sobre direito penal, é o legislativo.
Dessa forma, o Direito Penal se relaciona com todos os demais ramos jurídicos. Interessam-nos, contudo, somente aqueles mais úteis para o seu estudo técnico e a sua aplicação teórica.
Direito penal e constitucional:
	Dada a hierarquia das leis, toda a norma infraconstitucional, ordinária deve obediência a constituição da República para que não seja considerada invalida por inconstitucionalidade.
	A CF/88em diversas passagens se refere a princípios penais, art. 5°, XXXIX trata do principio da estrita legalidade, copia fiel do art 1º do Código Penal “não há crime sem lei anterior que a defina...”.
Também no inciso XL da CF/88 trata do principio da retroatividade benéfica que se refere ao art. 2° do CP, “a lei penal não retroagirá salvo para beneficiar o réu”. 
No art. 22, I da CF/88, se estipula quem tem legitimidade para criar a norma penal sendo este o poder legislativo da União.
No inciso XLIII do art.5 da CF, são estipuladas algumas determinações ao legislador infraconstitucional, “são inafiançáveis e insuscetíveis de graça os crimes de terrorismo, trafico, tortura e hediondos”.
Direito penal e administrativo
 Direito administrativo é o conjunto de normas e princípios que regulam a organização e funcionamento da administração publica, bem como as suas relações com os particulares no exercício de atividades de interesse publico. Ex: obras públicas;
O direito penal tem um capitulo inteiro de crimes possivelmente praticados pelo servidor publico contra a administração publica. Ex: peculato, concussão, corrupção passiva, etc. estes crimes visam o bom andamento e regular dos serviços públicos.
Direito penal e processual penal
O direito penal, material ou substantivo somente não bastaria, pois possui finalidade de selecionar comportamentos e interditá-los com uma pena criminal. O direito processual penal servirá para tornar realidade o direito penal através das normas de direito formal. O processo penal tem finalidade permitir a realização do direito penal através do processo e a garantia jurisdicional.
O direito penal terá um capitulo dedicado a proteger o processo. O art. 342 visa evitar o erro judiciário. A pena só pode ser cumprida após a sentença transitada e julgada.
Direito penal e direito civil
Inúmeros conceitos do direito civil são considerados pelo direito penal. Ex: crime de bigamia; dano pode abranger tanto o âmbito penal como o civil. Todo o ilícito penal é um ilícito geral. Todos os objetos apreendid
Direito penal e internacional
Pode um brasileiro vir a cometer um crime fora do território nacional e ao retornar o Estado onde ocorreu o fato reclame sua responsabilidade através do pedido de extradição. 
Imunidade diplomática 
O diplomata ou embaixador representa um Estado estrangeiro. Esta imunidade diplomática protege o diplomata no caso de cometimento de crime responderá no seu país de origem e não no local onde ocorreu o fato. Na mesma forma reciprocamente o brasileiro que cometer em outro Estado responderá no Brasil.
Direito penal e comparado
Tratamento e semelhanças de assuntos da nossa legislação em outros países.
Direito penal e historia do direito penal
O estudo da historia do direito é importante para evitarmos os mesmos erros do passado através da análise do contexto e elementos históricos que proporcionaram a evolução do direito.
Direito penal e criminologia
A criminologia é uma ciência multidisciplinar que colherá elementos relevantes de cada uma das esferas empenhadas em estudos dos fatos sociais. É uma ciência empírica que estuda o criminoso, o crime, a vitima, as conseqüências e causas que envolvem o fato crime. Ex: vitimologia, estupro de um bebê,(vitima que não contribui para o crime), motorista descuidado (sua negligencia contribui para o crime) neste caso o comportamento da vitima é determinante para atenuar a pena do autor conforme o art. 59 do CP.
Direito penal e política criminal
Compreendida como a critica para reforma da legislação penal. Estas modificações penetrarão no direito penal através da política criminal, ou seja, é uma ponte entre a criminologia e direito penal através da proposta de modificações.
Direito penal e ciências auxiliares
Medicina legal - possui aplicação extensa ao direito. Ex: paternidade, psiquiatria criminal, comoriência, incapacitação por motivo de saúde e possível invalidez, pericia criminal, determinação de inimputabilidade por psicopatologia ou ausência de faculdades psicológicas normais. 
Psicologia criminal – é o estudo dos motivos, da mola propulsora do crime para aumento ou atenuação da pena. Relevante valor social implica diminuição da pena. ex;Patriotismo, porém motivações fúteis acarretam aumento da pena.
Criminalística - conjunto de conhecimentos de diversas ciências que facilitam a aplicação do direito pena. Ex: engenheiros estão envolvidos na investigação dos motivos da queda do avião que resultou na morte do candidato a presidência da república. Algumas ciências dogmáticas e outras não dogmáticas.
EVOLUÇÃO HISTORICAS DAS IDEIAS PENAIS (NÃO CAIRÁ NA PROVA)
As praticas punitivas do homem podem ser didaticamente divididas em fases:
Tempos primitivos: o homem vivia como nômade isolado. Ao ser agredido revidava utilizando a força para resolver suas pendências quase semprede maneira desproporcional. Época marcada pela lei de talião. Posteriormente a composição, é o acordo em que as partes, autor e vitima, entravam em conversações e cada qual abria mão do total ou parte de seus interesses. Assim o autor da agressão sabendo do revide, propunha pagamento da divida para eximir-se da pena. A composição produz economia de energia e ainda é aplicável no Direito Civil
Vingança privada: o homem passa a viver em grupo gerando um sentimento de proteção entre seus participantes. Naquela época não havia Estado com função jurisdicional para dirimir o conflito.
Vingança divina: o homem não sabia explicar os fenômenos naturais. Explicava-se um maremotos como a fúria dos deuses. Os filósofos começaram a fazer separação do divino e o natural. As leis eram explicadas via o deus respectivo a cada contexto. O “mau” acontecia em decorrência do humor do deus. 
Vingança publica: nesta fase as leis eram criadas, interpretadas, modificadas com fulcro de proteger o monarca. As leis beneficiavam o rei. Que nomeava os juízes era o rei que julgavam a seu favor.
Período humanitário: em regra as leis até este período eram imprecisas e lacunosas, reacionárias com a pena de morte aplicada em larga escala. Os crimes eram elencados através de consciências sociais morais ultrapassadas. Havia uma ingerência entre estado e religião. 
Período criminológico. Inicia-se com Cesare lombroso que passou a estuda os criminosos, e verificar que os criminosos possuíam algumas características físico-psíquicas, e do ponto de vista empírico, concluiu que o criminoso era uma espécie do gênero humano, que denotavam desde o nascedouro uma pessoa propensa a pratica de crimes. “Teoria do criminoso nato”. Teoria que não vingou visto a evolução do estudo dos fatos criminológicos e elementos que o compõe.
Doutrinas e escolas penais (não cai na prova)
É o pensamento jurídico-filosófico acerca da etiologia(a gênese, como surge) do delito dos fundamentos e objetivos do sistema penal. Podemos citar duas escolas:
Teoria Absoluta ou retributiva: para esta teoria o crime é um mal assim como a pena. A aplicação da pena e um mal. Pune-se o mal com o mal o qual justifica-se por si mesmo pelo imperativo categórico racional. Outro teórico representante desta teoria é o Hegel, que diz que a “pena é a negação da negação do direito”, é uma teoria dialética. 
Teoria relativa ou utilitária: a pena visa um fim útil. Tem utilidade quer seja prevenção geral (antes de acontecer o crime) quer seja prevenção especial (efetiva aplicação da sanção, exemplo aos demais);
Teoria mista ou eclética: a pena é retributiva e também utilitária. 
Escola clássica e a Escola positiva: Vão surgir a partir do debate que se criou acerca dos fundamentos e fins da pena de surgiram três teorias: na escola clássica temos dois expoentes sendo um deles Beccaria, cujos pensamentos influenciaram a Rer. Francesa, e como expoente jurídico Francesco Carrara. 
Características 
O crime é um ente jurídico, é uma infração penal, não é um ente de fato.
A pena é um mecanismo de retribuição ao mal praticado preservando a própria lei;
O método de estudo é dedutivo, através de silogismo.
Escola positiva
Para esta escola há três fenômenos que se relacionam para produção do crime:
Elementos Antropológicos, sociais, e psicológicos com seus respectivos representantes exponenciais Lombroso, Garófalo e Ferri. 
Características: crime é um ente de fato produto de fatores antropológicos, sociais e psicológicos.
O método de estudo é indutivo ou experimentalista.
Historia do direito penal brasileiro (não cairá na prova)
FONTES DO DIREITO PENAL: PÁG 67 MASSON 25 de agosto de 2014.
 No vernáculo fonte significa: lugar onde nasce água, no sentido conotativo significa origem, no sentido jurídico fonte significa de onde nasce, provém o direito. Há duas espécies de fonte:
SUBSTANCIAL, MATERIAL, OU DE PRODUÇÃO: diz respeito ao órgão constitucionalmente encarregado de legislar sobre direito penal sendo este o poder legislativo da União. Art. 22 I CF/88.
A confecção da norma esta nas mãos do poder legislativo da união (deputados e senadores federais). “Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados Membros a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo (Ex: lei que protege a araucária, especifica da região).” Porem atualmente não existe leis penais criadas pelos Estados Membros. Art. 59 CF/88 “”
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: (espécies normativas que podem tratar da matéria penal)
I – emendas à Constituição;
II – leis complementares; “quorum mínimo de metade dos parlamentares mais um” 
III – leis ordinárias; (Código penal e leis extravagantes equiparam-se a este níve.l)
IV – leis delegadas; 
V – medidas provisórias; produto do chefe do executivo NÃO TRATAM DE MATERIA PENAL
VI – decretos legislativos;
VII – resoluções.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis, entretanto dificulta o andamento a rapidez da maquina legislativa optando-se pela lei ordinaria.
Fonte formal é maneira como a lei se exterioriza podendo ser:
Imediata ou direta: é lei. Entenda-se por lei qualquer dispositivo normativo criado nos moldes da CF/88.
Dos crimes contra a pessoa
Homicídio simples
Art. 121. Matar alguém: preceito primário;
Pena – reclusão, de seis a vinte anos. Preceito secundário;
No preceito primário tenho o caput, tipo básico ou fundamental, a matéria da proibição, um comportamento humano descrito de forma minudenciada, detalhada, especificada; tenho a parte dispositiva da norma, O preceito primário é descritivo.
No preceito secundário a sanção. É que implica na proibição.
A junção dos dois preceitos é chamada norma incriminadora também conhecida como crime em espécie. O preceito primário é descritivo.
Norma incriminadora seleciona comportamento e estipula uma sanção pela transgressão.
Homicídio simples é o titulo especifico da infração penal.
Dos crimes contra a pessoa/dos crimes contra a vida o titulo genérico congrega vários crimes.
A norma penal interdita a conduta indiretamente uma vez que a proibição não é explicita, mas a pena é que implica a proibição; 
A norma penal deve ser minudenciada e não de forma genérica:
Geral: a norma penal e dirigida a todos, vinculando à obediência a todos; ”erga omines”. 
Imperativa: todo aquele que transgredir a norma penal deverá ser punido, sendo uma das finalidades do estado, promover o bem comum.
Exclusividade: um único ramo do direito que pode utilizar da pena criminal, na forma de restrição de liberdade, é o direito penal.
Abstrata : é um molde, uma criação de um fato que pode acontecer no meio social. 
Impessoal: não é casuística, se destina a todos;
Irrefragabilidade: só pode ser revogada por outra lei; a lei posterior penal revoga a anterior;
DESTINATÁRIOS DA LEI PENAL 
A norma penal em seu preceito primário é meramente descritiva, logo após no preceito secundário uma sanção que deixará uma mensagem proibitiva, esta mensagem conforme as características da norma penal é direcionada a todos.
Para os subjetivistas: só são destinatários da lei penal as pessoas que tem plena faculdade de querer e entender excluindo-se os loucos e menores. 
Para os objetivistas: loucos e menores possuem capacidade de ação, sendo as respectivas punições, e não penas, medida de segurança e medida sócio educativa. Cometem fato típico e ilícito porem não se aplicará a pena prevista na norma penal.
CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS:
Podem ser divididas em duas categorias:
Norma penal sentido estrito (strictu sensu): são as normas incriminadoras, descrevem pormenorizadamente a ação e a pena; relaciona-se com fato típico;
No sentido amplo (lato sensu): normas não incriminadoras; cujas espécies são:
2.1permissivas: correspondem as causas de exclusão de ilicitude art. 23,24 25 do CP. 
Legitima defesa, estadode necessidade, exercício regular de direito, estrito cumprimento do dever legal,(causas legais de exclusão de ilicitude), bem como, o consentimento do individuo(causa supra legal umas vez que não esta expressa porém é aceita ). A norma permissiva é aquela que apesar de típica não é ilícita pela presença de uma das causas de exclusão da ilicitude. Ex.: matar em estrito cumprimento do dever legal em razão da função policial;
Em fatos atípicos não se analisa a ilicitude.
Para que seja crime o fato tem que ser típico, ilícito e culpável.
normas exculpantes: é aquela que exclui a culpabilidade. Refere-se às causas de exclusão da culpabilidade. São exemplos: a doença mental (artigo 26 CP / como por exemplo, o ex-aluno que esfaqueou e matou um professor, e após o exame pericial foi detectado uma doença mental que lhe retirou a capacidade de entender e querer); o desenvolvimento mental incompleto (artigo 26 CP / como por exemplo, os silvícolas, excetuando-se aqueles já adaptados à nossa cultura); o desenvolvimento mental retardado (artigo 26 CP / indivíduo com déficit mental, ou oligofrenias graves); a menoridade (artigo 27 CP); a coação moral irresistível (artigo 22 CP / como por exemplo, um gerente de banco que é ameaçado e vai até o banco e retira o dinheiro e entrega ao bandido, pois era 
sabido que sua família se encontrava em perigo); obediência hierárquica (artigo 22 do CP / o juiz expede um mandado de prisão e o oficial de justiça cumpre, sem contestar o juiz, entretanto, posteriormente se descobre que o mandado foi expedido por causas excelsas); o erro de proibição invencível (artigo 21 CP / como por exemplo, torcedores de um time quando da alegria de um gol, retiram e rodam a camisa, ou o Holandês que, no Brasil, compra e consome drogas, pois lá ao contrário daqui, o uso e consumo de entorpecentes é permitido); e a embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou casa maior (artigo 28 CP / como por exemplo, retornado à terra natal, um indivíduo vai ao boteco e é compelido através da apresentação da arma de fogo).
Crime é um conceito estritamente jurídico, sendo o somatório de três requisitos:
tem que ser fato típico: verifica-se se o fato é igual a uma das normas incriminadoras;
Ilícito: fato que foi praticado e é proibido pela norma jurídica; sabe-se que se o fato não for alcançado pelas excludentes de ilicitude será um fato “típico e ilicito”. Valoração negativa que recai sobre o fato dizendo que aquele fato não é autorizado pela norma jurídica;
Culpável: reprovação, censura que se faz ao agente praticante do fato típico e ilícito. Verifica-se se o fato não foi alcançado pelas causas de exclusão de culpabilidade;
A lei penal não vai dizer quando o fato não é ilícito e sim lícito indiretamente; 
Os três requisitos são pressupostos entre si e devem ser analisados ordenadamente;
No código penal, parte especial e nas leis extravagantes encontraremos incriminadoras;
Permissivas na parte geral;
Normas interpretativas ou explicativas: esclarecem o conteúdo de outras normas, expressões, locuções; Ex: art. Esclarece o que é funcionário publico;
Normas diretivas: aquelas que mencionam princípios. Ex: art. 1° do CP. “principio da estrita legalidade”;
Normas de Extensão ou ampliação: aquelas que ampliam o conteúdo de outras normas; Ex: art. 14,II, (descreve a modalidade de tentativa)CP combinado com o art.121, CP fará com que aquele artigo amplie o spectro de punição deste; o art. 29 (concurso de pessoas) também é exemplo de norma de extensão em relação ao 121 do CP.
Norma geral e norma local: é aquela aplicável a todas as pessoas em todo o território nacional. A norma local, criada pelo estado membro, é aplicada apenas em uma determinada parte territorial. Até hoje não nenhuma norma penal local em nosso ordenamento jurídico que só possui norma geral;
Norma comum e especial: comum aplicada a todos e a norma especial é aplicada a certas e determinadas pessoas.
Norma ordinária e norma temporária/excepcional: 
Ordinária – criada e visa aplicar-se aos fatos ocorrentes sem estipular o prazo final de sua vida; podendo ser revogada por outra lei ordinária.
Temporária – são leis previamente limitadas no tempo, estas leis possui um mecanismo de auto destruição, momento de começar e terminar; são leis auto revogáveis não precisando de outra lei para revoga-las, devido ao mecanismo interno que estipula seu fim, ela fixara o tempo final ex: horário de verão(esfera cvil); proibição de venda de bebida alcoólica em época eleitoral(esfera penal), já Excepcional, esta adstrita a permanência a situação ou motivos que a determinaram. Ex: leis referentes a época de guerra, não há prazo previamente determinado, enquanto estiverem presentes os motivos que a determinaram
Normas completas e normas incompletas:
Completa: norma perfeita, exeqüível, não precisa de complemento; tem como exemplo o tipo fechado, cujo conhecimento é inerente a todos, de fácil assimilação. Norma incriminadora. Ex: 121 CP; o tipo fechado evita qualquer tipo de insegurança jurídica;
Incompleta: não é possível a aplicação imediata, para que seja exeqüível precisará de outra norma que a complemente; a norma incompleta tem duas espécies: Tipo aberto (precisa ser passada por um filtro interpretativo) ex: art. 233 CP. Ato obsceno e Norma penal em branco; diferenciadas na seguinte estrutura, o complemento do tipo aberto advém do exercício interpretativo a ser levado a efeito pelo juiz ou pela doutrina, varia no tempo no espaço adequando-se ao contexto social. Já a norma penal em branco o complemento advém de outra disposição normativa. O tipo aberto traz certa insegurança porque vai exigir o juiz faça uma apreciação podendo haver opiniões divergentes, ou diferentes sobre uma mesma matéria. Portanto o legislador deve privilegiar os tipos fechados.
Norma penal em branco- é aquela que possui preceito primário formulado genericamente carecedor de complementação que virá de outra disposição normativa. Este complemento pode ser existente ou surgir posteriormente. Possui duas espécies:
		Norma penal em branco no sentido amplo (lato sensu): será quando estivermos diante da homogeneidade de fontes. EX.2: art. 237 CP. Quem pode casar? 1521 do CC diz quem pode casar. 
		Norma penal em branco em sentido estrito (strictu sensu): No sentido estrito diante da heterogeneidade de fontes; Ex.1: art. 28 de drogas, não estipula o que e droga, sendo necessário combinar com CP, descrições em portaria da ANVISA pertencente ao ministério da saúde, na esfera do poder executivo. Estatuto do desarmamento: uso permitido ou não emitido descrito em portaria do ministério do exercito, complementa o estatuto do desarmamento uma vez que este não especifica o que é arma de uso permitido ou não; 
O porquê do caráter genérico da norma? Para facilitar a adequação legislativa conforme as transformações sociais.
Quem cria a norma penal? Poder legislativo da união. 
Quem fez o complemento? O Poder Executivo.
Fonte formal mediata ou indireta: 
Sabendo da existência de lacunas na lei, visto as transformações sociais, percebemos a não existência de no direito sendo integrado por três recursos aplicado genericamente a todos os ramos:
- Analogia;
- costumes e; 
- princípios gerais do direito.
No direito penal devemos nos basear no art. Do CP. Que trata do principio da estrita legalidade, ”não há crime sem lei anterior que o defina nem pena sem previa cominação legal” está na lei é crime não está deixa de o ser.
Com relação às normas incriminadoras não é possível suprir a lacuna valendo-se dos recursos de integração. Ex: art.198,CP. Constranger alguém a assinar contrato mediante ameaça é crime, porém constranger a não assinar não será, é visto não estar descrito na lei. 
Em relação às normas não incriminadoras é possível utilizar estes recursos de integração desde que seja para beneficiar.
Mediata ou indireta: analogia, costumes, princípios gerais do direito, e outros. surge no caso de ausência de lei, lacuna legislativo, permiteque o aplicador da norma venha se valer destes recursos jurídicos. 
COSTUME (segundo legem terá aplicação penal, e contra legem somente para beneficiar)
Caracteriza-se por longa e reiterada pratica. Costume nasce da sociedade, das exigências de uma boa convivência, Ex: fila de banco, não há lei estipulando a formação de fila, mas é convencionado socialmente.
Costume tem uma perspectiva que é subjetiva, as pessoas subjetivamente se convencem a necessidade de obediência aquela norma apesar de não estar escrita. Não cria ou aumenta crime, não revoga lei, não interfere na pena. 
EXISTEM TRES ESPECIES DE COSTUME:
SECUNDUN LEGEM – costume interpretativo, porque não lei existem palavras que deverão passar em um filtro valorativo, cujo filtro encontra-se no costume Ex: definição de ato obsceno, mulher honesta, desonra própria, vai depender do contexto social da época em que lei for aplicada. Utilizado no direito penal uma vez que é necessário usar o costume para conhecer o tipo. Estes elementos são conhecidos como elementos normativos. EX: legitima defesa pode ser mais ou menos tolerada dependendo da região, repreender com agressão física moderada é aceitável em determinadas regiões. Em relação a adultério em alguns locais, há uma exigência de que o homem repudie o fato à força. 
CONTRA LEGEM – costume contrário a lei. Não é admitido porque só a lei penal pode revogar a lei penal. 
PRAETER LEGEM – é o costume integrativo, que supre a lacuna, que também não é valido para criar crimes.
O costume não pode criar um crime, mas a lei penal
Quem aumenta a pena é a lei 
Quem revoga a lei é outra lei.
Termos como desonra própria e ato obsceno só podem ser interpretados pelo costume.
No direito processual penal o costume tem maior aplicabilidade (costume segundo legem, contra leguem para beneficiar, praeter legem)
PRINCIPIOS GERAIS DO DIREITO
São valores fundamentais que inspiram a criação e a manutenção de um sistema de normas, não criam norma penal, não aumenta pena, não revogam ou lei. Visam afastar a contradição.
Proporcionalidade, a pena é proporcional ao crime.
ANALOGIA
É agir por semelhança, é comparar um caso com outro de maneira que se possa aplicar a lei.
In bonan parten - analogia boa beneficia. Aplicável no direito penal
In malan partem – analogia má prejudica. Não aplicável ao direito penal.
Não se aplicam nas normas incriminadoras CP, mas nas não incriminadoras pode.
O artigo 128 estipula o aborto e considerações permissivas. Combinando o art. 213 com o 217ª, por analogia em bonan partem, aplica-se o 128. Ato administrativo, portaria, é o complemento da norma penal em branco e é fonte formal mediata . Doutrina não é fonte formal mediata.
JURISPRUDENCIA 
Função do estado para dirimir conflitos através do juiz. Função jurisdicional é aquela em que o juiz aplica a lei ao caso concreto. Súmula é a consolidação de decisões reiteradas dos tribunais.
Após a EC 45/94, surgiu a chamada sumula vinculante para uniformizar, pacificar, obrigatoriamente vinculando as decisões dos tribunais sobre determinada matéria. Ex: uso de algemas.
TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS
Principio da reserva legal, da estrita legalidade, dos delitos e das penas:
A grande maioria não distingue o principio da legalidade e da estrita legalidade.
Da legalidade consta o crime só pode ser criado pela lei. 
Da estrita legalidade demonstra que apenas algumas leis é que podem tratar da matéria penal. CF, EC, LC,LO.
Principio da legalidade visa dar segurança jurídica e evita intromissão indevida do estado no direito da liberdade. Art. 5, XXXIX CF
Ex: a fraude acadêmica, a cola não é crime, mas administrativa. Se hoje for criada uma lei criminalizando o ato, os infratores serão alcançados a partir da criação da lei os praticantes anteriores a lei não serão alcançados. Este princípio evita a retroatividade penal. 
Este princípio teria surgido em 1215 na carta magna do rei João Sem Terra, em meio a revolução francesa, levando em conta a arbitrariedade da época.
Possui dois significados:
Político- é uma garantia constitucional dos direitos do homem; consta na CF, faz parte de nossa herança cultural; é erga ominis;
Jurídico – o legislador ao criar a norma incriminadora deverá especificar pormenorizar, minudenciar o comportamento isto acaba provocando o repudio àquelas normas genéricas de conteúdo vasto. Ex: o crime será: perturbar o bom andamento da aula. Faltou especificar cria insegurança jurídica.
O principio da estrita legalidade se sustenta hoje sobre quatro pilares:
Deve ser escrita;
Tem que ser prévia, evita retroatividade;
Estrita, proíbe-se analogia para criar novas incriminações;
Tem que ser especificada, minudenciada;
Relação entre o principio da estrita legalidade e pena (sanção, conseqüência jurídica, punição)
Quando a pena for especificada o legislador deve fixar a qualidade e quantidade da pena: 
Ex.: reclusão, ou detenção de 20 a 30 anos. Qualidade e quantidade
A pena deve especificar o mínimo e o máximo da pena para que seja especifica a pena para que seja usada a dosimetria da pena, proporcionalidade.
26 AGOSTO 2014
 ...e diz para o oficial cumpra, de maneira que não seja descumprida, uma vez que trata-se de uma ordem legal.
Erro de proibição invencível: Ex: holandês que consome droga no Brasil uma vez que percebe o comercio em determinado lugar presumindo a legalidade semelhante ao seu país. Embriagues completa de caso fortuito ou força maior. art.28 CP.

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