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AULA 1 e 2 TEORIA DO CRIME

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DIREITO PENAL I –TEORIA DO CRIME -2021/02AULA 
 01 -TEORIA DO CRIME 
 Professora: Wanda Maria Lima 
 
 AULA 01 
1 . A CIÊNCIA PENAL 
2. CONCEITO DE DIREITO PENAL 
 É o conjunto de princípios e regras destinados a combater o crime e a contravenção penal, 
mediante a imposição de sanção penal. 
 É um ramo do ordenamento jurídico que tem como função selecionar comportamentos 
humanos mais graves à coletividade e descrevê-los como infrações penais, cominando sanções 
correspondentes, penas e medidas de segurança, bem como valores e princípios que orientam a 
interpretação e aplicação das normas penais, com a finalidade de tornar possível a convivência 
humana em sociedade. 
 
 CRIME X CONTRAVENÇÃO PENAL 
Ambos são infrações penais, ou seja, não seria errado classificá-los como crimes, porque não há 
diferença substancial entre os conceitos, todavia, seriam espécies diferentes considerando crime 
com gênero. 
 Os Crimes são uma espécie de infração penal mais alta. A lei prevê prisão de reclusão ou 
detenção, que pode chegar até 30 anos, é cabível ação penal pública e privada e é possível 
punição por tentativa. 
Código Penal - Decreto-Lei nº 2.848, 7 Dezembro de 1940. 
EX: Homicídio, latrocínio e roubo. 
 As Contravenções são infrações mais leves com penas “menos relevantes”, a lei prevê a 
pena de prisão simples, que na prática é parecida com a detenção, que pode chegar a 5 anos de 
prisão. Só é cabível ação penal pública incondicionada e a tentativa não é punível. 
Lei das Contravenções Penais – Decreto-Lei nº 3.688, 3 de Outubro de 1941. 
EX: Jogo do bicho, direção perigosa de veículos e disparo de arma de fogo. 
2.1. Nomenclatura: 
 Atualmente, entretanto, o mais apropriado é falar em Direito Penal, pois o Decreto-lei 2.848, 
de 7 de dezembro de 1940, recepcionado pela CF/88 como lei ordinária, instituiu o Código Penal 
em vigor. Se não bastasse, a CF/88, em seu art. 22, I, adotou também a expressão Direito Penal. 
 
 
 
 
 
 
 
2.2. CARACTERISTICAS DO DIREITO PENAL 
 É uma ciência: Suas regras e normas estão sistematizadas por um conjunto de princípios que 
compõe a dogmática jurídico-penal. 
 É cultural: Porque pertence à classe das ciências do “dever ser” e não do “ser”. 
 É normativa: Porque tem como objeto o estudo do direito positivo, ou seja, a lei. 
 É valorativa: porque tem a sua própria escala de valores com a gravidade dos fatos 
criminosos. 
 É finalista: Uma vez que se preocupa com a proteção de bens jurídicos fundamentais. Sua 
missão é prática, e não simplesmente teórica ou acadêmica. Tem natureza autônoma, mas 
também sancionatória, pois não cria bens jurídicos, mas acrescenta uma proteção penal aos bens 
jurídicos. 
 É sancionatória: Pois não cria bens jurídicos, mas acrescenta uma proteção penal aos bens 
jurídicos. 
 É fragmentário: Porque não protege todos os bens jurídicos, somente os mais importantes e é 
a última etapa de proteção de bens jurídicos, sendo sua principal característica. 
 
3. FONTES DO DIREITO PENAL 
 No Direito Penal, fonte representa não só a origem, mas também a forma de manifestação da 
legislação penal. 
3.1. Fontes materiais, substanciais ou de produção: 
 São os órgãos constitucionalmente encarregados de elaborar o Direito Penal. Essa tarefa é 
precipuamente da União, conforme art. 22, I, da CF/88. Lei complementar da União pode 
autorizar os Estados-membros a legislar sobre questões específicas, de interesse local. (CF, art. 
22, p. único). 
 
3.2. Fontes formais cognitivas ou de conhecimento: 
 São os modos pelos quais o Direito Penal se revela. Subdivide-se em: 
 a) Fonte formal imediata: é a lei, regra escrita, concretizada pelo Poder Legislativo. É a única 
fonte formal imediata, pois somente ela pode criar infrações penais e cominar penas. Possui 
exclusividade (compete somente a União), imperatividade (é obrigatória, indiscutível e cogente), 
generalidade (uma vez que prevê situações gerais relacionadas ao convívio social atual) e abstrata e 
impessoal (aplica-se a todas as pessoas indistintamente). 
 b) Fontes formais mediatas: São a CF/88, os costumes, os princípios gerais do Direito e os 
atos administrativos. Não criam/revogam leis, servem apenas para auxiliar ao interprete, são 
chamadas de aporia ou colmatação. 
 
 
 
 
 
 
 
OBS: No art. 4º da Lei de Introdução ao Código Civil temos que quando a lei for omissa o juiz 
decidira o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito. 
! A constituição foi citada como uma fonte de direito formal mediato. 
 b.1) Fontes formais mediatas: 
 •Constituição Federal: situada no ápice do ordenamento jurídico brasileiro, não cria crimes 
nem comina penas. Esta tarefa é por ela acometida à lei, ao incluir entre os direitos e garantias 
fundamentais o princípio da reserva legal ou da estrita legalidade (CF, art. 5., XXXIX). 
 •Costumes: é o conjunto das normas de comportamento que as pessoas obedecem de forma 
constante e uniforme, através de hábitos fortalecidos pela convicção, nos quais não há 
obrigatoriedade. 
 •Princípios gerais do direito: São enunciações normativas de valor genérico, que 
condicionam e orientam a compreensão do ordenamento jurídico em sua aplicação e integração 
ou mesmo para a elaboração de novas normas. Assim como ocorre com os costumes, os 
princípios gerais do direito integram o ordenamento jurídico brasileiro, mas não são utilizados 
como fonte pelo direito penal, pois este possui princípios específicos. 
 •Atos da Administração Pública: funcionam como complemento de algumas normais penais 
em branco. 
Ex: Lei de Drogas ( Lei nº 11.343/06 art.33) 
“Art. 33, importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, expor a venda, oferecer, 
tem em deposito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo 
ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou desacordo com determinação 
legal ou regulamentar” 
- Quem define o que é droga? Droga para configurar trafico ou ate mesmo para usuario, é 
tudo o que tiver na Portaria 344 da Secretaria de vigilancia sanitaria do Ministerio da 
Saude, ou seja, uma Portaria que é um ato administrativo do poder executivo, esta 
contemplando um tipo penal. 
 
 4.MISSÕES OU FUNÇÕES DO DIREITO PENAL 
 Proteção de bens jurídicos: É a principal função do direito pena, contudo nem todos os bens 
são protegidos penalmente em razão do princípio de fragmentariedade e da subsidiariedade. É a 
missão precípua que confere legitimidade ao direito penal (STJ). 
 
 Instrumento de controle social: Deve contribuir para a preservação da paz publica inibindo que 
alguns agentes sejam estimulados a não violar a norma em favor da coletividade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Garantia: O direito penal é um escudo para o cidadão contra o estado, uma garantia que não 
haverá excessos, ou seja, somente o infrator pode ser punido por fato previsto na lei como 
infração penal. 
 
 Ético-social: (função criadora ou configuradora dos costumes), é o desempenho de uma 
função educativa, criando um feito moralizador, para se atingir um mínimo ético que deve reinar 
em toda coletividade. 
 
 Simbólica: Não produz efeito externo, mas apenas na “cabeça do cidadão” a falsa impressão 
de que o problema da criminalidade foi resolvido e que a partir da lei tudo “vai ficar sob controle”. 
Na mente dos governantes produz a sensação de que algo foi feito para a proteção da paz social. 
Está ligado ao direito penal do terror, através da inflação legislativa (direito penal de emergência) 
criando tipos penais desnecessários. Pode ocorrer também com o aumento desproporcional das 
penas em casos pontuais, o que se chama dehipertrofia do direito penal. 
 
 Motivadora: Porque incentiva os cidadãos a não violarem a norma, sob pena de receber uma 
sanção penal. 
 
 Redução da violência estatal: Reduzir ao mínimo a própria violência estatal, já que a 
imposição de pena, embora legítima, representa sempre uma agressão aos cidadãos. 
 
 Promocional: O Direito Penal não deve se preocupar em manter os valores da sociedade em 
que se insere. Ao contrário, destina-se a atuar como instrumento de transformação social. Não 
deve o Direito Penal constituir-se em empecilho ao progresso, e sim em ferramenta que auxilie a 
dinamizar a ordem social e promover as mudanças estruturais necessárias para a evolução da 
comunidade. 
 
5.1Relações do Direito penal com outros ramos do Direito: 
 
 a) Com o Direito Processual Penal: é pelo processo penal que as leis penais se concretizam, 
servindo de suporte para a sua aplicação. 
 b) Com o Direito Constitucional: as regras e princípios constitucionais são os parâmetros de 
legitimidade das leis penais e delimitam o âmbito de sua aplicação. 
 c) Com o Direito Administrativo: D. Administrativo é o conjunto de normas e princípios que 
regulam a organização e o funcionamento da Administração Pública e o D. Penal disciplinam os 
crimes contra a Administração Pública nos arts. 312 a 359 do CP. 
 
 
 
 
 
 
 d) Com o Direito Civil: A relação do D. Penal com o D. Civil se torna mais nítida quando se 
trata de crimes contra o patrimônio, em que conceitos como propriedade, posse, detenção e coisa 
são utilizados pelos dois ramos do direito. Também os crimes contra o casamento dependem de 
conhecimentos referentes a regras inerentes ao D. de Família. 
 
6. Princípio do Direito Penal: 
 
- Princípio da Legalidade: 
Está previsto no art. 1º no Código Penal e também no art. 5º, XXXXIX da Constituição. É uma 
forma de limitação do direito penal para atuar somente dentro da lei, dentro das normas positivas. 
Nullum crimen, nulla poena sine, praevia lege. 
No código penal: 
 Art. 1º: Não a crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal 
 Art. 5º: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, a liberdade, a 
igualdade, a segurança e a propriedade nos termos seguintes: 
XXXXIX: Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem cominação previa. 
XL: A lei não retroagira, salvo para beneficiar o réu. 
 OBS: Princípio da anterioridade da lei. A lei penal só pode retroagir para beneficiar o réu, 
caso contrário não pode ser aplicada a fatos anteriores e também o da reserva legal, verifica que 
se reserva para o estrito campo da lei a existência do crime e sua correspondente pena (não a 
crime sem lei que o defina, nem pena sem cominação legal). 
 
- Princípio da humanidade da pena (art. 5º, XLVII, CF): 
Decorrente do princípio da dignidade da pessoa humana, assim, impede-se, em tese, de que a 
pena seja usada como meio de violência, como tratamento desumano ou cruel. Princípio diz que 
nenhuma pessoa deverá ser penalizada de forma degradante a dignidade humana. 
Impossibilitando a punição de morte, tortura, trabalho forçado ou qualquer outro tipo de violência 
física, moral ou psicológica. 
Na Constituição Federal: 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados, Municípios 
e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
 
 
 
 
 
 
 
IIII: Dignidade da pessoa humana: 
Art.5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, a liberdade, a 
igualdade, a segurança e a propriedade nos termos seguintes: 
XLVII: Não haverá penas: 
A) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art.84, XIX. 
B) de caráter perpetuo 
C) de trabalho forçado 
D) de banimentos 
E) cruéis 
 
- Princípio da culpabilidade, NULLA POENA SINE CULPA: 
É preciso que haja dolo ou culpa na conduta do agente para que esse seja penalmente 
responsabilizado. Só haverá responsabilidade penal se esse agente for imputável, que possui 
consciência da ilicitude. Ao dar relevância constitucional ao princípio da culpabilidade o 
ordenamento jurídico teve como um de seus fundamentos a dignidade da pessoa humana, 
inserindo o homem como o centro do direito penal, visto como um ser livre, ou seja, capaz de se 
autodeterminar. 
 
 
- Princípio da intervenção mínima: 
Só se deve recorrer ao direito penal se outros ramos do direito não forem suficientes. Em outras 
palavras, é usado somente em último caso, para ser usado quando estritamente necessário. 
A) P. da fragmentariedade 
B) P. da subsidiariedade 
 
- Princípio da adequação social: 
Condutas historicamente aceitas e consideradas adequadas pela sociedade em tese não 
merecem intervenção penal punitiva, não sendo abrangidas pelos tipos penais, ex: dar esmolas. 
 
- Princípio da insignificância ou Bagatela: 
Direito penal serve para punir condutas desviantes que venham a lesar bens jurídicos de elevada 
importância, por essa razão, são consideradas materialmente atípicas as condutas causadoras 
 
 
 
 
 
 
de danos ou perigo ínfimos. Haverá aplicação do princípio de insignificância, segundo o STF 
quando estiverem presentes quatros vetores, a saber: mínima ofensividade da conduta, ausência 
de periculosidade social, reduzido o grau de reprovabilidade e inexpressividade da lesão jurídica, 
ex: Falsificação de uma nota de dois reais. 
 
- Princípio do fato: 
Não se pune por apenas pensar em fazer algo, é necessário que o pensamento de exteriorize por 
uma ação ou omissão indevida. 
 
 - Princípio da exclusiva proteção dos bens jurídicos: 
O direito Penal deve tutelas bens jurídicos mais relevantes para a vida em sociedade, sem levar 
em consideração valores exclusivamente morais ou ideológicos. Ou seja, o direito penal ocupa-se 
em punir causadores de conduta que atentem contra bens constitucionalmente protegidos, ex: 
vida, patrimônio e honra. 
 
- Princípio da ofensividade: 
Não há crimes se não há lesão ou perigo real da lesão a bem jurídico tutelado pelo direito penal. 
Ex: No crime de homicídio há dano, uma mãe que abandona um recém-nascido num lote baldio 
age com perigo de dano para a vida do bebê. 
 
- Princípio da pessoalidade da pena: 
Responde pela conduta do agente que a praticou, sendo sua responsabilidade pessoal, não 
sendo transferível a terceiros 
Na Constituição 
Art.5º 
XLV- Nenhuma pena passara da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano 
e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendida aos sucessores e contra 
eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido: 
XLVI- A lei regulara a individualização da pena e adotara, entre outras, as seguintes: 
A) privação ou restrição de liberdade 
B) perda de bens 
C) multa 
D) prestação social alternativa 
E) suspenção ou interdição de direitos 
 
 
 
 
 
 
- Princípio no BIS IN IDEM: 
Não de admite dupla condenação por fato único 
Ex: o brasileiro que comete crime fora do Brasil. Após cumprir a pena no país estrangeiro estará 
sujeito a cumprir a pena imposta também no Brasil pelo mesmo crime, porém, abate no Brasil a 
pena já cumprida no estrangeiro. 
Outro exemplo, o ex-goleiro Bruno estava preso provisoriamente, quando foi condenado, teve 
direito a descontar o tempo que esteve preso provisoriamente. 
 
- Princípio da proporcionalidade: 
No aspecto penal, a pena deve ser proporcional à infração. Trata-se de estabelecer o equilíbrio 
entre o que a norma procura alcançar e o meio dos quais ela se vale. Ocorrendo a desproporção 
deve-se valer do princípio da razoabilidadepara buscar o equilíbrio. 
A individualização da pena traz um bom exemplo do princípio da proporcionalidade, assim é que 
cada criminoso receberá sua pena individualmente, ainda que todos tenham concorrido para a 
prática do mesmo crime (lembre-se do caso do ex-goleiro Bruno e seus amigos). 
 
7. Interpretação da lei penal 
 
 O ato de interpretar é necessariamente feito por um sujeito que, empregando determinado 
modo, chega num resultado. 
Quanto ao sujeito: 
A) Interpretação autêntica: É aquela fornecida pela propia lei, ex: art. 327, do código penal do 
conceito de funcionário público. 
Art. 327- Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora 
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. 
§1º- Equipara-se o funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade 
paraestatal, e quem trabalha para a empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada 
para a execução de atividade típica da Administração Pública. 
Entretanto a interp. Autêntica se divide em duas: 
Contextual: quando editada conjuntamente a norma penal que a conceitua (art. 327 CP). 
Posterior: quando a lei distinta e posterior conceitua o objeto da interpretação ( comum em 
norma penal em branco) 
B) Interpretação doutrinaria: É aquela feita pelos estudiosos. (ex: livro de doutrina) 
 
 
 
 
 
 
 
C) Interpretação Judicial: É o significado dado as leis pelos tribunais, pode ter caráter 
vinculantes. A interpretação judicial, em regra, não vincula os demais órgãos jurisdicionais, diz-se 
em regra porque há as “súmulas vinculantes "oriundas do Supremo Tribunal Federal que obrigam 
os tribunais inferiores e juízes a dar a mesma interpretação sobre determinada lei. 
 
Quanto ao resultado: 
A) Declarativa: Aquelas que a letra da lei corresponde exatamente aquilo que o legislador quer 
dizer. 
Ex: No art.141, III, deve-se entender “várias pessoas ‟, pois quando a lei se contenta com duas 
pessoas ela é expressa. 
 
B) Restritiva: A interpretação reduz o alcance das palavras da lei para corresponder a vontade 
do texto. 
Ex: Art. 332 deve-se excluir as pessoas mencionadas no artigo 357 do CP. 
Art. 332- Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem vantagem ou promessa de 
vantagem a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função 
Pena: Reclusão de 2 a 5 anos, e multa. 
Parágrafo único: A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a vantagem 
é também destinada ao funcionário. 
Art. 2º- Esta lei entra em vigor no dia de sua publicação. 
Art.3º- Revogam-se as disposições em contrário. 
Art.357- Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em juiz, 
jurado, órgão, perito, tradutor, intérprete ou testemunha. 
Pena: Reclusão, de 1 a 5 anos, e multa. 
Parágrafo único: As penas aumentam-se de um terço, se o agente alega ou insinua que o 
dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das pessoas referidas nesse artigo. Violência 
ou fraude em arrematação judicial. 
 
C) Extensiva: Amplia-se o alcance das palavras para que corresponda a vontade do texto. 
Ex: No art. 130- Inclui não só o perigo de contágio, mas também o próprio contágio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art.130- Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de 
moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado. 
Pena: Detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
§1º: Se é intenção do agente transmitir a moléstia: 
Pena: Reclusão de um a quatro anos, e multa. 
§2º: Somente se procede mediante representação 
Perigo de contágio e moléstia grave. 
 
8. Interpretação analógica: 
O legislador determina a aplicação da interpretação analógica, ocorre, por exemplo, quando o CP 
descreve a conduta criminosa e no final do artigo coloca uma expressão permitindo ao intérprete 
que acrescente outras situações não previstas na lei. 
ex.: 71, 28,II,CP. Não confundir com “analogia ‟, acima estudada.

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