Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MA RA A BR EU DIREITO PENAL – TEORIA DO CRIME RESUMO AV1 CONCEITO DE DIREITO PENAL FORMAL OU ESTÁTICO: É o conjunto de normas mediante o qual o Estado qualifica determinados comportamentos humanos (ações ou omissões) como infrações penais, define seus agentes e estabelece as sanções aplicáveis (penas e medidas de segurança). MATERIAL: O direito penal refere-se a comportamentos considerados altamente reprováveis ou danosos ao organismo social, capazes de afetar bens jurídicos indispensáveis à própria conservação a o progresso da sociedade. SOCIOLÓGICO OU DINÂMICO (caiu no concurso de Juiz do TJPR): O direito penal é um dos instrumentos de controle social utilizados pelo Estado visando assegurar a harmônica convivência dos membros em sociedade. Aprofundando o enfoque sociológico A manutenção da paz social demanda a Quando violadas as regras de condutas, surge para o Estado o dever de aplicar sanções civis, penais ou administrativas. POSITIVO: conjunto de leis criadas ou reconhecidas pela comunidade politicamente organizada, cuja vontade do Estado impõe a todos os cidadãos o cumprimento, através da coerção, que é a pena. OBJETIVO: conjuntos de leis que definem os crimes, aplicam penas e disciplinam as demais leis de natureza penal. SUBJETIVO: é o direito do estado de punir o infrator da lei penal, cujo titular é o Estado. Dessa forma, o Estado é o único titular do “direito de punir” (jus puniendi). Em razão do Estado Democrático de Direito o Direito Penal possui sua base legal na Constituição Federal de 1988. Através do conjunto de normas e disposições jurídicas é que o Estado aplica as medidas de segurança e as sanções Penais. FUNÇÕES DO DIREITO PENAL PROTEÇÃO DE BENS JURÍDICOS: é a principal função do direito penal, contudo nem todos os bens são protegidos penalmente em razão do princípio da fragmentariedade e da subsidiariedade. É a missão precípua(principal) que confere legitimidade ao direito penal (STJ). CONTROLE SOCIAL: deve contribuir para a preservação da paz pública, inibindo que alguns agentes sejam estimulados a não violar a norma em favor da coletividade GARANTIA: o direito penal é um escudo do cidadão contra o Estado, uma garantia de que não haverá excessos, ou seja, o infrator somente pode ser punido por fato previsto na lei como infração penal. ÉTICO-SOCIAL (função criadora ou configuradora dos costumes): é o desempenho de uma função educativa, criando um efeito moralizador, para se atingir um mínimo ético que deve reinar em toda a coletividade. SIMBÓLICA: não produz efeitos externos, mas apenas na “cabeça do cidadão” a sensação (falsa impressão) de que o problema da criminalidade foi resolvido e que a partir da nova lei tudo vai “ficar MA RA A BR EU sob controle”. Na mente dos governantes produz a sensação de que algo foi feito para a proteção da paz social. Está ligado ao direito penal do terror, através da inflação legislativa (direito penal de emergência) criando-se tipos penais desnecessários. Pode ocorrer também com o aumento desproporcional das penas em casos pontuais, o que se chama de hipertrofia do direito penal. MOTIVADORA: porque incentiva os cidadãos a não violarem a norma, sob pena de receberem uma sanção penal. REDUÇÃO DA VIOLÊNCIA ESTATAL: conforme Silva Sanchéz, criador da Teoria das Velocidades do Direito Penal, a imposição de uma sanção penal, ainda que legítima, é uma violência do Estado contra o cidadão e contra a sociedade. Dessa forma, deve-se atender à intervenção mínima, buscando somente incriminar condutas extremamente necessárias. PROMOCIONAL: Cuida-se de reconhecer o Direito Penal como instrumento de transformação social, ou seja, uma ferramenta para a evolução da sociedade. FONTES DO DIREITOS PENAL FONTE MATERIAL:É a fonte de produção da norma, o órgão encarregado de criar o Direito Penal. No Brasil, a Constituição Federal incumbiu essa função a União, que de acordo com o artigo 22 da Carta Magna diz: Contudo, vale ressaltar que Lei Complementar pode autorizar os Estados a legislarem sobre Direito Penal incriminador sobre matérias específicas conforme prevê artigo 22 parágrafo único da Constituição: Para exemplificar e tornar mais fácil a compreensão, imaginem que em um determinado Estado tenha uma vegetação típica que não é encontrada em nenhum outro lugar do mundo, então a União, através de Lei Complementar, autoriza este Estado a criar Lei Penal específica a fim de proteger aquela vegetação. A fonte material então é como se fosse uma fábrica, em que o direito penal é produzido. FONTE FORMAL:Por sua vez, a fonte formal é o instrumento de exteriorização do direito penal, é o modo como as regras são reveladas (fonte de conhecimento ou cognição). As fontes formais se subdividem em fontes formais imediatas e fontes formais mediatas. Para a doutrina clássica, as fontes formais imediatas se resumiam nas leis, enquanto as fontes formais mediatas se revelavam nos costumes e princípios. MA RA A BR EU Contudo, data vênia(expressão respeitosa com a qual se inicia uma argumentação, contrariando a opinião de outrem; com a devida licença.) , essa explicação está ultrapassada, a doutrina moderna traz novas fontes que se mostram relevantes na atualidade. FONTES FORMAIS IMEDIATAS: 1) Lei Único instrumento normativo capaz de criar crimes e cominar penas. 2) Constituição Federal Não cria crime e comina penas. Apesar de ser superior a Lei, não cria crime devido a seu processo moroso e rígido de alteração (imaginem toda vez para criar ou revogar uma lei criminal fosse necessário quórum qualificado, o Congresso não faria outra coisa). Porém, a Constituição pode estabelecer patamares mínimos e máximos a serem seguidos (mandados constitucionais de criminalização), exemplo: De acordo com a doutrina majoritária, existem ainda mandados constitucionais implícitos na Constituição Federal, por exemplo quando esta garante o direito à vida não deseja que o legislador exclua o crime de homicídio (com base nisso questiona-se hoje a legalização do aborto). 3) Tratados internacionais de direito humanos Podem ingressar em nosso ordenamento jurídico de duas formas, como emenda constitucional quando aprovado por quórum de emenda ou como status supra legal (abaixo da Constituição e acima das leis ordinárias) se aprovadas por quórum simples. 4) Jurisprudência Revela o Direito Penal podendo ter caráter vinculante. Exemplo: O artigo 71 do Código Penal traz a possibilidade de continuação delitiva, porém não diz a condição de tempo que caracterizaria esta hipótese. A jurisprudência então propõe um lapso temporal de 30 dias entre o primeiro e o último crime. 5) Princípios Não aparece como fonte formal mediata como queria a doutrina clássica. Não rara as vezes os Tribunais absolvem ou reduzem penas com fundamentos em princípios. Exemplo: Princípio da insignificância. 6) Ato administrativo Quando complementam norma penal em branco. Exemplo: Lei de Drogas que não define drogas, quem define é a Portaria número 344/98 da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde. FONTE FORMAL MEDIATA: Seria a própria doutrina. Neste entendimento, os costumes são classificados como fontes informais do Direito Penal. Resumindo: MA RA A BR EU 1)Costumes: Conjunto de regras não escrita que antecede a lei, cuja conduta é praticada de modo geral, igual, constante e uniforme e em razão da sua reiteração torna-se juridicamente obrigatória, imperativa. Não pode definir crimes, cominar penas e revogar norma penal. . A doutrina divide os costumes em três espécies, quais sejam: o secundum legem, o contra legem e o praeter legem. a. Secundum legem: Aquele dotado de maior prestígio e universalmente aceito, aquele que está previsto na lei, possuindo eficácia obrigatória. b. Contra legem: Costume que se forma em sentido contrário à lei, buscando de forma implícita revogá-la, mas não revoga, em face do que dispõe o artigo 2º, § 1º da Lei de Introdução do Código Civil (Decreto-lei nº 4657/42), uma lei só pode ser revogada por outra lei (há uma corrente na jurisprudênciaque entende que a contravenção do Jogo do Bicho teria sido revogada em razão do costume Contra legem, a proibição caiu em desuso, o normal passou a ser jogar no bicho). c. Praeter legem: Modalidade de costume que substitui a lei, nos casos em que a silenciou, ou seja, supre as lacunas deixadas pela lei. Portanto, estas são as três espécies de costumes, sendo que no presente estudo o que possui maior relevância é o Praeter legem, já que este, de forma específica, visa o preenchimento de lacunas na lei. Observação: O costume não cria crimes (delitos), nem aplica sanção (pena), somente a lei cria e aplica sanção (Princípio da reserva lega). 2) Princípios Gerais do Direito: Princípios são ideias ou proposições básicas e fundamentais que condicionam estruturações subsequentes. Os princípios gerais de direito são proclamados como fonte subsidiária do direito pela legislação civil de quase todos os países latinos inspirados no Código de Napoleão. Exemplos de Princípios Gerais do Direito no nosso ordenamento jurídico: Exemplo 1: “Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito”. (Artigo 4º - Lei de Introdução do Código Civil); Exemplo 2: A propriedade deve cumprir sua função social. Deve se orientar pela moralidade administrativa (Constituição Federal de 1988). Miguel Reale classifica os Princípios Gerais do Direito como princípios monovalentes, pois são enunciações de valor genérico que condicionam e orientam a compreensão do ordenamento jurídico, em sua aplicação e integração ou mesmo para a elaboração de novas normas. São estes princípios a base da ordem jurídica, não estando definidos em nenhuma norma. São exemplos: Falar e não provar é o mesmo que não falar; Ninguém pode causar dano e quem causar terá que indenizar; Ninguém pode se beneficiar da própria torpeza; MA RA A BR EU Não há crime sem lei anterior que o descreva. Fernando Capez (2006) faz a seguinte observação: “A analogia não é fonte formal mediata do Direito Penal mas, sim, método em que se aplica a fonte de forma imediata, ou seja, a aplicação da lei no caso semelhante”. Exemplo: Artigo 4º da Lei de Introdução do Código Civil, que em primeiro lugar será aplicada outra lei (analogia/caso análogo, semelhante) quando ocorrer a lacuna da ordem jurídica da lei, caso não seja possível esta aplicação recorre-se nesta ordem aos costumes e aos princípios gerais do direito. A equidade (o juiz procura a solução mais justa ao caso concreto), a doutrina (instrumento mediato, resultado do estudo jurídico-científico) e a jurisprudência (ao interpretar as leis em um sentido/decisões judiciais comuns, torna uniforme o seu entendimento) são procedimentos interpretativos do direito. AULA 02 PRINCÍPIOS NORTEADORES DO DIREITO PENAL RESERVA LEGAL OU ESTRITA LEGALIDADE Não há crime, nem pena ou medida de segurança, sem que haja lei que o regule. Os crimes e suas respectivas conseqüências devem estar previstos em lei formal anterior à prática da conduta tida por criminosa. “Lex scripta lex praevia et lex certa”. Há garantia de liberdade pessoal ao cidadão, limitando as fontes do Direito Penal. Esta tutela se faz necessária à medida que implica sanção penal ao bem jurídico essencial da liberdade. Impede o acesso do Poder Executivo à normação da lei, assegurando a Separação de Poderes. ANTERIORIDADE É o princípio pelo qual uma lei penal incriminadora somente pode ser aplicada a um fato concreto, caso tenha tido origem antes da prática da conduta para a qual se destina. (vide artigo 1º do Código Penal Brasileiro: “Não há crime sem lei anterior que o defina nem pena sem prévia cominação legal). INSIGNIFICÂNCIA Contrario ao uso excessivo da sanção criminal. Ações ou omissões que afetem intimamente o bem jurídico a um bem jurídico penal, são tidas como atípicas. Lesão irrelevante ao bem jurídico protegido não pode justificar a imposição de pena, havendo exclusão desta em casos de danos de pouco importância. Por haver grande imprecisão de critérios para análise, pode gerar insegurança jurídica. Notícia - princípio da insignificância: Sexta Turma aplica princípio da insignificância a crime contra administração pública (stj.jus.br) Súmula 599 do Superior Tribunal de Justiça. “o princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a administração pública”. INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA O princípio significa que a pena não deve ser padronizada, cabendo a cada delinquente a exata medida punitiva pelo que fez. Não tem sentido igualar os desiguais, sabendo-se, por certo, que a prática de idêntica figura típica não é suficiente para nivelar dois seres humanos. A individualização da pena tem o significado de eleger a justa e adequada sanção penal, quanto ao montante, ao perfil e aos efeitos pendentes sobre o sentenciado, tornando-o único e distinto dos demais infratores, ainda https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias-antigas/2018/2018-08-31_09-42_Sexta-Turma-aplica-principio-da-insignificancia-a-crime-contra-administracao-publica.aspx https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias-antigas/2018/2018-08-31_09-42_Sexta-Turma-aplica-principio-da-insignificancia-a-crime-contra-administracao-publica.aspx MA RA A BR EU que coautores ou mesmo corréus. Sua finalidade e importância é a fuga da padronização da pena, da “mecanizada” ou “computadorizada” aplicação da sanção penal, prescindindo da figura do juiz, como ser pensante, adotando-se em seu lugar qualquer programa ou método que leve à pena preestabelecida, segundo um modelo unificado, empobrecido e, sem dúvida, injusto. Desenvolve-se em três etapas distintas: (i) análise das circunstâncias judiciais; (ii) agravantes e atenuantes; (iii) causas de aumento e diminuição da pena. Assim, deve-se fixar a pena de maneira individualizada, seguindo-se os parâmetros legais, mas estabelecendo a cada um o que lhe é devido. Está insculpido no artigo 5º, XLVI, da CF. ALTERIDADE O Princípio da Alteridade foi desenvolvido por Claus Roxin, e, em síntese, consiste no comando segundo o qual ninguém pode ser punido por causar mal apenas a si mesmo. Ou seja, uma conduta, para ser penalmente relevante, deve transcender seu autor e atingir bem jurídico de outrem. Nesse sentido, é atípica a conduta do agente que pratica autolesão. Ainda, entende alguns que, por força do princípio em comento, o crime de porte de drogas para consumo pessoal, previsto no art. 28 da lei 11.343/2006, é um indiferente penal, pois tem como objeto jurídico a saúde pública, e, em tese, o agente estaria prejudicando a si próprio quando do uso de entorpecente. Ademais, com base no Princípio da Alteridade a doutrina anuncia que é proibida a incriminação de atitude meramente interna do agente, bem como do pensamento ou condutas moralmente censuráveis, incapazes de causar lesão a bem jurídico de terceiro (p.ex., fulano deseja que seu pai morra acidentado, durante uma viajem, para assim ficar com a herança). ADEQUAÇÃO SOCIAL Apesar de uma conduta se subsumir ao modelo legal, não será considerada típica se for socialmente adequada ou reconhecida, isto é, se estiver de acordo com a ordem social da vida historicamente condicionada. “As condutas socialmente adequadas não são necessariamente exemplares, senão condutas que se mantém dentro dos marcos da liberdade da ação social.” Adequação refere-se a concepções extra-jurídicas e a concordância diz respeito aos mandatos jurídicos. INTERVENÇÃO MÍNIMA O princípio da intervenção mínima consiste em que o Estado de direito utilize a lei penal como seu último recurso, havendo extrema necessidade, para as resoluções quando são afetados os bens jurídicos mais importantes em questão. 1 Fragmentariedade A fragmentariedade às avessas (ou ao avesso) ocorre quando o direito penal perde o interesse sobre uma conduta inicialmente criminosa, em razão da mudança dos valores da sociedade. Em outras palavras, o crime deixa de existir, pois a incriminação se tornou desnecessária. 2 Subsidiariedade A subsidiariedadeimplícita ou tácita ocorre quando um delito menos amplo integra a descrição típica de mais amplo, por exemplo, o furto é subsidiário ao crime de roubo. Assim, comprovado o fato principal, afasta se o subsidiário, conforme dito, comprovado o roubo, afasta se o furto. PROPORCIONALIDADE Verificação de compatibilidade entre os meios utilizados na criação da norma e os fins que ela busca atingir, conferindo a legitimidade destes. Somente obedecendo estas condições pode-se admitir a limitação de algum direito individual. Uma medida é razoável quando atinge os objetivos aos quais foi proposta, quando causa menor prejuízo aos direitos fundamentais dentre as providencias possíveis MA RA A BR EU e quando as vantagens superam as desvantagens. Deve existir uma medida de justo equilíbrio entre a gravidade do ato ilícito e a pena imposta. HUMANIDADE DAS PENAS Princípio pelo qual apregoa a inconstitucionalidade da criação de tipos penais ou a cominação de penas que violam a incolumidade física ou moral de alguém. Dele resulta a impossibilidade de a pena passar da pessoa do condenado, com a exceção de alguns efeitos extrapenais da condenação, como a obrigação de reparar o dano na esfera civil (art. 5º, XLV da CF). Decorre da dignidade da pessoa humana. Constituição Federal Art. 5º [...] XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis; LESIVIDADE OU OFENSIVIDADE Visa a proteção de bens jurídicos quando afirma não haver delito sem lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico determinado. A Carta Constitucional determina o conceito de bem jurídico e limita a atividade do legislador no momento da criação do ilícito penal. EXCLUSIVA PROTEÇÃO DO BEM JURÍDICO É o princípio que veda a preocupação do Direito Penal com a mera intenção do agente, que não externaliza em sua conduta os seus pensamentos, suas cogitações pessoais. Por esse princípio, somente o bem jurídico relevante será protegido pelo direito penal. IMPUTAÇÃO PESSOAL O princípio da responsabilidade pessoal proíbe o castigo penal pelo fato de outrem. Inexiste, em se tratando de Direito Penal, responsabilidade coletiva. Com isso, impõe-se a obrigatoriedade da acusação individualizada, ficando proibida a denúncia genérica (vaga ou evasiva). RESPONSABILIDADE PELO FATO O direito penal moderno é um direito penal do fato, isto é, preocupa-se exclusivamente com o fato típico e ilícito praticado pelo agente. O direito penal do autor é ultrapassado, pois rotula determinadas pessoas como indesejadas aos interesses da sociedade. Um exemplo do direito penal do autor é o Direito Penal do inimigo, isto é, qualquer pessoa que não respeite as leis e a ordem legal de um Estado - ou que pretenda mesmo destruí-los - deve perder todos os direitos como cidadão e como ser humano, e que o Estado deve permitir que essa pessoa seja perseguida por todos os meios disponíveis. INTRANSCENDÊNCIA Trata-se do conhecido princípio da intranscendência da pena – que também pode ser chamado de princípio da pessoalidade, personalidade ou intransmissibilidade da pena –, que garante que apenas a pessoa sentenciada poderá responder pelo crime que praticou. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA Princípio da Responsabilidade Pessoal ou Subjetiva (Culpabilidade)- Entendido como fundamento e limite de toda pena, é o delimitador de toda a ação penal. Não há pena sem que haja MA RA A BR EU culpabilidade, sendo que a pena não pode ultrapassar o limite de culpabilidade. Não se pode responsabilizar criminalmente por ação ou omissão quem tenha atuado sem dolo ou culpa. Havendo delito culposo ou doloso, a sanção deve ser proporcional à gravidade do desvalor da ação, afastando-se a responsabilidade penal objetiva do ato lícito ou ilícito. Entende-se por culposo todo ato em que há negligência, imprudência ou imperícia por parte do agente que pratica o ilícito. Outros dois elementos caracterizadores da culpabilidade, que podem vir a excluí-la em alguns casos, é a inexigibilidade de conduta diversa e o potencial conhecimento do ilícito. Saliente-se, outrossim que o elemento "potencial conhecimento do ilícito" não diz respeito ao desconhecimento da norma jurídica em abstrato, pois o seu desconhecimento não excluirá o crime. Diz respeito à real possibilidade que o "homem médio" teria de ter o perfeito entendimento do caráter ilícito da ação ou omissão que pratica. NE BIS IN IDEM Um dos princípios fundamentais do direito penal nacional e internacional é o princípio da vedação a dupla incriminação ou princípio no bis in idem. Tal princípio proíbe que uma pessoa seja processada, julgada e condenada mais de uma vez pela mesma conduta. LEI PENAL CLASSIFICAÇÃO Incriminadoras As normas penais incriminadoras definem as infrações penais proibindo a prática de condutas (crimes comissivos) ou impondo a prática de condutas (crimes omissivos), sob a ameaça expressa e específica de uma pena. As normas incriminadoras compõem-se de dois preceitos: um preceito primário e um preceito secundário. O preceito primário descreve com objetividade, clareza e precisão, a infração penal. Já o preceito secundário representa a cominação abstrata e individualizada da respectiva sanção penal. Ex.: art. 317 CP. - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. Não incriminadoras As normas penais não incriminadoras estabelecem regras gerais de interpretação e de aplicação das normas penais em sentido estrito, incidindo tanto na delimitação da infração penal como na determinação da sanção penal correspondente. São normas que delimitam o exercício do ius puniendi estatal. A função da norma penal não incriminadora é interpretar e delimitar o alcance da norma penal incriminadora. a-Permissivas – legitimam e autorizam a prática de condutas típicas - excludentes de ilicitude ex.: art. 23 - "não há crime quando o agente pratica o fato: em estado de necessidade; em legítima defesa; em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito" art. 128, CP - Aborto no caso de gravidez resultante de estupro II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. b-Exculpantes – indicam a não culpabilidade do agente ou a inimputabilidade - exclui a culpabilidade do agente ex.: art. 26, CP - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. c-Interpretativas – trazem conceitos ex.: art. 327, CP. - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. Parágrafo único. Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal. d-Diretivas – estabelecem princípios MA RA A BR EU ex.: art. 1º, CP. - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. e-De aplicação - delimitam a validade da norma incriminadora. ex.: Art. 2º CP - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. f-De extensão - são leis que complementam (extendem) a tipicidade do fato ex.: art. 29, CP. - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. Completas - apresentam todos os elementos da norma penal Ex.: CP. Art. 121. Matar alguém. CP. Art. 155 – Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel. CP.Art. 157 – Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência Incompletas - Dependem de complementação que pode estar em alguma legislação, em ato da Administração Pública ou ato do julgador. LEI PENAL EM BRANCO São as normas penais incriminadoras que necessitam de complementação por outra norma penal ou por ato administrativo, isto é, dependem de complemento normativo. Possuem subespécies. Franz Von Liszt (ALE) entendia que as normas penais em branco são “corpos errantes em busca de alma”. Homogênea - complementada por norma de mesma natureza, ou seja, mesma instância legislativa. ATENÇÃO! Homogênea Homovitelina: norma e complemento estão no mesmo diploma. Homogênea Heterovitelina: norma e complemento estão em diplomas distintos. Art. 169, p.ú., I, do CP - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza: Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa., cujo complemento está no art. 1.264 do CC. - O depósito antigo de coisas preciosas, oculto e de cujo dono não haja memória, será dividido por igual entre o proprietário do prédio e o que achar o tesouro casualmente. Heterogêneacomplementada por norma de natureza diversa e emanada por outro órgão. (Ex.: art. 33 da 13.343/2006 – Lei de Drogas) Lei 13.343/06. Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena – reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa. Perceba-se que o referido artigo não traz o conceito de droga. O mesmo encontra-se na regulado na Portaria 344/2008 do Ministério da Saúde. Portaria 344/2008. Art. 1º. (…) Droga – Substância ou matéria-prima que tenha finalidade medicamentosa ou sanitária. MA RA A BR EU Entorpecente – Substância que pode determinar dependência física ou psíquica relacionada, como tal, nas listas aprovadas pela Convenção Única sobre Entorpecentes, reproduzidas nos anexos deste Regulamento Técnico. Ao avesso - Ocorrerá norma penal em branco inversa quando o preceito secundário precisar de um complemento. Ex.: Lei 2.889/56 que prevê o crime de genocídio. Lei 2.889/56. Art. 1º Quem, com a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso, como tal: (Vide Lei nº 7.960, de 1989) a) matar membros do grupo; b) causar lesão grave à integridade física ou mental de membros do grupo; c) submeter intencionalmente o grupo a condições de existência capazes de ocasionar-lhe a destruição física total ou parcial; d) adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo; e) efetuar a transferência forçada de crianças do grupo para outro grupo; Será punido: Com as penas do art. 121, § 2º, do Código Penal, no caso da letra a; Com as penas do art. 129, § 2º, no caso da letra b; Com as penas do art. 270, no caso da letra c; Com as penas do art. 125, no caso da letra d; Com as penas do art. 148, no caso da letra e; De fundo constitucional - São aquelas em que a complementação normativa é encontrada não em uma lei ou outro ato normativo, mas sim na própria Constituição. Ex.: art. 121, § 2º, VII, CP.- contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015) Ao quadrado - São normas cujo complemento também precisa de complementação. Ex.: Lei 9.605/1998 – art. 38 – complementado pelo art. 6º da Lei 12.651/12 – Cód Florestal – complementado por ato do chefe do Executivo. Lei 9.065/98. Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de preservação permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção: Pena – detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade Lei 12.651/12. Art. 6º Consideram-se, ainda, de preservação permanente, quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo, as áreas cobertas com florestas ou outras formas de vegetação destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades: I – Conter a erosão do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha; II – Proteger as restingas ou veredas; III – Proteger várzeas; IV – Abrigar exemplares da fauna ou da flora ameaçados de extinção; V – Proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico, cultural ou histórico; VI – Formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias; VII – Assegurar condições de bem-estar público; VIII – Auxiliar a defesa do território nacional, a critério das autoridades militares. INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL O ato de interpretar é necessariamente feito por um sujeito que, empregando determinado modo, chega num resultado. Interpretação quanto ao Sujeito (também chamada de origem): MA RA A BR EU A) Interpretação autêntica (ou legislativa): É aquela fornecida pela própria Lei. Exemplo, o artigo 327 do Código Penal dá o conceito de Funcionário Público: Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. Entretanto, a interpretação autêntica se subdivide em: A. I) Contextual: quando editada conjuntamente com a norma penal que a conceitua (artigo 327 CP). A. II) Posterior: quando Lei distinta e posterior conceitua o objeto da interpretação (muito comum em norma penal em branco). B) Interpretação doutrinária ou científica: É aquela feita pelos estudiosos (exemplo livro de doutrina). C) Interpretação jurisprudencial: É o significado dado às Leis pelos Tribunais. Pode ter caráter vinculante. Doutrinária - interpretação realizada pelos doutrinadores do direito. Jurisprudencial - interpretação firmada pelos Tribunais que integram o Poder Judiciário. No caso das Súmulas Vinculantes, a interpretação tem caráter vinculatórios, nos termos dos art. 103-A, CF/88. Interpretação quanto ao Resultado: A) Declarativa (ou declaratória): Aquela que a letra da Lei corresponde exatamente aquilo que o legislador quis dizer, nada suprimindo, nada adicionando. B) Restritiva: A interpretação reduz o alcance das palavras da Lei para corresponder a vontade do texto. C) Extensiva: Amplia-se o alcance das palavras para que corresponda à vontade do texto. Jurisprudência: Superior Tribunal de Justiça STJ - RECURSO ORDINARIO EM HABEAS CORPUS: RHC 88515 RJ 2017/0213026-2 (jusbrasil.com.br) Interpretação quanto ao Modo. (MEIOS E METODOS) - Pode ser: A) Gramatical (filológica/literal): O interprete considera o sentido literal das palavras. B) Teleológico: O interprete perquiri a intenção objetivada na Lei. Por exemplo, os artigo 319-A e 349-A do Código Penal dizem: Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo. Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar a entrada de aparelho telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar, sem autorização legal, em estabelecimento prisional. Pena: detenção, de 3 (três) mesesa 1 (um) ano. Os artigos nada falam de chips, carregadores, baterias de celular. O Supremo Tribunal Federal fazendo uma interpretação teleológica decidiu que a intenção é coibir qualquer comunicação de dentro do presídio com o ambiente exterior, tais acessórios servem para isso, portanto seriam passíveis das iras dos respectivos artigos. https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/860110580/recurso-ordinario-em-habeas-corpus-rhc-88515-rj-2017-0213026-2/inteiro-teor-860110602?ref=juris-tabs https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/860110580/recurso-ordinario-em-habeas-corpus-rhc-88515-rj-2017-0213026-2/inteiro-teor-860110602?ref=juris-tabs MA RA A BR EU C) Sistemática: Interpretação em conjunto com a legislação em vigor e com os princípios gerais do direito. Exemplo: o artigo 44 do Código Penal não permite penas alternativas quando o crime é doloso cometido com violência. Porém no caso de crime doloso com violência que incida nos casos de menor potencial ofensivo (lesão corporal leve), a pena alternativa é incentivada tendo em vista a interpretação sistemática do Código Penal e da Lei 9.099/95. D) Progressiva (ou evolutiva): Busca o significado legal de acordo com o progresso da ciência. Exemplo: Muitos entendem que a Lei Maria da Penha deve amparar o transsexual (homem que passou pelo procedimento clínico de mudança de sexo). Interpretação analógica - É método de interpretação. Diferentemente da analogia, na interpretação analógica há uma lei a ser aplicada e interpretada e, então, não há lacuna ou omissão legislativa ou normativa. ANALOGIA A analogia deve referir-se à normal penal não incriminadora, sob pena de violação ao princípio da legalidade estrita; Só se admite no direito penal analogia in bonam partem. “É um tipo analógico de julgar os casos do direito penal sem prejuízo ao réu.” OBSERVAÇÃO! A analogia não é procedimento de interpretação da lei penal, sim de integração nos casos em que a lei se revela lacunosa. LEI PENAL NO TEMPO 1. CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO - Esse conflito se dá quando a nova norma revoga totalmente a anterior, fenômeno conhecido com ab-rogação, ou quando a nova norma revoga a norma anterior apenas parcialmente, fenômeno conhecido também como derrogação. 1.1 Novatio legis incriminadora Constituição Federal Art. 5º [...] XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; 1.2 Lei penal mais gravosa – novatio legis in pejus Constituição Federal Art. 5º [...] XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; Exemplo de lei penal mais gravosa se refere à nova pena prevista pelo Pacote Anticrime para o delito de concussão. Código Penal Concussão Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: MA RA A BR EU Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 1.3 Abolitio criminis Código Penal Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) OBSERVAÇÃO 1! O fenômeno da abolitio criminis cessa os efeitos penais da condenação e isso significa que a obrigação de reparar o dano, dever de natureza cível, subsiste mesmo com a extinção do crime. OBSERVAÇÃO 2! A continuidade típico-normativa é um fenômeno que se distingue da abolitio criminis na medida em que a conduta continua sendo considerada como infração penal, ocorrendo apenas um deslocamento topográfico e a sua consequente previsão em dispositivo diferente, a exemplo do que sucedeu com a revogação do art. 214 do CP e o deslocamento da conduta antes prevista como atentado violento ao pudor para o tipo penal que determina o crime de estupro. 1.4 Lei penal mais benéfica - novatio legis in mellius Constituição Federal Art. 5º [...] XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; Código Penal Art. 2º [...] Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) O art. 28 da Lei nº 11.343/06 (Lei de Drogas) é um claro exemplo de novatio legis in mellius tendo em vista determinar para o crime sanções penais mais brandas em comparação à Lei de Drogas anterior (Lei Nº 6.368/76). COMBINAÇÃO DE LEIS PENAIS Sumula Nº 501 STJ - É cabível a aplicação retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis. O Supremo Tribunal Federal, adotando a teoria da ponderação global, firmou entendimento segundo o qual não se admite a combinação de leis penais, sob pena de violação ao princípio da separação de poderes. Jurisprudência: https://jurisprudencia.s3.amazonaws.com/STJ/attachments/STJ_AGRG-HC_636197_60c22.pdf?AW SAccessKeyId=AKIARMMD5JEAO67SMCVA&Expires=1649120178&Signature=VRYlZ%2FMD EUeWhxsXlydC78sZIrY%3D LEI PENAL INTERMEDIÁRIA https://jurisprudencia.s3.amazonaws.com/STJ/attachments/STJ_AGRG-HC_636197_60c22.pdf?AWSAccessKeyId=AKIARMMD5JEAO67SMCVA&Expires=1649120178&Signature=VRYlZ%2FMDEUeWhxsXlydC78sZIrY%3D https://jurisprudencia.s3.amazonaws.com/STJ/attachments/STJ_AGRG-HC_636197_60c22.pdf?AWSAccessKeyId=AKIARMMD5JEAO67SMCVA&Expires=1649120178&Signature=VRYlZ%2FMDEUeWhxsXlydC78sZIrY%3D https://jurisprudencia.s3.amazonaws.com/STJ/attachments/STJ_AGRG-HC_636197_60c22.pdf?AWSAccessKeyId=AKIARMMD5JEAO67SMCVA&Expires=1649120178&Signature=VRYlZ%2FMDEUeWhxsXlydC78sZIrY%3D https://jurisprudencia.s3.amazonaws.com/STJ/attachments/STJ_AGRG-HC_636197_60c22.pdf?AWSAccessKeyId=AKIARMMD5JEAO67SMCVA&Expires=1649120178&Signature=VRYlZ%2FMDEUeWhxsXlydC78sZIrY%3D MA RA A BR EU A lei intermediária representa aquela que não era vigente ao tempo do fato e nem ao tempo do julgamento, porém, vigorou durante o processo criminal: ela surge no interregno de tempo entre o fato criminoso e o julgamento e prevalecerá, caso seja mais favorável, às demais leis. LEI PENAL TEMPORÁRIA E LEI PENAL EXCEPCIONAL A lei penal excepcional ou temporária, conforme o Código Penal Brasileiro, é aquela em que, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. TEMPO DO CRIME Há três teorias aplicáveis ao tempo do crime. A teoria da atividade, segundo a qual o momento do crime é aquele em que houve a ação ou omissão. A teoria do resultado, que estabelece que o momento do crime é aquele em que houve o resultado. E há também a teoria da ubiquidade, para a qual o momento do crime tanto é o da ação como o do resultado. O Brasil adotou, no art. 4º do Código Penal, a teoria da atividade. Código Penal Art. 4º – Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. Normalmente, há coincidência entre o momento da ação e do resultado, como na hipótese em que o autor dispara um tiro que mata instantaneamente a vítima. No entanto, se houver se o resultado ocorrer depois da ação, vale o momento da ação. Esse momento será usado para qualquer questão temporal: prescrição, lei penal no tempo, imputabilidade. Exemplos Jovem com 17 anos e 11 meses dispara, com intenção de matar, contra a vítima, que vem a morrer depois de 60 dias. Como no momento da ação ele tinha menos que 18 anos, era adolescente e, portanto, inimputável. Indivíduo pratica a fraude mediante o envio de e-mail, induz a erro a vítima, que faz um depósito 6 meses depois do e-mail. A data do crime será a da ação, ou seja, quando o autor do crime enviou o e-mail. Para todos os efeitos vale o momento da ação (prescrição, lei penal no tempo, imputabilidade) Crime permanente Consumação se prolonga no tempo, enquanto estiver acontecendo o crime é o tempo do crime(art. 111, III). Exemplos desse tipo de crime é o sequestro e cárcere privado (art. 148) e a extorsão mediante sequestro (art. 159). Se um sequestro dura 5 anos, o tempo do crime é todo esse prazo. Para efeitos de prescrição, conta-se o último dia em que o sequestro ocorreu. Para efeitos de imputabilidade, se o autor era maior de 18 anos quando o sequestro se encerrou, será imputável. LEI PENAL NO ESPAÇO De acordo com Masson: “O Código Penal brasileiro limita o campo de validade da lei penal com observância de dois vetores fundamentais: a territorialidade (art. 5.º) e a extraterritorialidade (art. 7.º). Com base neles se estabelecem princípios que buscam solucionar os conflitos de leis penais no espaço”. 1. TERRITORIALIDADE E EXTRATERRITORIALIDADE Territorialidade: Dispõe o artigo 5º: “Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional”. Traduz o principio da Territorialidade, adotado no Brasil como regra. MA RA A BR EU De acordo com Masson: “território é o espaço em que o Estado exerce sua soberania política”. O mesmo autor aponta o que seria este território: a)o espaço territorial delimitado pelas fronteiras, sem solução de continuidade, inclusive rios, lagos, mares interiores e ilhas, bem como o respectivo subsolo; b)o mar territorial, ou marginal, que corre ao longo da costa como parte integrante do território brasileiro e que tem uma faixa de doze milhas marítimas de largura, medidas a partir da baixa-mar do litoral continental e insular brasileiro, na forma definida pela Lei 8.617/1993. A soberania brasileira alcança também o leito e o subsolo do mar territorial. c)a plataforma continental, medindo 200 milhas marítimas a partir do litoral brasileiro (ou 188 milhas, deduzidas as 12 milhas do mar territorial), como zona econômica exclusiva, instituída pela Lei 8.617/1993, que incorporou a Convenção da ONU de 1982, sobre o direito do mar; d)o espaço aéreo, compreendido como a dimensão estatal da altitude. Em relação ao domínio aéreo, adotou-se a teoria da absoluta soberania do país subjacente, pela qual o Brasil exerce completa e exclusiva soberania sobre o espaço aéreo acima de seu território e mar territorial (art. 11 da Lei 7.565/1986); (…) g)os rios e lagos internacionais, que são aqueles que atravessam mais de um Estado. Se forem sucessivos, ou seja, passarem por dois ou mais países, mas sem separá-los, considera-se o trecho que atravessa o Brasil. Caso sejam simultâneos ou fronteiriços, isto é, separarem os territórios de dois ou mais países, a delimitação da parte pertencente ao Brasil é fixada por tratados ou convenções internacionais entre os Estados interessados. Entende-se por território nacional: Espaço geográfico (delineado anteriormente) + espaço jurídico. Este é composto pelas embarcações ou aeronaves privadas em alto-mar são consideradas extensões do território brasileiro e embarcações ou aeronaves privadas estrangeiras em pouso ou porto brasileiro. É a previsão do artigo 5º, §§1º e 2º do Código Penal: § 1º – Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. § 2º – É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil Principio da Passagem Inocente: Não se aplica a lei brasileira em caso de crime cometido a bordo de embarcação, ainda que em espaço/mar territorial nacional, quando esta estava apenas de passagem necessária para outro país. Também abrange aeronaves, embora não haja previsão expressa. Artigo 3º da Lei 8.617/93. Porém, se o crime de alguma forma afetar o interesse nacional será aplicado a lei brasileira. O principio da territorialidade não soluciona todos os problemas. Muitas vezes, o delito é cometido por brasileiro no exterior ou, então, por estrangeiro no Brasil, por este motivo o Código Penal adotou como regra geral o princípio da territorialidade de forma temperada ou mitigada. É necessário analisar outros princípios como: 1) Nacionalidade/ Personalidade ativa: Aplica-se a lei penal da nacionalidade do sujeito ativo, previsto no art. 7.º, I, alínea “d” (“quando o agente for brasileiro”), e também pelo inciso II, alínea “b”, do Código Penal. 2) Nacionalidade/ Personalidade passiva: a vítima é brasileira. O autor do delito que se encontrar em território brasileiro, embora seja estrangeiro, deverá ser julgado de acordo com a nossa lei penal. É adotado pelo art. 7.º, § 3.º, do Código Penal. 3) Defesa (ou real): Leva-se em consideração a nacionalidade do bem jurídico atingido. Previsto no art. 7.º, I, alíneas “a”, “b” e “c”, do Código Penal, compreendendo os crimes contra: a)a vida ou a liberdade do Presidente da República; MA RA A BR EU b)o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; e c)a administração pública, por quem está a seu serviço. 4) Justiça penal universal: aplica-se a lei do local em que o agente for encontrado, todos os Estados da comunidade internacional podem punir os autores de determinados crimes que se encontrem em seu território, de acordo com as convenções ou tratados internacionais, pouco importando a nacionalidade do agente, o local do crime ou o bem jurídico atingido. Vide art. 7.º, II, “a”, do Código Penal: “os crimes que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir”. 5) Representação, pavilhão, subsidiário ou da substituição: Utilizado quando o crime for praticado em aeronaves e embarcações privadas e o país em que foi praticado o crime demonstrar desinteresse em puni-lo. art. 7.º, II, “c”, do Código Penal. Masson, traz a seguinte pergunta: E se a aeronave ou embarcação brasileira for pública ou estiver a serviço do governo brasileiro? Resposta: Essa questão, simples, mas capciosa, já foi formulada em diversos concursos federais. Não incide no caso o princípio da representação, mas sim o da territorialidade. Lembre-se: aeronaves e embarcações brasileiras, públicas ou a serviço do governo brasileiro, constituem extensão do território nacional (art. 5.º, § 1.º, do Código Penal). Assim, há casos em que a lei penal brasileira é aplicada aos crimes cometidos no exterior (extraterritorialidade). Há também casos em que a lei penal estrangeira é aplicada aos crimes cometidos no Brasil (intraterritorialidade). Extraterritorialidade pode ser: A) Incondicionada: Aplica-se a lei brasileira, ainda que os crimes tenham sido cometidos no estrangeiro, sem exigir qualquer condição (art. 7º, §1º, CP). Art. 7º (…) I – os crimes: a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; (…) § 1º – Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrange. Porém, de acordo com o artigo 8º no caso de extraterritorialidade incondicionada, a pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas, forma de atenuar a dupla punição. Art. 8º do CP: “A pena cumpridano estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas”. O art. 2.º da Lei 9.455/1997 apresenta ouro exemplo:“O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira”. B) Condicionada: depende do preenchimento dos de todos os requisitos presentes no art. 7º, § 2º, do CP. MA RA A BR EU Masson: “lei penal brasileira é subsidiária em relação aos crimes praticados fora do território nacional” Art. 7º (…) II – os crimes: a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; b) praticados por brasileiro; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. § 2º – Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: a) entrar o agente no território nacional; b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. Verifica-se ainda uma outra situação que alguns doutrinadores chamam de hipercondicionada, quando ocorre no caso de crime cometido por estrangeiro contra brasileiro, fora do Brasil, exigindo-se outras duas condições, além das anteriormente indicadas, quais sejam: a)não ter sido pedida ou ter sido negada a extradição; e b)ter havido requisição do Ministro da Justiça. 2. LUGAR DO CRIME De forma similar ao que foi estudado quando tratamos da lei penal no tempo, existem três teorias sobre a aplicação da norma: a) atividade: considera-se local do delito aquele onde foi praticada a conduta (atos executórios); b) resultado: o lugar do crime é aquele onde ocorreu o resultado (consumação); c) mista ou da ubiquidade: é lugar do crime tanto onde houve a conduta quanto o local onde se deu o resultado. Esta é a teoria adotada pelo Código Penal de acordo com o artigo 6º: Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Para se aplicar a lei penal brasileira basta que um único ato executório, dos diversos realizados pela conduta criminosa, toque em nosso território ou, então, que o resultado aqui se verifique. Ex: Se da margem do Rio Paraguai, lado deste país, uma pessoa atira em um Brasileiro que está na margem do lado do nosso território, o Brasil dispõe de legitimidade para o julgamento do crime, porquanto uma parcela dos atos executórios realizou-se em nosso país, se fosse ao contrário o Brasil também teria legitimidade. Considera-se o crime praticado nos dois países. O QUE É CRIME? O conceito de crime é o início da compreensão dos principais institutos do Direito Penal. Embora aparentemente simples, a sua definição completa e pormenorizada apresenta questões complexas que acarretam consequências diversas. Vejamos: MA RA A BR EU Quanto ao critério material crime é toda ação ou omissão humana que lesa ou expõe a perigo de lesão bens jurídicos penalmente tutelados. Esse critério leva em consideração a relevância do mal produzido. Assim, somente se legitima o crime quando a conduta proibida apresentar relevância jurídico-penal, mediante a provocação de dano ou ameaça de dano. Quanto ao critério legal, o conceito de crime é fornecido pelo legislador. Contudo, o Código Penal não conceitua crime, mas a Lei de Introdução ao Código Penal o faz: "Considera-se crime a infração penal a que a Lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou de ambas, alternativa ou cumulativamente." OBSERVAÇÃO! Posse de drogas para consumo pessoal - jurisprudência: https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=443566 Quanto ao critério analítico, há várias classificações; dito isso, Basileu Garcia sustentava que o crime tinha quatro elementos, quais sejam, fato típico, ilicitude, culpabilidade e punibilidade. Outros autores (Nelson Hungria, Aníbal Bruno, Magalhães Noronha etc) adotam a posição tripartida - fato típico, ilicitude, culpabilidade. Outros ( Damásio, Mirabete etc) ainda entendem o crime como o fato típico e ilícito, pois a culpabilidade deve ser excluída da composição do crime, uma vez que se trata de pressuposto de aplicação da pena. Acerca do assunto em tela, ensina Delmanto: "deparamo-nos, no Brasil, com um Código Penal onde a culpabilidade não é um dos elementos do crime (Teoria do Delito), mais sim elemento de aplicação da pena (Teoria da Pena)." Por usa vez, ensina Cleber Masson que com a Lei 7.209/84, que alterou a parte geral do Código Penal, " fica a impressão de ter sido adotado um conceito bipartido de crime, ligado obrigatoriamente à teoria finalista da conduta." Logo, para o sistema clássico, crime é o fato típico e ilícito, praticado por agente culpável. Para o sistema finalista, igualmente, crime é fato típico e ilícito, praticado por agente culpável (teoria tripartida); ou, ao revés, crime é fato típico e ilícito (teoria bipartida). SUJEITOS DO CRIME Sujeitos do crime são as pessoas ou entes relacionados à prática e aos efeitos da empreitada criminosa. Dividem-se em sujeito ativo e sujeito passivo. Sujeito ativo é a pessoa que realiza direta ou indiretamente a conduta criminosa, seja isoladamente, seja em concurso. OBSERVAÇÃO! Pessoa jurídica - sujeito ativo de crimes? Jurisprudência: https://scon.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=%28%28ROMS.clas.+ou+RMS.clap. %29+e+%40num%3D%2239173%22%29+ou+%28%28ROMS+ou+RMS%29+adj+%2239173%22 %29.suce. Entenda: Sujeito Ativo E Sujeito Passivo No Direito Penal https://e-dou.com.br/sujeito-ativo-e-passivo/ https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=443566 https://scon.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=%28%28ROMS.clas.+ou+RMS.clap.%29+e+%40num%3D%2239173%22%29+ou+%28%28ROMS+ou+RMS%29+adj+%2239173%22%29.suce https://scon.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=%28%28ROMS.clas.+ou+RMS.clap.%29+e+%40num%3D%2239173%22%29+ou+%28%28ROMS+ou+RMS%29+adj+%2239173%22%29.suce https://scon.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=%28%28ROMS.clas.+ou+RMS.clap.%29+e+%40num%3D%2239173%22%29+ou+%28%28ROMS+ou+RMS%29+adj+%2239173%22%29.suce https://e-dou.com.br/sujeito-ativo-e-passivo/
Compartilhar