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D.F.C. MÉTODO INDIRETO A DFC é a única demonstração que não é elaborada sob a ótica do regime de competência, e sim do regime de caixa. Somente as transações que efetivamente ocasionaram ingressos e consumiram recursos do caixa devem ser consideradas. A variação do caixa de um exercício em relação ao seguinte é muito fácil de ser determinada. Basta somarmos os valores referentes às disponibilidades Caixa e Bancos aos valores das aplicações de liquidez imediata de cada exercício e calcularmos a diferença, como no exemplo a seguir: 2008 2009 Caixa $ 100 Caixa $ 150 Banco $ 400 Banco $ 550 Aplicações de L. Imediata $ 1.000 Aplicações de L. Imediata $ 1.300 Total do Caixa $ 1.500 Total do Caixa $ 2.000 O total do caixa (caixa + banco + aplicações), como determina a norma, em 2008, era de $ 1.500 e, em 2009, foi de $ 2.000. O caixa aumentou $ 500. Houve ingressos líquidos de caixa no valor de $ 500. Procedimentos para elaboração da DFC pelo método indireto Não é necessário o DRE para elaborar a DFC por este método. Basta termos o B.P. do exercício findo e do anterior. Ele consiste em determinar as variações no caixa a partir do resultado contábil líquido exercício ajustado e verificar, de forma conciliatória, todas as variações de um exercício em relação ao outro nas contas do B.P., excetuando-se o caixa. Determinação do resultado líquido ajustado Para obter este ajuste, devemos expurgar todas as transações que não afetam o caixa, mas que são consideradas no resultado, como depreciação, ganhos ou perdas de equivalência patrimonial, ganhos ou perdas em aplicações ou empréstimos de longo prazo e outras que, por competência, estão consideradas no DRE, mas não consumiram ou geraram caixa de fato. O lucro líquido contábil encontrado no DRE é um lucro econômico, e não financeiro. Por isso, temos que ajustá-lo para determinar que parte desse lucro afeta o caixa. A tabela a seguir apresenta a técnica do ajusto de forma conceitual: I Resultado líquido contábil do exercício II (+) Despesas ou perdas meramente contábeis III (-) Receitas ou ganhos meramente contábeis IV Resultado líquido ajustado do exercício Ajuste no Resultado para a obtenção do resultado líquido ajustado do exercício: Resultado líquido do exercício Este é o resultado contábil da DRE, calculado sob a ótica da competência. (+/-) Ajustes de exercícios anterior A soma das receitas não consideradas e a diminuição das despesas não consideradas de exercícios anteriores. (+) Despesas ou perdas meramente contábeis Essas despesas não afetam o caixa: depreciação, amortização ou exaustão, impairment, juros e atualizações de dívidas de longo prazo. (-) Receitas ou ganhos meramente contábeis São ganhos que não afetam o caixa, como resultado de equivalência patrimonial ou atualizações de aplicações financeiras de longo prazo (+) Perdas com ativos permanentes (perdas de capital) São fatos que estão reduzindo o resultado contábil e, como são inerentes a atividades de investimentos, devem ser retirados das atividades operacionais. (-) ganhos com ativos permanentes (ganhos de capital) São fatos que estão aumentando o resultado contábil e, como são inerentes a atividades de investimentos, devem ser retirados das atividades operacionais. Resultado líquido ajustado Este resultado é o que, de fato, afetou o caixa. As principais contas que devem ser consideradas para obtenção do resultado líquido ajustado a ser utilizado na DFC. 1 +/- Resultado líquido do exercício 2 +/- Ajustes anteriores 3 + Despesas de depreciação; amortização e exaustão 4 + Perda com equivalência patrimonial 5 + Prejuízo na venda de imobilizado (AP) 6 + Encargos sobre Passivo Exigível e PL 7 - Ganhos com equivalência patrimonial 8 - Lucro na venda de imobilizado (AP) 9 - Rendimentos sobre Ativo Realizável L.P. 10 = Resultado ajustado Descrição dos itens acima: 1 lucro contábil, está na DRE 2 valores encontrados após a elaboração da DRE. Exemplo: erro no cálculo do IR do exercício anterior. 3 são despesas não monetárias 4 são valores representativos, esses não se concretizaram 5 esse fato é pertencente ao item investimento e são operacionais, por isso que expurgado. 6 esses encargos são informativos e não consomem caixa, são juros a vencer a atualização monetária do saldo da dívida. 7 esse fato contábil não consome caixa é apenas demonstrativo 8 este valor é expurgado do lucro, porque se trata de uma transação caracterizada como atividade de investimento. 9 do mesmo modo que a dívida a aplicação de longo prazo também deve ser atualizado a cada final de período e esse fato contábil não consome caixa. Todas a contas de Resultado que foram ajustadas têm contrapartida no patrimônio. Exemplo: uma despesa de variação monetária relativa a uma dívida de longo prazo, o ajuste no lucro será expurgar essa despesa, que não consumiu caixa. A contrapartida de uma despesa desse tipo é a atualização em uma dívida de curto ou longo prazo. A empresa contraiu um empréstimo em 31/12/2008, no valor de $ 50.000,00, não fez nenhum pagamento durante o ano de 2009 e os juros e correção monetária durante 2009 foram de 12%, o que significa dizer que totalizaram $ 6.000 as despesas financeiras contabilizadas na DRE por regime de competência. Neste caso na elaboração da DFC Indireto deve-se retirar o valor de $ 6.000 porque não foi consumido pelo caixa, apenas um valor demonstrativo de atualização da dívida. Determinação da variação das contas patrimoniais Após o Resultado Ajustado, que é parte das atividades operacionais, deve-se analisar as contas do circulante, excetuando o Caixa, e completar a analise das atividades operacionais e, após examinar a variação das contas do ANC e determinar o impacto no Caixa das atividades de investimento e, por último determinar a variação das contas do PNC e PL e o impacto no caixa oriundo das atividades de financiamentos. TRABALHO A SER DESENVOLVIDO E ENTREGUE DIGITALMENTE ATÉ AS 23h59 DO DIA 03/05/2017: ELABORAR DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA INDIRETO BALANÇOS PATRIMONIAIS 2008 ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE Caixa 100 Fornecedor 2.000 Banco 1.400 Contas a pagar 1.000 Mercadorias 3.500 PASSIVO NÃO CIRCULANTE ATIVO NÃO CIRCULANTE Empréstimos de L.P. 6.000 Aplicações financeiras 5.000 PATRIMONIO LÍQUIDO Máquinas 10.000 Capital 11.000 TOTAL ATIVO 20.000 TOTAL PASSIVO 20.000 2009 ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE Caixa 150 Fornecedor 4.000 Banco 1.850 Contas a pagar 1.000 Mercadorias 7.600 PASSIVO NÃO CIRCULANTE ATIVO NÃO CIRCULANTE Empréstimos de L.P. 6.600 Aplicações financeiras 8.000 PATRIMONIO LÍQUIDO Máquinas 10.000 Capital 14.000 (-) Depreciação (1.000) Lucros 1.000 TOTAL ATIVO 20.600 TOTAL PASSIVO 20.600 DRE Receitas 5.000 (CMV) (1.500) L. Bruto 3.500 (-) Despesas (3.100) Gerais 1.500 Depreciação 1.000 Financeira 600 Receita financeira 600 Lucro Líquido 1.000 DMPL/DLPA CAPITAL LUCROS AC. TOTAL Saldo 31/12/2008 11.000 0 11.000 Aumento de cap. 3.000 3.000 Lucro líquido 1.000 1.000 Saldo 31/12/2009 14.000 1.000 15.000 Observações: 1 A despesa financeira refere-se à atualização da dívida de l.p. calculada como 10% do total do empréstimo. Esses juros serão pagos na mesma oportunidade que o valor do principal da dívida, em 5 anos. 2 A receita financeira foi calculada na base de 12% do valor aplicado, e esses juros somente serão recebidos em 2 anos na mesma oportunidade do resgate. O aumento do saldo de aplicação de l.p. em parte se deve à atualização monetária dos direitos e,em parte, a nova aplicação. 3 A depreciação foi calculada tomando-se por base uma vida útil de 10 anos 4 O contas a pagar refere-se à compra de instalações 5 Houve aumento de capital em dinheiro pelos sócios 6 Ainda não houve destinação dos dividendos, nem constituição de reservas.
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