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5 DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA (DFC) - CONCEITO

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44
Unidade II
Unidade II
5 DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA (DFC) - CONCEITO
O fluxo de caixa apresenta-se como um dos instrumentos mais eficazes 
na gestão financeira das empresas, permitindo ao administrador planejar, 
organizar, coordenar, dirigir e controlar os recursos financeiros para um 
determinado período, influenciando o processo de tomada de decisão 
(OLIVEIRA, SPESSATO e TOLEDO FILHO, 2009).
A demonstração dos fluxos de caixa (DFC), a partir de 01/01/2008, passou a ser uma demonstração 
obrigatória, conforme estabeleceu a lei nº 11.638/07, que alterou a lei nº 6.404/76. Essa alteração 
formalizou uma tendência internacional no sentido de que a demonstração de origens e aplicações 
de recursos (DOAR) fosse substituída pela demonstração dos fluxos de caixa, pelo fato de ser a DOAR 
um demonstrativo contábil de difícil interpretação pelos não contadores, apesar de sua inegável 
utilidade na análise da situação econômica e financeira das empresas. A DOAR é mais abrangente em 
termos de informações do que a DFC, entretanto, as técnicas e os conceitos utilizados na elaboração 
da DOAR fazem com que ela seja de difícil compreensão por administradores, analistas de mercados 
e investidores.
Assim, ao se tornar a DFC uma demonstração contábil obrigatória, o Brasil passou a seguir a orientação 
do International Accounting Standards Board (IASB), órgão que estabelece as normas internacionais 
de contabilidade, e do Financial Accounting Standards Board (FASB), órgão normatizador das práticas 
contábeis americanas, engajando-se nas práticas dos principais mercados financeiros internacionais; 
assim sendo, e seguindo o CPC 3, que trata da elaboração da demonstração dos fluxos de caixa que 
desenvolve o conteúdo sobre este demonstrativo contábil.
 Saiba mais
É importante que você leia o Pronunciamento CPC 3, sobre a 
demonstração do fluxo de caixa.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento técnico 
CPC 03: R2. Disponível em: http://www.cpc.org.br/pdf/CPC03R2_final.doc. 
Acesso em: 21 out. 2013.
A demonstração dos fluxos de caixa é um demonstrativo contábil que explica as modificações 
ocorridas no saldo das disponibilidades da empresa em um determinado período, por meio da exposição 
45
ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
dos fluxos de recebimentos, registrados a débito (aumentos), e de pagamentos, registrados a crédito 
(reduções) da conta caixa.
Apesar do nome, devemos considerar, no saldo da conta caixa, as chamadas disponibilidades, ou seja, 
os equivalentes de caixa, assim constituídos por:
a) recursos disponíveis em caixa;
b) recursos disponíveis nas contas correntes bancárias;
c) aplicações financeiras conversíveis imediatamente em moeda.
 Observação 
Smith (1994) expressou o que pode ser considerado um ditado no 
mercado: “Os balanços expressam apenas as opiniões dos auditores, não 
os fatos. dinheiro é fato. Caixa é fato. Não se pode produzir dinheiro com 
artefatos contábeis”. Não é bem assim. A DFC veio dar credibilidade para as 
DFC´s.
5.1 Estrutura da demonstração dos fluxos de caixa
Considerando-se a estrutura como forma de apresentação, a DFC deve ser estruturada conforme as 
atividades, operações que provocam aumentos ou reduções de caixa, em três tipos, a saber:
1 – atividades operacionais;
2 – atividades de investimentos;
3 – atividades de financiamentos.
As atividades operacionais
As atividades operacionais estão diretamente relacionadas à demonstração do resultado do exercício 
e devem corresponder às entradas e saídas em dinheiro ou equivalente referentes às operações principais 
da empresa, tais como:
Entradas:
• recebimentos de vendas (à vista e a prazo);
• recebimentos de outras receitas (aluguéis, juros);
46
Unidade II
• recebimentos de indenização por sinistros, sentenças judiciais.
Saídas:
• pagamentos de compras (fornecedores em geral);
• pagamentos de despesas (salários, aluguéis, impostos, juros).
Atividades de investimentos
As atividades de investimentos estão diretamente relacionadas às operações que provocam aumentos 
e diminuições dos ativos de vida útil longa, utilizados na produção de bens e serviços, bem como a 
aquisição de títulos e valores de outras sociedades, classificados no ativo circulante ou permanente, tais 
como:
Entradas:
• recebimentos do principal de empréstimos e financiamentos concedidos;
• recebimentos de alienação e participação societárias;
• recebimentos de alienação de títulos de investimentos;
• recebimentos da venda de imobilizado e outros ativos utilizados na produção de bens e serviços.
Saídas:
• desembolsos dos empréstimos concedidos pela empresa a coligadas/controladas /acionistas;
• pagamentos na compra de títulos de investimento de outras entidades;
• pagamentos na compra de títulos patrimoniais de outras sociedades;
• pagamentos à vista referentes à compra de imóveis, máquinas etc.
Atividades de financiamentos
As atividades de financiamentos estão diretamente relacionadas às operações de captação de 
recursos próprios e de recursos de terceiros, assim como o pagamento e a remuneração desses recursos.
Entradas:
• integralização do capital em dinheiro;
47
ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
• recebimentos em dinheiro de reservas de capital;
• recebimentos de empréstimos e financiamentos.
Saídas:
• pagamentos de empréstimos e financiamentos contraídos;
• pagamentos de dividendos;
• pagamentos de juros e encargos sobre empréstimos e financiamentos.
5.1.1 Transações que não afetam o caixa
Observemos agora algumas transações que não afetam o caixa da empresa, em virtude de não haver 
pagamento nem recebimento:
• depreciação, amortização, exaustão: representam reduções do ativo, sem afetar o caixa;
• estimativa para créditos de liquidação duvidosa (antiga provisão para devedores duvidosos): 
representa uma estimativa de eventuais perdas com clientes que não representam desembolso 
para a empresa;
• reavaliação: hoje não permitida pela atual legislação (permitido em alguns casos para aplicação 
das Normas Internacionais de Contabilidade);
• ganhos ou perdas com investimentos (participações) a partir da aplicação do método da 
equivalência patrimonial.
 Observação 
Na ciência da Economia, não se calcula valor da depreciação. Da 
mesma forma, muitos administradores não se importam com o desgaste 
das máquinas e ativos. No entanto, os contadores têm a depreciação como 
imprescindível.
5.1.2 Métodos de elaboração da demonstração dos fluxos de caixa (DFC)
Existem dois métodos para a elaboração da demonstração dos fluxos de caixa, a saber:
1 – método direto;
2 – método indireto.
48
Unidade II
As diferenças entre o método direto e o indireto estão exatamente nos fluxos das atividades 
operacionais. Os fluxos das atividades de investimentos e financiamentos são demonstrados de forma 
idêntica nos dois métodos.
5.1.2.1 Método direto
A metodologia de elaboração da DFC direta mostra todos os recebimentos e pagamentos que 
contribuíram para a variação das disponibilidades no período.
A metodologia direta divulga informações mais complexas para o usuário da contabilidade. A 
estrutura da DFC pelo método direto pode ser assim exemplificada:
DFC
Fluxos das atividades operacionais
(+) Recebimentos de clientes (ajuste 1)
(+) Recebimentos de dividendos e juros
(+) Outros recebimentos provenientes das operações
(-) Pagamentos a fornecedores (ajuste 2)
(-) Pagamentos de despesas operacionais (ajuste 3)
(-) Pagamentos de despesas antecipadas (ajuste 4)
(-) Pagamentos de impostos e contribuições
(-) Outros pagamentos decorrentes das operações.
Fluxos das atividades de investimentos
(+) Recebimentos do principal de empréstimos e financiamentos concedidos
(+) Recebimentos provenientes do resgate de investimentos temporários
(+) Recebimentos provenientes da alienação de bens do imobilizado (ajuste 5)
(+) Recebimentos provenientes da alienação de investimentos permanentes
(-) Desembolsos de empréstimos e financiamentos concedidos
(-) Pagamentos na aquisição à vistade investimentos permanentes
(-) Pagamentos na aquisição à vista de bens do imobilizado (ajuste 6)
(-) Pagamentos na aquisição à vista de itens do diferido
(-) Pagamentos na aquisição de investimentos temporários.
Fluxos das atividades de financiamentos
(+) Recebimentos provenientes da realização de capital em moeda
(+) Recebimentos provenientes de empréstimos e financiamentos obtidos
(+) Outros recebimentos provenientes de financiamentos
(-) Pagamentos do principal de empréstimos e financiamentos obtidos
(-) Outros pagamentos decorrentes das atividades de financiamentos.
49
ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Variação das disponibilidades no período
Saldo final das disponibilidades.
(-) Saldo inicial das disponibilidades.
Variação das disponibilidades no período.
Vejamos agora os ajustes mencionados na estrutura da DFC como meios alternativos para a 
mensuração de alguns itens das atividades operacionais e de investimentos.
Ajustes de atividades operacionais
Recebimentos de clientes (ajuste 1)
A obtenção do valor dessa atividade operacional pode ser obtida pela seguinte soma algébrica:
Vendas do exercício (à vista e a prazo)
(+) Saldo inicial de duplicatas a receber
(-) Saldo final de duplicatas a receber
(-) Saldo inicial de duplicatas descontadas
(+) Saldo final de duplicatas descontadas
= Total dos recebimentos de clientes no exercício.
Exemplo
Suponhamos que uma determinada empresa tenha os seguintes saldos:
• Duplicatas a receber – saldo inicial – 30
• Duplicatas descontadas – saldo inicial – 20
• Duplicatas a receber – saldo final – 22
• Duplicatas descontadas – saldo final – 17
• Vendas – 100
No razão, teríamos:
Duplicatas a receber
Duplicatas 
descontadas Vendas Disponibilidade
30 30 (a) (a) 20 20 100 (b)
(a) 10
(b) 78
(c) 17
22 (b) 105
50
Unidade II
Supondo-se que:
a) os clientes deviam 30 no início do ano e pagaram 10 em dinheiro e 20 foram baixados a débito de 
duplicatas descontadas (a empresa já tinha recebido do banco);
b) como há um saldo final de 22 em duplicatas a receber, infere-se que a empresa recebeu 78 dos 
clientes referentes às vendas de exercícios;
c) a importância de 17 foi recebida pela empresa por meio de desconto junto ao banco. Esse valor 
poderia ser deduzido utilizando-se a fórmula:
Vendas do exercício 100
(+) Saldo inicial duplicatas a receber 30
(-) Saldo final duplicatas a receber (22)
(-) Saldo inicial duplicatas descontadas (20)
(+) Saldo final duplicatas descontadas 17
= Recebimento de clientes 105
Recebimentos de clientes (ajuste 1) com perdas de créditos a receber e PDD
Se os clientes da empresa não pagaram seus compromissos, a perda com esses clientes deve ser 
deduzida da soma algébrica indicada no item anterior para que se obtenha o valor correto recebido 
pelas vendas, uma vez que esse recurso não ingressou no disponível da empresa. Assim, teremos:
Vendas do exercício
(+) Saldo inicial de duplicatas a receber
(-) Saldo final de duplicatas a receber
(-) Saldo inicial de duplicatas descontadas
(+) Saldo final de duplicatas descontadas 
(-) Perdas com duplicatas a receber
= Total de recebimentos de clientes do exercício.
Por outro lado, se a empresa, prevendo o não pagamento, constituiu uma provisão para devedores 
duvidosos (PDD) e lançou a perda a débito de PDD, o ajuste deverá ser feito diminuindo-se da PDD que 
não foi revertida no exercício do valor das vendas.
Exemplo
Vendas do exercício 200
Saldo inicial de clientes 40
Saldo final de clientes 30
PDD constituída no final do exercício anterior 10
Reversão de PDD no final do exercício 3
PDD constituída no final do exercício 12
51
ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
A perda com clientes foi no exercício de sete, correspondente à perda da PDD que não foi revertida. 
O valor recebido de clientes será assim calculado:
Tabela 4
Vendas do exercício
(+) Saldo inicial de clientes
(-) Saldo final de clientes
(-) PDD do exercício anterior
(+) Reversão de PDD no exercício
= Recebimento de clientes
200
 40
(30)
(10)
__3
203
Pagamentos a fornecedores (ajuste 2)
O pagamento feito a fornecedores é obtido de maneira análoga à do recebimento de clientes, ou seja, 
toma-se o valor das compras no exercício e ajusta-se pela variação dos saldos da conta fornecedores.
Compras do exercício
(+) Saldo inicial de fornecedores
(-) Saldo final de fornecedores
= Pagamento a fornecedores no exercício
• Para empresas comerciais
O valor das compras em empresas comerciais pode ser obtido pela fórmula:
C = CMV – EI + EF
Exemplo
A empresa “X” apresenta os seguintes dados, extraídos de seus demonstrativos contábeis 
(BP e DRE)
Saldo inicial da conta fornecedores 100
Saldo final da conta fornecedores 130
Saldo inicial da conta mercadorias 200
Saldo final da conta mercadorias 190
Custo das mercadorias vendidas 500
O valor das compras efetuadas no exercício (C) é:
C = CMV – EI + EF
C = 500 – 200 + 190 = 490
52
Unidade II
O valor pago a fornecedores no exercício é:
Compras do exercício 490
(+) Saldo inicial de fornecedores 100
(-) Saldo final de fornecedores (130)
= Pagamentos a fornecedores 460
• Para empresas industriais
O valor das compras em empresas industriais pode ser obtido utilizando-se a fórmula seguinte para 
obtenção do custo dos produtos vendidos (CPV):
Estoque inicial de materiais
(+) Compras de materiais
(-) Estoque final de materiais
= Materiais consumidos (MAT)
(+) Mão de obra direta (MOD)
(+) Custos indiretos de fabricação (CIF)
= Custo de produção do período (CPP)
(+) Estoque inicial de produtos em elaboração (EIPE)
(-) Estoque final de produtos em elaboração (EFPE)
= Custo da produção acabada (CPA)
(+) Estoque inicial de produtos acabados (EIPA)
(-) Estoque final de produtos acabados (EFPA)
= Custo dos produtos vendidos (CPV)
Uma vez obtido o valor das compras de materiais, utiliza-se de forma semelhante à das empresas 
comerciais e obtém-se o valor pago a fornecedores no exercício.
Pagamento de despesas operacionais (ajuste 3) e despesas antecipadas (ajuste 4)
Os pagamentos de despesas no exercício englobam:
1) o pagamento de despesas operacionais incorridas em exercícios anteriores e pagos no 
exercício corrente;
2) o pagamento de despesas operacionais incorridas e pagas no próprio exercício;
3) o pagamento de despesas operacionais ainda não incorridas (antecipadas).
Por outro lado, os pagamentos citados não englobam:
a) os valores de despesas incorridas no presente exercício, a serem pagas no exercício seguinte;
53
ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
b) as transferências de despesas antecipadas pagas em exercícios anteriores e que foram computadas 
como despesas do exercício seguinte;
c) os valores de despesas que foram incorridas no período, mas que não representam saídas de caixa 
(depreciação/exaustão/amortização/saldo devedor de equivalência patrimonial).
Supondo-se que todas as despesas operacionais transitaram pelo contas a pagar, o pagamento de 
despesas do exercício pode ser obtido da seguinte forma:
Despesas operacionais incorridas no exercício
(+) Saldo inicial de contas a pagar
(-) Saldo final de contas a pagar
(-) Despesas que não implicam desembolso
(-) Transferência de despesas antecipadas para o resultado do exercício
= Desembolso com despesas operacionais já incorridas
(+) Transferências de despesas antecipadas
(-) Saldo inicial de despesas antecipadas
(+) Saldo final de despesas antecipadas
= Pagamentos de despesas operacionais e de despesas antecipadas no exercício.
Exemplo
A empresa Beta S.A. apresentou os seguintes dados referentes a despesas operacionais e 
despesas antecipadas:
Saldo inicial de contas a pagar
Saldo final de contas a pagar
Saldo inicial de despesas antecipadas
Saldo final de despesas antecipadas
Despesas operacionais incorridas
Transferência de despesas antecipadas para despesas operacionais
Despesas que não implicaram desembolso
 300
 280
 60
 70
 850
 40
 120 (depreciação 
90 e equivalência 
patrimonial 30)A movimentação do caixa e das contas correlatas pode assim ser decomposta:
a) a empresa pagou o saldo de contas a pagar no início do exercício;
b) o saldo inicial de despesas antecipadas era de 60 e o final, de 70; como houve no exercício uma 
transferência de 40 de despesas antecipadas para resultado (fato que não afetou o saldo de caixa), 
concluiu-se que a empresa pagou 50 de despesas antecipadas;
54
Unidade II
c) as despesas de depreciação e equivalência patrimonial não afetam o caixa e tiveram um valor de 120; 
as despesas do exercício que teriam implicado desembolso equivalente a 690 (850 – (120 + 40));
d) como havia um saldo final de 280 em contas a pagar e as despesas operacionais incorridas e pagas 
no exercício somam 410 (690 – 280), no razonete as disponibilidades seriam:
Disponibilidades
300 (a)
50 (b)
410 (d)
 760
O mesmo valor de 760 poderia ser encontrado aplicando-se a fórmula:
Tabela 5
Despesas operacionais incorridas
(+) Saldo inicial contas a pagar
(-) Saldo final contas a pagar
(-) Despesas efetuadas sem desembolso
(-) Transferência de despesas antecipadas para resultado
= Desembolso com despesas operacionais
(+) Transferências de despesas antecipadas para resultado
(-) Saldo inicial de despesas antecipadas
(+) Saldo final de despesas antecipadas
= Desembolso total com despesas
850
300
(280)
(120)
(40)
710
40
(60)
70 
760
5.1.2.2 Método indireto
Por esse método, também conhecido como “método da reconciliação”, a DFC é elaborada a partir do 
resultado de exercício, efetuando-se ajustes para:
a) somar ao resultado todas as despesas que não representam desembolso (depreciação/amortização/
exaustão/gastos em constituição de provisão/perda na venda de itens do imobilizado/perda com a 
aplicação do método da equivalência patrimonial) e diminuir todas as receitas que não impliquem 
entrada de numerário (reversão de provisões/ganhos na venda de itens do imobilizado/ganhos 
com a aplicação de método da equivalência patrimonial);
b) excluir do lucro a parcela que foi aplicada no aumento de outros bens e direitos do AC (exceto 
disponível) ou na diminuição das obrigações do PC e somar a ele os recursos advindos da 
diminuição do AC (exceto disponível) e do aumento do PC.
O fluxo de caixa das atividades de investimentos e financiamentos é igual ao do método direto.
A estrutura da DFC pelo método indireto é:
55
ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
1 – Fluxo de caixa de atividades operacionais:
Lucro líquido do exercício
(+) Depreciação/amortização/exaustão
(+) Despesas com constituição de provisões
(+) Transferências de despesas antecipadas para resultado
(-) Reversão de provisões
(-) Despesas antecipadas pagas no exercício
(+) Receita negativa (positiva da equivalência patrimonial)
(+) Perda (ganho) de capital
(+) Outras receitas e despesas que não envolvam numerário
(+) Aumento/diminuição em bens e direitos do AC
(+) Decréscimo/aumento em obrigações do PC.
2 – Fluxo de caixa das atividades de investimentos:
Igual à do método direto.
3 – Fluxo de caixa das atividades de financiamentos:
Igual à do método direto.
4 – Variação do disponível (1 + 2 + 3).
5 – Saldo inicial das disponibilidades.
6 – Saldo final das disponibilidades.
 Saiba mais
Os fluxos de caixa não são apenas usados em grandes empresas, 
ao contrário, são um artefato muito importante também para as 
microempresas. Indica-se a leitura do artigo de Oliveira, Spessato e 
Toledo Filho (2009):
OLIVEIRA, L. E.; SPESSATO, G.; TOLEDO FILHO, J. R. Estratégias em organizações: 
fluxo de caixa como instrumento de controle gerencial para tomada de decisão: 
um estudo realizado em microempresas. In: SEMEAD XII, 2009. São Paulo: USP, 
2009. p. 1-14. Disponível em: http://www.ead.fea.usp.br/semead/12semead/
resultado/trabalhosPDF/4.pdf. Acesso em: 21 out. 2013.
56
Unidade II
Exemplo de aplicaçãoExemplo de aplicação
Resolução de um exercício completo elaborado conforme a legislação em vigor. Todos os 
demonstrativos contábeis já estudados, ou seja: 1) Balanço Patrimonial, 2) demonstração do resultado do 
exercício, 3) demonstração de lucros ou prejuízos acumulados, 4) demonstração de origem e aplicações 
de recursos e 5) demonstração do fluxo de caixa.
A empresa Comercial S. A. apresentava, em 31/12/2007, os seguintes saldos de suas contas patrimoniais:
• caixa 150;
• participações societárias 1.500;
• imóveis 3.000;
• bancos conta movimento 300;
• capital social 12.000;
• fornecedores 5.000;
• despesas pré-operacionais 500;
• mercadorias 2.800;
• empréstimos 2.000;
• obras de arte 2.000;
• reservas de capital 1.000;
• despesas antecipadas 1.000;
• depreciação acumulada 2.300;
• receitas de exercícios futuros 600;
• duplicatas a receber 3.500;
• amortização acumulada 100;
• capital a integralizar 2.000;
• financiamentos 3.000;
• duplicatas descontadas 1.000;
• duplicatas a receber (L. P.) 2.500;
57
ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
• veículos 10.000;
• lucros acumulados 2.450;
• custos e despesas de REF 200.
Até 31/12/2008, foram realizadas as seguintes operações:
1) venda de 50% do estoque de mercadorias, pelo valor de 9.000, sendo 1/3 a vista, 1/3 para 
recebimento no curto prazo e o restante para recebimentos no longo prazo;
2) pagamento a fornecedores no valor de 2.000;
3) transferência para o circulante de 1.000 de duplicatas a receber de longo prazo;
4) apropriação da depreciação de imóveis 100 e de veículos 2.000;
5) venda à vista de uma participação societária de valor contábil 1.000 por 1.200;
6) pagamento em dinheiro de despesas gerais do exercício no valor de 1.500 e apropriação de 
despesas antecipadas no valor de 500;
7) transferência de financiamento a longo prazo para o circulante, no valor de 600;
8) realização de 50% dos resultados de exercícios futuros;
9) integralização de capital social, sendo 500 em móveis e 500 em dinheiro;
10) recebimento de duplicatas no valor de 1.000;
11) proposta de distribuição de lucro aos acionistas no valor de 300;
12) constituição de provisão para imposto de renda e CSSL no valor de 100;
13) o capital social foi aumentado com as reservas de capital;
14) o saldo remanescente do resultado do exercício foi transferido para a conta lucros acumulados, 
após a constituição da reserva legal.
Pede-se:
1) montar o balancete de verificação em 31/12/2007;
2) lançar no diário as operações ocorridas em 2008;
58
Unidade II
3) transportar para o razão o balancete de verificação e as operações do diário;
4) montar a DRE em 2008;
5) montar a demonstração de lucros ou prejuízos acumulados;
6) montar os Balanços Patrimoniais em 31/12/07 e 31/12/08;
7) montar a demonstração das mutações do patrimônio líquido em 31/12/2008;
8) montar a demonstração dos fluxos de caixa em 31/12/2008 (modelo direto e modelo indireto).
 Lembrete
Lembre-se de que há dois métodos à disposição do contador, o direto e 
o indireto. No CPC 3 (R2), na nota explicativa N2, comenta-se que o IASB, 
no item 18, mostra preferência pelo método direto e o incentiva.
1) Balancete de verificação em 31/12/2007:
Tabela 6
Balancete de verificação da Comercial S. A. em 
31/12/2007
Contas
Saldos
Devedor Credor
Caixa
Participações societárias
Imóveis
Bancos conta movimento
Capital social
Fornecedores
Despesas pré-operacionais
Mercadorias
Empréstimos
Obras de arte
Reservas de capital
Despesas antecipadas
Depreciação acumulada
Receitas de exercícios futuros
Duplicatas a receber
Amortização acumulada
Capital a integralizar
Financiamentos
Duplicatas descontadas
Duplicatas a receber (LP)
Veículos
Lucros acumulados
Custos e despesas de REF.
Total
150
1.500
3.000
300
500
2.800
2.000
1.000
3.500
2.000
2.500
10.000
200
29.450
12.000
5.000
2.000
1.000
2.300
600
100
3.000
1.000
2.450
29.450
59
ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
2) Diário das operações em 2008:
1) D – Caixa 3.000
 D – Duplicatas a receber (CP) 3.000 Lançamentos 
da receita D – Duplicatas receber (LP) 3.000 
 C – Vendas 9.000 
1A)D – CMV 1.400
 C – Mercadorias 1.400 
Lançamentos do custo das 
mercadorias vendidas 
2) D – Fornecedores 2.000
 C – Caixa 2.000
3) D – Duplicatas a receber (CP) 1.000
 C – Duplicatas a receber (LP) 1.000
4) D – Despesas de depreciação 2.100
 C – Depreciação acumulada 2.100
5) D – Caixa 1.200
 C – Participações societárias 1.000
 C – Ganhos na alienação do AP 200
6) D – Despesas gerais 1.500
 C – Caixa 1.500
6 A) D – Despesas gerais apropriadas 500
 C – Despesas antecipadas 500
7) D – Financiamentos (LP) 600
 C – Financiamentos (CP) 600
8) D – Receitas de exercícios futuros 300
 C – Custo e despesas – REF. 100
 C – Receitas do exercício 200
9) D – Móveis 500
 D – Caixa 500
 C – Capital a integralizar 1.000
10) D – Caixa 1.000
 C – Duplicatas a receber 1.000
60
Unidade II
11) D – Lucro/prejuízo acumulado 300
 C – Dividendos propostos 300
12) D – Resultado do exercício 100
 C – Provisão IR e CSLL 100
13) D – Reservas de capital 1.000
 C – Capital social 1.000
14) Primeiro apuramos o resultado do exercício no razão para depois procedermos ao lançamento 
no diário:
D – ARE 3.800
C – Lucro/prejuízo acumulado 3.800
14 A) D – Lucro/prejuízo acumulado 190
 C – Reserva legal 190
3) Transporte para o razão do balancete e do diário:
Ativo Caixa Participações societárias Imóveis Bancos
150
(1) 3.000
(5) 1.200
(9) 500
(10)1.000
2.000(3)
1.500 (6)
1.500 1.000(5) 3.000 300
500 3.000 300
5.850 3500
2.350
Despesas
pré-operacionais Mercadoria Obras de arte
Despesas 
antecipadas
Depreciação 
acumulada
500 2.800 1.400(2) 2.000 1.000 500(6ª) 2.300
500 1.400 2.000 500 2.100 (4)
4.400
Duplicatas a receber Amortização acumulada Capital a integralizar Duplicatas descontadas
3.500
(1) 3.000
(3) 1.000
1.000(10) 100 2.000 1.000(9) 1.000
100 1.000 1.000
6.500
61
ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Duplicatas a
receber (LP) Veículos Móveis e utensílios
2.500
(1) 3.000
1.000(3) 10.000 (9) 500
10.000 500
4.500
Passivo PL
Capital social Fornecedores Empréstimos Reservas de capitais
12.000
1.000(13)
(3) 2.000 5.000 2.000 (13) 1.000 1.000
3.000 2.000
13.000
Receitas exercícios 
futuros Financiamentos (LP) Lucros acumulados
(8) 300 600 (7) 600 3.000 (11) 300
(14A) 190
2.450
3.800 (14)
300 2.400
490 6.250
5.760
Custos e despesas REF. Financiamentos (CP) Dividendos propostos
200 100(8) 600 (7) 300 (11)
100 600 300
PIR / CSLL Reserva legal
100(12) 190 (14ª)
Despesas gerais Receitas do exercício ARE RCM / LB
(6) 1.500
(6) 500
(+) 200 200 (8) (d) 2.100
(2) 2.000
7.600 ©
200 (f)
200 (g)
(b) 1.400 9.000 (a)
2.000 2.000 (2) © 7.600 7.600
4.100 8.000
(12) 100 3.900
3.800 3.800 (14)
62
Unidade II
Despesas de depreciação Ganhos na alienação do AP
(4) 2.100 200 (5)
4) Demonstração do resultado de exercício em 31/12/08:
Vendas de mercadorias 9.000
CMV (1.400)
= Lucro bruto 7.600
Receitas do exercício (REF) 200
Despesas depreciação (2.100)
Despesas gerais (2.000)
= Resultado operacional 3.700
Ganhos alienação AP 200
= Lucro antes IR CSLL 3.900
Prov. IR e CSLL (100) 
= Lucro líquido do exercício 3.800
5) Demonstração de lucros/prejuízos acumulados em 31/12/08:
Saldo inicial em 31/12/07 2.450
(+) Lucro líquido exercício 3.800
(-) Reserva legal 190
(-) Dividendos propostos 300
Saldo final em 31/12/08 5.760
63
ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
6) Balanços patrimoniais em 31/12/07 e 31/12/08:
Tabela 7
Balanço patrimonial Comercial S. A.
Ativo 31/12/2007 31/12/08
Circulante
Caixa
Banco conta movimento
Duplicatas a receber
Duplicatas descontadas
Mercadorias
Despesas antecipadas
Ativo não circulante
Realizável a longo prazo
Duplicatas a receber (LP)
Investimentos
Participações societárias
Obras de arte
Imobilizado
Imóveis
Veículos
Móveis e utensílios
Depreciação acumulada
Intangível
Gastos com pesquisas e desenvolvimento
Amortização acumulada
Total do ativo
6.750
150
300
3.500
(1.000)
2.800
1.000
17.100
2.500
2.500
3.500
1.500
2.000
10.700
3.000
10.000
(2.300)
400
500
(100)
23.850
10.050
2.350
300
6.500
(1.000)
1.400
500
14.500
4.500
4.500
2.500
500
2.000
9.100
3.000
10.000
500
(4.400)
400
500
(100)
26.550
Tabela 8
31/12/07 31/12/2008
Passivo
Circulante
Fornecedores
Empréstimos
Financiamentos (CP)
Dividendos
Provisão imposto de renda e /CSLL
Passivo não circulante
Financiamentos
Receitas de exercícios futuros
Custos e despesas (REF)
Patrimônio líquido
Capital social
Capital a integralizar
Reservas de capital
Reserva legal
Lucros acumulados
Total do passivo e patrimônio líquido
7.000
5.000
2.000
-
-
-
3.400
3.000
600
(200)
13.450
12.000
(2.000)
1.000
-
2.450
23.850
6.000
3.000
2.000
600
300
100
2.600
2.400
300
(100)
17.950
13.000
(1.000)
-
190
5.760
26.550
64
Unidade II
7) Demonstração das mutações do patrimônio líquido em 31/12/2008:
Tabela 9
Demonstração das mutações do patrimônio líquido 31/12/08
Capital Capital a integralizar
Reserva 
de capital
Reserva 
legal
Lucros 
acumulados Total
Saldo inicial
Aumento de capital
Integralização de capital
Lucro líq. exercício
Reserva legal
Dividendos propostos
Saldo final
12.000
1.000
13.000
(2.000)
1.000
(1.000)
1.000
(1.000)
-
-
190
190
2.450
3.800
(190)
(300)
5.760
13.450
-
1.000
3.800
-
(300)
17.950
8) Demonstração dos fluxos de caixa em 31/12/2008 (modelo direto e modelo indireto):
Tabela 10
Demonstração dos fluxos de caixa em 31/12/08
Modelo direto
Atividades operacionais
Recebimento de clientes (1)
Pagamento a fornecedores (2)
Pagamento de despesas operacionais (3)
Caixa líquido consumido nas atividades operacionais
Atividades de investimentos
Recebimento pela venda de ativo não circulante
Atividades de financiamento
Aumento de capital
Aumento líquido das disponibilidades
Saldo final das disponibilidades
Saldo inicial das disponibilidades
Aumento líquido das disponibilidades
 4.000 
 (2.000)
 (1.500)
500 
 1.200 
 500 
 2.200 
 2.650 
 (450)
 2.200 
65
ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Tabela 11
Demonstração dos fluxos de caixa em 31/12/08
Modelo indireto
Atividades operacionais
Lucro líquido do exercício
Despesas de depreciação
Ganho na alienação do ativo permanente
Transferência de despesas antecipadas para resultado
Aumento em duplicatas a receber (curto e longo prazo)
Diminuições em estoques
Diminuições em fornecedores
Aumento em provisão para imposto de renda
Caixa líquido consumido nas atividades operacionais
Atividades de investimento
Recebimento pela venda de ativo não circulante
Atividades de financiamento
Aumento de capital
Aumento líquido das disponibilidades
Saldo final das disponibilidades
Saldo inicial das disponibilidades
Aumento líquido das disponibilidades
Recebimento de clientes (1)
Vendas do exercício
(+) Saldo inicial de duplicatas a receber (CP)
(-) Saldo final de duplicatas a receber (CP)
(+) Saldo inicial de duplicatas a receber (LP)
(-) Saldo final de duplicatas a receber (LP)
Total dos recebimentos
Pagamento a fornecedores (2)
Cálculo das compras
C = CMV - EI + EF
C = 1.400 - 2.800 + 1.400
C = Zero
Compras do exercício
(+) Saldo inicial de fornecedores
(-) Saldo final de fornecedores
Total dos pagamentos
Pagamento de despesas operacionais (3)
Despesas operacionais incorridas no exercício
Despesas que não implicam desembolso
Transferência de despesas antecipadas para o resultado
Total dos pagamentos
 3.800 
 2.100 
 (200)
 500 
 (5.000)
 1.400 
 (2.000)
 (100)
500
 1.200 
 500
 2.200 
 2.650 
 (450)
 2.200 
 9.000 
 3.500 
 (6.500)
 2.500 
 (4.500)
 4.000 
 - 
 5.000 
 (3.000)
 2.000
 
 4.100 
 (2.100)
 (500)
 1.500 
66
Unidade II
6 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE (DRA)
A demonstração do resultado abrangente é umademonstração relativamente nova no cenário 
contábil. Ela foi implantada a partir da lei nº 11.638 de 28 de dezembro de 2007, a qual se exigiu a 
formação do Comitê de Pronunciamentos Contábeis.
A lei nº 11.638/2007 veio modificar a lei nº 6.404/1976, Lei das Sociedades por Ações, aplicada 
também às demais sociedades, levando o Brasil, em termos contábeis e de competitividade econômica, 
aos padrões internacionais de contabilidade.
O fato de o Brasil poder passar aos padrões internacionais de contabilidade deve-se a diversos 
fatores, como, por exemplo, controle social interno. Contudo, deve-se principalmente à estabilização 
da moeda, ou seja, um país onde há políticas de controle inflacionário (dentre elas o Plano Real, 1994) 
mostra-se um país receptivo aos mais diversos investimentos internacionais.
Assim, a criação do Comitê de Pronunciamentos Contábeis cumpre algumas das exigências 
determinadas pelo padrão internacional de Contabilidade, elaborando e publicando Pronunciamentos 
Técnicos que envolvem as mais diversas operações, quer em seu registro, avaliação e consequentemente 
à elaboração das contábeis ou financeiras.
Dentre esses Pronunciamentos Técnicos, destaca-se o CPC 26, Apresentação das Demonstrações 
Contábeis, aprovado pelo Conselho Federal de Contabilidade por meio da Resolução 1.185/2009, e 
transformado em Norma Técnica de Contabilidade de Aplicação Geral, NBC T 19.27, na qual consta, nos 
itens 10 e 11, a seguinte informação:
O conjunto completo de demonstrações contábeis inclui:
a) Balanço Patrimonial ao final do período;
b) demonstração do resultado do período;
c) demonstração do resultado abrangente do período;
d) demonstração dos fluxos de caixa do período (DFC);
f) demonstração do valor adicionado do período, conforme Pronunciamento Técnico CPC 09n, 
Demonstração do Valor Adicionado, se exigido legalmente ou por algum órgão regulador ou 
mesmo se apresentada voluntariamente;
g) notas explicativas. Compreendendo um resumo das políticas contábeis significativas e outras 
informações explanatórias; 
h) Balanço Patrimonial no início do período mais antigo comparativamente apresentado quando 
a entidade aplica uma política contábil retroativamente ou procede à reapresentação de itens 
das demonstrações contábeis, ou ainda quando procede à reclassificação de itens de suas 
demonstrações contábeis.
67
ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
A demonstração de resultado abrangente pode ser apresentada em quadro demonstrativo próprio 
ou dentro das mutações do patrimônio líquido.
 Lembrete
Aqui os autores citam a demonstração das mutações do patrimônio líquido.
A entidade deve apresentar com igualdade de importância todas as demonstrações contábeis que 
façam parte do conjunto completo das demonstrações contábeis.
É importante ressaltar que o CPC 26, Apresentação das Demonstrações Contábeis, não menciona 
a obrigatoriedade da elaboração da demonstração dos lucros e prejuízos acumulados – DLPA, o que 
nos leva a entender que a elaboração da demonstração das mutações do patrimônio líquido – DMPL, 
por conter informações sobre todas as contas do patrimônio líquido, torna-se mais eficiente para as 
possíveis tomadas de decisão.
Devido à complexidade da aplicação dos Pronunciamentos Técnicos pela maioria das empresas, o 
Comitê de Pronunciamentos Contábeis criou o CPC-PME, este se trata do Pronunciamento Técnico 
voltado para as pequenas e médias empresas em nosso país, passando a atender, portanto, a um o maior 
número de empresas, até o momento.
O CPC-PME também foi aprovado pelo Conselho Federal de Contabilidade e também transformado 
em Norma Técnica Brasileira de Contabilidade – NBC T 19.41, por meio das Resoluções 1255/2009 e 
1.285/2010, em que, nos itens 3.17 e 3.18, consta a seguinte informação:
O conjuntos completo de demonstrações contábeis da Entidade deve incluir todas as seguintes 
demonstrações:
a) Balanço Patrimonial ao final do período;
b) demonstração do resultado do período de divulgação;
c) demonstração do resultado abrangente do período de divulgação. A demonstração do resultado 
abrangente pode ser apresentada em quadro demonstrativo próprio ou dentro das mutações do 
patrimônio líquido. A demonstração do resultado abrangente, quando apresentada separadamente, 
começa com o resultado do período e se completa com os itens dos outros resultados abrangentes;
d) demonstração das mutações do patrimônio líquido para o período de divulgação;
e) demonstração dos fluxos de caixa para o período de divulgação;
f) notas explicativas, compreendendo um resumo das políticas contábeis significativas e outras 
informações explanatórias.
68
Unidade II
O item 6.4 do CPC – PME informa que se as únicas mutações no patrimônio líquido durante o período 
base das demonstrações contábeis têm origem no resultado, como distribuição de lucros, ou ajuste 
de exercícios anteriores ou até mesmo mudanças de políticas contábeis. A Entidade poderá elaborar 
somente a demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados – DLPA, ao invés da demonstração do 
resultado abrangente ou até mesmo da demonstração da mutação do patrimônio líquido – DMPL.
O CPC-PME faculta a elaboração da Demonstração do Valor Adicionado – DVA para as pequenas e 
médias empresas.
Exemplo: Elaboração da Demonstração do Resultado Abrangente.
Questão 1. (Exame de Suficiência do Conselho Federal de Contabilidade – CFC, de 2012 /1). Uma 
sociedade empresária apresentou os seguintes dados de um determinado período:
• Despesas administrativas reconhecidas durante o período: R$ 20.000,00
• Ganhos na remensuração de ativos financeiros disponíveis para venda líquidos dos tributos: R$ 30.000,00
• Lucro bruto do período: R$ 240.000,00
• Lucro líquido do período: R$ 270.000,00
• Perdas derivadas de conversão de demonstrações contábeis de operações no exterior menos 
tributos sobre ajuste de conversão: R$ 170.000,00
• Receita de vendas realizadas durante o período: R$ 800.000,00
• Resultado do período antes das receitas e despesas financeiras: R$ 230.000,00
Na demonstração do resultado abrangente, elaborada a partir dos dados fornecidos, o valor do 
resultado abrangente é igual a:
A) R$90.000,00.
B) R$100.000,00.
C) R$110.000,00.
D) R$130.000,00.
Resolução:
Conforme o Manual de Contabilidade Societária, FIPECAFI: resultado abrangente inclui 
as mutações do patrimônio líquido que não representam receitas e despesas realizadas. Inclui 
69
ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
alterações que poderão afetar o resultado do período futuramente ou às vezes permanecerão sem 
esse trânsito.
Quanto à questão: vamos avaliar cada situação apresentada e identificar sua participação ou não 
no resultado abrangente.
Despesas administrativas reconhecidas durante o período: R$ 20.000,00
São despesas do período, portanto fazem parte do resultado do período e não do resultado abrangente.
Ganhos na remensuração de ativos financeiros disponíveis para venda líquidos dos tributos: 
R$ 30.000,00
Este resultado não faz parte do período, pois é uma atualização de ativos para venda futura, ou 
seja, a contabilização é feita diretamente no patrimônio líquido. Neste caso, esse valor faz parte do 
resultado abrangente.
Lucro bruto do período: R$ 240.000,00
Este lucro faz parte do resultado do exercício (receita líquida menos custo das vendas).
Lucro líquido do período: R$ 270.000,00
Este é o lucro do período, ou seja, partimos desse valor para chegarmos ao resultado abrangente.
Perdas derivadas de conversão de demonstrações contábeis de operações no exterior menos 
tributos sobre ajuste de conversão: R$ 170.000,00
Resultado de conversão não faz parte do resultado do período, portanto será incluído no 
resultado abrangente.
Receita de vendas realizadas durante o período: R$ 800.000,00
Vendas realizadas no período fazem parte do resultado do período e não do resultado abrangente.
Resultado do período antes das receitas e despesas financeiras: R$ 230.000,00
Refere-se ao lucro bruto menos as despesas administrativase comerciais do período, portanto não 
fazem parte do resultado abrangente.
Demonstração do resultado abrangente – DRA
Lucro líquido do período: R$ 270.000,00
70
Unidade II
(+) Ganhos na remensuração de ativos financeiros disponíveis para venda líquidos dos tributos: 
R$ 30.000,00
(-) Perdas derivadas de conversão de demonstrações contábeis de operações no exterior menos 
tributos sobre ajuste de conversão: R$ 170.000,00
(=) Resultado abrangente: R$ 130.000,00
Portanto, a alternativa correta é a letra D.
 Resumo
Estudamos a importância das demonstrações contábeis e financeiras e 
as suas consequências no mercado, inclusive refletindo sobre os esforços 
que as empresas estão empreendendo para satisfazer as necessidades de 
informação dos usuários da contabilidade, em especial os investidores. 
Lembre-se do caso da empresa “Austria Solar”, que ganhou o Grande Prêmio 
Cannes Lions de 2012 por ter usado uma tinta inovadora em seu relatório 
anual. Certamente, ganhar um prêmio em Cannes é algo extraordinário de tão 
bom, mas pode ter a certeza de que investidores atraídos para essa empresa 
somente irão investir se as demonstrações contábeis e financeiras realmente 
forem corretas e bem informativas. Por isso, não adianta, como disse Lauretti 
(2003), caprichar nos elementos gráficos e descuidar do conteúdo. E é nisso 
que você irá ter a oportunidade de trabalhar! 
Percorremos em detalhes o que a legislação nos exige quanto às 
seguintes demonstrações: 
• DLPA (Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados). 
• DMPL (Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido).
• DFC (Demonstração do Fluxo de Caixa).
• DRA (Demonstração dos Resultados Abrangentes). 
Leia os “saiba mais” indicados, além de procurar ler em profundidade 
(ou de forma “microscópica”, como dizem alguns) um relatório anual 
(demonstrações contábeis e financeiras) de uma empresa de sua preferência. 
Mais do que isso, as demonstrações contábeis e financeiras que você 
estudou não são do conhecimento de todos os contadores. Como você teve a 
71
ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
oportunidade de estudar detalhes sobre as “novas demonstrações contábeis”, 
principalmente a DRA, comente com seus superiores, com seus colegas, 
que você tem esse conhecimento. Com certeza, irá te abrir portas. Não é 
satisfatório quando a gente está iniciando a carreira e alguém confia no 
nosso conhecimento? 
 Exercícios
Questão 1. A Cia. Manufatura Guaracy adquiriu um equipamento em outubro de 2005, 
colocando-o em funcionamento em 01.12.2005. Do custo de aquisição desse bem, no valor de 
R$ 63.000,00, foi paga uma parcela de R$ 30.000,00 e o restante financiado com incidência de juros de 12% 
ao ano. Além desse valor, no mês de novembro, a empresa incorreu nos seguintes desembolsos:
Itens pagos Valor
Transporte do equipamento R$ 2500,00
Instalação e adequação física do equipamento R$ 3000,00
Testes de funcionamento do equipamento R$ 3000,00
Juros sobre empréstimos R$ 330,00
Qual é o valor a ser contabilizado no ativo permanente da empresa, em 30.11.2005, em relação a 
esse equipamento?
A) R$ 63.000,00
B) R$ 65.500,00
C) R$ 69.500,00
D) R$ 71.500,00
E) R$ 71.830,00
Resposta correta: alternativa D.
Justificativa geral
Independentemente da forma como é pago, se à vista ou a prazo, o bem relativo ao imobilizado 
deve ser contabilizado pelo seu valor original, acrescido das despesas operacionais que permitam a sua 
operação para a geração de caixa e de outros benefícios para a empresa.
72
Unidade II
Entre os itens pagos pela empresa, podemos mencionar os três primeiros citados no quadro do 
enunciado. Ou seja, somando os valores relativos ao transporte do equipamento (R$ 2.500,00), 
à instalação e à adequação física do equipamento (R$ 3.000,00) e aos testes de funcionamento do 
equipamento (R$ 3.000,00), chegamos a R$ 8.500,00.
O enunciado informou que o custo de aquisição do equipamento foi de R$ 63.000,00. Logo, o valor 
a ser contabilizado no Ativo Permanente da empresa é dado pela soma dos R$ 63.000,00 gastos com a 
aquisição do equipamento com os R$ 8.500,00 pagos pelo transporte, pela instalação e pelos testes de 
funcionamento do equipamento.
Portanto, o valor contabilizado no Ativo Permanente da empresa é de R$ 71.500,00, pois R$ 63.000,00 
+ R$ 8.500,00 = R$ 71.500,00.
Observação: o termo Ativo Permanente foi excluído da nova legislação societária (Lei n. 11.941/09). 
Atualmente, a classificação é dividida em Ativos Circulantes e Ativos não Circulantes. Entre os Ativos não 
Circulantes, há o Realizável em Longo Prazo, o investimento, o imobilizado e o intangível.
Questão 2. Leia, a seguir, as Demonstrações Contábeis da Cia. Inter.
Balanço Patrimonial (BP) – exercício findo em 31/12/X2 (em R$)
Ativo X1 X2 Passivo X1 X2
Circulante Circulante
Disponível 6.850 7.000 Fornecedores 4.780 10.290
Clientes 4.800 3.710 Dividendos a pagar 1.300 520
Estoques 7.460 5.800 IR/CSSL a pagar 430 510
Total do circulante 19.110 16.510 Total do circulante 6.510 11.320
Não circulante Não circulante
Investimentos 10.200 15.000 Exigível em Longo Prazo
Imobilizado 17.200 21.500 Empréstimos 8.000 9.300
Máquinas 20.000 25.300 Total do não circulante 8.000 9.300
Deprec. acumulada (2.800) (3.800) Patrimônio Líquido
Intangível 10.000 Capital social 30.000 40.000
Total do não circulante 27.400 46.500 Reservas de lucros 2.000 2.390
Total do PL 32.000 42.390
Total do Ativo 46.510 63.010 Total do Passivo + PL 46.510 63.010
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ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) de X2 (em R$)
Receita bruta de vendas 21.000
Impostos sobre vendas (3.000)
Receita líquida de vendas 18.000
CMV (15.900)
Lucro bruto 2.100
Salários (2.100)
Depreciação (1.000)
Despesas financeiras (800)
Receita de equivalência patrimonial 2.200
Lucro antes do IR/CSSL 1.300
Provisão p/ IR/CSSL (390)
Lucro Líquido do Exercício 910
Considerando que as despesas financeiras não foram pagas e que houve aumento de capital social 
de R$10.000,00, é correto afirmar que a Cia. Inter:
A) Distribuiu dividendos de R$ 520,00.
B) Obteve empréstimos bancários de R$ 9.300,00.
C) Realizou novos investimentos de R$ 4.800,00.
D) Recebeu de clientes R$ 21.000,00.
E) Teve sua folga financeira de curto prazo aumentada.
Resposta correta: alternativa A
Análise das alternativas
A) Alternativa correta.
Justificativa: a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) mostra que a Cia. Inter teve lucro 
líquido de R$ 910,00 no exercício e apresentou provisão para IR de R$ 390,00, conforme citado nas 
últimas linhas do segundo quadro do enunciado.
Logo, se subtrairmos a provisão para o IR (R$ 390,00) do lucro líquido do exercício (R$ 910,00), 
teremos os dividendos distribuídos pela Cia. Inter. Ou seja, a Cia. Inter distribuiu R$ 520,00 em dividendos.
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Unidade II
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: os empréstimos bancários foram obtidos para uso a longo prazo: daí a sua inclusão no 
passivo não circulante. Portanto, o saldo do segundo período, de R$ 9.300,00, mostrado no primeiro 
quadro do enunciado, não deve corresponder, exatamente, aos valores contraídos no segundo período.
C) Alternativa incorreta. 
Justificativa: a Cia. Inter não realizou novos investimentos de R$ 4.800,00.
D) Alternativa incorreta. 
Justificativa: no segundo quadro do enunciado observamos que a receita bruta de vendas foi de 
R$ 21.000,00, mas houve a incidência de impostos no valor de R$ 3.000,00.
E) Alternativa incorreta. 
Justificativa: utilizando-se o índice de liquidez corrente (a divisão do valor do ativo pelo valor do 
passivo circulante), verifica-se que não houve aumento na folga financeira de curto prazo.

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