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TÓPICOS ESPECIAIS EM ADMINISTRAÇÃO

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TÓPICOS ESPECIAIS EM ADMINISTRAÇÃO	
AULA 1: IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO E SEUS MODOS DE CONVERSÃO
A disciplina inovação tecnológica
Os conceitos abordados na disciplina de Inovação Tecnológica estão organizados e estruturados no plano de ensino. Como forma de apresentação, discussão e desenvolvimento de nosso plano de ensino, vamos orientar nossos encontros para a apresentação do contexto em que cada conceito está inserido, sua definição e aplicação na prática, através de exemplos e casos propostos nesse ambiente e também trazidos e compartilhados por você em nossos fóruns.
Através do mapa conceitual da disciplina, apresentado de forma gráfica, você poderá visualizar os principais conceitos da disciplina e seu relacionamento. Acesse agora o mapa conceitual e perceba que o conhecimento é o principal conceito de nossa disciplina e a base para a inovação tecnológica. O conhecimento se apresenta em duas principais formas na sociedade - tácito e explícito – e vai sofrendo processos de conversão.
A partir da conversão, o conhecimento é difundido na sociedade, em seus diferentes segmentos e, quando é desenvolvido/aplicado nas áreas de ciência, tecnologia e indústria, pode gerar inovação tecnológica e cultura empreendedora.
O ciclo de criação/conversão/aplicação do conhecimento é contínuo e contribui fortemente para gerar nas organizações a cultura organizacional inovadora.
Através dessa disciplina, você também vai compreender os processos de criação e transferência do conhecimento e de inovação na área de Tecnologia da Informação, bem como seu relacionamento com o setor produtivo, através da identificação das capacidades tecnológicas materiais e imateriais que devem ser construídas pelas empresas como principais diferenciais competitivos num cenário globalizado, a partir da articulação dos conceitos de ciência, tecnologia e inovação. 
Também, serão apresentados e discutidos modelos de mudança tecnológica, com análise do modelo linear, nas suas categorias science-push e market-pull, e dos modelos interativos. Fique tranquilo que você vai compreender todos esses conceitos e aplicá-los oportunamente. 
Através de atividades dinâmicas e práticas individuais e/ou cooperativas, você terá a oportunidade de despertar/desenvolver alguns componentes do comportamento empreendedor e inovador, com o emprego de métodos e técnicas específicos.
As principais características e estratégias de empresas inovadoras serão apresentadas e discutidas, através de casos muito interessantes, para compreensão e construção da cultura organizacional fértil para a inovação.
Valor do conhecimento
Uma questão recorrente na sociedade contemporânea é o grande valor do conhecimento e como transformá-lo em ativo ou riqueza, considerado um desafio estratégico para países, corporações e empresas na economia global em que vivemos.
Segundo ranking anual elaborado pela National Science Indicators (NSI), os países que mais produziram conhecimento em 2008 foram: Estados Unidos, China, Alemanha, Japão, Itália, Canadá, França, Inglaterra, Coréia do Sul, Austrália, Índia e Espanha.
Um dos fatores importantes para o crescimento do desempenho científico brasileiro é o apoio das agências de fomento à pesquisa e à formação de recursos humanos por meio da concessão de bolsas de estudo e auxílios à pesquisa. Atualmente, o poder econômico e de produção de uma empresa estão mais 
diretamente relacionados à capacidade de criar e transferir conhecimento do que aos seus ativos tangíveis, como instalações, equipamentos etc. Os ativos intangíveis advindos desse processo, como criatividade e inovação, são a chave para o sucesso e a longevidade das empresas num cenário extremamente competitivo.
Após entender o valor do conhecimento como principal bem de nossa sociedade, você pode perceber que, para o crescimento e desenvolvimento virtuoso de países e corporações, é necessário um fluxo de criação, difusão e utilização do conhecimento.
Conceitos, como capacidade de aprendizado, criatividade, flexibilidade e sustentabilidade, surgem como princípios orientadores para conduta de indivíduos e organizações.
Fluxo de criação, difusão e utilização do conhecimento.
Se pensarmos de forma mais aprofundada, perceberemos que o conhecimento sempre foi o ativo mais importante de uma organização, entretanto, somente há pouco tempo as instituições tornaram-se conscientes do valor desse recurso para seu desenvolvimento e sustentabilidade no mercado, passando a ter foco nos processos de criação, aquisição, transferência, difusão, apropriação e, consequentemente, gestão do conhecimento.
Exemplo de utilização do conhecimento
Se pensarmos de forma mais aprofundada, perceberemos que o conhecimento sempre foi o ativo mais importante de uma organização, entretanto, somente há pouco tempo as instituições tornaram-se conscientes desse valor. Uma empresa que nos serve como exemplo de utilização do conhecimento como ativo é a Google, que através da criatividade e da inovação já nasceu com diferenciais competitivos e é líder mundial em seu segmento.
“No Google, um dos pensamentos compartilhados pela liderança é “Erre rapidamente – assim você pode tentar outra coisa novamente”. 
Com essa estratégia centenas de produtos são desenvolvidos e lançados, criando um ciclo incomparável de lançamento de novos produtos. Enquanto nem todos os produtos se tornam sucessos comerciais, outros tantos conquistam milhões de usuários pelo mundo. Além de seus poderosos sistemas de busca e de propaganda online, o Google vem investindo em campos complementares como sistemas de medição de produtividade online, redes sociais, mecanismos de blogging e tantos outros serviços de informação.” 
para seu desenvolvimento e sustentabilidade no mercado, passando a ter foco nos processos de criação, aquisição, transferência, difusão, apropriação e, consequentemente, gestão do conhecimento.
Criação e conversão do conhecimento
Para compreender o processo de criação do conhecimento é importante a utilização de categorias para os diferentes tipos de conhecimento. Vamos trabalhar inicialmente com as categorias de conhecimento tácito e conhecimento explícito (Nonaka & Takeuchi. Criação de conhecimento na empresa. Rio de Janeiro: Campus, 1997).
Segundo Nonaka & Takeuchi:
“O conhecimento tácito é aquele disponível com pessoas e que não se encontra formalizado em meios concretos”.
“O conhecimento explícito é aquele que pode ser armazenado, por exemplo, em documentos, manuais, bancos de dados ou em outras mídias”.
O quadro seguinte sintetiza as principais diferenças entre o conhecimento tácito e o conhecimento explícito:
Conhecimento tácito
O grande desafio das empresas é transformar o conhecimento tácito de seus colaboradores em conhecimento explícito, identificado onde e como está armazenado o conhecimento, com todos os seus atributos, e como recuperá-lo.
Conhecimento explícito
A criação de um novo conhecimento numa organização está relacionada a um processo de interação dinâmica e cooperativa entre seus colaboradores, que implica em aprendizado, constituindo-se num processo coletivo e não meramente individual, podendo levar a uma formação organizacional, regional, nacional ou global.
Global: rede de cooperação e construção de conhecimento
Modos de conversão do conhecimento
Nonaka & Takeuchi identificaram quatro modos de conversão entre conhecimento tácito e explícito: externalização, internalização, combinação e socialização.
O quadro seguinte permite uma melhor visualização e compreensão da interação e conversão desses conhecimentos:	
Socialização
Processo de compartilhamento de experiências, permitindo a interação entre conhecimentos tácitos. Dessa forma, o conhecimento pode ser adquirido de outra pessoa através da observação, imitação ou prática, mesmo sem usar alguma linguagem. Os aprendizes trabalham com seus mestres e aprendem sua arte não através da linguagem, mas sim através da observação, imitação e prática.
Exemplo: Aprendizado de um estagiário na interação com seu orientadornuma empresa.
Externalização
Transformação ou articulação do conhecimento tácito em explícito, com migração do cérebro humano para documentos e mídias diversas, por meio de metáforas, analogias, conceitos, hipóteses ou modelos. A metáfora é uma forma de perceber ou entender intuitivamente uma coisa imaginando outra coisa simbolicamente. A externalização é considerada a chave para a criação do conhecimento, pois cria conceitos novos e explícitos a partir do conhecimento tácito. Esse modo é visto no processo de criação de um conceito e, normalmente, é provocado pelo diálogo ou pela reflexão coletiva. 
Exemplo: Quando ouvimos ou lemos uma metáfora percebemos ou entendemos intuitivamente algo, imaginando outra coisa simbolicamente.
Internalização 
Processo inverso ao da externalização, de migração do conhecimento explícito para o cérebro humano, através de diversas metodologias e atividades de aprendizagem. É a incorporação do conhecimento explícito ao conhecimento tácito e está intimamente relacionada ao “aprender fazendo”.
Exemplo: A leitura de manuais e documentação auxilia o indivíduo a internalizar conhecimento explícito, transformando-o em tácito.
Combinação
Processo de interação entre conhecimentos explícitos para geração de novos conhecimentos. É a sistematização de conceitos por meio da combinação de conjuntos diferentes de conhecimentos explícitos. Os indivíduos trocam e combinam conhecimentos através de meios como documentos, reuniões, conversas ao telefone ou redes de comunicação computadorizadas. A reconfiguração das informações existentes através da classificação, do acréscimo, da combinação e da categorização do conhecimento explícito (como realizado em bancos de dados de computadores) pode levar a novos conhecimentos.
Exemplo: A criação de conhecimento através da educação (escola, universidade) ou do treinamento formal.
AULA 2: CRIAÇÃO E TRANSFERÊNCIA DO CONHECIMENTO
A Espiral do Conhecimento
Agora que você já conhece a diferença entre conhecimento tácito e explícito e seus modos de conversão, pode compreender melhor o processo de criação do conhecimento, composto por fases e promovido em determinadas condições num tempo definido, como se fosse uma espiral – a espiral do conhecimento.
O conceito de espiral do conhecimento foi amplamente divulgado no início da década de 90, pois explicava e demonstrava de forma prática como as empresas podem desenvolver o fluxo do conhecimento entre as pessoas, parceiros e o mercado.
Uma espiral cresce contínua e evolutivamente, assim também acontece com o conhecimento que vai se desenvolvendo em espiral quando se acrescenta mais um passo a cada ciclo.
Pode-se perceber de forma mais clara o fluxo da espiral do conhecimento através da seguinte figura, proposta por Nonaka & Takeuchi:
A aplicação desse conceito traz para as empresas inúmeros benefícios em termos de produtividade, resultados e competitividade. São exemplos dessas empresas: Petrobras, Vale, Michelin e Daiichi-Sankyo
Abordagem Oriental X Ocidental
Segundo Nonaka e Takeuchi, existem diferenças básicas entre o pensamento japonês e o ocidental sobre o conhecimento. Essas diferenças residiriam no fato do pensamento ocidental ter uma compreensão estreita do que seja conhecimento, consequentemente, também dos meios para a sua exploração, e de não ter se desvencilhado do dualismo cartesiano impregnado no pensamento ocidental.
Para os japoneses, o conhecimento vai além dos dados quantificáveis e das informações codificadas, e o dualismo estaria presente em separações, tais como tácito e explícito, corpo e mente, individual e organizacional, burocracia e força-tarefa, racionalismo e empirismo, planejamento e implementação, entre outros.
A proposta principal do trabalho desses autores foi formular uma nova teoria sobre a criação de conhecimento no âmbito organizacional. Para isso, eles investigaram três dimensões do tema: ontológica, epistemológica e temporal. Investigaram também as condições necessárias para a sua criação e exploração.
Dimensões do conhecimento
Dimensão ontológica (teoria ou ciência do ser, independente do modo pelo qual se manifesta)
Está fundamentada no ser e na construção do conhecimento pelo indivíduo, independente do modo pelo qual se manifesta.
Dimensão epistemológica (estudo/teoria sobre o conhecimento)
Está fundamentada no conhecimento, na distinção entre o conhecimento tácito e o explícito. Essa teoria estudou a interação entre o conhecimento tácito e o explícito, identificando quatro modos de conversão.
Dimensão temporal
Quando as interações na dimensão ontológica e epistemológica se sobrepõem ao longo do tempo (terceira dimensão desta teoria), é formada a espiral do conhecimento, que representa a dinâmica do processo de criação do conhecimento.
No contexto organizacional, o relevante é que o conhecimento seja difundido, ultrapassando o nível individual para o grupal, do grupal para o organizacional e, de acordo com o caso, do organizacional para o interorganizacional.
Quando esse evento é dinâmico e acontece permanentemente, cria-se um clima fértil para a cultura organizacional inovadora.
As condições que promovem a criação da espiral do conhecimento
Uma empresa ou organização, para desenvolvimento do processo de criação do conhecimento, precisa estabelecer condições básicas para desenvolvimento da espiral, oportunizando situações e ferramentas que facilitem as atividades cooperativas para criação e acúmulo de conhecimento em nível também individual.
Essas condições são: Intenção, Autonomia, Flutuação, Caos criativo, Redundância e Variedade de requisitos
Um caso real muito interessante sobre a criação da espiral do conhecimento é o da IBM, que teve uma crise no final da década de 90 relacionada à condição de flutuação. Leia, a seguir, um trecho da entrevista com Ricardo Peregrini, presidente da IBM, que cita a crise e sua principal causa.
“Estou completando 22 anos de IBM, entrei no fim da década de 1980, em 87, e logo depois, por uma arrogância muito grande, a IBM perdeu o contato com o mercado e baseou seus produtos em achar que aquilo que inventava os clientes teriam de consumir. Isto nos levou a uma situação muito séria, porque, quando você se distancia e para de ouvir, começar a gerar algo que o cliente não vai comprar e ele acaba comprando de quem estiver ouvindo. Na década de 90, tivemos prejuízos enormes, paramos de vender e tivemos de reestruturar a empresa. Vivi isto e transmito para todo o time. Estamos com foco muito grande em não voltar a deixar que a arrogância tome conta mesmo em momentos de sucesso, porque normalmente, quando começa a ter sucesso, você para de ouvir e acha que sabe tudo. É muito sutil: uma coisa é ter orgulho do que a companhia está fazendo, mas do orgulho para arrogância é uma linha muito tênue.”
A flutuação pode ser provocada por novas regulamentações no setor, concorrentes, mudanças no perfil do cliente, avanços tecnológicos, entre outros fatores externos à organização.
Nesse caso da IBM, a empresa não estava em estado de flutuação e não percebeu a mudança nas necessidades dos clientes e a concorrência de empresas emergentes no mercado. A IBM entrou em crise, enfrentando uma situação de caos.
O caos é gerado quando a organização entra numa crise real, tendo que enfrentar uma situação de declínio em seu desempenho ou em sua performance no mercado, ocasionada por mudanças mercadológicas ou por crescimento significativo dos concorrentes. O caos pode levar a falência da empresa, caso não seja muito bem administrado. No caso da IBM, a empresa, quando percebeu o estado de crise na organização, precipitou o caos criativo, estimulando o compromisso subjetivo dos indivíduos e seu comprometimento com a longevidade da organização, reagindo à crise com diversas estratégias e ações, mantendo-se firme no mercado de TI até os dias atuais.
Agora que você já compreendeu o conceito de espiral do conhecimento e as condições necessárias para sua criação, vamos verificar que o processo de criaçãodo conhecimento está relacionado à dimensão tempo num modelo integrado de cinco fases.
Fases do processo de criação do conhecimento
O processo de criação do conhecimento é descrito por Nonaka e Takeuchi (1997) como um modelo de cinco fases, conforme a seguir:
Quando o conhecimento se torna tangível ou assume a forma de arquétipo (modelo ou protótipo), inicia-se um novo ciclo de criação do conhecimento que se expande horizontal e verticalmente na organização, num ciclo virtuoso de difusão do conhecimento, que pode estabelecer-se somente na organização ou ser difundido para outras empresas por meio da interação dinâmica, como empresas associadas ou afiliadas, clientes, fornecedores, concorrentes e outras organizações externas. 
Então, pode ser iniciado um processo de transferência de conhecimento e busca da inovação.
A transferência de conhecimento
Para que o conhecimento esteja em constante processo de difusão, é necessário que seja transferido do local onde foi criado para outras organizações que continuem a desenvolvê-lo continuamente e o apliquem de forma a gerar inovação.
Existem alguns fatores que inibem esse processo de transferência, denominados atritos. 
O processo de transferência do conhecimento, segundo Bonaccorsi e Piccaluga (1994), possui quatro dimensões:
Tempo dispendido no processo;
Apropriação do conhecimento; 
Implicitabilidade do conhecimento;
Universalidade do conhecimento.
Na atual sociedade do conhecimento, é fundamental a troca e produção deste conhecimento para que as organizações permaneçam competitivas em seus segmentos. Para facilitar esta produção de conhecimento, torna-se fundamental as parcerias e cooperações entre estas organizações e as Universidades que, com seus centros de pesquisas, geram conhecimento científico e tecnológico assimilável pelo setor empresarial.
Agora que você já leu o material didático e compreendeu as formas de relação entre universidade X empresa para geração de um ciclo virtuoso de inovação, poderá identificar seus benefícios para a universidade e para a empresa:
Universalidade
• Estímulo e melhoria de ensino, pesquisa e extensão.
• Novos problemas e desafios.
• Atualização dos currículos.
• Novas experiências para os alunos.
• Oportunidades de financiamento: bolsas, insumos, equipamentos, infraestrutura etc.
• Disseminação e avanço do conhecimento.
Empresa 
• Estímulo e melhoria de ensino, pesquisa e extensão.
• Novos problemas e desafios.
• Atualização dos currículos.
• Novas experiências para os alunos.
• Oportunidades de financiamento: bolsas, insumos, equipamentos, infraestrutura etc.
• Disseminação e avanço do conhecimento.
AULA 3: INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NAS ORGANIZAÇÕES E O CONHECIMENTO	
Google – Um caso de sucesso em inovação tecnológica	
Para sua melhor compreensão, vamos tratar o conceito de inovação tecnológica utilizando um caso de grande sucesso na área de Tecnologia da Informação, que é o da empresa Google.
No início dos anos 2000 os americanos Larry Page e Sergey Brin resolveram fazer um download da internet, de forma a baixar todas as informações disponíveis na web sobre um determinado assunto. Perceberam que não havia uma boa ferramenta que possibilitasse fazer uma busca completa, trazendo todas as informações possíveis sobre aquele assunto, de forma rápida.
Surgia, então, uma grande ideia inovadora, que foi transformada em oportunidade com a contratação do iraniano Omid Kordestani para transformá-la num negócio rentável.
Larry e Sergey formaram um pequeno grupo que passou a trabalhar numa sala próxima à Universidade de Stanford, nos EUA. Partindo de um investimento muito baixo, Kordestani criou os “links patrocinados” e assim mobilizou os recursos iniciais para tornar o Google uma empresa valiosa e líder de mercado. O valor estimado da Google, atualmente, ultrapassa o de empresas como Coca-cola e Boeing.
Criando uma máquina de busca poderosa, que trazia resultados inigualáveis aos de outros existentes no mercado, o site da Google estabeleceu-se como líder no mercado de buscas na internet. Esse mercado não existia dessa forma, com links patrocinados e totalmente grátis aos usuários. A Google apresentou, através da inovação, um grande diferencial e tornou-se um paradigma de busca na Web. Empresas gigantes na época, como Microsoft e Yahoo, tentaram de todas as formas conquistar esse mercado e superar a Google, sem sucesso.
A Microsoft tentou competir lançando sua própria ferramenta de busca, o Live Search, mas conquistou somente 2,9% do mercado, enquanto a Gole detém quase 70% desse mercado, atualmente.
Conceitos sobre inovação tecnológica
E não é apenas no caso da empresa Google que a inovação foi o grande diferencial. Atualmente, a inovação é considerada ferramenta básica em quase todos os setores e segmentos de mercado para a sustentabilidade das organizações em nossa sociedade globalizada, baseada na informação e no conhecimento.
 
É importante esclarecermos que o termo Inovação Tecnológica é utilizado de maneira ampla, mas, para nossos estudos, vamos no ater ao conceito de inovação tecnológica.
Inovação tecnológica: desenvolvimento, produção ou aprimoramento de um produto, bem, processo, empresa ou mercado em que a tecnologia desenvolvida atenda as necessidades ou anseios humanos, incorporando-se às atividades humanas.
Quando dizemos que a inovação é compreendida como a criação de um produto ou processo novo, podemos estar nos referindo apenas à substituição de um material já existente em um produto ou um melhor meio de comercializar, distribuir ou fornecer um produto ou serviço. Além desta classificação de inovação quanto ao objeto (produto ou processo), podemos classificar a inovação levando em conta o impacto que esta inovação provoca: 
• Incremental: Quando se incorpora alguma característica nova.
• Radical: Quando se muda drasticamente o produto/serviço, provocando sua substituição.
Exemplos de inovação incremental: Os celulares com novas funções e design mais moderno.
Exemplos de inovação radical: O DVD, que substituiu o videocassete.
	
No caso da Google, por exemplo, havia uma grande necessidade humana de realizar buscas mais eficazes nos bilhões de sites disponíveis na Internet. Percebendo essa necessidade humana, foi desenvolvido um produto: um motor de busca global, baseado num programa de computador, que pesquisa todos os documentos na rede e apresenta resultados de forma aleatória, baseados no ranking de acessos aos sites encontrados. Essa tecnologia atendeu as necessidades humanas com grande sucesso e excelente desempenho.
Desta forma, o Google pode ser considerado como uma inovação tecnológica em várias dimensões:
Fontes de inovação e dinâmica da Inovação Tecnológica
Pode-se perceber que o caso do Google não foi uma inovação simples e despendeu pesquisa e desenvolvimento dessa nova ferramenta de busca, que revolucionou os sistemas de busca na Internet. Portanto, trata-se de uma inovação de valor, que agrega alguns outros conceitos:
Atendimento de necessidades não satisfeitas de forma inovadora;
Criação de uma grande demanda, suficiente para a abertura de um novo mercado; 
Viabilidade financeira da inovação.
O Google é uma inovação tecnológica tão relevante para a sociedade que se tornou um fenômeno cultural, tendo seu nome incluído no dicionário da língua inglesa como um verbete sinônimo de buscas na internet. Atualmente, tornou-se um verbo frequentemente utilizado em vários países.
E para manter-se no mercado a Google não parou por aí! Seu processo de inovação é contínuo, incorporando ou desenvolvendo constantemente novos recursos, como: busca avançada, busca por imagens, notícias atualizadas, busca de livros raros, visualização de mapas por satélite, site de relacionamento (rede social), entre outros. 
Personas importantes no processo de inovação tecnológica:
Para que uma inovação aconteça é preciso que existam pessoas que façam com que ela aconteça. Estas pessoas, consideradas inovadoras, destacam-sepor serem criativas e cheias de energia, prontas para criar, experimentar, inspirar e construir a partir de novas ideias. Quando agrupamos pessoas inovadoras de acordo com suas características específicas podemos utilizar o termo “personas”, que representa certas personagens que devem fazer parte da estrutura de cada um dos inovadores.
Tom Kelley apresenta em seu livro 10 Personas importantes no processo de inovação tecnológica, divididas em 3 classes:
Personas que aprendem
Movidas por ideias de que, por maior que seja o sucesso da empresa hoje, ninguém pode dar-se ao luxo de ser complacente.
1 - Antropólogo: traz novas idéias e perspectivas para a organização, observando o comportamento humano e compreensão das interações físicas e emocionais entre as pessoas e serviços. 
2 - Experimentador: testa novas ideias continuamente, aprendendo mediante um processo esclarecido de tentativa e erro. O experimentador assume riscos calculados para alcançar o sucesso, mantendo-se em estado constante de “experimentação e implementação”. 
 3 - Polinizador: explora outros setores e culturas, para em seguida adaptar as descobertas e as revelações daí decorrentes às necesidades únicas do próprio empreendimento.
Sabem como impulsionar ideias, compreendem que as ideias competem por tempo, atenção e recursos. 
4 - Saltador de obstáculos: sabe que o caminho para a inovação está repleto de dificuldades e desenvolve um jeito todo especial para transpor essas barreiras ou para atuar com mais inteligência que os adversários.
5 - Colaborador: ajuda a reunir grupos ecléticos e, em geral, atua como líder no meio do pacote, para criar novas combinações e soluções multidisciplinares.
6 – Diretor: não só é capaz de compor grupos e equipes talentosas, mas também ajuda a produzir centelhas criativas.
Aplicam os insights gerados pelos papéis de aprendizado e canalizam a capacitação produzida pelos papéis de organização para realizar a inovação. 
7 - Arquiteto de experiências: Projeta experiências que vão além da mera funcionalidade e se conecta em um nível profundo com as necessidades expressas ou latentes dos clientes.
8 - Cenógrafo: Cria um palco no qual os membros da equipe possam trabalhar, transformando o ambiente físico em uma ferramenta poderosa para influenciar o comportamento e atitudes.
9 - Cuidador: Constrói uma metáfora de um profissional de saúde para cuidar do usuário que vai além de um simples serviço. Um bom cuidador se antecipa às necessidades dos clientes e está disposto a cuidar deles.
10 - Contador de Histórias: Constrói tanto a moral interna e externa através de histórias convincentes que transmitem um valor humano fundamental ou reforçam traços culturais específicos.
O conhecimento e inovação tecnológica
1 - O desenvolvimento de uma inovação tecnológica não implica diretamente na obtenção de produtos ou processos radicalmente novos. Geralmente se dá através de um processo incremental, interativo ou de aprimoramento sobre outros bens, produtos ou processos já existentes. Em um mercado competitivo a tecnologia e as inovações se traduzem na contínua invenção e reinvenção de bens, produtos e serviços. 
2 - Através da espiral do conhecimento, uma organização pode fomentar a inovação em seu ambiente organizacional e expandir esse conhecimento com geração de inovações tecnológicas e mais conhecimento. Ressalta-se o valor das instituições de pesquisa e universidades, que fornecem a base do desenvolvimento científico e tecnológico para a geração de conhecimentos e capacitação de pessoas, bem como os projetos de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) realizados por diversas empresas, algumas vezes em parceria com universidades.
3 - A difusão do conhecimento e da tecnologia é parte central da inovação. Sem a difusão uma inovação não teria impacto no sistema econômico e, isoladamente, não provocaria mudanças no ambiente e não geraria novos conhecimentos.
Agora que você compreendeu um pouco mais sobre dinâmica da inovação tecnológica e sua relação com o processo de geração de conhecimento, vamos destacar alguns itens importantes na interação entre as Universidades e as Empresas na busca deste conhecimento para a inovação.
Interação universidade – empresa
A interação entre universidades e empresas é um fator importante no processo da inovação, contribuindo para o desenvolvimento científico e tecnológico dos países, tendo a universidade como geradora do conhecimento e a empresa desempenhando o papel de tradutora das ideias geradas em algo novo e lançar no mercado esses novos produtos e processos.
Do lado das universidades:
1- Possibilidade de captar recursos públicos e privados para a pesquisa universitária e para a capacitação dos laboratórios, além da expectativa de que os produtos e processos desenvolvidos sejam utilizados pelo setor privado, em função do maior potencial de aplicação de seus resultados na produção;
2- Interesse da comunidade acadêmica em legitimar seu trabalho junto à sociedade que é, em grande medida, a responsável pela manutenção das instituições universitárias;
3- Interesse de desenvolver pesquisas em novas áreas, que resultem em produtos e processos de alto valor tecnológico.
AULA 4: O PROCESSO DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA	
A necessidade de inovação na atual economia é entendida e compreendida por todos, tornando o comportamento inovador um de seus principais diferenciais. Os avanços tecnológicos, a crescente competição e a globalização resultam em novas oportunidades e ameaças e exigem que as empresas desenvolvam cada vez mais sua capacidade de inovação. Para falar de inovação é necessário entender o processo em que ela ocorre desde sua origem até sua aceitação pela sociedade. A inovação começa como uma invenção, e uma invenção tem início na criatividade que se originou de uma ideia, da imaginação.
Uma das dificuldades neste processo está exatamente no processamento das ideias que, muitas vezes, são partes de outras ideias que precisam ser lapidadas, agrupadas e transformadas em resultado. Para entendermos melhor este aspecto precisamos compreender alguns processos contínuos do desenvolvimento humano, diferentes entre si, mas muito importantes na cadeia de construção do conhecimento:
Encontrar algo que já existia. É considerada uma descoberta quando tem muito valor para a humanidade. Ex.: O átomo.
Criação de um novo produto ou processo inédito. Ex.: o computador.
Introdução, com êxito, no mercado, de produtos, serviços, processos, métodos e sistemas que não existiam anteriormente, ou contendo alguma característica nova e diferente do padrão em vigor (FINEP). Ex: notebook.
Quando a inovação é fortemente expandida para uso comercial acontece o processo de difusão. Um exemplo do processo de difusão é o telefone celular, que é uma inovação do telefone fixo (invenção) e que foi fortemente difundido na sociedade, gerando um valor comercial muito grande e movimentando cifras muito elevadas nessa indústria.  
No modelo linear o desenvolvimento, a produção e a comercialização de novas tecnologias são vistos como uma sequência bem definida no tempo, que se origina nas atividades de pesquisa, envolvidas na fase de desenvolvimento do produto e leva à produção e, eventualmente, à comercialização 
O modelo linear, como único caminho para a inovação, foi superado por ter como base muito forte a pesquisa científica para geração de novas tecnologias, partindo da descoberta científica para a invenção e, finalmente, para a industrialização e mercado.
Nem sempre a inovação acontece nessa ordem, de forma tão linear, baseada somente em construção de artefatos e de desenvolvimento de conhecimentos específicos relacionados com produtos e processos. A inovação é um processo social e pode ser gerada em diferentes ambientes e com diferentes metodologias.
Modelos interativos
As abordagens não-lineares ou interativas surgiram, então, trazendo novos modelos para o desenvolvimento da inovação, baseados na premissa de que a inovação se desenvolve a partir de um processo social, com aparticipação de diferentes atores, com várias retroações. Nos modelos interativos a identificação de necessidades de mercado ou de nichos específicos tem papel muito importante, além do papel do design (projetista) e de outros atores no processo de desenvolvimento da inovação.
Este modelo combina interações no interior das empresas e interações entre as empresas individuais e o sistema de Ciência e Tecnologia mais abrangente em que elas operam. Então, o centro da inovação é a empresa, combinando interações internas e externas a ela, apoiando-se no conhecimento científico já existente ou buscando um novo.
Caminho central da inovação
Iniciando no mercado e tendo como centro a empresa.
Caminho das retroalimentações
A partir de mudanças incrementais num produto ou processo a partir de seu uso, seguindo um ciclo de fases que retroagem, gerando sempre um produto modificado.
Caminho direto de e para a pesquisa
A partir de uma necessidade detectada na empresa ou uma pesquisa aproveitada pela empresa. 
Caminho da tecnologia gerando ciência
A partir das necessidades da indústria por instrumentos, ferramentas ou tecnologias.
Estratégias de inovação tecnológica das empresas e as formas de acesso à tecnologia
Para que uma empresa seja efetivamente produtora de inovação tecnológica é necessário que sejam criados um ambiente e uma cultura de inovação tecnológica. 
Quanto mais uma organização tem domínio e experiência no processo de inovação tecnológica maior é sua capacidade tecnológica. 
Essa capacidade tecnológica é construída através de um processo que envolve obtenção de capacidades tecnológicas: materiais e imateriais.
Materiais
Licenças de patentes, manuais de procedimentos, tecnologia e ferramentas de apoio ao desenvolvimento de novos produtos.
Imateriais	
Conhecimento dos funcionários sobre áreas tecnológicas, processos, procedimentos e produtos da organização, bem como sobre o mercado
Para desenvolver as capacidades tecnológicas materiais e imateriais, a organização necessita definir estratégias tecnológicas apropriadas. As estratégias tecnológicas mais conhecidas são: ofensiva, defensiva, imitadora, dependente, tradicional, oportunista.
Quando a organização já tem a dimensão do seu grau de capacidade tecnológica e definiu suas estratégias tecnológicas para desenvolver o clima organizacional inovador é chegado o momento de identificar as formas necessárias para o acesso à tecnologia.
As formas de acesso a tecnologia mais usuais são:
AULA 5: O EMPREENDEDOR
Conceituando empreendedorismo...
Segundo o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, “empreender” significa a ação de praticar, de por em execução, e tem sua origem no latim “imprehendere”.	
A palavra empreendedor (entrepreneur) foi utilizada pela primeira vez no início do século XVI, na França, para designar homens envolvidos na coordenação de operações militares. Já o termo empreendedorismo (entrepreneurship) surgiu entre os séculos XVII e XVIII com o objetivo de designar aquelas pessoas ousadas que estimulavam o progresso econômico, mediante novas e melhores formas de agir.
Podemos deduzir então, que empreender nos leva à expressão “fazer acontecer”: quem empreende utiliza suas capacidades para realizar alguma coisa que tenha valor para a sociedade. Segundo a Revista Científica Eletrônica de Administração, “Empreendedorismo é o envolvimento de pessoas e processos que, em conjunto, levam à transformação de ideias em oportunidades, e a perfeita implementação destas oportunidades leva à criação de negócios de sucesso“.
Um breve histórico
Século XVII
Muitos estudos foram realizados para conceituar e ampliar o conhecimento sobre o termo empreendedorismo. Até a Idade Média, o empreendedorismo estava ligado apenas à criatividade e inovação, porém no século XVII os primeiros indícios de relação entre riscos e empreendedorismo começaram a surgir.
O empreendedor e suas interações
Estes estudos na área do empreendedorismo mostram que as características do empreendedor ou do espírito empreendedor, da indústria ou da instituição, não é um traço de personalidade. “Empreendedores são pessoas que têm a habilidade de ver e avaliar oportunidades de negócios; prover recursos necessários para pô-los em vantagens; e iniciar ação apropriada para assegurar o sucesso. São orientadas para a ação, altamente motivados; assumem riscos para atingirem seus objetivos”. (Meredith, Nelson e Nech (apud UFSC/LED 2000)
DICA!
Desde a década de 90 o termo empreendedorismo vem sendo amplamente utilizado no Brasil, com várias definições e aplicações nos negócios, na educação e em diversos setores e atividades da sociedade.
O significado do termo empreendedor está diretamente relacionado a um conjunto de comportamentos que possibilitam ao ser humano atuar e agir em suas interações como um catalisador de mudanças na sociedade.
Atualmente, podemos identificar alguns exemplos de empreendedores de sucesso e famosos, como:
Bill Gates, fundador da Microsoft;
 Abílio Diniz, fundador do Grupo Pão de Açúcar;
Silvio Santos, fundador do grupo Silvio Santos
Que a partir de uma oportunidade agiram de forma empreendedora e visionária, construindo empresas inovadoras e valiosas.
Mas para ser um empreendedor não é necessário criar uma empresa e se tornar um milionário famoso. Podemos agir de forma empreendedora em nosso dia a dia, em várias dimensões: social, afetiva, profissional, etc.
O funcionário de uma empresa que se antecipa aos problemas, que é proativo e demonstra os comportamentos empreendedores é um empreendedor corporativo, atuando para alavancar os negócios de sua empresa.
Ser um empreendedor independe de classe social, nacionalidade, formação acadêmica e outros fatores sócio-econômico-culturais. 
Para se tornar um empreendedor é importante desenvolver os comportamentos necessários para atuar dessa forma em suas interações na sociedade e com o mundo. Desta forma, o empreendedorismo pode ser aprendido e desenvolvido em diversas situações de nosso cotidiano e não necessariamente nascer com a pessoa, como se fosse um componente genético ou um comportamento exclusivamente nato. Muitos empreendedores também de desenvolvem através do exemplo de familiares ou amigos, com os quais convive.
Existem definições e variados tipos de empreendedor, suas características vem sendo analisadas e estudadas há décadas, tornando o empreendedorismo uma área de estudos e pesquisas.
Motivações para empreender
Resultados de pesquisas apontam um grande número de pessoas que trabalham como autônomas no setor informal da economia, principalmente nos países em desenvolvimento. Outras, abrem um negócio porque veem uma oportunidade de explorar uma atividade com sucesso. Neste caso, o indivíduo escolhe trilhar o caminho do empreendedorismo, abrindo seu próprio negócio.
Para identificar estes dois tipos de motivação, as pesquisas categorizaram os empreendimentos segundo as orientações:
Oportunidades percebidas;
Necessidades produzidas pela falta de uma alternativa satisfatória de trabalho e renda;
Em países de renda média e nos países pobres, a busca da sobrevivência econômica combinada à relativa precariedade dos sistemas de seguridade e assistência social obriga enormes contingentes de trabalhadores a empreender para buscar sua sobrevivência material.
Comportamento empreendedor	
O empreendedor possui um conjunto de características próprias e, não necessariamente, necessita ter um negócio próprio ou ser um empresário para atuar usando o empreendedorismo.
Para fins de análise e estudos vamos organizar as principais características do comportamento empreendedor da seguinte forma:
AULA 6: COMPORTAMENTOS DO EMPREENDEDOR
Comportamento empreendedor
Na década de 60, o psicólogo americano David C. McClelland realizou uma série de pesquisas com o intuito de identificar os elementos psicológicos críticos dos empresários de sucesso. Os resultados de sua pesquisa, financiada pela USAID (Agência dos Estados Unidos para Desenvolvimento Internacional), destacaramo papel dos homens de negócios na sociedade e suas contribuições para o desenvolvimento econômico, relacionando o conceito de empreendedorismo à necessidade de sucesso, de reconhecimento, poder e controle. Sua pesquisa confirmou a ideia de que era possível treinar pessoas para desenvolverem o chamado “Comportamento Empreendedor”.
Empretec
Com base neste trabalho, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) instituiu um programa para o aprimoramento de empreendedores, o Empretec, considerado uma importante ferramenta de capacitação empresarial que visa a formação e o desenvolvimento de capacidades empreeendedoras. No Brasil este programa é gerenciado e aplicado pelo SEBRAE.
Características do comportamento empreendedor
O Empretec trabalha 10 características do comportamento empreendedor, que veremos a seguir:
O empreendedor é capaz de: 
Aproveitar oportunidades fora do comum para iniciar um projeto, negócio ou atividade, como: obter financiamentos, equipamentos, terrenos, local de trabalho ou assistência;
Agir para se expandir em novas áreas, produtos ou serviços;
Fazer as coisas antes de solicitado ou de forçado pelas circunstâncias.	
O empreendedor é capaz de:
Agir com persistência ou mudar a estratégia a fim de enfrentar um desafio ou superar um obstáculo;
Agir diante de um obstáculo significativo;
Assumir responsabilidade pessoal pelo desempenho necessário ao atingimento de metas e objetivos.
O empreendedor é capaz de:
 Avaliar alternativas e calcular riscos deliberadamente;
Colocar-se em situações que implicam desafios ou riscos moderados;
Agir para reduzir os riscos ou controlar os resultados.
O empreendedor é capaz de:
Encontrar maneiras de fazer uma atividade melhor, mais rápida ou mais barata;
Agir de maneira a fazer as coisas que satisfaçam ou excedam padrões de excelência;
Desenvolver ou utilizar procedimentos para assegurar que o trabalho seja terminado a tempo ou que o trabalho atenda a padrões de qualidade previamente combinados.	
O empreendedor é capaz de:
 
Fazer um sacrifício pessoal ou despender um esforço extraordinário para completar uma tarefa;
Esmerar-se em manter os clientes ou parceiros satisfeitos e colocar-se em primeiro lugar a boa vontade em longo prazo, acima do lucro em curto prazo;
Colaborar com os colaboradores ou se coloca no lugar deles, se necessário, para terminar um trabalho.
O empreendedor é capaz de:
Estabelecer metas e objetivos que são desafiantes e que têm significado pessoal; 
Definir metas de longo prazo, claras e específicas;
Estabelecer objetivos de curto prazo mensuráveis.
O empreendedor é capaz de:
Dedicar-se pessoalmente a obter informações de clientes, fornecedores e/ou concorrentes;
Investigar pessoalmente, como desenvolver, um produto ou fornecer um serviço;
Consultar especialistas para obter assessoria técnica ou comercial.
O empreendedor é capaz de:
Planejar, dividindo tarefas de grande porte em subtarefas com prazos definidos;
Constantemente revisar seus planos levando em conta os resultados obtidos e mudanças circunstanciais;
Manter registros financeiros e utiliza-os para tomar decisões.	
O empreendedor é capaz de:
Utilizar pessoas-chave como agentes para atingir seus próprios objetivos;
Agir para desenvolver e manter relações comerciais;
Utilizar estratégias deliberadas para influenciar ou persuadir os outros.	
O empreendedor é capaz de:
Manter seu ponto de vista, mesmo diante da oposição ou de resultados inicialmente desanimadores;
Buscar autonomia em relação a normas e controle dos outros;
Expressar confiança na sua própria capacidade de completar uma tarefa difícil ou de se enfrentar um desafio.
Em suma, o empreendedor é capaz de:
Busca de oportunidades e iniciativa;
Persistência;
Aceitação de riscos;
Exigência de eficiência e qualidade;
Comprometimento com o trabalho;
Estabelecimento de metas;
Busca de informações;
Planejamento e monitoramento sistemáticos;
Persuasão e redes de contatos;
Independência e autoconfiança 
Exemplos de Características do Comportamento Empreendedor (CCE)
Vamos ver alguns exemplos de situações que tratam de Características do Comportamento Empreendedor (CCE):
CCE: Busca de informações, busca de oportunidade e iniciativa
CCE: Riscos calculados, independência e autoconfiança
CCE: Persistência, exigência de qualidade e eficiência
Dificuldades e barreiras encontradas pelo empreendedor em sua trajetória	
Joseph Schumpeter foi um dos primeiros economistas do século 20 a estudar a inovação e a perceber que a inovação e as mudanças tecnológicas são frutos do empreendedorismo.
O empreendedor deve ter uma busca premente pela inovação de seu próprio produto ou serviço para evitar a obsolescência.
Nesse caminho se depara com algumas barreiras e dificuldades: 
Encontrar a oportunidade de negócio;
Carência de conhecimento da área de negócio escolhida;
Falta de formação empreendedora e gerencia;
Dificuldades de obter financiamento; 
Inexperiência em lidar com a com o risco.
AULA 7: PERFIS PARA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
Perfis para o processo de inovação tecnológica
Na economia globalizada em que vivemos, a capacidade de promover a inovação tem sido um fator primordial para a sobrevivência das organizações, que precisam responder às mudanças pelas quais passa esta sociedade e gerar novas e melhores formas de realizarem suas atividades. Muito falamos em inovação, na importância de inovar e do impacto que as inovações trazem, principalmente, aquelas que dão origem a novos produtos ou serviços.
Dentre os profissionais envolvidos nesse processo, destacamos os da área de Tecnologia da Informação como atores fundamentais no desenvolvimento da inovação tecnológica, necessitando compreender plenamente esse processo para que possam ser protagonistas nas organizações em que trabalham, atuando de forma criativa na solução de problemas e no desenvolvimento de soluções inovadoras.
Características fundamentais	
Para que um profissional tenha um perfil inovador é fundamental que possua e desenvolva características específicas, como:
 
Inovação e criatividade
Inovação e criatividade são processos distintos que caminham sempre juntos. A criatividade, aliada ao conhecimento, é a base para o processo de inovação que, para ser desenvolvida, produz novas dificuldades que necessitam ser novamente resolvidas com criatividade. Não podemos conceber inovação sem que tenhamos como ponto de partida a geração de ideias criativas. Dessa maneira, a criatividade é uma habilidade que permite definir novas relações entre conceitos e elementos que pareciam não conectados originalmente, resultando em um novo conhecimento e, assim, sucessivamente.
Estamos cercados pela inovação, pelas ideias e pela força da inventividade. Para que isso ocorra, existem pessoas envolvidas, com suas percepções sobre o mundo, com ideias novas e com capacidade para colocar em prática aquilo com que sonham ou o que pensam.
Associar a geração de novas ideias com a criatividade é um processo direto e intuitivo para a maioria de todos nós. Enquanto intuição é algo que não se aprende, porque é característica inata de determanadas pessoas, a criatividade pode ser adquirida, treinada e desenvolvida com o uso de técnicas comprovadas.
Qual a relação entre inovação e criatividade?	
Inovar é implementar algo novo ou melhorar algum produto, processo ou serviço, usando a criatividade e o conhecimento. Inovar é colocar a criatividade em ação, aplicá-la para gerar ou agregar valor a um produto, processo ou serviço, através da combinação de outros produtos, processos ou serviços já existentes.
Então, para que a inovação aconteça é necessário que as pessoas sejam criativas na abordagem dos problemas. Sem geração de ideias não há como inovar. E para promover a inovação, é necessário desenvolver a capacidade criativa dos indivíduos e da organização.
EXEMPLO
Podemos citar, como exemplos de criatividade e inovação, o uso da Internet pelas instituições bancárias, que possibilitou aos clienteso acesso direto aos serviços bancários, e o uso do telefone celular para monitoramento de portadores de doenças cardíacas.
Qual a relação entre inovação e criatividade?
Então, se a criatividade é uma capacidade inerente a todo ser humano, o que diferencia os chamados criativos dos demais?
As pesquisas indicam que a diferença está principalmente na atitude. Portanto, se desejarmos usar nosso potencial para criar, é necessário que cultivemos uma atitude criativa.
Para estar aberto a novas ideias e desenvolver um perfil fértil para inovação e criatividade, algumas posturas, ou atitudes, são importantes:
Exemplo de inovação e criatividade	
Um interessante caso de sucesso de inovação e criatividade é o da empresa ZipLux, que desenvolveu solução para evitar o fechamento de parte de vias públicas para a troca de lâmpadas. A inovação rendeu à empresa prêmios internacionais.
A ZipLux ganhou o Prêmio Ideia, nos Estados Unidos, na categoria industrial, como o produto de maior performance e melhor funcionalidade, e na categoria sustentabilidade, porque economiza energia.
Com base no conceito de sustentabilidade, a ZipLux continua desenvolvendo produtos inovadores para iluminação em grandes áreas, utilizando leds e, principalmente, energia solar.
ZIPLUX
A solução desenvolvida evita o fechamento de 50% de uma via pública para a troca de lâmpada de um poste. A ideia surgiu, quando um dos donos da empresa enfrentou um engarrafamento, justamente por causa disso. A partir dessa situação, a empresa desenvolveu uma solução, na qual não é necessário fechar uma via para a troca de lâmpada utilizando fibra óptica, de forma que a fonte luminosa, a lâmpada, a fonte de LED, o que gera luz, fique na base do equipamento e a fibra óptica conduza a luz pra cima do equipamento. Entre a ideia e o produto, também chamado ZipLux, foram 8 anos de pesquisa e desenvolvimento. Ao final do trabalho, a empresa percebeu que tinha um conceito de economia e sustentabilidade que a valoriza ainda mais no mercado. O produto capta luz na lâmpada num ponto e emite em outro. Essa ideia era justamente para manutenção facilitada, porém trouxe uma economia de 30%. O equipamento traz a luz toda concentrada dentro da fibra, chega lá em cima e volta a distribuir a luz. Para tornar a solução conhecida no mercado, a empresa participa de prêmios e feiras.
AULA 8: INOVAÇÃO DE PRODUTOS E PROCESSOS
Perfis para o processo de inovação tecnológica
As inovações tecnológicas produzem mudanças nos hábitos das pessoas, no processo produtivo e na forma como as empresas conduzem sua gestão. O termo “inovação tecnológica” tem ampla utilização e, nesta disciplina, nos referimos a ele como a introdução, no mercado, de um produto tecnologicamente novo ou substancialmente aprimorado ou, ainda, a introdução, na empresa, de um processo produtivo tecnologicamente novo ou substancialmente aprimorado.
A partir de estudos realizados pela pesquisadora Ana Maria Nicolaci-da-Costa, podemos dizer que as inovações tecnológicas são responsáveis por diversas transformações na vida da sociedade moderna.
“(...) Não parece haver dúvidas de que nossos comportamentos e hábitos podem sofrer alterações em função do desenvolvimento de novas tecnologias. O difícil é perceber que algumas tecnologias têm impactos bem mais profundos sobre os seres humanos que a eles são expostos, chegando mesmo, embora em raros casos, a gerar transformações internas radicais. Em outras palavras, embora seja fácil detectar que novas tecnologias têm o poder de alterar nossos hábitos e nossas formas de agir, é bem mais difícil registrar que algumas tecnologias também podem alterar radicalmente nosso modo de ser (como pensamos, como percebemos e organizamos o mundo externo e interno, como nos relacionamos com os outros e com nós mesmos, como sentimos etc.)” (....)
Inovar
A palavra inovar, do latim, significa tornar novo, renovar, enquanto inovação traduz-se pelo ato de inovar. Então, podemos definir “Inovação”, em seu sentido mais amplo, como a busca e descoberta, experimentação, desenvolvimento e adoção de novos produtos, novos processos de produção e novas formas organizacionais. Isto é, o termo inovação se refere ao “processo” através do qual uma nova ideia, um objeto ou uma prática são criados, desenvolvidos ou reinventados. No contexto apresentado, podemos analisar e classificar a inovação de acordo com suas características: Quanto ao objeto da inovação e Quanto ao impacto no mercado. Veremos cada uma a seguir.	
Quanto ao objeto da inovação
Inovação de produtos/ serviços
Diz respeito ao desenvolvimento, produção e comercialização de produtos ou serviços novos, utilizando-se de criatividade para introduzir os mesmos, muitas vezes vinculados a necessidades não satisfeitas dos clientes. Esses produtos ou serviços podem, inclusive, estar fundamentados em novas tecnologias. 
 Ex: Automóvel com câmbio automático, em comparação ao “convencional”.
Inovação de processos
Diz respeito ao desenvolvimento de outras formas e novos meios de fabricação, manufatura de produtos ou na distribuição ou prestação de serviços. Essas novas formas necessitam, contudo, obter vantagens nos custos ou maior presteza em sua elaboração.
Ex: Automóvel produzido por robôs, em comparação ao produzido por operários humanos.
Inovação de modelos de negócios
Diz respeito a novas formas de inserção e exploração do mercado, traduzidas no desenvolvimento de novos negócios e diferentes formas de conduzi-los, resultando em uma vantagem competitiva sobre seus concorrentes. Não implica necessariamente em mudanças no produto ou mesmo no processo de produção, mas na forma como que ele é levado ao mercado.
Quanto ao impacto no mercado	
Inovação incremental
Representa pequenos avanços nos benefícios percebidos pelo consumidor e não modificam de forma expressiva a forma como o produto é consumido ou o modelo de negócio.
Ex: Evolução do CD comum para CD duplo, com capacidade de armazenar o dobro de faixas musicais.
Inovação radical
Representa uma mudança drástica na forma como um produto ou serviço é consumido, acompanhada por um novo modelo de consumo ou comportamento do mercado. 
Ex: Evolução do CD de música para os arquivos digitais em MP3.
Como podemos observar, as inovações permitem que as empresas acessem novos mercados, aumentem suas receitas, realizem novas parcerias, adquiram novos conhecimentos e aumentem o valor de suas marcas.
Inovação de produto e de processo
A distinção entre inovação de produto e de processo é, por vezes, difícil de se identificar; novos produtos requerem, com frequência, diferentes técnicas de produção, enquanto alterações nesta tecnologia de produção permitem o aperfeiçoamento do produto.
Mas podemos considerar algumas diretrizes diferenciadoras:
Se a inovação envolve características novas ou substancialmente melhoradas do serviço oferecido aos consumidores, trata-se de uma inovação de produto.
Se a inovação envolve métodos, equipamentos e/ou habilidades para o desempenho de serviços novos ou substancialmente melhorados, então é uma inovação de processo.
Se a inovação envolve melhorias substanciais nas características do serviço oferecido e nos métodos, equipamentos e/ou habilidades usados para seu desempenho, ela é uma inovação tanto de produto como de processo.
Em muitos casos, uma inovação de serviço pode ser apenas de um tipo. Por exemplo, as empresas podem oferecer um novo serviço ou novas características de um serviço sem mudar substancialmente o método pelo qual ele é oferecido. Do mesmo modo, melhoramentos significativos em processos, por exemplo, a redução de custos de distribuição, podem não fazer qualquer diferença para as características do serviço vendido aos consumidores.
Tecnologia da informação e inovação
Agora que você já conhece a diferença entre inovação de produto e de processo, pode perceber a importância do profissional de TI no contexto das organizações, identificando seu papel tanto na produção de um produto quanto na otimização de um processo,com uso e desenvolvimento das Tecnologias da Informação e Comunicação, base para a inovação tecnológica.
O incentivo à inovação na área de TI se torna uma necessidade para aquelas empresas que querem se destacar em seus segmentos. Essas empresas precisam responder com agilidade aos sinais do mercado, antes identificados como ‘ameaças’, e, através do uso de sistemas diferenciados que permitem obter a chamada Inteligência de Negócios, transformar essas “ameaças“ em grandes “oportunidades”, dada a sua capacidade de gerar ideias inovadoras.
A evolução da tecnologia da informação tem permitido a criação de novas soluções para as necessidades de processamento de informações nas organizações: 
• Novos produtos com mais funcionalidades e mais baratos; 
• Novos serviços que tornam produtos obsoletos; 
• Tecnologias que integram produtos e serviços, e assim por diante.
DICA!
Uma característica fundamental do perfil inovador é a capacidade de solução de problemas, que pode ser aprendida e depende de métodos adequados ao tipo de problema enfrentado. 
“O que torna um profissional de TI obsoleto não é propriamente uma eventual limitação para seguir os desenvolvimentos tecnológicos, ou o desinteresse pela inovação, mas a incapacidade de relacionar inovação à sustentabilidade. Pela simples e nem sempre clara razão de que qualquer inovação só agrega valor se contribuir para a sustentabilidade da organização, seja reduzindo inteligentemente o custo, seja aumentando a produtividade ou melhorando a segurança. Custo, produtividade e segurança são detalhes essenciais na gestão com foco em sustentabilidade. Sem essa base, poucas organizações têm chance de sobreviver no atual cenário de competição acirrada e sem fronteiras. No entanto, o que define a sustentabilidade é um conjunto de qualidades muito mais sofisticadas, que para serem desenvolvidas exigem mudanças radicais no modelo mental que predomina tradicionalmente nas organizações.” 
AULA 9: COMPORTAMENTO INOVADOR
Solução de problemas
A evolução da tecnologia da informação tem permitido a criação de novas soluções para as necessidades de processamento de informações nas organizações: novos produtos com mais funcionalidades e mais baratos; novos serviços que tornam produtos obsoletos; tecnologias que integram produtos e serviços, e assim por diante.
Uma das características fundamentais do perfil inovador é a capacidade de solução de problemas, que pode ser aprendida e depende de métodos adequados ao tipo de problema enfrentado.
O que é um problema?
Um problema é uma dificuldade que impede que uma vontade seja concretizada. 
Solucionar problemas exige a capacidade de criar adequadas representações da realidade (modelos) e, com ajuda delas, encontrar um algoritmo de Solução que explique como remover ou superar tal dificuldade.
No exercício profissional de TI problemas geralmente são necessidades do cliente não atendidas. Como analisar corretamente estes problemas e chegar às melhores soluções? 
Como escapar dos bloqueios mentais que por vezes nos aprisionam a soluções inadequadas ou desatualizadas?
Tipos de problema 
Os problemas podem ser do tipo:
Dependendo das pessoas envolvidas um problema pode ser:
Diagrama de causa e efeito
As causas são todos os motivos que levam a um problema específico. Nesse momento o profissional deverá identificar e montar um diagrama de causa e efeito:
envolva todas as pessoas relacionadas e que possam auxiliar na identificação das causas do problema e forme um grupo de trabalho com reuniões participativas;
registre o maior número de causas identificadas e relacione seus efeitos, no diagrama coloque as principais causas (primárias) no eixo, as causas secundárias se desdobrando das primárias e as terciárias se desdobrando das secundárias;
assinale no diagrama as causas que parecem ter forte relação com a característica do problema, que serão as hipótese;
registre outras informações que surgirem e que possam ser úteis na solução do problema;
Uma das formas de se representar as causas de um problema é o chamado Diagrama de espinha de peixe:
É uma técnica que permite visualizar melhor o universo em que o problema está inserido. Isto é feito através da construção de um diagrama no qual as causas vão sendo cada vez mais discriminadas até chegar a sua origem.
Deve ser aplicada a um problema que apresenta causas decorrentes de causas anteriores, ou quando queremos esmiuçar as causas de um problema, ou visualizá-las mais claramente e agrupadas por fatores-chave.
Essa técnica também é chamada de: diagrama de Ishikawa, diagrama de influência, diagrama de 4P ou diagrama de causa e efeito.
Plano de ação para solução do problema
A causa fundamental é a origem de um problema. A solução para o problema serão as ações tomadas em relação as suas causas principais.
Com as causas devidamente identificadas pelo método do “diagrama causa e efeito” ou dos “cinco por ques” é necessário fazer um plano de ação para solução do problema.
A técnica de “brainstorming” (tempestade de idéias) é bastante apropriada e consiste em reunir o grupo que está trabalhando sobre o problema para que gere o maior número de ideias possíveis para sua solução, sem que se faça análise crítica de nenhuma delas nesse momento. Após ter pelo menos dez soluções possíveis deve-se fazer uma análise conjunta destas, descartando aquelas menos adequadas e trabalhando sobre as mais adequadas, verificando sua viabilidade e custos de implementação.
É importante ressaltar que o trabalho cooperativo traz ganhos de produtividade altos na solução de um problema, pois possibilita diferentes visões sobre o mesmo e soluções provavelmente mais adequadas.
A inovação ocorre durante o ciclo de criação do conhecimento, entre a definição do problema e a sua resolução, o que permite identificar as questões relevantes sobre o conhecimento existente acerca de um problema.
Comportamento inovador nas empresas
Gestão da oportunidade, risco e mudança
A inovação é imprevisível com elevado risco associado, pode também ter grandes custos associados, deve por isso haver um acompanhamento de perto da inovação quer de bens ou serviços, ou processos produtivos, de forma a evitar fracassos e riscos não calculados;
Localização de meios técnicos e humanos
Fundamental para um perfeito desenvolvimento, que leve a transferência da inovação para os locais corretos da sua aceitação e utilização. Inovação fora de timming ou de local pode originar a falha de todo um processo.
Interação com consumidor
Procura de novos nichos de mercado faz com que seja necessário pesar bem custos, benefícios e timing para se envolver consumidores nos processos de inovação, levando-se em conta seus interesses;
Resistência cultural à mudança
Havendo predisposição para a mudança o sucesso de inovações será maior. Deve haver pressão na gestão da inovação para prevenir rigidez na forma de pensar e haver atitudes permeáveis a existência de ambientes propícios à inovação e mudança;
Desenvolvimento de novos negócios
Inovação faz com que empresas se afastem da estabilidade e controle da sua zona de conforto. Recursos usados na inovação são usados na possível criação de novos produtos e possivelmente novas áreas de negócio, mas que tem risco associado e podem não ter no futuro o retorno esperado. Logo existe um custo de oportunidade associado.
Solução de problemas e o profissional de TI
As empresas procuram profissionais que se destacam não só pelo conhecimento tecnológico e cultural, mas como líderes, visionários e com ideias inovadoras, que sejam capazes de criar diferenciais para concorrer com o mercado, culminando com o aumento do capital social da organização. 
O profissional da área de tecnologia deve ser antes de tudo um empreendedor e entender como seu trabalho se encaixa nos objetivos da organização. Ele precisa aprender a desenvolver a curiosidade, somada a uma boa capacidade de concentração e ter seu foco na resolução de problemas com espírito inventivo e humildade. É preciso estaratento à mudanças que ocorrem no ambiente da organização.
AULA 10: CULTURA ORGANIZACIONAL PARA INOVAÇÃO
O intraempreendedorismo
Muito da capacidade de competitividade de uma organização depende de sua capacidade de adequação às mudanças que ocorrem em seu ambiente, requisitando habilidades e competências específicas para focar no curto prazo e na redução de custos e investimentos, garantindo um resultado aceitável pelos acionistas. Podemos definir esta adequação a partir das estratégias de atuação da empresa e sua capacidade de absorver e implementar as informações e inovações surgidas no meio em que está inserida. 
 Quando nestas estratégias são considerados conceitos e práticas empreendedoras, dizemos que a organização esta praticando o empreendedorismo corporativo. Esta prática do empreendedorismo corporativo, também chamado “intraempreendedorismo”, ocorre em organizações que estimulam e incentivam as iniciativas empreendedoras de seus funcionários.
O intraempreendedorismo ou empreendedorismo corporativo é um conceito relativamente novo nas organizações que vem sendo estudado e estimulado e através do qual se questiona se o perfil empreendedor está diretamente relacionado à criação e gestão de uma empresa própria ou se pode ser exercido em diferentes ambientes e contextos. Esse conceito significa que um funcionário pode atuar de forma empreendedora em uma empresa, agindo com inovação e proatividade em busca dos objetivos desta organização.
O empreendedor corporativo não é, necessariamente, aquele que apresenta a ideia criativa. Seu papel central é “arregaçar as mangas” e dar forma e materialidade à esta ideia.   Podemos citar como características do empreendedor corporativo:
Capacidade de explorar novas oportunidades;
Capacidade de se relacionar com outras pessoas;
Possibilidade de trabalhar uma ideia própria ou criar a partir da ideia de outra pessoa.
Este processo só é possível quando os intraempreendedores surgem e podem atuar de forma criativa e livre de ambientes cheios de regras e normas inflexíveis, promovendo, assim, quando necessário, mudanças nas organizações, conforme sua liberdade e incentivo ao desenvolvimento de seus talentos como empreendedor em suas atividades, ou seja, para estimular a inovação, não basta apenas definir sua importância estratégica, alocar recursos à produção de conhecimento: é imprescindível que a cultura organizacional seja favorável à busca pela inovação e à manifestação criativa.
	
Cultura organizacional para inovação
A cultura intraempreendedora deve ser 
fomentada e desenvolvida nas organizações, através do trabalho cooperativo e da busca por resultados comuns, respeitando os valores individuais e coletivos e buscando a inovação constante. A cultura para inovação deve ser um dos objetivos estratégicos da empresa. Isso significa que a empresa deve estimular um ambiente propício à criação de ideias, que inclui a redução de quaisquer restrições que possam impedir e inibir a criatividade individual, além de combinar diferentes perspectivas e experiências interdepartamentais.
Ao estimular a cultura intraempreendedora, a empresa possibilita que seus funcionários desenvolvam características que ajudam a alavancar cada vez mais sua posição de mercado como: automotivação, estabelecimento de metas, autoconfiança, foco nos clientes, etc.
Então, os objetivos estratégicos da empresa devem estar diretamente relacionados ao empreendedorismo e seus valores, com ambiente propício ao empreendedorismo corporativo, estabelecendo um ambiente que incentive a inovação.
Favorecendo o ambiente para o empreendedor corporativo
O processo de inovação e aplicação do intraempreendedorismo nas organizações deve ser organizado para que tenha apoio dos colaboradores e sua participação contínua, assim a cultura inovadora se propaga pela organização e os colaboradores vão criando um perfil empreendedor. Para isto, o processo como um todo deve ser tratado: do surgimento da ideia, avaliação de viabilidade, implementação das ideias e avaliação dos resultados, não esquecendo sempre do reconhecimento dos trabalhos. 
 
A organização precisa ser flexível o suficiente para garantir suas normas e comercializar seus produtos, mas não pode perder de vista a capacidade de propor novos produtos e rever os processos e normas estabelecidos. Para que isto aconteça, é necessário abrir espaço na organização para que as pessoas possam atuar de forma inovadora.
Mas, como estimular o desenvolvimento de um ambiente intraempreendedor, possibilitando que as pessoas empreendam sem precisar sair da organização e sem desrespeitar suas regras?
Regras para um ambiente intraempreendedor  	
Exercer sólida liderança sobre os rumos e as decisões de inovação.
A empresa precisar ser forte em ambos os aspectos. Criatividade sem capacidade para transformá-la em lucros (por exemplo, execução e captação de valor) pode até ser divertido, mas não se sustenta; lucros sem criatividade são compensadores, mas também só funcionam durante pouco tempo.
Integrar a inovação à mentalidade do negócio.
Inovação não é uma carta que se puxe da manga em ocasiões especiais; tem que ser parte integrante do processo operacional diário da empresa.
Alinhar a inovação com a estratégia de negócio da empresa.	
A inovação pode ou não ser a chave para o sucesso da estratégia do negócio; é preciso determinar os tipos e a quantidade de inovação necessários para dar suporte à estratégia do negócio – e nem sempre o maior é necessariamente o melhor.
Administrar a tensão natural entre criatividade e captação de valor.
A empresa precisar ser forte em ambos os aspectos. Criatividade sem capacidade para transformá-la em lucros (por exemplo, execução e captação de valor) pode até ser divertido, mas não se sustenta; lucros sem criatividade são compensadores, mas também só funcionam durante pouco tempo.
Neutralizar os anticorpos organizacionais.
Inovação exige mudança, e a mudança desperta rotinas e normas culturais explícitas e implícitas que agem para bloquear ou rejeitar a transformação.
Cultivar uma rede de inovação além dos limites da organização.
Quando mais próxima a organização está dos seus fornecedores, clientes, parceiros, Universidades e Centros de Pesquisa, mais ampla é a sua rede de inovação.
Criar indicadores de desempenho e as recompensas adequadas à inovação.
Como a gestão da inovação exige um processo gerencial, da mesma maneira que existem processos de gestão financeiro e gestão de marketing, por exemplo, é necessário que os resultados sejam acompanhados e recompensados.
	
Avaliação da cultura intraempreendedora
Os indicadores para avaliação da cultura intraempreendedora podem estar organizados em oito grupos: 
• Comunicação; 
• Processo decisório; 
• Incentivos/motivação; 
• Recompensa; 
• Autonomia; 
• Liderança; 
• Equipes;
• Controle/mensuração.
Dificuldades e barreiras encontradas pelo empreendedor
Podemos deduzir que ser um intraempreendedor não é uma tarefa fácil e que, se comparado ao empreendedor individual, ele enfrentará barreiras e dificuldades igualmente desafiadoras. Eis algumas delas:
Sem o apoio de seus superiores os intraempreendedores dificilmente conseguirão transformar suas ideias em projetos inovadores e em algo que traga valor para a organização. Assim, os gestores de uma organização inovadora devem não só apoiar o surgimento de ideias inovadoras mas também devem ser capazes de investir esforços e trabalho naquelas que se mostrem mais adequadas para a organização
Finalizando
Chegamos ao final dessa viagem pelo cenário da inovação e do empreendedorismo. Conceitos novos e estimulantes foram apresentados para compor sua formação profissional na área de TI. 
É importante agora que você faça uma auto-avaliação sobre seu potencial inovativo e empreendedor e como pode colocá-lo em prática para uma atuação profissional planejada e com metas de futuro. Lembre-se sempre que a evolução de um profissional não para, não podendo ficar estagnada pelo tempo, pela acomodaçãoe pela falta de visão de futuro. Portanto, pratique sempre o empreendedorismo e a inovação em todas as áreas de sua vida, trace metas para o futuro, faça seu monitoramento e controle, corra riscos calculados, amplie e mantenha sua rede de contatos, ouse em propor suas ideias e transformá-las em soluções novas e eficazes.

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