Buscar

AULA 04 TEXTO SOBRE ESCRAVIDAO E CODIGO DE HAMMURABI

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

HISTÓRIA DAS INSTITUIÇÕES JURÍDICAS
UNIDAVI – CAMPUS DE RIO DO SUL
PROFESSOR: LUCEMAR JOSÉ URBANEK
TEXTO SOBRE ESCRAVIDÃO NA ANTIGUIDADE E CONSIDERAÇÕES SOBRE O CÓDIGO DE HAMMURABI
			A medida que utilizaremos amplamente, principalmente na Antiguidade, a noção de escravidão, faz-se necessário empenhar-nos em entender o que significa a Instituição Escravidão. Isto faremos levando em conta a Escravidão como um todo, não somente na Babilónia.
			Definir escravidão não é somente considerar que todo aquele que trabalha sem nada receber é escravo: muitos de nós seríamos, até mesmo os honrados voluntários que existiram e existem no mundo, colocados nesta posição, que não é verdadeira no caso deles.
			Escravo é propriedade, bem alienável, ou seja, algo que pode ser comprado, vendido, alugado, dado, eliminado... Escravo é, portanto, coisa.
			Na Antiguidade não era condição imperiosa ser de outra raça para tornar-se escravo. De fato, a escravidão originava-se de guerras – quando o indivíduo era, após a derrota de seu grupo, pego pelos vencedores -; de dívidas - quando o indivíduo penhorava o próprio corpo ou de um membro da família, como garantia de pagamento e não o fazia – ou por nascimento.
			Assim define o Dicionário de Nomes, Termos e Conceitos Históricos:
"Instituição secular caracterizada pela situação de indivíduo juridicamente considerado um objeto, do qual outra pessoa pode dispor livremente exercendo direitos de propriedade. A escravidão conheceu extraordinária difusão no mundo antigo, originando-se, de modo geral, da guerra – celeiro inesgotável -, das dívidas e da hereditariedade (...). "
			O filósofo grego Aristóteles explica a escravidão desta forma:
"A produção precisa de instrumentos dos quais uns são inanimados e outros, animados. Todos os trabalhadores são instrumentos animados necessários, porque os instrumentos inanimados não se movem espontaneamente (as lançadeiras não tecem panos por si próprias). O escravo, instrumento vivo como todo trabalhador, constitui ademais 'uma propriedade viva'. A noção de propriedade implica a de sujeição a alguém fora dela.
SOBRE O CÓDIGO DE HAMMURABI
A-) A PENA DE TALIÃO
			O Princípio da Pena ou Lei de Talião é um dos mais utilizados por todos os povos antigos. É apontado por alguns como sendo a primeira forma que as sociedades encontraram para estabelecer as penas para seus delitos.
			Este princípio, que é exemplificado na Bíblia com a frase "olho por olho, dente por dente", não é uma lei, mas uma ideia que indica que a cena para o delito é equivalente ao dano causado neste. Assim sendo, ninguém sofre "pena de talião", mas, baseado neste princípio, sofre como pena o mesmo sofrimento que impôs ao cometer o crime.
			O Código de Hammurabi utiliza muito este princípio no tocante a danos físicos, chegando a aplicá-lo radicalmente mesmo quando, para conseguir a equivalência, penaliza outras pessoas que não o culpado.
"Se um awilum destruiu o olho de um outro awilum, destruirão seu olho."
"Se um construtor edificou uma casa para um awilum, mas não reforçou seu trabalho, e a casa, que construiu, caiu e causou a morte do dono da casa, esse construtor será morto."
"Se causou a morte do filho do dono da casa, matarão o filho desse construtor."
			O Princípio da Pena de Talião não contava quando os danos físicos eram aplicados a escravos à medida que estes podem ser definidos como bens alienáveis; o dano contra um bem deve ter ressarcimento material.
B-) FALSO TESTEMUNHO
"Se um awilum apresentou-se em um processo com testemunho falso e não pode comprovar o que disse: se esse processo é um processo capital, esse awilum será morto."
C-) ROUBO E RECEPTAÇÃO
"Se um awilum cometeu um assalto e foi preso: esse awilum será morto."
"Se um awilum roubou um bem de propriedade de um deus ou do palácio: esse awilum será morto; e aquele que recebeu de sua mão o objeto roubado será morto."
D-) ESTUPRO
"Se um awilum amarrou a esposa de um (outro) awilum, que (ainda) não conheceu um homem e mora na casa de seu pai, dormiu em seu seio, e o surpreenderam, esse awilum será morto, mas a mulher será libertada."
E-) FAMÍLIA
"Se um awilum tomou uma esposa e não redigiu o seu contrato, essa mulher não é esposa."
Havia também a possibilidade de casamentos entre as camadas sociais e o código não somente admitia isto como regulamentava a herança dos filhos nascidos deste tipo de casamento:
"Se um escravo do palácio ou um escravo de um muskênum tomou por esposa a filha de um awilum e ela lhe gerou filhos, o dono do escravo não poderá reivindicar para a escravidão os filhos da filha de um awilum."
O casamento era no que chamamos hoje "regime de comunhão de bens".
"Se, depois que a mulher entrou na casa de um awilum, recaiu sobre eles uma dívida, ambos deverão pagar ao mercador."
F-) ESCRAVOS
"Se uma dívida pesa sobre um awilum e ele vendeu sua esposa, seu filho ou sua filha ou os entregou em serviço pela dívida, durante três anos trabalharão na casa de seu comprador ou daquele que os têm em sujeição, no quarto ano será concedida sua libertação." 
CURIOSIDADE SOBRE ALGUMAS ESCRAVAS
Uma escrava, tomada como concubina por seu senhor ou dada por sua senhora ao marido, tinha uma situação bastante interessante se desse a este filhos que ele reconhecesse. Ela não mais poderia ser vendida conforme atesta o artigo 146 do referido Código.
G-) DIVÓRCIO
"Se uma mulher tomou aversão a seu esposo e disse-lhe: "Tu não terás relações comigo', seu caso será examinado em seu distrito. Se ela se guarda e não tem falta e seu marido é um Traidor e a despreza muito, essa mulher não tem culpa, ela tomará seu dote e irá para casa de seu pai."
H-) ADULTÉRIO
"Se a esposa de um awilum for surpreendida dormindo com um outro homem, eles os amarrarão e os lançarão n'água. Se o esposo deixar viver sua esposa, o rei também deixará viver seu servo."
I-) ADOÇÃO
“- Se uma criança fosse adotada logo após seu nascimento, não poderia mais ser reclamada.
- Se a criança fosse adotada para aprender um ofício e o ensinamento estivesse sendo feito, ela não poderia ser reclamada. Caso este ensino não estivesse sendo feito, o adotado deveria voltar à casa paterna,
- Se a criança, ao ser adotada, já tivesse mais idade e reclamasse por seus pais, tinha que ser devolvida.
- Em outros casos, se o adotado renegasse sua adoção, seria severamente punido.
- Se o casal, após adotar, tivesse filhos e desejasse romper o contrato de adoção, o adotado teria direito a uma parte do património deles a título de indenização.
J-) HERANÇA
"Se a primeira esposa de um awilum lhe gerou filhos e a sua escrava lhe gerou filhos, (se) o pai, durante a sua vida, disse aos filhos que a escrava lhe gerou: 'Vós sois meus filhos' e os contou com os filhos da primeira esposa, depois que o pai morrer, os filhos da primeira esposa e os filhos da escrava dividirão em partes iguais os bens da casa paterna, mas o herdeiro, filho da primeira esposa, escolherá entre as partes e tomará para si."
"Se um awilum resolveu deserdar seu filho e disse aos juízes: 'Eu quero deserdar meu filho', os juízes examinarão a questão. Se o filho não cometeu falta suficientemente grave para excluí-lo da herança, o pai não poderá deserdar seu filho."
L-) PROCESSO
"Se um awilum lançou contra um (outro) awilum (uma acusação de) feitiçaria, mas não pôde comprovar: aquele contra quem foi lançada (a acusação de) feitiçaria irá ao rio e mergulhará no rio. Se o rio purificar aquele awilum e ele sair ileso: aquele que lançou sobre ele (a acusação de) feitiçaria será morto e o que mergulhou no rio tomará para si a casa de seu acusador."
"Se um juiz fez um julgamento, tomou uma decisão, fez exarar um documento selado e depois alterou o seu julgamento: comprovarão contra esse juiz a alteração do julgamento que fez; ele pagará, então, doze vezes a quantia reclamada nesse processo e, na assembleia, fá-lo-ão levantar- se do seu trono de juiz. Ele não voltará a sentar-se com os juízes em um processo."
M-) TRABALHO"Se um médico fez em um awilum uma operação difícil com um escapelo de bronze e causou a morte do awilum ou abriu o nakkaptum de um awilum com um escapelo de bronze e destruiu o olho do awilum, eles cortarão a sua mão."
N-) DEFESA DO CONSUMIDOR
"Se um pedreiro contruiu uma casa para um awilum e não executou o trabalho adequadamente e o muro ameaça cair, esse pedreiro deverá reforçar o muro às suas custas."
"Se um barqueiro calafetou um barco para um awilum e não executou o seu trabalho com cuidado e naquele mesmo ano esse barco adernou ou sofreu avaria, o barqueiro desmontará esse barco, reforçá-lo-á com seus próprios recursos, e entregará o barco reforçado ao proprietário do barco."
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
CASTRO, Flávia Lages de. História do Direito Geral e Brasil 3.ed. Rio de Janeiro:LumenJuris,2006.

Outros materiais