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Direito nas Organizações 2º Sem de 2017

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DIREITO TRIBUTÁRIO 
CONCEITO: É o conjunto de normas jurídicas que regem a relação entre o fisco e o contribuinte, decorrentes da atividade financeira do Estado no que se refere à obtenção de receitas. 
TEORIA DA IMPOSIÇÃO TRIBUTÁRIA 
Como se sabe, o Estado é entidade soberana. No plano internacional representa a nação em suas relações com as outras nações. No plano interno tem o poder de governar todos os indivíduos que se encontrem em seu território. Caracteriza-se a soberania como a vontade superior às vontades individuais. 
O Estado, no exercício de sua soberania, tributa. Mas a relação de tributação não é simples relação de poder. É relação jurídica, pois está sujeita a normas às quais se submetem os contribuintes e também o Estado. 
A instituição do tributo é sempre feita mediante lei, e sua arrecadação e fiscalização constituem atividade administrativa vinculada. A própria instituição do tributo há de ser feita nos termos estabelecidos na Constituição, na qual se encontram os princípios jurídicos fundamentais da tributação. 
A relação tributária é, portanto, uma relação jurídica. Daí se conclui que pagamos tributo em cumprimento a um dever jurídico, e não em cumprimento a um dever de solidariedade social. 
 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS 
Princípios constitucionais tributários fixam diretrizes para o legislador e aplicador do direito, de maneira que as normas devem ser produzidas, interpretadas e aplicadas em sua conformidade. 
Os princípios que regem, especificamente, a tributação encontram-se, muitos deles, descritos nos artigos. 150 a 152 da CF, que compõem a Seção denominada Das limitações do poder de tributar. 
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE (art. 150, I, CF) 
CF – art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; 
De todos os princípios do Direito Tributário, este, por certo, é o mais importante, mesmo porque os demais dele decorrem. 
O princípio da legalidade, também conhecido com o princípio da estrita legalidade ou da reserva legal, inscrito no art. 5º, II, da CF, é reafirmado no âmbito do Direito Tributário: é vedado aos entes tributantes exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça. 
Esse princípio visa garantir a segurança nas relações do particular (contribuinte) com o Estado (fisco), as quais devem ser inteiramente disciplinadas, em lei, que obriga tanto o sujeito passivo como o sujeito ativo da relação obrigacional tributária. 
Quando dizemos que a tributação se submete ao princípio da legalidade, significa que somente a lei pode definir os sujeitos passivos e ativos, bases de cálculo, alíquotas, fatos geradores, isenções, penalidades, etc. 
PRINCÍPIO DA LEI COMPLEMENTAR 
Esse princípio tem por finalidade “complementar” as disposições constitucionais. É o que ocorre quando há conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios (CF, art. 146, I), EX. ISS (tributo municipal) e do ICMS (tributo estadual). 
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE 
CF – ART. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, évedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
III – cobrar tributos: 
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. 
A norma tributária que institui ou aumenta tributo tem eficácia no ano seguinte ao da publicação. 
Assim, se um Estado aumenta a alíquota do ICMS (por lei), este aumento somente valerá a partir de 1º de janeiro do ano seguinte.
Tal anterioridade refere-se apenas à criação e majoração de tributos, mas não à redução ou extinção. 
Como exemplo, se um município resolve reduzir a alíquota do ISS (por lei), esta redução vale imediatamente (não há anterioridade). 
O princípio da anterioridade deriva do princípio da segurança jurídica, garantindo, que o contribuinte não seja surpreendido por uma nova exigência tributária. 
Um imposto instituído em lei publicada em 2007, somente a partir de 2000 pode ser cobrado. 
PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DA LEI 
CF – ART. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
III – cobrar tributos: 
em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado; 
A lei tributária atinge eventos ocorridos apenas após o início de sua vigência. Significa dizer que não pode lei nova pretender atingir fatos passados. 
Assim, se a União, valendo-se da sua competência residual, cria um novo imposto, ele somente será exigido com relação a fatos geradores futuros, nunca com relação ao passado. Da mesma maneira, se um Município que nunca tinha criado o ISS (imposto sobre serviços) resolve aprovar uma lei neste sentido, a exigência somente se referirá a serviços prestados após a publicação da norma de incidência, nunca com relação a fatos passados. 
Caso uma lei reduza ou extinga uma multa, esta lei retroage para beneficiar os infratores. Essa retroatividade somente se aplica às penalidades, nunca ao tributo. 
PRINCÍPIO REPUBLICANO
República é o tipo de Governo, fundado na igualdade formal das pessoas, em que os detentores do poder político exercem-no em caráter eletivo, representativo, transitório e com responsabilidade.
Com isso, através do princípio republicano, fica proibida a concessão de vantagens tributárias fundadas em privilégios de pessoas ou categorias de pessoas, do contrário, sob pena de inconstitucionalidade do ato praticado pelo Poder Público. 
PRINCÍPIO FEDERATIVO 
Federação é uma forma de Estado no qual existe associação, união institucional de Estados, que dá lugar a um novo Estado (o Estado Federal), nele os Estados Federados sem perderem suas personalidades jurídicas atribuem algumas prerrogativas em benefício da União. 
O princípio federativo estabelece a autonomia constitucional de cada Estado federado, respeitando a Constituição Federal. 
PRINCÍPIO DA LIBERDADE DE TRÁFEGO 
CF – art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
V – estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou de bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público;
Não se admite que o tributo seja utilizado para limitar a liberdade das pessoas de ir e vir com seus bens (art. 5, XV, da CF), o que não impede as tributações previstas na própria Constituição, quanto à circulação de mercadorias e serviços entre Estados (ICMS), bem como a cobrança de pedágios, nos termos da lei. 
PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA E NÃO CONFISCATORIEDADE
O princípio da não confiscatoriedade previsto no art. 150, IV, da CF, pelo qual é proibido utilizar o tributo com efeito de confisco, ou seja tomar a propriedade do particular, deriva do princípio da capacidade contributiva, porque as leis que criam impostos, ao levarem em conta a capacidade econômica dos contribuintes, não podem compeli-los a colaborar com gastos públicos além de suas possibilidades. 
Portanto, o princípio da não-confiscatoriedade exige do legislador, equilíbrio na quantificação dos tributos, tendo em vista um Direito Tributário justo. 
PRINCÍPIO DA IGUALDADE 
CF – art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
II – instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídicados rendimentos, títulos ou direitos; 
O princípio da igualdade previsto no art. 5, CF é reafirmado também no sistema tributário, pelo art. 150, II, CF. 
Não se pode tratar diferentemente dois contribuintes em situação equivalente.
As isenções fixadas por lei, beneficiando determinado setores da sociedade ou da economia, não violam o princípio da isonomia, desde que sejam justificadas pela reduzida capacidade contributiva dos beneficiados (por exemplo, isenção de IPTU para pequenos imóveis residenciais), ou por um relevante interesse público no fomento de alguma atividade (como exemplo, uma isenção a um setor industrial essencial que se pretende incentivar). 
PRINCÍPIO DA NÃO CUMULATIVIDADE
Esse princípio está previsto em dois casos: 
1º: Imposto sobre produto industrializado (art. 153, parágrafo 3º, II, da CF e 49 do CTN) – “Será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores; e 
2º Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior (arts. 155, parágrafo 2º, I, da CF e 3º do DL nº 406, de 31.12.1968) – 
“Será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal.” 
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 
Competência tributária é a possibilidade dada pela Constituição Federal (exclusivamente) de a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios criarem tributos por meio de lei, aumentá-los, minorá-los, isentar e perdoar contribuintes, ou mesmo deixar de tributar.
A Constituição Federal, não cria tributos, apenas permite que os entes políticos o façam por meio de suas próprias leis. Assim, ao definir a competência dos Estados, por exemplo, a CF define que eles poderão tributar a propriedade de automóveis (art. 155, II). 
No entanto, para que ocorra a tributação, é necessário que cada Estado exerça a competência deferida pela Constituição, instituindo efetivamente o tributo por meio de lei estadual. 
Toda competência tributária decorre exclusivamente da Constituição Federal, sendo exercida pela União, Estados, DF e Municípios por meio de leis produzidas pelos Legislativos de cada um desses entes políticos. 
As competências fixadas pelas Constituição Federal são privativas, indelegáves, irrenunciáveis, incaducáveis, inalteráveis (não podem ser modificadas por norma infraconstitucional) e seu exercício é facultativo. 
A competência tributária é privativa, pois somente o ente político definido constitucionalmente pode exercê-la. É indelegável, pois a prerrogativa de legislar sobre o tributo é exclusivamente daquele ente político definido na Constituição. É irrenunciável e incaducável, pois o ente político não a perde por sua inércia ou mesmo se eventualmente exprimir sua falta de interesse. A facultatividade da competência significa que a Constituição possibilita a tributação (dá competência), não a impõe. Ex. a União tem a competência para tributar as grandes fortunas (art. 153, VII, da CF), porém ainda não o fez. 
CLASSIFICAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS 
A doutrina classifica as competências tributárias, falando em competência privativa, competência comum, competência residual e competência extraordinária. 
A competência privativa refere-se aos impostos, a CF faz referência a cada um dos impostos de competência exclusiva da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Apenas a União pode cobrar o Imposto de Renda, assim como somente, assim como somente os Estados e o Distrito Federal podem cobrar o IPVA e somente os Municípios podem cobrar IPTU.
A competência comum se refere às taxas e contribuições de melhoria, que podem ser instituídas e cobradas por 	qualquer ente político. 
A competência residual (art. 154,I) estabelece que a União pode criar outros impostos além dos descritos no art. 153 da CF. A competência residual somente pode ser criada por lei complementar. Serão não cumulativos, como o ICMS e IPI, permitindo o abatimento dos valores pagos nas operações anteriores, e não terão fato gerador ou base de cálculo próprio de outro imposto já existente (seria bitributação). 
A competência extraordinária é a possibilidade da União criar um imposto novo, não previsto na Constituição Federal, através de lei ordinária, nos casos de guerra externa, ou sua iminência. Tais impostos serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
Bitributação ocorre quando dois entes políticos pretendem exigir o mesmo tributo, sobre a mesma situação. Ex. Dois Municípios pretendem cobrar imposto sobre o mesmo serviço (ISS) prestado por uma única empresa (um deles entende que é devido no local do estabelecimento e o outro entende que é devido no local da efetiva prestação). 
Bis in idem é situação em que o mesmo ente tributante pretende exigir mais de um tributo pelo mesmo fato gerador. Ex. Um Município exige o imposto sobre transmissões onerosas de imóveis (ITBI) duas vezes em face de uma mesma venda. 
Ambos são inadimissíveis no sistema tributário nacional.
CONFLITO DE COMPETÊNCIA 
Pode ocorrer de dois entes federados buscarem tributar o mesmo fato gerador, trata-se de bitributação, tal situação é proibida pelo sistema jurídico brasileiro, com exceção do art. 154, II, CF, que dá à União a possibilidade de criar imposto extraordinário nos casos de guerra externa ou sua iminência (por meio de lei ordinária), invadindo a competência tributária de outro ente federado.
IMUNIDADES 
A imunidade é uma hipótese de não incidência constitucionalmente qualificada, ou seja, a CF impede que a lei de tributação inclua certos fatos na hipótese de incidência de impostos. Só a imunidade, em regra, quanto aos impostos. 
Na isenção, ao contrário, é lei infraconstitucional que retira algumas ocorrências da hipótese de incidência. 
A imunidade é regra constitucional, não se confundindo com isenção, que é benefício fiscal dado pelo próprio ente tributante, por meio de lei ordinária. Quando há imunidade não há competência tributária. Quando há competência, o ente político competente pode excluir, por lei própria, determinadas situações, é chamada isenção. Ex. o Estado tem competência para tributar veículos automotores, se resolvesse aprovar um lei afastando a cobrança no caso de caminhões, haveria isenção. 
As principais imunidades tributárias encontram-se descritas no art. 150, inciso VI da CF: 
Art.150, VI
Imunidade recíproca, decorre do princípio federativo, da não interferência entre os entes federados, que são autônomos.
Assim, a União não pode cobrar imposto de renda do município. O município não pode cobrar IPTU da União, o Estado não pode cobrar IPVA do município etc. 
Essa imunidade abrange não apenas os prédios onde ocorrem os cultos, mas também aqueles necessários à ocorrência de tais cultos, como a casa do padre, do pastor, a secretaria, o estacionamento para os fiéis etc.
Sem fins lucrativos que a renda seja aplicada na manutenção dos objetivos institucionais. 
Serve como incentivo à difusão de informações e cultura. 
Essas imunidades referem-se apenas aos impostos, ou seja, as imunidades recíprocas, dos templos, dos partidos, dos sindicatos de trabalhadores, das entidades educacionais e de assistência, e dos livros e periódicos não afastam a incidência de taxas,contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios ou contribuições especiais. 
NORMAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO 
É na Constituição que encontramos as normas definidoras das competências tributárias, que dá os caracteres básicos de todos os tributos, orientando a criação e extinção das normas infraconstitucionais. 
Assim, toda a normatização tributária, seja ela veiculadapor leis, decretos, portarias, decisões judiciais ou administrativas, convênios, e mesmo tratados e convenções internacionais, será interpretada sob a luz da Constituição Federal. 
VIGÊNCIA DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
Em atenção ao princípio da territorialidade, as normas tributárias se aplicam, em regra, aos eventos ocorridos no território de cada ente político tributante. 
Assim, as leis referentes ao imposto da União sobre produtos industrializados (IPI) aplicam-se em todo território nacional. Já as normas referente ao imposto municipal sobre serviços (ISS) aplicam-se apenas no território do Município que criou tais normas. 
Em regra, a própria norma prevê a vigência em uma data determinada (como a de sua publicação), porém, por força do princípio da anterioridade, a instituição ou aumento de tributo, em regra, apenas no exercício seguinte ao da publicação da lei.
APLICAÇÃO DA LEI TRIBUTÁRIA
Como princípio geral de direito, as normas aplicam-se apenas aos fatos futuros, não atingindo situações passadas. 
CTN – art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início, mas não esteja completa nos termos do art. 116.
Se uma lei estadual aumenta alíquota do imposto sobre circulação de mercadorias (ICMS), este aumento somente atinge os fatos geradores posteriores (futuras circulações de mercadorias), não cabendo exigir o tributo majorado com relação a uma venda ocorrida no mês anterior, por exemplo. 
INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
Interpretar é explicar, esclarecer, mostrar o sentido da norma tributária. O interprete não cria, não inova, limita-se a declarar o significado e o alcance da norma. Pode acontecer, que o intérprete entenda não existir uma regra jurídica para regular certa situação, nesse caso, estaremos diante de uma lacuna, para preencher essa lacuna e aplicar o direito, é necessário valer-se da integração:
CTN – art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada:
A analogia;
Os princípios gerais de direito tributário;
Os princípios gerais de direito público;
A equidade.
O CTN determina que a integração observe a ordem indicada no artigo 108.
A analogia é a adoção, para o caso que se analisa, de uma norma aplicável em situação semelhante. 
Os princípio gerais de Direito Tributário (igualdade, irretroatividade, anterioridade, não confisco, etc). 
Dentre os princípios gerais de direito público,destaca-se a supremacia do interesse público sobre o privado, a indisponibilidade do interesse público, o princípio federativo, a autonomia dos entes políticos, a ampla defesa etc.
A equidade tem como fundamento básico a justiça: considerando-se as peculiaridades do caso concreto busca-se a igualdade e justiça na aplicação da lei. 
O CTN em seu artigo 111 traz a interpretação restrita na aplicação normas que suspenda, exclua, isente ou dispense do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.
Isto porque a tributação é a regra, e as exceções ao pagamento devem ser interpretadas estritamente. 
LEI E LEGISLAÇÃO 
Lei e Legislação tributária não se confundem. Lei é norma jurídica de caráter geral e abstrato, emanado do Poder ao qual a Constituição atribuiu competência legislativa, observado o processo de elaboração. 
Já a palavra legislação, como utilizada no CTN, significa lei em sentido amplo, abrangendo, além das leis em sentido estrito, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que tratem sobre tributos e relações jurídicas a eles pertencentes. 
LEI ORDINÁRIA 
A lei ordinária é, em regra, o veículo legislativo que cria o tributo, mediante o qual se exercita a competência tributária.
É, a lei ordinária (da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios) que implementa, em regra, o princípio da legalidade tributária. 
Os aspectos básicos dos tributos, como o fato gerador, sujeito passivo, sujeito ativo, alíquota e base de cálculo devem ser definidos por lei ordinária, conforme art. 97 do CF).
LEI COMPLEMENTAR 
Em sentido amplo, lei complementar é aquela que se destina a desenvolver princípios básicos enunciados na Constituição. Na Câmara dos Deputados e no Senado para que uma lei complementar seja aprovada precisa da maioria de votos. 
Tem por função complementar as disposições constitucionais, é o que ocorre quando ela trata do conflito de competência em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios (CF, art. 146, I). 
Essas leis não tem a rigidez das normas constitucionais, nem a flexibilidade das leis ordinárias.
Casos em que a CF exige Lei Complementar Federal
Competência da União: Empréstimos compulsórios (art. 148), imposto sobre grandes fortunas (definição do que sejam grandes fortunas), impostos da competência residual (art. 154, I), outras contribuições sociais além das previstas nos incisos do art. 195. 
 MEDIDAS PROVISÓRIAS 
Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submete-las de imediato ao Congresso Nacional (art. 62, CF).
Parágrafo 2º - Medida Provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos artigos 153, I, II, IV, V e 154, II (Imposto de Importação, Imposto de Exportação, IPI, IOF, extraordinários) só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. 
A União pode instituir ou majorar tributos por meio de medida provisória. No caso de majoração do Imposto de Renda por medida provisória, por exemplo, somente poderá ser exigido o valor correspondente ao aumento se a medida provisória for convertida em lei até o último dia do exercício em que foi editada, produzindo efeitos a partir do exercício seguinte. 
Editada a medida, ela vigora como lei; se, em NOVENTA dias, prorrogáveis por mais NOVENTA, não for convertida em lei, perde a eficácia que teve nesses cento e vinte dias.
TRATADOS INTERNACIONAIS
Tratado internacional é o consentimento recíproco de duas ou mais nações para constituir, regular, modificar, alterar um vinculo de direito. 
Os tratados e convenções internacionais, firmados pelo Estado Brasileiro e ratificados pelo Presidente da República passam a integrar o sistema jurídico nacional apenas depois de referendados pelo Congresso Nacional (por meio de decreto legislativo), e publicados por meio de decreto do Executivo. 
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
Impostos 
Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte (art. 16). 
A obrigação de pagar imposto não se origina de nenhuma atividade específica do Estado relativa ao contribuinte. O fato gerador do dever jurídico de pagar imposto é uma situação da vida do contribuinte, relacionada a seu patrimônio, independente do agir do Estado. Por exemplo, paga-se imposto por ser proprietário de algo (IPTU, IPVA), pela transferência de um bem (ITCMD, ITBI), por prestar serviços ou fazer circular mercadorias (ISS, ICMS) etc., ou seja, todas situações que não se referem a uma atividade estatal especifica voltada ao contribuinte. 
Assim, o imposto é um tributo unilateral. 
Finalidade: O imposto serve para o custeio das despesas públicas gerais. 
Lista de Impostos 
FEDERAIS: ART. 153 da CF/88
I.Importação
I.Exportação
I.sobre Grandes Fortunas 
IPI
I.Renda 
I.Residuais (art. 154,I,CF/88)
IOF
I.Extraordinário de Guerra (art. 154,II,CF/88)
ITR
ESTADUAIS: ART. 155 da CF/88
IPVA
ITCMD (causa mortis) 
ICMS
MUNICIPAIS: 
IPTU
ITBI
ISS
TAXASArt. 77, CTN: “As taxas cobradas pela União, Estados, Municípios e Distrito Federal, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia ou utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.”
Poder de Polícia é a atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou a abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem. O exercício desse poder é um dos fatos geradores da taxa. 
 
É o tributo que tem como fato gerador o exercício regular do poder de polícia ou a utilização, efetiva ou potencial, serviço público específico e divisível prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. 
A taxa difere do imposto, pois é tributo vinculado a uma atividade estatal específica. Trata-se de tributo bilateral, contraprestacional. 
Os serviços públicos que são custeados pelas taxas, são aqueles que ensejam a tributação específica do particular, são aqueles em que não há facultatividade na utilização e que aproveitam especificamente a cada um dos contribuintes, sendo possível a determinação do aproveitamento por cada um deles. 
Serviços público específicos e divisíveis são aqueles em que é possível determinar quanto cada um dos usuários utilizou. 
Assim, o serviço de coleta de lixo domiciliar é específico e divisível, podendo ser determinado quanto cada um dos usuários aproveitou da atividade estatal. Já o serviço de limpeza de ruas e praças não é um serviço público específico e divisível, não se podendo determinar quanto cada um dos cidadãos, individualmente considerados, aproveitou da atividade estatal (é serviço prestado indistintamente a toda a coletividade). 
Outros exemplos: fornecimento de passaportes, registro de um escritura pelo tabelião, água, luz, telefone e gás. 
Tarifa não é tributo, nasce por meio de um contrato, é preço público que remuneram serviços de utilização facultativa (não compulsória). Ex. tarifa do ônibus.
CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA 
A contribuição de melhoria serve para cobrar de cada proprietário de imóvel pela valorização advinda de uma obra pública. 
Assim, se o Estado constrói um belo parque público onde antes havia um terreno baldio, este investimento valorizará os imóveis da região. Neste caso, se a lei for aprovada antes do fato gerador (antes da valorização decorrente da obra pública) será possível cobrar a contribuição de melhoria, a ser paga pelos proprietários dos imóveis. 
Portanto, o fato gerador da contribuição de melhoria, não é apenas a realização da obra pública, mas sim a valorização imobiliária decorrente desta atividade estatal (tributo vinculado). Se houver obra, mas dela não resultar valorização, não há fato gerador, logo, não é possível cobrar a contribuição de melhoria. 
O valor cobrado pela Administração deve ter correspondência com a valorização dos imóveis. Esse valor cobrado tem dois limites: um individual, correspondente à valorização do imóvel do contribuinte, e outro total, não podendo ser cobrado valor superior ao custo da obra. 
CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS
As contribuições sociais servem para financiar a seguridade social, ao lado dos recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (CF, art. 195). A seguridade social engloba a: 
previdência social (aposentadoria e pensões);
assistência social (programas de inclusão social, renda mínima etc) e a 
saúde (hospitais, postos de saúde, vacinação etc). 
As contribuições sociais a são devidas pelos empregadores, pelos trabalhadores e demais segurados da previdência social. Incidem também sobre as loterias. 
As contribuições sociais devidas pelos empregadores, pela empresa incidem: 1) sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos (contribuição patronal ao INSS); 2) sobre a receita ou faturamento (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social – COFINS e 3) sobre o lucro (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL. 
As Contribuições Sociais previstas nos incisos I a IV do art. 195 da CF podem ser criadas, modificadas e extintas por meio de lei ordinária federal. Caso a União resolva criar outras contribuições sociais, além das previstas nesses incisos, deverá atender aos requisitos do parágrafo 4º desse mesmo artigo (lei complementar, base de cálculo e fato gerador diverso dos impostos previstos na Constituição.
Não se aplica às contribuições sociais o princípio da anterioridade, previsto pelo artigo 150, II, b, da CF, apenas a noventena do art. 195, § 6º. Assim, as contribuições sociais podem ser exigidas somente após noventa dias da publicação da lei que as houver instituído ou modificado.
CONTRIBUIÇÕES DE INTERESSE DE CATEGORIAS PROFISSIONAIS OU ECONÔMICAS 
As contribuições profissionais visam prover de recursos os órgãos fiscalizadores das profissões no intuito de lhes permitirem empreender atividade controladora e fiscalizatória dos profissionais a eles vinculados (parafiscalidade).
Geralmente as entidades parafiscais são pessoas jurídicas de direito público interno, como CREA, CRM e CRC. 
É um tributo de caráter compulsória, criado pela União, não se confunde com a Contribuição Confederativa, que não é obrigatória, portanto não é tributo é desprovida de natureza tributária. 
EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS 
O empréstimo compulsório é tributo cobrado exclusivamente pela União, mediante lei complementar (em regra tributos são instituídos por lei ordinária), em dois possíveis casos: despesa extraordinária decorrente de calamidade pública ou guerra externa e no caso de investimento público de caráter urgente e relevante interesse nacional. 
Os casos de calamidade pública são aqueles imprevistos, decorrentes de fatos da natureza (enchentes, desabamentos, incêndios) ou sociais (turbações, comoção interna), que exigem a imediata atuação do Estado. Guerra externa ou sua iminência que autoriza a criação do empréstimo compulsório é o conflito bélico que envolva efetivamente o Brasil, exigindo dispêndios financeiros inadiáveis.
No caso de empréstimo compulsório criado para atender a despesa extraordinária, pela própria natureza da calamidade ou da guerra, não há subordinação ao princípio da anterioridade (comum ou nonagesimal). Assim, aprovada a lei complementar, o tributo poder ser cobrado imediatamente (não é preciso aguardar-se noventa dias ou o início do exercício seguinte). 
O empréstimo compulsório, como o nome indica, é um tributo peculiar, já que os valores recolhidos à Administração Pública devem ser posteriormente devolvidos aos contribuintes. Assim, a lei que o instituir deve obrigatoriamente indicar como e quanto será restituído pela União, na forma do art. 15 do CTN. 
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