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TRIBUTO COMO ESPÉCIE DE RECEITA PÚBLICA, FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO, Tratados e Convenções Internacionais, CONVÊNIOS(ACORDOS) ENTRE ESTADOS, CONCEITO DE COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA , Titulares da Competê

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Atividade Financeira do Estado(21/08/2020)
Direito Tributário: disciplina de sobreposição, o Dir. Tributário se vale do conceito de outras disciplinas (CF/88). Tem seus próprios institutos. Ele é um ramo do Direito Público, didaticamente autônomo, e tem como objeto principal o estudo do tributo com a participação do Estado e do particular.
Direito tributária é a área do direito que se presta ao estudo jurídico da tributação, não empenhando esforços na destinação efetiva, aplicação ou gerenciamento desses recursos. Assim, o campo de atuação do direito tributário encerra-se com a arrecadação do dinheiro aos cofres públicos.
O Estado necessita de recursos materiais para manter sua estrutura, desenvolver suas atividades, disponibilizando ao cidadão (contribuinte), assim, os serviços públicos que lhe compete, na atividade de implementação do interesse público. Para tanto, vale-se da cobrança de tributos, que é a principal fonte das receitas públicas. Essa cobrança é regulamentada por meio de regras específicas que são estudadas pelo Direito Tributário.
O que é direito tributário e qual sua função? 
Podemos conceituar o direito tributário como a área do direito que se presta ao estudo jurídico da tributação. A tributação, por sua vez, envolve as noções de tributo, arrecadação e fiscalização. Natureza Jurídica do Direito Tributário é de direito público.
É importante observar que o direito tributário, por centrar-se na tributação em si, não usa esforços na destinação efetiva, aplicação ou gerenciamento desses recursos obtidos pela tributação. Essa tarefa cabe ao direito financeiro. Assim, o campo de atuação do direito tributário encerra-se com a arrecadação do dinheiro aos cofres públicos.
A ligação é muito próxima entre Dir. Tributário e Dir. Financeiro. Direito Tributário: está preocupado com o tributo. Ele se preocupa com a arrecadação do tributo. Direito Financeiro: é a gestão de como será administrado os recursos que foram arrecadados pelo tributo.
O direito financeiro: é a disciplina que estuda o ordenamento jurídico das finanças do Estado e as relações jurídicas por ele criadas no desempenho de sua atividade financeira/ é a ciência que estuda e regulamenta a atividade financeira do Estado, ou seja, do país. Esse ramo disciplina, juridicamente, não apenas a destinação dos recursos financeiros públicos, mas todo o ordenamento jurídico financeiro e todas as relações que envolvem a atividade financeira realizada pelo Estado. Em resumo, o direito financeiro investiga e analisa fatos de natureza econômica, política e jurídica do país.
O direito tributário: é o ramo do direito público que rege as relações jurídicas entre o Estado e os particulares decorrentes da atividade financeira do Estado, no que se refere à obtenção de receitas que correspondam ao conceito de tributos. Está inserido no direito financeiro, assim sendo, trata-se de um sub-ramo do Direito. Sua função é definir como será realizada a cobrança de tributos dos cidadãos para gerar receita ao Estado. 
O foco do direito tributário é arrecadar dinheiro por meio de tributos que comporão o erário público, além de orientar como será a destinação desses recursos financeiros para melhorias sociais. 
Enfim, o papel deste sub-ramo do Direito é criar, arrecadar e fiscalizar as receitas arrecadadas de forma tributária.
O direito financeiro estuda a atividade financeira do Estado como um TODO.
Já o direito tributário é UM TÓPICO estudado dentro do direito financeiro.
Atividade fim do Estado-bem comum: é a realização do bem comum. É a garantia dos direitos fundamentais previstos na Constituição Federal (art. 5°) e os sociais(art. 6°, CF).
Atividade meio do Estado- Atividade Financeira com o Direito Tributário-: a obtenção de recurso(receita) e a gestão desses recursos(gastos).
Compreende-se como atividade-fim aquela que compreende as atividades essenciais e normais para as quais a empresa se constituiu. É o seu objetivo a exploração do seu ramo de atividade expresso em contrato social.
Atividades-meio é aquela não relacionada, diretamente, com a atividade-fim empresarial. Exemplo: indústria de móveis. A atividade fim é a industrialização, uma das atividades-meio é o serviço de limpeza, vigilância, manutenção de máquinas e equipamentos, contabilidade, etc.
A terceirização pode ser aplicada em todas as áreas da empresa definida como atividade-meio, em uma indústria, por exemplo, as seguintes atividades:
Serviços de alimentação, serviços de conservação patrimonial e de limpeza, serviço de segurança, serviços de manutenção geral predial e especializada, engenharias, arquitetura, manutenção de máquinas e equipamentos, serviços de oficina mecânica para veículos, frota de veículos, transporte de funcionários, serviços de mensageiros, distribuição interna de correspondência, serviços jurídicos, serviços de assistência médica, serviços de telefonistas, serviços de recepção, serviços de digitação, serviços de processamento de dados, distribuição de produtos...
TRIBUTO COMO ESPÉCIE DE RECEITA PÚBLICA
Recursos públicos são arrecadados por intermédio do funcionamento de um sistema tributário que cobra impostos, taxas e contribuições. Um sistema tributário socialmente justo deve ter caráter distributivo, portanto, deve impor maior sacrifício àqueles que têm mais condições de suportá-lo e, ao mesmo tempo, estabelecer menores alíquotas, taxas e contribuições para aqueles que auferem rendas mais baixas e, em consequência, possuem menores estoques de riqueza.
Receita pública é o montante total (impostos, taxas, contribuições e outras fontes de recursos) em dinheiro recolhido pelo Tesouro Nacional, incorporado ao patrimônio do Estado, que serve para custear as despesas públicas e as necessidades de investimentos públicos. Portanto, é a entrada definitiva de todo e qualquer dinheiro nos cofres públicos. Em relação à origem, podem ser classificadas em:
a) Receitas públicas originárias: também chamadas de receitas não tributárias, são as que decorrem da exploração do bem público. Podemos citar como exemplos as atividades do Estado submetidas ao direito privado (contratos, herança vacante, doações etc.), a exploração do patrimônio do Estado (vias públicas, mercados, espaços em aeroportos etc.) ou em decorrência de serviços públicos prestados por concessionário (preço público).
b) Receitas derivadas: são as que provêm do constrangimento sobre o patrimônio particular. São os tributos (com exceção dos empréstimos compulsórios, pois estes constituem entradas provisórias) e as penalidades (pecuniárias - multa - ou não - perdimento e apreensão de bens etc.).
Tributo e Multa
A diferença da natureza jurídica entre tributo e multa é que apenas a multa possui caráter confiscatório e punitivo. Isto porque o tributo nasce de uma imposição estatal da qual o contribuinte não pode eximir-se do seu recolhimento, não lhe sendo facultado recorrer a uma ação ou omissão para exonerar-se desta obrigação. O ente tributante (o Estado) institui o tributo e o administrado deverá recolhê-lo, desde que, é lógico, provoque um fato descrito como fato gerador do imposto. A multa, ao contrário, nasce a partir de uma conduta contrária à legislação tributária ou civil, conduta esta que pode ser evitada pelo contribuinte ficando livre da sanção fiscal. Ou seja, o contribuinte é onerado pela multa por sua escolha, considerando que não há punição sem culpa.
O tributo é prestação pecuniária e compulsória que é instituída por meio de Lei, diversa de sanção (multa), cobrada mediante lançamento. Ou como ensina Ruy Barbosa Nogueira “são as receitas derivadas que o Estado recolhe do patrimônio dos indivíduos, baseado no seu poder fiscal (poder de tributar, às vezes consorciado com o poder de regular), mas disciplinado por normas de direito público que constituem o Direito Tributário.”
Os tributos, segundo a classificação pentapartida, subdividem-se em:
Imposto é o tributo exigível independentemente de qualquer atividade Estatal (contraprestação) específica relativa ao contribuinte e apresentauma destinação indeterminada.
a) Impostos da União: Imposto de Renda (IR), Imposto de Exportação (IE), Imposto de Importação (II), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Operação de Crédito (IOF) e Imposto sobre Territorial Rural (ITR), Imposto Extraordinário de Guerra (IEG) e os Impostos Residuais.
b) Impostos dos Estados: Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
c) Impostos dos Municípios: Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU), Imposto sobre a transmissão de bens imóveis (ITBI) e Imposto sobre Serviços (ISS).
Taxa é um tributo imediatamente vinculado à atividade estatal prestada ao sujeito passivo (cidadão). São, pois, tributos vinculados à uma contraprestação. Trata-se de tributo federal, estadual ou municipal.
a) Taxa de polícia (fiscalização) – será exigida em virtude de atos de fiscalização (polícia) realizados pela Administração Pública. Exemplo: taxa alvará, fiscalização ambiental etc.
b) Taxa de serviço – será cobrada em razão de prestação estatal de serviços públicos específicos e divisíveis. Exemplo: taxa de coleta do lixo, taxa de água etc.
Contribuição de melhoria é o tributo exigível em decorrência de obra pública que valorizou o imóvel de particulares. Com isso, evita-se o enriquecimento ilícito do particular que teve seu imóvel valorizado por obra custeada pela coletividade. Trata-se de tributo federal, estadual ou municipal.
Empréstimo compulsório – para Amílcar Falcão “é a prestação em dinheiro que o Estado ou outra entidade pública de direito interno coativamente exige, nos termos da Lei, para custeio de suas próprias atividades, daqueles que possuam determinada capacidade contributiva denotada por fatos geradores legalmente previstos, condicionando-se o seu pagamento à promessa de ulterior restituição em prazo certo ou indeterminado (amortizável ou perpétuo) e, eventualmente de fluência de juros.”
Contribuições - segundo Eduardo Sabbag “são tributos destinados ao financiamento de gastos específicos, sobrevindo no contexto de intervenção do Estado no campo social e econômico, sempre no cumprimento dos ditames da política de governo.” Dividem-se em contribuições sociais, contribuições de intervenção no domínio econômico e contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas.
Princípios do direito tributário
Como mencionado acima, o ordenamento jurídico é uno. Assim, todos os princípios constitucionais genéricos se aplicam ao direito tributário. Como segurança jurídica, legalidade, igualdade, contraditório e ampla defesa.
Não obstante, a Constituição Federal, ao definir as “Limitações ao Poder de Tributar”, em seu art. 150 e seguintes, definiu uma série de princípios que norteiam o direito tributário. Dentre eles, cumpre destacar: 
· Legalidade (art. 150, I);
· Isonomia (art. 150, II); 
· Irretroatividade tributária (art. 150, III, a); 
· Anterioridade de exercício (art. 150, III, b) e nonagesimal (art. 150, III, c); 
· Vedação ao confisco (art. 150, IV); 
· Capacidade contributiva (art. 145, § 1º).
Abaixo uma breve definição sobre cada um deles. Confira! 
Princípio da Legalidade
Também chamado de princípio da legalidade estrita tributária, determina que não se pode instituir ou majorar tributos sem lei em sentido estrito. Isto é, lei ordinária ou complementar, a depender do tributo, editadas pelo ente competente para tanto. 
É assim que nenhum tributo pode ter sua alíquota majorada por meio de decretos, portarias, instrução normativa ou qualquer outro instrumento normativo inferior à própria lei ordinária. Exceto exceções, como ocorre com a alíquota do Imposto de Importação, por exemplo.
Pela mesma razão, uma taxa, ainda que valor ínfimo, não pode ser criada (instituída) por meio de Decreto do Executivo.
Princípio da Isonomia
A isonomia é um reforço ao já conhecido princípio da igualdade insculpido no caput do art. 5º da Constituição Federal. 
Por meio deste princípio, se busca a igualdade material – e não aquela meramente formal. Isto é, sempre quando possível, contribuintes em situações idênticas devem possuir o mesmo tratamento. Enquanto aqueles em situações díspares devem ser tratados de forma distinta.
Irretroatividade Tributária
É decorrente do princípio da legalidade e da segurança jurídica. Tem como fim vedar a cobrança de tributos sobre fatos geradores ocorridos antes do início de vigência da lei que os houver instituído ou aumentado.
Anterioridade de Exercício e Nonagésimal
Apesar de comumente nos referirmos à anterioridade como princípio, trata-se, a rigor, de verdadeira regra. Isso porque não admite ponderação, como ocorre com os demais princípios. Aplica-se, ou não, dependendo do comando constitucional.
No caso da anterioridade de exercício, a regra constitucional dita de que um tributo instituído ou majorado em um exercício somente poderá ser assim exigido ou cobrado no primeiro dia do exercício seguinte. Salvo exceções previstas na própria constituição.
A anterioridade nonagésimal exige que a lei que institui ou majora tributos deve respeitar ao menos o prazo de 90 dias para entrar em vigência. Geralmente é aplicada concomitantemente à de exercício.
Desse modo, a lei que majora ou institui um tributo somente passará a exarar seus efeitos no primeiro dia do exercício seguinte ou 90 dias após sua promulgação, o que ocorrer por último. Isso salvo exceções, como ocorre com os Impostos de Importação e Exportação.
Vedação ao Confisco
É uma verdadeira orientação ao legislador infraconstitucional. Impede que quaisquer ímpetos arrecadatórios acabem por extrair do contribuinte não uma parcela de manifestação de riqueza, mas a própria riqueza em si.
Assim, a edição de uma lei que, por exemplo, cobre, a título de IPTU, 20% sobre o valor do imóvel, não está explorando a capacidade de contribuir do indivíduo, mas confiscando seu patrimônio em um curto período de tempo.
Capacidade Contributiva
É o princípio norteador de toda a tributação, ainda que a constituição se refira unicamente aos impostos. 
Por meio desse princípio, sempre que possível, devem ser cobrados impostos (ou tributos) considerando as características pessoais de cada contribuinte. Além disso, os tributos devem ser graduados de acordo com a capacidade econômica desses indivíduos.
FONTE DO DIREITO TRIBUTÁRIO: é a forma como o direito se expressa. Os mecanismos que o Direito dispõe para disciplinar determinados comportamentos. As fontes do Dir. Tributário são os veículos introdutórios de normas.
As fontes do Direito Tributário são de onde emanam as normas que regerão este ramo do direito como um todo. Podem ser divididas em fontes primárias e secundárias. São fontes primárias a Constituição Federal, as emendas à Constituição, Leis Complementares, Leis Ordinárias, Leis Delegadas, Medidas Provisórias, Decretos Legislativos e Resoluções. São fontes secundárias os Decretos e Regulamentos, Instruções Ministeriais, Circulares, Ordens de serviço e outros da mesma natureza e Normas complementares dispostas no artigo 100 do Código Tributário Nacional, a saber, Tratados e Convenções Internacionais.
A Constituição é a lei maior. É a reunião de todos os valores supremos de um Estado, instituída para regular a atuação governamental, as relações jurídicas existentes na sociedade, bem como proteger os indivíduos de abusos do poder público.
Para Alexandre de Moraes: Deve ser entendida como a lei fundamental e suprema de um Estado, que contém normas referentes à estruturação do Estado, à formação dos poderes públicos, forma de governo e aquisição do poder de governar, distribuição de competências, direitos, garantias e deveres dos cidadãos.
Em suma, na Constituição encontra-se a matriz de todas as competências, nela se demarcam os limites do poder de tributar e se estruturam os princípios, inclusive os de natureza especificamente tributária, que constituem as pilastras de sustentação de todo o sistema tributário.
A Constituiçãoé norma escrita que dá validade a todas as demais, pois, toda norma que contraria uma hierarquia superior é sempre inválida. A Constituição é a mais importante dentre as normas que compõem as fontes principais. Sendo assim, é importante conhecer o conteúdo e as regras existentes na Constituição, visto que nenhuma norma pode contrariá-la, sob pena de ser declarada inconstitucional.
Obs.: É importante frisar que a Constituição não cria tributo, apenas autoriza a sua criação.
Emendas Constitucionais
A Constituição pode ser modificada por emenda (art. 60 da CF). As emendas constitucionais uma vez observados o processo previsto para sua elaboração e promulgação, incorporam-se à Constituição, com igual hierarquia.
Emendar, na linguagem popular significa colocar, num tecido, por exemplo, um pedaço que lá não existia. Da mesma maneira ocorre com as emendas à Constituição, visto que inserem no texto constitucional, novas determinações, estando o legislador atuando como poder constituinte derivado.
Como norma em si, a emenda à Constituição é uma norma constitucional. Entretanto, dentro de ordem hierárquica, a emenda à Constituição só é inferior a ela no que se refere ao processo de criação e aprovação> Para tanto, deverá seguir, rigorosamente, as regras constitucionais, visto que pode alterar a própria Constituição.
Podem dar início a uma emenda um terço, no mínimo, dos membros de qualquer das Casas legislativas (Câmara ou Senado), o Presidente da República ou mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
A proposta de emenda constitucional será discutida e votada em cada uma das Casas legislativas e será considerada aprovada se obtiver voto favorável de pelo menos três quintos dos votos de seus parlamentares em dois turnos em cada Casa. Trata-se de limitação procedimental do processo de emenda.
O art. 60, § 4°, prevê matérias sobre as quais não admite modificação, trata-se das “cláusula pétreas”, que não será objeto de votação a emenda que queira extinguir: a forma federativa do Estado; o voto (direto, secreto, universal e periódico); a separação dos Poderes; os direitos e garantias individuais. Dizer que algum dispositivo constitucional é uma cláusula pétrea não significa que ele não poderá ser objeto de emenda constitucional. O que a Constituição proíbe é que seja objeto de deliberação uma proposta de ementa tendente a abolir essas cláusulas, o que não significa que possa existir uma emenda que implique em modificações que não levarão à extinção da cláusula.
Portanto, qualquer alteração legislativa que importe em mudança no sistema de normas constitucionais tributárias (por exemplo, a modificação da competência para instituir determinado tributo, ou a redefinição do perfil de certo tributo) depende de emenda constitucional.
Leis Complementares
As leis complementares são leis para as quais o constituinte reservou certas matérias, consideradas de maior importância. Essas leis exigirão, para que sejam aprovadas, os votos da maioria absoluta das respectivas Casas, entendida esta como mais da metade de todos os seus membros (maioria simples é mais da metade dos presentes). Caso uma lei complementar venha a regular uma matéria que não seja reservada a esta espécie de norma, o ato normativo será formalmente complementar, mas materialmente ordinário. A consequência prática desse fenômeno é a de que a lei complementar terá, mesmo que em parte, status de lei ordinária, podendo ser derrogada ou ab-rogada por outra lei ordinária.
Uma lei complementar distingue-se de uma lei ordinária por duas razões, uma de natureza material, outra de natureza forma. Materialmente, uma lei complementar somente tem esse status se a lei que lhe é hierarquicamente superior a Constituição reserva-lhe, com exclusividade, determinada matéria. Em suma, atuação da lei complementar, materialmente, restringe-se às matérias expressamente a ela reservada.
Formalmente, uma lei é considerada complementar em razão do quórum qualificado exigido para o processo de sua formação.
A lei complementar tem a missão de definir tributo e suas espécies, respectivos fatos geradores, bases de cálculo, contribuintes e responsáveis. Também compete a ela dirimir conflitos entre os Estados e Municípios em matéria tributária. Determinados impostos, como aquele sobre grandes fortunas, os empréstimos compulsórios e os residuais, requerem para a sua instituição, igualmente, uma lei complementar.
As leis complementares prestam-se a dois tipos de atuações em matéria tributária, primeiro de complementar as disposições constitucionais, é o que ocorre quando lhes dá atribuição de dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a união, os Estados, o Distrito federal e os Municípios (art. 146, I da CF), explicitando, por exemplo, a demarcação da linha divisória da incidência do ISS (tributo municipal) e do ICMS (tributo estadual), ou a de regular as limitações do poder de tributar (art. 146, II da CF), desdobrando as exigências do princípio da legalidade, regulando as imunidades tributárias.
É também, função típica da lei complementar estabelecer normas gerais de direito tributário (art. 146, III da CF). Em rigor, a disciplina geral do sistema tributário já está na Constituição, o que faz a lei complementar é obedecido o quadro constitucional, aumentar o grau de detalhamento dos modelos de tributação criados pela constituição Federal. Ou seja, desenha o perfil dos tributos, prepara o plano que será utilizado pela lei ordinária.
Exemplo de normas gerais de Direito Tributário: Prescrição. A prescrição extingue o direito, pertencente ao credor, da ação de cobrança do crédito tributário(extinção da dívida), também pelo decurso do prazo de 5 anos, contado da data da sua constituição definitiva (artigo 174 do CTN).
 A contagem desse prazo prescricional se interrompe:
 —    pela citação pessoal feita ao devedor (até a LC 118/2005 – DOU 09.02.2005) – a partir de 09.06.2005 a prescrição se interrompe a partir de pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal;
—    pelo protesto judicial;
—    por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
—    por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo devedor.
 A interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos demais (artigo 125, inciso III do CTN).
 É importante observar que, enquanto a prescrição refere-se à perda da ação de cobrança do crédito lançado, a decadência é a perda do direito de lançar, ou seja, de constituir o crédito tributário.
 A decadência extingue o direito; a prescrição tem por objeto a ação.
O prazo de decadência começa a correr desde o momento em que o direito nasce; a prescrição, desde o momento em que o direito é violado, ameaçado ou desrespeitado (porque nesse momento é que nasce a ação, contra a qual a prescrição se dirige).
Leis Ordinárias
Formalmente, a palavra lei, na linguagem jurídica, é ato normativo do parlamento, sancionado pelo Executivo ou promulgado pelo próprio Legislativo, na falta de sanção oportuna ou no caso de rejeição de veto.
A lei ordinária é, em regra, o veículo legislativo que cria o tributo, é o instrumento formal mediante o qual se exercita a competência tributária, obedecendo a Constituição e as normas infraconstitucionais, que disciplinam, limitam ou condicionam o exercício do poder de tributar.
Portanto, as leis ordinárias, são aquelas que tratam de todas as matérias possíveis, sem qualquer rito especial para sua aprovação, requer somente maioria simples, que significa mais da metade dos presentes.
São classificadas como leis nacionais ou leis federais. As leis nacionais são aquelas que, elaboradas pelo Congresso Nacional, disciplinam matérias que se aplicam a todo o território brasileiro, ou seja, têm forças gerais, alcançando todos os níveis da Federação.
São exemplos de leis nacionais as que tratam do sistema tributário, arrecadaçãoe distribuição de rendas (art. 48, I, da CF), as que dispõem sobre telecomunicações e radiodifusão (art. 48, XII, da CF), dentre outras.
As leis federais são as que regulam matérias que só aproveitam à União, ou seja, não se aplicam aos Estados, aos Municípios e à população de uma forma ampla. Como leis federais, podemos citar as leis orçamentárias (art. 48, II, da CF), a que fixa ou modifica o efetivo das Forças Armadas (art. 48, III, da CF) e a lei que fixa o subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal (art. 48, XV, da CF).
É a lei ordinária que implementa, em regra, o princípio da legalidade tributária.
Tratados e Convenções Internacionais
Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, (art. 98 do Código Tributário Nacional-CTN). Entretanto, o legislador se equivocara ao fazer uso da expressão “revoga”. Na verdade, não se trata de revogação e sim de ineficácia.
Essa disposição legal coloca a citada fonte em condições de hierárquicas acima de lei complementar, como exemplo, havendo uma convenção entre Brasil e Marrocos estabelecendo a não incidência do Imposto de Importação sobre determinadas operações, havendo lei dispondo em contrário, será essa tornada ineficaz, vindo a ser promulgada lei que estabeleça o contrário, será invalida, em face dos termos do Tratado Internacional.
Sendo assim, didaticamente, o tratado está colocado em primeiro lugar na hierarquia, pela regra relativa ao concurso de normas (especial e geral).
O problema da eficácia dos tratados em face da lei tributária interna não é em princípio, diferente daquele que se discute noutros setores do direito. A questão é a mesma, qual seja, a de saber se ele pode ou não ser revogado por lei interna superveniente.
Os tratados internacionais têm uma grande atuação no campo dos tributos, ao estabelecerem mecanismos que evitam a dupla tributação internacional de rendimentos e reduzem ou excluem ônus tributários no comércio internacional.
O problema haverá se a norma legal interna conflitar com o preceito anteriormente estabelecido no tratado, de tal forma que seja impossível o convívio de ambos.
Medidas Provisórias
A Constituição de 1988 em seu art. 62 introduziu a medida provisória que veio substituir o decreto-lei. O decreto-lei apresentava o inconveniente de o Presidente da República deter o poder de legislar sozinho, para o período durante o qual o texto pendia de apreciação pelo Congresso, pois a eventual desaprovação do Congresso não eliminava os efeitos produzidos pelo decreto-lei durante o referido período, pois simplesmente não se sabe, durante o período em que o Congresso discute a medida, qual a lei está em vigor.
“Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
(...)
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.”
Analisando por partes o próprio art. 62, caput, CF, afirma que a medida provisória possui “FORÇA DE LEI”, assim a MP não é uma Lei propriamente dita, uma vez que está inicialmente sujeita à conversão em lei. Além do mais, o art. 59 da Constituição Federal estabelece “lei” e “medida provisória” como espécies normativas distintas.
Apesar da corrente doutrinária majoritária não admitir, segundo a literalidade da Constituição Federal e posicionamento favorável do STF, a Medida Provisória é ato normativo precário idôneo de instituição e majoração de imposto, ressalvados aqueles que se ligam à lei complementar (Imposto sobre Grandes Fortunas; Empréstimos Compulsórios; Impostos Residuais; Contribuições Social- Previdenciárias residuais).
As medidas provisórias permanecerão em vigor até que sobrevenha lei que as revogue. Ao contrário dos decretos-leis da Constituição anterior, não têm um rol definido e restrito de matérias, podendo atuar em campos variados.
Têm a mesma hierarquia de uma lei ordinária, ou seja, têm força de lei ordinária, não lhes competindo matérias que reclamem outros tipos normativos.
A doutrina discutiu se as medidas provisórias teriam cabimento em matéria tributária, especialmente, no que diz respeito à criação ou aumento de tributo.
Para alguns autores, como Paulo de Barros Carvalho, Ives Gandra da Silva Martins, Jose Eduardo Soares de Melo, a Constituição deveria afastá-las do campo do direito tributário.
Já Hugo de Brito Machado, Celso Ribeiro Bastos, Sacha Calmon Navarro Coelho, só admitiram as medidas provisórias em matéria tributária para a criação de impostos extraordinários (de guerra) e empréstimos compulsórios de calamidade pública.
Portanto, as medidas provisórias têm sido utilizadas em matérias tributárias reservadas às leis ordinárias, com a aprovação do Congresso e dos Tribunais.
Resoluções, Decretos Legislativos e Regulamentares. Em matéria tributária, as resoluções do Senado têm importante significado.
Há determinadas matérias que a Constituição reserva à competência exclusiva do Congresso Nacional ou de suas casas. Trata-se de matérias cuja disciplina é firmada pelo Legislativo, sem a sanção do Executivo. São as resoluções e os decretos legislativos.
Via de regra, as leis que se destinam à aplicação pelos agentes da administração pública costumam ser explicitadas por regulamentos, baixados pelo Chefe do Poder Executivo, os quais se prestam a orientar os funcionários administrativos na aplicação da lei. Age o Presidente da República no uso da competência prevista no art. 84, IV da CF, que lhe atribui o poder de editar decretos para a fiel execução das leis.
O art. 99 do CTN, ao dizer que seu conteúdo e alcance restringem-se aos das leis em função das quais sejam expedidos.
Enfim, os decretos legislativos, na verdade, são “leis” que não precisam de sanção do Presidente. Serão sempre utilizados quando se tratar de questões referentes às competências exclusivas das Casas legislativas, tendo sempre uma força normativa para toda a sociedade (externa). Elaborados pelo Congresso Nacional, com tramitação por ambas as Casas (de forma bicameral) e aprovados por maioria relativa.
As resoluções, por sua vez, são atos, via de regra, de caráter interno, que visam regular o bom funcionamento das atividades legislativas, regulando, portanto, as competências privativas das Casas. São elaboradas pelo Congresso Nacional ou por cada Casa legislativa de forma isolada, sempre por maioria relativa.
Medida provisória: tem que respeitar dois requisitos: 1°: a medida provisória não pode tratar de assunto que exige de Lei Complementar, pois a Medida provisória equivale a Lei Ordinária. 2°: atender exatamente ao que diz o parágrafo 2° do art. 62 da CF/88.
28/08/2020
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
I - importação de produtos estrangeiros;
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
III - renda e proventos de qualquer natureza;
IV - produtos industrializados;
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
VI - propriedade territorial rural;
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.
O § 1º do art. 153 é claro quando assevera que “é facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I (imposto de importação), II (exportação), IV (IPI) e V (IOF)” (adaptações nossas).
Somente a União de acordo com o texto constitucional pode aumentar determinados impostos por meio de decreto. Por aumentar impostos, leia-se aumentar as suas alíquotas, não podendo a União por meio de decreto modificar a base de cálculo.
Não pode a União e nem outros entes federados criar tributos por meio de decreto conforme propõe as alternativas, sob pena de afronta ao princípio da legalidade previsto no art. 150, I da ConstituiçãoFederal, verbis:
“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça”.
O Decreto pode tratar de tributos? Nenhum dos entes federativos podem criar/instituir tributo por meio de decreto. Somente a União pode majorar alíquotas de alguns impostos por meio desse veículo legislativo, não podendo os estados se comportarem do mesmo modo, sob pena do decreto ser considerado inconstitucional.
A União não pode criar tributo por meio de decreto, mas pode alterar as alíquotas dos impostos previstos do § 1º do art. 153 da Constituição Federal, quais sejam: imposto de importação, exportação, produtos industrializados e operações financeiras.
Os estados não podem aumentar tributos por meio de decreto, somente a União tem essa faculdade (Art. 153, § 1º).
Art. 113(Código Tributário Brasileiro). A obrigação tributária é principal ou acessória.
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária.
A doutrina é pacífica ao afirmar que a obrigação tributária nasce com a ocorrência do Fato Gerador. Assim, para explicar Fato Gerador, não podemos nos desviar a abordar a Hipótese de Incidência Tributária.
Hipótese de incidência é a descrição prevista em normal legal, teoricamente(abstrato), de uma situação de fato, situação esta que, se vier a se concretizar, acarretará o nascimento da relação jurídico-tributária impositiva. Distingue-se do fato gerador(fato imponível) porque a hipótese de incidência é uma simples descrição, uma situação abstrata que não existe no mundo dos fatos.
O fato gerador é a concretização da hipótese, ou seja, do que está descrito na lei. Ao praticar o fato gerador, o contribuinte traz para o mundo dos fatos aquela situação abstrata(teórica). Tal distinção se demonstra meramente acadêmica, porque o CTN usa a expressão fato gerador tanto para referir o fato imponível como para fazer referência à hipótese de incidência.
Assim, se um indivíduo não é proprietário de um automóvel, não há Fato Gerador de IPVA, mas uma mera Hipótese de Incidência. Dessa forma, não há que se falar em obrigação tributária. Não há a exigência tributária.
A obrigação tributária, ao contrário da obrigação civil, independe da vontade das partes, ela decorre da lei. Em outras palavras, pode-se dizer que a obrigação tributária é ex lege(está sendo realizado dentro da lei) e não ex voluntatis como no direito civil. FATO GERADOR: nascimento da obrigação jurídica de pagar um tributo determinado
Não são as partes que decidem se pagarão ou não os tributos, da mesma forma que não está no âmbito da discricionariedade administrativa a forma da cobrança do tributo. A obrigação decorre da lei. 
Portanto, assim como no Direito Civil, a obrigação tributária pode ser classificada de duas formas: obrigação principal e obrigação tributária acessória.
Obrigação tributária principal: consiste na obrigação de dar coisa ao fisco. Obrigação acessória: consiste na obrigação de fazer ou não fazer. Ou seja, o sujeito passivo(indivíduo) tem o dever de pagar(obrigação principal), fazer, não fazer ou tolerar(obrigação acessória) o que estabelece a legislação tributária(art. 113, §§ 1° e 2° do CTN).
Ao contrário do que dispõe o Direito Civil, no Direito Tributário a obrigação acessória não acompanha a obrigação principal. O art. 113, §3° do CTN dispõe que a obrigação tributária acessória se transforma em principal no que diz respeito ao débito de valor quando descumprida a obrigação de fazer, não fazer ou tolerar.
Tal situação fica clara com o seguinte exemplo: Caio é um sujeito passivo do imposto de renda, pois se enquadra nas regras de incidência daquele tributo. Todavia, se nega a apresentar à Receita Federal do Brasil, a respectiva declaração de ajuste, obrigação tributária acessória de fazer. Pelo descumprimento de tal obrigação, Caio é multado. Tal sanção deixa de ser uma obrigação de fazer e passa a ser uma obrigação de dar dinheiro ao Fisco Federal, transformando-se a obrigação acessória em principal.
No tocante(referente) ao instrumento formal de sua instituição. Na obrigação principal, o instrumento será sempre a lei; já na acessória, admite-se o uso de outros veículos normativos, pois o CTN utiliza a expressão “legislação tributária” (§ 2°do art. 113 e C/C art. 115), que compreende, além da lei, diversos outros instrumentos, como já visto, dentre eles os atos normativos e os convênios.
Por fim, somente a obrigação tributária principal tem caráter patrimonial. A obrigação acessória não apresenta tal características, eis que não está presente nela a responsabilidade do patrimônio do sujeito passivo pelo seu inadimplemento. Na verdade, quando a obrigação tributária acessória vier a afetar o patrimônio do devedor-caso de multa por inadimplemento de dever de fazer, não fazer ou tolerar-, já será caso de obrigação principal, como prescreve (§ 3° do art. 113 do CTN.
Resolução nº 09, de 1992 – Senado Federal
O ITCMD é um dos três impostos previstos na competência tributária estadual, conferida pela CF/88. Os demais são o ICMS e o IPVA, todos cobrados na disciplina Legislação tributária estadual, nos concursos para o Fisco Estadual e distrital. Conhecê-los bem é de fundamental importância na sua aprovação!
Conforme preceitua o inciso IV do §1º do artigo 155 da CF/88, ao estabelecerem as alíquotas(percentual) do ITCMD em suas legislações internas, os Estados e o Distrito Federal devem observar o valor máximo fixado pelo Senado Federal.
Diferentemente do IPVA, o mandamus constitucional impositivo referente às alíquotas máximas do ITCMD foi cumprido com a edição da Resolução nº 09 do Senado Federal, em 05 de maio de 1991.
O texto integral da Resolução é o seguinte: “Art. 1° A alíquota máxima do imposto de que trata a alínea a, inciso I, do art. 155 da Constituição Federal será de oito por cento, a partir de 1° de janeiro de 1992.
Art. 2° As alíquotas dos impostos, fixadas em lei estadual, poderão ser progressivas em função do quinhão que cada herdeiro efetivamente receber, nos termos da Constituição Federal.
Art. 3° Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 4° Revogam-se as disposições em contrário.” (Grifos nosso)Conforme determina a CF/88, o artigo 1º da Resolução fixou o valor da alíquota máxima do imposto a ser observada pelos Estados e pelo Distrito Federal quando da criação de suas legislações relativas ao ITCMD: 8%. Assim, nenhum Estado, por óbvio, deverá fixar alíquotas para o ITCMD maior que 8%.
Cada nova alteração de alíquota do ITCMD necessariamente tem que ser feita por meio de lei específica do Ente competente para instituir o imposto, repito mais uma vez! A interpretação decorre de decisão exarada pelo próprio Tribunal Superior.
Assim, não é admissível o atrelamento genérico em lei estadual ao que é previsto em Resolução do Senado, alterando-se a alíquota estadual toda vez que o Ente Legislativo Federal alterar a alíquota prevista em sua Resolução. Somente por lei específica estadual poderá ser alterado esse atributo do imposto
Art. 39. “A alíquota do imposto não excederá os limites fixados em resolução do Senado Federal, que distinguirá, para efeito de aplicação de alíquota mais baixa, as transmissões que atendam à política nacional de habitação.”
Esse artigo, porém, refere-se ao Imposto sobre a transmissão de bens imóveis e de direitos a eles relativos, que, em parte, abrange o campo de incidência do atual ITCMD
No artigo 2º da Resolução nº 09, o Senado Federal estipulou mais uma regra relativaao imposto. Estabeleceu que as alíquotas fixadas pelos Estados para o ITCMD podem ser progressivas em função do quinhão que cada herdeiro efetivamente receber, nos termos da CF/88. Entretanto, sempre obedecido o teto de 8%.
O imposto sobre propriedade de veículos automotores (IPVA), de competência dos Estados e do Distrito Federal, terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal (art. 155, § 6º, I);
Alíquotas interestaduais do ICMS(IV do §2º do artigo 155 da CF/88): É importante lembrar que se trata da alíquota geral, mas que pode ser diferente conforme o produto ou serviço. Além disso, cabe observar que a aplicação da alíquota de ICMS interestadual para produtos importados é de 4% (de acordo com Resolução Federal no. 13/2012).
Como as alíquotas variam de Estado para Estado e como a legislação sempre avança, é recomendável que você sempre faça uma consulta no portal do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) para conferir e validar a alíquota em vigência. No site da Confaz também é possível revisar o ICMS de cada tipo de mercadoria.
Cálculo exemplo
Imaginemos que uma empresa do Estado de São Paulo que revende uma mercadoria no valor de R$ 100,00 para um destino no Estado do Rio de Janeiro, a sua alíquota será de 12%. Portanto, o valor a ser pago do ICMS é de R$ 12,00. Abaixo, uma demonstração do processo de cálculo do ICMS sobre a venda:
 Valor da Mercadoria: R$ 100,00
Alíquota: 12%
Valor do ICMS (Val da Mercadoria x Alíquota / 100)= R$ 12,00
Contudo, o sistema de crédito, também deve ser considerado no cálculo do ICMS, pois permite que seja compensado o valor pago do ICMS na compra da mercadoria para revenda. 
Atualmente, quanto à função das resoluções no ICMS, a Constituição de 1988, no seu artigo 155, parágrafo 2º, assim prescreve:
“IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou de um terço dos Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de exportação;
V - é facultado ao Senado Federal:
a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução de iniciativa de um terço e aprovada pela maioria absoluta de seus membros;
b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito específico que envolva interesse de Estados, mediante resolução de iniciativa da maioria absoluta e aprovada por dois terços de seus membros;”
TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS (04/09/2020)
Os tratados internacionais estão englobados, nos termos do CTN, na expressão legislação tributária. Os tratados internacionais, no direito tributário, têm um campo de aplicação praticamente restrito aos acordos que tentam evitar a bi-tributação, ou visam estabelecer estímulos para operações econômicas bilaterais.
Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, (art. 98 do Código Tributário Nacional-CTN). Entretanto, o legislador se equivocara ao fazer uso da expressão “revoga”. Na verdade, não se trata de revogação e sim de ineficácia.
A bitributação é um evento do direito tributário onde o mesmo fato gerador é tributado duas vezes por dois entes diferentes. Ou seja, ela acontece quando o imposto é cobrado do contribuinte duplamente, de forma injusta, por entidades distintas. Como cada ente federativo tem responsabilidades separadas, a bitributação só ocorre mediante um conflito na aplicação desses tributos. Logo, se existe uma cobrança dupla, isso significa que um deles está invadindo a competência tributária do outro.
Bitributação: duas pessoas cobrarem o mesmo tributo do mesmo sujeito passivo, referente ao mesmo fato gerador. Ex: Um prestador de serviço estabelecido em São Paulo, presta serviços em Campinas e é cobrado de ISS pelos dois Municípios.
A bitributação pode ocorrer, por exemplo, quando existe uma indefinição sobre à localização de um imóvel.  Se não existir uma determinação clara se a propriedade está na área urbana ou rural, o dono do imóvel pode ser tributado duas vezes. 
Ou seja, se a União considera que o imóvel é rural, será cobrado o Imposto Territorial Rural (ITR), que tem caráter federal. Mas se o município avaliar que o imóvel fica na sua área urbana, pode haver a cobrança do Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) sobre o mesmo.
FATO GERADOR: Fato gerador é a situação, descrita em lei, suficiente e necessária para o nascimento da obrigação tributária. Em outras palavras, o fato gerador é o fato, a situação que deve ocorrer para permitir a incidência da norma tributária.
 
Exemplos de fatos geradores: o auferir renda no imposto de renda, o prestar serviço no
ISS, o ser proprietário de imóvel no IPTU, o utilizar serviço público na taxa, o auferir faturamento na COFINS, entre outros.
 
O fato gerador do direito tributário e o fato típico do direito penal: esta comparação pode ser feita, pois nos dois ramos do direito vige o princípio da estrita legalidade. Assim como somente poderemos falar na caracterização de um homicídio se houver de um fato específico (alguém matar alguém), somente poderemos falar em obrigação tributária se ocorrer um fato específico (alguém pratica o fato gerador). O fato gerador é o fato típico do direito tributário.
1. Fato gerador do IPI: produção e venda de produtos industrializados pela unidade produtora Base legal: art. 46 da Lei n. 5.172/66;
2. Fato gerador do IPTU: existência de propriedade predial e/ou territorial em área urbana. Base legal: art. 32 da Lei n. 5172/66;
3. Fato gerador do ICMS: operações relativas à circulação de mercadorias e prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de Comunicação. Base legal: art. 12º da Lei complementar n. 87/96;
4. Fato gerador do ISS: prestação de serviços de qualquer natureza. Base legal: art. 1º. Da Lei complementar n. 116/2003;
5. Fato gerador do IE: exportação de bens, produtos e serviços.
CONVÊNIOS(ACORDOS) ENTRE ESTADOS:
Nos termos do artigo 100, inciso IV, do Código Tributário Nacional (CTN), os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, são normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos.
Uma vez firmado um Convênio entre 2 ou mais Estados ou DF, o mesmo deverá ser, ratificado (ou não) pelas respectivas Assembleias Estaduais.
Só após aprovados legislativamente, os convênios passam a ter eficácia, pois é o Poder Legislativo de cada Estado e do Distrito Federal que, ratificando o Convênio, o estabelecem como válido naquele Estado ou DF.
É de responsabilidade do CONFAZ - Conselho Nacional de Política Fazendária - promover a celebração de convênios, para efeito de concessão ou revogação de isenções, incentivos e benefícios fiscais do imposto.
O Conselho é constituído por representante de cada Estado e Distrito Federal e um representante do Governo Federal.
O Conselho pode, em assunto técnico, delegar, expressamente, competência à Comissão Técnica Permanente do ICMS - COTEPE/ICMS para decidir, exceto sobre deliberação para concessão e revogação de isenções, incentivos e benefícios fiscais.
As normas para publicação e ratificação dos convênios ICMS estão estipuladas no Regulamento do CONFAZ - Convênio ICMS 133/1997, o qual estabelece, entre outros normativos:
-Os Convênios e Ajustes SINIEF serão publicados no Diário Oficial da União em até dez dias da data da reunião em que foram celebrados.
- Dentro do prazo de quinze dias, contados da publicação do convênio e independentemente de qualquer outra comunicação, o Poder Executivo de cada Estado e do Distrito Federal publicará Decreto ratificando ou não os convênios celebrados.
- Considera-se ratificação tácita a falta de manifestação no prazo assinalado.
CONCEITO DE COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA (04/09/2020)
Competência Tributária:
Quem tem competência tributária, necessariamente tem capacidade tributária. O contrário já não é verdade. A competência tributária não se delega(é indelegável), apenas a capacidade tributária. 
Capacidade tributáriaativa: pode administrar, cobrar, arrecadar, fiscalizar e exigir tributos. Só não pode criar tributo. 
Competência tributária é uma parcela do poder de tributar. Nada mais é que a possibilidade 
dos entes criarem tributos. Num sentido completo e técnico, competência tributária é a aptidão legislativa dos entes tributantes para instituírem tributos, definidos e atribuídos pela Constituição Federal.
 
Competência tributária é uma matéria de trato exclusivo pelo texto constitucional. A aptidão de legislar, de criar tributos, é dada, apenas e somente, pela Constituição Federal, aos entes tributantes (União, Estados, DF e Municípios).
 
Cada ente, para exercitar sua competência tributária, precisa editar lei própria. Assim, a
União, para exercitar a competência, precisa editar uma lei federal, para instituir tributo federal. Os Estados e Distrito Federal, lei estadual, para instituírem tributo estadual. Os municípios, lei municipal, para instituírem tributo municipal.
 
Vale dizer que a CF, no Brasil, não cria tributo algum. A CF limita-se a dar aptidão e a atribuir competência, estabelecendo os tributos possíveis de serem criados, assim como os entes aptos a criar cada tributo. Sua criação efetiva será realizada pela lei do ente competente.
 
Nesse primeiro momento, no texto constitucional, tem-se apenas a definição da competência. O exercício da competência se dá na esfera infra-constitucional. A competência é definida no texto constitucional, mas é exercida pelo texto infraconstitucional (por meio de lei do ente competente). Os entes exercitam essa competência para a criação de fontes de custeio de suas atividades (garantindo, com isso, sua autonomia financeira), sempre nos estritos e limitados termos definidos na CF.
Quem tem competência pode criar tributos. É parte do poder de tributar.
 Ela é constitucional, ou seja, quem diz quem é que pode criar impostos é a constituição(arts. 153 a 156, CF/88).
CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVA
O conceito de competência tributária não se confunde com o conceito de capacidade tributária ativa. Competência é a aptidão, a possibilidade jurídica de editar uma lei, instituindo
um tributo. Após a instituição do tributo, no caso de ocorrência do fato gerador, nasce a obrigação tributária, posteriormente formalizada pelo lançamento tributário, dando ensejo ao nascimento do crédito tributário. Não cumprida, voluntariamente, a obrigação, deve o ente
tomar as medidas coercitivas necessárias para receber tal crédito, ajuizando a competente execução fiscal.
 
Capacidade tributária ativa é a aptidão para cobrar o tributo. Mais que isso, cobrar, arrecadar e fiscalizar o tributo. É a aptidão de ser credor na relação jurídica tributária, para figurar no pólo ativo da relação. Perceba-se a diferença: enquanto a competência significa INSTITUIR o tributo, capacidade tributária ativa significa COBRAR o tributo.
Competência Tributária: quem tem competência tributária, necessariamente tem capacidade tributária. O contrário já não é verdade. A competência tributária não se delega (é indelegável), apenas a capacidade tributária. Capacidade tributária ativa: pode administrar, cobrar, arrecadar, fiscalizar e exigir tributos. Só não pode criar tributo. 
Titulares da Competência Tributária
As pessoas políticas de direito público interno gozam de uma tríplice autonomia, identificada no campo político, administrativo e financeiro. Como forma de garantir a chamada autonomia financeira, o legislador constituinte estabelece, a cada ente, fontes de custeio próprias, ou seja, garante a cada um deles uma parcela própria da competência.
 
Porém, essa autonomia financeira é complementada por intermédio do chamado critério da divisão dos recursos tributários, ou também chamada critério da solidariedade. Isso significa que alguns tributos, nos termos da Constituição Federal, são instituídos e cobrados por um determinado ente, mas os valores arrecadados devem ser partilhados entre os entes. Essas regras constam dos artigos 157 até 162 da Constituição Federal.
Somente os Entes Federativos (Pessoas Políticas) - pessoas jurídicas de direito público com Poder Legislativo – é que detém competência tributária.
Territórios (art. 147 CF/88): Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais. 
Comentário: Atualmente não existem territórios federais. Porém, se os territórios federais forem criados nos termos do artigo 18, parágrafo 2°, os impostos federais e os estaduais gerados no território federal caberão à União. No entanto, se o território federal não for divido em municípios, a União ainda vai obter os impostos municipais(competência cumulativa da União ao criar os territórios federai).
CARACTERÍSTICAS DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
A doutrina, de maneira quase unânime, estabelece algumas características da competência tributária.
 
a) Privatividade: Competência tributária é privativa, no sentido de exclusiva. A
Constituição Federal, ao fazer a divisão das competências, atribui alguns tributos para a União, alguns para os Estados e alguns para os Municípios. Ao fazer esta divisão, a Constituição a faz de maneira inflexível, de maneira definitiva, com exclusividade. Somente o ente que recebe a competência tributária pode exercê-la. A atribuição de competência para um dos entes implica na automática incompetência dos demais.
 
b) Indelegável: De certa forma, conseqüência da primeira. Significa a impossibilidade do ente competente autorizar outro a exercer sua competência. A competência atribuída pela CF somente pode ser exercitada pelo ente originariamente definido.
 
c) Inalterável: competência tributária é de trato exclusivo da Constituição. Já que somente a Constituição pode regular matéria de competência tributária, estabelecendo a distribuição de competência, não há de se falar na possibilidade da lei do ente competente alterar as regras de competência. Como é exclusiva e indelegável, então a lei do ente competente não pode tratar de competência. Portanto, nesse sentido ela é inalterável.
 
Atenção especial deve ser dirigida a esta característica. Competência tributária é inalterável ao se pensar em lei do ente competente, conforme explicação anterior. Mas, no Brasil, existe a possibilidade de alterar a fonte da competência. Existe a possibilidade, por meio do poder constituinte derivado, de edição de Emendas Constitucionais. Com isso, a competência tributária somente é inalterável pela lei do ente, mas não no sistema tributário como um todo, já que emendas constitucionais podem implementar tal alteração.
 
d) Incaducável: Por este atributo, se afastam os efeitos da decadência, ou seja, a perda de um direito por seu não exercício por determinado lapso. Em outras palavras, o não exercício da competência, por qualquer prazo, não implicará na sua perda. Podem se passar 20, 30, 50 anos. Mesmo que o ente tributante não exerça a competência, no momento em que achar conveniente, poderá exercê-la. Vale lembrar como exemplo de competência ainda não exercida, a previsão constitucional para a instituição de impostos sobre grandes fortunas (art. 153, VII da CF).
 
Importante que se diga que esta regra de incaducabilidade não significa a possibilidade de cobrar tributos incidentes sobre fatos geradores ocorridos anteriormente a sua edição, já que temos a incidência do princípio da irretroatividade, mas apenas a possibilidade de exercer o direito relacionado à competência tributária a qualquer momento (a edição de lei, instituindo o tributo).
 
e) Exercício facultativo: O ente tributante exerce a competência tributária somente se desejar, caso tenha interesse político nisso. Não há como obrigar o ente tributante a editar lei, criando tributo (basta lembrar do imposto sobre grandes fortunas).
 
É importante lembramos, neste momento, da Lei Complementar 101, de 2000, chamada Lei de Responsabilidade Fiscal. Este diploma estabelece uma sanção para os entes tributantes estaduaise municipais que deixam de instituir os tributos de sua competência (retenção de repasses de recursos para os entes tributantes que não exercitam sua competência na plenitude). Diante disso, apesar da discussão sobre a constitucionalidade ou não da medida, para fins de provas, vale a redação do dispositivo, impondo o dever de instituição de tributos para tais entes.
f) princípio da indelegabilidade: significa a faculdade legislativa de instituir tributos e sobre eles dispor, inaugurando a ordem jurídica, não pode ser delegada(Não pode ser transferida), devendo permanecer no corpo das prerrogativas constitucionais da pessoa que a recolher do Texto Superior.
CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Crédito tributário é a obrigação tributária formalizada pelo lançamento. É a obrigação tributária documentada, materializada em documento, em linguagem que o CTN e o Fisco podem conhecer.
 
Esta obrigação, portanto, deve ser documentada e formalizada, para dar ensejo ao nascimento do crédito tributário. Com isso, é preciso que exista um procedimento, um caminho a ser tomado para permitir tal materialização. Esse caminho é o famoso lançamento tributário.
 
O lançamento tributário é o procedimento definido em lei para proceder à formalização da obrigação, ou seja, para constituir o crédito tributário. Ocorrido o fato gerador nasce a obrigação. Nascida a obrigação, espera-se que ocorra um ato específico, o lançamento, para a formalização do crédito tributário.
 
Apesar de criticado por parte da doutrina, nos termos do CTN, existe uma relação cronológica a ser seguida. Ocorrido o fato gerador, nasce a obrigação tributária. Ocorrido o lançamento, nasce o crédito tributário. Crédito tributário é a obrigação tributária quantificada, documentada, por meio do lançamento tributário.
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO(150 e 152, CF)- 11/09/2020(sexta-feira)
Os princípios constitucionais tributários estão intimamente relacionados à necessidade de existir um limite para que a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal no exercício de suas atribuições, sigam de maneira correta as imposições legais necessárias ao funcionamento harmônico do Estado.
Com isso, é possível constatar que tais princípios constitucionais possuem como função precípua, a limitação do poder de tributar dos entes públicos, ou seja, estão diretamente ligados a ideia de uma competência tributária não absoluta, limitada sempre, às normas da Constituição Federal.
Estão diretamente relacionados com a competência tributária. Os princípios são conhecidos também como limitações do direito de tributar. Os princípios constitucionais impõem condições para que o Estado exercer sua competência tributária. São importantes para os contribuintes, pois são uma proteção contra uma possível abusos que o Estado pode provocar no exercício de sua competência tributária(reduz a possibilidade de o Estado cometer abusos em cima da cobrança de tributos). A Constituição vai impor alguns requisitos para o exercício dessa competência tributária.
De que forma esses princípios limitam o exercício da competência tributária de cada um dos Entes da Federação(Os Estados).
Regras X Princípios
A definição do que é regra e o que é princípio está no âmbito doutrinário, costuma-se dizer que as regras são mais concretas, devendo ser aplicadas em sua totalidade, seguindo a máxima “é tudo ou nada”, enquanto os princípios são mais abstratos, não sendo definidores rígidos de conduta.
Em um possível conflito entre regras, apenas uma deve ser aplicada, pois uma regra exclui a outra (é tudo ou nada, lembra?); já no conflito entre princípios, é comum diz quer que houve uma “colisão”, podendo ambos ser observados, o que costuma ocorrer no caso concreto é que um é aplicado com maior “força”, mas sem excluir totalmente o outro.
É bem verdade que parte da doutrina afirma que determinados princípios tributários comportam-se como regras, pois deixam pouca margem de ponderação, mas essa forma de pensar não é o mais habitual em provas de concurso.
Definição de Princípios Tributários
A necessidade de recursos por parte do Estado para realizar suas ações públicas é “ilimitada”, dessa forma, o legislador constituinte criou proteções aos contribuintes, chamadas de “Limitações ao Poder de Tributar”. Tais limitações se dividem em dois grupos:
· Princípios tributários
· Imunidades.
As imunidades são uma espécie de não tributação constitucionalmente qualificada (ex: Imunidade Reciproca), já os Princípios Constitucionais Tributários são “mandamentos” que servem de sustentação para o sistema tributário.
Rol dos Princípios Tributários na Constituição
Vejamos um rol dos Princípios Constitucionais Tributários:
· Princípio da legalidade (Art. 150 I)
· Princípio da isonomia (Art. 150 II)
· Princípio da capacidade contributiva (Art. 145 §1º)
· Princípio da vedação ao confisco (Art. 150 IV)
· Princípio da irretroatividade (Art. 150 III a)
· Princípio da anterioridade (Art. 150 III b e Art. 150 III c)
· Princípio da uniformidade geográfica (Art. 151 I)
· Princípio da liberdade de tráfego (Art. 150 V)
· Princípio da transparência (art. 150 §5º)
· Princípio da não cumulatividade (Art. 153 §3º II e Art. 155 §2º I)
· Princípio da seletividade (Art. 153 §3º I e Art. 155 §2º III)
Vale ressaltar que se trata de um rol não taxativo.
Principais Princípios no Direito Tributário
Alguém poderá dizer que “todos os Princípios Constitucionais Tributários são importantes”, e realmente é verdade, porém focaremos nossa atenção para aqueles que mais caem em prova.
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE, que veda expressamente à União Federal, aos Estados Membros – aqui inserido o Distrito Federal – e aos Municípios exigir ou aumentar tributos (e contribuições) sem lei que o estabeleça (1). É a garantia legal ofertada pela Carta Magna aos cidadãos deste País. A lei é à base deste princípio.
 Também existe no ordenamento jurídico uma legalidade mais específica, batizada de legalidade estrita considera como aquela responsável por certos requisitos específicos apresentados na lei de maneira taxativa. Prova disso é a redação do Artigo 97 do CTN.
Esse princípio tributário tem origem no princípio da legalidade geral que prevê que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei” (CF, Art. 5, II), logo em matéria tributária teremos:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
Desse princípio derivam informações importantes como os assuntos reservados à lei complementar (CF, Art. 146 e 146-A) e à lei ordinária (CTN, Art. 97).
Papel da Lei Complementar no Direito Tributário
Papel da Medida provisória no Direito Tributário
A utilização da MP pelo chefe do executivo no Direito Tributário é plenamente possível, desde que se respeitem os requisitos de relevância e urgência.
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
Além disso é válido lembrar que MP não pode versar sobre matérias reservadas à LC.
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:      
III – reservada a lei complementar; 
Ademais, a MP que implique instituição ou majoração(aumentar) de impostos, ressalvados o I.I, o I.E, o IPI, o IOF e os impostos extraordinários de guerra (IEG), só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada (CF, Art.62, §2º).
Esquematizando:
Impostos (em regra) -> Efeitos no exercício seguinte a conversão da MP em lei.
Demais tributos e impostos excepcionados -> Efeitos a partir da publicação da MP.
Exceções ao Princípio da Legalidade
Em Direito tributário, a base de cálculo é a grandeza econômica sobre a qual se aplica a alíquota para calcular a quantia a pagar. Por exemplo, na venda de imóveis, a base de cálculo do Imposto de Renda é a diferença entreo valor da venda e o valor declarado do imóvel na declaração anual de renda e patrimônio.
O princípio da legalidade não é absoluto, podemos encontrar diversas exceções, tais como:
· Alteração das alíquotas de impostos extrafiscais (CF Art. 153 § 1º): I.I; I.E, IPI, IOF
· Alteração das alíquotas da Cide combustível (CF Art. 177 § 4º):
· Estabelecimento de alíquotas do ICMS monofásico (CF Art. 155 § 4º)
· Estabelecimento de alíquotas no ICMS (CF Art. 155. V)
· Atualização monetária da base de cálculo (CTN Art. 97, §2º)
· Alteração do prazo de recolhimento (STF SV 50)
PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE(Art. 150, inciso “III”, alínea “a”, da CFB/1988): proíbe que os entes cobrem tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado. Portanto, determina a irretroatividade da lei tributária. Em outras palavras: a lei nova que institua ou aumente tributos somente é aplicada aos fatos geradores futuros.
Os casos descritos no art. 106 do CTN não constituem exceção a esse princípio, uma vez que não tratam de instituição ou aumento de tributo, mas trazem casos em que há a retroatividade da lei:
Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados;
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;
C) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.
O inciso I trata da lei expressamente interpretativa(pode retroagir), ou seja, aquela que não inova o ordenamento jurídico; ao contrário, se presta a esclarecer o conteúdo de outra, a exemplo do art. 3º do CTN que traz o conceito de tributo.
O inciso II cuida da lei tributária mais benéfica(pode retroagir caso seja para beneficiar o contribuinte, desde que fale de penalidade(afastar uma multa) e não houver o trânsito em julgado), determinando a retroatividade da lei quando ela deixar de definir um ato como infração (à semelhança da abolitio criminis do Direito Penal), quando deixar de considerar um ato como obrigação acessória, ou quando cominar penalidade menos severa.
Atenção! Diferentemente do Direito Penal, em Direito Tributário a retroatividade da lei não atinge o ato definitivamente julgado.
Art. 144, CTN: O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada.
É o princípio conhecido como tempus regit actum. Dessa forma, o tributo tem que ser apurado de acordo com a legislação vigente na data do fato gerador da obrigação tributária.
Com relação ao Direito Penal: em relação à penalidade, aplica-se aquela menos severa caso não haja coisa julgada conforme a regra prevista no art. 106 do CTN.
ANTERIORIDADE
Esse princípio tem por objetivo proteger os contribuintes de mudanças bruscas na tributação (instituição de novos tributos e majoração). A “anterioridade” pode ser dividida em dois princípios:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III – cobrar tributos:
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; -> Anterioridade anual (do exercício financeiro)
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b -> Anterioridade Nonagesimal (noventena)
Observe que o marco temporal é a publicação da lei, assim, por exemplo, se um município for instituir o ITBI, só poderá cobrá-lo no exercício seguinte, desde que também tenha passado 90 dias da publicação da lei que o instituiu.
Exceções ao princípio da Anterioridade
Toda boa regra (princípio, na realidade rs) tem suas exceções, vejamos de forma esquematizada:
ISONOMIA
O princípio da isonomia está relacionado ao dever de a autoridade competente tratar de forma isonômica os contribuintes.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
II – instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
Do referido princípio podemos compreender duas ‘acepções”, uma explícita (isonomia horizontal) e uma implícita (isonomia vertical)
1) Isonomia horizontal: Contribuintes em situação semelhante devem ser tratados de forma igual. 
2) Isonomia vertical: Contribuintes em situação diferente devem ser tratados de forma diferente.
Proíbe tratamento desigual aos contribuintes que se encontram em situação equivalente, assim como qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos. Visa coibir discriminação entre os cidadãos, sendo sagrada a sua observação e cumprimento por todos os brasileiros. Inegociável na prática democrática(Art. 150, inciso “II”, da CFB/1988).
PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE GEOGRÁFICA(Art. 151, Inciso “I”, da CFB/1988) – Com o propósito(fito) de promover a integralidade do território nacional, este princípio veda à União Federal instituir tributo que NÃO seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País. Iguala os estados, embora com diferentes dimensões econômicas ou territoriais, como SP = AP ou AM = SE.

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