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ANÁLISE DE FATORES CONTRIBUINTES PARA A OCORRÊNCIA DE CORROSÃO DE ARMADURAS

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ANÁLISE DE FATORES CONTRIBUINTES PARA A 
OCORRÊNCIA DE CORROSÃO DE ARMADURAS 
BARROS, Tácylla (1); BERENGUER, Romildo (2); GUIMARÃES, Neemias (3); 
LIMA, Natália (4); BARRETO, Lydia (5) 
(1) Mestranda em Engenharia Civil pela UNICAP, (81) 99635-6483, tacyllaceci@hotmail.com; (2) 
Graduando em Engenharia Civil pela UNICAP, templarios_pm@hotmail.com; (3) Graduando em 
Engenharia Civil pela UPE, neemiasasg@yahoo.com.br; (4) Graduada em Engenharia Civil pela UNICAP, 
nataliamvlima@hotmail.com; (5) Graduanda em Arquitetura pela UNICAP, lydia_barreto@hotmail.com. 
RESUMO 
A indústria da construção civil vem sofrendo importantes mudanças, principalmente no que se 
diz respeito ao campo das patologias das estruturas. Nos dias atuais, tem-se consciência que o 
concreto armado não é um elemento com vida útil eterna, diferentemente do que se acreditava 
há alguns anos. A corrosão de armaduras é uma manifestação patológica, bastante comum, 
que pode ser ocasionada pela carbonatação do concreto, ocorrendo devido a presença do 
dióxido de carbono existente na atmosfera, ou pela presença de íons de cloretos livres que 
atingem a estrutura pela incorporação de aditivos, água contaminada e outros, ou através de 
agentes externos. O presente trabalho tem o intuito de relatar as possíveis causas da corrosão 
de armaduras de alguns pilares, que compõem a estrutura do 14º Batalhão de Polícia Militar do 
Estado de Pernambuco, localizado no município de Serra Talhada. Para se concluir o objetivo 
desejado, foram realizados ensaios não destrutivos a fim de identificar se a origem do problema 
está relacionada ao projeto, materiais, execução, utilização ou agressividade do meio 
ambiente. Com todos os ensaios concluídos, foi possível observar que a causa da corrosão nos 
pilares edificação está ligada à carbonatação do concreto e que inúmeros fatores favoreceram 
o surgimento de tal manifestação. 
Palavras-chave: Corrosão. Concreto. Manifestação Patológica. Inspeção. Ensaios. 
ABSTRACT 
The construction industry is undergoing major changes, particularly as relates to the field of 
diseases of the structures. Nowadays, there is awareness that the concrete is not an element 
with eternal life, contrary to what was believed a few years ago. Reinforcement corrosion is a 
pathological manifestation, fairly common, that can be caused by concrete carbonation, 
occurring due to the presence of the carbon dioxide in the atmosphere, or the presence of free 
chloride ions that reach the structure by the incorporation of additives, polluted water and 
others, or by external agents.This study aims to report the possible causes of corrosion of 
reinforcement of some pillars that make up the structure of the14th Battalion of Military Police of 
the state of Pernambuco, located in the municipality of Serra Talhada. To complete the desired 
objective, nondestructive tests were carried out to identify if the source of the problem is related 
to the design, materials, execution, use or aggressiveness of the environment. With all 
completed trials, it was observed that the cause of corrosion in the pillars building is connected 
to the concrete carbonation and that several factors favored the emergence of such a 
demonstration. 
Keywords: Corrosion. Concrete. Pathological Demonstration. Inspection. Testing. 
SEMIPAR2016 - Recife, 22 de agosto de 2016 
 
1 INTRODUÇÃO 
A indústria da construção civil vem passando por importantes transformações, 
uma delas é no campo das patologias das estruturas. Nos dias atuais, sabe-se 
que o concreto armado não é um elemento com vida útil eterna, diferentemente 
do esperado há alguns anos. Isso se deve ao fato do concreto armado estar 
passivo ao ataque de agentes agressivos, geralmente transportados pelo meio 
ambiente, como também a sua qualidade, que pode estar relacionado à fase de 
concepção, materiais e controle na produção e execução do mesmo. 
A durabilidade das estruturas de concreto armado tem sido afetada, nas 
últimas décadas, por diversos processos de deterioração, principalmente da 
corrosão das armaduras. Desta forma, é de suma importância o conhecimento 
das causas que promovem essa corrosão, a fim de prolongar a vida útil da 
estrutura. 
Esse trabalho teve o objetivo de investigar as causas que deram origem a 
corrosão de armaduras, na estrutura de concreto armado, de alguns pilares do 
14º Batalhão de Polícia Militar, Coronel Manoel de Souza Ferraz, localizado no 
município de Serra Talhada – PE. 
Foram estabelecidos os fatores responsáveis por desencadear o fenômeno da 
corrosão, através de ensaios que podem caracterizar o elemento estrutural. 
Estes ensaios foram: espessura de cobrimento, profundidade de carbonatação, 
presença de íons de cloretos livres e ultrassom. 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
2.1 Corrosão de armaduras 
As armaduras de aço no concreto são protegidas duplamente da corrosão, 
através da proteção química e física. A primeira graças às condições de 
passividade, que se desenvolvem em contato com a solução alcalina contida 
nos poros da pasta de compostos do cimento e a segunda devido à espessura 
do cobrimento, que atua como uma barreira da armadura. 
Quando o aço corrói há um aumento de seu volume, gerando tensões de 
tração no concreto. Aparecem fissuras e dá-se o destacamento da camada de 
concreto que recobre as armaduras. A espessura da camada de cobrimento é 
o fator de extrema importância no processo de corrosão, quanto maior for a sua 
espessura, mais difícil será a penetração dos agentes agressivos. 
Segundo Poglialli (2009) apud Santos (2015), o processo de carbonatação se 
inicia superficialmente no concreto, onde uma frente de carbonatação é 
formada, separando duas zonas distintas de pH, uma com valores em torno de 
12 e a outra em torno de 8. Tal frente avança gradativamente para o interior do 
material e, quando atinge a armadura, desestabiliza o filme óxido passivante, 
promovendo a despassivação, o que propicia o início de um processo de 
corrosão generalizada. 
A corrosão generalizada pode ser visualizada, mediante um indicador 
apropriado, a fenolftaleína, que se torna incolor na zona carbonatada e com 
uma cor vermelho-carmim na região que permanece alcalina. 
Corrosão localizada é causada pela presença de íons de cloreto livres. Estes 
SEMIPAR2016 - Recife, 22 de agosto de 2016 
 
íons têm a propriedade de destruir de forma pontual a película passivante, 
provocando uma corrosão conhecida pelo nome de pite. 
Os cloretos podem estar no concreto, seja porque se adicionem com seus 
componentes, aditivos, águas, etc., ou porque penetram do meio exterior 
através da rede de poros do concreto. Esta última situação ocorre em 
ambientes marinhos ou quando se utilizam sais de degelo em estradas ou 
pontes, de climas frios (RIBEIRO e HELENE, 2014). 
2.2 Ensaios não destrutivos 
Os ensaios não destrutivos podem ser empregados para alguns fins, são eles: 
determinar as propriedades do concreto endurecido, localizar defeitos ou 
descontinuidade e avaliar as condições das estruturas de concreto. Estes 
ensaios não fornecem uma medida direta de uma propriedade mecânica do 
concreto, pois é necessário conhecer a correlação entre o resultado fornecido 
pelo ensaio e a propriedade a ser estimada. Na ausência desta correlação, 
podem fornecer somente uma indicação quanto à homogeneidade do material 
examinado, sem chegar a uma determinação quantitativa (RIBEIRO e 
HELENE, 2014). A seguir serão demonstrados alguns métodos utilizados para 
investigação do concreto. 
2.2.1 Profundidade de carbonatação 
Para realizar a medida da profundidade de carbonatação, normalmente 
emprega-se indicadores de pH constituídos de uma solução, que no caso em 
estudo foi a fenolftaleína a 1% dissolvida em álcool etílico. Esta solução é 
incolor em pH inferior a 8,3 e vermelho-carmim para valores de pH superiores a9,5, podendo apresentar coloração variável de rosa a vermelho-carmim para 
valores de pH entre 8 e 9,5. 
O ensaio consiste em borrifar a solução em uma fratura recente do concreto e 
ortogonal a armadura. Aguarda-se de um a dois minutos para que o indicador 
altere sua cor. Em seguida, é medida a espessura incolor até a superfície 
externa do concreto. Essa aferição deve ser tomada com uma precisão de 
milímetros (PINTAN et al. 2015). 
2.2.2 Potencial de corrosão 
A medida do potencial de corrosão baseia-se na obtenção do potencial através 
de um eletrodo de referência, o qual indica aproximadamente a situação de 
corrosão ou passividade da armadura. Este ensaio permite identificar, antes 
que o dano se torne aparente, as zonas onde as armaduras estão 
despassivadas. As informações fornecidas são meramente qualitativas e 
devem ser utilizadas sempre como complemento de outros ensaios, nunca de 
forma isolada e absoluta (PINTAN et al. 2015). 
2.2.3 Determinação da velocidade de propagação de onda ultrassônica 
Este ensaio tem por objetivo estabelecer a medida da velocidade de transporte 
das ondas ultrassônicas longitudinais, obtidas por pulsos ultrassônicos, através 
de uma peça de concreto. As principais aplicações desse método são: verificar 
SEMIPAR2016 - Recife, 22 de agosto de 2016 
 
a homogeneidade de concreto; detectar eventuais falhas internas de 
concretagem; profundidade de fissuras e outras imperfeições. 
A velocidade de transporte das ondas mecânicas em um material é função das 
características elásticas do meio e da sua densidade. A presença de 
descontinuidade, sobretudo vazios, altera consideravelmente essa velocidade 
(NBR 8802:2013). A Tabela 1 relaciona a velocidade de propagação da onda 
ultrassônica com as condições do concreto. 
Tabela 1- Classificação relacionando velocidade à qualidade do concreto. 
Velocidade de Ondas 
Ultrassônicas (m/s) 
Qualidade do 
Concreto 
V>4500 EXECELENTE 
3500<V<4500 ÓTIMO 
3000<V<3500 BOM 
2000<V<3000 REGULAR 
V<2000 RUIM 
Fonte: Whitehurst (1966) e Rinconet al (1998) 
2.2.4 Aspersão de solução de nitrato de prata 
O ensaio tem por objetivo identificar visualmente, pela mudança de coloração 
do indicador químico, a existência ou não de íons de cloretos livres, através da 
aspersão de solução de nitrato de prata em uma estrutura de concreto recém 
exposta. A solução é preparada numa proporção de 2,5g de nitrato de prata 
diluído a 100 ml de água destilada. Este ensaio se baseia na NBR 6118:2014. 
O procedimento de execução consiste na aspersão da respectiva solução na 
estrutura de concreto. Uma reação fotoquímica é realizada, que somente 
ocorre em presença de luz ou é catalisada pela mesma. Onde há a presença 
de cloretos livres ocorre a formação de um precipitado branco denominado 
cloreto de prata. Porém, quando os cloretos encontram-se na forma 
combinada, há a formação de um precipitado marrom denominado óxido de 
prata (PINTAN et al. 2015). 
3 ESTUDO DE CASO 
3.1 Descrição da estrutura 
O 14º Batalhão de Polícia Militar está localizado no município de Serra 
Talhada, no Sertão de Pernambuco, distante 415 km da capital pernambucana. 
A edificação tem cerca de 30 (trinta) anos. Atualmente abriga um efetivo de 346 
militares e está subordinada a Diretoria Integrada do Interior 2 – DII2. 
A edificação é composta de apenas um pavimento, térreo, constituído de 
elementos estruturais como pilares, vigas e lajes. Os pilares estão revestidos 
por um emboço e uma camada de chapisco. Sua alvenaria é constituída por 
tijolos cerâmicos com função de vedação. O piso, em sua grande maioria, é do 
tipo granilite. 
 
SEMIPAR2016 - Recife, 22 de agosto de 2016 
 
A Figura 1 apresenta a planta baixa da edificação com a indicação dos pilares 
ensaiados e a Fotografia 1 mostra uma vista dos pilares que compõem a 
edificação. 
Figura 1- Planta baixa com indicação dos pilares. 
 
Fotografia 1- Vista dos pilares da edificação 
 
3.2 Descrição do meio ambiente 
O clima da cidade é semiárido, apresentando verão muito quente, com 
máximas entre 31°C e 37°C e mínimas entre 18°C e 24°C, caracterizando o 
período mais chuvoso da cidade. A precipitação média anual é de 431,8 mm. O 
inverno é ameno, com máximas entre 23°C e 28°C, e mínimas entre 15°C e 
20°C. A cidade está localizada na Mesorregião do Sertão Pernambucano, 
Microrregião do Pajeú, a uma altitude de 430 metros. 
3.3 Inspeção visual 
A inspeção visual é um momento imprescindível na avaliação de uma estrutura. 
Baseia-se em uma análise para determinar as condições da estrutura e fornece 
indicações úteis para a especificação preliminar do fenômeno, pelo menos em 
sua manifestação externa (RIBEIRO e HELENE, 2014). 
Tal inspeção pretende identificar sintomas, característicos de corrosão das 
armaduras, como: manchas de corrosão na superfície do concreto, 
destacamento do cobrimento e fissuras que ocorrem paralelas às armaduras. 
Ao examinar a edificação observou-se que o destacamento do cobrimento, 
SEMIPAR2016 - Recife, 22 de agosto de 2016 
 
como também a exposição das armaduras corroídas, localizavam-se sempre 
na base dos pilares. Também foi verificado o rompimento de alguns estribos na 
região onde ocorreu o desplacamento do cobrimento. Vale salientar, que os 
pilares com armadura corroída estavam localizados próximo a um jardim, 
expostos aos agentes agressivos, deixando-os mais vulneráveis. A Fotografia 
2 mostra um pilar com desplacamento do cobrimento e corrosão das 
armaduras. 
Fotografia 2- Pilar com desplacamento do cobrimento e corrosão das armaduras. 
 
 
Foram identificadas algumas fissuras no revestimento dos pilares, 
compreendendo a camada de emboço e chapisco. Ao retirar o revestimento do 
pilar não foi constatado sinais de corrosão. Porém, não existia aderência entre 
a superfície do concreto e a base do revestimento. Também não foi verificado a 
presença de manchas de corrosão na estrutura analisada. 
3.4 Ensaios realizados 
Ficou determinado a realização de uma análise, mais aprofundada, em 3 (três) 
pilares que apresentassem sinais de corrosão na sua base. Devido ao fato da 
edificação estar em funcionamento e que demandaria tempo à recuperação 
das partes danificadas para realização dos ensaios. 
Partindo disto, uma área foi delimitada na altura média de cada pilar analisado 
e feito um corte com uma serra mármore, a fim de localizar a armadura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEMIPAR2016 - Recife, 22 de agosto de 2016 
 
A Fotografia 3 demonstra a execução do corte do pilar utilizando a serra 
mármore. 
Fotografia 3 - Corte no pilar com serra mármora. 
 
 
Os ensaios empregados no estudo foram: profundidade de carbonatação, por 
meio de solução de fenolftaleína; aspersão de solução de nitrato de prata, para 
identificar a presença de cloretos livres; potencial de corrosão, para analisar a 
probabilidade da ocorrência de corrosão da armadura e ultrassom, a fim de 
verificar a qualidade do concreto. 
Após a remoção do revestimento que cobriam os pilares, aferiu-se as 
dimensões dos 3 (três) pilares na região dos cortes, resultando nas seguintes 
dimensões: 
 Pilar 01 (12,1 cm x 39,5 cm); 
 Pilar 02 (12,8 cm x 38,6 cm); 
 Pilar 03 (12,5 cm x 39,7 cm). 
3.4.1 Espessura do cobrimento 
Com o auxílio da serra mármore, marreta e ponteiro, escarificou-se os pilares 
até o encontro da armadura para dar seguimento aos ensaios. A princípio, 
pôde-se definir a espessura do cobrimento de cada pilar. 
A Fotografia 4 demonstra a realização da medida da espessura do cobrimento 
no pilar. 
Fotografia 4 - Realização da medida de espessura do cobrimento do pilar. 
 
SEMIPAR2016 - Recife, 22 de agosto de 2016 
 
3.4.2 Profundidade de carbonatação 
A fim de se determinar aprofundidade de carbonatação dos elementos em 
análise, pulverizou-se a solução de fenolftaleína na estrutura recém fraturada. 
Decorridos alguns minutos, observou-se a mudança de cor em poucos pontos 
da fratura. Como a linha de trocar de cor foi ondulada, calculou-se a média 
aritmética de dez pontos e a profundidade máxima nas regiões analisadas. A 
Fotografia 5 mostra a utilização da solução de fenolftaleína pulverizada na 
estrutura recém fraturada mostrando a diferença de coloração na região 
afetada pela carbonatação. 
Fotografia 5 - Solução de fenolftaleína pulverizada no pilar recém fraturado. 
 
3.4.3 Potencial de corrosão 
Analisando o potencial de corrosão, dentro da região delimitada, observou-se a 
variação na leitura do voltímetro, nos 3 (três) pilares, na ordem de -6 mV a -10 
mV. A Fotografia 6 mostra a utilização do voltímetro com o eletrodo de 
referência para medir o potencial de corrosão. 
Fotografia 6 - Utilização do voltímetro e eletrodo para medir o potencial de corrosão. 
 
3.4.4 Ultrassom 
Com o intuito de determinar a velocidade da onda ultrassônica, foram feitas 
aberturas no revestimento dos pilares até encontrar a superfície lisa e plana do 
concreto. Para execução deste ensaio foram realizadas apenas medidas de 
transmissão direta, arranjo mais recomendado pela norma. 
 
 
SEMIPAR2016 - Recife, 22 de agosto de 2016 
 
A Fotografia 7 apresenta o procedimento do ensaio da velocidade de 
propagação da onda ultrassônica. 
Fotografia 7-Utilização do voltímetro e eletrodo para medir o potencial de corrosão. 
 
3.4.5 Aspersão de nitrato de prata 
Na mesma abertura utilizada para a execução do ensaio de profundidade de 
carbonatação, a parte superior, ficou delimitada para borrifar a solução de 
nitrato de prata. Decorridos alguns minutos não foram identificados à presença 
de precipitados de cor branca. A Fotografia 8 demonstra a coloração marrom 
na fratura da estrutura, caracterizando a ausência de íons de cloretos livres. 
Fotografia 8 - Pilar com a solução de nitrato de prata (coloração marrom). 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 
4.1 Espessura do cobrimento 
Ficou comprovado que a espessura do cobrimento existente é inferior ao que 
preconiza a NBR 6118:2014, a qual determina um cobrimento mínimo de 25 
mm. A Tabela 2 mostra a espessura do cobrimento dos pilares analisados. 
Tabela 2- Espessura dos cobrimentos dos pilares analisados. 
 
 
 
 
 
PILAR 
ESPESSURA DO 
COBRIMENTO (mm) 
01 20 
02 18 
03 19 
SEMIPAR2016 - Recife, 22 de agosto de 2016 
 
Verificou-se que não há adequada cobertura da armadura. O cobrimento dos 
três pilares analisados foi inferior ao que determina a NBR 6118:2014, de 25 
mm para pilares, facilitando o avanço da frente de carbonatação. Entretanto, é 
válido ressaltar, que no período da construção da edificação não existia 
nenhuma normalização para especificar tal requisito. 
4.2 Profundidade de carbonatação 
Após a realização do ensaio, verificou-se que a frente de carbonatação, 
quando não atingiu o aço, encontrava-se bem próxima do mesmo. A Tabela 3 
apresenta a profundidade média e máxima da carbonatação como também à 
espessura do cobrimento. 
Tabela 3 - Profundidades médias e máximas de carbonatação. 
 
Neste ensaio, observou-se que grande parte da armadura já tinha perdido a 
condição de passividade, ou seja, estavam despassivadas favorecendo o início 
da corrosão. 
4.3 Potencial de corrosão 
Levando em conta o potencial de corrosão, a região ensaiada apresentou um 
risco de probabilidade menor que 10%, tendo em vista que os três pilares 
analisados apresentavam uma variação de - 6 milivolts a -10 milivolts. Isso é 
justificável, visto que a zona de estudo ficou na altura intermediária dos pilares. 
Como na base dos pilares já havia o processo de corrosão (ânodo), a zona de 
estudo era o polo positivo (cátodo) do processo eletroquímico. A Tabela 4 
apresenta o critério para avaliação da probabilidade de corrosão em função do 
potencial de corrosão segundo França (2011). 
Tabela 4- Probabilidade de corrosão da amadura (FRANÇA 2011). 
 
 
 
 
 
4.4 Velocidade da onda ultrassônica 
Nos três pilares inspecionados, a velocidade de propagação da onda 
ultrassônica ficou na faixa de 2000 m/s a 3000 m/s o que caracteriza a 
PILAR 
ESP. DO 
COBRIMENTO (mm) 
PROFUNDIDADE 
MÉDIA (mm) 
PROFUNDIDADE 
MÁXIMA (mm) 
01 20 17 20 
02 18 16 18 
03 19 18 10 
Ecorr (mV) Probabilidade de Corrosão 
> -200 Menor que 10% 
Entre -200 e -350 Incerta 
< -350 Maior que 90% 
SEMIPAR2016 - Recife, 22 de agosto de 2016 
 
condição do concreto como regular. A Tabela 5 apresenta a distância dos 
transdutores em metros (m), o tempo de propagação da onda ultrassônica em 
segundos (s) e a velocidade da onda em metros por segundo (m/s) de cada 
pilar investigado. 
Tabela 5 - Velocidade de propagação da onda. 
PILAR 
DISTÂNCIA 
(m) 
TEMPO (s) 
VELOCIDADE 
(m/s) 
1 12,1 x 10² 49,1x 106 2.464,40 
2 12,8 x 10² 45,8 x 106 2.729,30 
3 12,5 x 10² 50,1x 106 2.415,10 
 
A partir dos resultados verificou-se que o concreto é de qualidade regular. 
Apresentando-se mais permeável, o que favorece a penetração dos agentes 
externos, como umidade e o dióxido de carbono. 
4.5 Aspersão da solução de nitrato de prata 
No ensaio realizado com a solução de nitrato de prata, observou-se que não 
existiu presença de precipitados na cor branca. Concluindo-se que a estrutura 
não sofreu ataques por íons de cloretos livres. 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Após análise dos resultados coletados, foi possível concluir que a causa da 
corrosão das armaduras na edificação foi do tipo generalizada. 
Verificou-se que não há adequada cobertura da armadura. Porém, é relevante 
mencionar, que na época da construção da edificação não existia nenhuma 
normalização para especificar tal requisito. 
No ensaio de carbonatação, constatou-se que grande parte da armadura já 
tinha perdido a condição de passividade. 
Foi verificado também, através do ensaio de ultrassom, que o concreto é de 
qualidade regular. 
Quanto ao potencial de corrosão, o ensaio mostrou que as armaduras se 
encontravam com menos de 10% de probabilidade de ocorrência de corrosão. 
No que se refere ao procedimento de execução dos serviços de concretagem 
dos pilares, é provável que tenham ocorrido erros construtivos, os quais 
favoreceram o fenômeno da corrosão, como: altura de lançamento e má 
vibração do concreto. Pois, todas as ocorrências de corrosão se localizavam na 
base dos pilares, zonas propícias para segregação e ninhos de concretagem, 
deixando o concreto, nessa região, mais poroso. 
Portanto, tal estudo só vem a reforçar os cuidados que os profissionais da 
construção civil devem ter na fase de projeto e execução, a fim de se garantir 
um concreto mais durável. 
SEMIPAR2016 - Recife, 22 de agosto de 2016 
 
REFERÊNCIAS 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8802: concreto 
endurecido – Determinação da velocidade de propagação de onda ultrassônica. Rio de 
Janeiro, 2013. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: projeto de 
estrutura de concreto – Procedimento. Rio de Janeiro, 2014. 
FRANÇA, Clério Bezerra de. Avaliação de cloretos livres em concreto pelo método 
de aspersão de solução de nitrato de prata. 2011. Dissertação (Mestrado em 
Engenharia Civil) – Universidade Católica de Pernambuco, Recife, 2011. 
PINTAN, N. M. ; BERENGUER, R. A. ; SILVA, A. J. C. E. ; LINS, C. M. M. S. ; 
MONTEIRO, E. C. B. . Pathological Manifestations and The Study of Corrosion 
Present on Bridges on the City of Recife. The Electronic Journal of Geotechnical 
Engineering, v. 20, p. 11893-11907, 2015. 
RIBEIRO, D. V.; HELENE, P. R. L. Corrosão em estruturas de concreto armado:teoria,controle e métodos de análise. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. 
SANTOS, Aleílson Vilas-bôas dos. Corrosão de armadura em estruturas de 
concreto armado devido a carbonatação. Revista Especialize online, Salvador, v. 
10, dez. 2015. Disponível na Internet: <file:///C:/Users/T/Downloads/aleilson-vilas-
boas-dos-santos-101713613%20(1).pdf>

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