Trabalho Economia Rendimento Medio Real

Prévia do material em texto

analise do rendimento dos trabalhadores brasileiros
Trabalho apresentado por alunos do terceiro período de engenharia Mecatrônica ao professor Velcimiro Maia, como pré-requisito para obtenção de nota parcial na disciplina Economia e Administração para Engenheiros.
Ouro Branco – MG
Dezembro de 2016
INTRODUÇÃO
O Brasil é o quinto maior país em extensão territorial no mundo e possui a quinta maior população. Para governar um território tão grande com tantas pessoas é necessário ter informações sobre a população para que se possa planejar ações sociais, políticas e econômicas e saber seus efeitos. Atualmente, existem inúmeras pesquisas populacionais a nível nacional, regional e municipal; no entanto, apenas algumas são reconhecidas como fontes seguras de informação por seguirem conceitos estabelecidos de operação.
Um dos índices mais frequentes na maioria dessas pesquisas é o rendimento da população. Essa informação é muito importante para que se tenha o controle sobre a variação do poder de compra dos cidadãos e, com sua análise, o conhecimento de como e onde a atual situação da economia os influencia.
Uma das formas de controlar o poder de compra dos cidadãos é estabelecer uma remuneração mínima aos trabalhadores de determinado setor de atividade ou a todos os trabalhadores de uma região ou país, conhecido como salário mínimo. Atualmente, o salário mínimo se tornou uma política de extrema importância para a economia. No Brasil, ele foi instituído por Getúlio Vargas em 1940; desde sua implantação passou por longos períodos de desvalorização; apenas no período após o plano real ele voltou a desempenhar uma recuperação, fundamental parar o Brasil ter de volta seu poder de compra.
PNAD E PNAD CONTÍNUA
Em meados da década de 1960, o Censo Demográfico produzia informações importantes sobre a população brasileira. No entanto, essas informações estariam defasadas pouco tempo depois e uma próxima pesquisa seria feita somente dez anos após a última. Viu-se, então, a necessidade de se coletar dados populacionais com mais frequência para que fosse possível realizar um estudo do desenvolvimento socioeconômico do País nos intervalos intercensitários. 
Em 1967, foi implantada a Pesquisa Nacional de Amostras a Domicílio (PNAD), que atualmente abrange todo o território nacional através de pesquisas anuais a domicílios rotativos e gera informações importantes para o estudo, acompanhamento e planejamento socioeconômico do País, como dados a respeito da mão-de-obra, habitação, sexo, cor e rendimento médio.
Entretanto, algumas informações – especialmente aquelas atreladas à mão-de-obra – precisavam de atualizações mais frequentes devido às rápidas oscilações do Mercado de Trabalho. Por isso, em 2012, foi implantada a PNAD Contínua, a qual ocorre trimestralmente e fornece as informações que, normalmente, constituem uma PNAD, mas, por ser realizada em um intervalo de tempo mais curto, torna a pesquisa mais flexível, ou seja, capaz de ser moldada visando atender a necessidades urgentes que podem surgir para uma pesquisa.
CONCEITOS
A análise dos dados provenientes das pesquisas a domicílio (Censo/PNAD) toma como base alguns conceitos utilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os conceitos mais relevantes para os dados do rendimento são:
Pessoas Ocupadas: constituído por pessoas que trabalham regularmente ou que, no período da pesquisa, encontravam-se de férias, greve ou alguma licença;
Pessoas Desocupadas: constituído por pessoas que não trabalham, mas tomam alguma providência para encontrar trabalho;
Pessoas Economicamente Ativas (PEA): constituído de pessoas de 10 anos e mais classificadas como ocupadas ou desocupadas;
Pessoas Não-Economicamente Ativas: constituído por pessoas que não foram classificadas como ocupadas nem desocupadas (crianças com idade inferior a dez anos, aposentados e pensionistas, donas de casa, estudantes, detentos, inválidos e pessoas sem ocupação);
Rendimento Mensal de Trabalho: para os empregados, trata-se da remuneração bruta a que têm direito; para os empregadores, trata-se da retirada mensal referente ao mês da pesquisa;
Rendimento Mensal: é constituído pela soma do rendimento mensal de trabalho com a renda proveniente de outras fontes apresentada pelas pessoas com mais de dez anos e economicamente ativas.
RENDIMENTO MÉDIO REAL 
O rendimento médio real é a média do rendimento dos trabalhadores de uma classe ou região. Esse rendimento é deflacionado e sua variação representa, em síntese, a variação no poder de compra dos trabalhadores. Atualmente esses índices podem ser encontrados na PNAD contínua que aponta dados detalhados sobre o mercado em âmbito nacional, regional e por Unidades da Federação.
Rendimento Médio Real no Brasil
No Brasil, o rendimento médio real esteve aumentando gradativamente até 2014, como mostra o gráfico abaixo. Nele é possível perceber que o crescimento é gradual até 2011, quando há uma variação maior no rendimento. Após essa variação, a taxa de crescimento passa a diminuir tendendo a valores cada vez menores. 
Fonte: IBGE (2015)
Fonte: IBGE (2015)
4.2 Rendimento Médio Real por Região
No primeiro trimestre de 2015, o rendimento médio manteve a tendência de crescimento, chegando a crescer 0.8%. Entretanto, os dados da PNAD divulgados em 2016 apontam que o rendimento real caiu em todas as regiões do Brasil. O gráfico a seguir mostra o rendimento real médio por região.
 Fonte: IBGE
 Rendimento Médio Real por Unidade da Federação
Outra maneira de se dividir os dados obtidos na pesquisa é por Unidades Federativas. Dessa forma, é possível ver os estados mais ricos e os mais carentes da Federação. O gráfico a seguir mostra os rendimentos médios nos estados e, surpreendentemente, o estado de Roraima possui uma média maior que os três estados da região Sul. É digno de observação visto que a região na qual está contido – Região Norte – obteve o segundo pior rendimento médio entre as regiões brasileiras.
Fonte: IBGE
 Rendimento Médio Real por Região Metropolitana
Entre os anos de 2003 e 2014 houve um ganho de 33.1% no no rendimento médio real nas regiões metropolitanas do país. O gráfico a seguir mostra os rendimentos anuais por região metropolitana.
Fonte: IBGE
A Pesquisa Mensal de Emprego (PME) apresenta ainda dados mais atualizados sobre o rendimento médio real. O gráfico abaixo apresenta os dados de rendimento médio por região metropolitana para pessoas ocupadas no começo de 2015 e começo de 2016.
Fonte: IBGE
SALÁRIO MÍNIMO
	O salário mínimo atual é definido pela Constituição Federal de 1988 como a remuneração capaz de atender às necessidades básicas do empregado e às de sua família - incluindo moradia, alimentação, saúde, educação, vestuário, higiene, lazer, transporte e previdência social. O valor do salário mínimo é estabelecido por lei para todo o país, e é o menor valor que o empregador pode pagar aos seus funcionários.
Este é reajustado periodicamente para preservar o poder aquisitivo do cidadão. Para realizar o reajuste, o governo se baseia no percentual de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dois anos antes e busca cobrir a variação da inflação do ano anterior.
 Salário Mínimo Nominal
	O salário mínimo nominal é o valor recebido mensalmente pelo ocupante do cargo, considerando apenas a parte fixa do salário bruto, sem considerar os descontos aplicados. O gráfico a seguir mostra o crescimento do salário mínimo nominal no período do plano real aos dias atuais.
	
Fonte: Portal Brasil
	O aumento do salário mínimo nominal não significa, necessariamente, que houve um aumento no salário mínimo real (o salário real está ligado ao poder de compra).
 Salário Mínimo Necessário
	Para analisar o crescimento real do salário mínimo, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), calcula o salário mínimo necessário e o compara com o salário mínimo nominal, através de relações entre os valores.
	O cálculoé realizado com base no preceito constitucional de que o salário mínimo deve atender as necessidades básicas do trabalhador e de sua família, cujo valor é único para todo o país.
	Segundo a DIEESE, o salário mínimo necessário é uma estimativa do que deveria ser o salário mínimo vigente, além de ser um instrumento utilizado pelos sindicatos de trabalhadores para denunciar o descumprimento do preceito constitucional que estabelece as bases para a determinação da menor remuneração que vigora no país.
	O gráfico abaixo representa o percentual da relação do salário nominal divido pelo salário necessário do mês de julho no período do plano real aos dias atuais.
Fonte: Elaborado a partir de dados do DIEESE. Salário mínimo e necessário.
CONCLUSÃO
As séries históricas apresentadas demonstram o grande aumento que tanto o salário mínimo, quanto o rendimento médio tiveram ao longo das últimas décadas. Esse crescimento pode facilmente ser explicado por diferentes momentos econômicos que o Brasil viveu e vem vivendo, delineando os aumentos e baixas nas percentagens e valores de rendimento e salário mínimo.
Há uma clara relação entre o aumento do salário mínimo e o aumento do rendimento médio, nacional e por região. Os gráficos de rendimento médio apontam que após um crescimento considerável entre 2003 e 2007 houve um amortecimento na curva de crescimento após 2008, ano no qual estourou uma crise financeira. Ao contrário do rendimento, o salário mínimo nominal apresentou crescimento contínuo ao longo de toda sua série histórica desde 1994, o que à primeira vista é excepcional. No entanto, o salário mínimo necessário demonstra que apesar do crescimento contínuo, seu real crescimento varia entre grandes saltos e longos períodos de estagnação.
Em vista disso, não se pode negar que houve crescimento no rendimento e no salário mínimo, no entanto é possível perceber nos dados mais recentes uma queda em ambos, quando comparados com os valores de 2014. O plano real, a crise de 2008 e seu prolongamento com acentuação em 2014 foram os eventos chave que definiram as principais mudanças nas taxas de crescimento, tanto no rendimento médio quanto no salário mínimo, nominal e necessário. Há grande importância em consultar esses dados e utilizar essas projeções como norteadores nas tomadas de decisão para ajustar a economia, porém, em vista do atual cenário econômico e político, as primeiras quedas podem indicar uma projeção de estagnação ou quem sabe até uma projeção de queda nesses valores.
REFERÊNCIAS
ftp://ftp.ibge.gov.br/Trabalho_e_Rendimento/Pesquisa_Nacional_por_Amostra_de_Domicilios_continua/Mensal/glossario_pnadc_mensal.pdf
http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/05/veja-os-rendimentos-medios-dos-trabalhadores-por-estado.html
http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/11/rendimento-real-do-trabalhador-cai-pela-primeira-vez-em-11-anos.html
http://salariominimo2016.blog.br/
http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2015/03/rendimento-medio-real-do-trabalhador-cresce-1
http://www.dieese.org.br/analisecestabasica/salarioMinimo.html#1994
http://www.dieese.org.br/metodologia/metodologiaCestaBasica2016.pdf
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/trabalhoerendimento/pme_nova/defaulttab2.shtm
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/trabalhoerendimento/pme_nova/retrospectiva2003_2014.pdf
http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/imprensa/ppts/00000024052411102015241013178959.pdf
http://www.ipeadata.gov.br/iframe_dicionario.aspx?width=1074&height=480
http://www.portalbrasil.net/salariominimo.htm
http://www.salariominimo.net.br