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FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO revisado 25 08 2017 (7) (1)

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FACULDADE ESTÁCIO DE SÃO LUIS
CURSO DE DIREITO
ADALDSON ROCHA
ANA CLÁUDIA A V DE CARVALHO
DAYANE F MATOS FERREIRA
KARINE ABREU
FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO
SÃO LUIS
2017
INTRODUÇÃO
Neste trabalho falaremos de um dos princípios do Contrato, que é o princípio da Função Social do Contrato.
Se nós pensarmos bem, no momento em que acordamos, estamos entrelaçados com vários tipos de contratos, do colchão que você dorme à luz que você acende; da água que lavamos o rosto até ao médico que nos atende. E todos esses contratos envolvem uma sociedade.
A partir do Código Civil de 2002, essas necessidades individuais passaram a ser vistas no âmbito coletivo. E é nesse ponto que iremos desenvolver o nosso trabalho, pois antes de 2002, a visão era mais individual sem a preocupação com a sociedade.
Mas afinal, o que é contrato?
Segundo Caio Mario “Contrato é um acordo de vontade de ambas as partes, na conformidade da lei, e com a finalidade de adquirir, resguardar, transferir, conservar, modificar ou extinguir direitos”.
Em uma visão mais moderna desse conceito Gagliano e Pamplona Filho (2006, p. 11) traz para nós o seguinte conceito:
[...] entendemos que o contrato é um negócio jurídico por meio do qual as partes declarantes, limitadas pelos princípios da função social e da boa-fé objetiva, autodisciplinam os efeitos patrimoniais que pretendem atingir, segundo a autonomia das suas próprias vontades (grifos do autor).
Outra visão seria do Carlos Roberto Gonçalves: 
“O contrato tem uma função social, sendo veículo de circulação da riqueza, centro da vida dos negócios e propulsor da expansão capitalista. O Código Civil de 2002 tornou explícito que a liberdade de contratar só pode ser exercida em consonância com os fins sociais do contrato, implicando os valores primordiais da boa-fé e da probidade (arts. 421 e 422). ” (Carlos Roberto Goncalves, pág. 26, Vol. III)
DESENVOLVIMENTO
Para que o contrato possa existir, é necessário que ele seja unilateral, bilateral ou plurilateral. Para ser firmado, tem que seguir os princípios básicos do contrato que são: Função Social do Contrato, Princípio da Autonomia de Vontade, Princípio da Supremacia da Ordem Pública, Princípio do Consensualismo, Princípio da Relatividade dos Efeitos do Contrato, Princípio da Obrigatoriedade Contratual e Revisão dos Contratos e o Princípio da boa-fé.
Dentre todos esses princípios que norteiam os contratos atualmente, iremos destacar a Função Social do Contrato.
Como vimos a função social do contrato é um dos princípios básicos do contrato. 
E o que é Função Social do Contrato? 
No art. 421 do código civil, este princípio encontra-se bem claro quando limita a liberdade de contratar em função da razão social. “A liberdade de contratar que exercida em razão e nos limites da função social do contrato. ” E o que significa este artigo? Ele trata de dois princípios: o princípio da autonomia da vontade, que garante a qualquer pessoa capaz a faculdade de contratar conforme tiver vontade e o princípio da função social do contrato, que aborda exatamente a liberdade contratual em seus reflexos sobre a sociedade e não apenas no campo das relações entre as partes. Não tendo como alvo simplesmente a relação jurídica entre as partes, mas o reflexo desse contrato na sociedade.
Como foi falado inicialmente, o Código Civil de 2002 trouxe exatamente esta mudança: o olhar para o coletivo; o olhar para o terceiro; a perspectiva da pessoa humana bem como na Constituição de 1988 com o exercício dos direitos garantidos.
Os contratos não dependem apenas da vontade das partes, têm que se atentar as causas prejudiciais à coletividade, têm que imprimir uma função social. Impossibilitando prejudicar a terceiros e a coletividade.
Outro ponto a se destacar, seria a garantia que encontramos no art. 2.035 em seu parágrafo único, (Art. 2.035. Parágrafo único. Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de ordem pública, tais como os estabelecidos por este Código para assegurar a função social da propriedade e dos contratos.), onde discorre de maneira clara que o princípio da função social é mais importante até do que o princípio que faz lei entre as partes, ou seja, não basta que o contrato seja bom apenas para ambas as partes, mas também para a sociedade de forma geral. 
Um exemplo da aplicação deste princípio, encontramos na construção do rodoanel em São Paulo que veio com o objetivo de desafogar o trânsito da cidade e desviar os caminhões para uma via que desse acesso direto ao porto de Santos. Uma seguradora observando isso, criou uma cláusula em seus contratos que não daria cobertura aos seus segurados que fossem roubados no rodoanel. Devido a isso, os caminhões voltaram a afogar o transito da cidade. 
Observamos que nesse caso, a cláusula criada poderia ser favorável para a seguradora e de maneira distante até para os segurados, mas não foi boa para a sociedade. Assim, observamos claramente uma violação deste princípio e base legal sólida para a anulação deste contrato. 
O Estado que antes não tinha acesso a tal faculdade, agora busca impedir abusos que uma parte possa cometer contra a outra parte ou até mesmo da sociedade como um todo. Cabe destacar que, partindo deste princípio percebemos a prevalência dos interesses coletivos frente aos individuais, para garantir a função social do contrato.
A violação dos interesses da coletividade estariam, geralmente, em questões relacionadas a meio ambiente, defesa do consumidor, os direitos dos deficientes, dentre outros. Outra preocupação seria a violação da dignidade de um dos contratantes. Um exemplo bem comum são os contratos com os planos de saúde que limitam o tempo que o paciente deva ficar no hospital ou impedem alguns exames, tornando-se nula a cláusula.
Quem tem a legitimidade de reclamar essas cláusulas abusivas e nulas é o Ministério Público. Principalmente, em cima dos assuntos citados no parágrafo anterior. Em todos esses casos, devem ser levados ao promotor de justiça para que ele possa ajuizar a ação cabível e com isso reconhecer a nulidade da cláusula contratual. 
DIVERGÊNCIAS
No que tange a Função Social dos Contratos, também é importante destacar que existem várias interpretações doutrinárias ao art. 421 do Código Civil de 2002. Veremos a seguir alguns comentários de renomados doutrinadores sobre o tema.
De acordo com James Eduardo Oliveira:
“A função social do contrato é um dos mais qualificados canais de aspersão dos valores e princípios constitucionais no campo das relações negociais privadas. Mas é preciso advertir que a função social apenas qualifica, e não destrói a liberdade de contratar e a autonomia da vontade. ”
A observação do autor é muito pertinente. O artigo 421 qualifica as relações contratuais no que diz respeito a função social, mas não extingue a autonomia de contratar. Percebe-se claramente que o artigo 421 está alinhado com a Constituição, valorizando os princípios fundamentais pautados nesta.
Para Maria Helena Diniz:
“O art. 421 é um princípio geral de direito, ou seja, uma norma que contém uma cláusula geral. A ‘função social do contrato’ prevista no art. 421 do novo Código Civil constitui cláusula geral, que impõe a revisão do princípio da relatividade dos efeitos do contrato em relação a terceiros, implicando a tutela externa do crédito; reforça o princípio de conservação do contrato, assegurando trocas úteis e justas e não elimina o princípio da autonomia contratual, mas atenua ou reduz o alcance desse princípio, quando presente interesses metaindividuais ou interesse individual relativo à dignidade da pessoa humana.” 
A professora Maria Helena Diniz mostra que o artigo 421 mantém o princípio da conservação dos contratos, no momento em que este procura reequilibrar a obrigação com base em sua função social. Mostra também a questão constitucional que mantém a dignidade da pessoa humana. É possível lembrar, após esta análise dos contratos de trabalho, que apesar de estarem tutelados na CLT,ainda encontramos situações de servidão que relembram o período da escravidão, onde a dignidade da pessoa humana e os direitos fundamentais são deixados de lado. Neste ponto percebe-se claramente uma comunicação entre a Constituição, o Código Civil e a CLT.
Existem também doutrinadores que acreditam que a redação do artigo 421 é inadequada e que fere a liberdade contratual e a livre circulação de riquezas. Dentre estes, citaremos a seguir a professora Daisy Gogliano e faremos exposição do seu ponto de vista.
Outrora, verificamos a opinião de dois doutrinadores com relação a importância do artigo 421. Porém, as opiniões sobre este artigo não são unânimes. 
Em seu artigo “A Função Social do Contrato, a professora Daisy diz:
“Por sua vez, cerceada a ‘liberdade de contratar’, na razão e nos limites da função social do contrato, observa-se, em face de sua péssima redação – será exercida – qualquer possibilidade de eventual infração ao preceito ali contido, no seu imperativo categórico, inarredável, dada a sua fatalidade inexorável, automática, alheia a qualquer dever-ser ou poder-dever, sem qualquer destinatário, como disposição geral e preliminar, no momento em que o Código Civil passa a tratar ‘Dos Contratos em Geral’.”
A professora Daisy entende que a redação do artigo 421 é muito ruim e limita a liberdade de contratar por causa da razão e no limite da função social do contrato.
A professor Daisy fez outra importante observação com relação à analogia que se faz entre a função social da propriedade privada e a função social do contrato. A mesma afirma que essa analogia é equivocada. 
“Por outro lado, a função social do contrato, revelando-se nebulosa e intangível, como modelo e parâmetro, não se confunde em hipótese alguma com a ‘função social da propriedade’, nessa forçada e artificial analogia que muitos pretendem construir, tergiversando a realidade e a verdade, decantada em comentários apressados. ”
O professor Flávio Tartuce afirma:
“A origem da função social dos contratos está na função social da propriedade. ”
E continua:
“Assim, não é mais o Código Civil que está no centro do Direito Privado, mas a Constituição Federal. ”
A professora Daisy conclui: 
“Mas, para que a idealizada função social possa alcançar os mais fracos e oprimidos, é necessário que toda a dogmática do direito resida no fenômeno social. ”
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que na atualidade tem a ver com o contrato, as cláusulas, o modo, como esse contrato se desenvolve, traz a ideia de que o contrato não deve ser bom apenas para as partes, ou apenas para uma das partes, o contrato deve ser bom para ambas as partes e também para a sociedade. Tem como um princípio basilar, a dignidade da pessoa humana, que outrora era violada em alguns contratos, seja na forma de cobrança, na questão da prisão para o depositário infiel, dentre outros exemplos, a lei busca equilibrar o contrato como objetivo de tornar esse contrato benéfico a todos.
Diante de todo o exposto, o princípio da função social do contrato regula a forma de contratar, uma vez que se molda no interesse social das relações contratuais impossibilitando prejudicar a terceiros e a coletividade, visto que objetiva uma justiça social, pois se preocupa com o reflexo dos contratos sobre a sociedade, sendo assim, é de grande importância para a criação de contratos e suas relações.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Livros:
GONÇALVES, Carlos Roberto – Direito Civil Brasileiro – Volume 3 – Contratos e Ato Unilaterai – 9ª Edição – 2012;
RIVABEM, Fernanda Schaffer – Direito Civil III – 1ª edição – 2016
Textos:
MIRANDA, Maria Bernadete – Teoria Geral dos Contratos;
GAMBERA, Marcos Tadeu - Função Social do Contrato;
REALE, Miguel – Função Social do Contrato
Sites:
https://flaviotartuce.jusbrasil.com.br/artigos/121822508/interpretacoes-da-funcao-social-do-contrato-e-um-contraponto

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