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Afecções do Sistema Renal 1

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AFECÇÕES DO SISTEMA RENAL
Prof. Douglas B. de Paulo
COMPOSIÇÃO:
Rins;
Ureteres;
Bexiga;
Uretra.
Cada rim é capaz de proporcionar uma função renal adequada, quando o rim oposto é lesionado ou se torna inoperante. 
ANATOMIA:
LOCALIZAÇÃO:
Situado no retroperitônio;
 A nível de T 10 e L 3;
Medem cerca de 11 cm
de comprimento e 5 a 7 cm 
de largura;
 Peso entre 115 a 170 gramas ;
 O rim direito é mais
caudal que o contralateral.
FISIOLOGIA:
A urina é formada dentro dos néfrons, flui para dentro do ureter que conecta cada rim à bexiga;
A bexiga urinária é um saco muscular oco, podendo conter cerca de 300 a 500 ml de urina. Responsável pelo armazenamento da urina;
Os rins e o sistema urinário realizam várias funções excretoras, reguladoras e secretoras:
Formação da urina;
Excreção dos produtos de degradação;
Regulação dos eletrólitos;
Regulação da excreção da água;
Controle da pressão arterial.
LIMITES FISIOLÓGICOS:
A produção diária de diurese por um adulto oscila entre 1 e 1,5 litros/dia;
O mínimo para manter a adequada eliminação de dejetos do metabolismo, equivale a 0,5 a 1 ml/Kg/hora em crianças e aproximadamente 30 a 40 ml/hora para os adultos;
Densidade específica da urina é uma determinação da capacidade do rim de concentrar a urina, sendo o normal 1.015 a 1.025.
HISTÓRICO DE ENFERMAGEM:
A principal queixa do paciente ou motivo da procura por atendimento;
Localização, caráter e duração da dor e sua relação com a micção;
História de infecções do trato urinário;
Febre ou calafrios;
Uso de cateteres urinários de demora;
Sintomas dos distúrbios da micção: disúria, incontinência urinária, hematúria, nictúria, cálculos renais;
Paciente do sexo feminino: número e tipo de parto.
Presença de edema, observado principalmente na face e nas partes mais baixas do corpo, como os pés e as áreas sacrais, sendo sugestivo de retenção hídrica;
Aumento de peso corporal frequentemente acompanha o edema. Um ganho de peso de 1kg equivale a um ganho de 1000 ml de líquido.
Padrões disfuncionais de micção:
Retenção Urinária: incapacidade de esvaziar a bexiga por completo;
A urina residual é a urina que permanece na bexiga depois da micção;
Pode ocorrer com paciente em pós-operatório;
Pode resultar também do DM, hipertrofia de próstata, patologia uretral, lesões pélvicas, gestação ou distúrbios neurológicos.
A retenção urinária pode levar à infecção crônica;
As infecções que não são resolvidas predispõem o paciente aos cálculos, pielonefrite e sepse.
AÇÕES DE ENFERMAGEM:
Visam evitar a distensão excessiva da bexiga (bexigoma) e tratar a infecção ou corrigir a obstrução;
Oferecer privacidade;
Aplicação de calor para relaxar os esfíncteres;
Chá quente;
Tranquilidade;
Abrir torneira;
Massagens.
Incontinência Urinária
Perda involuntária ou descontrolada da urina a partir da bexiga. 
Nos idosos, a incontinência diminui a capacidade de manter um estilo de vida independente.
Idade, sexo e número de partos vaginais anteriores constituem fatores de risco estabelecidos e explicam a incidência aumentada nas mulheres.
INFECÇÕES DO TRATO URINARIO - ITU
Definição:
As ITUs são causadas pela presença de microorganismos patogênicos no trato urinário, com ou sem sinais e sintomas.
 A infecção pode ocorrer em qualquer local do trato urinário e pode afetar a bexiga (CISTITE), uretra (URETRITE), próstata (PROSTATITE) ou rim (PIELONEFRITE). 
O trato urinário acima da uretra normal é estéril.
O trato urinário é o local mais comum de infecção hospitalar, contribuindo com mais de 40% do total relatado pelos hospitais.
Na maioria dessas ITUs adquiridas em hospital, a instrumentação ou o cateterismo do trato urinário, constitui a causa precipitante. 
Para que a infecção ocorra, as bactérias devem ter acesso à bexiga, fixar-se no local e colonizar o epitélio do trato urinário.
Muitas ITUs resultam de organismos fecais que ascendem a partir do períneo até a uretra e a bexiga. 
CISTITE
CISTITE
Causa mais comum de ITU na Unidade de Emergência
Sintomas muito intensos
Rápida evolução
PROSTATITE
É uma afecção que acomete de 10% a 14% dos homens de todas as idades e raças. É possível que 50% dos homens desenvolverão sintomas de prostatite em algum momento de suas vidas. 
URETRITE
Denomina-se uretrite a inflamação da mucosa que reveste o interior da uretra, o último canal das vias urinárias.
PIELONEFRITE AGUDA
CONCEITO
 Invasão microbiana do parênquima e pelve renal levando a sintomatologia característica
Os organismos mais comumente responsáveis pelas ITUs são aqueles normalmente encontrados no trato gastrointestinal inferior: E. coli 80 a 90% das ITUs, enquanto o Staphylococcus contribui com os outros 10 a 15%. 
Incidência aumentada nas mulheres sexualmente ativas. 
Fatores de risco gerais para ITU:
Incapacidade ou dificuldade em esvaziar completamente a bexiga;
Redução das defesas naturais do hospedeiro;
Manipulação do trato urinário (incluindo cateterização). 
O diabetes, a gravidez e os distúrbios neurológicos também aumentam o risco de ITU, porque resultam em esvaziamento incompleto da bexiga e estase urinária.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Freqüentemente, o paciente é assintomático e apresenta bactérias na urina (BACTERIÚRIA) enquanto é submetido a um exame rotineiro.
Há dor ao exame físico e à palpação na área do ângulo costovertebral. Se houver extensa lesão dos rins, pode haver manifestações de insuficiência renal, incluindo náuseas, vômitos, prurido, emagrecimento, edema e dispnéia.
Sinais e sintomas de ITU baixo (CISTITE)
Dor e queimação freqüentes à micção;
Pode ocorrer micção acompanhada por espasmos na região da bexiga e área suprapúbica;
Polaciúria;
Também pode haver hematúria e dor lombar.
Sinais e sintomas de ITU superior (PIELONEFRITE)
Febre;
Calafrios;
Dor no flanco ou lombar;
E dor à micção.
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA
Presença de bactérias na urina;
Hematúria microscópica;
Presença de leucócitos na urina;
Urocultura: identificação do organismo específico;
Pielografia endovenosa (PEV): ureteres detectar estenoses e cálculos;
Cistografia retrógrada: avaliação do refluxo vesicouretral;
Urografia excretora: visualização rins, ureteres e bexiga;
Ultrassonografia: obstrução, abscessos, tumores.
Considerações Gerontológicas
A bacteriúria aumenta com a idade e com a incapacidade, sendo as mulheres afetadas com maior frequência do que os homens.
Nos pacientes idosos institucionalizados, os patógenos infectantes são frequentemente resistentes a muitos antibióticos.
Os fatores que podem contribuir para as ITUs nos pacientes idosos incluem: alta incidência de doença crônica; uso frequente de agentes antimicrobianos; úlceras de decúbito infectadas; imobilidade e esvaziamento incompleto da bexiga; uso de comadre e outros dispositivos em lugar de vaso sanitário.
TRATAMENTO
Antibioticoterapia;	
Independentemente do esquema prescrito, o paciente é instruído a tomar todas as doses, mesmo se houver alívio imediato dos sintomas.	
Drogas antiespasmódicas podem ser úteis no alívio da irritabilidade vesical e da dor.
TRATAMENTO
Aumentar ingesta hídrica (água).
A aspirina, o calor sobre a região perineal e banhos de imersão quentes ajudam a aliviar a urgência, o desconforto e o espasmo.
A enfermagem é uma figura primordial no ensino do paciente sobre os regimes de medicamentos e sobre as medidas de prevenção da infecção.
Processo de Enfermagem: o paciente com infecção do TUI
Histórico de enfermagem: investigação de sintomas como polaciúria, presença de dor, urgência e alteração na urina;
Padrão miccional usual do paciente é avaliado;
Avaliação da urina: volume, coloração, turvação, odor.
Diagnósticos de Enfermagem
Dor relacionada a inflamação e infecção da uretra, bexiga, ou outras estruturas do trato urinário.
Déficit de conhecimento relacionado a fatores que predispõem o paciente à infecção e à sua recidiva, detecção e prevenção da recidiva e terapia farmacológica.
Planejamento e Metas
Inclui o
alívio da dor e desconforto;
Conhecimento sobre as medidas preventivas e modalidades de tratamento;
Ausência de complicações;
Prevenção: higiene, ingesta hídrica, hábitos miccionais;
A lavagem correta das mãos, os cuidados perineais adequados e a lavagem frequente podem diminuir a incidência de ITU em pacientes institucionalizados.
UROLlTÍASE
Definição:
A urolitíase refere-se à presença de cálculos no sistema urinário. 
Os cálculos são formados no trato urinário pela deposição de substâncias cristalinas (oxalato de cálcio, fosfato de cálcio, ácido úrico) excretados na urina.
Podem ser encontrados em qualquer ponto - do rim à bexiga - e variam de tamanho (desde pequenos depósitos granulares, denominados areia, até cálculos vesicais do tamanho de uma laranja).
Fatores predisponentes:
Infecção urinária;
Estase urinária;
Períodos de imobilidade (produz lentificação da drenagem renal e alteração do metabolismo do cálcio);
O problema ocorre predominantemente entre 20 e 50 anos e afeta mais os homens que as mulheres. 
Predisposição familiar e hereditária;
Maior incidência em países industrializados e de clima tropical;
As pessoas que apresentam um cálculo tendem a apresentar recorrências dentro de 5 anos. 
A maioria dos cálculos contém cálcio ou magnésio em combinação com fósforo ou oxalato. 
80% unilaterais;
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Alguns cálculos causam poucos ou nenhum sintomas enquanto destroem lentamente as unidades funcionais (NÉFRONS) do rim; outros causam:
Dor intensa e desconforto;
A dor originada na área renal irradia-se anteriormente e para baixo em direção à bexiga nas mulheres, e no sentido do pênis, no homem;
Calafrios;
Febre;
Disúria e hematúria;
Náuseas e vômitos (por causa de dor); 
Se o cálculo obstruir o colo vesical, haverá retenção urinária;
Em geral, o paciente eliminará espontaneamente cálculos de 0,5 a 1cm de diâmetro.
DIAGNÓSTICO
RX associado à Ultrassonografia;
Urografia Excretora; 
Pielografia retrógrada;
Ecografia abdominal;
Volume total de urina de 24h;
Exames laboratoriais: cálcio, ácido úrico, creatinina, Sódio, pH;
História sobre dieta e medicamentos e histórico familiar de litíase renal são observadas para identificar fatores de risco.
DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM
 Dor e desconforto relacionados à inflamação, obstrução e abrasão de trato urinário.
 Alto risco de infecção e obstrução relacionado ao bloqueio do trato urinário por um cálculo ou edema.
Déficit de conhecimento sobre a prevenção ou recidiva de cálculos renais. 
TRATAMENTO
Objetivos:
Erradicar o cálculo;
Determinar o tipo de cálculo;
Evitar a destruição do néfron;
Controlar a infecção;
Aliviar qualquer obstrução que possa estar presente.
Aliviar a dor: analgesia com morfina, dolantina, tramal (CPM);
Banhos quentes ou aplicação de calor úmido nas regiões do flanco;
 Aumentar a ingesta hídrica, exceto se vômitos ou indicação cirúrgica;
Dietoterapia com restrição de cálcio e fósforo;
Litotripsia com ondas de choque extracorpóreas;
 Ureteroscopia;
Remoção cirúrgica- nefrolitotomia, pielolitomia, ureterolitotomia, cistostomia.
Boa noite..!

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