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resumo av2 introduçao ao estudo do direito

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DIREITO POSITIVO
“ Direito Positivo é o sistema normativo-jurídico vigente em determinada época e lugar, o conjunto de leis em vigor num país”.
				 Daniel Coelho de Souza
 “ Direito Positivo é o direito institucionalizado pelo Estado , é a ordem jurídica em determinado lugar e tempo”.
					 Paulo Nader
O que é direito positivo?
O Direito Positivo é o Direito escrito, gravado, codificado, difere basicamente do direito natural, e formalmente o direito consuetudinário. No direito natural, as normas não são escritas, são de conhecimento com base na moral e no bom senso, já o direito dos costumes, também não é registrado de forma expressa como normas, mas sim é um conjunto de preceitos que são seguidos por gerações, e ficam ragstrados em julgados, acórdãos e sentenças. Já a existência de leis, escritas e aplicadas é o Direito Positivo, o Brasl adota o sistema de Direito Positivo, que é a melhor forma de assegurar as garantias constitucionais. Direito Positivo, são os principios, as regras que regem a vida social de um povo
Direito e Moral 
Atualmente inúmeros critérios são utilizados para distinção entre Direito e Moral, sendo essas de ordem formal e material (que diz respeito ao conteúdo).
No ponto de vista formal pode-se verificar as seguintes distinções: 
- O Direito é bilateral, enquanto a moral é unilateral: Essa distinção relaciona-se ao fato de que o Direito, ao conceder direitos, da mesma forma impõe obrigações, sendo pois uma via de mão dupla. Já a moral não, suas regras são simplificadas, impondo tão somente deveres, e o que se espera dos indivíduos é a obediência as suas regras. 
- Exterioridade do Direito e Interioridade da Moral: por essa distinção entende-se que o Direito é externo por se ocupar das atitudes externalizadas dos indivíduos, não devendo se atuar no campo da consciência, somente quando necessário para averiguar determinada conduta. Já a moral se destina influenciar diretamente a consciência do indivíduo, de forma a evitar que as condutas incorretas seja externalizadas, e quando forem, deverá ser objeto de análise somente para se aferir a intenção do indivíduo. 
Vale dizer que esse critério não atingiria a moral social. 
- Autonomia e Heteronomia: Na moral a adesão às regras se dá de forma autônoma, ou seja, o indivíduo tem a opção de querer ou não aceitar aquelas regras. É, portanto, um querer espontâneo. Importante registrar que esse critério também não atinge a moral social. Já com o Direito ocorre de forma diversa, pois o indivíduo se submete a uma vontade maior, alheia à sua. 
- Coercibilidade do Direito e Incoercibilidade da moral: O Direito tem como uma de suas características mais marcantes a coercibilidade, ou seja, o indivíduo deverá obedecer as normas por temer a imposição de uma penalidade que será certamente exercida pela força estatal. Já a moral não possui essa característica, pois não há instrumentos punitivos para aqueles que não observam as suas regras. Regista -se, oportunamente, que a moral social, apesar de não possuir caráter punitivo, constrange os indivíduos a cumprirem as suas regras, desetimulando o descumprimento. 
No que diz respeito ao conteúdo (material): 
Teoria Pura do Direito: Manifestação mais refinada do positivismo lógico. Visa restaurar a autonomia da ciência jurídica, comprometida pelo jusnaturalismo, pelo historicismo e pelo sociologismo, a partir de uma purificação do direito. O seu maior expoente foi Hans Kelsen. Afirma a norma como estruturas do dever ser. Afirma o direito como um conjunto puro de normas (ciência normativa), além de defender a primazia da validade como atributo jurídico, desprezando a efetividade e legitimidade das normas. Cria a pirâmide normativa, onde põe normas com diferentes graus de generalidade numa pirâmide hierarquizada. Separa-se o direito da moral. Afirma dogmas da completude, coerência e unidade do sistema jurídico.
* Críticas Positivas: Contribuiu para o avanço dogmático e a autonomia da ciência jurídica.
* Críticas Negativas: Distancia o direito dos fatos e valores sociais. Legitima qualquer regime político (democracia ou autocracia
Direito X Moral X Religião 
Moral - De acordo com os bons costumes e regras de conduta concernente ao pensamento e consciência em oposição ao físico e material. Conjunto de regras de conduta proposto por uma determinada do utrina ou inerente a uma determinada con dição. Direito - Que segue a lei, correto, sincero, leal , pode ser tb. Complexo de leis ou 
normas q regem as relações entre os homens. A religião, que pode ser definida como conjunto de crenças em uma determinada divindade ou força sobrenatural, é uma criação humana que busca explicações para o mundo e para 
os vários questionamentos sociais. Na formação de sua doutrina, estipula valores e princípios a serem seguidos pelo homem para serem obedecidos durante a vida. Valores esses que induzem seus fiéis a determinadas condutas sociais e proibições para que o objetivo final, que é o bem, seja atingido. O Direito e a religião se parecem por 
expressarem mecanismos de controle social, que impõem condutas e valores e que têm como finalidade o bem.comum. 
Processo Legislativo 
O Processo legislativo consiste no conjunto de fases constitucionalmente estabelecidas 
pelas quais há de passar o projeto de lei, até sua transformação em lei vigente. Nesse processo são formuladas as leis que constituem o ordenamento brasileiro. A legislação brasileira é formada por leis primárias (emendas constitucionais, leis complementares, leis ordinárias, lei delegada, medidas provisórias, decreto legislativo, resoluções do senado) e leis secundárias (decretos regulamentares, instruções ministeriais, portarias, ordem de serviço). 
O processo legislativo possui três fases: iniciativa (geral ou privada), constitutiva e 
complementar. Na primeira delas, tem-se o pontapé inicial, ou seja, o projeto e lei, que pode ser apresentado um deputado ou comissão; por um senador ou comissão; pelo Supremo Tribunal Federal; pelo Presidente da República; pelo Procurador Geral da República; pelos Tribunais Superiores; e pela iniciativa popular. 
É necessária a observaçã o de uma série de regras para a elaboração do Projeto de Lei. 
Essas regras estão dispostas nas leis complementares n° 95 de 26/02/98 e n° 107 de 
26/04/2001, que tratam da estrutura da norma (parte preliminar), da ordenação do texto legal (parte normativa) e das cláusulas e disposiçõ es (parte final). É preciso observar também as etapas de elaboração (definição da matéria a ser normatizada; verificação da possibilidade jurídica; estudo da matéria, pesquisa da legislação e jurisprudência; elaboração do anteprojeto; revisão do anteprojeto; e redação final). 
Observados os procedimentos legais, o Projeto de Lei segue para a segunda fase: a 
Constitutiva, na qual será discutida a relevância do projeto nas duas casas do congresso 
(Câmara e no Senado), na Comissão de Constituição e Justiça, na Comissão Orçamentária (caso a nova lei implique custos) e também nas comissões temáticas. 
Após a análise do proje to, ocorre a vota ção (deliberação parlamentar e executiva). 
Primeiramente ocorre a deliberação parlamentar, na qual existem dois processos de votação: ostensivo (simbólico e nominal) e secreto (eletrônico e cédulas). Para a realização da votação existem três tipos de quórum, sendo que cada um corresponde a um tipo de caso: maioria simples (50% + 1 dos presentes); maioria absoluta (50% + 1 do total de membros da casa) e maioria qualificada (3/5 do total de membros da casa). 
Se rejeitado o projeto, ele será arquivado. Se aprovado, ele vai para a casa revisora e 
em seguida chega à fase da deliberação executiva, na qual será sancionado ou vetado pelo presidente da república. Nesta fase o projeto passa a se chamar autógrafo. 
A sanção pode ser expres sa, quando é produzido um documento para expor os motivos 
da aprovação; ou tácita, quando não há manifestação e, depois de um prazo de 15 dias,considera-se a aprovação do projeto. 
O veto, por sua vez , pode ser total, quando o projeto é inteiramente rejeitado; ou 
parcial, quando somente uma parte é rejeitada. A motivação pode ser jurídica, quando é 
considerado inconstitucional; ou política , quando é contrário ao interess e público. Nos dois casos a justificação é exigida, dentro de um período de 48 horas. Se o projeto for sancionado, segue para a próxima fase. Se for vetado, volta à casa de origem para uma nova deliberação, na qual o veto pode ser derrubado ou mantido. 
A última fase é a complementar, na qual, depois de aprovado o Projeto de Lei, é feita a 
promulgação, que é o atestado de existência válida da lei. No entanto, o projeto, que agora se tornou lei, só chega ao conhecimento de todos os cidadãos através da publicação, ato pelo qual se atesta a inovação legislativa. A partir do momento em que a lei é publicada, inicia-se o vacatio legis, depois do qual não pode haver alegação de desconhecimento da nova lei.
VACATIO LEGIS 
VACATIO LEGIS: É o tempo que a lei leva da publicação até entrar em vigor. 
PODE EXISTIR LEI SEM VACATIO LEGIS? 
– R: SIM 
PRAZO PODE SER SUPERIOR A 45 DIAS? 
– R: SIM 
QUANDO NÃO TEM DETERMINAÇÃO DE VACATIO LEGIS, QUAL TEMPO SERÁ ADOTADO? 
– R: 45 DIAS 
CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS
QUANTO À IMPERATIVIDADE (OU OBRIGATORIEDADE)
CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS 
Normas jurídicas são regras de conduta impostas pelo ordenamento jurídico. São comandos gerais, abstratos e coercíveis, ditados pela autoridade competente.
	
 Cogentes: de caráter absoluto. Podem exprimir uma ação ou abstenção. 
Ex.: Usar o cinto de segurança 
Proibição de matar 
Não cogentes: dispositivas ou imperativas relativas. Não determinam nem proíbem de modo absoluto. Dão a faculdade de agir ou se abster. 
Ex.: casar ou não casar. 
Art. 327 do CC., 
suprimento da declaração de vontade. 
QUANTO AO AUTORIZAMENTO 
Mais que perfeitas: 
Sua violação autoriza 2 sanções: a nulidade do ato praticado ou o restabelecimento do status quoante e mais uma pena. 
Ex.: art. 235 do C.P. Arts.1541 e 1548 do CC. 
Perfeitas:
Autoriza a declaração de nulidade do ato ou a possibilidade de anulação do ato. 
Ex.: art. 171 do CC.: negócio feito sob coação. 
Menos que perfeitas: 
Autorizam a aplicação de pena ao violador, mas não a anulação do ato. 
Ex.: Arts. 1523, I e 1641 do CC. 
Viúva que casa antes de fazer o inventário e a partilha aos herdeiros do “de 
cujus”, deve casar com separação de bens. 
Imperfeitas: 
A sua violação não acarreta Qualquer possibilidade de consequência 
Jurídica. Não são normas autorizantes. 
Ex.: dívidas de jogo, dívidas prescritas, 
pagamento de juros aviltados. Art.814 do CC. 
QUANTO À NATUREZA DE SUAS DISPOSIÇÕES
Substantivas – 
São as que definem direitos e deveres e estabelecem seus requisitos, forma e 
exercício, por exemplo: Direito Civil, Direito Penal, etc.. 
Adjetivas – 
São aquelas que traçam os meios de realização dos direitos, sendo também denominadas processuais ou formais, por exemplo, o Código de Processo Civil, o Código de Processo Penal
QUANTO À HIERARQUIA
Constituição: 
Constituição (ou Carta Magna) é o conjunto de normas (regras e princípios) supremas do ordenamento jurídico de um país. A Constituição limita o poder, organiza o Estado e define direitos e garantias fundamentais. A Constituição situa -se no topo da pirâmide normativa, recebe nomes como Lei Fundamental, Lei Suprema, Lei das Leis, Lei Maior, Carta Magna. A principal garantia dessa superioridade (supremacia, primazia) das Constituições são os mecanismos de controlo de constitucionalidade, que permitem afastar num caso concreto a aplicação de uma norma incompatível com texto constitucional (controle difuso) ou anulá-las quando uma norma, em tese, violar a Constituição (controle concentrado). 
Infraconstitucionais:
 As demais normas jurídicas, devem estar em concordância com a Constituição, não podendo contrariar as exigências f ormais impostas pela própria Constituição para a edição de uma norma infra-constitucional (constitucionalidade formal) nem o conteúdo da Constituição (constitucionalidade material). Tecnicamente não há hierarquia entre 
as leis infraconstitucionais, o que as diferem é o órgão competente para sua edição e o quorum necessário para sua aprovação. São elas: leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas decretos-leis (já extintos em nosso ordenamento jurídico), medidas provisórias, decretos legislativos, resoluções do Poder Legislativo. 
Lei complementar é uma lei que tem como propósito complementar, explicar, adicionar algo à constituição. A lei complementar diferencia -se da lei ordinária desde o quorum para sua formação. A lei ordinária exige apenas maioria simples de votos para ser aceita, já a lei complementar exige maioria absoluta. A lei complementar como o próprio nome diz tem o propósito de complementar, explicar ou adicionar algo à constituição, e tem seu âmbito material predeterminado pelo constituinte; já no que se refere a lei ordinária, o seu campo material é alcançado por exclusão, se a constituição não exige a elaboração de lei complementar então a lei competente para tratar daquela matéria é a lei ordinária. Na verdade não há hierarquia entre lei ordinária e lei complementar, o que há são campos de atuação diversos
A medida provisória (MP) é adotada pelo presidente da República, mediante ato unipessoal, somente em caso de urgência e relevância, sem a participação do Poder 
Legislativo, que somente será chamado a discuti-la em momento posterior. A medida 
provisória, assim, embora tenha força de lei, não é verdadeiramente uma lei, no sentido técnico estrito deste termo, visto que não existiu processo legislativo prévio à sua formação. Somente em casos de relevância e urgência é que o chefe do Poder Executivo poderá adotar medidas provisórias, devendo submetê-las, posteriormente, ao Congresso Nacional. As medidas provisórias vigorarão por sessenta dias, prorrogáveis por mais 60. Após este prazo, se o Congresso Naciona l não a prová-la, convertendo-a em lei, a medida provisória perderá sua eficácia. 
Decreto é uma ordem emanada de uma autoridade superior ou órgão (civil, militar, leigo ou eclesiástico) que determina o cumprimento de uma resolução. No sistema jurídico brasileiro, os decretos são atos administrativos da competência dos chefes dos poderes executivos (presidente, governadores e prefeitos).Um decreto é usualmente usado pelo chefe do poder executivo para fazer nomeações e regulamentações de leis (com o para lhes dar cumprimento efetivo, por exemplo), entre outras coisas. Decreto é a forma de que se revestem do atos individuais ou gerais, emanados do Chefe do Poder executivo Presidente da República, Governador e Prefeito. Pode subdividirs-e em decreto geral e decreto individual. Esse a pessoa ou grupo e aquele a pessoas que se encontram em mesma situação. 
Decretos-leis eram uma ferramenta do presidente da República para dar imediata efetividade a uma norma da administração, com poder de lei desde a sua edição. Considerados um "entulho autoritário", os decretos -leis foram extintos pela Constituição de 1988 e substituídos pelas Medidas Provisórias, que também têm 
força de lei desde sua edição pelo presidente da República. 
Decreto legislativo é a norma jurídica que vem abaixo das emendas a constituição, leis complementares, leis ordinárias e medidas provisórias. Ele é destinado a veicular matéria de competência do Congresso Nacional prevista basicamente no artigo 49 da Constituição Federal. 
Lei Delegada (vide artigos 5 9, IV e 68 da Constituição brasileira de 1988 ) é um ato normativo elaborado pelo Presidente do Brasil com a autorização do Congresso Nacional do Brasil, para casos de relevância e urgência, quando a produção de uma lei ordinária levaria muito tempo para dar uma resposta à situação. 
O Presidente solicita a autorização,e o congresso, julgando adequado o período, fixa os limites da lei delegada. Depois de criada a lei pelo Presidente, ela é remetida ao congresso para a valiação e aprovação. Considerando que os limites foram respeitados e que a lei é conveniente, o congresso a aprova, contudo essa norma entra no sistema jurídico na qualidade de lei ordinária. As leis delegadas não admitem emendas. 
Decretos Regulamentares: Na verdade não são leis no sentido estrito da palavra, mas sim atos do Poder Executivo, com a finalidade de prover situações previstas na lei em sentido técnico, para explicitá-la e dar-lhe execução. 
Normas Internas : Assim como os decretos regulamentares também não são leis no sentido estrito da palavra, mas têm por finalidade disciplinar situações específicas, notadamente na Administração Público. 
Ex. Despachos, Estatutos, Regimentos internos, instruções normativas, etc
QUANTO À SISTEMATIZAÇÃO 
Esparsas (ou extravagantes) – quando editadas isoladamente (p. ex.: Lei do inquilinato, Lei das Contravenções Penais, Lei da Execuções Penais, etc.). 
Consolidadas – quando forem uma reunião de Leis esparsas vigentes sobre determinado ramo jurídico (p. ex. CLT e CLPS). 
Codificadas – quando constituem um corpo orgânico de normas sobre certo ramo jurídico. O Código não é um complexo de normas, mas uma Lei única que dispõe, sistematicamente, a respeito de um ramo jurídico 
(p. e x.: Código Civil, Código Penal, Código Comercial, Código 
de Processo Civil, Código Tributário, etc.). 
QUANTO À OBRIGATORIEDADE 
De ordem pública 
De ordem privada 
TEORIA TRIDIMENCIONAL DO DIRETO
A Teoria Tridimensional do Direito é uma concepção de Direito, internacionalmente conhecida e foi elaborada pelo filósofo brasileiro Miguel Reale em 1968, e posteriormente abordada em diversas obras. 
Importante ressaltar que Reale não foi o primeiro filósofo a postular uma teoria tríplice, sendo que autores como Emil Lask, Gustav Radbruch, Roscoe Pound e Wilhelm Sauer já tinham, em suas obras, abordado, ainda que de forma mais superficial, a tridimensionalidade jurídica. 
Segundo essa teoria, o Direito se compõe de três dimensões: 
- o aspecto normativo: em que se entende o Direito como ordenamento e sua respectiva 
ciência. 
- o aspecto fático: em que o Direito se atenta para sua efetividade social e histórica. 
- o axiológico: e, que o Direito cuida dos valores buscados pela sociedade, no caso, a 
Justiça. Assim, o fenômeno jurídico se compõe, sempre e necessariamente, de um f ato 
implícito (fato econômico, geográfico, demográfico, etc.) de um valor, que confere 
uma significação a esse fato, determinando a ação dos homens para atingir e preservar 
certa finalidade ou objetivo e, finalmente, de uma norma, que representa a relação ou 
medida que integra os demais elementos. 
Neste caso, podemos identificar uma norma (o próprio dispositivo legislativo que gera as obrigações e direitos), resultante e unificadora da relação entre fatos (a situação da emissão da letra de câmbio, o contexto histórico de necessidades técnicas e jurídicas das transações comerciais, etc.) e valores (o valor da garantia, do crédito, da segurança financeira, etc.). 
De acordo com Miguel Reale, o direito é tridimensional, visto como elemento 
normativo, disciplinando comportamentos individuais e coletivos. De acordo com ;/
alguns doutrinadores que se limitam a conhecer uma visão integral do direito, esta só 
seria obtida mediante a consideração dos três aspectos discriminados (Fato, Valor e 
Norma), dizendo que é tarefa do jus-filósofo realizar uma síntese final das análises 
feitas separadamente pelos especialistas em direito. 
Como consequência a essa teoria, Reale implica seus reflexos na atividade do jurisperito (individuo especializado em leis). Com a análise por parte de advogados e juízes do Direito foi concluida que não se deve manter presa a somente uma ou duas destas dimensões, devendo estar constantemente vinculada à interpretação do sistema 
tridimensional como um todo Segundo Miguel Reale, o direito deve ser estudado como norma, valor e fato. Ele pressupõe que nao da para imaginar as leis, independente dos eventos sociais, dos hábitos ou da cultura da sociedade, sendo impossivel a existência desses elementos sem levar em consideração os seus valores sociais. 
O autor da Teoria Tridimensional definiu o Direito como “realidade histórico-cultural tridimensional, ordenada de forma bilateral atributiva, segundo valores de convivência”. 
O Direito é fenômeno histórico, mas não se acha inteiramente condicionado pela 
história, pois apresenta uma constante axiológica concentrando-se particularmente nos 
valores morais. O Direito é uma realidade cultural, porque é o resultado da experiência 
do homem. A bilateralidade é essencial ao Direito, de vez que apenas ele confere a 
possibilidade de se exigir um comportamento. 
A tridimensionalidade ainda é mal compreendida por muitos filósofos e juristas, por isso, sofreu muita autocrítica e desenvolveu-se como um processo de amadurecimento histórico-cultural.

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