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Aulas Praticas de Direito

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Escola Superior de Negócios e Empreendedorismo de Chibuto (UEM-ESNEC)
IIIº ANO
1º SEMESTRE
CURSO: AGRO-NEGÓCIOS
Resolução das Aulas Práticas
Discente: 
Dário Alberto Nhautse
 Docente Regente: PhD. Salomão Viagem
 Docente Assistente: dra. Shelcia Simbine 
 
Chibuto, 28 Abril de 2020
Aula Pratica I
1. Sim concordo, pois, a natureza social do Homem não é de todo pacífica, as condutas humanas não são uniformes, cada pessoa tem a sua forma de ser e estar em função de vários factores internos ou externos a ela. Essas diferenças quando exteriorizadas no meio social, muitas vezes desencadeiam conflitos de interesse.
2. Não, discordo porque a norma jurídica parte de uma vontade humana podendo a mesma ser revogada pelo homem, daí que ela não emana da natureza.
3. Não concordo, visto que a sociedade sem o direito, não haveria ordem por não haver leis, tribunais e polícia, cada um agiria da forma que lhe agradasse podendo contribuir para seus interesses pessoais, podendo ser um deles adquirir de forma ilegal algo que quisessem e não tivessem poder monetário para a compra já que não haveria punição para as infrações cometidas . E o direito é chamado para regular cada uma dessas matérias relevantes na sociedade e também para sancionar condutas que se mostrem conflituantes com a ordem social estabelecida. 
4. Direito natural é o conjunto de normas escritas ou não que existem e são conhecidas e reconhecidas no meio social independentemente do modo como deve estar organizado esse meio social, por ex. o direito à vida e a liberdade. E o Direito positivo seria o conjunto de normas criadas ou não pelo Estado através dos órgãos competentes e postas a vigorar na ordem jurídica através de meios formais para o efeito estabelecidos, por ex. os costumes e a jurisprudência. O direito natural baseia se nos princípios humanos, na moral, é de caracter informal, caso um sujeito faça alguma infração o sujeito não sofre sanção jurídica, porém por outro lado o direito positivo, se fundamenta na ordem e estabilidade da sociedade, é de carácter formal neste direito e o sujeito sofre sanção jurídica.
5. O direito natural e o direito positivo são distintos, porem se interligam entre si, o direito positivo depende em grande medida do direito natural, na medida em que vai buscar as bases nele. Embora o Direito positivo exerça a tutela através da imperatividade e coercibilidade, o Direito Natural de por si através da consciência da pessoa violadora das suas normas, exerce o juízo Intra psicológico. Por exemplo, o violador da norma do Direito natural é julgado e condenado pela sua própria consciência. Esta condenação as vezes leva a autoflagelação e suicídio (lento ou espontâneo). Pelo que, o Direito natural não depende do positivo para a sua afirmação como tal. Entendemos deste modo que o Direito natural se autotutela.
6. As ordens normativas são:
Ordens técnicas, aquelas que visam a obtenção de um certo resultado útil ao homem.
Ordem do trato social é constituída por usos e convenções sociais assumidas de forma tácita. As normas que constituem essa ordem geralmente não são escritas, têm o seu domínio nas diferentes esferas da vida social tais como: cortesia nas relações sociais, moda, práticas profissionais, desportivas, comerciais. Cada sector da vida social cria os seus próprios usos, ou seja, violação das normas de trato social acarretam como consequência, a reprovação social e sanções inominadas.
Ordem moral é uma ordem de conduta que se destina a aperfeiçoar a pessoa humana para o bem. É o individuo que é aperfeiçoado na sua forma de ser e estar e não a sociedade como tal, embora as repercussões das normas de caracter moral se façam sentir na sociedade de um modo geral.
Ordem religiosa dizem ser constituída por “normas religiosas” que se destinam a aperfeiçoar o homem e a estabelecer a relação entre o Homem e o seu Criador. Diz-se também que o não cumprimento das normas dessa ordem acarreta sanções não na vida presente, mas na futura (punição de Deus).
A ordem mais relevante para o nosso estudo é a ordem jurídica. 
Ordem jurídica é a ordem normativa constituída pelas normas criadas ou adoptadas pelo Estado através dos órgãos competentes. É por esse motivo que essa ordem normativa é chamada de jurídica. Visa harmonizar a vida humana em sociedade, o bem comum. É a ordem normativa relevante para o nosso estudo porque é nela que se manifesta o Direito que se aplica na maior parte dos actuais Estados.
7. Sim de facto a afirmação é verídica, as normas do trato social pode evoluir a norma jurídica passando a ser assistida de protecção coactiva. É o que sucede com a prática de os Advogados e magistrados usarem togas quando em sessão de julgamento. O uso desse traje que inicialmente era simples prática, está agora previsto nos instrumentos que regulam o exercício dessas profissões, pelo que a sua omissão acarreta sanções jurídicas de caracter profissional.
8. Não, embora este disponha sobre as regras gerais da ordem jurídica, nomeadamente através da Constituição e Leis, existe o Direito criado por pessoas jurídicas do Direito privado para as reger, é o caso do Direito das associações baseado nos respectivos estatutos aprovados pelos seus membros. Os estatutos da associação, são criados pela livre vontade dos seus membros que os aprovam e os vinculam na ordem jurídica. Embora o seu conteúdo deva respeitar o Direito estadual, este só indirectamente é considerado, por isso não é por assim dizer de origem estadual. Também as relações obrigacionais são regidas por contratos elaborados através da manifestação da autonomia da vontade das partes, embora devam respeitar certas estipulações da lei estadual, só reflexamente se subordinam a elas. Por essa razão pode se afirmar que as cláusulas contratuais entre particulares não são de origem estadual. O direito é transcendente ao Estado, com isto queremos dizer que ele existe independentemente do Estado.
9. Os órgãos emanadores do direito em Moçambique são: A Assembleia da República, o Governo, o Presidente da República, e o Ministro. A nível do poder local, criam Direito que vincula localmente as Assembleias Municipais.
10. Sim concordo, porque Estado é uma sociedade politicamente organizada e para que seja considerado como tal é necessário que tenha uma população, território e poder político (soberania e independência).
11. Fonte de direito no Sentido técnico jurídico refere aos diferentes modos de formação e revelação das regras jurídicas.
A seguir estão descritas as outras fontes de direito:
Sentido instrumental refere se ao instrumento onde se encontra redigido ou compilado o Direito. Exemplo, o Boletim da República, a Constituição da República, a Bíblia Sagrada, são fontes instrumentais do Direito.
Sentido histórico traduz a ideia do sistema que sob o ponto de vista histórico inspirou ou deu origem a um determinado Direito. Por exemplo, o nosso Direito tem como fonte histórica o Direito Romano.
Sentido sociológico é o conjunto de factos sociais que norteiam a actividade de criadora de Direito. Por exemplo, o aumento do parque automóvel numa determinada cidade pode obrigar a alterações ao vigente Código de Estrada. O surto de certa epidemia ou actos criminais hediondos, pode impulsionar a criação de leis específicas para fazer face a esses cenários assistidos numa determinada sociedade. Por isso é que se se diz fonte do Direito em sentido sociológico.
Sentido orgânico esta, dá a ideia da origem orgânica do Direito. O órgão que emanou o Direito, é a fonte orgânica desse Direito. Por exemplo, no nosso país, como veremos infra, o Presidente da República, a Assembleia da República e o Governo, são fontes orgânicas do Direito.
12. Concordo, coincidem sim com as fontes do Direito em Moçambique, visto que se ensina em escolas de Direito do nosso país que, a doutrina e a jurisprudência são também fontes de Direitoem Moçambique, mas fontes mediatas porque não são directamente aplicadas aos casos concretos que demandam soluções jurídicas. Entretanto, quando se pretende estudar as fontes do Direito em Moçambique, julgamos ser curial apontar àquelas que o são sob o ponto de vista legal e prático.
13. O esquema hierárquico da lei é:
As leis constitucionais são as que constam da Constituição. São na sua essência leis mas de nível superior pela sua natureza e pressupostos para a sua aprovação. Há mais solenidades na aprovação de uma lei constitucional que na aprovação de uma lei ordinária formal ou solene.
A lei ordinária formal solene é a que é normalmente aprovada pela Assembleia da República no exercício das suas funções ordinárias. Exige uma maioria de 2/3 dos deputados para a sua aprovação.
As leis ordinárias comuns ou não solenes são as emanadas pelos órgãos centrais do Estado (decretos, decretos presidenciais, diplomas ministeriais), órgãos locais (se os houverem, em Moçambique não temos pelo menos até onde sabemos, casos de normas emanadas pelos órgãos locais), entidades autónomas (como é o caso das autarquias locais).
O princípio que a ela subjacente é o princípio de áureo na hierarquia das leis é o de que: as leis de escalão inferior não devem contrariar as de escalão superior.
14. As fases para elaboração de uma lei no sentido formal são:
Elaboração- é a primeira fase, que compete ao Conselho de Ministros preparar propostas de lei a submeter à Assembleia da República.
Aprovação- a fase seguinte a submissão da proposta de lei à Assembleia da República é a aprovação, precedida por debates na generalidade e na especialidade. Compreende uma votação na generalidade que corresponde a admissão da proposta, uma votação na especialidade que consiste na apreciação minuciosa da proposta ora admitidos e finalmente uma votação final global que se traduz na aprovação da lei, nos termos do disposto nos números 1 e 2 do artigo 184 da C.R.M.
Promulgação- A promulgação é um acto de fiscalização preventiva da lei feita pelo Presidente da República visando evitar que a mesma fira a Constituição da República ou seja contrária aos anseios dos cidadãos.
Publicação- Uma vez aprovada a lei, é submetida ao Presidente da República para a sua promulgação nos termos do disposto no número 1 do artigo 163 da C.R.M, seguida da publicação no Boletim da República, confira o número 1 do artigo 144.
Entrada em vigor- Após a publicação que deve necessariamente ser feita no Boletim da República (BR), artigo 144º da C.R.M, a lei deve entrar em vigor imediatamente ou decorrido que seja determinado lapso de tempo.
15. Os vícios que podem enfermar a lei no processo da sua elaboração são:
Invalidade- invalidade é um desvalor que se manifesta em duas vertentes, na possibilidade de o acto em referência ser tido como nulo (nulidade), por um lado, e por outro, na possibilidade de o acto ser anulável (anulabilidade).
Inexistência- Inexistência é o desvalor do acto legislativo considerado na falta de promulgação da lei. Em Moçambique a promulgação é um acto exclusivo da competência do Presidente da República conforme vimos supra 10.
Ineficácia- A ineficácia verifica-se quando há um vício relativo a publicação da lei (cfr. Número 1 do artigo 144º da CRM) e sua entrada em vigor.
16. A nulidade é invocada quando um acto ou norma jurídica por enfermar de um vício formal e ou sobretudo de ordem material, não pode à partida produzir os devidos efeitos na ordem jurídica. A nulidade caracteriza-se por ser invocável a todo o tempo por qualquer interessado e ser de conhecimento oficioso por parte do tribunal.
A anulabilidade verifica-se quando o acto cujos efeitos já estão a produzir-se pode sofrer interrupção em virtude de se considerar infestado por um vício que normalmente é de forma. Portanto, no caso da anulabilidade os efeitos jurídicos não são considerados à partida enquanto que na anulabilidade os efeitos jurídicos são considerados, mas a qualquer momento podem ser interrompidos. Por outro lado, esta, só pode ser invocada por quem tem legitimidade nos termos da lei, isto é, as pessoas cujos interesses são por lei protegidos ao puderem invocar essa figura e só pode ser invocada até um ano depois da cessação do vício que lhe serve de fundamento.
Aula Prática II
1. A expressão fontes do Direito não é univocal, remete o que a ouve pela primeira vez a diferentes sentidos, histórico, instrumental, sociológico ou material, orgânico e técnico-jurídico. E entendo como a verdadeira fonte do direito a sociedade. 
2. Costume secundum legem é aquele que é de acordo com a ele, que a interpreta.
Costume praeter legem (para além da lei), regula hipóteses e aspectos de que a lei não trata.
Costume contra legem é contrário a lei, é um tipo de costume que não vale.
3. Na nossa ordem jurídica existem dois tipos de fontes do Direito. As legais formas e as costumeiras- práticas.
As fontes de natureza legal e formal resultam da própria lei que revela o Direito Positivo a ser aplicado dentro da ordem jurídica nacional, cfr, número 3 do artigo 2 da CRM e artigo 1 do Código Civil. Portanto, a lei é a principal fonte do Direito em Moçambique.
O reconhecimento do costume como fonte do Direito em Moçambique é feito implicitamente pela Constituição da República no seu artigo 4 que estabelece: “O Estado reconhece os vários sistemas normativos e de resolução de conflitos que coexistem na sociedade moçambicana, na medida em que não contrariem os valores e os princípios fundamentais da Constituição”.
Fontes Mediatas
Doutrina e a jurisprudência são também fontes de Direito em Moçambique, mas fontes mediatas porque não são directamente aplicadas aos casos concretos que demandam soluções jurídicas.
Doutrina são exposições e soluções teóricas apresentadas pelos estudiosos ou cultores do Direito, também chamados de jurisconsultos.
Jurisprudência é o conjunto de relevantes decisões proferidas normalmente por tribunais de escalão superior que podem ser usadas para extração da regra jurídica a aplicar num caso concreto.
Fontes imediatas
São estas a lei e o costume.
Lei- em sentido amplo da expressão se deve entender como sendo toda e qualquer norma jurídica proveniente de uma entidade estadual competente. Diz-se que a lei é fonte do Direito porque dela se extrai a regra jurídica a ser aplicada num determinado caso concreto.
Costume é a fonte que consiste na prática reiterada assistida de convicção de obrigatoriedade.
4. Os sentidos do termo “lei sao”: 
Lei em sentido material, coincide com o sentido amplo do termo lei, toda e qualquer disposição proveniente de uma entidade estadual competente. 
Lei em sentido formal, é aquela que acarreta para a sua emanação a observância de formalidades próprias por seu turno previstas na lei, sem as quais será havida por inválida. 
Lei em sentido orgânico é a que provem de específicos órgãos legislativos, mormente a Assembleia da República e o Governo. Lei geral e lei especial. 
Lei geral e aquela que se aplica a generalidade das pessoas sobre quem certa matéria se refere. 
Lei especial é aquela que se destinada a certa ou certas pessoas. A especialidade é relativa e pode ser em relação as pessoas, material e lugar.
5. As fases para elaboração de uma lei são:
Elaboração- é a primeira fase, que compete ao Conselho de Ministros preparar propostas de lei a submeter à Assembleia da República.
Aprovação- a fase seguinte a submissão da proposta de lei à Assembleia da República é a aprovação, precedida por debates na generalidade e na especialidade. Compreende uma votação na generalidade que corresponde a admissão da proposta, uma votação na especialidade que consiste na apreciação minuciosa da proposta ora admitidos e finalmente uma votação final global que se traduz na aprovação da lei, nos termos do disposto nos números 1 e 2 do artigo 184 da C.R.M.
Promulgação- A promulgação é um acto de fiscalização preventiva da lei feita pelo Presidente da República visando evitar que a mesma fira a Constituição da República ou seja contrária aos anseios dos cidadãos.Publicação- Uma vez aprovada a lei, é submetida ao Presidente da República para a sua promulgação nos termos do disposto no número 1 do artigo 163 da C.R.M, seguida da publicação no Boletim da República, confira o número 1 do artigo 144.
Entrada em vigor- Após a publicação que deve necessariamente ser feita no Boletim da República (BR), artigo 144º da C.R.M, a lei deve entrar em vigor imediatamente ou decorrido que seja determinado lapso de tempo.
Os seus desvalores são:
Invalidade- invalidade é um desvalor que se manifesta em duas vertentes, na possibilidade de o acto em referência ser tido como nulo (nulidade), por um lado, e por outro, na possibilidade de o acto ser anulável (anulabilidade).
Inexistência- Inexistência é o desvalor do acto legislativo considerado na falta de promulgação da lei. Em Moçambique a promulgação é um acto exclusivo da competência do Presidente da República conforme vimos supra 10.
Ineficácia- A ineficácia verifica-se quando há um vício relativo a publicação da lei (cfr. Número 1 do artigo 144º da CRM) e sua entrada em vigor.
6. Chama-se vacation legis é uma expressão latina que significa “vacância da lei”, ou seja, a lei vaga, é o prazo legal que uma lei tem para entrar em vigor, ou seja, de sua publicação ate o início de sua vigência. O regime jurídico supletivo (que se aplica na falta de fixação de prazo para a entrada em vigor de certa lei) consta da Lei 6/2006 de 18 de Abril.
Em Moçambique a lei entra em vigor simultaneamente em todo o território nacional.
O prazo supletivo direito moçambicano o prazo ordinário de vacation legis consta da Lei
n.º 6/2006, de 18 de Abril como sendo de 15 (quinze) dias.
7. O papel da jurisprudência e doutrina em Moçambique, doutrinárias porque inevitavelmente devem ser referidas no estudo doutrinário das fontes do Direito. Porém, quando se pretende estudar as fontes do Direito em Moçambique, julgamos ser curial apontar àquelas que o são sob o ponto de vista legal e prático. Quanto à actividade de jurisprudência produz decisões cujo teor se torna vinculativo para casos análogos futuros em toda a ordem jurídica, como os assentos, assumem o mesmo valor jurídico da lei, v. artigo 2º do Código Civil.
8. Sanções jurídicas, são os meios competentes estabelecido pelas normas jurídicas para forçar seus violadores (violadores possíveis ou violadores prováveis) a cumprir o que elas mandam, ou a reparar o mal causado pela violação, ou a se submeter às penas legais.
Sanções Materiais, referem se ao aspecto fundamental da norma, é a alteração da vida social que se pretenda e em que sanção consiste.
Leis Constituicionais
Leis Ordinarios Formais
Leis Ordinarias Comuns ou nao Solenes

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