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quatro pilares da educação

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1 
 
Resenha sobre o relatório que deu origem aos quatro pilares da educação para o 
século XXI, UNESCO, 2005 
 
Para Jacques Delors, político francês responsável pelo Relatório para a UNESCO da 
Comissão Internacional sobre a Educação para o Século XXI “a educação surge como 
um trunfo indispensável à humanidade na sua construção dos ideais da paz, da 
liberdade e da justiça social.” (Delors, 1998, p. 11). 
 
Assim, todos devem pensar na educação ao longo da vida como modo de lidar com um 
mundo que está se transformando rapidamente, além de ajudar a discernir quais 
informações são relevantes entre tantas “ondas” de que surgem de todos os cantos do 
planeta. 
 
A fim de estar à altura dessa missão, a educação deve apoiar-se em quatro princípios 
que funcionarão de base para a construção do conhecimento ao longo da vida: 
 aprender a conhecer, 
 aprender a fazer, 
 aprender a conviver e 
 aprender a ser. 
 
Esses quatro aspectos devem receber igual atenção para a educação global – cognitiva 
e prática – do indivíduo. 
 
1 Aprender a conhecer 
 
Para Jacques Delors (1998, p. 92) “aprender a conhecer supõe, antes de tudo, 
aprender a aprender, exercitando a atenção, a memória e o pensamento.” O domínio 
dos instrumentos de conhecimento é considerado um meio de compreender o mundo, 
desenvolver capacidades e se comunicar, e tem por finalidade o prazer de conhecer e 
descobrir. As crianças e os adultos devem ser apresentados ao método científico, 
estimulando sua capacidade de observação e atenção, exercitando a memória 
 
 
 
 2 
associativa e firmando os alicerces para a aprendizagem bem sucedida ao longo da 
vida. 
 
 Este pilar terá suas bases fortalecidas quando: 
 uma criança é estimulada a observar seu entorno e a estabelecer relações entre os 
seres que a rodeiam; 
 é estimulada a memorizar fatos relevantes (seu endereço, a sequência dos dias da 
semana etc.); 
 é estimulada a questionar sobre o que não conhece, a buscar novas informações e 
aprender a selecionar o que é relevante e o que não ajuda a responder seus 
questionamentos. 
 
Diante da avalanche de informações que chegam aos indivíduos por diversos 
canais midiáticos, aprender a conhecer é imprescindível para não se perder diante de 
informações inúteis, tendenciosas ou mesmo equivocadas. Para Costa (2000) “mais do 
que acumular uma carga cada vez mais pesada de conhecimentos, o importante agora 
é estar apto para aproveitar, do começo ao fim da vida, as oportunidades de 
aprofundar e enriquecer esses primeiros conhecimentos num mundo em permanente e 
acelerada mudança”. 
 
2 Aprender a fazer 
 
 Esse pilar tenta responder à questão proposta por Delors (1998, p. 93) “como 
adaptar a educação ao trabalho futuro quando não se pode prever qual será sua 
evolução?” Um caminho será transformar o conhecimento em inovações que possam 
fazer surgir novos empreendimentos e novos empregos. Para Silva e Cunha (2002) 
“Aprender a fazer significa que a educação não pode aceitar a imposição de opção 
entre a teoria e a técnica, o saber e o fazer.” A educação tem obrigação de educar 
pra a prática e a competência produtiva. 
 A noção de qualificação está sendo substituída pela noção de competência 
pessoal, que inclui formação profissional, comportamento social, capacidade de 
trabalhar em equipe e iniciativa. É preciso aprender a se comunicar, a trabalhar com 
 
 
 
 3 
os outros e resolver conflitos. O conceito de emprego está sendo substituído pelo de 
trabalho, e o trabalhador deverá ser um sujeito criativo, crítico e pensante, 
preparado para agir e se adaptar rapidamente às mudanças (Silva e Cunha, 2002) 
 
3 Aprender a conviver 
 
Esse pilar envolve duas vias complementares: descobrir o outro e participar de 
projetos comuns. A primeira via envolve educar para a diversidade da espécie 
humana, bem como de suas semelhanças. Passa pela descoberta de si, pois só 
conhecendo a si próprio pode um ser humano colocar-se no lugar do outro, buscar 
compreender suas atitudes (Delors, 1998). 
 
O respeito aos diversos pontos de vista pode evitar desentendimentos que 
geram tantos conflitos causados pela intolerância. Aprender a conviver também é 
aprender a fomentar a paz. “É aí que a paz começa, na disponibilidade para sentir, 
para escutar e para aprender com modos de ser e de viver diferentes” relata Baptista 
(2002). No mundo moderno deve-se ressaltar a interdependência e a importância das 
relações: na teia da vida o que afeta a um afetará a todos. 
 
A segunda via é através de “projetos que fazem com que se ultrapassem as 
rotinas individuais, que valorizam aquilo que é comum e não as diferenças” (Delors, 
1998, p. 98). Projetos cooperativos, atividades esportivas e culturais: “olimpíadas” 
escolares, saraus, exposições; e atividades sociais, como ações humanitárias e 
serviços de solidariedade são exemplos de ocasiões cooperativas. 
 
O professor também deve empenhar-se em seu papel de convivência e respeito. 
O envolvimento entre educadores e educandos em projetos comuns enriquece sua 
relação e ajuda a aprender como resolver conflitos (Delors, 1998). Para Costa (2000) 
“os valores devem ser, mais do que transmitidos, vividos, através de práticas 
educativas [...]. Como educadores, precisamos nos fazer presentes na vida dos 
educandos, de forma construtiva, emancipadora e solidária”. 
 
 
 
 
 4 
 
4 Aprender a ser 
 
Para aprender a ser, de acordo com o Relatório Delors (1998, p. 102), é preciso 
“não negligenciar na educação nenhuma das potencialidades de cada indivíduo: 
memória, raciocínio, sentido estético, capacidades físicas, aptidão para comunicar-
se.” De acordo com essa visão, a pessoa pode desenvolver-se totalmente através da 
educação, aprendendo a pensar autônoma e criticamente, elaborando juízos de valor 
para decidir como agir diante dos fatos da vida. É fornecer referenciais para 
compreender o mundo e se comportar de modo responsável e justo. (Delors, 1998). 
 
 A inovação social e econômica deste mundo constantemente cambiante 
necessita de imaginação e criatividade, descoberta e experimentação. A arte e a 
poesia, a revalorização da cultura oral e dos saberes prévios do aprendiz estimulam a 
diversidade de talentos e personalidades, que são manifestações da liberdade 
humana. (Delors, 1998). 
 
Imbert apud Matos (2008) lembra que "efeitos devastadores, na escola, de 
situações repetidas de insucesso acabam por gerar uma renúncia ao ser e 
consequentemente ao conhecer". O educador deve buscar seu bem-estar pessoal, 
equilíbrio emocional e confiança profissional a fim de estabelecer uma relação de 
mediador da construção do conhecimento pelo educando. (Matos, 2008). A formação 
continuada e as boas condições de trabalho são indispensáveis para que professores e 
alunos possam criar espaços para construírem seu ser, para realizarem suas 
potencialidades pessoais e sociais. (Costa, 2000) 
 
 
 
Considerações Finais 
 
Através dessa breve análise percebe-se que a UNESCO preocupou-se em analisar 
as perspectivas da educação segundo o paradigma social apresentado nesse milênio 
 
 
 
 5 
que se inicia. Os quatro pilares são as aprendizagens básicas para possibilitar ao ser 
humano total desenvolvimento de suas faculdades mentais, físicas e espirituais. Tais 
objetivos mostram inspiração humanista e não são novos, visto que o relatório 
Aprender a ser de 1972, também um estudo anterior sobre a educação para a 
UNESCO, já levantava as mesmas bases que aparecem no quarto pilar. 
 
Os quatro pilares lançam a base para a educaçãoao longo de toda a vida, 
abrindo o espírito para uma vida melhor e, segundo Suhr (1998, p. 252) “vivermos 
juntos em harmonia deve ser o fim último da educação no século XXI”. Conhecer o 
mundo e o processo de aquisição do conhecimento, ter oportunidade de aprender e 
testar diversos ofícios, conviver e aprender a administrar conflitos e sucessos e se 
realizar como pessoa são objetivos que a sociedade do terceiro milênio almeja e que a 
educação pode ajudar a concretizar. Para tanto é preciso preparar os professores e 
apoiá-los em sua prática, valorizando sua busca pelas competências que terá que gerir 
para auxiliar os aprendizes a se realizarem como pessoas através da aprendizagem. 
 
Referências bibliográficas 
 
COSTA, A. C. G. Educação: Tendências e desafios no século XXI. In: Protagonismo 
Juvenil: adolescência, educação e participação democrática. Salvador: Fundação 
Odebrecht, 2000. p. 46-57. 
Disponível em: <http://4pilares.net/text-cont/costa-educacao.htm>. Acesso em: 03 
fev. 2009. 
 
DELORS, J. Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez; Brasília. DF: MEC: 
UNESCO, 1998. 
 
MATOS, M. Aprender a ser. Jornal A Página. Porto, dez. 2008. n. 184, p. 8. 
Disponível em: <http://www.apagina.pt/arquivo/Artigo.asp?ID=6479>. Acesso em: 03 
fev. 2009. 
 
SILVA, Edna Lúcia da; CUNHA, Miriam Vieira da. A formação profissional no século 
 
 
 
 6 
XXI: desafios e dilemas. Ci. Inf., Brasília, v. 31, n. 3, set. 2002. 
Disponível em: 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100- 
19652002000300008&lng=pt&nrm=iso>. 
Acesso em: 03 fev. 2009.

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