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EDUCAÇÃO EM AMBIENTES 
NÃO ESCOLARES
PROFª. ESP. DÉBORA FELICE MATILHA
“A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma ação integrada de suas atividades educacionais, visando à 
geração, sistematização e disseminação do conhecimento, 
para formar profissionais empreendedores que promovam 
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e 
cultural da comunidade em que está inserida.
Missão da Faculdade Católica Paulista
 A v. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo.
 www.uca.edu.br
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma 
sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria, sal-
vo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a emis-
são de conceitos.
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior
EDUCAÇÃO EM AMBIENTES 
NÃO ESCOLARES
PROFª. ESP. DÉBORA FELICE MATILHA
SUMÁRIO
AULA 01
AULA 02
AULA 03
AULA 04
AULA 05
AULA 06
AULA 07
AULA 08
AULA 09
AULA 10
AULA 11
AULA 12
AULA 13
AULA 14
AULA 15
AULA 16
EDUCAÇÃO É PARA A VIDA
REENCANTAR PARA A VIDA
EDUCAÇÃO FORMAL, NÃO FORMAL E INFORMAL
EDUCAÇÃO ATUAL
OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO PARA O FUTURO
QUATRO PILARES DO CONHECIMENTO
OS SETE SABERES
EDUCAÇÃO POPULAR E A LUTA PELA EDUCAÇÃO 
PARA TODOS
PEDAGOGIA: CIÊNCIA DA EDUCAÇÃO
TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS BRASILEIRAS
LEGISLAÇÃO E ATUAÇÃO DO PEDAGOGO EM 
ESPAÇOS NÃO ESCOLARES
CAMPOS DE ATUAÇÃO DO PEDAGOGO NOS 
AMBIENTES NÃO ESCOLARES
CURADORIA DE CONTEÚDOS E MAPAS DE 
APRENDIZAGEM
REPENSANDO A INTELIGÊNCIA
A CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS COMO 
FERRAMENTA DO EDUCADOR
A CONDUTA DO PEDAGOGO EM ESPAÇOS NÃO 
ESCOLARES
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NORMAS E PROCESSOS
DE CERTIFICAÇÃO
PROF. ESP. JULIANO BERTOLOTTI MOURA
INTRODUÇÃO
Fonte: https://pixabay.com/illustrations/narrative-history-dream-tell-794978/
Nesta obra vamos procurar entender a atuação do pedagogo em espaços não esco-
lares e como esta não é uma forma de atuação tradicional, precisamos fundamentar 
alguns conceitos primários e estabelecer algumas relações fundamentais.
Para promover este caminho didático precisamos revisitar significados e rememorar 
o papel do educador nos diferentes processos formativos, suas diferentes abordagens 
e suas transformações durante o processo histórico.
A educação como processo formativo que promove a integralidade humana é uma 
formulação contemporânea que começa a se realizar nos consensos científicos, na 
produção e execução de políticas públicas, na diversificação das legislações e na prática 
pedagógica escolar e extraescolar.
A diversificação da atuação do pedagogo é resultado de um entendimento que 
relaciona diretamente a prática educativa de hoje com os enfrentamentos necessários 
para garantir a sobrevivência de nossa espécie no futuro. Precisamos corrigir rotas e 
encontrar novas direções para construir uma sociedade cada vez mais democrática 
e comprometida com a equidade e o respeito pela diversidade humana. Estas são 
urgências que o trabalho do educador precisa projetar em seu cotidiano profissional, 
atuando em espaços escolares ou não.
https://pixabay.com/illustrations/narrative-history-dream-tell-794978/
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 5
NORMAS E PROCESSOS
DE CERTIFICAÇÃO
PROF. ESP. JULIANO BERTOLOTTI MOURA
A expansão de um campo profissional produz sempre novas dificuldades e desafios, 
mas também promove novas competências e oportunidades. Quando um educador atua 
também em espaços não escolares ele experimenta métodos, transforma estratégias, 
reestabelece metas e amplia os horizontes da ciência da educação.
No futuro estaremos hiper conectados através de campos de atuação virtual, mas 
precisamos garantir que nossas relações sejam reais e duradouras. Novas técnicas e 
suas tecnologias estarão a nosso dispor, mas não podemos e nem devemos depor de 
valores ancestrais que nos trouxeram até aqui.
A educação para o futuro se realiza hoje e a educação do futuro precisa come-
çar agora.
 
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NORMAS E PROCESSOS
DE CERTIFICAÇÃO
PROF. ESP. JULIANO BERTOLOTTI MOURA
AULA 1
EDUCAÇÃO É PARA A VIDA
Pode-se considerar que o desenvolvimento e a aprendizagem estão inter-relacio-
nados desde o momento do nascimento do ser humano. Mesmo antes de chegar à 
escola primária uma criança carrega consigo uma série de conhecimentos acumulados 
através de suas experiências iniciais. O modelo escolar é um processo racionalmente 
planejado e relativamente novo na história de nossa espécie. Trata-se de um ambiente 
artificialmente construído para produzir um efeito catalisador nesta capacidade de 
transformar experiências em conhecimento.
Algumas das características que marcam a constituição atual deste ambiente 
como o controle e a sua sistematização curricular foram desenvolvidas no desenrolar 
da história de nossas organizações sociais e surgem de demandas que respondem a 
regimes políticos e diferentes modelos de interação social.
Mas para pensar a educação como processo formativo humano é preciso ir além do 
modelo escolar. Para compreender profundamente o conceito de educação é impor-
tante que saibamos que nossa espécie depende fundamentalmente do processo de 
aprendizagem, somos uma espécie que precisa aprender para sobreviver. 
Esta é uma realidade biológica que nos coloca em uma situação favorável em relação 
a muitos outros animais, mesmo entre os mamíferos. Nascemos com muito pouca 
autonomia e podemos afirmar que um bebê humano não pode sobreviver sem suporte 
parental por todos os anos de sua infância. Mesmo em comparação com os primatas 
nossa prole é muito menos preparada e desprovida de instintos básicos.
Grande parte do sucesso de nossa espécie no planeta pode ser creditado à nossa 
capacidade de aprender e ensinar e não aos nossos instintos ou sentidos aguçados, 
como é o caso de outros predadores. Nosso diferencial sempre foi esta capacidade 
de nos organizarmos com coesão em grandes grupos sociais, tão grandes que hoje 
podemos ser contados aos bilhões.
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NORMAS E PROCESSOS
DE CERTIFICAÇÃO
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1.1 Tecnologias primitivas e o processo formativo
O ensino nos primórdios de nossa história como espécie se concentrava no desen-
volvimento de habilidades básicas de sobrevivência e mais tarde com o advento da 
agricultura tratava de transmitir e apurar as técnicas necessárias à manutenção dos 
meios de sobrevivência das famílias ou clãs.
É difícil reconhecer com exatidão quando o saber passou a fazer parte dos sistemas 
de educação, ou como uma parte do ensino se tornou responsabilidade de educadores 
e da escola.
A aquisição do saber passa também por uma evolução, primeiro por especialistas 
que serviam a todos em determinado grupo, mas que não era privilégio de todos os 
membros deste grupo. Com o tempo surgiram os saberes dos artistas, magos, feiti-
ceiros, artesãos e sábios da tribo.
Entretanto, após a revolução neolítica, os homens passaram a dominar meios e 
técnicas que estabilizaram os grupos sociais e surgiram os profissionais de trabalhos 
simbólicos, com especialidades próprias. Mas foi a cerca de 10.000 a 15.000 anos 
atrás que vieram transformações na vida social.
A agricultura é a prática mais antiga desenvolvida pelo homem. Desde o período Neo-
lítico, técnicas e materiais para cultivar as plantas e confinar animais foram utilizadas 
levando o homem a se fixar em uma localidade, formando as primeiras civilizações. E, 
conforme essas sociedades ou civilizações se modernizaram em suas técnicas e tecno-
logias, houve uma evolução, uma melhoria nas técnicas do manejo agrícola, o que levou 
à produção de excedentes, que mais tarde vai iniciar o desenvolvimento do comércio. 
Após as conquistas tecnológicas dos homos que nos antecederam, dos homens de 
Cro-Magnon que já utilizavam o fogo, construíam casas rústicas, caçavam, coletavam e 
se tornavamagricultores, pastores e criadores, de início para produzir a própria comida 
e só depois torná-las mercadorias para troca. É quando o homem domina a natureza e 
passa a formar suas aldeias, suas cidades, que o ensino se torna educação. 
É o homem neolítico que constrói aldeias que se tornam cidades, para se tornarem 
impérios. Essas Cidades serão guardiãs da riqueza do que se produzia no campo e do 
poder dos senhores destas riquezas.
Com o tempo, para proteger estas riquezas e o poder, os senhores da cidade criaram 
o Estados, as milícias, a religião, as ciências e a arte, que levaram a multiplicar ofícios 
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e profissionais dividindo de um lado o emissário àquele que tem o poder, o que manda 
e, de outro, o responsável pela produção, ou seja, o que trabalha. 
A escola que era privilégio de nobres, sacerdotes, escribas, legisladores, passou 
pouco a pouco a dar lugar à educação popular como prática social, onde a reprodução 
do saber é comunitária e o indivíduo descobre o saber de como pode ser em um mundo 
de desigualdades.
 Do saber ensinado como segredo (exemplo: costumes de uma tribo) onde há os 
privilegiados, partimos para o saber de consenso, aquele saber erudito dominante onde 
o trabalho exige que se aprenda o necessário para melhor produzir na sociedade, daí 
levando a educação como a prática do saber e a escola o lugar físico para se conquistar 
tal saber. 
Há então um saber erudito onde o conhecimento é associado às diferentes formas 
de poder, e, o popular, onde as camadas subalternas da sociedade é que são alcançadas 
para seu melhor desempenho nestes ambientes.
Desde o surgimento da linguagem, a educação em sua forma mais ampla passa 
a ser uma prática de sobrevivência, através dela o ser humano adquire habilidades 
e conhecimentos que são passados de geração em geração. As informações eram 
transmitidas de forma oral e espontânea pelos familiares, as lições eram sobre caça, 
pesca e as informações fundamentais para o cultivo do solo. 
Uma divisão educativa acontecia paralelamente à divisão do trabalho, pois havia a 
necessidade de instruir as pessoas conforme suas funções e atividades. Era preciso 
ensinar e treinar cada um para suas respectivas atividades e papéis a serem desempe-
nhados: o homem, a mulher, os especialistas do sagrado, o responsável pela defesa, os 
grupos de produtores. Era preciso ensinar sobre a família como reprodutora da cultura 
e estabelecer o papel sexual e social de cada indivíduo.
A magia e o mistério sempre foram temáticas importantes no processo formativo 
Relações causais e explicações sobre como as coisas funcionam, sempre foram 
ensinadas através de narrativas míticas que integravam e geravam sentido para a 
constituição da realidade local.
Portanto, quando os primeiros modelos de instituições formais de educação sur-
gem com os primórdios da civilização ocidental nas cidades-estados da Grécia Antiga, 
Esparta e Atenas, o ser humano já ensinava a sua prole há milhares de anos. O diferencial 
é que junto com as primeiras “instituições” nasce também a ideia de modelo formativo 
humano ou formação humana.
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Trata-se da ideia de que existe um modelo de formação ideal. No caso dos gregos, 
acreditava-se que seguindo este modelo seria possível produzir as virtudes funda-
mentais que um cidadão necessitava. Entre os espartanos estas virtudes estavam 
relacionadas à guerra, mas para os atenienses tratava-se da arte, da retórica e do 
pensamento abstrato. Portanto, desde a época de sua fundação este modelo já apre-
sentava divergências.
Durante toda a idade média a educação formal esteve sob o jugo da igreja, e um 
cidadão que desejasse uma formação considerada superior precisava frequentar os 
monastérios ou grande abadias.
Com as grandes navegações o modelo de educação fundamentado na escolástica 
medieval desembarca em terras que mais tarde se tornaram brasileiras. Em meados 
de 1549, chegam os primeiros padres jesuítas com a pretensa missão de catequizar 
a população indígena que aqui habitava e sua missão, posteriormente, passa a ser 
de instruir os filhos dos colonos, fornecendo-lhes meios de desenvolver a escrita, os 
conceitos matemáticos e geográficos.
1.2 - A condição humana e o processo permanente de formação
A palavra educação se origina no latim EDUCARE, “Educação” que deriva de EX com 
significado de “fora”, “Exterior”, mais DUCERE que tem o significado de “instruir”, “condu-
zir”, levar o indivíduo a olhar para fora e compreender criticamente o que está a sua volta.
Todo processo formativo concentra-se no ensino e na interiorização das regras 
necessárias para o funcionamento de um sistema de relações sociais. O indivíduo como 
pessoa é formado por condições humanas, emocionais e necessita buscar condições 
para compreender a essência da sua existência, incluindo seu nascimento, crescimento, 
aspirações, conflitos, emoções e morte.
Biologicamente podemos considerar o crescimento da criança como um processo 
de formação que leva de um ser imaturo a um ser independente. É a educação na 
infância e na juventude que faz com que os indivíduos desenvolvam suas capacidades 
pessoais e sociais.
A imaturidade refere-se a esta potencialidade para o desenvolvimento das capacida-
des, pois um bebê depende totalmente do adulto para sobreviver, e esta dependência 
parental revela sua fragilidade. Mas, com o tempo esse bebê vai se socializando com 
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outros seres e sua fragilidade vai sendo superada pela inteligência, desenvolve-se a 
linguagem, aprende-se o afeto. Esta proximidade com outros seres permite ao indivíduo 
potencializar suas capacidades, sua resistência e aprender a superar as dificuldades 
impostas pela natureza e pela sociedade.
Sem dispensar a proteção adulta e através de seus laços sociais, a criança vai se 
tornando forte e seu aprendizado vai se aperfeiçoando. Existe na verdade nessa relação 
inicial entre a criança e seus pais uma Interdependência que prove afeto e sentimento de 
realização para os pais e as necessidades fundamentais para a criança. Podemos até 
mesmo afirmar que o sorriso de uma criança leva um adulto a ser mais sensível, menos 
duro e mais flexível, melhorando seu relacionamento até mesmo com outros adultos. 
Enquanto a criança aprende com o adulto a simpatia, o adulto se sensibiliza, trata-se 
de uma formação para a convivência. Mas é claro que neste processo também exis-
tem as angústias, as frustrações, e muitas vezes, a educação precisa se concentrar 
em proteger a criança de vícios da corrupção do adulto para que isto não afete seu 
comportamento ou seu caráter.
Para Vygotsky o aluno inicia seu aprendizado muito antes de chegar à escola e o 
aprendizado escolar é que vai introduzir elementos novos para o seu desenvolvimento. 
Pode-se considerar que a aprendizagem é um processo contínuo e a educação é carac-
terizada pela qualidade de um nível de aprendizagem a outro. Sendo assim, o desenvol-
vimento e a aprendizagem estão inter-relacionados desde o momento do nascimento. 
Portanto, o meio físico ou social influencia no aprendizado das pessoas, pois estas ao 
irem à escola já apresentam uma série de conhecimento, e a sala de aula se torna o 
local em que a criança desenvolverá esses conhecimentos.
Concluindo, a condição humana e seu processo permanente de formação deverá 
ser analisada em diferentes perspectivas: religiosa, filosófica, histórica, estética (arte e 
literatura), antropológica, psicológica e biológica para compreendermos como poderá 
o ser humano em formação desenvolver suas capacidades pessoais e sociais. 
Isto está na rede
No link abaixo poderemos conhecer a história de Dina Sanichar, conhecido 
como o menino lobo. Esta história nos relata a condição física,psíquica e 
emocional deste rapaz sem acesso a troca de experiência e aprendizagem 
e as consequências para nós. 
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https://tinyurl.com/yyptdmf7
Isto acontece na prática
Além da história de Dina Sanichar podemos conhecer sobre as meninas Amala 
e Kamala que foram privadas do contato humano por um período significativo 
de suas vidas. Com esses relatos temos a certeza que o desenvolvimento e 
a aprendizagem estão inter-relacionados desde o momento do nascimento 
do ser humano até o findar da sua existência. Assim com o correr do tempo 
esse desenvolvimento e aprendizagem se aperfeiçoa, e, se transforma como 
podemos refletir nesta aula. 
Portanto, a educação formal, não formal, direta ou indireta é essencial para 
o desenvolvimento do indivíduo se relacionar em sociedade. Hoje um ado-
lescente ou criança que se envolve em situações ou apresenta condutas 
não adequadas na sociedade e na escola foram privados por seus familiares 
quanto ao conhecimento ético, moral e de empatia.
Anote isso
Atenção ao texto grifado 
Fonte: https://picjumbo.com/butterfly-
-drinking-nectar-from-a-lavender-flower/
https://picjumbo.com/butterfly-drinking-nectar-from-a-lavender-flower/
https://picjumbo.com/butterfly-drinking-nectar-from-a-lavender-flower/
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AULA 2
REENCANTAR PARA A VIDA 
Na atualidade existe um evidente desencantamento das pessoas em relação à edu-
cação. Trata-se de uma valorização excessiva do potencial pragmático deste processo 
como meio de ascensão social e de escolha profissional, ao mesmo tempo em que 
temos uma desvalorização notória da capacidade da educação em promover a autor-
realização e a produção de sentido e propósito na vida das pessoas.
Quando o processo educativo se restringe a cumprir tarefas instrutivas que dizem 
respeito ao preparo profissional e técnico ele torna-se incapaz de estabelecer um sen-
tido compartilhado da realidade ou um sentido para a vida, algo como um propósito.
Sem esta direção ou horizonte de sentido que sempre foi característica marcante 
dos processos educativos no passado, nós não conseguimos dar um mínimo de uni-
dade ou convergência aos fatos e experiências, e passamos a viver em uma realidade 
fragmentada que nomeamos como cotidiano.
Precisamos reconhecer este tipo de capacidade superior da prática educativa, mas 
para que ela possa ser colocada em prática, precisamos antes reencontrar consensu-
almente sentidos para a vida.
2. 1 - Em busca de um sentido para a vida
Muito do que consideramos como sentido para a nossa existência são apenas meios 
para garantir nossa sobrevivência. Não podemos ter como meta de vida somente o 
consumo de mercadorias e a capacidade de prover nosso sustento.
Se a nossa relação de consumo com os recursos ou mercadorias assumir uma 
conotação de sentido último da vida, então somos conduzidos a viver um vazio insu-
perável de propósito, o que produz um esvaziamento de sentido e a aniquilação da 
automotivação em busca da realização.
O meio em que vivemos está em mudança constante, o que nos força a estar em 
processo de permanente adaptação. Os estímulos externos e as necessárias corre-
ções de percurso diárias nos impulsionam a buscar o prolongamento da vida e a evitar 
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DE CERTIFICAÇÃO
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tudo que venha a ameaçá-la. Mas é preciso desejar mais do que estar somente vivo é 
necessário buscar sentir que vale a pena estar vivo. Precisamos interagir socialmente 
através da dimensão ética ou moral, sentindo que estamos plenos, libertos e em pro-
cesso de autorrealização.
Para que esta autorrealização humana aconteça é primordial diferenciar aquilo que 
é o certo do que é o errado e este tipo de reconhecimento precisa ser compartilhado 
com os demais.
O ser humano entende que sua vida está plena de sentido quando suas ações são 
direcionadas por este sentimento ético de participação e transformação do mundo, 
através de suas próprias escolhas. Somos animais socialmente colaborativos e pre-
cisamos deste tipo de propósito compartilhado para seguirmos de forma saudável o 
percurso de nossa vida.
2.2 - Em busca de um sentido para a educação
Uma das características que imprime ao processo educativo uma dimensão transfor-
madora diz respeito à nossa capacidade de usar símbolos linguísticos para transmitir 
significados e valores. Esta competência na manipulação e transmissão de significados 
é também o meio pelo qual criamos narrativas e estabelecemos consenso fundamental 
para criar a coesão e promover a paz, tanto para grupos sociais como para o próprio 
indivíduo em relação à sua atuação no mundo. 
Somos seres capazes de nos colocarmos na “pele mental” de outra pessoa, de modo 
que não só aprendemos com o outro, mas também através do outro. Isto nos permite 
lutar contra os impulsos egoístas, pois nos abrimos para o sofrimento das outras 
pessoas. Esta é uma das maravilhas do conhecimento humano. Esta forma específica 
de cognição que pressupõe a empatia é que nos dá a capacidade de promover a com-
paixão, exercitar o amor desinteressado e a solidariedade. Somente este impulso de 
desprendimento pode impulsionar uma educação que revigore as relações, compartilhe 
sentido e propósito e reencante a todo momento a vida.
A educação precisa ser capaz de ensinar que o sentido da vida não deve ser bus-
cado e nem encontrado, mas sim produzido, inventado e criado. Por isso é necessário 
compartilhar o rigor da técnica e as metas profissionais com a função transformadora 
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e libertadora da arte. O processo educacional precisa ser capaz de levar o educando 
a conhecer e construir um sentido humanizado, que faça valer a pena lutar pela vida. 
Assim, necessitamos de uma educação capaz de fazer o indivíduo contemporâneo 
superar a cultura do consumo que só faz satisfazer as funcionalidades da vida. Temos a 
necessidade de entender o sentido das coisas, dos fatos humanos e das ações sociais. 
É necessário estar capacitado para explicar os confrontos ideológicos que enfrentamos 
como indivíduos e nação.
2.3 - O pensamento mítico
Compartilhamos narrativas que estabelecem valores e propósitos para a vida, por-
tanto, somos criadores e criaturas do reino do mito e da magia, mas também da razão 
e da técnica. 
Essa capacidade mítica nos confere uma dimensão de espiritualidade, que pode 
promover a paz e o entendimento, mas também a discórdia e o conflito. Os sistemas 
ideológicos capturam esta dimensão para produzir encantamento e engajar os indiví-
duos em disputas políticas ou até mesmo para justificar guerras.
Este encantamento muitas vezes pode ser promovido em relação ao consumo de 
objetos ou até mesmo pelo dinheiro. O encantamento pelo consumo provoca o desen-
canto da vida e, portanto, da educação. É a força do mito que nos encanta e reencanta, 
mas é também ela que pode nos desencantar.
Nosso pensamento mítico não pode ser extinto, mas pode ser educado para que 
mesmo a força destas narrativas compartilhadas não promovam a indiferença que 
produz a morte em nossa sociedade. 
É preciso superar essa cultura de consumo, assim como esta subordinação cega 
ao cálculo financeiro e às leis do mercado, caso contrário, o encantamento das mer-
cadorias e a fé no mercado vão acabar por desencantar todo o resto.
2.4 - Reencantar para a sustentabilidade
O reencantamento da vida através da educação é uma tarefa emergencial, haja vista 
que o modo como conduzimos nossas vidas e, portanto, nossa economia e nossas 
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atividades produtivas se dão muitas vezes de modo imediatista, o que inviabiliza o 
entendimento destageração como a provedora das próximas.
Nosso consumo cada vez mais acelerado e as práticas irresponsáveis de nossa 
geração pode findar os recursos de nosso planeta e condenar as gerações futuras a 
um futuro sem esperança.
Neste aspecto, o pensamento sustentável e o entendimento de nosso planeta como 
um lugar compartilhado com todos de nossa espécie, tanto do passado como do futuro 
é o motor que nos conduz a construir uma cultura para sustentabilidade. 
2.5 - A sustentabilidade está relacionada a três dimensões: 
Ambiental: que é a preservação do ambiente. Onde nossa sociedade equilibra suas 
necessidades com o uso racional dos recursos naturais para não prejudicar a natureza.
Social: relacionada ao desenvolvimento social, com a contribuição e participação 
ativa da população elaborando propostas para o bem-estar e igualdade de todos. Pre-
servando a natureza.
Econômica: explorando os recursos naturais sem prejudicar o atendimento às 
necessidades da futura geração.
É urgente superar a cultura do consumismo para garantir nosso futuro e o de nosso 
legado humano.
Por fim, quanto ao reencantamento da educação para a vida Sung (2012) nos mostra 
que se o processo educacional não for capaz de desenvolver conhecimentos e construir 
um sentido humanizado para a vida valer a pena, nada terá sentido.
O importante é preparar o educando para uma nova maneira de ser e estar no mundo, 
um novo jeito de pensar, construindo-se com a vida cotidiana, com o saber, com a prá-
tica, para assim abrir novas possibilidades, novos sentidos quanto aos fatos humanos 
e sociais que envolvem o nosso sentido de vida.
Isto está na rede
Escritores da liberdade, um longa-metragem de 122 min, dirigida por Richard 
LaGravenese, é um drama que se passa na cidade de Los Angeles e conta 
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a história de uma professora que por meio de sua atuação comprometida 
busca reestruturar a vida de jovens alunos.
Isto acontece na prática
No link abaixo poderemos ouvir a entrevista de 29 minutos e 6 segundos feita 
com dois professores pelo programa Trialogo. Neste programa o entrevistador 
buscou indicações de professores que encantaram e marcaram seus alunos, 
assim os reencantando para a vida. Após esse levantamento o apresentador 
chamou os entrevistados para partilhar essa experiência. 
Disponível em: https://youtu.be/HiUGIJLVPiI
Anote isso
Atenção ao texto grifado. 
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/acao-apolice-biblioteca-contemporaneo-351265/
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AULA 3
EDUCAÇÃO FORMAL, NÃO 
FORMAL E INFORMAL
As modalidades pelas quais consideramos a educação se dividem em não intencional 
e intencional. A não intencional se refere à educação informal ou paralela, enquanto a 
intencional se refere a não formal e formal.
Educação Não Intencional
I. Educação Informal ou Paralela
Educação Intencional:
I. Educação Formal
II. Educação Não Formal
A seguir descrevemos:
3.1- Educação Não Intencional
Desde Marx e Engel que a educação é compreendida como produto do desenvolvi-
mento social e é regida pelas relações sociais que interessa a cada sociedade. Mas, 
num sentido mais amplo a educação não está só relacionada aos fatores e interesses 
sociais como também as influências do meio natural que o homem vive. Há, portanto, 
na educação influências do meio natural e social.
Os fatores relacionados ao clima, à paisagem e aos fatos biológicos e físicos vão 
influenciar para uma ação ativa na educação, enquanto os valores, ideias, costumes, 
religiões, organização social, sistema de governo, leis movimentos sociais, meios de 
comunicação social e práticas de criação dos filhos condicionam uma prática educativa. 
Uma boa parte destas influências são não intencionais e ocorrem de forma não 
sistemáticas e não planejadas, atuando na formação da personalidade do ser humano 
e com seu caráter informal atuam no processo de socialização.
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3.2 - Educação Informal ou Paralela
Como educação informal podemos considerar as nossas tradições culturais e 
comportamentais que fazem parte de cada comunidade, onde o agente educador são 
os pais, a família, os amigos, os vizinhos, colegas de escola, a igreja e os meios de 
comunicação em massa. 
Trata-se de uma educação que ocorre espontaneamente através de conversas, da 
exploração e ampliação de experiências vivenciadas no cotidiano, que não fazem parte 
dos espaços formais. Mesmo fora dos muros da escola este tipo de educação resulta 
em práticas, experiências e conhecimentos que não se vincula a uma instituição e nem 
são organizadas ou intencionais.
Segundo Nassif (1980, p. 277 apud Libâneo, 2004 p.90), a educação informal se refere 
ao processo contínuo de aquisição de conhecimentos e competências não adquiridos 
num ambiente intencional como é a escola. As práticas educativas fazem parte do 
meio ambiente e os indivíduos precisam se adaptar nelas. Além do ambiente ou meio 
natural elas envolvem relações socioculturais e políticas da vida individual e coletiva, 
mas sem objetivos definidos de forma consciente, sem finalidades pré-estabelecidas.
A não intencionalidade e não institucionalização da educação informal a faz ultra-
passar as modalidades da educação formal e não formal quanto ao contexto da vida 
social, política, econômica e cultural do ser humano. Nos espaços de convivência 
social, na família, nas escolas, nas fábricas e nas instituições sociais, esta educação 
não intencional surge colaborando na aquisição de experiências, modos de pensar, 
normas de conduta, regras de convivência que vão repercutir na personalidade do 
indivíduo, levando-o assim aos processos educativos, que inevitavelmente influenciam 
na educação formal, intencional.
3.3 - Educação Intencional
Ao se referir à formação como construção do homem, desenvolvendo sua consciên-
cia crítica, suas qualidades intelectuais, estamos falando de uma educação com atos 
intencionados, isto é, de uma educação formal que determina então seus objetivos com 
certo grau de direção e estruturação, mas que depende, em certa medida, de ações não 
intencionais, como já afirmamos anteriormente. Isso nos faz perceber que a tomada 
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de consciência do contexto global da vida social requer da prática educativa processos 
orientados e objetivados, com conteúdo e ações para atender a estes objetivos, inves-
tigando os efeitos dos elementos informais da educação nos processos cognitivos e 
nestes conteúdos e sua metodologia. Desse modo, é possível delinearmos para uma 
pedagogia crítico social, ou seja, formar o ser humano cientificamente para conquistar a 
consciência crítica, não se conformando apenas com o que lhe impõe seu meio social.
A educação intencional surge com a complexidade da vida social e cultural, com a 
modernização das instituições, com o progresso técnico e científico que levam a neces-
sidade de um maior número de pessoas ter que participar nas decisões e, portanto, 
dos processos educacionais. 
3.4 - Educação Formal
O termo “formal” implica tudo que é estruturado, assim sendo, a educação formal 
é aquela organizada, planejada, estruturada e sistematizada intencionalmente. A edu-
cação formal é aquela que é dada na escola, onde o ensino é sistematizado. Contudo, 
pode ser encontrada fora do ambiente escolar, desde que se faça presente a intencio-
nalidade, as condições previamente preparadas e a sistematização. A educação de 
adultos, a educação sindical e a educação profissional constituem exemplos desse 
tipo de educação formal.
3.5 - Educação Não Formal
Denominamos de educação não formal aquela que tem intencionalidade, mas com 
um baixo nível de estruturação e sistematização,implicando relações pedagógicas não 
formalizadas. Exemplos: movimentos sociais do campo e da cidade, trabalhos comunitá-
rios, animação cultural, o lazer envolvendo cinemas, praças, áreas de recreação e museus.
É possível também encontramos a educação não formal, quando o professor decide 
levar os alunos para visitar espaços diferentes, tais como as feiras de ciências, as feiras 
culturais, os museus e os teatros, dentre tantos outros espaços de cultura. Provando 
assim que pode haver o intercâmbio entre o formal e o não formal. Temos ainda o 
exemplo de uma associação de bairro onde se é possível realizar uma educação 
não formal, mas que pode usar os procedimentos didáticos da educação formal, por 
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exemplo, quando promove um curso para as gestantes sobre o aleitamento materno 
tendo definido objetivos, conteúdos e métodos de ensino.
A escola não pode deixar de lado a educação não formal sob pena de empobrecer a 
visão contextualizada da prática educativa escolar. Propõe-se aqui uma educação for-
mal interligada com a informal. É a não intencionalidade da educação contribuindo para 
sua intencionalidade, desenvolvendo então o ser social em todas as suas dimensões. 
3.6 - O papel da Família na educação
A família é o primeiro e principal contexto de socialização do indivíduo, porque é 
no período inicial da existência humana que se estabelecem os fundamentos da per-
sonalidade. É a família que liga o indivíduo à sociedade, ela é o seu primeiro grupo de 
pertencimento, por isso é impossível pensar em qualquer forma de organização social 
se o indivíduo é carente de estrutura familiar, e aqui não nos referimos a modelos de 
família e sim a necessidade de suporte parental estabelecido por figuras de confiança, 
pelas quais a criança consiga desenvolver afeto. Portanto, a família é vinculada à edu-
cação não formal, mas também é responsável pela educação formal de seus filhos.
Isto está na rede
Neste curta metragem de 1 minuto e 2 segundos poderemos sistematizar a 
Educação formal, não formal e informal. 
https://youtu.be/2XwilFcV2Uw
Isto acontece na prática
Na construção da sociedade e pensando no desenvolvimento do aluno como 
pertencente à sociedade e agente transformador dela, cabe ao professor 
relacionar essas três formas de educação. Na escola buscando práticas 
de engajamento e métodos formais para a aprendizagem do aluno, na não 
formal, promovendo visitas a museus, parques temáticos e na educação 
informal se interagir com os familiares para conhecer a vida e suas relações 
fora da escola.
https://youtu.be/2XwilFcV2Uw
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Ao se interessar por seu aluno em suas relações e voltar a ele este olhar, per-
cebo que ele se aproximará com mais confiança do educador assim refletindo 
na educação não formal e na formal. Muitos alunos considerados “problemas” 
com condutas inadequadas na sala de aula por muitos professores, ao se 
deparar com um professor que se interessa por ele, que busque conhecer 
sua essência se transforma dentro da sala de aula e busca melhorar por 
causa daquele educador que usou a educação não formal, a informal para 
galgar a formal. 
Anote isso
Atenção ao texto grifado. 
Fonte: https://pixabay.com/illustrations/paper-messy-notes-abstract-3033204/
https://pixabay.com/illustrations/paper-messy-notes-abstract-3033204/
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AULA 4
EDUCAÇÃO ATUAL
O processo educativo ainda guarda todas estas funções ancestrais já colocadas, mas 
hoje precisamos conviver em meios muito mais complexos e estamos rodeados por um 
número muito maior de dilemas morais e éticos. Nossas escolhas precisam se funda-
mentar em um número muito grande de informações e de conhecimento prático/teórico.
Produzimos novas tecnologias a todo instante e as mudanças na sociedade na 
forma de pensar do indivíduo estão em constante mudança. Nossa educação precisou, 
portanto, superar esta visão limitada de preparar o indivíduo para tarefas cotidianas, 
necessitando transformar-se para capacitar as pessoas para a convivência em ambien-
tes repletos de diversidade
Cada vez mais a educação do século XXI deve necessariamente conduzir o indivíduo 
para uma formação ampla e humanística, capaz de ensinar a compreensão de fenô-
menos complexos e produzir autonomia. 
A busca pela automotivação na necessidade de aprender e se qualificar. Já não 
podemos pensar sequer em uma educação voltada somente para as imposições pro-
fissionais, pois muitas delas não mais existirão no futuro.
Existem questões fundamentais e emergenciais que precisam promover a educa-
ção como um processo que permita à construção de uma realidade social mais justa 
e menos excludente. Trata-se da produção de uma ideia de educação feita para todos 
e que alcance a todos.
A educação nos tempos atuais toma um caráter de manutenção e transformação 
de um futuro que se mantivermos a mesma conduta trilhada até o presente momento, 
pode ser sombrio.
As questões relacionadas com a sustentabilidade de nosso planeta e nossa capaci-
dade de produzir e reproduzir coesão social podem estar em jogo. Nos últimos séculos 
caminhamos velozmente em direção ao progresso, em busca da prosperidade. Contudo, 
já não temos como continuar explorando recursos terrestres da mesma maneira e 
como a mesma voracidade com que fizemos no passado. Nossa coesão social tem se 
baseado em uma prosperidade criada pelo crescimento constante e pela distribuição 
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dessas riquezas. Já existem sinais que demonstram que esta estratégia se encontra 
esgotada ou precisa de um ponto de inflexão. 
Se faz necessário garantir a presença de alguns valores em nossos sistemas educa-
tivos para que consigamos encontrar soluções para os dilemas que nos são impostos 
como espécie, tais valores devem contemplar: 
4.1 - Educação para a equidade
Precisamos ensinar e conquistar a equidade nos sistemas de educação universa-
lizada. É preciso promover a educação de qualidade para todos e de forma exemplar 
ensinar a equidade em nossas relações sociais. 
A educação de qualidade precisa estar disponível para todos no planeta, mas que 
para isso aconteça precisamos ensinar a equidade como um valor fundamental. 
Para realizarmos a equidade precisamos aprender coletivamente sobre sua impor-
tância e sua capacidade de garantir nosso futuro como espécie.
A BNCC (Base Nacional Curricular Comum) tem por objetivo promover a qualidade e 
equidade na educação, pois todos devem ter os mesmos direitos de aprendizagem, não 
importa a que classe socioeconômica e cultural pertença e até mesmo em que local 
estudam. Para isto acontecer os Estados e Municípios devem reelaborar os currículos 
tanto da escola pública como da privada, dar formação continuada para professores 
e revisar os projetos pedagógicos destas instituições. 
4.2 - Educação para a diversidade
Precisamos ensinar o respeito à diversidade, promover a inclusão dos saberes diver-
sos para que possamos promover o enfrentamento da discriminação e do preconceito. 
Precisamos cuidar para que a educação de hoje garanta um futuro onde a diversidade 
de ideias e as diferenças possam tornar-se um elemento enriquecedor e combustível 
para a criatividade
Sendo assim, a inclusão destes saberes diversos e o enfrentamento da discriminação 
e do preconceito, como apresenta a LDB (Leis de Diretrizes e Base) estão condicionadas 
à inclusão de aspectos da história e cultura indígena e negra que muito contribuíram 
na área social, econômica e política de nosso país. 
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4.3 - Educação para a democracia
Quando ensinamos a equidadee a diversidade já estamos capacitando as pessoas 
para a convivência pacífica e colaborativa, mas é preciso também capacitar as pessoas 
nos valores republicanos, instruindo sobre as formas de poder e participação de nossa 
sociedade. É preciso que a educação prepare toda uma nova geração para a tomada 
de decisões políticas.
Educar para a democracia implica duas dimensões: 
(1) a formação para valores republicanos e democráticos levando ao conhecimento 
do poder que rege nossa sociedade e suas mudanças culturais; (2) a formação para se 
tomar decisões políticas, pois ninguém nasce sabendo ser governante ou governado. 
Os conhecimentos devem balizar nossa relação enquanto indivíduos, uns com outros 
e com os governantes. 
4.4 - Educação: conservar e progredir
A Educação sempre se caracterizou pela necessidade de uma meta dupla: é neces-
sário conservar e progredir.
4.4.1 - Educação para conservar
A capacidade de conservar as tradições culturais e religiosas ligadas aos grupos 
sociais e suas necessidades organizativas que produzem estabilidade social e promo-
vem a coesão entre as pessoas. Esta meta é fundamental para permitir a construção 
do sentido de unidade, sem este tipo de produção de sentimento de pertencimento ao 
coletivo não se consegue afirmar conceitos importantes como identidades grupais e 
até mesmo o sentido de nação que precisa estar presente no imaginário das pessoas 
para que elas colaborem e compartilhem valores e sistemas suficientemente eficientes 
para produção de governos e mandatos.
A educação como produtora de identidade e meio de disseminação de ideias e iden-
tidades que orbitam as necessidades da organização social. Esta é uma das questões 
fundamentais dos esforços coletivos na construção de espaços escolares e ambientes 
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formais pensados para os processos didáticos. Neste tipo de abordagem, o processo 
pedagógico sempre foi um importante meio de estabilização social. Este papel já foi 
largamente utilizado através das escolas e suas variantes, tendo como fundadores os 
religiosos com suas metas confessionais e doutrinárias. 
Assim, podemos dizer que apesar do paradigma científico ter se tornado o fio 
condutor do processo pedagógico, o ensino de valores e a transmissão de tradições 
permanece presente em toda a prática educativa de qualquer escola ou faculdade. 
Anteriormente já chamamos à atenção para os perigos deste tipo de meta conser-
vadora do processo educativo, mas na realidade esta será sempre uma necessidade 
real de qualquer programa curricular. Isto fica evidenciado na necessidade urgente de 
qualquer esforço escolar em produzir cidadãos engajados e participativos nos modelos 
atuais de organização social além de um esforço notório dos modelos educacionais 
em promover a adaptação e a conformidade dos cidadãos com as regras de conduta 
e o seguimento das leis aceitas por este agrupamento em seus diferentes níveis como 
cidades, estados ou até mesmo nações.
4.4.2 - A armadilha do dogmatismo
A educação quando se volta somente para a dimensão conservadora de defender 
a tradição e exigir conformidade pode se transformar em um processo de doutrina-
ção baseado em dogmas que se fortalecem e estagnam a sociedade, promovendo a 
manutenção de práticas de opressão e condições de exclusão.
Esta educação unidimensional normalmente torna-se ufanista e proselitismo de 
valores que rechaçam a diversidade e suas nuances. Trata-se de uma prática que 
inviabiliza a democracia em um de seus pilares mais basilares, que é a aceitação e o 
diálogo entre os indivíduos e seus grupos identitários. 
4.4.3 - Educação para progredir
A educação também possui uma abordagem transformadora, crítica e emancipadora 
que permite a transformação de regras, modelos e práticas sociais injustas ou ineficientes. 
Este tipo de abordagem da educação precisa produzir um ensino que forme 
pessoas adaptadas ao convívio social, mas também preparadas para reavaliá-lo e 
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propor transformações, mudanças de sentido ou atualizações nas regras ou com-
portamentos vigentes. 
É preciso, portanto, imprimir ao processo educativo a capacidade de atualização 
destas identidades e práticas sociais e uma competência ao indivíduo para superar as 
limitações e as injustiças inerentes aos modelos ou práticas sociais vigentes. 
Esta meta transformadora também é o motor inovador da sociedade, uma educação 
que permita o novo, que deseje e cultive a transformação é uma educação que cultiva 
o futuro e o mundo que ainda estamos por construir.
As constantes mudanças tecnológicas e a velocidade da atualização de práticas 
sociais relacionadas aos aspectos morais e comportamentais são pressões inerentes 
à educação no que diz respeito a este aspecto do progresso. Tais pressões também 
se direcionam num sentido de que a educação extrapola os ambientes escolares e 
acadêmicos e se faz presente em ambientes que antes eram entendidos como exclu-
sivos do trabalho. 
O processo de ensino-aprendizagem contemporâneo precisa dar conta das deman-
das dos novos letramentos e do desenvolvimento de competências que habilitem os 
alunos ou estudantes a buscar uma atitude de abertura às novas tecnologias, capaci-
tando-os ao bom desempenho, em uma estrutura social que passa por transformações 
vertiginosas e cada vez mais aceleradas.
Por isso este processo não pode mais estar confinado aos ambientes escolares ou 
estritamente aos espaços acadêmicos. Faz-se necessário uma atuação pedagógica 
e programática atrelada à busca cotidiana do indivíduo que consiga direcioná-lo a um 
permanente aprimoramento.
4.4.4 - A armadilha da Liquidez da Modernidade
Uma educação unidimensional somente voltada para a renovação ou com um viés 
futurista pode cair na armadilha da liquidez, nos termos criados pelo sociólogo Zyg-
munt Bauman (2000). O conceito de liquidez apresentado por este autor denuncia a 
forma como valores e relações podem assumir uma característica líquida, de perma-
nente adaptação e transformação o que inviabiliza a capacidade humana de construir 
comunidade ou aprofundar relações de afeto e respeito.
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Construir o futuro deve ser uma tarefa que coaduna o respeito ao passado dos nos-
sos ancestrais e a consideração pelos habitantes do futuro. Trata-se de um equilíbrio 
difícil, mas necessário e que deve contemplar questões fundamentais, tais como o 
meio ambiente e a sustentabilidade do planeta. 
Enfim, a educação nos dias de hoje em suas especificidades precisa educar o ser 
humano por inteiro, para atender às necessidades e expectativas que vão surgindo nas 
instituições e às mudanças que ocorrem na sociedade de forma global e local.
Isto está na rede
Neste link, através de uma entrevista do apresentador Jô Soares com o edu-
cador Roberto Carlos Ramos, apresenta a educação e suas transformações 
em sua vida.
https://youtu.be/WtjvG3aKhSU
Isto acontece na prática
“Roberto Carlos nasceu em uma família muito humilde da capital mineira, 
sendo o mais novo de 10 filhos. Viveu com a família até os seis anos de 
idade, quando, passando muitas necessidades, e sem ter como os pais criar 
tantos filhos, foi separado de seus irmãos, onde cada um seguiu um destino 
diferente. Roberto foi entregue por sua mãe a uma instituição, a Fundação 
para o Bem-estar do Menor (Febem), que mais tarde tornou-se a Fundação 
CASA onde desesperada, sua mãe possuía a esperança de que lá pudesse 
garantir um futuro melhor para o filho. 
Falava-se na época que a Febem era uma instituição pre-
ocupada com o bem-estar das crianças -- era o local onde 
recebiam boa alimentação e educação escolar. A mãe 
e o filho estavam esperançosos, embora tristes por se 
separarem. O menino pensava que estava deixando para 
trásuma vida miserável, e a mãe achava que um dia pode-
ria reencontrar o filho, e que ele seria um grande doutor 
(ROBERTO CARLOS RAMOS).
Até os treze anos Roberto Carlos viveu na Febem entre fugas e retornos. Teve 
132 fugas registradas, não se alfabetizou, envolveu-se com drogas e em atos 
infracionais pelas ruas de Belo Horizonte. Foi classificado pela instituição 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Febem
https://pt.wikipedia.org/wiki/Funda%C3%A7%C3%A3o_CASA
https://pt.wikipedia.org/wiki/Funda%C3%A7%C3%A3o_CASA
https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9dico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Alfabetiza%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Droga_il%C3%ADcita
https://pt.wikipedia.org/wiki/Belo_Horizonte
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como “irrecuperável”. De volta À instituição foi adotado em 1978, aos treze 
anos, por uma pesquisadora francesa, Margherit Duvas que estava visitando 
a Febem para sua tese de Doutorado e acabou se encantando pelo menino, 
e comovida com sua história de vida entrou na justiça para adotá-lo e lhe 
dar uma nova chance de vida. Ela passou a viver em Belo Horizonte, pagou 
seus estudos e tratamento contra as drogas. Um ano depois, em 1979, já 
alfabetizado, Margherit conseguiu oficialmente a guarda de Roberto e o levou 
para a cidade francesa de Marselha, onde o menino aprendeu a falar francês 
e concluiu os estudos. Roberto viveu nesta cidade por sete anos, até 1986, 
ano que completou vinte e um anos, ficando muito abalado pelo falecimento 
de sua mãe. Decidiu então deixar a Europa para retornar ao Brasil, onde 
conseguiu passar no vestibular e cursou Pedagogia na Universidade Federal 
de Minas Gerais. Ao concluir o curso, retornou à Febem como estagiário e 
adotou lá o primeiro dos 13 filhos que veio a adotar ao longo de sua vida.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Roberto_Carlos_Ramos 
Anote isso
Atenção ao texto grifado.
Fonte: https://unsplash.com/photos/YvLd3xbo0ac
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ado%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/1978
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fran%C3%A7a
https://pt.wikipedia.org/wiki/Doutorado
https://pt.wikipedia.org/wiki/1979
https://pt.wikipedia.org/wiki/Marselha
https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_francesa
https://pt.wikipedia.org/wiki/1986
https://pt.wikipedia.org/wiki/Europa
https://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil
https://pt.wikipedia.org/wiki/Vestibular
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pedagogia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_de_Minas_Gerais
https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_de_Minas_Gerais
https://pt.wikipedia.org/wiki/Roberto_Carlos_Ramos
https://unsplash.com/photos/YvLd3xbo0ac
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AULA 5
OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO 
PARA O FUTURO
A chave para abrir as portas do século XXI está no ato de englobar os processos 
educacionais que levam as pessoas, da infância ao fim da vida, a um conhecimento 
dinâmico do mundo, dos que estão ao seu redor e de si mesmos. Contudo, não podemos 
deixar de valorizar e dar importância aos espaços e tempos de educação moderna, para 
chegar ao equilíbrio pessoal e social, cultural e econômico, destacando uma educação 
ao longo da vida, isto é, uma educação para o futuro.
5.1 - Educar ao longo da vida para combater as desigualdades 
de oportunidade
Com esta educação temos mais oportunidades, devido às alterações na vida social 
e progressos das ciências e da tecnologia para todos se beneficiarem da diversidade 
do patrimônio cultural mundial, e, ao mesmo tempo, de sua própria história. Até mesmo 
os adultos procuraram entrar em escolas para suprir suas necessidades sociais.
A família é a primeira responsável por educar uma criança. Assim sendo, cabe a ela 
assegurar a ligação entre o cognitivo e o afetivo, transmitir os valores e normas, para 
que este ser humano possa, posteriormente, aproveitar as oportunidades oferecidas 
pela sociedade em que vive. Esse tipo de educação, ao longo da vida, é que colabora 
para a educação futura. 
A educação ao longo da vida é tratada no relatório Delors (2012) como responsável 
pela formação total e subjetiva fazendo do indivíduo um cidadão do mundo e com 
responsabilidades individuais e coletivas para o bem da sociedade e deste mundo.
Neste relatório, Delors (1998) enfatiza os problemas educacionais e sociais rela-
cionados à pobreza, à exclusão e ao desemprego dos indivíduos, como responsável 
pelas tensões e conflitos, e, se resolvidos, formaremos pessoas capazes de mudar sua 
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realidade, superar suas dificuldades e criar suas oportunidades, o que nos é apresentado 
pela educação que não tem começo e nem fim.
Contrabalanceando as relações econômicas e tecnológicas trazidas pelo mundo da 
globalização, a proposta desta educação deverá resgatar o caráter humano de convi-
vência social, fortalecer os vínculos entre as pessoas e contribuir para a humanização 
das relações.
O processo de educação do futuro depende do sujeito ser um indivíduo crítico e 
empreendedor enquanto cuida da sociedade, e que ao mesmo tempo trabalhe para o 
desenvolvimento econômico e social através de suas ações.
A educação necessita de novos sentidos e novos olhares para formar o homem para 
o século XXI. O papel da educação frente às novas realidades econômicas, políticas e 
culturais busca a compreensão da situação histórico social global em que o indivíduo 
se insere e atua. 
Desenvolver o ser humano em sua razão para inseri-lo na vida social, o domínio deste 
ser sobre a natureza, as transformações históricas pela ação humana, o progresso da 
ciências, a capacidade do homem em gerir seu próprio destino tendo autodomínio e se 
comprometendo com o destino da história pensando e sendo crítico é o que esperamos 
da educação para o futuro.
Diante da desconfiança implementada pela noção modernista do que se refere a uma 
vida pública, à recusa de lutar pela igualdade e liberdade tem motivado a educação a 
rever suas estratégias, a fim de poder subsidiar as escolhas do ser humano, frente às 
vivências democráticas. A escola, nesse sentido, assume um lugar de luta pela justiça 
social e pela liberdade. 
5.2 - Garantir a educação de qualidade
Além deste processo de construção democrática, deve haver políticas educacionais 
sólidas, que proporcionem uma melhor qualificação da escola pública e o resgate do 
prestígio do profissional na área da educação.
A racionalidade moderna apresentou seus valores, mas também acarretou injustiças, 
desigualdades, ilusões e exclusão social. Esperamos que a pós-modernidade, nos ajude 
a fazer cobranças quanto ao que a modernidade prometeu e não cumpriu, garantindo 
a formação intelectual e afetiva através do conhecimento científico e tecnológica, o 
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investimento na liberdade subjetiva, na autonomia do aprendiz, além da formação para 
conquistar sua cidadania crítica e participativa, sem desconsiderar o valor do educador 
com suas experiências e como parceiro para o educando ter suas capacidades cogniti-
vas e operacionais desenvolvidas. O que vai fazer nossa educação futura e para o futuro.
Com as transformações do mundo contemporâneo ocorridas na sociedade, na 
política, na economia e nas culturas os sistemas educacionais e de ensino também 
foram afetados. As urgentes transformações, incluindo a globalização do mercado, a 
revolução nas comunicações e na informática, as mudanças nos meios de produção 
com novos processos de trabalho, as alterações relacionadas ao campo de valores 
e atitudes constituíram um sistema de economia mundial que pede a reciclagem na 
educação. A educação deve assumir seu papel no interior dessas mudanças, no sentido 
de oferecer um conhecimento com qualidade: a formação de seres humanoscapazes 
de atuar, intervir e analisar de forma crítica o mundo por meio da ação criativa. 
A educação não pode deixar a escola se tornar uma instituição sem a preocupação 
com a qualidade. O estado, por sua vez não pode deixar de apoiar esta instituição para 
garantir a qualidade, que é o que acontece em tempos atuais.
Numa época de tantas mudanças temos possibilidades de determinar os objetivos 
da educação nas perspectivas do futuro e compreender o país num contexto global, 
adotando estratégias de superação das desigualdades sociais, fortalecendo os espaços 
de participação sociais, dando condições de saúde, de emprego e de educação básica.
Enfim, para o futuro deve-se preparar o ser humano para o mundo do trabalho, 
oferecendo-lhe uma formação geral e uma preparação tecnológica para ser capaz 
de tomar decisões. Isso implica em formar este ser humano para a cidadania crítica 
tornando-o capaz de intervir na realidade e transformá-la não sendo formado apenas 
para se integrar no mercado de trabalho.
A escola deve investir nos alunos para que saibam lutar pela justiça social no 
momento certo, motivar sua cidadania e torná-los competentes, críticos e produti-
vos. Que tenham uma participação social nos interesses comunitários do bairro da 
região, das organizações civis e até mesmo das entidades não governamentais. Para 
desenvolver competências quanto às relações grupais ou intergrupais, de liderança, 
de iniciativa, de solução de problemas e em processos democráticos e eficazes para 
a tomada de decisões.
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5.3 - Educar para a o comportamento ético
Um dos pontos fortes para a educação do futuro é a formação ética, que leva à 
formação dos valores e atitudes para o ser humano interagir no mundo da política, da 
economia, do consumismo, do sexo, das drogas, da devastação ambiental, da violência 
e das formas de exploração no capitalismo. Deve haver uma reabilitação da sociedade 
quanto à esfera pública, cada um participa das decisões sem que haja imposição, 
dialogando e buscando um consenso com o uso da razão e das normas jurídicas, 
compartilhando com o bem comum e se relacionando com o outro.
Levando em conta as organizações ultratecnicistas do futuro, o relacionamento 
entre os seres humanos poderá criar vários problemas de interação, o que pede novas 
qualificações, a partir de uma perspectiva mais comportamental do que intelectual, 
atendendo também à demanda dos não diplomados, dos que têm um despreparo no 
curso superior, pois a intuição, o jeito, a capacidade de julgar e de manter uma equipe 
unida não é qualidade só daqueles que têm estudos superiores qualificados. Este será 
o olhar para a educação do futuro, a saber, qualificar o ser humano para desenvolver 
ações comportamentais eficientes num contexto que necessitamos também do desen-
volvimento intelectual.
Quanto ao educador, podemos dizer que ele compartilha do mundo cultural e cien-
tífico, mas suas condições de trabalho e salariais não permitem com que ele participe 
da produção cultural e artística do mundo das teorias e dos discursos, restando-lhe os 
treinamentos ou o uso de meios de comunicação como a TV.
Ele é difusor da cultura e ao mesmo tempo consumidor da informação eletrônica, 
portanto pode-se tornar indiferente às mudanças da sociedade contemporânea que 
afetam sua vida e de seus alunos.
Precisamos enfrentar as mudanças produzidas pela sociedade industrial avançada 
e formarmos o cidadão crítico utilizando a formação geral e a técnica ampla, para 
desenvolver o pensamento abstrato e que abrange todos os ângulos com uma flexi-
bilidade intelectual e a capacidade de responder com criatividade às novas situações, 
para caminharmos rumo à educação do futuro. Para isto há a necessidade do professor 
para o futuro ser muito bem preparado.
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5.4 - Investir na educação
Professores bem formados devem ter condições materiais e culturais bem estabe-
lecidas para poder compartilhar com a escola e os educandos uma transformação na 
educação do futuro, onde levarão à inserção do país num contexto de mundialização, 
de educação aos processos de transformações científicas e tecnológicas, de reorien-
tação ético valorativa, enfrentando questões físicas e materiais da escola, problemas 
profissionais e de gestão da escola, assim como os estruturais que envolvem a pobreza, 
a miséria e o desemprego.
A melhor qualidade do ensino para a educação futura, exige o compromisso pedagó-
gico, a melhoria das práticas de gestão da escola que anteriormente fixavam no caráter 
centralizador e autoritário, e, por outro lado, com a perda desta autoridade, da compe-
tência e da responsabilidade levaram os dirigentes do processo educativo a perder o 
equilíbrio entre o lado político e o lado técnico, causando mais uma lacuna negativa na 
educação, quando não mais planejavam e nem direcionaram suas estratégias.
Portanto, os processos democráticos de gestão devem ter sua eficácia nos órgãos 
centrais e intermediários do sistema insistindo na formulação de políticas e diretrizes 
quanto à estrutura física e material da escola, quanto ao currículo, assistência peda-
gógica ao professor, supervisionar e avaliar todo o processo de ensino aprendizagem.
Não será possível prepararmos para a modernidade, para o futuro, se não houver 
um investimento grandioso na educação formal, para conquistar habilidades, proce-
dimentos, atitudes e convicções. Somente por meio de investimentos em inovações 
pedagógicas, articulando o ensino sistematizado com o processo de construção de 
conhecimentos, com as experiências do mundo vivido pelo educando que será possível 
construir uma educação do futuro, conforme já tratamos anteriormente.
Isto acontece na prática
Encontraremos na rede diversas histórias como do estudante Wester Silva 
Vieira que sempre estudou no sistema de escola pública e continuará na 
universidade pública ao passar em quarto para cursar medicina. De uma 
família humilde a reportagem conta sua história de dedicação e esforço para 
alcançar tal objetivo. Mas além de sua dedicação, fala sobre a importância 
da educação de qualidade com professores que trabalham com foco em 
uma educação que transforma a vida de seus educandos, fala do papel do 
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professor em lhe ajudar a encontrar os caminhos certos do estudo e sobre a 
importância deste ensino que busca incentivar, transformar e construir alunos 
críticos, inovadores e construtores de seu futuro. Confira a reportagem de 
Wester no link abaixo. 
Disponível em: https://vestibular.uol.com.br/noticias/redacao/2015/02/12/
ex-aluno-de-escola-publica-conta-como-passou-em-4-faculdades-de-medi-
cina.htm
Anote isso
Atenção ao texto grifado.. 
Fonte: https://pixabay.com/vectors/court-house-government-capitol-25061/
https://vestibular.uol.com.br/noticias/redacao/2015/02/12/ex-aluno-de-escola-publica-conta-como-passou-em-4-faculdades-de-medicina.htm
https://vestibular.uol.com.br/noticias/redacao/2015/02/12/ex-aluno-de-escola-publica-conta-como-passou-em-4-faculdades-de-medicina.htm
https://vestibular.uol.com.br/noticias/redacao/2015/02/12/ex-aluno-de-escola-publica-conta-como-passou-em-4-faculdades-de-medicina.htm
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AULA 6
QUATRO PILARES DO 
CONHECIMENTO
O próximo século vai nos oferecer novos meios e tecnologias para circular, comu-
nicar e armazenar as informações em uma escala nunca sonhada pela humanidade. 
O processo educativo precisa ser capaz de transmitir o saber e adaptá-lo a esta nova 
civilização cognitiva, ensinando hoje competências fundamentais para o amanhã.
Portanto, cabe à educação futura fornecer os mapas para este mundo complexo em 
que viveremos.A educação praticada hoje precisa ser uma bússola que vai permitir o 
ser humano navegar neste novo mundo.
Precisamos eliminar o paradigma da educação quantitativa que fabrica uma baga-
gem escolar cada vez mais pesada. Não basta mais acumular conhecimentos, preci-
samos aprender a nos adaptar a este mundo de mudanças.
Para termos êxito nessa missão, a educação deve se organizar em torno de aprendiza-
gens fundamentais que vão acontecer durante todo o percurso da vida de uma pessoa.
A escola atual se preocupa muito com o aprender a conhecer e o aprender a fazer, 
mas tem deixado de lado outros aspectos que consolidam uma educação global. 
Precisamos que uma abordagem pedagógica produza de uma aprendizagem global 
tanto no plano cognitivo como no prático, desenvolvendo o ser humano como pessoa 
e membro ativo da sociedade.
Para enfrentar os desafios do próximo século precisamos refazer e realinhar nossos 
objetivos. É urgente descobrir como reanimar e fortalecer a criatividade, revelando o 
tesouro escondido em cada um, superando a visão puramente instrumental da educa-
ção, ensinar a plenitude, a realização e a humanidade em sua totalidade. 
Não podemos continuar ensinando somente em vista de resultados econômicos 
e financeiros, precisamos ir além destas expectativas, pois desta forma ensinaremos 
hoje algo que não terá nenhuma função no futuro.
No futuro a educação vai ser um processo permanente e contínuo. As pessoas vão 
permanecer aprendendo durante toda a vida. Precisamos aprender a conhecer, explo-
rar, atualizar, aprofundar e enriquecer conhecimentos de forma permanente. É preciso 
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educar para este mundo de mudanças em uma era de tecnologia avançada e muita 
complexidade.
Compreenderemos melhor estas transformações necessárias se analisarmos os 
Quatro Pilares de uma Educação para o Século XXI enumerados na obra “Educação: 
um Tesouro a Descobrir”, Jacques Delors (1998):
1. Aprender a conhecer
2. Aprender a fazer 
3. Aprender a viver juntos, aprender a viver com os outros.
4. Aprender a ser
A seguir descrevemos:
6.1 - Aprender a conhecer
Aprender a conhecer e explorar o mundo que nos rodeia. Para desenvolvermos as 
capacidades profissionais do futuro será preciso compreensão do processo e um 
constante estado de descoberta. Precisamos promover a curiosidade intelectual, esti-
mulando o sentido crítico que permite ao sujeito compreender o real com autonomia e 
discernimento. Alguém motivado pela curiosidade nunca para de aprender, permanece 
descobrindo e melhorando no trabalho e na vida. 
Quando formos capazes de ensinar o aprender a conhecer seremos capazes de 
garantir dignidade a todas as camadas sociais. A vida vai exigir o exercício do pensa-
mento crítico, analítico, do aguçamento da atenção e da memória. Em uma realidade 
em constante mudança essas características são basilares. Isto quer dizer que não 
devemos ensinar somente saberes codificados, mas também o domínio dos instru-
mentos do conhecimento.
O saber é meio e a finalidade da vida. Enquanto meio ele permite compreender e 
desvelar o mundo, o que nos garante a possibilidade de viver dignamente. Enquanto 
finalidade nos leva ao prazer que é o conhecer e a capacidade de realização pessoal e 
profissional que esta permanente descoberta nos oferece.
Quando despertamos a curiosidade intelectual promoveremos o acesso às meto-
dologias científicas, pois “aprender a conhecer” supõe o “aprender a aprender”. Para 
permanecer aprendendo é preciso dominar e treinar a atenção produzindo o foco. Esse 
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exercício pode ser feito no cotidiano de nossas atividades como nos jogos, nos está-
gios, nas empresas, nos trabalhos práticos e até mesmo nas viagens que fazemos. O 
exercício da atenção do pensamento que leva à descoberta são recursos necessários 
para transitar entre o concreto e o abstrato.
Tanto no ensino como na pesquisa é necessário aprender o método indutivo, pois 
através da observação podemos inferir uma verdade, chegar a conclusões mais segu-
ras e verdadeiras.
O processo de conhecimento nunca será finalizado, pois existe uma permanente 
possibilidade de enriquecê-lo com novas experiências. Cabe à educação, especialmente 
a escolar, transmitir este impulso. 
6.2 - Aprender a fazer 
O aprender a fazer é indissociável do aprender a conhecer está ligado também à for-
mação profissional, mas vai ensinar o aluno a colocar em prática seus conhecimentos, 
adaptando a educação ao futuro do trabalho.
Este tipo de aprendizagem está ligado ao aprender a conhecer na medida em que 
aquilo que o indivíduo conheceu deve ser capaz de levar à prática, deve ser capaz de 
executar. Precisamos estar em permanente transformação social e abertos desta para 
novos fazeres.
Ao longo do século XX houve uma substituição gradual do trabalho humano pelas 
máquinas. As pressões socioeconômicas criaram uma urgência pela inovação. O que 
deve produzir novos modelos de empresas e novos tipos de empregos.
O aprender a fazer não é somente preparar alguém para uma tarefa, para a fabricação 
de produtos ou execução de tarefas profissionais. O progresso técnico vai exigir novas 
qualificações e novos processos de produção intelectual. No futuro vamos comandar 
máquinas, realizar a sua manutenção e monitorar seu desempenho. 
Características como se comunicar bem, trabalhar em equipe e resolver conflitos 
devem ser evidenciadas e no trabalho do setor de serviços. Desta forma, precisamos 
ensinar também, além de competências intelectuais, as habilidades comportamentais.
A educação precisa produzir qualificação na formação técnica e profissional, no 
comportamento social e uma aptidão ao trabalho em equipe. Será necessário saber 
gerenciar riscos e promover iniciativas.
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No aprender a fazer também é capaz de interligar à aquisição da cultura científica, 
promovendo o acesso às inovações tecnológicas. Será preciso produzir criatividade 
para estimular o desenvolvimento também no contexto local. 
6.3 - Aprender a viver juntos, aprender a viver com os outros.
Este é um dos maiores desafios da educação. A educação deve ensinar a descoberta 
progressiva do outro e capacitar o aprendiz para que ele exercite isto por toda a vida. 
Pois no futuro devemos ser mais competentes em evitar ou resolver conflitos, para 
produzir projetos coletivos. Mas a descoberta do outro depende da descoberta de si 
mesmo é preciso ensinar a empatia que nos qualifica no reconhecimento das reações.
Aprender a trabalhar em equipe através de projetos motivadores e inovadores, nos 
permite reduzir as diferenças e os conflitos interpessoais. Precisamos aprender a 
superar o individualismo e valorizar o que é comum, aprendendo a discernir e respeitar 
as diferenças.
Em nossa sociedade moderna esta é uma aprendizagem de suma importância, 
pois aprender a viver com o outro exige muito conhecimento, habilidade e atitude. 
Trata-se do desenvolvimento de uma educação para a paz, que respeite a diversidade. 
Precisamos conseguir oferecer condições para que todos participem dos processos 
educacionais com autonomia, e que esta autonomia gere um bem maior que é a 
sobrevivência da humanidade.
Para incentivar esta aprendizagem, a educação formal deve reservar ocasiões para 
iniciar seus educandos em projetos de cooperação com atividades desportivas e cul-
turais. É preciso estimular a participação em atividades sociais, ações humanitárias e 
ajudar aos desfavorecidos, por meio da solidariedade. Nesta dinâmica precisamos ser 
capazes de enriquecer e valorizar a relação professor-aluno como algo fundamental e 
perene na vida do educando. 
6.4 - Aprender a ser
 
Precisamos educar pela inteligência, mas também pela sensibilidade, sentido esté-
tico, responsabilidadepessoal e espiritual. O educando precisa ser capaz de, através do 
pensamento autônomo, formular seus próprios juízos de valores, de modo que possa 
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decidir por si mesmos e saiba agir de forma correta em diferentes circunstâncias. 
Precisamos cuidar para que a educação não produza ou valorize a desumanização do 
mundo diante da evolução técnica pela qual passamos.
No aprender a ser a educação tem como papel essencial dar a todos a liberdade de 
pensamento, o discernimento dos sentimentos, da imaginação, para desenvolver os 
seus talentos individuais e para que permaneçam senhores de seus próprios destinos.
A arte e a poesia precisam ter maior relevância no processo educativo. Precisamos 
oferecer às crianças e jovens, descobertas e experimentações em diferentes áreas: a 
científica, a social, a cultural, a desportiva, a estética e a artística. Desta forma, seremos 
capazes de permitir o desenvolvimento da imaginação e da criatividade, revalorizando 
a cultura oral e aproveitando experiências prévias da criança e do adulto.
Nesse sentido, o desenvolvimento do ser humano, desde o nascimento até a morte, 
será uma descoberta sobre conhecimento de si e do outro. Um processo realizado pelo 
indivíduo, mas que permitirá a emergência de uma construção social interativa.
O aprender a ser somado aos demais pilares é capaz de levar o indivíduo a construir 
seu próprio projeto de vida, elaborando pensamentos críticos, formulando seus valores 
com liberdade e discernimento, se desenvolvendo de forma integral em relação com sua 
comunidade. Fomenta-se assim a criatividade, domina-se os sentimentos e treina-se 
a imaginação, produzindo uma percepção real de si mesmo e dos outros.
Na organização dos espaços educativos formais e não formais há de se considerar 
estes quatro pilares, como alicerces para as práticas pedagógicas e para a formação 
de um novo modelo social onde a educação é compreendida como um todo e os 
fazeres educacionais se complementam. Precisamos produzir uma educação integral 
e não excludente.
Isto está na rede
Nesta curta metragem de 2 minutos e 57 segundos poderemos assistir Celso 
Antunes falando sobre a UNESCO e os Quatro Pilares da Educação.
https://youtu.be/IQF8mVF3j84
https://youtu.be/IQF8mVF3j84
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Fonte:https://pixabay.com/pt/photos/l%C3%A1pis-l%C3%A1pis-de-madeira-educa%C3%A7%C3%A3o-1486278/
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AULA 7
OS SETE SABERES
Neste capítulo vamos estudar o que enuncia Edgar Morin em sua obra Os Sete 
Saberes Necessários à Educação do Futuro.
Além dos quatro pilares fundamentais à educação, como já vimos no capítulo anterior, 
precisamos conhecer os setes saberes necessários para a formação do homem futuro.
Com a prática destes sete saberes, novos caminhos se abrirão para aqueles que se 
preocupam com o futuro das crianças e dos adolescentes em nossa sociedade.
Segundo Morin (2000), existem sete buracos negros em nossos sistemas de educa-
ção, eles devem ser avaliados e superados para que possamos responder às expecta-
tivas de uma educação para o futuro. Estes buracos negros só serão vencidos a partir 
de ação reflexiva e fundamentada por estes saberes:
• As cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão;
• Os princípios do conhecimento pertinente;
• Ensinar a condição humana;
• Ensinar a identidade terrena;
• Enfrentar as incertezas;
• Ensinar a compreensão;
• A ética do gênero humano.
7.1 - As cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão 
Precisamos ensinar que todo conhecimento é tradução e reconstrução, que ele 
deve ser transmitido para preparar o ser humano para o mundo. Este conhecimento 
pode nos chegar por diferentes meios como: informações em jornais, livros, manuais 
escolares, internet, entre outros, mas em todos os casos ele pode nos oferecer também 
erros e ilusões.
É absurdo pensar que a educação transmite somente conhecimentos inequívocos, 
que ela é totalmente apartada dos erros e desvios humanos. Por ser um produto de 
nossa humanidade todo conhecimento possui uma tendência ao erro e à ilusão. Assim, 
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a educação não pode ser considerada uma entidade ou uma instância livre de direcio-
namento ou enviesamento.
Conhecer e a forma como conhecemos é a garantia de que estaremos sempre 
dispostos a enfrentar os erros e as ilusões que fazem parte da mente humana. Para a 
educação esta prerrogativa da possibilidade do erro da ilusão deve ser um princípio e 
uma prática permanente.
Quando o erro e a ilusão são considerados uma impossibilidade, algo presente 
somente no mundo exterior nós abandonamos ou inibimos nossa autonomia e deixa-
mos de buscar a verdade. Cabe à educação promover a lucidez, a dúvida e o ceticismo 
produtivo que se promova uma permanente investigação da verdade.
Para nos afastarmos desta cegueira do conhecimento é importante que a educa-
ção futura considere as implicações culturais, mentais e cerebrais do conhecimento 
humano. Precisamos estudar nossos sistemas sociais, econômicos, ambientais, espa-
ciais e culturais, constantemente para que possamos aferir sucessos e insucessos, 
investigando erros, corrigindo rotas e promovendo restaurações.
A produção dos saberes enunciados por Morin se dá na prática educativa, portanto, 
ao final de cada item vamos fazer um quadro sintético daquilo que devemos evitar no 
processo de ensino/aprendizagem e do que devemos promover em nosso cotidiano 
de educadores.
O que devemos evitar:
A negação do erro ou a infalibilidade do conhecimento
O que devemos promover:
A curiosidade
O questionamento permanente em busca da verdade
7.2 - Os princípios do conhecimento pertinente
O conhecimento precisa ser pertinente, isto quer dizer que a educação precisa capa-
citar as pessoas para uma visão global de sua realidade, evitando uma abordagem 
fragmentada, cartesiana ou parcial dos problemas cotidianos.
O conhecimento precisa representar a complexidade do mundo e precisamos ensinar 
esta complexidade. Todo processo educativo deve buscar a integralidade da realidade 
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terrena é importante que a educação promova esta integração através de uma visão 
contextualizada do mundo.
Quando compartimentalizamos o conhecimento em diferentes realidades e os iso-
lamos em disciplinas como, biologia, sociologia, matemática, geografia etc., perdemos 
o verdadeiro sentido do mundo porque o fragmentamos e reduzimos.
Precisamos capacitar os alunos a estabelecer as relações entre os fragmentos de 
conhecimento para produzir contexto através de uma abordagem global.
O conhecimento deve ser promovido de forma que o indivíduo seja capaz de resolver 
seus problemas fundamentais que são considerados globais, para que ele se capacite 
no enfrentamento das dificuldades específicas, consideradas parciais ou locais.
Toda problemática humana deve ser situada em contextos globais, geográficos e his-
tóricos para que se entenda sua pertinência. Trata-se de uma dinâmica que produz um 
movimento que vai das partes para o todo, buscando a complexidade de toda realidade.
Para garantir a capacidade de conhecer o mundo como ele realmente se apresenta 
é necessária uma capacidade intelectual que promova uma aptidão para organizar 
e contextualizar as informações, buscando inadequações e fragmentações. Quando 
dividimos saberes ou compartimentamos o conhecimento de forma isolada deixamos 
de enxergar suas características multidisciplinares, transversais, planetários ou globais.

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