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Elaboração de plano de emergência para impactos ambientais de extração de carvão à subsolo. Estudo de caso Carbonífera Belluno LTDA

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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE
Curso de Engenharia Ambiental
FABIANA CASTELLER PIAZZA
ELABORAÇÃO DE PLANO DE EMERGÊNCIA PARA IMPACTOS
AMBIENTAIS DE EXTRAÇÃO DE CARVÃO À SUBSOLO.
ESTUDO DE CASO: CARBONÍFERA BELLUNO LTDA.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Ambiental como requi-
sito parcial à obtenção do grau de Engenheiro Ambiental.
Orientadora: Profª. MSc. Rosimere Venâncio Redivo
CRICIÚMA, 2006.
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE
Curso de Engenharia Ambiental
FABIANA CASTELLER PIAZZA
ELABORAÇÃO DE PLANO DE EMERGÊNCIA PARA IMPACTOS
AMBIENTAIS DE EXTRAÇÃO DE CARVÃO À SUBSOLO.
ESTUDO DE CASO: CARBONÍFERA BELLUNO LTDA.
Este trabalho de conclusão de curso foi julgado adequado à obtenção do grau de
Engenheiro Ambiental e aprovado em sua forma final pelo Curso Engenharia Ambiental da
Universidade do Extremo Sul Catarinense.
Criciúma – SC, 30 de novembro de 2006.
______________________________________________________
Profª. MSc. Rosimere Venâncio Redivo
Universidade do Extremo Sul Catarinense
______________________________________________________
Profº. MSc. Sérgio Bruchchen
Universidade do Extremo Sul Catarinense
______________________________________________________
Damião Maciel Guedes
Diretor Centro SATC de Meio Ambiente
DEDICATÓRIAS
Com muito amor dedico este trabalho aos meus pais Cé-
sar e Fátima que me apoiaram em todos os sentidos me
dando força e carinho para conclusão desta etapa impor-
tante de minha vida.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por toda força nesta etapa de minha vida, princi-
palmente nas horas de incertezas e desânimo.
Agradeço a meus pais César e Fátima por tudo que me ensinaram na vida, pelo
amor, carinho, dedicação e apoio.
Aos meus irmãos Michele, Michel e Daiane pelo carinho, ao meu tio Hilário e
Eliani e a toda minha família que apoiaram minhas decisões me dando força e carinho.
A minha orientadora Rosimere Redivo pela orientação do meu trabalho me guian-
do nas dúvidas, contribuindo para minha formação profissional.
Ao meu chefe de estágio Engº. Sullivan Arthur Citadin e a Carbonífera Belluno
por ter oferecido o aprendizado que obtive nos ensinamentos diários da minha futura profis-
são.
As pessoas que moram comigo Jacira e Fabiana, que de forma direta fazem parte
de minha vida oferecendo carinho e compreensão.
A todos meus amigos que me ajudaram de forma indireta para o término deste
trabalho em especial a Jadna, companheira de estágio que com o passar do tempo nos torna-
mos grandes amigas ajudando uma a outra.
EPÍGRAFE
"A teoria sempre acaba, mais cedo ou mais tarde, assassi-
nada pela experiência."
Albert Einstein.
RESUMO
A mineração de carvão no Sul de Santa Catarina trouxe benefícios econômicos e oferta de
emprego para a região. Essa atividade nos últimos anos acarretou impactos ao meio ambiente,
tornando-se necessário a mudança de tecnologias nos processos produtivos a fim de implantar
um sistema de gestão ambiental, atendendo a legislação vigente e melhoria de suas atividades.
Como o empreendimento mineiro oferece riscos através dos impactos emergenciais encontra-
dos no processo de lavra a subsolo, é necessário um plano de gerenciamento desses riscos
para as situações que possam tornar-se realidade no ambiente de trabalho. Nesse contexto é
necessário a elaboração e posteriormente a implantação do plano de preparação e resposta à
emergência para certificação ambiental através da norma NBR ISO 14001, sendo que o aten-
dimento a emergência faz parte de um requisito da norma e é parte fundamental para certifi-
cação ambiental da empresa.
Palavras-chave: Mineração, Sistema de Gestão Ambiental, Impactos Emergenciais.
ABSTRACT
The coal’s mine in the south of Santa Catarina brought a lot of economical benefits and offers
jobs to this land. This activities in the last years, caused negative impacts to the environment,
changes of technologies in the producing processes are necessary in order to implant the envi-
ronment management systems, taking care of actual law and improving its day by day activi-
ties. How this mining enterprise brings so many risk through process of underground mine, is
necessary an emergencies impacts management plan for the situations can became reality in
the labor environment. In this context is necessary improvement and later, implantation of
plan of preparation and reply to the emergencies to get environmental certification using the
NBR ISO 14001 standards. This way, is very important in the certificate process to fulfill the
emergencies attending requisite.
Keywords: Mining, Environment Management System, Emergencies Impact.
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS.............................................................................................................09
LISTA DE QUADROS...........................................................................................................10
1 INTRODUÇÃO ..............................................................................................................11
2 OBJETIVOS ...................................................................................................................12
2.1 OBJETIVO GERAL...............................................................................................142
2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO......................................................................................142
3 JUSTIFICATIVA ...........................................................................................................13
4 REFERENCIAL TEÓRICO .........................................................................................14
4.1 ATIVIDADE DE MINERAÇÃO.........................................................................144
4.1.1 Principais Problemas Ambientais ........................................................................16
4.1.2 Responsabilidade Ambiental ................................................................................18
4.2 CLASSIFICAÇÃO DE RESÍDUOS - ABNT NBR 10004 / 2004 .......................149
4.2.1 Classificação de Rejeitos da Mineração ..............................................................20
4.3 GESTÃO AMBIENTAL..........................................................................................21
4.4 A NORMA NBR ISO 14001/2004...........................................................................23
4.5 AUDITORIA AMBIENTAL ...................................................................................27
4.6 LEGISLAÇÃO PERTINENTE A ATIVIDADE DE MINERAÇÃO .....................31
5 METODOLOGIA...........................................................................................................36
5.1 A EMPRESA............................................................................................................36
5.2 ÁREA DE ESTUDO ................................................................................................38
5.3 MÉTODO DE DESENVOLVIMENTO DO PROCEDIMENTO ...........................38
5.4 DESCRIÇÃO DA METODOLOGIA DE LEVANTAMENTO DE ASPECTOS E
IMPACTOS EMERGENCIAIS ...........................................................................................39
5.4.1 Etapas para Avaliação dos Aspectos x Impactos Ambientais ..............................39
5.5 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES......................................................................43
5.6 FLUXOGRAMA DO PROCESSO DE EXTRAÇÃO DE CARVÃO.....................44
6 ANÁLISE DOS DADOS ................................................................................................45
6.1 PRINCIPAIS IMPACTOS EMERGENCIAIS ENCONTRADOS NO SUBSOLO 46
6.1.1 Vazamento de Òleo...............................................................................................46
6.1.2 Vazamento de Graxa ............................................................................................486.1.3 Choque Elétrico....................................................................................................49
6.1.4 Risco de Explosão.................................................................................................50
6.1.5 Surgência de Àgua................................................................................................52
6.1.6 Subsidência no Subsolo ........................................................................................53
6.1.7 Paralisação do Sistema de Ventilação .................................................................53
6.1.8 Esmagamento e Atropelamento por Máquinas ....................................................54
6.1.9 Detonação Acidental ............................................................................................55
6.1.10 Inundação .............................................................................................................56
6.1.11 Queda de Material Rochoso .................................................................................58
6.2 BRIGADA DE EMERGÊNCIA ..............................................................................59
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................61
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................63
ANEXO A – PROCEDIMENTO DE PREPARAÇÃO E RESPOSTA A
EMERGÊNCIA.. ....................................................................................................................67
ANEXO B – FORMULÁRIO DE IDENTIFICAÇÃO DE EMERGÊNCIA....................82
LISTAS DE FIGURAS
Figura 01 – Quantidade de rejeitos retirados no beneficiamento de carvão bruto ...................21
Figura 02 – Etapas das atividades existentes da auditoria........................................................30
Figura 03 – Carbonífera Belluno, Vila São Jorge, Criciúma – SC...........................................36
Figura 04 – Local de armazenamento de óleo no subsolo........................................................47
Figura 05 – Surgência de óleo devido vazamento ocasionado no solo ....................................48
Figura 06 – Rompimento do isolante do cabo elétrico.............................................................50
Figura 07 – Material explosivo exposto no subsolo.................................................................51
Figura 08 – Surgência de água na mina a subsolo....................................................................52
Figura 09 – Sistema de ventilação da mina a subsolo.. ............................................................54
Figura 10 – Máquina de Bob Cat trabalhando no subsolo. ......................................................55
Figura 11 – Depósito de explosivos no subsolo. ......................................................................56
Figura 12 – Vazamento de água gerando risco no ambiente de trabalho .................................57
Figura 13 – Queda de material rochoso na mina a subsolo. .....................................................58
LISTAS DE QUADROS
Quadro 01 – Grau de significância de impactos ambientais ....................................................42
Quadro 02 – Cronograma de atividades desenvolvidas na empresa. .......................................43
11
1 INTRODUÇÃO
A atividade de mineração se destaca na região sul de Santa Catarina, deixando
uma série de degradações ao meio ambiente, onde diversos ecossistemas foram prejudicados
através da extração de carvão a subsolo e a céu aberto.
Nos dias atuais este setor está cada vez mais se preocupando com a questão ambi-
ental, devido às exigências impostas pela legislação, na busca por benefícios e prevenção à
poluição através de medidas que minimizem esses problemas decorrentes de suas atividades.
Por ter se tornado uma atividade com grandes impactos, houve a necessidade de
mudanças no setor mineiro, visando melhorias no desempenho das empresas, adotando me-
lhorias no processo e na tecnologia empregada.
Sendo assim, há uma necessidade de implantação de um Sistema de Gestão Am-
biental (SGA) nas empresas mineradoras, acarretando inovações no setor e melhorias no de-
sempenho ambiental, prevenção da poluição e atendimento às exigências legais.
Essa preocupação com o meio ambiente torna-se um fator positivo para atividades
potencialmente poluidoras, e na busca por tecnologias novas, tornam-se competitivas e supe-
ram a concorrência.
Dentro deste contexto, o SGA possui requisitos que visa à melhoria contínua das
organizações e de seus processos, adotando objetivos e metas a serem cumpridas para atendi-
mento à norma e conformidade no sistema.
Este trabalho possui o propósito de elaborar e planejar o requisito da norma NBR
ISO 14001 Preparação e Respostas à Emergências para impactos designados emergenciais
oriundos na extração de carvão na Mina Morozini e Mina Cantão, sendo que estes fazem par-
te do escopo para implantação do SGA da Carbonífera Belluno Ltda. Para desenvolvimento
deste, será realizado a identificação dos impactos encontrados nos locais decorrentes da ati-
vidade de mineração, na qual será elaborado um procedimento para situações de emergências,
bem como elaborar um planejamento de implementação do simulado de emergência de acor-
do com o requisito da norma implantada.
12
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Elaborar e planejar o requisito da norma NBR ISO 14001 Preparação e Respostas
à Emergências em uma empresa de extração de carvão.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Identificar os impactos emergenciais na extração de carvão à subsolo;
- Estabelecer um procedimento para situações de emergências;
13
3 JUSTIFICATIVA
A questão ambiental e a posição de mercado fazem com que muitas empresas ado-
tem alternativas que visam melhorias do processo na busca por maior e melhor desempenho
ambiental do empreendimento.
Através disso a norma ISO 14001 é uma ferramenta eficaz e está sendo implanta-
da em várias empresas como alternativas para suprir o mercado e a necessidade de preservar e
minimizar impactos ocasionados ao meio ambiente.
Na atividade de mineração não poderia ser diferente, por ser uma atividade que
deixou passivos ambientais no passado, agora tentando mudar a situação do presente adotando
melhorias e procedimentos adequados em seus processos de beneficiamento e extração do
carvão mineral.
O empreendimento mineiro, através da extração de carvão a céu aberto ou subter-
râneo, gera impactos significativos ao meio e a saúde do trabalhador considerado impactos
emergenciais.
A mineração subterrânea de carvão desenvolve suas atividades num ambiente
pouco iluminado, na presença de ruídos, gases e outros agentes físicos e químicos. Os riscos
de acidentes são muitos como surgência de água, choque elétrico devido à umidade, entre
outros.
Desde os riscos do dia-a-dia, resultantes das operações rotineiras de uma mina,
aos perigos inesperados que podem surgir a qualquer momento, os trabalhadores em minas
subterrâneas necessitam de proteção segura e confiável.
Devido a essa preocupação com os riscos considerados emergenciais na atividade
de mineração e que devem seguir procedimentos de acordo com a norma ISO 14001 para cer-
tificação do empreendimento, é necessário a elaboração e implementação de um procedimen-
to para situações de emergência, caso venha a acontecer.
14
4 REFERENCIAL TEÓRICO
4.1 ATIVIDADE DE MINERAÇÃO
Muitas atividades potencialmente poluidoras foram instaladas nos mais diversos
estados brasileiros, gerando os mais variados impactos ao meio ambiente. A exploração do
carvão no uso do solo e subsolo em Santa Catarina é um dos processos que acarretam vários
problemas ambientais (FARIAS, 2002).
A mineração não é uma atividade que necessita de grande expansão para seu de-
senvolvimentose comparado à agricultura, por exemplo, que necessita de uma vasta área para
plantio, porém seus efeitos são impactantes ao meio ambiente principalmente a mineração a
céu aberto, por causar a movimentação profunda das camadas do solo e subsolo, retirada da
vegetação e alteração do regime de água (KOBIYAMA; MINELLA; FABRIS, 2001).
A exploração do carvão é uma atividade lícita e que trás benefícios econômicos e
sociais para o país. Porém essa exploração de maneira irresponsável dos recursos naturais não
renováveis deixou impactos destrutivos na fauna e flora (MILIOLI, 1995).
A mineração por natureza muda o meio ambiente, e sendo uma atividade de trans-
formação, provoca a degradação do local onde o carvão é explorado (FERNANDES, 2005).
Toda a mineração modifica o terreno no processo de extração mineral e deposição
de rejeitos. O bem mineral extraído não retorna mais ao local de onde foi retirado (KOPE-
ZINSKI, 2000).
Todas as etapas da extração do carvão mineral são fontes potenciais de degrada-
ção do ambiente, começando pela frente de lavra, passando pelo beneficiamento, transporte,
estendendo-se ao uso e transformação (LOPES et al, 2004).
A lavra do carvão pode ser realizada a céu aberto ou subterrânea, dependendo da
geologia e formação do carvão e quando explorada de forma irresponsável gera grandes áreas
degradadas com seus recursos naturais comprometidos. Em Santa Catarina nas últimas déca-
das a sociedade, órgãos fiscalizadores, ONG’s, etc., passaram a vigiar esse tipo de atividade ,
15
principalmente com a recuperação do passivo ambiental decorrente da lavra de carvão (ES-
PINOSA, 2006).
O aumento da produção carbonífera para o atendimento da demanda por energia
tem proporcionado o acúmulo de rejeitos nas áreas de mineração, atingindo principalmente a
degradação do solo e dos recursos hídricos que estão praticamente comprometidos na região
(MILIOLI, 1995).
Conforme Milioli (1995), a disposição dos finos e ultrafinos de carvão e das partí-
culas provenientes dos rejeitos de carvão acarreta no assoreamento dos rios. O processo de
degradação dos recursos hídricos está relacionado à pré-lavagem do carvão e a deposição dos
rejeitos piritosos, gerando quantidades elevadas de ferro, metano, enxofre, sulfatos e outros,
lançados diretamente nos corpos hídricos, comprometendo as águas superficiais e subterrâ-
neas.
O material que é proveniente da extração do carvão é fonte de uma série de pro-
blemas que degradam o meio natural como, contaminação dos meios hídricos, erosão do solo,
poluição visual, disposição de rejeito e estéril, assoreamento de vales e cursos d’água, dentre
outros (FARIAS, 2002).
Segundo Klein (2006), o processo de degradação dos recursos naturais no Sul de
Santa Catarina tornou-se crítico, principalmente pela contribuição das atividades de extração
de carvão mineral, eliminando a vegetação florestal original, restando apenas formações se-
cundárias em diferentes estádios sucessionais.
A degradação ambiental provocada por todas as etapas envolvidas no processo de
mineração do carvão, atua negativamente na qualidade do meio ambiente sob diversos aspec-
tos. Os recursos hídricos, o solo, o subsolo e a qualidade do ar, sofrem influência direta destas
atividades, contribuindo intensamente para o desaparecimento da fauna e flora dos ecossiste-
mas (KLEIN, 2006).
Com a deposição dos rejeitos, é gerada a drenagem ácida de mina (DAM), oriunda
da lixiviação dos montes de rejeito. A ocorrência de drenagem ácida constitui-se no principal
impacto das áreas de exploração mineral ao ambiente (MELLO; ABRAÃO, 1998).
16
A DAM é a solução aquosa ácida gerada quando minerais sulfetados presentes em
resíduos de mineração de carvão, como rejeitos e estéreis, são oxidados na presença da água,
ou seja, quando o carvão encontra-se associado a sulfetos. (MELLO; ABRAÃO, 1998).
Essa drenagem, segundo Mello & Abraão (1998), quando lançada em corpos hí-
dricos sem tratamento, poderá comprometer o recurso hídrico, assim como, apresentar alto
grau de toxicidade comprometendo a cadeia trófica do mesmo. Trata-se de um dos mais gra-
ves impactos ambientais associados à atividade de mineração.
O aproveitamento do carvão, segundo Milioli (1995), extraído no estado é de
25%, sendo que o restante 75% é constituído de rejeitos que são gerados no processo produti-
vo, sendo estes o método de lavra, beneficiamento e disposição do rejeito ao ar livre e sem
planejamento, destruindo o solo, tornando-o infértil e sem vegetação no local.
A subsidência é outro fator impactante da extração do carvão, sendo as áreas mais
prejudicadas a que estão próximas da lavra no subsolo, marcadas por galerias subterrâneas
sustentadas por pilares, originando alterações topográficas no terreno com rebaixamentos e
crateras no solo que anteriormente era firme e plano (MILIOLI, 1995).
4.1.1 Principais Problemas Ambientais
A mineração é uma atividade que contribui significativamente para a alteração da
superfície terrestre, provocando expressivos impactos ambientais na água, ar, solo, subsolo e a
paisagem como um todo. A degradação é um processo aliado à atividade de mineração e sua
intensidade depende do volume retirado do solo ou subsolo e dos rejeitos produzidos (GRIF-
FITH, 1980).
A atividade de mineração provoca as seguintes alterações: desmatamento, altera-
ção da superfície topográfica e da paisagem, perda ou destruição de solos orgânicos, instabili-
zação de encostas e terrenos em geral, alteração de corpos de água e de níveis freáticos e ex-
posição de áreas ocasionando a erosão e assoreamento (KOPEZINSKI, 2000).
Dependendo do tipo e da forma de lavra empregada no processo, a mineração do
carvão gera, no entanto, uma degradação ambiental significante, tendo como resultado dife-
rentes graus de degradação ambiental no local.
17
Segundo Milioli (1995) dentre os impactos ambientais relacionados com a mine-
ração do carvão, o mais agravante deles é, certamente, a poluição dos mananciais hídricos das
regiões próximas às minas de carvão, onde o mineral é extraído.
Nas áreas de mineração os maiores problemas estão diretamente ligados à polui-
ção de águas, ar e solo, por conseqüência do alto nível de cargas poluidoras de resíduos, acar-
retando impacto negativo sobre a qualidade de vida (FERNANDES, 2005).
A contaminação atmosférica na atividade de mineração do carvão é função das
condições climatológicas e da topografia do local. As principais fontes de contaminação do ar
são oriundas da emissão de poeiras nas estradas de acessos, nos efeitos provocados pelo arras-
te dos ventos nas pilhas de estéril e produtos, nos processos de perfuração e detonação, nos
processos de cominuição mecânica e nas cargas e descargas do produto (RIGOTTI, 2002).
Os problemas de contaminação dos recursos hídricos nas regiões carboníferas, se-
jam nos locais de lavra ou de beneficiamento, devem-se, na maior parte, à oxidação da pirita
devido ao sulfeto de ferro (FeS2) que se encontra associada ao carvão. Quando exposta ao ar e
à ação das chuvas, a pirita oxida-se gerando ácido sulfúrico e composto de ferro, que acabam
sendo transportados até os cursos de água (LIMA, et al 1998).
A contaminação do solo se dá através da remoção do mesmo na deposição de re-
jeitos, na ação da erosão, no impacto visual e nas alterações morfológicas que alteram o ecos-
sistema e a fauna existente (RIGOTTI, 2002).
A mineração contribui de forma positiva para a economia do país, sendo funda-
mental para o desenvolvimento da sociedade, porém desde que operada com responsabilidade
social e ambiental (FARIAS, 2002).
O ambiente degradado pela mineração pode ser recuperado de forma aceitável
desde que sejam tomadas medidas preventivas e corretivas desde o início do planejamento,
durante a exploração da jazida, até e após o término da atividade mineira no local (FARIAS,
2002).
18
4.1.2 Responsabilidade AmbientalNo passado, os trabalhos de lavra de carvão foram realizados sem maiores cuida-
dos com o meio ambiente, sendo a principal causa da poluição dos recursos hídricos da regi-
ão. Os reflexos dessa poluição ainda hoje estão presentes no ambiente regional e afetam a
população em geral com o comprometimento dos rios e o surgimento de vários hectares de
áreas degradadas (SIECESC, 2006).
A indústria da mineração, tida como uma das atividades econômicas mais prejudi-
ciais ao meio ambiente, tem procurado mudar a situação e a imagem do setor junto à socieda-
de. Esse foi um dos motivos que está levando as Carboníferas da região sul de Santa Catarina
a contribuírem de maneira positiva e significativa com o desenvolvimento sustentável e aten-
dimento das demandas da sociedade a se adequarem às determinações do ISO 14000, promo-
vendo a prevenção à poluição, melhoria contínua do processo e atendimento à legislação que
diz respeito à atividade de extração e beneficiamento do carvão.
Segundo o SIECESC (2006) as carboníferas associadas destinam, em média, R$ 7
milhões por ano em ações de recuperação e preservação ambiental, o que corresponde a 3%
do seu faturamento, sendo que o carvão mineral é uma das atividades econômicas com maior
valor agregado, gerando empregos diretos e indiretos.
As empresas da região Sul realizam o fornecimento de carvão para o Complexo
Termelétrico Jorge Lacerda, sendo que a mesma determina um prazo para que essas empresas
obtenham a certificação ISO 14000 - certificado que atesta que a produção de uma empresa se
enquadra dentro de rigorosos controles ambientais (SIECESC, 2006)
As carboníferas, conforme SIECESC (2006), estão se encaminhando para a ade-
quação da certificação da ISO 14000 incluindo o tratamento dos rejeitos e solução do passivo
ambiental.
Segundo o SIECESC (2006) a ação de recuperação ambiental desenvolvida na re-
gião segue três linhas principais:
* A primeira está sendo desenvolvida pelas empresas mineradoras que estão reali-
zando a recuperação do passivo ambiental e implantando sistemas de gestão ambiental;
19
* A segunda, desenvolve trabalhos em toda a bacia carbonífera, executados em
convênios nacionais com órgãos governamentais.
* A terceira linha de ação é a capacitação tecnológica que objetiva desenvolver
conhecimentos tanto para o desenvolvimento como para a aplicação de tecnologias de contro-
le e recuperação das áreas degradadas existentes.
4.2 CLASSIFICAÇÃO DE RESÍDUOS – ABNT NBR 10004/2004
Segundo ABNT (2004) a norma NBR 10.004 classifica os resíduos sólidos em re-
lação aos riscos que oferece ao meio ambiente e à saúde humana. O processo de classificação
dos resíduos se dá através de dois grupos, Classe I e Classe II, sendo que estes últimos se sub-
dividiram em Classe II A e Classe II B:
Classe I - Perigosos
Os resíduos Perigosos ou de Classe I, se dispostos de forma inadequada, apresen-
tam periculosidade, ou seja, oferecem riscos ao meio ambiente e à saúde humana, com carac-
terísticas de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e patogenicidade, podendo provocar
incidências de doenças e efeitos nocivos no meio ambiente. As baterias e produtos químicos
que geram um forte impacto sobre o meio ambiente são exemplos de resíduo classe I.
Classe II – Não Perigosos
Esses resíduos são classificados de Classe II ou não perigosos e subdividem em:
Classe II A – Não Inertes
Os resíduos Classe II A podem apresentar propriedades como combustibilidade,
biodregradabilidade ou solubilidade em água. A matéria orgânica ( restos de alimentos) e pa-
pel são exemplos desse resíduo.
Classe II B – Inertes
Os resíduos classe II B são os resíduos que ao entrar em contato com água destila-
da ou deionizada à temperatura ambiente, dependendo do estado que se encontram, não alte-
20
ram sua composição como a cor, turbidez, dureza e sabor, como é o caso dos resíduos de tijo-
los, rochas, vidros e determinados plásticos e borrachas que não são decompostos facilmente.
Para diferenciar os resíduos classificados como classe II A (não inerte) e classe II
B (inertes) é necessário os ensaios de solubilização dos resíduos sólidos. (ABNT, 2004).
Os resíduos classe I (perigosos) e classe II (não perigosos) se diferenciam através
dos ensaios de lixiviação dos resíduos sólidos (ABNT, 2004).
4.2.1 Classificação de Rejeitos da Mineração
Segundo a IESA (1983) o rejeito oriundo do beneficiamento de carvão se deve
principalmente à presença do enxofre em sua composição mineralógica, identificado pela piri-
ta (FeS2), existente na forma amórfica do rejeito.
Os rejeitos se classificam em piritosos e xistosos, sendo separados no beneficia-
mento do carvão em R1, R2 e R3 (IESA, 1983).
Conforme IESA (1983), a fração R1, denominada piritosa, possui o teor médio de
10 % de enxofre e 8% de carbono, enquanto a fração R2 é constituída de folhelhos carbonosos
e siltitos, e a R3 é constituída de xistos betuminosos de baixo teor de enxofre.
As composições granulométricas dos rejeitos R1, R2 e R3, possuem grande varia-
ção entre as empresas. Essa variação é devida ao método de lavra, equipamento utilizado e
beneficiamento empregado. (Figura 1)
21
Figura 01: Quantidade de rejeitos retirados no beneficiamento de carvão bruto (Fonte: IESA, 2006).
Segundo IESA (1983) os rejeitos piritosos (R1), podem ser aproveitados industri-
almente através do processamento no qual se concentra o teor de FeS2, devido o teor de pirita
existente, resultando no concentrado piritoso, com elevada concentração de enxofre. A pirita
pura apresenta 53,6% de enxofre total.
Quanto aos rejeitos R2 e R3 (carbonosos, xistosos e siltitos) podem ser emprega-
dos na manufatura de artefatos para a construção civil (IESA, 1983).
4.3 GESTÃO AMBIENTAL
Quando as empresas surgiram, as exigências ambientais eram mínimas se compa-
radas aos dias atuais. Essas exigências em relação ao meio ambiente eram menores no passa-
do. As empresas passaram a se preocupar com a questão ambiental, procurando desenvolver
atividades e tecnologias menos impactantes ao meio, se atualizando na substituição de equi-
pamentos para controle de poluição, integrando práticas no processo produtivo, selecionando
melhor a matéria-prima, reaproveitando resíduos, etc., integrando melhor com o meio ambien-
te. (DONAIRE, 1994).
A preocupação ecológica, segundo Ashen (1970) apud Donaire (1994), vem se
destacando nos últimos anos, devido à qualidade de vida da população e que tem exigido das
ROM - 100%
Rejeitos – 69%
R1 – 26%
R2 – 23%
R3 – 15%
Finos – 5%
Carvão – 31%
22
empresas um novo posicionamento referente ao meio ambiente e o processo de produção,
onde este é o alvo dos problemas ambientais gerados em uma empresa.
Desde a Conferência ocorrida em Estolcomo em 1972 que a conscientização dos
problemas ambientais vem se tornando mais significativos para as empresas e conseqüente-
mente para toda sociedade (SOUZA, 2002).
Nas palavras de Demajorovic (1995) citadas por Teodósio et al (2001) os sistemas
econômicos de gestão ambiental são mais eficientes para países considerados em desenvolvi-
mento, por haver um estímulo em implantar-se tecnologias de controle de poluição, a elimina-
ção de necessidade de legislação extensa e outras vantagens decorrentes ao setor.
Para minimizar esses efeitos sobre a sociedade, é necessário aplicar nas empresas
um sistema de gestão, conforme Rosen (2001), citados por Souza (2002), zelando pela popu-
lação e reputação da empresa, a fim de reduzir riscos financeiros, como multas e processos
para a empresa e ambientais como os acidentes que vem ocorrendo com freqüência sobre o
meio ambiente.
Segundo Barbieri (2004), gestão ambiental são diretrizes, atividades administrati-
vas e operacionais, que são usadas dentro de uma empresa ou organização, a fim de eliminar
ou reduzir impactos que a mesma oferece sobre o meio ambiente, causadaspela atividade
antrópica.
Para Harrington & Knight (2001), a gestão ambiental serve como investimento
para uma organização, sendo uma forma de reduzir custos e aumentar os lucros, gerenciando
de forma correta as questões ambientais, traçando objetivos e metas sobre a identificação de
aspectos e impactos, agindo sobre os mesmos com o intuito de melhorar o desempenho ambi-
ental da organização.
Segundo Valle (2002), a gestão ambiental consiste em uma série de procedimen-
tos e medidas a serem seguidas, permitindo a redução e controle dos impactos ambientais que
uma organização exerce sobre o meio ambiente.
Sistema de Gestão Ambiental ou SGA segundo ABNT (2004) faz parte integrante
da gestão ambiental de uma empresa utilizada para desenvolver e implementar a política am-
biental da empresa, assim como, gerenciar seus aspectos ambientais através dos requisitos
propostos pela norma.
23
Segundo Andrade, Tachizawa & Carvalho (2002) a gestão ambiental é um proces-
so contínuo onde uma empresa define suas metas e objetivos em relação ao meio ambiente,
clientes, comunidade, funcionários, determinando um período de tempo para que tais objeti-
vos sejam atingidos visando melhoria no sistema.
Conforme Viterbo Jr. (1998), o custo para a certificação da norma ISO 14001 não
é necessariamente elevado. Esse custo depende dos aspectos e impactos levantados no proces-
so.
4.4 A NORMA NBR ISO 14001/2004
Segundo Martini Jr. & Freitas de Gusmão (2003), as organizações, na busca por
técnicas apropriadas de gestão ambiental e preocupadas em desenvolver um adequado desem-
penho ambiental buscam controlar os impactos de suas atividades produtos e serviços. Porém,
somente essas técnicas não garantem que o desempenho ambiental, atenda os requisitos legais
de uma organização.
É através disto que as empresas buscam por um sistema de gestão estruturado, as-
segurando um bom desempenho ambiental dentro da organização (MARTINI JR; FREITAS
DE GUSMÃO, 2003).
A Norma NBR ISO 14001 de acordo com Martini Jr. & Freitas de Gusmão
(2003), menciona um modelo de Sistema de Gestão Ambiental (SGA) estruturado, fazendo
com que as organizações possam ser certificadas por uma organização externa, demonstrando
conformidades a terceiros.
A certificação ISO 14001 para uma organização não tem um custo elevado. Isso
só dependerá dos aspectos e impactos identificados no processo e a natureza da organização.
Para isso é preciso que haja atendimento a legislação ambiental, controle dos passivos ambi-
entais e estar em conformidade com a política ambiental (ABNT, 2004).
A norma ISO 14001 estabelece diretrizes para implantação e gerenciamento con-
tinuado de um sistema de gestão ambiental, visando à melhoria contínua do empreendimento
através de auditorias realizadas periodicamente sobre o sistema na busca de um melhor de-
sempenho ambiental (ABNT, 2004).
24
Segundo a ABNT (2004), a NBR ISO 14001 é uma norma criada para auxiliar as
empresas em relação aos riscos que suas atividades causam ao meio ambiente. A norma faz
com que a empresa dê maior importância em relação às questões ambientais e implementação
de melhores técnicas em suas atividades.
A ISO 14001 exige que as empresas se comprometam com a prevenção da polui-
ção e com melhorias contínuas, garantindo um bom desempenho ambiental (ABNT, 2004).
Como explica a ABNT (2004), a norma é baseada no ciclo PDCA do inglês "plan-
do-check-act" planejar, executar, verificar e agir, com objetivo de buscar a melhoria contínua
da organização, consistindo em:
* Planejar: Estabelecer os objetivos e processos necessários para alcançar os resul-
tados de acordo com a política ambiental da empresa;
* Executar: Implementar os processos da empresa;
* Verificar: Monitorar e medir os processos verificando se estão de acordo com a
política estabelecida na empresa, objetivos, metas, requisitos legais e outros, relatando os re-
sultados alcançados;
* Agir: Operar de forma a buscar e melhorar continuamente o sistema de gestão
ambiental;
A norma ISO 14001, segundo ABNT (2004), é descrita por 5 etapas utilizadas pa-
ra implementação e comprometimento com o Sistema de Gestão Ambiental:
Política ambiental
Este é a principal etapa do SGA, que estabelece a estratégia ambiental da organi-
zação em relação ao desempenho ambiental.
Deve ser de acordo com os impactos ambientais da organização e incluindo um
compromisso com a melhoria contínua, com a prevenção da poluição e manter-se de acordo
com os requisitos legais, entre outros. Deve também ser documentada, comunicada aos fun-
cionários e estar disponível a todos.
25
Planejamento
Esta etapa da norma deve ser considerada dinâmica e estabelece mudanças no
processo da organização.
Ela determina as áreas de gestão, os aspectos ambientais, o que deve ser alcança-
do, requisitos legais, programas de melhoria, objetivos e metas.
Implementação e operação
Nesta fase as funções, responsabilidades e autoridades devem estar detalhadas no
sistema de gestão, assim como as necessidades de treinamentos, a comunicação com o públi-
co, a documentação do sistema, o controle operacional das fontes de poluentes da organização
e a maneira como as emergências serão identificadas e como tais emergências ou incidentes
serão gerenciados e tratados.
Verificações e ações corretivas
Esta seção da norma define a verificação de falhas do SGA a serem corrigidos,
examinando as conformidades com o sistema para com os requisitos legais, prevenindo que as
mesmas falhas não tornem a acontecer, adotando medidas para controle e melhoria através de
auditorias internas atendendo a política da organização assim como seus objetivos.
Análise pela direção
Através da análise dos resultados de monitoramento, medição e auditoria interna,
a organização deverá estabelecer se mudanças são necessárias na política e nos objetivos e
retificar qualquer parte do SGA.
A norma NBR ISO 14001, possui vários requisitos inclusos nas cinco etapas utili-
zadas para implementação e comprometimento com o Sistema de Gestão Ambiental, inclusive
um anexo de orientações para uso da norma. Um desses requisitos inclusos nas etapas do
SGA é a preparação e respostas a emergências.
Este requisito é fundamental para qualquer atividade que possa causar risco ao
meio ambiente e saúde humana e risco para os funcionários da organização.
26
Segundo a ABNT (2004), este requisito se refere à responsabilidade de cada orga-
nização em desenvolver procedimentos de preparação e resposta a emergências ou acidentes
para atendimento da própria organização.
Em se tratando do desenvolvimento deste requisito em relação à NBR ISO 14001,
a norma segundo ABNT (2004) recomenda:
• A natureza dos perigos locais;
• O tipo e escala do acidente ou da situação de emergência;
• O método mais adequado para responder a um acidente ou emergência ocorrida;
• Os planos de comunicação interna e externa caso aconteça um acidente ou emergên-
cia;
• As ações para minimizar o acidente ou emergência;
• Ações para mitigação e resposta a serem tomadas no caso de diferentes acidentes ou
emergências;
• Estabelecimento e programa de ações corretivas após o acidente;
• Teste dos procedimentos para atendimento a situações de emergências;
• Treinamento dos funcionários de resposta á emergências;
• Uma lista de pessoas e órgãos de atendimento a emergências incluindo contatos neces-
sários como o corpo de bombeiros.
• Saídas para evacuação do local e pontos de encontro;
• Instalações próximas das situações de emergências ou local do acidente;
• A possibilidade de assistência em caso de acidentes ou emergências de organizações
próximas ou vizinhas;
27
4.5 AUDITORIA AMBIENTAL
No Brasil, a busca pela certificação de organizações e empresas em relação à
norma NBR ISO 14001, o atendimento da legislação ambiental e o desempenho ambiental das
atividades levaramas auditorias ambientais a fazerem parte do cotidiano das empresas.
(CANTARINO, 2006).
Segundo a ABNT (2002), auditoria é uma ferramenta eficaz que sustenta a políti-
ca de gestão e controle, fornecendo informações sobre a organização atuando na melhoria do
desempenho ambiental.
Conforme Soares (2006), a auditoria ambiental é um relato de como a organização
se comporta em relação ao desempenho ambiental, investigando as não conformidades do
sistema proporcionando ao auditado uma oportunidade de melhorar o sistema implantado da
organização.
A auditoria ambiental segundo Soares (2006), é uma investigação no sistema da
organização, observando os requisitos relacionados ao meio ambiente, podendo ser usada para
atenderem objetivos e definir o escopo da organização.
Segundo a ABNT (2002) a auditoria ambiental é um processo que verifica se as
atividades, sistemas de gestão, etc., estão em conformidade com os critérios de auditoria, co-
municando os resultados deste processo ao cliente e a organização auditada.
A abrangência da auditoria depende do escopo da organização e o uso pretendido
para as conclusões da auditoria.
As diferentes modalidades de auditorias podem ser aplicadas a produtos, a proces-
sos e a sistemas. A finalidade da auditoria ambiental conforme Soares (2006) se classificam
em:
• Auditoria de conformidade legal: são usadas para identificar as conformidades
da organização ou empresa auditada segundo os requisitos aplicáveis, verificando seus proce-
dimentos.
• Auditoria de sistema de gestão ambiental: são usadas para avaliar o sistema de
gestão ambiental da organização em relação às conformidades e requisitos específicos com
28
princípios da ISO 14001. Essas auditorias são realizadas para analisar o sistema da organiza-
ção segundo os requisitos da norma, da política ambiental, dos objetivos e metas da organiza-
ção, assim como redução de riscos, limites de emissões, etc., conforme definido em seu esco-
po.
• Auditoria de certificação ambiental: É semelhante à auditoria do sistema de
gestão ambiental, porém, deve ser realizada por uma organização independente da empresa,
de seus fornecedores e clientes, através de um organismo específico.
• Auditoria de responsabilidade: são usadas para avaliar os passivos ambientais
das empresas.
Uma empresa pode realizar em seu sistema vários tipos de auditorias ambientais,
variando desde auditorias internas rotineiras, auditorias de conformidade, exigidas auditoria
de desempenho e outras auditorias externas executadas por autoridades públicas e por clien-
tes. (CANTARINO, 2006).
Segundo Viterbo Jr. (1998), para que uma empresa seja certificada com a ISO
14001 é necessário e recomendável que se faça uma auditoria interna antes, abrangendo todos
os requisitos da norma, averiguando as não-conformidades do escopo da organização.
Através das não conformidades levantadas serão necessárias o estabelecimento de
ações de melhoria no sistema de gestão para posteriormente realização da auditoria de certifi-
cação (VITERBO JR., 1998).
Segundo Cantarino (2006) uma das etapas da auditoria ambiental está no planeja-
mento, no “benchmarking” (práticas que as empresas utilizam e obtém bons resultados) e na
coleta de informações da organização.
A auditoria ambiental pode ser realizada de modo voluntário ou por atendimento a
requisitos legais. Os resultados provenientes das auditorias possibilitam alguns ganhos com-
petitivos para a organização, desde que seja um processo para a melhoria contínua. (CAN-
TARINO, 2006).
A implementação de auditoria conforme ABNT (2002) deve ser monitorado em
intervalos apropriados, avaliando criticamente a organização a fim de alcançar os resultados
29
esperados de acordo com os objetivos propostos, identificando oportunidades para melhoria,
sendo que estes resultados devem ser repassados a Direção da Empresa.
Conforme ABNT (2002) um programa de auditoria inclui todas as etapas necessá-
rias para planejar e organizar a auditoria, fornecendo recursos para conduzi - lá dentro do
tempo mencionado. A Figura 02 oferece as etapas e uma visão geral das atividades existentes
da auditoria.
30
Figura 02: Etapas das atividades existentes da auditoria (Fonte: ABNT, 2002).
Realizando análise crítica de documentos
* Analisando criticamente documentos pertinentes ao
sistema de gestão, incluindo registros, e
determinando sua adequação com respeito ao critério
da auditoria.
Preparando atividades da auditoria no local
* Preparando o plano de auditoria.
* Designando trabalho para a equipe de auditoria
* Preparando documentos de trabalho
Conduzindo atividades de auditoria no local
* Conduzindo a reunião de abertura.
* Comunicação durante a auditoria.
* Funções e responsabilidades de guias e
observadores.
* Coletando e verificando informações.
* Gerando constatações de auditorias.
* Preparando conclusões de auditoria.
* Conduzindo a reunião de encerramento.
Preparando, aprovando e distribuindo o
relatório da auditoria.
* Preparando o relatório da auditoria.
* Aprovando e distribuindo o relatório da auditoria.
Concluindo a auditoria
Iniciando a auditoria
* Designando o líder da equipe da auditoria.
* Definindo objetivos, escopo e critério da auditoria.
* Determinando a viabilidade da auditoria.
*Selecionando a equipe da auditoria.
* Estabelecendo contato inicial com o auditado.
31
4.6 LEGISLAÇÃO PERTINENTE A ATIVIDADE DE MINERAÇÃO
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 refere-se:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de
uso comum do povo e essencial á sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Pú-
blico e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações.
A lei n° 9.605 de 1998, regulamentada pelo Decreto Federal 3.179 de 1999, dis-
põe sobre de crimes ambientais, e dá outras providências, compete:
Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada de preservação permanente, sem
permissão da autoridade competente.
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.
Art. 51. Comercializar motor serra ou utilizá-la em florestas e nas demais formas de
vegetação, sem licença ou registro da autoridade competente:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
§ 2º Se o crime:
V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos. ou detritos, ó-
leos ou substâncias oleosas, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis
ou regulamentos:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
A lei 6.938 de 1981, regulamentada pelo Decreto Federal n° 99.274 de 1990, dis-
põem sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, e dá outras providências, menciona:
Art. 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará:
VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização
racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio
ecológico propício à vida;
VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indeni-
zar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos am-
bientais com fins econômicos.
Art.10º - A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos
e atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva e potencial-
mente poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma, de causar degradação
ambiental, dependerão de prévio licenciamento de órgão estadual competente, inte-
32
grante do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, e do Instituto Brasilei-
ro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, em caráter suple-
tivo, sem prejuízo de outras licenças exigíveis.
O Decreto Estadual nº 14.250, de 05 de junho de 1981, regulamenta dispositivos
da Lei n° 5.793, de 15 de outubro de 1980, referentes à melhoria da qualidade ambientale
proteção ambiental, estabelece:
Art. 50º - Nos estuários fica proibido o corte de vegetação de formação de
mangues, a exploração de recursos minerais e o aterramento.
Art. 65º - A instalação e a expansão de atividades empresariais, inseridas na listagem
das atividades consideradas potencialmente causadoras de degradação ambiental,
dependem da apreciação e aprovação dos projetos, acompanhados dos relatórios de
impacto ambiental, e de licença prévia, de instalação e de operação.
A Resolução CONAMA nº 237, de 19 de dezembro de 1997, dispõe sobre o li-
cenciamento ambiental de atividades poluidoras, menciona:
Art. 2º- A localização, construção, instalação, ampliação, modificação e operação de
empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas efe-
tiva ou potencialmente poluidoras, bem como os empreendimentos capazes, sob
qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamen-
to do órgão ambiental competente, sem prejuízo de outras licenças legalmente exigí-
veis.
Art. 3º- A licença ambiental para empreendimentos e atividades consideradas efetiva
ou potencialmente causadoras de significativa degradação do meio dependerá de
prévio estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de impacto sobre o meio
ambiente (EIA/RIMA), ao qual dar-se-á publicidade, garantida a realização de audi-
ências públicas, quando couber, de acordo com a regulamentação.
Conforme a Resolução CONAMA nº 357 de 17 de março de 2005, que estabelece
sobre as condições e padrões de lançamentos de efluentes em corpos receptores, assim como
seu enquadramento, e dá outras providências, institui:
Art. 34 - Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados, di-
reta ou indiretamente, nos corpos de água desde que obedeçam as condições e pa-
drões previstos neste artigo, resguardadas outras exigências cabíveis:
§ 1º - O efluente não deverá causar ou possuir potencial para causar efeitos tóxicos
aos organismos aquáticos no corpo receptor, de acordo com os critérios de toxicida-
de estabelecidos pelo órgão ambiental competente.
33
A Norma Regulamentadora NR 15, sobre atividades e operações insalubres na a-
tividade de mineração, estabelece:
15.2 O exercício de trabalho em condições de insalubridade, de acordo com os subi-
tens do item anterior, assegura ao trabalhador a percepção de adicional, incidente
sobre o salário mínimo da região, equivalente a: (115.001-4/ I1)
15.2.1 40% (quarenta por cento), para insalubridade de grau máximo;
15.2.2 20% (vinte por cento), para insalubridade de grau médio;
15.2.3 10% (dez por cento), para insalubridade de grau mínimo.
O Termo de Ajustamento de Conduta Ambiental de 1º de março de 2005, é cele-
brado entre os empreendedores responsáveis pelas atividades potencialmente poluidoras e o
órgão ambiental competente, tendo como objetivo promover a adequação destas atividades às
exigências legais vigentes e operando em acordo com a lei e normas técnicas, estabelece:
CLÁUSULA 1.ª – DO OBJETO
O presente Termo de Ajuste de Condutas visa a estabelecer as obrigações mínimas
que serão cumpridas pela empresa signatária, possibilitando a adequação legal de
suas atividades de mineração, compreendendo: a exploração mineral propriamente,
o transporte, o beneficiamento e a deposição de rejeitos.
CLÁUSULA 3.ª – DO AJUSTAMENTO À LEI E ÀS NORMAS TÉCNICAS
i) A empresa obriga-se a respeitar os limites e restrições legais previstos para as U-
nidades de Proteção Integral e para as Unidades de Uso Sustentável acaso existentes
no perímetro de exploração da jazida;
CLÁUSULA 8ª - DA EXPANSÃO DA ÁREA DE LAVRA.
A empresa mineradora deverá realizar licenciamento ambiental para toda e qualquer
expansão da área de lavra, elaborando, obrigatoriamente e em cada caso, o EI-
A/RIMA.
A Portaria da FATMA nº 78 de 22 de novembro de 2004, dispõe sobre os critérios
para fins de definição e aplicação das medidas de compensação ambiental decorrentes do li-
cenciamento ambiental de significativo impacto ambiental, estabelece:
Art. 2°- § 3.º.A compensação ambiental decorrente de ato ilícito será fixada por
meio de TAC- termo de ajustamento de condutas.
34
Art. 4° - As alternativas de compensação ambiental serão apresentadas pelo empre-
endedor em volume específico no EIA/RIMA e submetida à Audiência Pública, nos
casos em que esta for exigida para o licenciamento ambiental.
Art. 10 – Todas as obrigações do empreendimento para com a compensação ambi-
ental constituem condicionantes de cada licença ambiental
A Portaria da FATMA n° 017 de 18 de abril de 2002 dispõem sobre os Limites
Máximos de Toxicidade Aguda para efluentes de diferentes origens e dá outras providências:
Art. 1º - As substâncias existentes no efluente não poderão causar ou possuir poten-
cial causador de efeitos tóxicos capazes de provocar alterações no comportamento e
fisiologia dos organismos aquáticos presentes no corpo receptor.
Art. 2º - A toxicidade aguda do efluente será determinada em laboratório, mediante a
elaboração de testes ecotoxicológicos padronizados, cujos resultados deverão ser
expressos em Fator de Diluição (FD).
§ 4º - Para as atividades não inseridas das na TABELA I, ficam estabelecidos os
Limites Máximos de Toxicidade Aguda, abaixo mencionados:
Fator de Diluição para Daphnia magna (FDd) : 8 (12,5%);
Fator de Diluição para Vibrio fisheri (FDbl) : 8 (12,5%).
A Portaria do DNPM nº 12, de 22 de janeiro de 2002 dispõe sobre as Normas Re-
guladoras de Mineração (NRM), considerando-se as condições de operação, de segurança e de
proteção ao meio ambiente, tornando o planejamento e o desenvolvimento da atividade de
mineração compatível com a busca permanente da produtividade, da preservação ambiental,
da segurança e saúde dos trabalhadores, estabelece:
1.2.1.11 Toda atividade minerária no país deve ser desenvolvida em cumprimento ao
disposto no Código de Mineração – CM e legislação correlativa.
1.2.1.14 O empreendedor que admita trabalhadores como empregados deve organi-
zar e manter em regular funcionamento, em cada estabelecimento, uma Comissão
Interna de Prevenção de Acidentes na Mineração – CIPAMIN, na forma prevista na
Norma Regulamentadora n° 22 – NR-22, do Ministério do Trabalho e Emprego –
MTE.
1.2.1.20 Os acidentes, incidentes perigosos e doenças profissionais devem ser anali-
sados segundo metodologia que permita identificar as causas principais e contribuin-
tes que levaram à ocorrência do evento, indicando as medidas de controle para pre-
venção de novas ocorrências.
1.4.1.8 O empreendedor ou responsável pela mina coordenará a implementação das
medidas relativas à segurança e saúde dos trabalhadores das empresas contratadas e
proverá os meios e condições para que estas atuem em conformidade com as NRM.
35
1.4.1.9 Em locais de trabalho com risco à saúde do trabalhador, a empresa deve pos-
suir um sistema de monitoramento do ambiente e controle dos parâmetros que afe-
tam a sua saúde, implementando o Programa de Controle Médico e Saúde Ocupa-
cional – PCMSO, conforme estabelecido na NR-07/MTE.
1.4.1.10 Cabe ao empreendedor elaborar e implementar o Programa de Gerencia-
mento de Riscos – PGR, contemplando os aspectos das NRM, incluindo, no mínimo,
os relacionados a:
a) riscos físicos, químicos e biológicos;
b) atmosferas explosivas;
c) deficiências de oxigênio;
d) ventilação;
e) proteção respiratória, de acordo com a Instrução Normativa n° 1, de 11/04/94, da
Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho;
f) investigação e análise de acidentes do trabalho;
g) ergonomia e organização do trabalho;
h) riscos decorrentes do trabalho em altura, em profundidade e em espaços confina-
dos;
i) riscos decorrentes da utilização de energia elétrica, máquinas, equipamentos, veí-
culos e trabalhos manuais;
j) equipamentos de proteção individual de uso obrigatório, observando-se no mínimo
o constante na NormaRegulamentadora n° 6, de que trata a Portaria n° 3.214, de 8
de junho de 1978, do Ministério do Trabalho e Emprego;
l) estabilidade do maciço;
m) plano de emergência e
n) outros resultantes de modificações e introduções de novas tecnologias.
36
5 METODOLOGIA
5.1 A EMPRESA
A Carbonífera Belluno Ltda. foi fundada em 1991, por ocasião da aquisição por
parte do Grupo Salvaro, de parte das reservas de carvão da Companhia Siderúrgica Nacional
(CSN), em Siderópolis - SC.
Figura 03: Carbonífera Belluno, Vila São Jorge, Criciúma – SC. (Fonte: BELLUNO, 2006).
Iniciou suas atividades em 1993, com a abertura da Mina de subsolo Vila Irapuá,
próxima ao atual lavador de Rio Fiorita, localizado no município de Siderópolis – SC, tam-
bém iniciado no mesmo ano, e ainda a mina de céu aberto próximo ao antigo campo do Itaúna
localizado no município de Siderópolis – SC.
37
Em 1994 reabriu a Mina Meia Encosta da Malha-II, localizado no município de
Siderópolis, fechada pela CSN em 1989. Nesta mina, foram mineradas as reservas remanes-
centes de carvão da Camada Barro Branco e Irapuá, cuja lavra de subsolo encerrou-se em
dezembro de 1999.
A céu aberto foi minerado em volta do plano inclinado, com o encerramento total
da mina em dez/2000. A recuperação ambiental completa do pátio operacional desta mina foi
encerrada em setembro/2001 com a revegetação, trabalho que pode ser observado como um
exemplo a ser seguido.
Em 1998 foi iniciada a lavra a céu aberto na Mina Marion, na localidade de Rio
Morozini em Treviso, com uma produção mensal de 13.000 t. de ROM, e uma vida útil de 6
anos.
Neste ano também, foi duplicada a capacidade do lavador de Rio Fiorita, passando
de 150 t/h, para 300 t/h, a fim de atender a demanda de carvão lavado.
Em 1999 foi iniciada a lavra na mina de subsolo Meia Encosta Fiorita, com uma
produção mensal de 25.000 t. de ROM e vida útil de dois anos. Esta mina, vizinha ao bairro
Rio Fiorita em Siderópolis, teve sua lavra encerrada em jun/01, com posterior recuperação da
área do corte de acesso, e céu aberto adjacente.
Em 2000, foi iniciada a lavra na mina de subsolo da Malha-II Norte, também pró-
ximo à esta localidade, com uma produção mensal de 25.000 t. de ROM em dois turnos. A
mina teve suas atividades encerradas em janeiro de 2003.
Neste mesmo mês, foi iniciada a abertura da Mina Cantão, que já esta em fase de
produção de 30.000 t./mês de ROM, para suprir a demanda atual de venda. Atualmente a Car-
bonífera Belluno fornece em torno de 20.000 t./mês de CE4500 para a Tractebel Energia S.A.,
e mais 5.000 t./mês para terceiros.
Seguindo sua trajetória de crescimento e ampliação de reservas, a Carbonífera
Belluno adquiriu em 1999, uma área de carvão na camada Bonito em Lauro Muller, com re-
servas calculadas em mais de 50 milhões de toneladas.
No ano de 2000, foi adquirida da Carbonífera Palermo, outra área no mesmo mu-
nicípio com mais de 12 milhões de toneladas na camada Bonito. Foi adquirido também, o
38
restante das reservas remanescentes da CSN no município de Siderópolis, com mais de 5 mi-
lhões de toneladas de carvão na camada Barro Branco. Deste modo as reservas da empresa,
ascendem a mais de 135 milhões de toneladas de ROM “in situ”, o suficiente para minerar nos
próximos 50 anos.
5.2 ÁREA DE ESTUDO
A empresa considerada de grande porte, localiza-se na Rodovia SC 445, Km 5,
bairro Vila São Jorge, no município de Siderópolis - SC, tendo como atividade principal a
extração e beneficiamento do carvão mineral. Os tipos de carvões produzidos pela Carbonífe-
ra Belluno, possibilitam atender além do mercado termelétrico outras indústrias como a ali-
mentícia, cerâmica, fertilizantes, siderurgia, cimento, petroquímica e outras.
5.3 MÉTODO DE DESENVOLVIMENTO DO PROCEDIMENTO
É necessário conhecer o processo de extração do carvão na mina a subsolo e o be-
neficiamento de carvão realizado no lavador da empresa através de visitas, observando os
locais onde se originam os impactos emergenciais.
Para implantação do simulado de emergência serão analisados os processos en-
volvidos na atividade de mineração com os impactos emergenciais através de visitas realiza-
das na mina e no lavador, verificando os impactos emergenciais oriundos do processo de ex-
tração e beneficiamento de carvão e através de registros fotográficos realizados in loco.
Acompanhamento in loco das atividades que podem gerar impactos significativos
(potenciais), avaliando os mesmos através da matriz de aspectos x impactos levantados no
local.
Utilização da NBR 14001/2004 na elaboração do procedimento de Preparação e
respostas a emergências para a atividade de mineração.
39
5.4 DESCRIÇÃO DA METODOLOGIA DE LEVANTAMENTO DE ASPECTOS E
IMPACTOS EMERGENCIAIS
A metodologia proposta tem por objetivo identificar e avaliar os impactos ambien-
tais e emergenciais relativos ao meio ambiente e a segurança associada ao processo de extra-
ção de carvão.
5.4.1 Etapas para avaliação dos aspectos x impactos ambientais.
Avaliação
Identificação das características e quantidades que são geradas no processo e o
que é consumido no processo.
Levantamento de aspecto e impacto
O levantamento dos aspectos e impactos ambientais será realizado por funcioná-
rios com conhecimento técnico adequado, envolvendo diversas áreas da empresa.
Matriz de aspecto e impacto
A matriz contém as seguintes informações:
a) Área/setor: Nome dos setores que geram aspectos ambientais.
b) Atividades: Atividade que gera o aspecto.
c) Aspectos: Identifica o aspecto ambiental associado à atividade que está inserido.
d) Impactos: Identifica o impacto ambiental associado ao aspecto.
e) Possui medidas de controle: Identifica se existe ou não medidas para controlar o aspecto
ambiental.
f) Situação da atividade: Identifica a situação da atividade em:
Normal – atividade que ocorre normalmente na operação;
Anormal – atividade anormal de operação, como a manutenção de equipamentos;
40
Emergencial – atividade com baixa probabilidade de ocorrência;
g) Orientação: Orienta o sentido do impacto, se positivo, quando seus impactos são benéficos
ao meio ambiente, ou negativo, quando seus impactos são maléficos ao meio ambiente.
h) Tempo: Indica se o aspecto ambiental é presente, passado ou futuro.
i) Área: Identifica a área de atuação do aspecto sendo segurança ou meio ambiente.
j) Legislação associada: Relaciona a legislação ambiental aos aspectos identificados.
k) Infringe legislação: Verifica se está sendo infringida ou não a legislação ambiental associ-
ada.
l) Atinge parte interessada: Informa se existe ou não parte interessada associada ao aspecto
levantado.
m) Escala: Caracteriza a extensão dos impactos ambientais avaliados.
Para situações normais e anormais
Pequeno – quando ocorre em pequena intensidade e quantidade;
Médio – quando ocorre em moderada intensidade e quantidade;
Grande – quando ocorre em intensidade e quantidade crítica;
Para situações emergenciais:
Pequeno – deve ser atribuído para problemas que se restringem a uma área limitada dentro da
empresa ou atingem menos de 20% do número de funcionários total dos setores envolvidos e
tem seus efeitos eliminados.
Médio – deve ser atribuído para problemas que não se limitam a uma única área dentro da
empresa ou que atingem até 60% do número total de funcionários dos setores envolvidos.
Grande – deve ser atribuído para problemas que ao acontecerem tem efeitos que ultrapassam
as fronteiras da empresa ou que atingem mais de 60% do número total de funcionários dos
setores envolvidos.
41
Para definir entre esses graus, pode-se utilizar a experiência das pessoas envolvidas na avalia-
ção, resultados de medições e benchmarking.
n) Severidade: Caracteriza a importância das conseqüências que o impacto possa acarretar ao
meio ambiente.
Pequeno – impactos que quando acontecerem não afetarãoa natureza em grandes proporções,
sendo fácil contenção.
Médio – impactos que quando acontecerem afetarão a natureza de uma intensidade moderada,
fazendo com que o problema possa ser controlado com facilidade.
Grande – impactos que quando acontecerem afetarão a natureza de uma forma muito grave e
difícil controle.
Para direcionar o grau de severidade, utiliza-se a Legislação, a Política Ambiental e a Nature-
za do agente causador de poluição.
o) Duração: Caracteriza a freqüência que o impacto ocorre.
Para situações normais e anormais
Curta – quando ocorrer num espaço de tempo curto.
Médio – quando ocorrer num espaço de tempo moderado.
Longa – quando ocorre num espaço de tempo longo.
Para situações emergenciais
Curta – quando acontecer com baixa probabilidade de ocorrência.
Médio – quando acontecer com moderada probabilidade de ocorrência.
Longa – quando acontecer com alta probabilidade de ocorrência.
Para definir o grau de ocorrência pode utilizar resultados de medições e benchmarking.
42
p) Significância do impacto: Através do resultado da pontuação total, os impactos são classi-
ficados de seguinte forma:
Quadro 01: Grau de significância de impactos ambientais
q) Legislação aplicável: Caracteriza as legislações que são aplicadas para cada impacto.
r) Procedimentos: Informa qual procedimento adotar para solucionar o impacto gerado.
1 à 9 Baixo Fonte causadora de pequena poluição
9,01 à 27 Moderado Fonte causadora de média poluição
27,01 à 125 Alto Fonte causadora de grande poluição
125,01 à 15625 Crítico
Fonte causadora de grande poluição e que devem ser
prioritários no estabelecimento dos objetivos e metas
43
5.5 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
No quadro 02 descrito abaixo, será apresentado o cronograma de elaboração e
planejamento do simulado de emergência, sendo que o mesmo apresenta as atividades com
seus respectivos meses de conclusão.
Quadro 02: Cronograma de atividades desenvolvidas na empresa.
Atividades Jul Ago Set Out Nov
Conhecer o processo de extração e beneficia-
mento de carvão X X
Correlacionar os processos com os impactos
emergenciais. X X
Acompanhamento in loco das atividades que
podem gerar impactos significativos X X
Elaboração do procedimento de Preparação e
respostas a emergências de acordo com a NBR
14001/2004.
X X X
Fonte: (PIAZZA, 2006).
44
5.6 FLUXOGRAMA DO PROCESSO DE EXTRAÇÃO DO CARVÃO
Etapas da extração de carvão na mina a subsolo com entradas e saídas de aspectos
e impactos ambientais de situação emergencial.
ESCORAMENTO DE
TETO
- Vazamento de óleo
-Esmagamento e atropela-
mento por máquinas
- Danos à saúde do colabo-
rador
- Danos à integridade física
do trabalhador
- Esmagamento e atropela-
mento por máquinas
- Queda de material rochoso
FURAÇÃO DE
FRENTE - Contaminação do solo e
água.
-Danos à integridade física
do trabalhador
PREPARAÇÃO DA
DETONAÇÃO
- Detonação acidental
- Risco de explosão
DETONAÇÃO
CARREGAMENTO
DO CARVÃO ATÉ A
CORREIA TRANS-
PORTADORA
TRANSPORTE DO
CARVÃO ATÉ O
BENEFICIAMENTO
- Modificação do nível,
regime e vazão dos recur-
sos hídricos.
-Poluição da água
- Danos à integridade física
do trabalhador
- Acidente de trabalho
- Acidente de trabalho
- Detonação acidental
- Subsidência
- Queda de material rochoso
-Desabamento
- Danos à integridade física
do trabalhador
-Modificação do nível,
regime e vazão dos recur-
sos hídricos.
- Danos em edificações
próximas ao local da ex-
ploração.
-Danos à integridade física
do trabalhador
- Choque elétrico
-- Queda de material rochoso
- Acidente de trabalho
-- Danos à integridade
física do trabalhador
ENTRADAS ASPECTOS SAÍDAS IMPACTOS
FURAÇÃO DE TETO
- Surgência de água
- Inundação
- Queda de material rochoso
-Esmagamento e atropelamento
por máquinas
45
6 ANÁLISE DOS DADOS
Através da metodologia adotada para matriz de identificação e avaliação de im-
pactos ambientais, detectaram-se as seguintes situações que deverão possuir procedimentos de
emergência conforme NBR ISO 14001:
• Vazamento de óleo
• Vazamento de graxa
• Choque elétrico
• Risco de explosão
• Surgência de água
• Subsidência
• Paralisação do sistema de ventilação
• Esmagamento e atropelamento por máquinas
• Detonação acidental
• Inundação
• Queda de material rochoso
O procedimento de Preparação e Resposta a Emergência (Anexo A), inclui todas
as etapas necessárias para conter os riscos emergenciais que o ambiente a subsolo possa cau-
sar no meio ambiente e na vida do colaborador.
46
6.1 PRINCIPAIS IMPACTOS EMERGENCIAIS ENCONTRADOS NO SUBSOLO
6.1.1 Vazamento de Óleo
O armazenamento do óleo combustível e lubrificante usado para manutenção, a-
bastecimento e lubrificação das máquinas fica exposto na mina a subsolo (Figura 04).
O abastecimento para funcionamento e manutenção das máquinas é feito por reci-
pientes de 20 litros que são abastecidos pelos tanques e carregados por funcionários até a fren-
te de lavra onde se concentram as máquinas em atividade.
Geralmente o manuseio do óleo não é realizado de forma adequada, onde a tornei-
ra de abertura no tanque não é fechada corretamente, ou podendo ocorrer o derramamento de
óleo do tanque.
Para tratar vazamento de óleo em mina a subsolo é necessário o uso de cal evitan-
do a infiltração do óleo no solo (Figura 05), não acarretando posteriormente contaminação do
lençol freático. Nesta operação a capa superficial do solo, infiltrada com óleo ou combustível,
deve ser removida, evitando a contaminação do solo e água. É necessário remover o tanque
com vazamento de óleo, transferindo o conteúdo para outro recipiente.
No tanque de óleo é necessário o uso de tanque de contenção para reter o óleo ca-
so o tanque contendo o líquido inicie um vazamento ou rompimento. O tanque de contenção
fará com que o derrame de óleo ocasionado devido o abastecimento dos frascos seja contido e
reaproveitado novamente.
Na lubrificação e abastecimento das máquinas que se localizam na frente de lavra
é necessário o uso da bacia de contenção para evitar o possível vazamento ou derrame do óleo
existente nos frascos.
O responsável pelo manuseio do óleo e abastecimento nas máquinas será treinado
no plano de emergência de forma a conter possíveis vazamentos, a fim de detê-los caso ve-
nham a acontecer, evitando a infiltração no solo e risco no local.
47
Se ocorrer vazamento de óleo o responsável treinado adotará as medidas necessá-
rias e corretas para reter o derrame no local.
Figura 04: Local de armazenamento de óleo no subsolo. (Fonte: PIAZZA, 2006).
48
Figura 05: Surgência de óleo devido vazamento ocasionado no solo. (Fonte: PIAZZA, 2006).
6.1.2 Vazamento de Graxa
O uso de graxa na mina a subsolo é necessário para lubrificação e manutenção das
máquinas que trabalham na frente de lavra.
O manuseio do uso de graxa não é feito de forma correta ocasionando o vazamen-
to e contaminação do local.
Para conter o vazamento de graxa é necessário treinamento do responsável para
manusear de forma correta a substância se tornando responsável por vazamentos ou derrames.
Se ocorrer vazamento o responsável treinado tomará as medidas necessárias e cor-
retas para reter o derrame no local.
No local onde ocorrer o vazamento é necessário o uso de cal e pó de serra para e-
vitar à infiltração no solo, sendo necessário a retirada do contaminante no solo e descartando
o material de forma correta.
49
No local onde fica disposto o tanque contendo graxa será necessário o uso de su-
porte para armazenamento da graxa com o intuito de conter o derrame, sendo revestido o chão
do local pó de serra para evitar a infiltração no solo.
6.1.3 Choque Elétrico
Algumas máquinas que trabalham no subsolo são acionadas à eletricidade, poden-
do ocorrer o risco de choquedevido à umidade do local e surgência de água no solo onde os
fios e cabos das máquinas são dispostos (Figura 06).
O risco de choque pode ser evitado com a realização de manutenção e supervisão
adequada dos cabos.
Neste tipo de ambiente onde ocorre o risco é necessário o treinamento de brigadis-
ta, a fim de responder a situação de emergência referente ao choque elétrico, sendo necessário
o isolamento do local onde está ocorrendo o choque e desligamento da rede elétrica do local
para verificar o problema e conter o risco.
Os fios e cabos devem estar em boas condições sendo realizados manutenção pe-
riódica dos mesmos para a realização da operação de lavra de carvão.
O uso de placas indicativas informando os locais onde ocorre risco de choque,
evitando acidentes de trabalho e garantindo a segurança dos funcionários que operam na mi-
na, devem ser implantadas e mantidas.
Quando ocorrer choque elétrico na mina a subsolo é necessário avisar de imediato
a brigada de emergência e isolar o local e verificar se há vítimas. Caso venha a ter vítimas
neste tipo de acidentes é necessário encaminhar para um hospital mais próximo a fim de ser
diagnosticada. A ambulância deve estar sempre de prontidão no local designado.
50
Figura 06: Rompimento do isolante do cabo elétrico (Fonte: PIAZZA, 2006).
6.1.4 Risco de Explosão
O risco de explosão no subsolo é relacionado com a presença de gases e poeiras
explosivas que se alojam no ambiente subterrâneo que, em contato com o oxigênio do ar e a
certas concentrações, tornam-se altamente explosivos e inflamáveis.
A atividade de detonação no subsolo para extração do carvão, torna o ambiente
propício a risco de explosão, devido ao armazenamento e manuseio de explosivos usados para
desmonte de rochas e presença de gases explosivos liberados na extração do carvão (Figura
07).
Os efeitos e conseqüências mediante a essa situação estão relacionados com
queimaduras, intoxicação através do monóxido de carbono (CO) e até a morte provocada pela
intoxicação. Devido a isso, não é permitido fumar em minas a subsolo devido o uso de explo-
51
sivos e existência de gases que podem entrar em combustão, gerando risco para os trabalhado-
res que operam na lavra.
O responsável pela detonação das galerias não adotam medidas necessárias com
as caixas de explosivos, ou seja, os explosivos são dispostos no chão da galeria em caixas de
papel sem nenhum procedimento adequado, acarretando risco no local.
É necessário em ambiente com risco de explosão o uso de alarme, assim como a-
visar a brigada de incêndio para atender esse tipo de emergência. Os trabalhadores devem
evacuar o local se abrigando nos pontos de refúgio em áreas seguras, evitando riscos maiores.
É necessário, em lugares próximos ao armazenamento de explosivos, o extintor,
caso aconteça algum acidente.
Figura 07: Material explosivo exposto no subsolo. (Fonte: PIAZZA, 2006).
52
6.1.5 Surgência de Água
A surgência de água na mina a subsolo ocorre devido à exposição do lençol freáti-
co pelo desenvolvimento de galerias, podendo ocasionar fraturas na rocha acarretando libera-
ção de água para dentro da mina (Figura 08).
Essa deve ser bombeada e encaminhada até uma estação de tratamento de efluen-
tes sendo reaproveitada no processo formando um circuito fechado no sistema.
Quando ocorrer surgência de água é necessário avisar a brigada de emergência a
fim de resolver o problema em seguida, evitando inundação ou ambiente propício a acidentes
na mina.
Se o furo que atingiu o lençol for de pequena extensão deve-se colocar resina para
estancar o vazamento de água.
Figura 08: Surgência de água na mina a subsolo. (Fonte: PIAZZA, 2006).
53
6.1.6 Subsidência
A subsidência provoca o afundamento de uma região ou de um terreno, ou seja,
refere-se à movimentação de uma superfície. Podem ser causadas por pequenas movimenta-
ções segundo planos de falhas através de trabalhos de mineração subterrânea.
Em caso de subsidência é necessário evacuar o local de imediato. Ao entrar em
contato com o pessoal da superfície, informar a extensão do local de subsidência e verificar se
há vítimas no local e a quantidade de atingidos.
Se houver vítimas a brigada de emergência deve iniciar resgate imediato, encami-
nhando para um hospital mais próximo.
É necessário fazer um check list no local verificando as causas do desastre.
6.1.7 Paralisação do Sistema de Ventilação
O sistema de ventilação em mina a subsolo cumpre um papel importante na prote-
ção da vida dos trabalhadores e no controle dos incêndios.
Os gases provenientes dos desmontes de rocha são prejudiciais à saúde humana,
mas quando existe um sistema de ventilação adequado estes gases são evacuados e diluídos.
A ventilação da mina é realizada com sistema de exaustão onde o ar limpo entra
na galeria e o ar poluído sai até a superfície (Figura 09).
Quando o sistema de ventilação paralisar é necessário avisar a brigada de emer-
gência e o encarregado do turno.
É necessário tocar o alarme de emergência para evacuação do pessoal do subsolo,
indicando a interrupção do funcionamento do exaustor da mina.
O contato com a superfície avisando o problema será através da rede telefônica
que está instalada em todos os pontos necessários no subsolo.
O responsável na superfície ficará responsável de avisar o encarregado pelo con-
serto do sistema de ventilação e resolver o problema do incidente.
54
Figura 09: Sistema de ventilação da mina a subsolo. (Fonte: PIAZZA, 2006).
6.1.8 Esmagamento e Atropelamento por Máquinas
As máquinas Bob Cat (Figura 10) e a MT são responsáveis pelo carregamento do
carvão na galeria detonada até as correias transportadoras. Na mina a subsolo há a circulação
constante dessas máquinas, sendo que possuem pouca visibilidade e são de pequeno porte.
Com isso há um risco para os trabalhadores que circulam próximos as máquinas, podendo
acarretar em esmagamento e atropelamento por máquinas do pessoal, gerando riscos no ambi-
ente de trabalho.
É necessário sinalização adequada dos locais de circulação das máquinas, preve-
nindo contra acidentes dos funcionários que circulam próximo a esses locais e materiais de
primeiros socorros, caso venha acontecer um acidente de pequeno porte para controle imedia-
to do risco.
55
Se o acidente for de médio a grande porte é necessário que a vítima seja examina-
da e imediatamente encaminhada para um hospital.
Figura 10: Máquina de Bob Cat Trabalhando no subsolo. (Fonte: PIAZZA, 2006).
6.1.9 Detonação Acidental
A detonação das galerias para extração do carvão é realizada por explosivos, onde
o manuseio desse material é de risco podendo causar acidentes no local por descuidos. So-
mente poderá manusear este material o responsável que possui treinamento adequado.
Os materiais explosivos são guardados no subsolo em ala separada, com grade e
cadeado para que não ocorra manuseio por pessoal não treinado do produto químico (Figura
11).
Na ocorrência de detonação acidental é necessário acionar a brigada de emergên-
cia e tocar o alarme, avisando a todos sobre o risco no local.
56
É necessário verificar se há vítimas devido o acidente inesperado. Se houver víti-
mas é necessário avisar a superfície através da rede telefônica existente no subsolo, avaliar o
grau de ferimento da vítima e encaminhar para um hospital próximo.
Avaliar o local onde aconteceu a detonação verificando se houve queda de materi-
al rochoso ou subsidência, para adotar as medidas que devem ser feitas no local evitando no-
vos riscos.
Figura 11: Depósito de explosivos no subsolo. (Fonte: PIAZZA, 2006).
6.1.10 Inundação
A extração subterrânea requer a realização de aberturas de diversos tamanhos, di-
ferentes posições e variadas profundidades. Essas aberturas causam alterações nas condições
naturais do meio rochoso e das águas subterrâneas.
Os impactos negativos

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