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Livro Análise e Investigação de Acidentes Ambientais

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Fisiologia 
1 
Análise e Investigação de 
Acidentes Ambientais 
Paulo César Oliveira Carvalho 
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o 
 
DIREÇÃO SUPERIOR 
Chanceler Joaquim de Oliveira 
Reitora Marlene Salgado de Oliveira 
Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira 
Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira 
Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves 
 
DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA 
Gerência Nacional do EAD Bruno Mello Ferreira 
Gestor Acadêmico Diogo Pereira da Silva 
 
FICHA TÉCNICA 
Direção Editorial: Diogo Pereira da Silva e Patrícia Figueiredo Pereira Salgado 
Texto: Paulo César Oliveira Carvalho 
Revisão Ortográfica: Rafael Dias de Carvalho Moraes 
Projeto Gráfico e Editoração: Antonia Machado, Eduardo Bordoni, Fabrício Ramos e Victor Narciso 
Supervisão de Materiais Instrucionais: Antonia Machado 
Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos 
Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos 
 
COORDENAÇÃO GERAL: 
Departamento de Ensino a Distância 
Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br 
 
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo – Campus Niterói. 
 
C331a Carvalho, Paulo César Oliveira. 
Análise e investigação de acidentes ambientais / Paulo César Oliveira 
Carvalho ; revisão de Rafael Dias de Carvalho Moraes. – 1. ed. – Niterói, 
RJ: UNIVERSO. Departamento de Ensino a Distância, 2017. 
164 p. : il. 
 
 
1. Engenharia ambiental. 2. Gestão ambiental. 3. Gestão de riscos. 4. 
Desastres ambientais. 5. Avaliação de riscos ambientais. 6. Impacto 
ambiental - Legislação. 7. Proteção ambiental - Legislação. 8. Ensino à 
distância. I. Moraes, Rafael Dias de Carvalho. II. Título. 
CDD 628 
 
Bibliotecária: Elizabeth Franco Martins – CRB 7/4990 
 
Informamos que é de única e exclusiva responsabilidade do autor a originalidade desta obra, não se r esponsabilizando a ASOEC 
pelo conteúdo do texto formulado. 
© Departamento de Ensi no a Dist ância - Universidade Salgado de Oliveira 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma 
ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedor a 
da Univer sidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). 
 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
 Palavra da Reitora 
Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo, 
exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de 
Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSO EAD, que reúne os diferentes 
segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi 
desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero 
bem-sucedidas mundialmente. 
São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio dessa 
modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço presentes 
nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio tempo e 
gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se responsável 
pela própria aprendizagem. 
O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que 
permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo 
momento ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de 
nossa plataforma. 
Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores 
especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são 
fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos. 
A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a 
distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem-
sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo 
de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização, 
graduação ou pós-graduação. 
Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando 
as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o 
programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona. 
Seja bem-vindo à UNIVERSO EAD! 
Professora Marlene Salgado de Oliveira 
Reitora. 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
4 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
5 
 Sumário 
Apresentação da disciplina ...................................................................................................... 7 
Plano da Disciplina ..................................................................................................................... 8 
Unidade 1 - Inspeções Ambientais .......................................................................................... 9 
Unidade 2 - Os Acidentes Ambientais ao Longo do Tempo............................................ 39 
Unidade 3 - Legislações Pertinentes aos Impactos Ambientais ..................................... 73 
Unidade 4 - Estudo de Ocorrência de Casos de Acidentes .............................................. 89 
Unidade 5 - Análise de Modos de Falha e Efeitos – AMFE..............................................111 
Unidade 6 - Hazop – Hazard and Operability Studies129 Estudos de Perigos e 
Operabilidade) ...................................................................................................129 
Considerações finais ................................................................................................................156 
Conhecendo o autor................................................................................................................157 
Anexos.......................................................................................................................................159 
 
 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
7 
 
 Apresentação da disciplina 
O nosso planeta é muito bonito e equilibrado, ar e água na quantidade certa, 
sempre renováveis e a vida é abundante. Mas quando a humanidade falha e 
empresas e o governo se omitem, os impactos ambientais ocasionados por 
"acidentes" no meio ambiente são piores, além de ter prejuízos ecológicos, existe o 
prejuízo econômico e social. A palavra acidente, aqui destacada entre aspas, 
representa, na sua essência, CRIMES e alguns destes contra a natureza são 
tragicamente memoráveis. Imagens memoráveis, como as das bombas em 
Hiroshima e Nagasaki, as manchas negras de petróleo derramado pela extensão do 
Golfo do México, ou o que se tornou Chernobyl após o acidente radioativo, mais 
recentemente temos a catástrofe em Mariana, Minas Gerais, ocasionado pela 
ruptura da barragem da Samarco, dificilmente serão esquecidas. Algumas 
tragédias evidenciam a delicada e destrutiva relação entre o homem e o meio 
ambiente. Muitas vezes as ações do homem sobre o meio ambiente podem 
impactar na destruição de ambientes naturais e provocar desequilíbrios que 
chegam a se perpetuar por décadas. Alguns desastres ambientais marcam os 
noticiários até os dias atuais e evidenciam a complicada e destrutiva relação entre 
o homem e o meio ambiente. 
A disciplina aqui apresentada, através deste instrumento de aprendizagem, 
vem mostrar e propor discussões e sobre os problemas causados por ações 
equivocadas ou criminosas dos seres humanos e suas políticas ambiciosas. Talvez, 
depende de todos nós, apresentarmos soluções para que este problema seja 
minimizado ou erradicado. 
O objetivo desta disciplina é demonstrar a evolução histórica dos acidentes 
ambientais e fornecer ferramentas para a análise e investigação dos acidentes 
ambientais, preveni-los e evita-los, além deesclarecer a legislação vigente, normas 
e regras sobre o assunto. 
 
 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
8 
 Plano da Disciplina 
A Disciplina abordará a evolução histórica dos acidentes ambientais e propõe 
ferramentas para a análise e investigação dos mesmos. A Ementa conta com os 
seguintes tópicos: 
Tipos de Inspeção Ambiental; Legislação Pertinente; Estudo de Ocorrência de 
Casos Acidentes; Análise das Condições dos Ambientes; Identificação das Causas; 
Recomendação de Medidas Preventivas; Técnica de Incidentes Críticos; Análise de 
Modos de Falhas e Efeitos e Estudo de Operabilidade e Risco. 
Ao final, nos Anexos desta obra, segue um Mapa Mental sobre os Estudos 
Ambientais. 
 
Bons estudos! 
 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
9 
 
1 Inspeções Ambientais 
 
 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
10 
 
Nesta primeira unidade, iremos abordar um breve histórico das inspeções e a 
sua importância na indústria, a inspeção em auditorias, metodologias e influência 
no trabalho industrial. 
 
Objetivos da unidade: 
As Inspeções ambientais têm como objetivo caracterizar a situação da 
empresa para fornecer um diagnóstico atual no que diz respeito às inspeções de 
equipamentos, auditorias e métodos de inspeções, favorecendo a definição das 
ações de controle e de gerenciamento que deverão ser tomadas para proporcionar 
a sua melhoria ambiental e qualidade e segurança das operações. 
 
Plano da unidade: 
 A importância das inspeções no meio industrial 
 As inspeções em auditorias 
 Métodos de inspeções 
 Métodos de abordagens na inspeção 
 O impacto do trabalho prescrito e do trabalho real nas inspeções 
 
Bons estudos! 
 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
11 
 A importância das inspeções no meio industrial 
No fim do século XIX e o início do século XX, o mundo foi marcado por grandes 
avanços industriais. O grande desenvolvimento econômico ocorrido após as duas 
Guerras Mundiais foi muito importante na fabricação de produtos químicos, têxtil e 
farmacêuticos, principalmente os derivados de petróleo. A necessidade de 
desenvolver processos produtivos mais eficientes e de maior capacidade exigindo 
dos equipamentos condições cada vez mais severas, tanto do ponto de vista físico 
(pressão e temperatura) quanto químico (corrosividade), não conseguiam 
acompanhar este desenvolvimento, falhas e acidentes causados por equipamentos 
em péssimo estado de conversão e operação, aconteceram em grande escala, 
particularmente em caldeiras. 
Conforme a Associação Norte-americana de Engenheiros Mecânicos (ASME) 
ocorreram nos Estados Unidos entre as décadas de 1870 a 1910 cerca de 10.000 
explosões de caldeiras (média de 250/ano). Durante muitos anos ocorreram vários 
acidentes fatais causados por caldeiras. Diante destas fatalidades, ficaram 
evidentes, duas grandes necessidades: 
 Regulamentação do projeto e a fabricação de equipamentos 
pressurizados, particularmente de caldeiras; 
 Capacitação de técnicos para controlar a qualidade e a deterioração 
destes equipamentos. 
Um primeiro código estadual norte-americano de projeto e fabricação de 
caldeiras é criado em 1908, após um acidente trágico numa fábrica de calçados 
localizada nos Estados Unidos na cidade de Brockton estado de Massachussets, em 
março 1905. Uma caldeira explode arrancando o teto de dois andares, matando 58 
pessoas e ferindo outras 117. Em seguida Ohio, outros nove estados publicaram 
seus próprios códigos o que gerou grandes dificuldades devidas à falta de 
padronização. Em 1911, a Associação Norte-americana de Engenheiros Mecânicos 
(ASME), criou uma comissão com a missão de unificar todos estes documentos. Em 
1914, foi aprovada a Seção I do “Boiler and Pressure Vessels Code” (Código de 
Caldeiras e Vasos de Pressão) que regulamenta o projeto e construção de Caldeiras. 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
12 
A da segunda necessidade mencionada anteriormente (capacitação de 
profissionais para controlar a qualidade e a deterioração de caldeiras e vasos) foi 
atendida com a fundação, em 1919 da Comissão Nacional de Inspetores de 
Caldeiras e Vasos de Pressão, “National Board”. Naquela época, apesar da unificação 
dos códigos de projeto, caldeiras cuja fabricação era contratada por determinada 
empresa, só podia ser aprovada por inspetor do mesmo estado, o que causava 
muitas dificuldades. A missão inicial do “National Board” foi de capacitar e certificar 
pessoal para inspeção de caldeiras promovendo a uniformidade de critérios e 
menor necessidade de deslocamentos. 
A partir desses dois fatos históricos (publicação da seção I do código ASME e 
fundação do National Board) ocorre o nascimento da Inspeção de 
Equipamentos. 
O gráfico 1 abaixo mostra o forte impacto destes dois acontecimentos na 
ocorrência de explosões de caldeiras, onde os números de acidentes foram 
reduzidos a partir de então, mesmo com a elevação das pressões de trabalho, 
decorrente da evolução tecnológica ao longo dos anos. 
Gráfico 1 – Pressões Máximas X Explosões 
 
Fonte: Adaptado autor. 
 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
13 
Foto 1 - RB Grover antes da explosão. 
 
Foto 2 - RB Grover depois do acidente 
 
Fonte: http://docslide.com.br/documents/historia-da-inspecao. 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
14 
Em 1950, foi inaugurada no Brasil sua primeira grande refinaria de petróleo em 
Mataripe Bahia, a Refinaria Landulpho Alves (RLAM). Em 1954 entrou em operação a 
Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão (RPBC). Após o quarto ano de operação, 
aconteceu um grande acidente na refinaria de Cubatão, provocando ao óbito de três 
pessoas, causando enormes danos às instalações, comprometendo o suprimento do 
mercado e o monopólio estatal do petróleo passou a ser mais questionado, 
prejudicando até a continuidade da Petrobrás recentemente criada. 
A causa foi a corrosão de um pequeno trecho (aprox. 60 cm) de tubulação de 6” 
da linha de entrada de carga da torre fracionadora que havia sido confeccionado em 
aço carbono em lugar do material especificado no projeto: aço liga 5%Cr 0,5%Mo, 
perfeitamente adequado para as condições às quais seria submetido. A tubulação 
conduzia nafta, um derivado de petróleo leve e volátil sendo um dos derivados de 
petróleo mais destrutivos aos dutos de aço-carbono. Após quatro anos de operação o 
tal trecho encontrava-se com espessura muito reduzida, chegando a perfurar em 
algum ponto. Três pessoas foram designadas para verificar o que estava 
acontecendo. Logo após a retirada do isolamento térmico do local onde havia sido 
observado vazamento, a linha sofreu ruptura brusca que provocou incêndio de 
grandes proporções e enormes prejuízos. Tal fato é ilustrado na figura 1. 
Figura 1 - O trecho instalado utilizou material inadequado para uso nas 
condições exigidas 
 
 
Fonte: http://docslide.com.br/documents/historia-da-inspecao.html 
 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
15 
Foto 3 - Linha rompida próxima à da torre de fracionamento
 
 
Foto 4 - "epicentro" da explosão que matou três petroleiros. 
 
Fonte: http://docslide.com.br/documents/historia-da-inspecao. 
 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
16 
 
A partir desse acidente, o papel da Inspeção de Equipamentos passou a ser 
mais bem compreendido sendo alocados recursos necessários para uma atuação 
mais efetiva. O órgão de Inspeção de Cubatão se desenvolveu muito e serviu de 
modelo para a refinaria, para os setores de transporte, prospecção e produção de 
petróleo, bem como para as demais refinarias que foram construídas desde então. 
Na década de 1980, a Petrobrás passou a investir no setor petroquímico, que 
também absorveu esta tecnologia e assim se disseminou por todo o país. Causas: 
Erro de instalação (montagem); Seleção indevida do material (fora dasespecificações); Corrosão uniforme provocada pela nafta; Ausência de Inspeção. 
Tendências Atuais Na Inspeção Em Equipamentos 
As exigências no Brasil são crescentes, tanto pela necessidade da obtenção de 
resultados, quanto pela redução dos custos de operação. É necessário melhorar os 
padrões anteriores, por um custo cada vez menor. Para este problema, só há uma 
solução: o emprego de conhecimento e da tecnologia. Os mecanismos de danos 
atuantes em cada equipamento são o ponto de partida para a elaboração de um 
programa de inspeção. 
Dispõe-se, atualmente, de conhecimento suficiente para determinar, 
antecipadamente, quais os mecanismos de danos que estarão atuando em um 
determinado equipamento e em quais situações. Exemplos disso são dois 
documentos publicados em 2000 pelo API – American Petroleum Institute: API 579 
(“Adequação ao Uso”) e API 580 (“Inspeção Baseada em Risco”), que caminham na 
direção da identificação, quantificação e avaliação dos mecanismos de danos em 
equipamentos industriais. 
Os mecanismos de danos produzem as deteriorações. Mecanismos distintos 
apresentam danos distintos e técnicas adequadas de ensaios devem ser utilizadas 
com o equipamento em suas condições de serviço ou com o equipamento parado 
na temperatura ambiente. O ideal seria efetuar toda a avaliação dos equipamentos 
em operação normal, para evitar interferências operacionais, excesso de demandas 
durante as paradas e principalmente para avalia-lo na mesma condição em que o 
mecanismo de deterioração está presente. 
 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
17 
 As inspeções em auditorias 
Na Engenharia Diagnostica, a Área Ambiental é relativamente nova, vivemos 
hoje em uma cultura de risco, com efeitos que muitas vezes escapam à capacidade 
de percepção, mas aumentam consideravelmente as evidências de que eles 
podem atingir não só a vida de quem os produz, mas as de outras pessoas, 
espécies e até gerações. Trata-se de uma crise ambiental nunca vista na história, 
que se deve à enormidade de poderes humanos, com seus efeitos colaterais e 
consequências não antecipadas, que tornam inadequadas as ferramentas éticas 
herdadas do passado. (GIDENS e BECK apud BALMAN). 
Até o início do Século XXI, questões como: Passivos Ambientais, Presença de 
Vegetação, Presença de Nascentes de Água, Questões como Topografia, Entre outras 
eram de pouca significância quando na avaliação ou no diagnóstico de um imóvel ou 
empreendimento que pudessem resultar em custos ou despesas para as partes. 
Empresas do mundo todo vêm crescendo de forma desordenada a todo custo, 
mas o importante é que, independentemente deste fato, todas devem se 
preocupar com os efeitos de suas ações e as consequências ao meio ambiente, pois 
o preço a se pagar por quaisquer descuido pode ser muito alto. 
Existem muitos riscos diferentes associados com o estabelecimento, 
implementação, monitoramento, análise crítica e melhoria de um programa de 
auditoria que podem afetar o alcance de seus objetivos. 
De acordo com a Resolução CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) 
de 1986: “impacto ambiental é qualquer alteração das propriedades físicas, 
químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria 
ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente afetam: 
I. A saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
II. as atividades sociais e econômicas; 
III. a biota; 
IV. as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; 
V. a qualidade dos recursos ambientais.” 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
18 
Dentre os estudos ambientais, é muito importante conhecer o estudo de 
Avaliação de Impacto Ambiental chamado de Estudo de Impacto 
Ambiental/Relatório de Impacto ao Meio Ambiente, ou EIA/RIMA. 
A RESOLUÇÃO CONAMA Nº 001/86 define que o Estudo de Impacto 
Ambiental (EIA) é o conjunto de estudos realizados por especialistas de diversas 
áreas, com dados técnicos detalhados. O acesso a ele é restrito, em respeito ao 
sigilo industrial. No artigo 6° dessa resolução define que o EIA desenvolverá as 
seguintes atividades técnicas: 
I – Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto completa descrição 
e análise dos recursos ambientais e suas interações, tal como existem, de modo a 
caracterizar a situação ambiental da área, antes da implantação do projeto, 
considerando: 
a) O meio físico – o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos 
minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d’água, o regime 
hidrológico, as correntes marinhas, as correntes atmosféricas; 
b) o meio biológico e os ecossistemas naturais – a fauna e a flora, destacando 
as espécies indicadoras da qualidade ambiental, de valor científico e econômico, 
raras e ameaçadas de extinção e as áreas de preservação permanente; 
c) o meio socioeconômico – o uso e ocupação do solo, os usos da água e a 
socioeconômica, destacando os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e 
culturais da comunidade, as relações de dependência entre a sociedade local, os 
recursos ambientais e a potencial utilização futura desses recursos. 
II – Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, através 
de identificação, previsão da magnitude e interpretação da importância dos 
prováveis impactos relevantes, discriminando: os impactos positivos e negativos 
(benéficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos e em médio e longo prazo, 
temporários e permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades 
cumulativas e sinérgicas; a distribuição dos ônus e benefícios sociais. 
III – Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas os 
equipamentos de controle e sistemas de tratamento de despejos, avaliando a 
eficiência de cada uma delas. 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
19 
IV – Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento (os 
impactos positivos e negativos, indicando os fatores e parâmetros a serem 
considerados). 
O relatório de impacto ambiental, RIMA, refletirá as conclusões do estudo de 
impacto ambiental (EIA). O RIMA deve ser apresentado de forma objetiva e 
adequada a sua compreensão. 
As informações devem ser traduzidas em linguagem acessível, ilustradas por 
mapas, cartas, quadros, gráficos e demais técnicas de comunicação visual, de modo 
que se possam entender as vantagens e desvantagens do projeto, bem como todas 
as consequências ambientais de sua implementação. Dessa forma, o Relatório de 
Impacto Ambiental deverá conter os seguintes itens: 
I – Os objetivos e justificativas do projeto, sua relação e compatibilidade com as 
políticas setoriais, planos e programas governamentais; 
II – A descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e locacionais, 
especificando para cada um deles, nas fases de construção e operação a área de 
influência, as matérias-primas, e mão de obra, as fontes de energia, os processos e 
técnica operacionais, os prováveis efluentes, emissões, resíduos de energia, os 
empregos diretos e indiretos a serem gerados; 
III – A síntese dos resultados dos estudos de diagnósticos ambiental da área de 
influência do projeto; 
IV – A descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação e operação 
da atividade, considerando o projeto, suas alternativas, os horizontes de tempo de 
incidência dos impactos e indicando os métodos, técnicas e critérios adotados para 
sua identificação, quantificação e interpretação; 
V – A caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência, 
comparando as diferentes situações da adoção do projeto e suas alternativas, bem 
como com a hipótese de sua não realização; 
VI – A descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras previstas em 
relação aos impactos negativos, mencionando aqueles que não puderam ser 
evitados, e o grau de alteração esperado; 
VII – O programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos;Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
20 
VIII – Recomendação quanto à alternativa mais favorável (conclusões e 
comentários de ordem geral). 
Atividades que exigem o EIA/RIMA: 
De acordo com o artigo 2° da Resolução Conama, a elaboração de estudo de 
impacto ambiental (EIA) e respectivo relatório de impacto ambiental (RIMA), a 
serem submetidos à aprovação do órgão estadual competente, e do IBAMA em 
caráter supletivo, devem ser realizados para o licenciamento de atividades 
modificadoras do meio ambiente, tais como: 
I – Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento; 
II – Ferrovias; 
III – Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos; 
IV – Aeroportos, conforme definidos pelo inciso 1, artigo 48, do Decreto-Lei nº 
32, de 18.11.66; 
V – Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de 
esgotos sanitários; 
VI – Linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230KV; 
VII – Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como: 
barragem para fins hidrelétricos, acima de 10MW, de saneamento ou de irrigação, 
abertura de canais para navegação, drenagem e irrigação, retificação de cursos 
d’água, abertura de barras e embocaduras, transposição de bacias, diques; 
VIII – Extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão); 
IX – Extração de minério, inclusive os da classe II, definidas no Código de 
Mineração; 
X – Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou 
perigosos; 
Xl – Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia 
primária, acima de 10MW; 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
21 
XII – Complexo e unidades industriais e agroindustriais (petroquímicos, 
siderúrgicos, cloro químicos, destilarias de álcool, hulha, extração e cultivo de 
recursos hídricos); 
XIII – Distritos industriais e zonas estritamente industriais – ZEI; 
XIV – Exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas acima de 100 
hectares ou menores, quando atingir áreas significativas em termos percentuais ou 
de importância do ponto de vista ambiental; 
XV – Projetos urbanísticos, acima de 100 ha ou em áreas consideradas de 
relevante interesse ambiental a critério da SEMA e dos órgãos municipais e 
estaduais competentes; 
XVI- Qualquer atividade que utilizar carvão vegetal, derivados ou produtos 
similares, em quantidade superior a dez toneladas por dia; 
XVII – Projetos Agropecuários que contemplem áreas acima de 1.000 ha ou 
menores, neste caso, quando se tratar de áreas significativas em termos 
percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental, inclusive nas áreas de 
proteção ambiental. 
No Brasil, a Área Ambiental se encontra disposta na Constituição Federal 
desde 1988. A Legislação Ambiental Brasileira, é considera uma das mais modernas 
e avançadas do mundo, é também uma das mais severas punindo com multas que 
chegam à casa dos R$ 50 milhões de reais todas as ações consideradas crimes 
ambientais. 
Os Estados da União e os Municípios tem competência para legislar e estão 
cada dia mais aprimorando os procedimentos nesta Área. Consequentemente 
surgiram diversos novos segmentos que envolvem várias profissões, entre elas a 
Engenharia Ambiental e a Advocacia Ambiental, que vem caminhando juntas e 
hoje dando origem a Engenharia Legal Ambiental, que já é uma realidade 
inquestionável. 
Porém, em especial, pela novidade do assunto, nos dias atuais, diversos 
conflitos vêm ocorrendo entre a Parte Técnica e a Parte Legal. 
Os principais conflitos são: Legislações Extravagantes, que muitas vezes são 
incompatíveis com a realidade tecnológica sendo Inexequíveis. A inspeção 
ambiental é uma forma verificação das ações, processos, produtos e instalações 
que visa averiguação; se estes estão em conformidade com normas pré-
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
22 
estabelecidas, sejam de segurança, de qualidade ou de prevenção, pois é certo 
que, a cada capital gasto em prevenção, exista uma economia de quatro vezes do 
valor investido. 
A inspeção de risco é a parte do controle de riscos que consiste em aplicar 
vistorias nas áreas e meios de trabalho, com o objetivo de identificar e corrigir 
ações que comprometam a segurança dos operários. 
Os acidentes acontecem em consequência de diversos fatores que, 
combinados, favorecem a ocorrência dos mesmos. Assim, a inspeção de risco ou 
de segurança é uma vistoria técnica feita nos locais de trabalho, áreas externas e 
instalações, observando os riscos existentes no ambiente, exemplo: falta de 
protetores em máquinas, protetores danificados, funcionando mal ou mal usados, 
desordem, desarrumação, disposição de materiais de maneira perigosa, uso de 
equipamentos de forma insegura, falta ou uso inadequado de equipamentos de 
proteção individual (EPI), falta ou uso inadequado de equipamentos de proteção 
coletiva (EPC) etc. O estado de conservação de materiais é outro fator importante a 
ser observado numa inspeção como: máquinas, mangueiras, cabos, ferramentas, 
escadas, EPI’s etc., que devido a sua utilização frequente leva a desgastes naturais 
que deterioram gradualmente, e esta pode ser detectada antes de causar danos 
pessoais, materiais e até ao meio ambiente. Quando esses problemas são vistos 
com antecedência, as informações são repassadas aos responsáveis para 
manutenção evitando assim acidentes e doenças no ambiente de trabalho. 
O Profissional da Segurança do Trabalho e / ou o membro da CIPA (Comissão 
Interna de Prevenção de Acidentes) deverá percorrer todo o ambiente para 
identificar fatores que poderão ser causa de acidentes. Feito isto, o responsável 
deve tomar as devidas providências. 
Quando bem executadas e envolvendo a todos, as inspeções possibilitam a 
determinação de meios preventivos antes da ocorrência de acidentes; permite fixar 
nos trabalhadores a importância de se ter segurança no trabalho, encorajando-os a 
agirem como inspetores de segurança; permite consolidar a relação entre 
trabalhador e empresa, uma vez em que eles observam o interesse da empresa 
pela segurança do trabalho; despertam a confiança na administração e alcança a 
colaboração de todos para a prevenção de acidentes. 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
23 
O risco de incidentes que resultem em danos ambientais significativos é 
claramente reduzido quando a empresa opera um calendário regular de auditorias 
ambientais. 
Figura 2 – Adaptado de Fornasari Filho et al, 1994. 
 
A partir da década de 1950, a auditoria de qualidade ficou bastante conhecida, 
sendo regulamentada a nível internacional e incluída nas normas técnicas da série 
ISO 9.000 e detalhada na ISO 10.000 (Fornasari Filho et al, 1994). Na década de 
1970, as indústrias europeias e dos Estados Unidos, principalmente as de processo 
químico, passaram a ter interesses em seus desempenhos ambientais. Nesta 
ocasião, aconteceu a elaboração e difusão da auditoria ambiental. 
Um programa de auditorias ambientais, adequadamente elaborado e 
executado, proporciona melhorias significativas em termos de eficiência, 
segurança, controle de qualidade, desempenho da gestão ambiental, além de 
melhores práticas ambientais. As Auditorias ambientais estimulam a coerência e 
conformidade com as diretrizes da empresa e a constante observância das normas 
e regulamentos ambientais. Elas são uma oportunidade para identificar o possível 
desperdício ou utilização imprópria de energia e matérias-primas. 
 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
24 
A auditoria ambiental tem como objetivo caracterizar a situação da empresa 
para fornecer um diagnóstico atual no que diz respeito à poluição do ar, às águas e 
aos resíduos sólidos, favorecendo a definição das ações de controle e de 
gerenciamento que deverão ser tomadas para proporcionar a sua melhoria 
ambiental. A auditoria fornece recomendações de ações emergenciais, de curto, 
médioe longo prazo que deverão ser tomadas para proporcionar a melhoria 
ambiental da empresa. De forma sucinta, pode-se dizer que a auditoria ambiental 
compara resultados com expectativas ambientais. Existem diferentes formas de 
auditorias ambientais, que são definidas em função dos diversos objetivos a que 
elas se propõem. Uma divisão simples classifica as auditorias em quatro classes: 
Auditoria dos impactos ambientais: 
Onde é feita uma avaliação dos impactos ambientais no ar, água, solo e 
comunidade de uma determinada unidade industrial ou de um determinado 
processo com objetivo de fornecer subsídios para ações de controle da poluição, 
visando a minimização destes impactos. 
Auditoria dos riscos ambientais: 
Onde é feita uma avaliação dos riscos ambientais reais ou potenciais de uma 
fábrica ou de um processo industrial especifico. 
Auditoria da legislação ambiental: 
Onde é feita uma avaliação da situação ambiental de uma determinada fábrica 
ou organização em relação ao cumprimento da legislação vigente. 
Auditoria de sistemas de gestão ambiental: 
É uma avaliação sistemática para determinar se o sistema da gestão ambiental 
e o desempenho ambiental de uma empresa estão de acordo com sua política 
ambiental, e se o sistema está efetivamente implantado e adequado para atender 
aos objetivos ambientais da organização. A auditoria de sistema de gestão é uma 
ferramenta de gestão, compreendendo uma avaliação sistemática, documentada, 
periódica e objetiva sobre como os equipamentos, gestão e organização ambiental 
estão desempenhando o objetivo de ajudar a proteger o meio ambiente. 
 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
25 
A maioria das auditorias ambientais é uma combinação de uma e outra 
forma de auditoria. Contudo, o objetivo principal de qualquer auditoria 
ambiental e a realização de um diagnóstico da situação atual para verificar o 
que está faltando e promover ações futuras que tragam a melhora do 
desempenho ambiental da empresa. 
Aplicações e Vantagens Da Auditoria Ambiental 
Melhoria do controle da poluição nas empresas; verificação das condições da 
empresa em relação à legislação ambiental; substituição parcial do governo na 
fiscalização ambiental; avaliação dos riscos existentes e da vulnerabilidade da 
empresa, assim como identificação dos riscos antecipadamente; priorização de 
atividades e verbas para o controle ambienta; adequação de verbas para o controle 
ambiental; verificação da condição ambiental de unidades a serem adquiridas e 
avaliação de alternativas de crescimento; Cortar os gastos desnecessários, 
favorecendo ações econômicas e eficazes, reduzindo desperdícios; atendimento à 
legislação de forma sistemática e consistente, com resposta imediata às novas 
exigências legais fornecimento de outro ponto de vista do problema ambiental 
(olhar do auditor). 
 Métodos de Inspeções 
Aos que trabalham com a Inspeção de Equipamentos em unidades industriais é 
muito simples entender qual é a importância do seu trabalho. Quando nada de 
extraordinário acontece em uma instalação industrial, é porque se está colhendo 
os frutos do trabalho bem feito da Inspeção. Entretanto, não se deve esquecer que 
este trabalho pode gerar interferências na produção e custos para a manutenção, e 
por isso deve ser amplamente discutido e seus benefícios divulgados. 
No Brasil as exigências são crescentes, tanto pela necessidade da obtenção de 
resultados, quanto pela redução dos custos de operação. As Leis Ambientais 
Brasileiras são consideradas as mais modernas e avançadas do mundo e também 
uma das mais severas punindo com multas que chegam à casa dos R$ 60 milhões 
de reais todas as ações consideradas crimes ambientais. 
 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
26 
É Necessário ter bastante conhecimento para determinar, antecipadamente, 
quais os mecanismos de danos que estarão atuando em um determinado 
equipamento e em quais situações. Exemplos disso são dois documentos 
publicados em 2000 pelo API – American Petroleum Institute: API 579 (“Adequação 
ao Uso”) e API 580 (“Inspeção Baseada em Risco”), que caminham na direção da 
identificação, quantificação e avaliação dos mecanismos de danos em 
equipamentos industriais. 
Os mecanismos de danos são geradores de deteriorações. Mecanismos distintos 
apresentam danos distintos e técnicas adequadas de ensaios devem ser utilizadas 
com o equipamento em suas condições de serviço ou com o equipamento parado na 
temperatura ambiente. O ideal seria efetuar toda a avaliação dos equipamentos em 
operação normal, para evitar interferências operacionais, excesso de demandas 
durante as paradas e principalmente para avalia-lo na mesma condição em que o 
mecanismo de deterioração está presente. Existem mecanismos de danos que por 
sua característica localizada, exige amostragens maiores, às vezes inspeções 
completas. Outros mecanismos, pela sua característica generalizada, podem ser 
facilmente identificados pela inspeção amostral. 
A definição dos tamanhos das amostras tem implicação com os riscos de não 
serem identificados (ou corretamente mensurados) os danos que possuam uma 
grande variação de intensidade. Por isso, os critérios para a aplicação da inspeção 
amostral devem ser cuidadosamente avaliados. Quanto maior a amostragem, 
maior o valor da efetividade da inspeção, e vice-versa. Um aspecto muito 
importante a ser avaliado nessa questão é o amparo da tecnologia através da 
escolha de ensaios não destrutivos que, por sua natureza, fornecem informações 
mais amplas e completas com pouco esforço despendido. 
Na determinação do “quando inspecionar” é necessário à quantificação dos 
danos, e comparação com as tolerâncias existentes. Existem alguns métodos 
utilizados para a determinação do “quando inspecionar”. Um critério amplo é o de 
avaliação da confiabilidade do equipamento contido na metodologia de Inspeção 
Baseada em Risco (IBR). Esta metodologia foi apresentada pelo API em recente 
publicação (BRD 581), e orienta os esforços da inspeção para os equipamentos que 
apresentam maior risco de falhar. O risco aqui considerado é o produto da 
probabilidade de falha de um componente pelo valor da consequência da falha 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
27 
(somatório das consequências patrimonial, aos negócios, ambiental e pessoal). 
Quanto maior o risco, ou quanto mais rapidamente o risco cresce, mais atenção 
deverá demandar o equipamento e as suas inspeções mais frequentes. Assim, os 
prazos entre inspeções serão variáveis, e dependerão exclusivamente do quanto se 
sabe (ou não se sabe) sobre um equipamento. Importante: o termo aperfeiçoar deve 
ser entendido na forma literal, não apenas como “reduzir”. O que acontece, na 
prática, é que o critério da IBR obriga a uma avaliação mais apurada dos 
equipamentos, e os prazos de inspeção que antes eram regidos por tabelas, passam a 
ser regidos pelo que se sabe do equipamento e os mecanismos de danos atuantes. 
Em termos conceituais, a IBR torna a inspeção menos preventiva e mais preditiva. 
 
 Métodos de Abordagens nas Inspeções 
O profissional incumbido de realizar a inspeção deverá desenvolver métodos 
de controle em serviço, para garantir integridade dos equipamentos e também 
para manter uma rotina de atividade preditiva. A implantação de um SPIE (Serviço 
Próprio de Inspeção de Equipamentos) em uma empresa, necessariamente precisa 
conseguir uma certificação prevista no ANEXO II da NR-13 (Vasos de Pressão e 
Caldeiras, conforme sua criação na revisão de 1994/95). A entidade certificadora é o 
INMETRO ou um organismo credenciado ao Instituto Brasileiro do Petróleo. Os 
Estabelecimentos com SPIEs certificados podem colocar em prática os períodos 
especiais de inspeção de vasos de pressão e caldeiras, previstos nos subitens 13.5.4 
e 13.10.3 da NR-13, conforme os quadros 1 e 2 abaixo: 
Fonte: Adaptado pelo autor. 
 
Quadros1 – Dados da NR-13 
13.5.4 Estabelecimentos que possuam “Serviço Próprio de Inspeção de 
Equipamentos”, conforme estabelecido no Anexo II, podem estender os períodos 
entre inspeções de segurança, respeitando os seguintes prazos máximos: 
a) 18 (dezoito) meses para caldeiras das categorias “B” e “C”; 
b) 30 (trinta) meses para caldeiras da categoria “A” 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
28 
a) Para estabelecimentos que não possuam “Serviço Próprio de Inspeção de 
Equipamentos”, conforme citado no Anexo II: 
Categoria Do 
Vaso Exame Externo Exame Interno 
Teste 
Hidrostático 
I 1 Ano 3 Anos 6 Anos 
II 2 Anos 4 Anos 8 Anos 
III 3 Anos 6 Anos 12 Anos 
IV 4 Anos 8 Anos 16 Anos 
V 5 Anos 10 Anos 20 Anos 
b) Para estabelecimento que possuam “Serviço Próprio de Inspeção de Equipamentos” 
Categoria Do 
Vaso Exame Externo Exame Interno 
Teste 
Hidrostático 
I 3 Ano 6 Anos 12 Anos 
II 4 Anos 8 Anos 16 Anos 
III 5 Anos 10 Anos A critério 
IV 6 Anos 12 Anos A critério 
V 7 Anos A critério A critério 
Fonte: Adaptado pelo autor. 
 
Os SPIEs devem ter alguns requisitos mínimos atendidos, para obter a 
certificação: Existência de pessoal próprio, com dedicação exclusiva, com 
formação, qualificação e treinamento compatíveis; Pessoal contratado para Ensaios 
Não Destrutivos certificada. Outros serviços eventuais devem contar com pessoal 
selecionado e avaliado seguindo critérios do pessoal próprio; Deve existir um 
responsável formalmente designado; Deve existir pelo menos um “Profissional 
Habilitado”; Deve manter arquivo técnico atualizado e mecanismos para 
distribuição de informações quando requeridas; Deve contar com procedimentos 
escritos para as principais atividades executadas; Deve ter aparelhagem condizente 
com a execução das atividades propostas. 
 
Quadro 2 – Dados da NR- 13 
13.10.3 A inspeção de segurança periódica, constituida por exame externo, interno e 
teste hidrostático, deve obedecer aos seguintes prazos máximos estabelecidos a seguir: 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
29 
Obrigações do SPIE: 
 Manter atualizada uma lista com todos os equipamentos sob seu 
controle, mantendo um programa de inspeção, em conformidade com as 
exigências legais e normativas, com o objetivo de garantir que os 
equipamentos se mantenham em condições físicas seguras para a 
operação; 
 Registrar e analisar os resultados das inspeções, modificações e reparos 
comparando-os com outras informações (histórico operacional, dados de 
literatura etc.), visando identificar os mecanismos de deterioração ou 
falhas de equipamentos em serviço, evitar sua ocorrência ou repetição, e 
revisar parâmetros do programa de inspeção; 
 Definir e informar, aos setores envolvidos do estabelecimento, o tipo de 
exame (interno ou externo), periodicidade e a lista de equipamentos que 
deverão sofrer inspeção (programa de inspeção), bem como os serviços a 
serem realizados para inclusão no planejamento. Esta programação deve 
conter pelo menos a frequência das diferentes inspeções a serem 
realizadas e a lista de atividades de inspeção aplicáveis a cada 
equipamento ou grupo destes; 
 Efetuar, ou testemunhar, ou assegurar a realização dos ensaios, medições, 
testes e exames necessários para avaliar as condições físicas dos 
equipamentos sob seu controle, com base em procedimentos escritos 
quando aplicável; 
 Utilizar novas técnicas e métodos de inspeção, quando aplicável, visando 
intensificar a inspeção preventiva e a monitoração da deterioração dos 
equipamentos; 
 Comparar os resultados obtidos durante a inspeção com os critérios 
estabelecidos; decidir se o equipamento tem ou não condições 
satisfatórias para operar; informar os resultados da inspeção aos setores 
envolvidos do estabelecimento e recomendar os reparos ou substituições 
eventualmente necessárias para restaurar as condições físicas em níveis 
satisfatórios; 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
30 
 Manter em arquivos rastreáveis e atualizados, os registros das inspeções, 
tais como condições físicas observadas, medições, laudos de ensaios, 
cálculos de taxas de corrosão, vida residual etc.; 
 Avaliar a vida residual dos equipamentos, fornecendo subsídios para o 
planejamento da inspeção, operação e manutenção, identificando os 
equipamentos avaliados, o método utilizado e a frequência da avaliação. 
A dispensa desta avaliação deve ser justificada pelo PH do SPIE; 
 Participar de decisões ou desenvolver estudos técnicos com o objetivo de 
definir se algum equipamento pode operar de forma segura em 
condições distintas das estabelecidas no projeto; 
 Efetuar, ou testemunhar, ou assegurar a verificação do desempenho das 
válvulas de segurança, com base em procedimentos escritos; 
 Assegurar ou realizar os ensaios, testes e medições necessários para 
verificar se a qualidade dos reparos e modificações executados nos 
equipamentos é satisfatória; 
 Controlar o andamento das providências decorrentes das 
recomendações de inspeção emitidas e desenvolver, se necessário, em 
conjunto com os responsáveis pelo projeto dos equipamentos, propostas 
de modificações, visando prevenir ou atenuar os processos de 
deterioração aos quais os equipamentos estão sujeitos; 
 Possuir procedimentos para as principais atividades incluindo, no 
mínimo, testes, ensaios, exames e medições que devem ser executados, 
os respectivos critérios de aceitação e a metodologia de registro de 
resultados, e o controle da aparelhagem do SPIE; 
 Definir critérios para a contratação e avaliação dos serviços ou mão-de-
obra de inspeção de equipamentos incluindo, nos respectivos 
instrumentos contratuais, os requisitos e critérios técnicos previstos na 
legislação e normas aplicáveis; 
 Identificar necessidades de treinamento e implementar programas 
visando à capacitação e certificação do pessoal de inspeção, conforme 
exigências legais e normativas; 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
31 
 Executar, ou testemunhar, ou assegurar que as atividades de inspeção de 
fabricação e de recebimento de equipamentos, seus sobressalentes e 
outros materiais estão sendo realizadas; 
 Definir as especificações técnicas para compra de material e aparelhagem 
de inspeção, enquadrando-as nas exigências normativas aplicáveis e 
verificar, no recebimento, se estas exigências são atendidas; Efetuar ou 
providenciar, por intermédio de laboratórios qualificados, a calibração da 
aparelhagem de inspeção, contra padrões rastreados nacional ou 
internacionalmente. Manter registros dos resultados das calibrações e 
identificar a data de validade da calibração da aparelhagem de inspeção e 
por fim assegurar condições adequadas para a calibração e preservação 
da aparelhagem de inspeção e analisar a validade dos resultados 
anteriores. 
 
 O impacto do trabalho prescrito e do trabalho real nas 
inspeções 
O conceito de “trabalho prescrito” (ou tarefa), segundo a Drª Jussara Cruz de 
Brito da Fundação Oswaldo Cruz, refere-se ao que é esperado no âmbito de um 
processo de trabalho específico, com suas singularidades locais. O “trabalho 
prescrito” é vinculado, de um lado, a regras e objetivos fixados pela organização do 
trabalho e, de outro, às condições dadas. Pode-se dizer, de forma sucinta, que 
indica aquilo que ‘se deve fazer’ em um determinado processo de trabalho. 
Este conceito, ainda citando a Doutora Jussara, está baseado em estudos 
realizados em situações reais de trabalho, que permitiram evidenciar que o 
trabalho é muito mais do previsto e percebido do exterior, ele é sempre distinto do 
planejado. Esses duas faces do trabalho: a tarefa (“trabalho prescrito”) e a atividade 
(trabalho real). Duas faces que não se opõem, mas, ao contrário, se articulam de 
uma forma que ainda precisa ser mais bem compreendida. Ao identificar essas 
duas faces do trabalho, esses estudos, desenvolvidos por certa linha da ergonomia(originada nos países de língua francesa, e que se denomina ergonomia da 
atividade), demonstraram com clareza que é pertinente falar em “compreender” o 
trabalho (com suas diferentes faces), considerando que se trata de algo complexo. 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
32 
Como uma primeira definição de “trabalho real” (“atividade”), Jussara Cruz de 
Brito cita, em seu artigo, é aquilo que é posto em jogo pelo(s) trabalhador (es) para 
realizar o trabalho prescrito (tarefa). Logo, trata-se de uma resposta às imposições 
determinadas externamente, que são, ao mesmo tempo, apreendidas e 
modificadas pela ação do próprio trabalhador. Desenvolve-se em função dos 
objetivos fixados pelo(s) trabalhador(es) a partir dos objetivos que lhe(s) foram 
prescritos. A parte observável da atividade (o comportamental) é apenas um de 
seus aspectos, pois os processos que geram a produção deste comportamento não 
são diretamente observáveis. Segundo o dicionário de verbetes, a expressão 
“trabalho real” está vinculada ao pressuposto de que as prescrições são recursos 
incompletos, isto é, que desde a sua concepção elas não são capazes de 
contemplar todas as situações encontradas no exercício cotidiano de trabalhar. 
Nesse sentido, é dada importância ao papel das pessoas como protagonistas ativos 
do processo produtivo (e não como ‘fator’ ou ‘recurso’ humano). Mesmo que as 
tarefas sejam muito repetitivas, cabe ao trabalhador fazer 
regulações/ajustes/desvios – mesmo que infinitesimais – que garantam a 
continuidade da produção. Isso implica o questionamento de expressões, como 
‘trabalho manual’ ou ‘trabalho de execução’, que não assinalam ao caráter ativo 
(mobilização cognitiva e afetiva) do trabalhador. 
Devido à sua origem, o conceito de “trabalho prescrito” esteve muito ligado à 
concepção taylorista de organização do trabalho (com a tentativa de predição e de 
controle sem limites do processo de trabalho), levando a uma visão antagônica ao 
seu sentido. Esta visão, entretanto, foi-se modificando com a constatação de que 
há diferentes modos de prescrição do trabalho, uma forma de antecipação 
necessária e que é encontrada em todos os processos produtivos. Com isso, 
entendeu-se que o conceito de “trabalho prescrito” (ou tarefa) é fundamental para 
descrevermos uma das faces do trabalho – que logicamente tem implicação sobre 
a outra (atividade). Até os dias de hoje os ergonomistas e demais cientistas do 
trabalho procuram avançar na definição desse conceito, considerando os mundos 
atuais de trabalho. 
 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
33 
Enquanto atividade mediadora, o trabalho é gerador de significações psíquicas 
para os sujeitos. Essas significações, no contexto de produção de bens e serviços 
são inseparáveis da mediação subjetividade-objetividade e se apoiam nas relações 
sociais de trabalho. Elas têm um papel fundamental no processo psicológico de 
construção de identidade e na garantia do equilíbrio psíquico dos trabalhadores. 
Nessa esfera, as vivências psíquicas dos trabalhadores são tecidas no cotidiano de 
trabalho, sobretudo, por meio da gestão do trabalho prescrito, da interpretação 
dos efeitos do trabalho real, da construção de novos saberes, da gestão de relações 
socioprofissionais e da elaboração de significação psíquica em termos de prazer-
sofrimento. A vivência de sofrimento apresenta as seguintes características: 
origina-se nos males que o trabalho causa no corpo e nas relações sociais com as 
pessoas; suas principais causas encontram-se nas dimensões da organização, nas 
condições e nas relações de trabalho que estruturam os contextos de produção de 
bens e serviços; constitui-se em um dos indicadores de mal-estar no trabalho sob a 
forma de uma avaliação consciente de que algo não vai bem; manifestam-se por 
meio de sintomas como ansiedade, insatisfação, indignidade, inutilidade, 
desvalorização e desgaste no trabalho; constitui-se em um mobilizador para as 
mudanças das situações que fazem sofrer, passando a ser resignificado, ao assumir 
um papel de mediador entre o patológico e o saudável. 
Estamos encerrando a unidade. Sempre que tiver uma dúvida entre em 
contato com seu tutor virtual através do ambiente virtual de aprendizagem e 
consulte sempre a biblioteca do seu polo. 
 
É hora de se avaliar 
Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão 
ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de 
ensino-aprendizagem. 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
34 
 Exercícios – Unidade 1 
1. A participação pública se dá em todo o processo de Avaliação de 
Impacto Ambiental, de maneira formal e informal, principalmente por meio de 
audiências públicas; Das alternativas abaixo, qual das alternativas NÃO está de 
acordo com o texto? 
a) A audiência pública é conduzida pelo órgão licenciador, iniciando pela 
exposição objetiva do projeto e do seu respectivo RIMA. Em seguida 
devem ocorrer discussões abertas com todos os presentes interessados 
b) Audiências públicas serão realizadas somente no caso em que forem 
solicitada por 50 ou mais cidadãos 
c) Para dar publicidade às audiências públicas são publicados editais de 
recebimento dos EIA-RIMA, dando a possibilidade aos interessados de 
solicitar uma audiência pública 
d) A ata da audiência pública e seus anexos servirão de base, juntamente 
com o RIMA para a análise e parecer final do licenciador, quanto à 
aprovação ou não do projeto 
e) Audiências públicas serão realizadas sempre que se julgar necessário, ou 
quando for solicitado por entidade civil, ministério público ou por 50 ou 
mais cidadãos 
 
2. O uso de indicadores como instrumentos para a gestão e para a tomada de 
decisões políticas é uma prática habitual em setores como o da economia, da 
sociologia, da educação etc. A história do desenvolvimento de indicadores 
ambientais teve início oficial na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Natural 
e Desenvolvimento, quando se produziu um consenso geral a respeito da 
necessidade de avançar para a implementação de um desenvolvimento 
sustentável. Nesse sentido, assinale a alternativa que contém um indicador 
ambiental: 
a) Termo de Ajustamento de Conduta. 
b) Estudo de Impacto Ambiental 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
35 
c) Resíduos Sólidos 
d) Impacto Ambiental 
e) Poluição Sonora 
 
3. A Resolução 01/1986 do Conama diferencia o EIA do RIMA, conforme 
tradição já consagrada no mundo todo. Pode-se afirmar que o RIMA é um 
instrumento que: 
a) Expressa um estudo específico inicial, envolvendo identificação e 
classificação de impactos, predição de efeitos, pesquisa de campo, 
análises laboratoriais, valoração monetária dos recursos ambientais, 
avaliação de alternativas, entre outros trabalhos 
b) É constituído por um conjunto de documentos, estudos superficiais e 
respectivos Relatórios de Impacto Ambiental, com o objetivo de 
assegurar o exame sistemático e prévio dos impactos ambientais de uma 
determinada proposta e de suas alternativas, de cujos resultados, 
tornados públicos, dependem a decisão sobre a proposta 
c) Expressa um estudo muito reduzido, e por isso necessita da contribuição 
de diversos peritos, técnicos e científicos, cujo objetivo é fornecer 
informações valiosas no processo decisório 
d) Expressa um estudo superficial sobre as agressões ao meio ambiente 
físico, biótico e social decorrentes da implantação de certos tipos de 
empreendimentos e atividades 
e) Expressa todo o trabalho ambiental de modo conclusivo, trazendo uma 
avaliação valorativa que identifica se o projeto é ou não nocivo ao meio 
ambiente e em que grau. Contêm medidas mitigadoras dos impactos 
negativos, programas de acompanhamento e monitoramento dos 
impactos e recomendações quanto às alternativas mais favoráveis 
 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
364. Entende-se por impacto _____________ qualquer mudança decorrente de 
ação humana no ambiente natural e social decorrente de uma atividade ou de um 
empreendimento proposto. A palavra impacto se refere, portanto, às alterações no 
meio ambiente físico, biótico e social decorrentes de atividades humanas em 
andamento ou propostos. 
a) Populacional 
b) Abiótico Social 
c) Físico 
d) Ambiental 
e) Químico 
 
5. Estudos de impacto ambiental podem ser efetuados a qualquer momento, 
antes de realizar ações e depois que tais ações foram realizadas, ou seja, para 
produtos, atividades e empreendimentos existentes e propostos. Nesse sentido, 
assinale a alternativa que NÃO contém uma característica dos Estudos de Impactos 
Ambientais: 
a) O EIA deve ser entendido como uma etapa integrante do próprio projeto 
de obra ou de atividade potencialmente causadora de degradações 
significativas do meio ambiente 
b) O EIA objetiva dar ciência antecipadamente das agressões ao meio 
ambiente físico, biótico e social decorrentes da implantação de certos 
tipos de empreendimentos e atividades 
c) O EIA deve ser um processo formal, tanto para quem o faz, o 
empreendedor, quanto para o poder público que o exige e toma decisões 
baseadas em seus resultados 
d) O EIA faz parte do processo de implantação e operação de um SGA e das 
auditorias ambientais pertinentes 
e) O EIA traz a síntese dos resultados dos estudos de diagnósticos ambiental 
da área de influência do projeto 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
37 
6. O (A) ____________ é definido(a) como uma unidade funcional da ecologia. 
É um sistema aberto, integrado por todos os organismos vivos e os elementos 
físicos presentes em uma determinada área, cujas propriedades de funcionamento 
e de autorregulação derivam das relações entre eles (Branco, 1989). Os fenômenos 
no interior do sistema processam-se por meio de fluxos de matéria e energia que 
resultam em conexões e relações de dependência entre suas partes (Philippi Júnior 
e Maglio, 2008). 
a) Política Nacional do Meio Ambiente 
b) Biodiversidade 
c) Bioma 
d) Ecossistema 
e) Meio Ambiente 
 
7. Qual alternativa abaixo, não está relacionada a um dos principais tipos de 
auditorias ambientais? 
a) Auditoria de conformidade 
b) Auditoria de sistema de gestão ambiental 
c) Auditoria de desempenho ambiental 
d) Auditoria de fornecedor 
e) Auditoria operacional 
 
8. ___________________representa um tipo de degradação, criado pelas 
atividades inerentes à empresa ou por terceiros, de forma voluntária ou 
involuntária, em tempos passados ou no presente, e que afeta negativamente os 
meios físicos (solo, água e ar), bióticos (flora e fauna) ou antrópico (saúde, 
segurança e bem-estar) e que deve ser recuperado pela empresa, sob pena de lei 
como a de Crimes Ambientais (Lei brasileira número 9605/98). 
a) Passivo ambiental 
b) Auditoria ambiental 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
38 
c) Certificação ambiental 
d) Gestão ambiental 
e) Estudo ambiental 
 
9. Qual norma não está relacionada ao meio ambiente diretamente? 
 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 
10. Em relação a ISO – International Organization for Standardization, assinale as 
verdadeiras: 
 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
39 
 
2 Os Acidentes Ambientais ao Longo do Tempo 
 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
40 
Nesta unidade, vamos estudar sobre as ocorrências geradas pelas atividades 
desenvolvidas pelo homem tais como os acidentes nucleares, vazamentos durante 
a manipulação de substâncias químicas etc., vêm impactando destrutivamente o 
meio ambiente, destruindo cidades e ceifando vidas. Embora estas ocorrências 
sejam independentes quanto às suas origens (causas), em determinadas situações 
pode haver certa relação entre as mesmas, como por exemplo, uma forte tormenta 
que acarrete danos numa instalação industrial. Neste caso, além dos danos diretos 
causados pelo fenômeno natural, podem-se ter outras implicações decorrentes dos 
impactos causados nas instalações da empresa atingida. Nesta unidade, serão 
relatados alguns dos principais acidentes ambientais, no Brasil e no mundo, muitos 
deles causados por ambição e incompetência técnica ou administrativa. 
Objetivos da unidade: 
Avaliar as condições de segurança para o patrimônio público e privado, para as 
pessoas e meio ambiente, de forma que os riscos associados às instalações, às 
operações e às atividades avaliadas, possam ser controlados, de forma a prevenir 
acidentes. 
Demonstrar com um grau de certeza considerado confiável, que a 
probabilidade da ocorrência de um desastre e suas respectivas consequências, 
estão devidamente controladas. 
Conscientizar futuros proprietários de um empreendimento os problemas que 
poderão enfrentar em razão de alguma degradação ambiental causada pelos 
proprietários atuais, ou seja, definir o custo ambiental que os compradores terão 
que arcar com a aquisição de uma empresa, empreendimento ou terreno. 
Plano da unidade: 
 Origens e tipos de acidentes 
 Acidentes de Bhopal 
 Cidade do México: 19/11/1984 (Vazamento de Gás - GLP) 
 Acidentes de Chernobyl 
 Guerras no Kuwait (Um grande incêndio de petróleo na historia) 
 Estados Unidos/ Texas – Acidente na Refinaria de Petróleo Big Springs 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
41 
 Alasca/ Exxon Valdez: Derrame de Petróleo 
 Acidentes da Piper Alpha 
 Acidente da P-36: Plataforma de Petróleo 
 Incêndio na Ultracargo – São Paulo 
 Acidentes mais recentes. 
 
Bons estudos! 
 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
42 
 Origens e tipos de acidentes 
São eventos adversos que causam grandes impactos na sociedade, onde esses 
eventos podem ser diferenciados em função da origem. Os desastres ambientais 
são classificados como humanos ou naturais.Os desastres humanos são aqueles 
gerados pelas ações ou omissões humanas, como acidentes de transito, incêndios 
industriais e contaminações de rios. Já os desastres naturais são causados pelo 
impacto de um fenômeno natural de grande intensidade sobre uma área ou região 
povoada, podendo ou não ser agravado pelas atividades antrópicas. 
Os impactos ambientais só são tidos como desastres ambientais quando os 
seus danos e prejuízos são incalculáveis e de difícil restituição. Caso não possua 
danos ou ocorra em áreas não ocupadas o fenômeno é apenas um evento natural. 
a. Desastres Naturais: 
São causados por fenômenos da natureza, cuja maioria dos casos independe 
das intervenções do homem. Incluem-se nesta categoria os terremotos, os 
maremotos, os furacões, inundações etc. 
b. Desastres Humanos: 
Estes acidentes, em sua grande maioria são de difícil prevenção, razão pela 
qual diversos países do mundo, principalmente aqueles onde tais fenômenos são 
mais constantes, têm investido em sistemas para o atendimento à estas situações. 
No caso dos acidentes de origem tecnológica, pode-se dizer que a grande 
maioria dos casos é previsível. Pode-se observar que para esses acidentes, aplica-se 
perfeitamente o conceito básico de gerenciamento de riscos, ou seja, um risco 
pode ser diminuído atuando-se tanto na "probabilidade" da ocorrênciade um 
evento indesejado, como nas "consequências" geradas por este evento. 
Quanto à intensidade, os desastres são classificados como: Desastres de 
pequeno porte ou acidentes (Nível I), Desastres de meio porte (Nível II), Desastres 
de grande porte (Nível III), Desastres de muito grande porte (Nível IV). No Brasil, os 
desastres de Níveis de intensidade III e IV são reconhecidos, legalmente, pelos 
Governos Federal, Estaduais e Municipais, como situação de emergência e estado 
de calamidade pública. 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
43 
Entre os diversos tipos de acidentes, pode ser destacado como de especial 
interesse o acidente químico, que pode ser definido como um acontecimento ou 
situação que resulta da liberação de uma ou várias substâncias perigosas para a 
saúde humana e/ou o meio ambiente, a curto ou longo prazo. 
As consequências dos acidentes químicos estão associadas a diferentes tipos de 
impactos no meio ambiente, as pessoas ou o património (público e privado). Desta 
forma, a seguir, resumem-se os danos causados por eventos: Perda de vidas 
humanas; Impactos ambientais; Danos à saúde humana; Danos econômicos; Efeitos 
psicológicos na população; Compromisso da imagem na indústria e o governo. 
Na década de 1980, a preocupação com os acidentes industriais ganhou 
grande importância, no tocante à prevenção destas ocorrências, principalmente 
após os casos de Chernobyl, Cidade do México e Bhopal, quando diferentes 
programas passaram a ser desenvolvidos, contemplando não só os aspectos 
preventivos, mas também os de intervenção nas emergências. 
 
 Origens e tipos de acidentes 
A Tragédia, ou Desastre de Bhopal, foi um acidente industrial que ocorreu na 
madrugada de 3 de dezembro de 1984, em Bhopal, quando 40 toneladas de gases 
tóxicos vazaram na fábrica de pesticidas da empresa norte-americana Union 
Carbide. A principal causa do desastre foi negligência com a segurança. O número 
total de mortes é controverso: houve num primeiro momento cerca de 3.000 
mortes diretas, mas estima-se que outras 10 mil ocorreram devido a doenças 
relacionadas à inalação do gás. A Union Carbide, empresa de pesticidas de origem 
Importante! 
No transcorrer deste livro serão apresentadas algumas linhas básicas 
para a identificação e avaliação de riscos e para prevenção de acidentes ambientais de 
origem tecnológica, bem como para a adoção de medidas, rápidas e eficientes, 
quando da ocorrência destes episódios. Durante as discussões em nossos Fóruns e 
atividades complementares serão levantadas questões de reflexão e ação. 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
44 
americana, negou-se a fornecer informações detalhadas sobre a natureza dos 
contaminantes, e, como consequência, os médicos não tiveram condições de tratar 
adequadamente os indivíduos expostos. Na noite do desastre, as seis medidas de 
segurança criadas para impedir vazamentos de gás fracassaram, seja por 
apresentarem falhas no funcionamento, por estarem desligadas ou por serem 
ineficientes. Além disso, a sirene de segurança, que deveria alertar a comunidade 
em casos de acidente, estava desligada. Os gases provocaram queimaduras nos 
tecidos dos olhos e dos pulmões, atravessaram as correntes sanguíneas e 
danificaram praticamente todos os sistemas do corpo. Muitas pessoas morreram 
dormindo; outras saíram cambaleando de suas casas, cegas e sufocadas, para 
morrerem no meio da rua. Outras morreram muito depois de chegaram aos 
hospitais e prontos-socorros. Os primeiros efeitos agudos dos gases tóxicos no 
organismo foram vômitos e sensações de queimadura nos olhos, nariz e garganta, 
e grande parte das mortes foi atribuída à insuficiência respiratória. A fábrica da 
Union Carbide em Bhopal permanece abandonada desde a explosão tóxica, 
enquanto que resíduos perigosos e materiais contaminados ainda estão 
espalhados pela área, contaminando o solo e as águas subterrâneas, dentro e no 
entorno da antiga fábrica. Hoje, sabe-se que o composto químico era o isocianato 
de metila, sendo desconhecido quem seria realmente o responsável pelo incidente, 
a empresa responsável pela Union Carbide, a Dow Chemical Company, começou 
por acusar um suposto movimento terrorista indiano. Mais tarde, quando a história 
se tornou insustentável, acusou um empregado de sabotagem. O processo 
arrastou-se por longos anos até que um tribunal dos EUA decretasse que a 
sabotagem tinha sido o fator que levou ao desastre. 
O composto químico que causou a tragédia, pelo seu vazamento, que durante 
muitos anos foi segredo não revelado é ilustrado no esquema abaixo, segundo a 
sua reação de síntese. 
 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
45 
No início do século XXI (2001), a Dow Química compra a Union Carbide e passa 
a ser responsável pelos ativos da empresa, como também por seus passivos 
ambientais e pelos crimes cometidos em Bhopal. No entanto, a Dow continua 
negando sua responsabilidade pelo crime cometido. A empresa tentou se livrar da 
responsabilidade pelas mortes provocadas pelo desastre, indenizando de maneira 
irrisória ao governo da Índia em face da gravidade da contaminação. A Union foi 
intimada a compensar aqueles que, com o desastre, perderam sua capacidade de 
trabalhar. A companhia se recusou a pagar US$ 220 milhões exigidos pelas 
organizações de sobreviventes. Em um mundo globalizado, é preciso que as 
corporações como a Dow utilizem padrões consistentes em todo o mundo, 
assumindo as responsabilidades por suas operações. Se o desastre de Bhopal 
tivesse acontecido na Europa ou nos EUA, o local teria sido limpo e as pessoas, com 
certeza, teriam sido indenizadas. 
Foto 5 - Protestos em Bhopal. Foto 6- Menino com problema congênito. Fonte: AFP (Agence 
France Presse). 
 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
46 
 Cidade do México: 19/11/1984 
O desastre de San Juanico foi um grande acidente industrial ocorrido em San 
Juan Ixhuatepec, conhecido como San Juanico, no subúrbio da Cidade do México. 
Este incidente aconteceu em uma instalação de armazenamento e distribuição (um 
"terminal") para gás liquefeito de petróleo (GLP), de propriedade da empresa multi-
estatal, Petróleos Mexicanos (PEMEX). A Planta possuia 54 tanques de 
armazenamento de GLP (vasos de pressão), destes, 6 eram tanques esféricos 
(quatro com capacidade de 1.600 m3 e dois de 2.400 m3) e 48 tanques cilíndricos 
horizontais de vários tamanhos. Três refinarias forneciam diariamente o GLP para 
planta de San Juanico. Naquela madrugada, a planta estava sendo abastecida pela 
refinaria de Hidalgo a 400 km de distância, sendo que as duas esferas maiores e 48 
recipientes cilíndricos foram preenchidos até 90% e 4 esferas menores até 50% de 
sua capacidade. 
No momento do acidente, todos os tanques juntos continham cerca de 11.000 
m3 de propano /butano, o que representa um terço de todo fornecimento de gás 
da Cidade do México. A partir das três da manhã de 19 de novembro de 1984, 
houve um vazamento de gás. Durante quase três horas, a nuvem de gás 
impregnou toda a área de tancagem indo além desta instalação atingido uma área 
residencial próxima. Algumas pessoas que vivem perto da usina despertaram do 
seu sono, devido ao forte cheiro de gás. 
A queda de pressão foi observada na sala de controle, e também em uma 
estação de bombeamento do gasoduto. Uma tubulação de 8” entre uma esfera e 
uma série de tanques cilíndricos rompeu-se. Infelizmente, os operadores não 
conseguiram identificar a causa da queda de pressão. A liberação de GLP 
continuou até encontrar uma fonte de calor e ocorrer a ignição. Uma série de 
explosões destruíram as instalações e devastou parte do subúrbio de San Juanico. 
As explosões foram tão violentas que foram registradas pelos sismógrafos da 
Universidade do México. A primeira foi registrada 05h 45min, e foi seguida por 12 
explosões dentro no período de uma hora e meia. Foi observadoque alguns deles 
foram do tipo BLEVE - Boiling Liquid Expanding Vapor Explosion (explosão do 
vapor de expansão de um líquido sob pressão). A figura abaixo explica melhor o 
acontecimento. 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
47 
Figura 3 - BLEVE - Boiling Liquid Expanding Vapor Explosion (explosão do vapor de 
expansão de um líquido sob pressão). 
 
 
Explosão de um gás na forma liquefeita pressurizada, por ruptura das paredes 
do vaso. Geralmente ocorre com gases liquefeitos de petróleo que são 
armazenados na forma líquida pressurizada, que sofre o efeito de um incêndio 
aumentando muito a temperatura e pressão internas e fragilizando as paredes do 
vaso. Como o líquido está numa temperatura muito acima de seu ponto de 
ebulição, há uma vaporização e uma expansão violenta, formando-se uma bola de 
fogo no caso de inflamáveis. 
Grande parte do subúrbio de San Juanico foi destruída pelas explosões e o 
incêndio que se seguiu. O incêndio também se espalhou para a planta vizinha de 
engarrafamento de gás em cilindros (fábrica UNIGAS), ocorrendo ainda mais 
explosões, aumentando assim o incêndio. O fogo devorou tudo ao redor da planta, 
incinerando instantaneamente casas, pessoas, animais de estimação e veículos. 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
48 
O calor radiante gerado no incêndio incinerou a maioria dos cadáveres 
reduzindo a cinzas. Muitos com apenas 2% dos restos recuperados deixados sem 
condições de reconhecimento. 
Figura 4 – Onda de choque e destruição causada pela explosão, cerca de 400 m. 
 
 
Fonte: http://inspecaoequipto.blogspot.com.br/2014/02/caso-058-o-desastre-de-san-juanico-1984.html 
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Grande parte do subúrbio de San Juanico foi destruída pelas explosões e o 
incêndio que se seguiu. O incêndio também se espalhou para a planta vizinha de 
engarrafamento de gás em cilindros (fábrica UNIGAS), ocorrendo ainda mais 
explosões, aumentando, assim, o incêndio. O fogo devorou tudo ao redor da 
planta, incinerando instantaneamente casas, pessoas, animais de estimação e 
veículos. Cinco quarteirões da cidade foram praticamente varridos pelo fogo. 
A figura abaixo ilustra muito bem o quadro terrível da tragédia: 
Figura 5 – Vítimas fatais e famílias inteiras gravemente feridas. 
 
Fonte: http://inspecaoequipto.blogspot.com.br/2014/02/caso-058-o-desastre-de-san-juanico-
1984.html 
Causas Prováveis 
Causas Imediatas: 
O desastre foi iniciado por um vazamento de gás provavelmente causado por 
uma tubulação de 8” durante as operações de transferência entre o pátio de 
tancagem das esferas com os vasos cilíndricos. Houve uma sobre pressão 
rompendo a tubulação que provavelmente não possuía espessura de parede 
adequada. Resta saber se a parede da tubulação sofreu corrosão, ou estava 
subdimensionada (falha de projeto ou de instalação). Outra dúvida que paira sobre 
o caso é se a inspeção de equipamentos tinha o controle de medição de espessura. 
A fonte de calor que provocou a ignição também é desconhecida. A fonte provável 
seria uma faísca da ignição de um caminhão de entrega que estava na fábrica no 
momento do acidente. 
 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
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Causas Básicas: 
Layout da fábrica quanto ao posicionamento dos vasos e o distanciamento 
entre eles foram considerados inadequados. A instalação de um sistema eficaz de 
detecção de gás e de emergência poderia ter evitado o desastre. A planta não tinha 
sistema de detecção de gás e, portanto, quando o isolamento de emergência foi 
iniciado já era tarde demais; Sistema de água de incêndio do terminal foi 
desativado na explosão inicial (falha também percebida no Layout). Também os 
sistemas de pulverização de água foram insuficientes; Falha no Controle de 
Emergência foi evidenciada pelo plano de emergência local e pelo acesso de 
veículos de emergência. Ambas ineficazes. Dificultando a chegada dos serviços de 
emergência agravada pela população em fuga. 
As Consequências 
Após as explosões, a sociedade mexicana exigiu saber o que tinha acontecido 
em San Juan Ixhuatepec. A PEMEX emitiu uma declaração culpando UNIGAS Co. 
que tinha uma instalação de armazenamento ao lado da fábrica. Eles disseram que 
uma explosão em um caminhão-tanque de gás de descarga na fábrica UNIGAS 
tinha produzido a catástrofe. Evidências apontam a origem o desastre na fábrica 
PEMEX. Operários da PEMEX que sobreviveram ao desastre disseram que um 
vazamento de gás foi detectado, mas nada poderia ser feito, pois foi detectado 
tarde demais. 
Lições Aprendidas 
Localização de estabelecimentos que apresentam riscos de acidentes grave. 
O grande número de mortos e feridos teve sua origem na proximidade de 
habitação para a unidade de armazenamento. Apesar de ser construído e 
desenvolvido no local foi crescendo fora de controlar o número de casas na 
vizinhança. Sistemas de distribuição e proteção de parques de armazenamento de 
GLP grandes. A destruição quase total das instalações ocorrido por causa de falhas 
nos sistemas de proteção de depósitos, incluindo a distribuição adequada, de 
isolamento e sistemas de sombreamento de emergência água de refrigeração. 
Além disso, os suportes das esferas e cilindros não estavam protegidos 
termicamente contra incêndio. 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
51 
 Acidente de Chernobyl 
A cidade de Chernobyl, na Ucrânia, ainda guarda as marcas da explosão do 
reator 4, que espalhou radiação pelo país e pelos territórios vizinhos em 26 de abril 
de 1986. Na época, a usina era responsável pela produção de cerca de 10% da 
energia utilizada na Ucrânia. Com quatro reatores e mais dois em construção, 
Chernobyl era um símbolo do avanço da União Soviética. 
No ano de 1986, os operadores da usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, 
realizaram um experimento com o reator 4. A intenção inicial era observar o 
comportamento do reator nuclear quando utilizado com baixos níveis de energia. 
Contudo, para que o teste fosse possível, os responsáveis pela unidade teriam que 
quebrar o cumprimento de uma série de regras de segurança indispensáveis. Foi 
nesse momento que uma enorme tragédia nuclear se desenhou no Leste Europeu. 
As causas da tragédia nuclear ainda são motivo de discussão, alguns 
especialistas apontam erros humanos, enquanto outros avaliam erros no projeto, a 
razão mais aceita é a união das duas falhas. No dia da explosão estava agendado 
um procedimento de rotina no reator 4, ele seria desligado e os responsáveis 
aproveitaram para fazer um teste, um problema de resfriamento fez com que o 
teste terminasse de forma trágica. O acidente lançou 70 toneladas de urânio e 900 
de grafite na atmosfera. 
Após a explosão, milhares de trabalhadores foram enviados ao local para 
combater as chamas e garantir o resfriamento do reator. Conhecidos como 
“liquidadores”, esses homens perderam a vida no combate ao incêndio. Na 
segunda etapa, para conter a radiação, trabalhadores sem equipamento adequado 
passaram seis meses construindo uma estrutura de isolamento, o “sarcófago”. O 
alto nível de radiação afetou as regiões no entorno da usina, chegando a uma área 
de 100 mil km2. A cidade que abrigava os trabalhadores de Chernobyl era Prypiat, 
construída para essa função em 1970. A orientação para deixar as casas só veio 30 
horas depois do acidente, os habitantes tiveram 40 minutos para pegar os itens de 
maior necessidade e sair da cidade. Eles foram avisados que poderiam voltar em 
três dias. A área, porém, passou a fazer parte da zona de exclusão estabelecida no 
entorno da usina e Prypiat virou uma cidade fantasma. 
Análise e Investigação de Acidentes Ambientais 
 
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Os soviéticos tentaram esconder o acidente, mas os níveis de radiação foram 
detectados em outros países. A primeira notícia sobre a explosão saiu no dia 29, na 
Alemanha, três dias depois do ocorrido. A usina

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