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Provas Identificação e Isolamento de Bacilos Gram negativos 1. Plaqueamento Seletivo - Técnica: Para o isolamento de Escherichia coli - Diluição da amostra: leite, ração, fezes e água; - Colocar 10g ou 10 ml da amostra em 90 ml de solução salina esterilizada, obtendo diluição 10-1, em um Erlenmeyer previamente esterilizado e agitar bem; -Inocular em placas de agar Eosina azul de metileno (EMB) ou Agar Mac Conkey, por "esgotamento". - Colocar as placas de Petri já inoculadas na estufa bacteriológica a 37oC durante 24 e 48 horas; Observar as colônias que cresceram, observar o tipo e cor da colônia e realizar um Gram para ver a forma, agrupação e Gram das bactérias presentes. O EMB é um meio seletivo para Enterobactérias permitindo o crescimento de bactérias Gram ( -). A Salmonella por não fermentar a lactose produz colônias incolores quase transparentes, pequenas como gotas de orvalho já a Escherichia coli produz neste meio, colônias de cor azuladas com viso verde metálico de mais ou menos 2-3mm de diâmetro e outras bactérias entéricas, produzem colônias cor de rosa cremosa. Etapa de isolamento bacteriano a partir de espécies clínico, utilizando meios seletivo-indicadores como o Agar EMB. Neste meio as bactérias Gram positivas são inibidas pela presença de eosina e azul de metileno. As bactérias Gram negativas fermentadoras de lactose ( LAC + ) apresentam-se como colônias rosa-avermelhadas com ou sem centro negro, enquanto as não-fermentadoras ( LAC -) formam colônias transparentes. O meio de Mac Conkey, também seletivo para Enterobactérias, baseia-se na fermentação da lactose. As colônias fermentadoras provocam uma queda do pH e absorvem o vermelho neutro adquirindo coloração "pink". As não fermentadoras permanecem translucidas ou incolores. LEITURA Mak Conkey: Colônias lactose-positiva (Lac. +) : degradação ( fermentação ) da lactose com acidificação do meio que produzirá colônias de cor rosa com halo central mais claro. Ex.: E. coli, Klebsiella, Enterobacter. Colônias lactose-negativa (Lac. -): não utilização da lactose, formação de colônias incolores e transparentes. As colônias assumem a coloração do meio, que se apresentará um pouco alterado, devido a utilização dos outros componentes ( só não utilizará a lactose) . Ex.:Proteus, Salmonella, Shigella. 2. Triagem - PROVAS BIOQUÍMICAS UTILIZADAS NA IDENTIFICAÇÃO DE BACTÉRIAS METABOLISMO DE CARBOIDRATOS 1- Fermentação de carboidratos: Algumas bactérias são capazes de hidrolizar os carboidratos (dissacarídeos até glicose), e metabolizar a glicose até ácidos (com ou sem liberação de gás) e/ou álcoois. Carboidrato ( manitol, sacarose, lactose, etc. ) � glicose �ác. Pirúvico � ácidos, álcoois e gases. Meio utilizado: meio de cultura indicador que contém: caldo simples + carboidrato + indicador de pH (indicador de Andrade ) + tubo de Durhan. TÉCNICA: a) repicar o microrganismo já isolado para o meio contendo o carboidrato e incubar em estufa a 37°C por 24 horas. b) Leitura: observar se houve produção de ácidos(viragem da cor do meio) com ou sem produção de gás (formação de bolha no interior do tubo de Durhan). 2- Prova do citrato: Muitas bactérias são capazes de utilizar ocitrato (ác. orgânico do ciclo de Krebs) como fonte de carbono . A enzima que cataliza a clivagem do citrato recebe várias denominações, dentre elas, citratoliase e citrilase. Os produtos de clivagem são acetato e oxaloacetato,este último sendo subseqüentemente convertido em Piruvato e CO2 ,por uma oxalacetato descarboxilase. O Piruvato é utilizado pela célula ( para seu metabolismo ) e o CO2 é liberado no meio de cultura. O CO2 liberado reage então com o sódio ( proveniente do sal citrato de sódio incorporado na composição do meio de cultura ), formando carbonato de sódio ( composto alcalino ), que promove a viragem da cor do meio, devido a alcalinização. Meio utilizado: Citrato de Sódio + H2O + Indicador de pH ( azul de bromotimol ). O pH final do meio após preparo: 6.8 . Indicador de pH: azul de bromotimol: verde em meio ligeiramente ácido ( 6.8 ) e azul em pH acima de 7,6. Técnica: repicar o microrganismo já isolado no meio do citrato e incubar na estufa a 37° C por 24 horas. Leitura: - teste positivo: meio de cultura azul (a bactéria utilizou o citrato, liberando CO2,) - teste negativo: meio inalterado ( verde ): bactéria não utilizou o citrato. METABOLISMO DE PROTEÍNAS A decomposição de proteínas ( liberação de aminoácidos ) conduz à produção de substâncias pútridas (de mal cheiro) como: H2S, Indol e escatol e etc. Neste experimento, observaremos a utilização ou não de certos aminoácidos pelas bactérias ( necessários ao seu metabolismo), através da detecção da presença de substâncias pútridas. Meio de cultura utilizado: Meio SIM. ( S=sulfeto; I=indol; M=motilidade ) Composição: peptona (proteína que serve como fonte de tryptofano e cistina), sal de metal pesado (sal de ferro ou chumbo), água e ágar. TÉCNICA: Semear com agulha ( picada até + ou - 1/3 do tubo )a bactéria já isolada para o meio SIM. Incubar em estufa a 37ºC por 24 horas. Após incubação, adicionar de 3a 5 gotas do reativo de Kovacs e proceder a leitura. FUNDAMENTO: 1- Produção de Indol: degradação do tryptofano Ác. pirúvico: utilizado pelo metabolismo da bactéria. Indol: liberado no meio de cultura. Adicionar após incubação, de 3 a 5 gotas do reativo de Kovacs ( solução de paradimetilaminobenzaldeido ). Se houver liberação de indol, formar-se- á um anel vermelho ( composto denominado rosindol) Resultado: - Indol positivo: anel vermelho - Indol negativo: não utilização do tryptofano. Presença de anel amarelo (cor do reativo de Kovacs) 2- Produção de H2S: Cistina: aminoácido que contém enxofre (S). Degradação da cistina com liberação de H2S. Ác. pirúvico; utilizado no metabolismo da bactéria. H2S: liberado no meio de cultura. O H2S liberado combina-se com o sal de ferro ou chumbo, dando como resultado um precipitado de cor negra. Resultado: - H2S positivo: precipitado preto - H2S negativo: sem precipitado 3- OUTRAS PROVAS BIOQUÍMICAS Conjunto de provas bioquímicas realizadas simultaneamente em 1 ou 2 meios, permitindo uma diferenciação inicial dos isolamentos e direcionamento da contaminação bioquímica. Quando realizada em meio TSI, podemos observar: - Fermentação de glicose e produção de gás -Fermentação de lactose e/ou sacarose -Produção de H2S Bactérias que utilizam apenas glicose provocam acidificação (de coloração amarela) apenas na base, permanecendo o ápice alcalino (de cor avermelhada). Bactérias fermentadoras de lactose e/ou sacarose acidificam todo o meio. A formação de gás é evidenciada pelo rompimento ou descolamento do meio. A produção de H2S se manifesta pelo escurecimento do meio. 3. Confirmação Bioquímica Conjunto de provas necessárias para a identificação bioquímica das colônias suspeitas. Algumas dessas provas estão descritas abaixo: a. Fermentação de Carboidratos: glicose, lactose, manitol, sacarose. A utilização dos carboidratos leva à formação de ácidos, com viragem do indicador (vermelho de fenol) para cor amarela. A partir da glicose podemos observar também a produção ou não de gás (CO2, H2) no interior do tubo de Durham. A inoculação é realizada a partir de cultura bacteriana overnight (+/-18h) em Agar. Incubar por 24 horas a 37ºC. Leitura: - cor amarelada = + (positivo) - sem alteração= -(negativo) b. VM: Verifica a ocorrência de fermentação ácido-mista ( glicose→ ácidos estáveis). Meio: Clark & Lubs. Inoculação: idem ao item a. Apósincubação ( 48 h ), adicionar 3 –5 gotas do reativo de VM ( vermelho de metila→ alcalino = amarelo pálido / ácido = vermelho). Leitura: Cor vermelha = + Cor amarela = - c. VP( Voges & Proskauer ): verifica a ocorrência de fermentação acetoínica (glicose→acetoína). Meio: Clark & Lubs (meio glicosado e tamponado).Inoculação: idem ao itema. Após inoculação (48 h), adicionar os reativos: VP I (Barrit I): alfa-naftol (0,6 mL) VP II ( Barrit II): KOH 40% (0,2 mL) Leitura (após 10 –15 minutos):*observar o aparecimento de anel vermelhos na superfície do tubo (resultado positivo) *sem alteração: resultado negativo d. Citrato: verifica a utilização do citrato como única fonte de carbono. Meio: Citrato de Simmon. Inoculação: idem ao item a. Leitura: meio azulado = + meio sem crescimento = - e. Indol: verifica a produção de triptofane, que quebra triptofano, liberando indol, este é revelado com o reativo de Kovacs, observa-se a formação de um anel escarlate na superfície do meio. Meio: Caldo semi-sólido (SIM). Inoculação: idem ao item a. após a inoculação, adicionar 5 gotas do Reativo de Kovacs. Leitura: sem alteração = - cor rosa = + f. Mobilidade: verifica se a bactéria é móvel ou imóvel. meio: Agar semi-sólido (SIM). Inoculação: utilizar agulha bacteriológica, fazendo uma picada central até ¾ da profundidade do tubo. Leitura: crescimento fora do local da picada = + (móvel) crescimento somente ao redor da picada = -(imóvel) g. Nitrato: verifica a capacidade de redução do nitrato ( NO3) à nitrito (NO2).Inoculação: idem ao item a. Após incubação, adicionar 3 a 5 gotas dos reativos: Nitrato A: alfa naftilamina Nitrato B: ácido sulfanílico Leitura: cor vermelha (violácea, escarlate) = + (liberação de NH3 - Amônia) sem alteração = - h. Uréia: meio contendo uréia para verificar a produção da enzima uréase. Inoculação : idem ao item a. Leitura: cor vermelha (violácea, escarlate) = + (liberação de NH3 – Amônia) sem alteração = -
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