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GESTÃO FINANCEIRA E CONTROLADORIA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS Tatiane Antonovz ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 1 Prezado aluno, Esta apostila é a versão estática, em formato .pdf, da disciplina online e contém todas as informações necessárias a quem deseja fazer uma leitura mais linear do conteúdo. Os termos e as expressões destacadas de laranja são definidos ao final da apostila em um conjunto organizado de texto denominado NOTAS. Nele, você encontrará explicações detalhadas, exemplos, biografias ou comentários a respeito de cada item. Além disso, há três caixas de destaque ao longo do conteúdo. A caixa de atenção é usada para enfatizar questões importantes e implica um momento de pausa para reflexão. Trata-se de pequenos trechos evidenciados devido a seu valor em relação à temática principal em discussão. A galeria de vídeos, por sua vez, aponta as produções audiovisuais que você deve assistir no ambiente online – aquelas que o ajudarão a refletir, de forma mais específica, sobre determinado conceito ou sobre algum tema abordado na disciplina. Se você quiser, poderá usar o QR Code para acessar essas produções audiovisuais, diretamente, a partir de seu dispositivo móvel. Por fim, na caixa de Aprenda mais, você encontrará indicações de materiais complementares – tais como obras renomadas da área de estudo, pesquisas, artigos, links etc. – para enriquecer seu conhecimento. Aliados ao conteúdo da disciplina, todos esses elementos foram planejados e organizados para tornar a aula mais interativa e servem de apoio a seu aprendizado! Bons estudos! ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 2 Análise das demonstrações contábeis e financeiras - Apostila Apresentação Esta disciplina tem papel decisivo para o entendimento das finanças de uma forma geral e para a formação do perfil do aluno MBA em Gestão Financeira e Controladoria, uma vez que apresenta conceitos cruciais que farão parte do seu dia a dia. Definiremos as demonstrações contábeis que são de caráter obrigatório e entenderemos suas funções para a disciplina. Apresentaremos os conceitos e tipos de análises, bem como os perfis de interessados nessas informações. Serão demonstrados os diversos tipos de índices e, de forma prática, como estes auxiliam no processo de gestão, além de entender como o impacto das informações pode auxiliar na continuidade das empresas e enriquecer o controller. Sendo assim, esta disciplina tem como objetivos: 1. 1. Definir as demonstrações contábeis e financeiras; 2. 2. Apontar as técnicas e índices utilizados para a análise das demonstrações contábeis; 3. Demonstrar a importância da análise dentro do processo de gestão. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 3 Aula 1: Demonstrações contábeis obrigatórias Introdução Você conhece a importância das demonstrações contábeis? As demonstrações servem para conhecermos suas informações e, assim, compreendermos cada uma das análises e índices. Os conceitos iniciais que estudaremos são relativos ao balanço e a seus principais grupos, cuja demonstração possui grande importância na análise, porque demonstra os aspectos financeiros e patrimoniais das empresas, tanto quantitativos quanto qualitativos. A Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados é uma importante ligação do Balanço com a Demonstração do Resultado do Exercício, que irá apresentar o conceito econômico da contabilidade, ou seja, a geração de resultado pelo confronto de receitas e despesas. A Lei nº 11.638/07 introduziu como obrigatória a Demonstração dos Fluxos de Caixa e fornece importantes informações do ponto de vista gerencial, assim como o conceito da Demonstração do Valor Adicionado, que irá demonstrar como foi distribuída a riqueza da empresa. Objetivo: 1. Definir as principais demonstrações contábeis obrigatórias; 2. Desenvolver seu conhecimento no tipo de informação fornecida pelas demonstrações contábeis. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 4 Conteúdo Conhecendo as demonstrações contábeis Em um primeiro momento, é preciso compreender as demonstrações contábeis que são elaboradas e publicadas no contexto brasileiro e de que forma elas serão úteis na Análise das Demonstrações Financeiras. No Brasil, as demonstrações financeiras obrigatórias são apresentadas pela Lei nº 6.404/76. Vejamos: Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: I. Balanço Patrimonial; II. Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados; III. Demonstração do Resultado do Exercício; IV. Demonstração dos Fluxos de Caixa e (redação dada pela Lei nº 11.638, de 2007); V. Se companhia aberta, demonstração do Valor Adicionado(incluído pela Lei nº 11.638, de 2007). Para acessar a Lei n° 6.404/76 na íntegra, visite o site do Planalto em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm. Integração entre as demonstrações financeiras Agora, começaremos a compreender mais profundamente a integração entre as demonstrações financeiras obrigatórias e as informações que podem ser obtidas com a análise de cada uma delas. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 5 Essas demonstrações representam o conjunto de informações sobre a empresa e mediante a sua interpretação será possível compreender sobre a efetiva situação da empresa, ou seja, poderão ser entendidos aspectos ligados: • À liquidez; • Ao desempenho • À composição do patrimônio Balanço Patrimonial Você sabe o que é o Balanço Patrimonial? Esse balanço é uma demonstração que apresenta tanto o aspecto patrimonial da empresa quanto o aspecto financeiro. Nesse sentido, entendemos que essa demonstração nos oferece dois tipos de informação: Qualitativa Ao apresentar os elementos patrimoniais de acordo com a sua natureza, temos os bens (caixa, móveis, veículos), direitos (clientes) e obrigações (fornecedores). Quantitativa O aspecto quantitativo está ligado à mensuração desses elementos, ou seja, o valor dos bens, direitos e obrigações em moeda corrente. Objetivo das demonstrações do Balanço Patrimonial A partir de agora, vamos conhecer detalhadamente qual o objetivo de cada uma das demonstrações do Balanço Patrimonial. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 6 É importante que possamos compreender que tipo de informação cada uma fornece, de que forma estão organizadas e como serão utilizadas posteriormente na análise das demonstrações contábeis. Você sabe quais são essas demonstrações? Trataremos sobre cada uma delas a seguir. Demonstrações do Balanço Patrimonial Antes de começarmos a detalhar as demonstrações do balanço patrimonial, precisamos conhecê-las. Para isso, vejamos como ficou o Balanço, com as devidas alterações na Lei nº 6.404/76, promovidas pelas Leis nº 11.638/07 e nº 11.641/09: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 7 Atenção O Balanço Patrimonial apresentará suas contas segundo os elementos do patrimônio que registrem bens, direitos ou obrigações. Isso visa, basicamente, facilitar tanto o conhecimento quanto a análise da situação financeira da empresa. A partir de agora, compreenderemos as contas dispostas no balanço. Essa disposição é extremamente importante para a assimilação dos conceitos de alguns índices e de sua correta interpretação e aplicação. Ativos As contas do ativo estão dispostas em ordem decrescentedo grau de liquidez. Isso porque a liquidez é a facilidade de se transformar um recurso em dinheiro, ou seja, as primeiras contas são aquelas que já são dinheiro (caixa e bancos), seguidas por contas que serão convertidas, em breve, em dinheiro. Essas contas podem ser divididas em: Ativo Circulante Ativo Não Circulante Trataremos de cada um deles a seguir. Ativo Circulante O que é Ativo Circulante? Ativo circulante é o dinheiro que a empresa possui em seu caixa mais os recursos que podem ser transformados em dinheiro em curto prazo. Lembrando que, ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 8 normalmente, nas empresas, curto prazo é tudo aquilo que irá se realizar em até 1 ano. Alguns exemplos de Ativos Circulantes são: estoques, contas a receber, aplicações financeiras. De acordo com a Lei nº 6.404/76, podemos definir Ativo Circulante da seguinte forma: Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: I. No ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subsequente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte. O Ativo Circulante apresenta as Disponibilidades da empresa, ou seja, o que a empresa usará para liquidar as suas obrigações, dividido em grupos. São eles: Grupo de caixa, bancos e aplicações de liquidez imediata. Grupo dos Direitos ou Direitos Realizáveis, representados por Clientes. Nesse caso, os valores ainda não foram convertidos em dinheiro, por isso não são bens e sim direitos contra os clientes, que, por sua vez, têm a obrigação de pagar. Grupo de Estoques, que são os produtos comercializados pela empresa. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 9 Grupo de Despesas Pagas Antecipadamente, caracterizado por direitos de utilização de seguros, assinaturas de jornais e revistas, pagamento antecipado de aluguéis, ou seja, são valores que ainda não foram efetivamente consumidos, por isso não podem ser reconhecidos no resultado. Um aspecto que influencia tanto na classificação patrimonial quanto na análise das demonstrações contábeis é o fato de que algumas empresas possuem ciclo operacional maior que a duração do exercício social (que inicia no primeiro dia do ano e acaba no último dia). Nesse caso, a classificação de Circulante ou Longo Prazo será baseada nesse ciclo. Ativo Não Circulante O que é Ativo Não Circulante? Os Ativos Não Circulantes são os bens de permanência duradoura destinados ao funcionamento da empresa bem como aos direitos exercidos com essa finalidade. Tais direitos e bens serão transformados em dinheiro a longo prazo. De acordo com a Lei nº 6.404/76, o Ativo Não Circulante apresenta a seguinte configuração: Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: I. No ativo realizável em longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo 243), diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia; II. Em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa; ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 10 III. No ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens; (Redação dada pela lei 11.638, de 2007); IV. (Revogado pela lei 11.941, de 2009); V. No intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. (Incluído pela lei 11.638, de 2007). No Ativo Não Circulante, dentro do Ativo Realizável em Longo Prazo, podemos encontrar: As Duplicatas a Receber em Longo Prazo. Outros tipos de títulos que terão a sua realização, ou seja, serão recebidos após o término do exercício seguinte. Adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas, controladas e acionistas. – Essas operações independem de prazo e não estão ligadas aos negócios usuais de objeto principal da empresa. Investimentos – Apresentam elementos como terrenos, obras de arte, investimentos permanentes em coligadas e controladas. Imobilizado – Congrega bens corpóreos que estão ligados à manutenção das atividades da empresa, como: móveis e utensílios, veículos, máquinas e equipamentos. Intangível – A partir da publicação da lei 11.638/07 passou a fazer parte do balanço patrimonial e destina-se aos bens incorpóreos, como marcas e patentes, fórmulas, goodwill. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 11 Passivo No passivo, a ordem de classificação dos elementos é a decrescente do grau de exigibilidade. Suas contas podem ser divididas em: Passivo Circulante Estão representadas as obrigações da empresa:• Dívidas com fornecedores; • Obrigações financeiras em geral; • Obrigações trabalhistas e fiscais; • Obrigações com os sócios (na forma de dividendos, por exemplo), provisões, entre outras obrigações. Passivo Não Circulante Apresenta as obrigações que tiverem vencimento após o término do exercício seguinte, lembrando que vale a definição de ciclo operacional disposta na lei 6.404/76. Exemplo: duplicatas a pagar de longo prazo, empréstimos. Patrimônio Líquido Conhecido como Riqueza Líquida ou Capital Próprio, é o grupo que corresponde efetivamente aos recursos originários dos sócios, assim como se refere aos aumentos e diminuições (na forma de lucros ou prejuízos) alcançados pela empresa no decorrer de sua atividade. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 12 Mudanças no Balanço Patrimonial Agora, é importante que você entenda algumas mudanças que ocorreram no balanço e que impactam nos conceitos, assim como nas análises que serão efetuadas posteriormente. Apresentação de grupos O Balanço, até o ano de 2007, apresentava alguns grupos como: • Diferido; • Resultados de Exercícios Futuros; • Conta Lucros Acumulados ainda fazia parte do Patrimônio Líquido. No entanto, algumas mudanças aconteceram não só com essa demonstração, mas com a contabilidade como um todo. Promulgação da Lei nº 11.638 Segundo Assaf Neto e Lima (2014), em 2007, houve a promulgação da Lei nº 11.638, que teve como principal objetivo adequar os padrões contábeis conhecidos e seguidos no Brasil aos padrões internacionais, para fornecer informações financeiras mais detalhadas e principalmente, mais transparentes aos investidores de mercado. A harmonização contábil foi bastante importante, pois permitiu que os balanços se adequassem aos padrões internacionais, o que levou a uma maior facilidade de avaliação dessas demonstrações em um conceito internacional, facilitando, o acesso de empresas brasileiras ao mercado externo. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 13 Dessa forma, os custos de captação foram reduzidos, pois esse dinheiro era mais barato que aquele proveniente de empréstimos captados dentro do país. Assim, buscou-se deixar a contabilidade brasileira mais próxima do mercado, principalmente do internacional. Padronização das demonstrações financeiras Balanços de companhias brasileiras devem seguir padrões internacionais, que são mais próximos do padrão seguido na Europa, conhecidos pela sigla IFRS (InternacionalFinancial Reporting Standards) ou Padrões Internacionais de Relatórios Financeiros. Essas normas são formadas por um conjunto de princípios adotados pela comunidade europeia em 2005, e posteriormente por outros países, para padronizar as demonstrações financeiras (ASSAF NETO; LIMA, 2014). Substituição da DOAR A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) foi substituída pela Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), que demonstra, de uma melhor forma, os fluxos de dinheiro na empresa (ASSAF NETO; LIMA, 2014). Elaboração e a apresentação da DVA Foi instituída a elaboração e a apresentação da Demonstração do Valor Adicionado (DVA), que detalha como a riqueza da entidade é gerada e distribuída (ASSAF NETO; LIMA, 2014). Atenção Diante das mudanças que acabamos de ver, foi possível compreender o balanço patrimonial e sua configuração, bem como a questão das mudanças tanto nessa demonstração quanto na contabilidade como um todo, em virtude das atualizações ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 14 societárias feitas por causa da internacionalização da contabilidade. Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados – DLPA Você viu anteriormente que não existe mais a conta de Lucros Acumulados dentro do Patrimônio Líquido, e que isso foi uma mudança que ocorreu na internacionalização da contabilidade. Nesse contexto, outra demonstração importante a ser conhecida é a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL). Vejamos o esquema a seguir, a fim de entendermos melhor o funcionamento dessa demonstração: DMPL A DMPL não é exigida no aspecto societário (o que aparece é a DLPA), mas é uma demonstração mais abrangente e que fornece mais informações para a análise da empresa em geral, ao apresentar toda a movimentação do Patrimônio Líquido, e não só a distribuição do lucro que ocorre na DLPA. Complementação das informações fornecidas pelo Balanço Patrimonial e pela Demonstração do Resultado do Exercício A DMPL contém, em uma de suas colunas, a DLPA, e é importante para o processo decisório, pois complementa as informações fornecidas pelo Balanço Patrimonial e pela Demonstração do Resultado do Exercício. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 15 Integração da DLPA à DMPL Vamos, então, detalhar como funciona a integração da DLPA à DMPL para que você entenda como esse conceito é utilizado na análise da empresa. A estrutura básica da DLPA é a seguinte: (=) Saldo Inicial de Lucros Acumulados (+-) Ajustes de exercícios anteriores (+-) Efeitos de mudanças de critérios contábeis (+-) Retificação de erro de exercícios anteriores (-) Parcela do lucro incorporada ao Capital Social (+) Reversão de reservas (+) Lucro Líquido do Exercício (=) Saldo disponível para a administração (-) Reserva Legal (-) Reserva Estatutária (-) Reserva para Contingências (-) Reserva de Lucros para Expansão (-) Reserva para Lucros a Realizar (-) Dividendos a Distribuir (=) Saldo final de Lucros Acumulados Você compreendeu a importância dessa demonstração dentro da contabilidade, principalmente depois das alterações na legislação societária com a necessidade de distribuição do lucro do período? Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido – DMPL A DLPA, que faz parte da DMPL, liga justamente a Demonstração do Resultado do Exercício ao Balanço, uma vez que o lucro apresentado na DRE deve ser distribuído de acordo com as contas da DLPA, lembrando que estas podem variar de empresa para empresa. Veja, a seguir, um modelo de DMPL: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 16 Note que a coluna da DLPA (Lucros/Prejuízos acumulados) foi destacada. Ela é importante quando utilizada em análises, pois permite a observação das modificações ocorridas no Patrimônio Líquido, que é o grupo que representa o capital próprio, ou seja, os sócios ou acionistas. Atenção A DMPL não é obrigatória de acordo com o aspecto societário (Lei nº 6.404/76), entretanto é exigida pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que regulamenta o mercado de ações (sociedades anônimas de capital aberto) e também faz parte das demonstrações exigidas pela Comissão de Pronunciamentos Contábeis (CPC). Demonstração do Resultado do Exercício – DRE Até aqui, tratamos e compreendemos os seguintes conceitos: Balanço Patrimonial Demonstra a situação financeira das empresas. DLPA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 17 Apresenta a ligação entre o Balanço e a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). Atente para esta expressão em destaque. Você sabe o que ela significa? A seguir, definiremos essa demonstração e trataremos de sua importância para a Análise das Demonstrações. A DRE apresenta a seguinte estrutura: Receita Bruta de Vendas ou Receita Operacional Bruta (-) Deduções da Receita Bruta (=) Receita Líquida de vendas ou receita operacional líquida (-) Custo das Mercadorias Vendidas/ Produtos Vendidos/ Serviços Prestados (=) Resultado Operacional Bruto (-) Despesas com vendas (-) Despesas gerais e administrativas (-) Outras despesas operacionais (+) Outras receitas operacionais (-) Despesas financeiras (+) Receitas Financeiras (=) Resultado Operacional Líquido (+) Outras Receitas (-) Outras Despesas (=) Resultado antes dos tributos (-) CSLL (-) IRPJ (=) Resultado do exercício após CSLL/IRPJ (-) Participações societárias sobre o Lucro (=) Resultado Líquido do Exercício (=) Lucro/Prejuízo por ação ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 18 A DRE apresenta então, o confronto das Receitas, Custos e Despesas e evidencia o resultado do período, que pode ser representado por lucro e prejuízo. Diferença entre Balanço Patrimonial e DRE Você sabe quais são as diferenças entre a DRE e o Balanço Patrimonial? O entendimento dessas duas demonstrações se faz muito importante para o início da análise das demonstrações uma vez que é preciso compreender que o resultado econômico nem sempre se reflete em financeiro, o que será melhor entendido na Demonstração de Fluxo de Caixa. Estudemos, a seguir, essa demonstração. Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) tornou-se obrigatória com a Lei nº 11.638/7 para as sociedades anônimas de capital aberto e para aquelas com Patrimônio Líquido superior a 2 milhões de reais na data de encerramento do balanço. De forma resumida, mostra os pagamentos e recebimentos que passaram por caixa e equivalentes de caixa (engloba também o conceito de bancos e aplicações de liquidez de curto prazo). Divide-se nos seguintes grupos que permite entender todas as atividades da empresa: Fluxo de caixa das operações Relaciona-se tanto com a produção quanto com a entrega de bens e serviços, sendo que as entradas de recursos são representadas por recebimento na venda ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 19 de bens e serviços e as saídas estão relacionadas aos pagamentos de fornecedores, salários, impostos, e outras contas que sejam necessárias para a atividade operacional da empresa. Fluxo de caixa das atividades de financiamento Atividades ligadas a empréstimos e financiamentos. Incluem recebimentos de empréstimos e demais entradas de recursos financeiros e as saídas são caracterizadas por pagamentos de dividendos. Fluxo de caixa das atividades de investimento Representado pelas atividades de investimentos relacionados aos aumentos ou diminuições de ativos utilizados na produção de bens e serviços. A DFC pode ser elaborada tanto pelo método direto, que parte da movimentação direta de caixa e equivalentes de caixa,demonstrando os itens que entraram e saíram dessas contas, quanto pelo método indireto, a partir do resultado. Demonstração do Valor Adicionado – DVA A Demonstração do Valor Adicionado passou a ser exigida para as sociedades anônimas de capital aberto. Essa demonstração informa o valor da riqueza gerada pela empresa e como é distribuída entre os entes. A DVA parte da DRE e uma se diferencia da outra no sentido de sua apresentação. Vejamos: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 20 Aprenda Mais Para saber mais sobre contabilidade, clique nos links a seguir: • Objetivo da contabilidade: http://www.youtube.com/watch?v=dP- f6jXH6rk&list=TLlJrpVCzaWhrvNTuAA8pykgcm9rDB-ZiO; • Demonstrações contábeis: http://www.youtube.com/watch?v=M4-QHz-66Aw; • Portal de contabilidade: http://www.portaldecontabilidade.com.br/temat icas/demonstracoescontabeis.htm. Referências ASSAF NETO, A.; LIMA, F. G. Curso de administração financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2014. BRASIL. Lei 6.404, de 15 de Dezembro de 1976. Dispõe sobre as sociedades por ações. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm. Acesso em: 28 ago. 2014. ______. Lei 11.638, de 28 de Dezembro de 2007. Altera e revoga dispositivos da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007- 2010/2007/lei/l11638.htm. Acesso em: 28 ago. 2014. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 21 _______. Lei 11.941, de 27 de maio de 2009. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007- 2010/2009/lei/l11941.htm. Acesso em: 28 ago. 2014. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 22 Exercícios de fixação Questão 1 De acordo com a legislação fiscal vigente qual é o conjunto de demonstrações contábeis que deverão ser elaboradas e apresentadas? a) Balanço Patrimonial, DRE, DMPL, DFC e DVA. b) Balanço Patrimonial, DRE, DMPL e DLPA, DFC e DVA. c) Balanço Patrimonial, DRE, DLPA, DFC e DVA. d) Balanço Patrimonial, DRE, DMPL, DOAR e DVA. e) Balanço Patrimonial, DR, DLPA, DFC e DVA. Questão 2 O Balanço Patrimonial é uma das demonstrações exigidas na legislação societária e possui papel fundamental dentro da contabilidade. Que tipo de informação pode ser obtido com sua análise? a) Econômica e financeira. b) Financeira e econômica. c) Patrimonial e econômica. d) Tributária e econômica. e) Financeira e patrimonial. Questão 3 As contas contábeis estão dispostas no Balanço para o melhor entendimento das origens e aplicações dos recursos. Quanto ao grau de liquidez do Ativo e exigibilidade do Passivo como estão classificados os elementos no Balanço Patrimonial? ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 23 a) Liquidez decrescente e exigibilidade decrescente. b) Realização decrescente e exigibilidade decrescente. c) Liquidez crescente e exigibilidade crescente. d) Liquidez decrescente e realização decrescente. e) Realização crescente e liquidez crescente. Questão 4 O entendimento do ciclo operacional é extremamente importante para a Análise das Demonstrações Contábeis. Que tipo de influência esse tipo de análise tem nas demonstrações contábeis? a) Na definição de Circulante e Não Circulante. b) Na definição dos grupos patrimoniais. c) Na definição das contas contábeis. d) Na definição da atividade da empresa. e) Na definição das técnicas de análise. Questão 5 Qual importante demonstração, do ponto de vista societário e que também é utilizada na Análise das Demonstrações Financeiras, passou a ser exigida no lugar da DOAR de acordo com as alterações da lei 6.404/76? a) DVA b) DFC c) DRE d) DRA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 24 e) DMPL Questão 6 As demonstrações contábeis possuem diferentes tipos de informações que são utilizadas por diferentes tipos de usuários. No atual contexto, que demonstração assumiu uma nova responsabilidade e faz a ponte entre a Demonstração do Resultado de Exercícios e o Balanço Patrimonial, mais especificamente falando do grupo do Patrimônio Líquido? a) DMPL b) DLPA c) DFC d) DRE e) DVA Questão 7 Analisando o tipo de informação evidenciada no Balanço Patrimonial e comparando com as informações obtidas na Demonstração do Resultado do Exercício como a informação fornecida pela DRE pode ser conceituada? a) Informação dinâmica e econômica. b) Informação estática e econômica. c) Informação estática e financeira. d) Informação dinâmica e financeira. e) Informação dinâmica e patrimonial. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 25 Questão 8 A diferença entre a informação financeira e a econômica pode ser entendida por uma demonstração contábil em particular. Qual é essa demonstração? a) BP b) DRE c) DMLP d) DLPA e) DFC Questão 9 Na Demonstração de Fluxos de Caixa encontramos três grupos que irão representar as atividades da empresa. O aporte de Capital Social, ou seja, aumento do mesmo com integralização por parte dos sócios pode ser caracterizado em qual grupo da DFC? a) Operacional b) Financiamento c) Patrimoniais d) Investimentos e) Financeiros Questão 10 Outra demonstração que passou a ser exigida com as modificações da Legislação Societária é a Demonstração de Valor Adicionado. Qual o tipo de informação gerada pela empresa consta nessa demonstração? a) Resultado Econômico. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 26 b) Resultado Financeiro. c) Riqueza gerada e distribuída. d) Fluxos de Caixa. e) Informações financeiras e patrimoniais. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 27 Notas CPC: Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Para mais informações sobre CPC, acesse: http://www.cpc.org.br/cpc. CVM: Comissão de Valores Mobiliários Responsável por normatizar e assegurar o bom funcionamento do mercado de bolsa e de balcão brasileiro. Para mais informações sobre a CVM, acesse: http://www.cvm.gov.br/acessoainformacao/. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 28 Chaves de resposta Aula 1 Exercícios de fixação Questão 1 - C Justificativa: De acordo com a lei 6.404/76 e posteriores alterações o conjunto de demonstrações obrigatórias é composto por Balanço Patrimonial, DRE, DLPA, DFC e DVA, lembrando que é DLPA e não DMPL. Questão 2 - E Justificativa: O Balanço Patrimonial fornece informações financeiras e patrimoniais, ou seja, relativas a valores e composição do patrimônio. Questão 3 - A Justificativa: O Ativo possui liquidez decrescente, ou seja, é apresentado de acordo com as contas que possuem maior liquidez no início e menor em seu final; já o passivo possui a exigibilidade decrescente, uma vez que as contas do Passivo Circulante são aquelas que possuem o menor prazo de pagamento. Questão 4 - A Justificativa: A definição de Circulante e Não Circulante tanto para Ativo quanto para Passivo tem como base o ciclo operacional da empresa. Questão 5 - B Justificativa: A DFC passou a ser exigida para as companhias de capital aberto e para aquelas com patrimônio líquido superior a dois milhões na data do encerramento do balanço. Questão 6 - B Justificativa: Com as mudanças na lei 6.404/76, a figura do lucro acumulado não existe mais e assim houve a obrigatoriedade de distribuiçãodesses valores na ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 29 DLPA que irá ligar o lucro do exercício apurado na DRE com os valores constantes, geralmente em reservas, no Balanço Patrimonial. Questão 7 - A Justificativa: A DRE, diferentemente do Balanço Patrimonial, fornece informação dinâmica e econômica, ou seja, relativa à formação do resultado, que pode ser lucro ou prejuízo. Questão 8 - E Justificativa: A DFC é utilizada para explicar, por exemplo, porque as receitas (resultado econômico) não necessariamente se refletem em resultado financeiro (caixa), pois muitas vezes as receitas se convertem em Clientes, ou seja, ainda não foram recebidas. Questão 9 - B Justificativa: De acordo com a organização e o raciocínio da DFC, o Capital Social é considerado uma atividade de financiamento. Questão 10 - C Justificativa: A DVA informa a riqueza gerada e distribuída na entidade durante determinado período de tempo, e tem como base a DRE. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 30 Conteudista Tatiane Antonovz possui Mestrado em Contabilidade pela Universidade Federa do Paraná (UFPR). Graduada em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Atua como docente do Curso de Ciências Contábeis da Faculdade Estácio de Curitiba, ministrando disciplinas como Contabilidade de Custos, Contabilidade Gerencial, Prática Contábil Informatizada, além de orientação em Estágio e Trabalho de Conclusão de Curso. Autora de livros pelas editoras Iesde, Edipro e IBPEX. Possui diversos artigos apresentados e publicados em congressos e periódicos nacionais e internacionais. Professora de disciplinas EaD no Iesde e IBPEX. Experiência na área de controladoria adquirida na ExxonMobil, antiga proprietária da Esso Brasileiro de Petróleo, Mondelez Brasil (Kraft Foods), e escritórios de contabilidade. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6366913720238552. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 1 Prezado aluno, Esta apostila é a versão estática, em formato .pdf, da disciplina online e contém todas as informações necessárias a quem deseja fazer uma leitura mais linear do conteúdo. Os termos e as expressões destacadas de laranja são definidos ao final da apostila em um conjunto organizado de texto denominado NOTAS. Nele, você encontrará explicações detalhadas, exemplos, biografias ou comentários a respeito de cada item. Além disso, há três caixas de destaque ao longo do conteúdo. A caixa de atenção é usada para enfatizar questões importantes e implica um momento de pausa para reflexão. Trata-se de pequenos trechos evidenciados devido a seu valor em relação à temática principal em discussão. A galeria de vídeos, por sua vez, aponta as produções audiovisuais que você deve assistir no ambiente online – aquelas que o ajudarão a refletir, de forma mais específica, sobre determinado conceito ou sobre algum tema abordado na disciplina. Se você quiser, poderá usar o QR Code para acessar essas produções audiovisuais, diretamente, a partir de seu dispositivo móvel. Por fim, na caixa de Aprenda mais, você encontrará indicações de materiais complementares – tais como obras renomadas da área de estudo, pesquisas, artigos, links etc. – para enriquecer seu conhecimento. Aliados ao conteúdo da disciplina, todos esses elementos foram planejados e organizados para tornar a aula mais interativa e servem de apoio a seu aprendizado! Bons estudos! ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 2 Análise das demonstrações contábeis e financeiras - Apostila Aula 2: Análise das demonstrações cont. fin. Introdução Você conheceu os conceitos relativos às demonstrações contábeis e, agora, definiremos o que é a análise das demonstrações, que é um importante ramo das finanças e muito utilizado para a tomada de decisões. Você compreenderá a informação fornecida pelas análises, que pode ser relativa às situações econômica e financeira, em relação ao desempenho e às tendências da empresa, pode evidenciar erros e acertos da administração e outros aspectos utilizados no processo de gestão. Em seguida, você conhecerá a origem da necessidade da análise baseada nas necessidades dos emprestadores de dinheiro e sua crescente preocupação com a liquidez das empresas devedoras. Dessa maneira, identificará os usuários das análises e o tipo de informação que cada um necessita. Objetivo: 1. Esclarecer o que é a análise das demonstrações financeiras; 2. Descrever as principais técnicas e usuários da análise das demonstrações financeiras. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 3 Conteúdo Demonstrações Financeiras Você estudou as primeiras demonstrações e as informações fornecidas para a Análise das Demonstrações Contábeis. Nesta aula, usaremos Análise das Demonstrações Financeiras, mas é comum a utilização das expressões Análise de Demonstrações Contábeis ou Análise de Balanço, para o mesmo tipo de informação. Vejamos o que três renomados autores têm a dizer a respeito dessa Análise: Dante C. Matarazzo Para Matarazzo (2010), a Análise das Demonstrações tem como principal objetivo extrair informações das demonstrações para a tomada de decisões. Alexandre Neto e Fabiano Lima Assaf Neto e Lima (2014) afirmam que a Análise das Demonstrações financeiras é um dos estudos mais importantes do ramo de Finanças Corporativas e desperta um enorme interesse tanto para os administradores internos da empresa quanto para os diversos segmentos de analistas externos. Usuários da informação contábil Diante do posicionamento de Assaf Neto e Lima, visto anteriormente, você deve estar se perguntando o porquê do interesse tanto dos administradores internos da empresa quanto dos diversos segmentos de analistas externos na Análise das Demonstrações Contábeis. Vamos entender a utilização dessa análise para cada público? ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 4 Administradores internos Para esse público, a análise servirá para avaliar o desempenho geral da empresa, ou seja, será possível visualizar os reflexos tanto do passado quanto no presente e no futuro das decisões financeiras tomadas. Analista externo Para o analista externo, a informação apresentará objetivos mais específicos em relação à avaliação do desempenho da empresa e irá variar de acordo com as necessidades do analista. No entanto, Assaf Neto e Lima (2014) afirmam que a análise pode ficar comprometida pela falta de informações relevantes, que só podem ser conseguidas com o acesso de dados internos na empresa. Exemplo: Se o analista externo for um credor, seu interesse será a liquidez e capacidade de pagamento da empresa. Se o analista for um investidor, seu interesse será o Retorno sobre Investimento (ROI) e a criação de valor da empresa. Para o analista externo, a informação apresentará objetivos mais específicos em relação à avaliação do desempenho da empresa e irá variar de acordo com as necessidades do analista. No entanto, Assaf Neto e Lima (2014) afirmam que a análise pode ficar comprometida pela falta de informações relevantes, que só podem ser conseguidas com o acesso de dados internos na empresa. Exemplo: Se o analista externo for um credor, seu interesse será a liquidez e capacidade de pagamento da empresa. Se o analista for um investidor, seu interesse será o Retorno sobre Investimento (ROI) e a criação de valor da empresa. Análise das Demonstrações Financeiras As demonstrações financeiras fornecem uma série de dados sobre as empresas, que são apresentados de acordo com as regras e a legislação societária. A análise das demonstrações é que transformará esses dados em informações pertinentes aos usuários a que se destinam. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEISE FINANCEIRAS 5 Para que seja possível entender melhor essa distinção entre os termos e compreender o efeito dentro da análise das demonstrações financeiras é só pensarmos no Balanço Patrimonial... Ao observarmos o Passivo é possível ver que uma empresa tem um determinado valor de dívidas, o que representa um dado. A conclusão de que essas dívidas são altas demais e que a empresa pode ter algum tipo de dificuldade para pagá-las é considerado uma informação. Atenção Matarazzo (2010) define os dados como números, descrições de objetos ou eventos que, de forma isolada, não oferecem nenhuma reação ao leitor. No entanto, as informações representam, para aqueles que a recebem, uma comunicação que pode produzir algum tipo de reação ou decisão. Fornecimento de informações Diante do que vimos até aqui, entendemos que a análise é caracterizada pelo fornecimento de informações e pode ser entendida pelo esquema a seguir: Com essa sequência, é possível compreender que os fatos ou eventos econômicos e financeiros ocorrem, são reconhecidos e registrados dentro do processo contábil. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 6 A partir deste momento, são apresentadas as demonstrações financeiras, que de forma isolada acabam por fornecer somente dados e mediante à utilização de técnicas de análise de balanços irão ser transformadas em informações financeiras úteis para a tomada de decisões. Dados versus informações É importante compreender a diferença entre a contabilidade que apenas fornece dados e a análise das demonstrações, responsável pelo fornecimento de informações. O contador dará atenção aos registros das operações, ou seja, tudo o que tiver impacto no patrimônio no patrimônio de uma determinada empresa. Vejamos um exemplo na aquisição de uma nova máquina: Primeiramente, o contador faz o registro da compra no imobilizado. Em seguida, o analista das demonstrações financeiras dará atenção ao impacto dessa compra no Ativo Não Circulante da empresa, ao desembolso de capital, se houve captação de recursos por empréstimos e se a empresa terá ou não capacidade de pagar a dívida contraída. Por fim, o analista verificará se a máquina está dando o retorno adequado, entre outros aspectos. Segundo Matarazzo (2010), o produto gerado pela análise das demonstrações financeiras é um relatório escrito, com a utilização de gráficos que auxiliem o entendimento de conclusões mais complexas. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 7 Relatórios Ao contrário das demonstrações financeiras (que são baseadas em leis, normas e princípios) os relatórios devem ter uma linguagem mais simplificada, como se fossem elaborados para leigos, mesmo que não sejam esses os usuários. Isso proporcionará aos gerentes da empresa, gerentes de banco ou gerentes de crédito que têm familiaridade com os relatórios, maior possibilidade de compreender todos os termos utilizados. Matarazzo (2010) apresenta as informações que devem constar nosrelatórios: • Situação financeira; • Situação econômica; • Desempenho; • Eficiência na utilização dos recursos; • Pontos fortes e fracos da empresa; • Tendências e perspectivas da empresa; • Quadro evolutivo da empresa, das demonstrações; • Adequação das fontes às aplicações de recursos; • Causas de possíveis alterações na situação financeira e econômica; • Evidências de erros da administração; • Providências que deveriam ser tomadas e não foram; • Avaliação de alternativas econômico-financeira futuras. Exemplos de relatórios: Vejamos, a seguir, dois exemplos de relatórios – um que apresenta somente dados comparado a outro que apresenta informações úteis para a tomada de decisão: Dado Informação O índice de endividamento é de 220%; isto significa que para cada R$100,00 de capital próprio existem R$220,00 de terceiros. O grau de endividamento da empresa encontra-se em nível razoável, vem crescendo de maneira indesejável, pois há dois anos era considerado bom. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 8 Esse índice mostra um aumento de 10% em relação ao anterior, que já tinha crescido em 1%. Os recursos de terceiros são, predominantemente, de curto prazo (85%). Os índices de liquidez encontrados foram respectivamente: • liquidez geral – 1,25; • liquidez corrente – 1,40; • liquidez seca – 1,01. Isso mostra que a empresa possui mais valores realizáveis que dívidas de curto prazo. A composição do endividamento demonstra um perfil de dívida insatisfatório devido à excessiva participação das obrigações de curto prazo. Já a liquidez da empresa pode ser considerada boa. Dados versus informação Fonte: Adaptado de Matarazzo (2010) Nesse sentido, podemos compreender que, na primeira parte do quadro, foram apresentados somente dados encontrados em demonstrações financeiras, o que, para muitos leitores não serve de nada. Na segunda parte do quadro, na apresentação de um relatório, estão disponibilizadas as informações que podem ser usadas no processo decisório e são entendidas por uma vasta gama de interessados. Processo de análise das demonstrações Você sabe como ocorre o processo de análise das demonstrações? Vejamos a figura a seguir, a fim de entendê-lo melhor: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 9 Observando a figura, percebemos que a análise das demonstrações financeiras é realizada a partir de um esquema organizado, a fim de: • Extrair os índices das demonstrações financeiras; • Comparar os índices com padrões já estabelecidos; • Ponderar as diferentes informações e chegar a um diagnóstico ou conclusões; • Tomar as decisões necessárias. É preciso tomar cuidado se a sequência não for obedecida, pois poderá comprometer a análise das demonstrações. Isso poderá ocorrer por falta de padrões, por não saber construí-los ou interpretá-los. Vejamos uma analogia com outra situação para que você possa compreender esse processo. Nosso exemplo será de uma consulta médica: No caso de realização de exames preliminares, o médico irá tirar a temperatura, pressão, entre outros indicadores. Posteriormente, o médico irá comparar cada resultado com um indicador próprio já estabelecido e depois observará todos os indicadores em conjunto. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 10 Por fim, o médico irá elaborar as conclusões, que serão transmitidas ou não aos pacientes, tomar uma decisão, que pode ser internar o paciente, encaminhá-lo a outro médico ou receitar algum tipo de medicamento. Surgimento da utilização de técnicas de análise Matarazzo (2010) afirma que a análise das demonstrações financeiras surgiu no século XIX, quando os banqueiros americanos passaram a solicitar balanços às empresas tomadoras de empréstimos. O setor bancário sempre foi e continua sendo o principal usuário. Vejamos como ocorreu essa evolução de 1895 até 1915: 1895 Em 9 de fevereiro, o Conselho Executivo da Associação dos bancos no Estado de Nova York recomendou a todos os membros que solicitassem aos contratantes de empréstimos declarações escritas e assinadas de seus ativos e passivos. 1900 A mesma associação divulgou um formulário para pedido de empréstimo que continha um espaço para o Balanço. Dessa forma, com o passar dos anos, foi se desenvolvendo a noção de comparação de diversos itens, e a mais comum da época era a comparação entre o Ativo e o Passivo Circulante. 1913 Outros índices passaram a ser utilizados, como os depósitos bancários comparados com o exigível, o percentual de contas a receber em relação a outros itens do Ativo, assim como a comparação dos estoques com as vendas atuais. 1915 O FederalReserve Board (FED), o Banco Central dos Estados Unidos, passou a exigir o Balanço das empresas para redesconto de títulos, prática que ficou consolidada como base para a concessão de crédito. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 11 Agora, vejamos o que ocorreu na mesma evolução, vista anteriormente, entre os períodos de 1918 e 1930: 1918 O FED criou um livreto que incluía formulários padronizados tanto para o Balanço Patrimonial quando para a Demonstração de Lucros e Perdas, além de um esboço de procedimentos de auditoria e princípios para a preparação das demonstrações em geral. 1919 Alexander Wall, que foi considerado o pai da análise das demonstrações, afirmou que havia a necessidade de comparar mais do que Ativo Circulante e Passivo Circulante, sendo posteriormente desenvolvidas outras fórmulas utilizadas para a avaliação de empresas. 1925 Stephen Gilman criou a Análise Horizontal que era uma crítica à análise feita apenas por índices. Sugeria que era necessária a construção de índices encadeados que indicassem as variações ocorridas nas principais contas em relação ao ano-base. 1930 Essa década foi marcada pelo surgimento, dentro da empresa Du Pont, de um modelo de análise de rentabilidade que envolvia a taxa de retorno, as taxas de margem de lucro e giro dos negócios, conhecida como Return on Investment (ROI). ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 12 Diagnóstico atual e previsão de tendências futuras Para Assaf e Lima (2014), atualmente, pode-se compreender a análise das demonstrações como o estudo do desempenho econômico financeiro de uma empresa em determinado período passado, para diagnosticar sua posição atual e produzir resultados que sirvam de base para a previsão de tendências futuras. Assim como ocorreu na evolução dos índices, é preciso compreendermos dois importantes fatores: O uso de um índice apenas, de forma isolada de outros que podem ilustrar ou explicar o seu comportamento, não irá fornecer informações suficientes para o processo de tomada de decisão. Mesmo utilizando diversos índices, em muitos casos, é preciso compará-los com a situação setorial, ou seja, o mercado em que a empresa atua e também fazer uma comparação temporal, entendendo como o passar do tempo influencia a economia, o setor, e a empresa em questão. Agora, vamos compreender, de forma introdutória, alguns tipos de análise que são utilizadas dentro da técnica de análise das demonstrações financeiras. Análises Horizontal e Vertical Assaf Neto (2012) afirma que as duas principais características de análise de uma empresa são baseadas na comparação dos valores obtidos em determinado período com aqueles levantados em períodos anteriores, assim como a relação desses valores com outros valores afins. Dessa forma, o critério básico utilizado na análise das demonstrações financeiras é a comparação. Você estudou que o montante de uma conta ou de um grupo patrimonial, isoladamente, não irá retratar a importância do valor apresentado e muito menos o seu comportamento em longo prazo. Veja um exemplo: Imagine os custos de uma empresa... ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 13 Se pensarmos nesse valor de forma isolada, é difícil afirmar se o montante é representativo. No entanto, se compararmos esse valor com o valor das vendas ou com valores de períodos passados, é possível compreender sua importância. Melhores resultados das análises Segundo Assaf Neto e Lima (2014), as análises horizontal e vertical apresentam melhores resultados quando: São obtidas de uma mesma demonstração financeira, como relacionar o lucro com investimentos, custo de capital, custos com vendas, capital de giro com ativo total, ou seja, quando existe uma relação direta entre as comparações e elas são obtidas dentro da mesma demonstração, o que permite entender melhor a relação dos valores apresentados; For observada a evolução dos montantes patrimoniais e de resultados ao longo do tempo, como: crescimento de vendas e de lucros, evolução do patrimônio líquido, entre outros. Isso irá permitir que seja entendido o passado e possibilitará a determinação de tendências futuras do comportamento econômico-financeiro das empresas. Nesse sentido, a análise vertical e a análise horizontal são importantes ferramentas que, partindo de comparações, possibilitam o entendimento da empresa por meio da análise de tendências. Análise do ROI (Retorno Operacional dos Investimentos) Desenvolvido há mais de 50 anos, esse instrumento ainda possui grande utilidade nos dias de hoje. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 14 O ROI permite uma ampla decomposição dos elementos que influenciam na determinação de taxas de rentabilidade de uma empresa e irá explicar quais os fatores que levam ao aumento ou à queda da rentabilidade. Este índice propiciará ainda a identificação de alternativas para modificações da rentabilidade quando esta for objeto do estudo. Matarazzo (2010) afirma que esse tipo de análise pode ser utilizado em combinação à análise do custo/volume/lucro e, também, à análise da Curva de Demanda de uma empresa, ou seja, percebemos, claramente, a importância da combinação de um ou mais índices para uma visão real da empresa. Análises por índices, do capital de giro e outros tipos de análise Vejamos, a seguir, a definição de outras importantes análises das demonstrações financeiras: Análise por índices Essa análise é a relação entre contas ou grupos de contas das demonstrações financeiras e que visam evidenciar determinados aspectos da situação de uma empresa. Análise do capital de giro Análise representada pelo cálculo dos índices de rotação ou prazos médios (recebimento, pagamento e estocagem). Com a utilização desses índices é possível construir um modelo de análise de investimentos e financiamento de capital de giro. De acordo com Matarazzo (2010), esse tipo de análise é muito importante para a tomada de decisão gerencial, bem como para a avaliação da capacidade de administração do capital de giro da empresa. Outros tipos de análise ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 15 Esses tipos são outras análises envolvendo a alavancagem financeira, a alavancagem operacional, assim como a análise de fluxo de caixa podem ser utilizadas. No entanto, o conhecimento e o entendimento do conjunto das análises são importantes para o correto processo de tomada de decisões. Usos e usuários Você sabe por que a análise das demonstrações financeiras é tão importante e para quem é necessária? A análise das demonstrações financeiras permite compreender como o aumento de vendas pode afetar a situação financeira da empresa e se a obtenção de financiamentos será benéfica para a empresa. Dessa forma, a análise das demonstrações financeiras se torna interessante não só para a empresa, mas também para aqueles que vão se relacionar com ela, estando cada usuário interessado em um aspecto em particular. Vejamos alguns dos usuários e seus interesses: Bancos comerciais Concedem créditos de curto prazo as empresas. Nesse sentido, observam a situação atual do cliente, visando, também, entender sua situação futura. Bancos de investimentos Responsáveis por fornecer financiamentos de longo prazo, precisam se preocupar com a situação futura em longo prazo dos clientes. Concorrentes Analisam a situação da empresa, pois o conhecimento profundo da situação dos concorrentes pode ser um fato de sucesso ou fracasso no mercado. Dirigentes ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 16 Utilizam a análise das demonstrações para complementar o processo de tomada de decisões, utilizada como auxiliar na formulação de estratégiada empresa. Além dos que vimos anteriormente, existem outros interessados também, como clientes, governo, corretoras de valor, investidores. Cada um desses está interessado em um diferente aspecto e a análise poderá fornecer informações úteis para esses usuários. Você aprendeu alguns aspectos inicias da análise das demonstrações, que tipo de informações elas podem apresentar e quais são os principais usuários. Agora vamos fazer uma atividade! Atividade proposta O proprietário de uma empresa solicitou que você, atuando como controller, explicasse certos aspectos referentes à situação da empresa e que poderão ser utilizados na análise das demonstrações financeiras. Ele demonstrou algumas informações e pediu para que você apontasse de onde essas informações seriam retiradas e solicitou uma breve análise sobre os aspectos que poderão ser analisados em cada uma delas. A seguir, um exemplo que pode ser utilizado nas outras questões a serem preenchidas: Questões a serem preenchidas: Situação Financeira ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 17 Fonte Análise Balanço Patrimonial Análise da situação financeira, liquidez, capacidade de pagamento. Situação econômica Fonte Análise Desempenho Fonte Análise Pontos fortes e fracos da empresa Fonte Análise Avaliação de alternativas econômico-financeira futuras Fonte Análise Chave de resposta: Situação econômica Fonte Análise DRE Análise da situação econômica, lucratividade, aumento de receitas. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 18 Desempenho Fonte Análise DRE Comparação das Receitas versus despesas. Pontos fortes e fracos da empresa Fonte Análise Análise da concorrência Comparação dos números da empresa com a concorrência, aumento ou diminuição das compras. Avaliação de alternativas econômico-financeira futuras Fonte Análise DRE, Balanço Possibilidade de empréstimos, aumento da produção. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 19 Aprenda Mais Para saber mais sobre o que foi estudado nesta aula, acesse Análise de Balanço em: http://www.youtube.com/watch?v=y5r8AUBIcZE. Referências ASSAF NETO, A. Estrutura e Análise de Balanços – um enfoque econômico- financeiro. 10 ed. São Paulo: Atlas, 2012. ASSAF NETO, A.; LIMA, F. G. Curso de administração financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2014. GITMAN, L. J. Princípios da administração financeira. 12. ed. São Paulo: Pearson Education, 2010. MATARAZZO, D. C. Análise Financeira de Balanços: Abordagem Gerencial. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W.; JORDAN, B. D. Princípios de administração financeira. 9 ed. São Paulo: Atlas, 2013. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 20 Exercícios de fixação Questão 1 A análise das demonstrações contábeis é uma técnica bastante importante utilizada pelas empresas. Dentro desse contexto qual poderia ser considerado o objetivo da análise das demonstrações financeiras? a) Extrair informações das demonstrações para a tomada de decisão. b) Extrair informações para a adequação das demonstrações. c) Extrair informações para prestação de contas ao fisco. d) Extrair informações para os usuários externos. e) Extrair informações para verificação da fidedignidade das demonstrações contábeis. Questão 2 A análise das demonstrações contábeis pode ser utilizada, de certa forma, para usuários internos e externos. Qual o interesse dos usuários internos e externos respectivamente? a) Aspectos tributários e gerenciais. b) Aspectos societários e tributários. c) Capacidade de pagamento e reflexo das decisões tomadas. d) Desempenho geral e reflexo das decisões tomadas, liquidez e capacidade de pagamento. e) Informações obrigatórias relativas às demonstrações contábeis e aspectos tributários. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 21 Questão 3 Dentro do ambiente da análise das demonstrações contábeis é necessário definir a diferença entre dado e informação. Como podem ser entendidas as informações? a) Somente números. b) Simples descrições. c) Eventos isolados que produzem reações. d) Fatos econômicos ou financeiros para análise. e) Comunicação que pode produzir algum tipo de reação ou decisão. Questão 4 Observando-se o processo de tomada de decisão que envolve a análise das demonstrações financeiras é preciso definir papéis. Pensando-se em um primeiro momento no contador, qual seria sua função? a) Extrair os dados das demonstrações e transformá-los em informações. b) Registro das operações que impactam no patrimônio. c) Realizar projeções. d) Preparar as demonstrações para a análise. e) Emitir relatórios que permitam a tomada de decisão. Questão 5 Para o início do processo de análise das demonstrações financeiras é necessário que sejam obedecidos certos passos. Das informações a seguir qual não é levada em consideração nesse processo? ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 22 a) Comparam-se os índices com padrões já estabelecidos. b) Verificam-se os aspectos tributários. c) Tomam-se decisões. d) Ponderam-se as diferentes informações e chega-se a um diagnóstico ou conclusões. e) Extraem-se os índices das demonstrações financeiras. Questão 6 A análise das demonstrações contábeis possui uma função muito importante que é apresentar informações elaboradas sobre a situação da empresa. Nesse contexto, qual foi o motivo de criação e que até os dias atuais é o foco dessa técnica? a) Necessidade de comparação das empresas com seus concorrentes. b) Apresentação das informações gerenciais para os usuários externos. c) Facilitação do entendimento dos dados contábeis. d) Cessão de crédito por instituições financeiras. e) Exigência societária. Questão 7 Após o desenvolvimento de algumas técnicas de análise surgiu a necessidade de se entender as demonstrações como um todo. Que técnica foi sugerida para que fossem entendidas as variações de um ano para o outro de forma encadeada? a) Análise horizontal. b) Análise vertical. c) Análise de rentabilidade. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 23 d) Análise de liquidez. e) Análise de imobilização. Questão 8 A utilização de índices pode fornecer importantes informações para o processo de tomada de decisão, entretanto somente isso não é suficiente. Que outro aspecto pode ser analisado como importante para esse processo? a) Análise tributária. b) Análise societária. c) Análise setorial. d) Análise de dados. e) Análise de sistemas. Questão 9 Qual técnica de análise das demonstrações financeiras se caracteriza pela relação entre contas ou grupos visando evidenciar determinados aspectos da situação de uma empresa? a) Análise horizontal. b) Análise vertical. c) Análise por índices. d) ROI. e) Alavancagem financeira. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 24 Questão 10 De forma genérica, a análise por índices relaciona contas e grupos visando evidenciar determinados aspectos da situação de uma empresa. a) Bancos de investimento. b) Fornecedores. c) Bancos comerciais. d) Clientes. e) Dirigentes. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 25 Notas Norma CPC 02: “Quando a entidade vende, desconta ou transfere um ativo financeiro (venda ou desconto de carteira de recebíveis, por exemplo), só pode baixá-lo se transferir substancialmente todos os riscos e benefícios da propriedade do ativo financeiro e se nãomantiver envolvimento continuado com ele. Caso contrário, a entidade deve manter os instrumentos financeiros no ativo e tratar o valor recebido como empréstimo. A essência da transação é que deve ser retratada contabilmente. Assim, as duplicatas descontadas (parcela recebida do desconto) são agora classificadas como passivo, sendo que a duplicata a receber continua a ser mantida no ativo até o seu efetivo recebimento.” Passivo Exigível em Longo Prazo: Assaf Neto (2012) destaca que utiliza o termo Ativo Permanente para se referir a três contas: Investimentos, Imobilizado e Intangível, ou seja, esse termo está ligado ao Ativo Não Circulante, descontados os valores do Realizável em Longo Prazo. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 26 Chaves de resposta Aula 2 Exercícios de fixação Questão 1 - A Justificativa: A análise das demonstrações contáveis irá extrair informações das demonstrações para auxílio ao processo de tomada de decisão. Questão 2 - D Justificativa: Tanto o desempenho geral quanto o reflexo das decisões são informações relativas aos usuários internos já a capacidade de liquidez pode ser avaliada pelos usuários externos. Questão 3 - E Justificativa: Diferentemente dos dados que precisam ser interpretados, a informação poderá produzir algum tipo de reação ou decisão nos tomadores de decisão. Questão 4 - B Justificativa: Em um primeiro momento o contador tem de se preocupar com o registro das operações que irão impactar o patrimônio. Questão 5 - B Justificativa: Os aspectos tributários inicialmente não fazem parte do processo de análise das demonstrações financeiras. Questão 6 - D Justificativa: A primeira motivação de utilização da análise das demonstrações contábeis é a cessão de crédito por instituições financeiras. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 27 Questão 7 - A Justificativa: A análise horizontal surgiu como crítica às analises utilizadas até o momento e serve para, de forma encadeada, analisar as principais demonstrações ocorridas em relação a um ano base. Questão 8 - C Justificativa: A análise setorial é muito importante para que se possa conhecer o ambiente em que a empresa atua e será combinado com seus índices. Questão 9 - C Justificativa: De forma genérica, a análise por índices relaciona contas e grupos visando evidenciar determinados aspectos da situação de uma empresa. Questão 10 - A Justificativa: Os bancos de investimento por serem responsáveis por fornecer financiamentos de longo prazo precisam se preocupar com a situação em longo prazo das empresas. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 28 Conteudista Tatiane Antonovz possui Mestrado em Contabilidade pela Universidade Federa do Paraná (UFPR). Graduada em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Atua como docente do Curso de Ciências Contábeis da Faculdade Estácio de Curitiba, ministrando disciplinas como Contabilidade de Custos, Contabilidade Gerencial, Prática Contábil Informatizada, além de orientação em Estágio e Trabalho de Conclusão de Curso. Autora de livros pelas editoras Iesde, Edipro e IBPEX. Possui diversos artigos apresentados e publicados em congressos e periódicos nacionais e internacionais. Professora de disciplinas EaD no Iesde e IBPEX. Experiência na área de controladoria adquirida na ExxonMobil, antiga proprietária da Esso Brasileiro de Petróleo, Mondelez Brasil (Kraft Foods), e escritórios de contabilidade. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6366913720238552. GESTÃO FINANCEIRA E CONTROLADORIA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS Tatiane Antonovz ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 1 Prezado aluno, Esta apostila é a versão estática, em formato .pdf, da disciplina online e contém todas as informações necessárias a quem deseja fazer uma leitura mais linear do conteúdo. Os termos e as expressões destacadas de laranja são definidos ao final da apostila em um conjunto organizado de texto denominado NOTAS. Nele, você encontrará explicações detalhadas, exemplos, biografias ou comentários a respeito de cada item. Além disso, há três caixas de destaque ao longo do conteúdo. A caixa de atenção é usada para enfatizar questões importantes e implica um momento de pausa para reflexão. Trata-se de pequenos trechos evidenciados devido a seu valor em relação à temática principal em discussão. A galeria de vídeos, por sua vez, aponta as produções audiovisuais que você deve assistir no ambiente online – aquelas que o ajudarão a refletir, de forma mais específica, sobre determinado conceito ou sobre algum tema abordado na disciplina. Se você quiser, poderá usar o QR Code para acessar essas produções audiovisuais, diretamente, a partir de seu dispositivo móvel. Por fim, na caixa de Aprenda mais, você encontrará indicações de materiais complementares – tais como obras renomadas da área de estudo, pesquisas, artigos, links etc. – para enriquecer seu conhecimento. Aliados ao conteúdo da disciplina, todos esses elementos foram planejados e organizados para tornar a aula mais interativa e servem de apoio a seu aprendizado! Bons estudos! ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 2 Análise das demonstrações contábeis e financeiras - Apostila Aula 3: Análise horizontal e vertical Introdução Nesta aula, você entenderá, de forma prática, quais os aspectos iniciais necessários para a análise das demonstrações financeiras. Você será apresentado ao Balanço Patrimonial e à Demonstração do Resultado do Exercício, duas das demonstrações mais utilizadas nas técnicas de análise. A Análise Horizontal será abordada de forma mais detalhada, juntamente com a apresentação da técnica em um Balanço e em uma Demonstração do Resultado do Exercício, para que você possa aprofundar seus conhecimentos sobre a técnica. Por fim, a Análise Vertical também será apresentada baseada nessas duas demonstrações para que você possa perceber a diferença entre esta técnica e a Análise Horizontal, assim como a importância desses dados para o gestor. Objetivo: 1. Discutir a preparação das demonstrações para a análise; 2. Esclarecer as técnicas de Análise Horizontal e Vertical. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 3 Conteúdo Iniciando as análises Inicialmente, faremos alguns ajustes necessários e entenderemos alguns termos utilizados no início das análises. Neste primeiro momento, vamos ver as análises horizontal e vertical, mas para que isso ocorra é necessário observar o seguinte: Simplificação As demonstrações apresentadas estão simplificadas. No caso do Balanço e da DRE, que estudaremos, muitas contas estão agrupadas, pois as duas demonstrações são extensas e detalhadas. Dessa maneira, aparecem agrupadas ou sob a denominação de “Outros” por não representarem, no caso do balanço, valores, de forma isolada, importantes para a análise. Comparabilidade Essa é uma das características da contabilidade e na análise não é diferente. Uma vez que é preciso que sejam comparados padrões, o Balanço deverá ser apresentado com as mesmas contas e com diversos períodos. Internacionalização As Duplicatas Descontadas eram uma conta redutora do Ativo, entretanto, com as mudanças ocorridas pela internacionalização da contabilidade, atualmente, a conta de Duplicatas Descontadas faz parte do Passivo, de acordo com o entendimento da Norma (CPC 02). Nomenclatura Alguns autores ainda utilizam tanto o termo Ativo Permanente quanto Passivo Exigível em Longo Prazo, apesar da mudança de nomenclatura dos elementos patrimoniais. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 4 Familiaridade O analista deve ter familiaridade com o assunto, ou seja, é necessárioconhecer a fundo os termos contábeis, assim como as mudanças na legislação e, se possível, a empresa que será analisada, pois o analista poderá encontrar, de forma fácil, erros e distorções, facilitando a análise dos dados. Balanço Patrimonial A seguir, analisaremos um exemplo de Balanço da Cia Ltda. Nele, encontraremos as contas consideradas mais importantes do ponto de vista da análise. Note que um aspecto importante é o surgimento dos termos que se referem às partes financeira e operacional do Balanço! Vejamos: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 5 Onde: Outros Contas referentes a outros valores e que não são essenciais nesse momento. Financeiro Engloba as disponibilidades e aplicações. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 6 Operacional Atribuído à operação da entidade. Demonstração do Resultado do Exercício – DRE A DRE apresenta somente as informações extremamente necessárias para análise e, assim como o Balanço, apresenta os dados em três períodos diferentes para que possam ser feitas comparações entre os anos, o que é um dos objetivos da análise das demonstrações financeiras. Vamos observar a DRE da mesma companhia no mesmo período que vimos anteriormente para que possamos observar alguns detalhes: Atenção É preciso utilizar vários índices e outros tipos de análises, combinados com conhecimentos relativos ao setor da empresa e à economia em geral para que possamos ter uma análise real da empresa. Outros As contas referentes a outros valores e que não são essenciais nesse momento, estão denominadas por “outros”. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 7 Financeiro Engloba as disponibilidades e aplicações. Operacional Atribuído à operação da entidade. Análise Horizontal A Análise Horizontal é a comparação entre os valores de uma mesma conta ou de um mesmo grupo de contas, em diferentes exercícios sociais. Pode ser definido como um processo de análise temporal, desenvolvido por meio de números-índices, sendo que seus cálculos são baseados conforme afirma Assaf Neto (2012) no seguinte raciocínio: Onde: Número de índice O número índice representa a relação existente entre o valor de uma conta contábil ou um grupo de contas, e determinada data (V<sub>d</sub>) e o seu valor obtido na data base (V<sub>b</sub>). Vd Representa o valor monetário identificado no exercício que se pretende comparar, por meio da utilização de um índice. Vb Está relacionado com este mesmo índice, mas no exercício em que se efetua a comparação, ou seja, este será o ano de comparação. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 8 Atenção De forma genérica, Assaf Neto (2012) sugere que a Análise Horizontal permite as seguintes conclusões: • Evolução dos Ativos (investimentos) e Passivos (financiamento de curto prazo) – evidencia certa folga financeira (liquidez corrente). Isso pode ser observado caso os Ativos Circulantes tenham crescido de forma mais rápida que os Passivos Circulantes. Poderá ocorrer um aperto na situação da empresa caso tenha ocorrido o inverso; • Evolução do Ativo permanente produtivo (o conceito de permanente engloba todos os grupos menos o Realizável em Longo Prazo); • Evolução da estrutura de capital – a análise desse segmento busca o conhecimento de como a empresa está financiando seus investimentos em ativos, ou seja, se houve maior ou menor preferência por empréstimos e financiamentos em relação ao uso de capital próprio, se existe algum visível desequilíbrio de capital. Balanço Patrimonial com Análise Horizontal Agora, vamos retomar o exemplo da Cia Ltda. e ver como ficou a análise de seu Balanço Patrimonial já com a Análise Horizontal. Note que foram destacadas as contas que mais sofreram variações percentuais. O que podemos concluir com a Análise Horizontal dos três períodos apresentados da Cia Ltda.? ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 9 No caso do Ativo, na conta de Investimentos, quando comparamos o ano de 2012 com 2011, observarmos que houve um aumento de 144,8%, a variação é o que exceder os 100% inicias, que representam R$ 25.164,00. Na Reserva de Lucro, com o mesmo raciocínio da conta de Investimentos, houve um aumento de 112,6% quando comparamos o ano de 2012 com 2011. Análise Horizontal da DRE Assaf Neto (2012) cita que, referente à Análise Horizontal da DRE, procura-se identificar, de forma prioritária, a evolução dos custos e despesas em relação ao volume de vendas e seus reflexos em relação ao resultado do exercício. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 10 No caso, por exemplo, de uma situação de crescimento proporcionalmente menor do custo dos produtos vendidos em relação às receitas operacionais geradas, podem ser extraídas as seguintes informações: Nesse caso, não houve aumentos significativos, apenas aumento no lucro antes do Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. Em 2012, foi de 57,9% e em 2013, quando comparado a 2011, utilizado com base fixa, foi de 66,89%. Análise Vertical Para o cálculo da Análise Vertical, utiliza-se o percentual de cada conta em relação a um valor-base. No caso do Balanço, quando falamos do Ativo, calculamos o percentual de cada conta contra o total do grupo. Assaf Neto (2012) afirma que a Análise Vertical parte do princípio da disposição dos valores absolutos em forma vertical, o que permite apurar a participação relativa de cada item contábil, em cada grupo do Balanço ou na DRE, bem como sua evolução com o tempo. Análise Vertical no Balanço Patrimonial Voltemos ao exemplo da Cia. Ltda. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 11 Repare que foram realçados os valores referentes a clientes que têm se destacado no Ativo, com uma participação média de 41%, o que representa valores elevados de contas a receber. Dessa maneira, é possível perceber a importância de cada conta dentro de seu respectivo grupo. Análise Vertical na DRE No exemplo da Cia Ltda., observa-se que a conta que possui maior participação, partindo-se da receita líquida como 100%, é a conta de CPV, com um valor aproximado de 50% de participação. Nesse caso, é interessante observar como estão os custos da empresa e porque seu valor está tão alto. Vejamos: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 12 Relação entre análises Vertical e Horizontal Uma das principais recomendações é que as análises Vertical e Horizontal sejam utilizadas em conjunto, uma vez que não devemos tirar conclusões isoladas da Análise Horizontal, já que um item que pode ter uma grande variação de um ano para outro pode não ser representativo dentro de um grupo ao qual pertence. Matarazzo (2010) afirma que é desejável que as conclusões baseadas na Análise Vertical sejam complementadas pela Análise Horizontal. No caso da DRE, pequenos percentuais podem ser muito significativos. Veja um exemplo: Uma determinada despesa administrativa que representa, no primeiro ano, 12% das vendas passa a representar 18%, depois de dois anos. Essa variação pode não chamar a atenção do analista, entretanto, uma combinação com a Análise Horizontal pode relevar que houve uma variação de 50% (além do crescimento com vendas). Caso as vendas tenham tido um crescimento de 140% no período, as despesas administrativas terão crescido 210%, assim, ao chamar a atenção do analista para esse fato, a Análise Horizontal está cumprindo o seu papel. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 13 Análise Vertical/Horizontal Pelo
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