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BIOETICA E ETICA MEDICA I AULA INFORM PRIV CONF SIGILO

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Informação
Privacidade e
Confidencialidade
Profª. Me. Jussara de Oliveira
BIOÉTICA E ÉTICA MÉDICA I
Curso de Medicina – UNIARA –
Moral (Normas) Legal (Legislação)
 Juramento Hipocrático
 Declaração Universal 
dos Direitos do Homem
 Declaração de Genebra 
(AMM)
 Constituição Federal
 Código Penal
 Código de Ética Médica
 Resolução CFM Nº 
1.359/92
PRIVACIDADE
Ética: justificativa para as ações
Princípio do Respeito à Pessoa
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Privacidade – Aspectos Morais
 Juramento Hipocrático - c430aC
“qualquer coisa que eu veja ou ouça,
profissional ou privadamente, que não deva
ser divulgada, eu conservarei em segredo e
a ninguém contarei”
Privacidade – Aspectos Morais
 Declaração Universal dos Direitos humanos (1948)
Artigo XII - Ninguém será sujeito a interferência
na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou
na sua correspondência, nem ataques à sua honra
e reputação. Todo homem tem direito à proteção
da lei contra tais interferências ou ataques.
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Privacidade – Aspectos Morais
 Declaração de Genebra - 1948 – 1994 -
2006
EU RESPEITAREI os segredos confiados a 
mim, mesmo depois que o paciente tenha 
morrido;
DECLARAÇÃO DE GENEBRA
 "NO MOMENTO DE SER admitido como membro da profissão médica:
EU JURO SOLENEMENTE consagrar a minha vida a serviço da humanidade;
EU DAREI aos meus professores o respeito e a gratidão que lhes são devidos;
EU PRATICAREI a minha profissão com consciência e dignidade;
A SAÚDE DE MEU PACIENTE será minha primeira consideração;
EU RESPEITAREI os segredos confiados a mim, mesmo depois que o
paciente tenha morrido;
EU MANTEREI por todos os meios ao meu alcance, a honra e as nobres
tradições da profissão médica;
MEUS COLEGAS serão minhas irmãs e irmãos;
EU NÃO PERMITIREI que concepções de idade, doença ou deficiência,
religião, origem étnica, sexo, nacionalidade, filiação política, raça,
orientação sexual, condição social ou qualquer outro fator intervenham
entre o meu dever e meus pacientes;
EU MANTEREI o máximo respeito pela vida humana;
EU NÃO USAREI meu conhecimento médico para violar direitos humanos e
liberdades civis, mesmo sob ameaça;
EU FAÇO ESTAS PROMESSAS solenemente, livremente e pela minha honra."
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Privacidade – Aspectos Legais
 Código Penal Brasileiro – 1941
Violação do Segredo Profissional
 Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, 
segredo, de que tem ciência em razão de função, 
ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação 
possa produzir dano a outrem:
 Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, 
ou multa
Violação de segredo profissional
 Art. 229. Ninguém pode ser obrigado a depor 
sobre fato: 
I - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva 
guardar segredo; 
II ...
III....
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Violação de segredo profissional – civil e penal
 Estas duas leis resguardam o profissional de
eventuais constrangimentos que possam sofrer no
sentido de terem que revelar informações que
tiveram acesso privilegiado em função de sua
atividade.
Privacidade – Aspectos Legais
 Constituição Federal - 1988
 Art. 5º - Todos são iguais perante a lei (...)
 X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a
honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação.
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Privacidade – Aspectos Legais
 Código de Ética Médica – 2009
 Do Sigilo Profissional
Artigo 73 - (É vedado ao médico:) Revelar fato que 
tenha conhecimento em virtude do exercício de sua 
profissão, salvo por motivo justo, dever legal ou 
consentimento, por escrito, do paciente. 
(art. 73 - Parágrafo único) - Permanece essa proibição:
a) Mesmo que o fato seja de conhecimento público ou que o
paciente tenha falecido.
b) Quando do depoimento como testemunha.
Nesta hipótese o médico comparecerá perante a
autoridade e declarará seu impedimento.
c) na investigação de suspeita de crime, o médico estará
impedido de revelar segredo que possa expor o paciente a
processo penal.
Privacidade – Aspectos Legais
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 RESOLUÇÃO CFM Nº 1.665/2003 – AIDS -
 Art. 10 - O sigilo profissional deve ser
rigorosamente respeitado em relação aos pacientes
portadores do vírus da SIDA (AIDS), salvo nos
casos determinados por lei, por justa causa ou por
autorização expressa do paciente.
Disponível em:
http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/2003/1665_2003.htm
Privacidade – Aspectos Legais
Privacidade – Aspectos Legais
Resolução CFM Nº 1.665/2003
 por dever legal (ex.: notificação às autoridades
sanitárias e preenchimento de atestado de óbito)
 por justa causa (proteção à vida de terceiros:
comunicantes sexuais ou membros de grupos de
uso de drogas endovenosas, quando o próprio
paciente recusar-se a fornecer-lhes a informação
quanto à sua condição de infectado).
 autorização expressa do paciente
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 RESOLUÇÃO CFM Nº 1.665/2003 – AIDS -
 Art. 9o - O sigilo profissional que liga os médicos 
entre si e cada médico a seu paciente deve ser 
absoluto, nos termos da lei, e notadamente 
resguardado em relação aos empregadores e aos 
serviços públicos.
Privacidade – Aspectos Legais
 RESOLUÇÃO CFM Nº 1.665/2003 – AIDS -
Art. 9º
 Parágrafo único - O médico não poderá transmitir
informações sobre a condição do portador do vírus da SIDA
(AIDS), mesmo quando submetido a normas de trabalho
em serviço público ou privado, salvo nos casos previstos em
lei, especialmente quando disto resultar a proibição da
internação, a interrupção ou limitação do tratamento ou a
transferência dos custos para o paciente ou sua família.
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 RESOLUÇÃO CFM Nº 1.665/2003 – AIDS -
 a) Art. 4º: “É vedada a realização compulsória de
sorologia para HIV”.
 Esse dispositivo, fundamentado no princípio constitucional,
veda, por exemplo, a solicitação e a exposição pública de
exames relativos à admissão, manutenção e rescisão da relação
de trabalho.
 Deixa claro que o médico está proibido de revelar o diagnóstico
de funcionário ou de candidato a emprego, devendo apenas
informar sobre sua capacidade ou não para exercer
determinada função, encaminhando o paciente a tratamento,
se for o caso.
 RESOLUÇÃO CFM Nº 1.665/2003 – AIDS -
 Art. 5o - É dever do médico solicitar à gestante,
durante o acompanhamento pré-natal, a realização
de exame para detecção de infecção por HIV, com
aconselhamento pré e pós-teste, resguardando o
sigilo profissional.
 Art. 6o - É dever do médico fazer constar no
prontuário médico a informação de que o exame
para detecção de anti-HIV foi solicitado, bem como o
consentimento ou a negativa da mulher em realizar o
exame.
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Privacidade - Tipos de Informações
Públicas
Privadas
Íntimas
Segredos
Privacidade - Aspectos Éticos
Tipo de 
Informação
Públicas
Privadas
Íntimas
Segredos
Acesso 
Provável
Todos
Alguns
Poucos
Ninguém
Dever
Associado
Confidencialidade
Confidencialidade
Confidencialidade
Não Revelação
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Dever prima facie
 (David Ross, 1930): é uma obrigação que se deve cumprir,
a menos que ela entre em conflito, numa situação
particular, com um outro dever de igual ou maior porte.
• Um dever prima facie é obrigatório, salvo quando for
sobrepujado por outras obrigações morais simultâneas.
(Tribunal Constitucional Alemão).
• (Cattorini): os deveres prima facies são válidos,
geralmente, de maneira relativa:
• Quando ocorre um conflito entre deveres deve ser
tomada a decisão de qual deve ser tomado como
prioritário, nesta circunstância.
A melhor denominação: 
 deveres priorizáveis, isto é, aqueles que, quando 
comparados entre si, podem ser priorizados de 
acordo com as circunstâncias. 
Deveres prima facies
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Categorias dos deveres prima facie (Ross): 
1. Deverespara com os outros devido a atos prévios 
de você mesmo 
 Fidelidade (manter as promessas...) 
 Reparação (compensar as pessoas por danos ou lesões 
causadas) 
 Gratidão (agradecer às pessoas pelos benefícios que 
conferiram a você) 
Categorias dos deveres prima facie (Ross): 
2. Deveres para com os outros não baseados em 
ações prévias 
 Beneficência (ajudar aos outros em necessidade) 
 Não Maleficência (não causar danos a outros sem uma 
razão poderosa)
 Justiça (tratar os outros de forma justa) 
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Categorias dos deveres prima facie (Ross): 
3. Deveres para consigo mesmo 
Aprimorar-se física, intelectual e moralmente 
para alcançar o seu pleno potencial 
Privacidade – Aspectos Éticos
 A preservação das informações do paciente 
é um dever prima facie de todo profissional 
que atua na área da saúde.
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Privacidade Confidencialidade
 É a limitação do acesso
às informações de uma
dada pessoa, ao acesso
à própria pessoa, à sua
intimidade, anonimato,
sigilo, afastamento ou
solidão.
 É a liberdade de não
ser observado sem
autorização.
 É a garantia da
preservação das
informações dadas em
confiança e a proteção
contra a sua revelação
não autorizada.
Privacidade – Aspectos Éticos
Exceções à Confidencialidade Legalmente 
Justificadas
 Comunicação de doença 
de informação 
compulsória
 Comunicação de abuso em 
crianças, adolescentes e 
idosos.
Privacidade – Aspectos Éticos
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Exceções à confidencialidade eticamente justificadas 
(todas as 4 condições devem ser preenchidas)
1) Alta probabilidade de que um sério dano físico a uma
pessoa identificável e específica venha a ocorrer;
2) Um benefício real resultará da quebra de
confidencialidade;
3) Último recurso após ter sido utilizada persuasão ou outras
abordagens;
4) É um procedimento generalizável, que pode ser
novamente utilizado em situações com as mesmas
características, independente das pessoas envolvidas.
Junkerman e Schidermaier, 1993
Quebra de privacidade
 ocorre quando se usam informações ou se observa 
um paciente sem a sua devida autorização. 
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 é a ação de revelar ou deixar revelar informações 
fornecidas pessoalmente em confiança.
Quebra de confidencialidade
Síntese
 todos os profissionais já formados ou em
formação:
 Saber a importância da preservação das
informações dos pacientes e buscar
desenvolver estratégias de como lidar com as
mesmas de forma eticamente adequada.
Goldim-Francisconi (2004) 
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CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA
 Capítulo IX – SIGILO PROFISSIONAL
 Art. 73
 Art. 74- (importante e exceção sobre a autonomia)
 Art. 75
 Art. 76
 Art. 77 (nova redação) – Res.1997/2012
 Art. 78
 Art. 79
 Capítulo X - DOCUMENTOS MÉDICOS
 ART. 87 (prontuário legível) e § 1º e 2º.
 Art. 88
 Art. 89 e § 1º e 2º.
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 Sugestão de leitura:
 RESOLUÇÃO CFM Nº 1.665/2003
 RESOLUÇÃO CREMESP Nº 95, DE 14 DE 
NOVEMBRO DE 2000

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