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Resumo de desenvolvimento da infância e adolescência

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Resumo de desenvolvimento da infância e adolescência
Moratória
•Entre a infância e a idade adulta
•designação etimológica : adolescência corresponde em latim à palavra adolescentia, do verbo adolecere, que designa “crescer para”
•ser adolescente é estar em um estágio intermediário durante o qual o indivíduo, que já não é mais criança e ainda não é adulto não tem responsabilidades sociais a título pessoal
•Assim, a adolescência se caracteriza pela diversidade e intensidade das mudanças que ela traz e por três lutos que o jovem precisa realizar para poder integrar-se à vida adulta: luto pela perda do corpo infantil, luto pela perda da identidade infantil e luto pela perda dos pais da infância.
•Segundo Steinberge Morris (2001), o grande interesse que os estudos dos adolescentes vêm provocando relaciona-se com quatro tendências, a saber: a influência da
•(a) perspectiva ecológica de Bronfenbrenner;
•em função dos avanços (b) dos modelos de investigação sobre a perspectiva biossocial do desenvolvimento humano;
•(c) o aumento do interesse pelos problemas sociais e suas consequências –como a delinquência, consumo das drogas, violência, separação dos pais, gravidez adolescente, entre outros; e
•(d) os estudos longitudinais feitos ao longo do acompanhamento do crescimento de crianças, e os que destacam os seguintes temas secundários: a família, a puberdade e os problemas de comportamento
•Segundo Calligaris:
•Grande parte das dificuldades relacionais dos adolescentes, tanto com adultos quanto com seus colegas, deriva dessa insegurança. Tanto uma timidez apagada quanto o estardalhaço maníaco manifestam as mesmas questões, constantemente à flor da pele, de quem se sente não mais adorado e ainda não reconhecido (...) (2013; p. 25).
•Para Knobel(2008), a adolescência é um processo de desprendimento do mundo da infância. E a define mais precisamente como sendo:
•A etapa da vida durante a qual o indivíduo procura estabelecer sua identidade adulta, apoiando-se nas primeiras relações objeto-parentais internalizadas e verificando a realidade que o meio social lhe oferece, mediante o uso dos elementos biofísicos em desenvolvimento à sua disposição e que, por sua vez, tendem à estabilidade da personalidade no plano genital, o que só é possível quando consegue o luto da identidade infantil (2008: p.23).
Síndrome da Adolescência Normal
•Todos esses lutos configuram a Síndrome Normal da Adolescência, fruto da busca de si mesmo –self –e da identidade; sendo esta última considerada como um sentimento de continuidade e semelhança para consigo mesmo. No entanto, só no término da adolescência é que a personalidade ou identidade irá se estabilizar razoavelmente. O adolescente será capaz, então, de formar um conceito de si mesmo ( self ) ou autoconceito
Identidades transitórias –papeis sociais •Self ideal• Self real •Self possível •Self flutuante
O papel dos pais
•No entanto, pesquisas feitas com observações do estilo de autoridade dos pais revelam dados significativos, como os de Diana Baumrind(1970,2005), como, por exemplo, o estilo dos pais democráticos8 tem em seus filhos comportamentos mais adaptáveis, competentes e maduros em comparação aos pais descomprometidos, autocráticos e permissivos. (Cloutiere Drapeau, 2012).
O mito da adolescência
•Os problemas de comportamento na adolescência, como vemos, são temas de um número considerável de pesquisas. Contudo, os autores Steinberge Morris (2001) consideram que a ideia de que a adolescência seja um período conturbado e problemático, em vez de vê-la como um processo de desenvolvimento normal, contribui muito para criação de um mito, o qual conserva uma crise obrigatória entre a infância e a adolescência. O que há, para eles, é uma disseminação, por parte dos adultos envolvidos, de uma impressão de suas dificuldades em lidar com o novo ‘adulto’, gerando situações graves ligadas ao consumo de drogas, à sexualidade e à agressividade, como se estes comportamentos estivessem surgindo cada vez mais cedo entre os jovens. O que se observa na realidade é a existência de duas tendências nessa fase: uma de jovens que não vivem nenhuma crise grave ao longo da transição para a idade adulta; e outra daqueles que apresentam, sim, suas dificuldades extremas e ocupam um grande espaço na mídia.
Aberastury
•O problema da adolescência tem uma dupla vertente, que, nos casos felizes, pode resolver-se numa fusão de necessidades e soluções. Também os pais têm de se desprender do filho criança e evoluir para uma relação com o filho adulto, o que impõe muitas renuncias de sua parte (2008, p.15).
Refazer a identidade dos pais
•à maturidade do jovem: a ambivalência e a resistência dos pais em aceitar esse processo de amadurecimento de seu filho. Qualquer estudo sobre a adolescência estará incompleto, segundo Aberastury, se não se considera essa questão da importância de se refazer a identidade dos pais. Portanto, estamos diante da situação que não é somente o adolescente o “ser” difícil; a sociedade também lhe é hostil, incompreensiva diante de alguém que quer atuar sobre a realidade social, através de suas próprias ações e transformações.
•Enquanto o adulto se agarra aos seus valores, que geralmente podem ser fruto de um fracasso interno ou de um refúgio diante da sua alienação, por outro lado o jovem luta pela imposição de seus afetos, desprezando as colocações dos adultos, procurando ratificar sua afirmação pessoal e seu poder social. As defesas do adolescente se veem acrescidas de processos de intelectualizaçãopara poder superar a incapacidade de ação a partir de soluções teóricas para seus problemas transcendentes, como os que ele viverá a curto prazo –por exemploNormalidade e patologia na adolescência
•Para Knobel, “ a normalidade se estabelece sobre as pautas de adaptação ao meio, e que não significa um submetimentoao mesmo, mas a capacidade de utilizar os dispositivos existentes para o alcance das satisfações básicas do indivíduo, numa interação permanente que procura modificar o desagradável ou o inútil através do alcance de substituições para o indivíduo e para a comunidade ” (2008, p. 27). o amor, a liberdade, o matrimonio, a paternidade etc.
•O jovem padecerá de desequilíbrios constantes e instabilidades extremas, podendo passar de momentos de grande extroversão a momentos de uma extrema introversão; alternando audácia, timidez, descoordenação, uma urgência para que os fatos se deem, desinteresse, às vezes acentuadas apatias, entre outras emoções que vão se manifestando em função das diferentes situações. Tais como crises religiosas, ateísmo, ceticismo, intelectualizações, heteroerotismoe ocasionalmente até comportamentos ocasionais de homossexualidade. À medida que os lutos vão sendo elaborados, desfazendo-se as identificações infantis, os jovens começam a poder contar com um mundo interior mais fortificado, e essa “normal anormalidade” (Knobel, 2008) será menos conflitiva e sem seus incômodos efeitos
Tendência Grupal
•Podemos considerar a tendência grupal –uma das sintomatologias da Síndrome da Adolescência Normal –como sendo a manifestação da busca pela identidade. Por meio dela o jovem buscará fazer parte de um grupo pelo qual ele desloca a necessidade de proteção, antes depositada em seus pais, e se defende diante da perda da identidade infantil. O grupo, de certa forma, torna-se um substituto para a família, proporcionando uma identidade diferente da do meio familiar. Knobel(apud Aberastury, 2008) entende que “depois de passar pela experiência grupal, o indivíduo poderá começar a separar-se da turma e assumir sua identidade adulta” (p.37).
Necessidade de intelectualizar e fantasiar:
•A fantasia e o pensamento atuam como mecanismos de defesa diante das perdas experimentadas pelos adolescentes. Como eles têm o mecanismo do pensamento abstrato, dado pela inteligência lógica-formal (ver Piaget no capítulo 4), a possibilidade de “abstrair” ou fugir para o mundo interior, nesse sentido, pode servir como meio de reajuste emocional. O jovem então tece teorias,imagina utopias políticas, como será como futuro pai ou mãe, descreve suas experiências amorosas com jargões filosóficos ou se utilizando de filósofos, mantendo-se distantes de suas emoções. Mas também essa abstração, esse fantasiar e intelectualizar pode lhe auxiliar, como uma forma de sublimação, na escrita de romances, poemas, composições musicais, atuações teatrais, pelos quais o jovem consegue elaborar as emoções em sentimentos
As crises religiosas
A perda dos pais da infância pode tornar o jovem tanto em um fervoroso crente quanto em um profundo cético, não acreditando em nada. É comum o adolescente ficar atraído tanto pelo misticismo quanto manifestar uma atitude niilista. Ambos os casos são diferentes formas de defesa contra as perturbadoras mudanças que ele vivencia. A perda da referência paterna como uma figura de autoridade, um modelo a ser imitado, traz uma profunda perturbação para com a questão: quem vai me proteger? Como também surge uma descrença e repúdio com relação aos exemplos de poder e autoridade recebidos. A percepção de que seus pais são falhos, que cometem erros, que não aceitam suas críticas desenvolve uma necessidade de buscar algo ou alguém que possa transcender essa constatação. Os pais deixam de ser ídolos e passam a ser vistos como fracos e vulneráveis como ele. Com relação à busca pelo misticismo, ocorre uma tentativa de aplacar a angústia diante da morte do corpo de criança, mediante a identificação com figuras idealizadas. No entanto, o ceticismo e o niilismo podem ser consequência da integração das projeções de repúdio e destruição das figuras paternas, configurando um mundo interno constituído de imagens parentais persecutórias.
A deslocalizaçãotemporal
•O tempo, como ordenação de uma cronologia, é estabelecido unicamente pelas motivações emocionais do jovem. Desse modo, o adolescente faz “deslocamento” da temporalidade habitual dos acontecimentos, organizando-os segundo seu estado emocional. Assim, diante de uma tarefa urgente, como um exame para o dia seguinte, o jovem age como se tivesse todo o tempo do mundo para estudar, isto é, adia o estudo. Ocorre também o oposto, como por exemplo uma jovem poderá querer comprar agora, nesse exato momento, ou o mais rapidamente possível, um vestido, um sapato para a festa de aniversário de uma amiga. Só que o detalhe significativo é que a tal festa só acontecerá daqui a três meses. Por ser um tempo regido pelas pulsões de suas emoções, o deslocamento temporal referencia-se por ser um fenômeno decorrente da irrupção de partes psicóticas da personalidade. A tendência é que o adolescente consiga “conceituar o tempo”, ou seja, discriminar o passado, o presente e o futuro, para além de sua vivência pessoal-emocional do tempo.
A evolução sexual: do autoerotismo à sexualidade adulta
•O adolescente oscila entre a masturbação (autoerotismo) e o exercício da sexualidade genital. Na fase da genitalidade, segundo Freud, as primeiras aproximações para com o exercício genital têm mais a característica de atos exploratórios e preparatórios, como afirma Knobel(2008), do que uma relação genital adulta e procriativa, que só ocorre quando há uma correspondente capacidade para poder ser assumida a função paterna, e a vida adulta como um vínculo afetivo e possível de ser mantido. É notório também o problema da curiosidade sexual, a qual se expressa por meio de revistas pornográficas, exibicionismo e voyeurismo presentes nos modos de se vestir, no cabelo, nas escolhas dos tipos de dança, por exemplo. O complexo de Édipo é reativado e a consumação do incesto, graças ao amadurecimento dos órgãos sexuais, torna-se uma possibilidade real. O triângulo edípico se reativa com toda a intensidade, e o adolescente se vê diante do uso de mecanismos de defesa mais persistentes e enérgicos. Enquanto a masturbação, como fato normal na adolescência, permite ao jovem desconsiderar seus órgãos genitais primeiramente sentidos como alheios a si mesmo, e a sua vontade, para passar ao estado de recuperação deles e integração ao conceito do self, ajudando-o a chegar à genitalidadeprocriativa. Portanto, o estabelecimento da sexualidade adulta, por sua vez, não é um processo linear, pois o adolescente flutua entre a bissexualidade infantil e uma atitude de genitalidadeadulta.
Atitude social reivindicatória
•Se os adolescentes sentem uma dificuldade de separar-se dos pais; estes também, como já discutimos, sofrem diante do crescimento e da autonomia dos filhos. Esta é uma situação de “ambivalência dual”. Este conceito refere-se à resistência dos adultos em aceitar que aqueles indivíduos até pouco tempo crianças estão agora começando a atuar na arena social em pé de igualdade com eles. A atitude social reivindicatória do adolescente costuma assim estar associada ao sentimento de que o mundo dos 
adultos não lhe dá espaço para que ele, adolescente, se realize, exponha suas ideias, coloque seus valores, enfrente dificuldades sem a ajuda dos pais.
Contradições sucessivas em todas as manifestações da conduta
•São estados determinados pela instabilidade de comportamento, a identidade transitória ou circunstancial, a confusão de papéis, a dificuldade de poder exercer e defender seus ideais, o sentimento de abandono, de nulidade e vazio, considerados como manifestações normais na adolescência. Se o adolescente não passasse por essas contradições é que poderíamos considerar como sinal de patologia.
Separação progressiva dos pais
•Conforme nossa ampla discussão, o luto pela perda dos pais da infância é primordial para o estabelecimento da identidade e a vivência da vida adulta.
Constantes flutuações do humor e do estado de ânimo
•O jovem passa por flutuações constantes de humor. Da extrema mania e condutas efusivas a comportamentos determinados por sentimentos depressivos e de luto frequentes. Se houver a experiência do fracasso na busca de satisfação, essa ocorrência pode levar o jovem ao isolamento, ao afastamento do convívio social, podendo trazer a conclusões dolorosas, como a busca pelas drogas e até mesmo o suicídio. O sentimento de solidão parece ser um dos traços distintivos dessa fase, diante do total desconhecimento de si e da busca incessante por saber quem é e formar o seu self. Infelizmente essa é uma condição que o jovem terá de realizar sozinho, por si mesmo

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