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GESTÃO AMBIENTAL EMPRESARIAL

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
GESTÃO AMBIENTAL EMPRESARIAL
LILIANE DA SILVA GOMES SARSUR
201502340496
BELO HORIZONTE 
OUTUBRO/2017
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
GESTÃO AMBIENTAL EMPRESARIAL
Trabalho de conclusão de Curso 
apresentado como requisito parcial à 
obtenção do grau de bacharel em 
administração, do curso de administração
da Universidade Estácio de Sá. 
 
Prof. Orientador: Carlos Alexandre Armínio Strauch
 
 BELO HORIZONTE
OUTUBRO/2017
GESTÃO AMBIENTAL EMPRESARIAL
RESUMO
O meio ambiente sofre cada vez mais pela interferência humana. Notórias são as degradações provenientes das ações dos seres vivos, sejam individualmente ou em sociedade. Diversos são os estudos provenientes do segundo setor da economia (setor empresarial) para mitigar os problemas ambientais, objetivando o desenvolvimento sustentável. As políticas de gestão das empresas surgem através de demandas internas e externas à organização e, ainda, por leis criadas para proteção ambiental. Neste sentido, os estudos de impactos ambientais visam atender a legislação vigente e a população, ligada ou não à instituição, a fim de adquirir as certificações ambientais, por diversas vezes obrigatórias para a comercialização de determinado produto. Esta revisão bibliográfica identifica os fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência dos fenômenos da Gestão Ambiental Empresarial, buscando mais profundamente o conhecimento da realidade, formando a base de conhecimento do presente estudo. A ordenação das atividades humanas é o resultado esperado por uma gestão ambiental de qualidade, constituindo-se na única forma de obtenção da sustentabilidade.
Palavras-chave: Meio Ambiente. Problemas Ambientais. Gestão. Sustentabilidade. 
SUMARIO
1 – INTRODUÇÃO
2 - GESTÃO AMBIENTAL EMPRESARIAL
3 - ISO
4 – SAÚDE FINANCEIRA E TECNOLOGIA LIMPA
5 - LEGISLAÇÃO AMBIENTAL BRASILEIRA
6 – MARKETING
7 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
8 - REFERÊNCIAS
1 – INTRODUÇÃO
. 
Esta reflexão introdutória retorna a questão ambiental da qual já se tem alguma forma de conhecimento para tratá-la, o tanto quanto possível, de modo sistêmico, para a sobrevida do planeta, contemplando todos os seres que o habitam e considerando suas interações. 
A conceituação atualizada de meio ambiente é incompatível com as ideias reducionistas e as formulações de cunho emocional, às quais, de certo modo nos acostumamos. Desta forma, os conceitos correntes e vulgares, quase sempre imprecisos e simplistas, devem ceder espaço a uma conceituação científica que envolva várias ciências, como as biológicas, as exatas e as humanas. E no andar desse processo, é necessário fazer um juízo crítico sobre a própria formação profissional recebida, e, mais ainda, sobre o exercício da profissão: como se tem agido, cívica e profissionalmente, diante das sérias interrogações da questão ambiental, em especial a gestão ambiental empresarial. 
É indispensável repensar o mundo natural como uma realidade concreta, valiosa em si e por si, isto é, dotada de valor intrínseco. Isso significa também pensar o meio ambiente como realidade histórica, em seus aspectos naturais acrescidos das transformações feitas pelo ser humano, indivíduo e sociedade, como também uma realidade social.
No atual estágio de ocupação do espaço e da civilização tecnológica, pouco ou quase nada se pode encontrar do mundo natural em estado puro. Este fato conduz à necessidade de uma visão multifocal do meio ambiente e à aceitação da complexidade como hipótese de trabalho.
O meio ambiente não tem fronteiras e as interferências que se fazem nele desconhecem limites. Com cabimento se pode dizer que as reações são em cadeia e que os efeitos são sinergéticos, isto é, qualquer alteração reflete no ecossistema e os efeitos de uma ação somam-se aos efeitos de outras, e, por essa sinergia, produzem um resultado imprevisto. Na correlação dos fenômenos e dos fatores ambientais, verifica-se que os efeitos de uma causa tornam-se causa de outros efeitos.
Os problemas ambientais situam-se em determinado espaço e tempo, por exemplo, a degradação causada pelas indústrias siderúrgicas ou de celulose. Podendo parecer restritos àquele espaço e àquele tempo, contudo, a soma dos seus efeitos ambientais provoca impactos que se somam a outros fatores, como poluição urbana ou desmatamentos.
Com o incremento da sociedade industrial e a multiplicação de tecnologia inadequada, as intervenções humanas sobre o mundo natural tornam-se insuportáveis e muitas vezes perversas. Como consequência dessa desordem, os efeitos negativos se avolumaram quase exponencialmente e, assim, defrontamos com os chamados riscos globais, como:
O risco nuclear: Facilmente foge ao controle e pode provocar efeitos devastadores em escala planetária, com total impossibilidade de retorno a vida em muitas regiões.
O crescimento demográfico: Com toda a extensão das necessidades dos seres humanos e o decréscimo da possibilidade de atender tamanha demanda.
Os grandes desequilíbrios climáticos: Desencadeiam desequilíbrios biológicos. Efeito estufa, ruptura da camada protetora de ozônio e outras anomalias congêneres afetam várias formas de vida, ameaçam espécies, alteram os níveis dos oceanos e constituem ameaças em grande proporção para extensas áreas do planeta; inclusive, afetando plantações, reduzem o potencial alimentar.
O desperdício energético: causado por excessiva demanda e dispersão de energia, resulta no estado generalizado de entropia, seguindo as leis da termodinâmica.
A perda do patrimônio genético: Decorre da conjunção de dois ou mais fatores, incluindo ações predatórias sobre ecossistemas significativos e redução da biodiversidade.
Outros problemas podem surgir além dos mencionados como os decorrentes dos chamados efeitos limiares, ou seja, consequências imprevisíveis de determinadas intervenções perigosas nos sistemas naturais do planeta. Isso se deve ao caráter ecossistêmico do meio ambiente: rompe-se o equilíbrio, alteram-se as condições de vida, desencadeiam fenômenos incontroláveis. 
A questão ambiental é extremamente complexa. Estudiosos discutem que os fenômenos que compõem os sistemas naturais e os antrópicos são em parte determinísticos, mas as incontáveis interações que acontecem nos meios natural e social adicionam um grau de aleatoriedade ao sistema como um todo. Esses fatores tornam a conceituação de meio ambiente uma tarefa multidisciplinar e não trivial. Um único campo de conhecimento da cultura humana não é suficiente para definir e estabelecer paradigmas para a ocorrência de todos os fenômenos ambientais possíveis.
Autores argumentam que os sistemas ambientais são processos evolutivos, ou seja, não deterministas, não lineares, irreversíveis e com estados longe do equilíbrio. Esses processos evolutivos, por meio de suas modificações constantes, estabelecem uma irreversibilidade dos acontecimentos, em direção a uma maior complexidade do sistema.
Estudos apontam que o setor empresarial é o que mais agride o meio ambiente na contemporaneidade, neste sentido, este setor necessita apresentar uma postura correta diante da problemática apresentada. Desta forma, estabeleceram-se sistemas de avaliação de desempenho ambiental, com normas e critérios padronizados mundialmente. Os princípios mais aceitos na gestão ambiental são os da série ISO 14.000, onde o objetivo é fornecer assistência para as empresas quanto à implantação e no aprimoramento de um Sistema de Gestão Ambiental - SGA, prevendo metas de desenvolvimento sustentável e compatibilidade com diferentes estruturas culturais, sociais e organizacionais.
Considerando que atuar de maneira ambientalmente responsável, atualmente setorna um diferencial, GUTBERLET, 1996, menciona que esta diferença se tornará pré-requisito para a sobrevivência no mercado, e quanto antes as empresas perceberem o fato, maior a chance de sucesso.
O presente artigo científico contemplando o tema “Gestão Ambiental Empresarial” apresentará as relações das atividades dos setores industriais com o meio ambiente abordando suas dimensões de fornecedor de recursos naturais renováveis e não renováveis e de receptor de dejetos oriundos das atividades de produção e de consumo.
 2 - GESTÃO AMBIENTAL EMPRESARIAL
 Segundo Almeida, 2002, a importância do desenvolvimento sustentável passou a fazer parte do dicionário popular através de publicações que o definiam como um desenvolvimento socialmente desejável, economicamente viável e ecologicamente prudente. De acordo com especialistas no assunto, o desenvolvimento sustentável passa a ser um ponto de viabilidade para a harmonização social, onde os objetivos econômicos possam ser alcançados com gerenciamento ecológico correto, em uma reciprocidade com as futuras gerações.
Para o autor, os princípios do desenvolvimento sustentável são:
- Estabelecimento de uma ideologia confiável;
- Políticas apropriadas e integridade administrativa;
- Equidade internacional;
- Alivio da pobreza e da fome;
- Eliminação de doenças e da miséria;
- Redução de armas;
- Proximidade da autossuficiência;
- Equilíbrio das reservas naturais com o volume populacional;
- Conservação de reservas naturais; 
- Proteção do meio ambiente
A gestão ambiental pode ser entendida como um processo de tomada de decisões visando o desenvolvimento sustentável e estas precisam refletir positivamente sobre a variável ambiental de um sistema. Nesse caso, a tomada de decisão representa a busca da alternativa que apresente o melhor desempenho, o melhor julgamento, ou ainda, a melhor aliança entre as esperanças daquele que tem o poder de decidir e suas disponibilidades em adotá-las, segundo ALMEIDA, 2002.
Sem dúvidas, o Sistema de Gestão Ambiental é essencial para o desenvolvimento sustentável de grupo de pessoas que vive de maneira organizada em sociedade.
Almeida afirma ainda que, diante dessa situação, pelo esgotamento dos recursos naturais e crescente poluição, de acordo com as origens e evolução da avaliação de impacto ambiental, além dos trabalhos de aprimoramento das empresas, que serão apresentados adiante, foram criados diversos instrumentos legais, regulamentadores e normativos para a proteção do meio ambiente. Num primeiro momento, foram adotados predominantemente instrumentos corretivos, de caráter coercitivo. Atualmente incorporam-se os instrumentos preventivos de danos ambientais, como a avaliação de impacto ambiental. Esses instrumentos possuem grande importância, uma vez que a reparação dos danos ambientais causados por ações e empreendimentos é frequentemente difícil e custosa, ou até impossível.
Para ele, a Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) tem como objetivo analisar as consequências ambientais prováveis de uma atividade humana no momento de sua proposição. Esses dados devem, deste modo, ser levados em consideração no processo decisório, juntamente com outros de caráter financeiro, técnico, legal e político. A finalidade é que tais ações respeitem o meio ambiente e que todas as implicações ambientais negativas sejam definidas desde o início do projeto e levadas em consideração já na sua concepção. Assim, pode-se otimizar o rendimento dos recursos naturais e minimizar ou compensar seus efeitos desfavoráveis.	
No Brasil, a avaliação de impacto ambiental foi introduzida em 1980, pela Lei nº 6.803, que dispõe sobre as diretrizes básicas para o zoneamento industrial nas áreas críticas de poluição. A lei passou a exigir um estudo prévio de impacto ambiental para aprovação de zonas estritamente industriais.
A gestão ambiental empresarial refere-se basicamente ao segundo setor da economia. Está definida pelo conjunto de políticas, programas, práticas administrativas e operacionais que levam em conta a saúde e a segurança das pessoas, bem como a proteção do meio ambiente através da eliminação ou minimização dos impactos e danos ambientais decorrentes de um determinado processo de produção. A metodologia da gestão ambiental visa à integração do ser humano ao meio e busca a sustentabilidade, garantindo o bem-estar entre pessoas e organizações.
Para Ely, a busca permanente pela melhoria da qualidade ambiental na prestação de serviços, confecção e distribuição dos produtos atribui um objetivo maior à gestão ambiental, no que diz respeito à gestão das tarefas empresariais, às políticas ora aplicadas, às diretrizes e programas relacionados ao ambiente interno e externo das organizações.
 3 - ISO 
Toda gestão é norteada por uma série de preceitos, no caso do meio ambiente não é diferente. A série ISO 14000 foi elaborada no âmbito do Comitê Técnico TC-207, criado em 1993 com o objetivo de ministrar assistência para as organizações na implantação ou no aprimoramento de um Sistema de Gestão Ambiental, sendo consistente com a meta do Desenvolvimento Sustentável e compatível com diferentes estruturas culturais, sociais e organizacionais e apresenta objetivos claros quanto à funcionalidade de um bom Sistema de Gestão Ambiental - SGA, destacando o aprimoramento do sistema, a conformidade de sua política, a busca pelas certificações e sua auto avaliação.
 As razões que levam as empresas a praticarem a gestão ambiental são múltiplas, podendo transcorrer de processos obrigatórios em atendimento à legislação ambiental em vigor até a fixação de políticas ambientais que visem a conscientização de uma sociedade e, ainda, visando a conservação dos recursos naturais existentes.
 4 - SAÚDE FINANCEIRA E TECNOLOGIA LIMPA
De acordo com Ely, 2006, as ciências econômicas vêm concentrando sua atenção na alocação ótima de recursos escassos, buscando maximizar a eficiência econômica e social, sendo a existência da escassez uma das mais marcantes características do fenômeno econômico.
A saúde financeira de uma empresa, segundo este autor, depende de inúmeros fatores e é aferida pela disponibilidade de recursos naturais, estoque de capital disponível, volume e grau de qualificação de sua mão de obra. Para as teorias mais tradicionais da economia, a tecnologia é estabelecida por estes fatores que poderão ser combinados para a produção de bens e serviços. Modelos neoclássicos de desenvolvimento econômico apontam a tecnologia como sendo um fator importante ao desenvolvimento, estando relacionado à simples evolução dos mercados.
São várias as possibilidades tecnológicas aguardando um uso característico. Desta forma as circunstâncias e motivos que levam as indústrias à adoção das tecnologias limpas e a alcançarem melhoramento nos processos estão associados às tentativas de colocar em prática um desenvolvimento industrial sustentável, no qual a redução de efluentes e dejetos pode representar uma economia considerável de custos, minimizando desperdício e maximizando o lucro. Esta chamada tecnologia limpa foi apontada por Misra, em 1999, como sendo o conjunto de processos de manufatura que permite a redução da quantidade de efluentes que poluem o meio ambiente e a realização do uso mais racional de matérias primas e energia, com alcance de custos menores.
A vantagem das tecnologias limpas está na possibilidade de reversão do custo de desperdício, ou seja, o que antes seria tratado como um problema, como os gastos adicionais para reverter emissões ou para pagar compensações, caso a redução não seja técnica ou economicamente viável, passa agora a ser uma vantagem com ganhos de rendimento e produtividade. Portanto, este processo de ganho-ganho ocorre concomitantemente ao rendimento econômico e social.
Ainda segundo Misra, além de trabalhar o mercado interno oferecendo preços acessíveis de forma sustentável, as empresas precisam exportar seus produtos, dessa forma, a certificação ambiental dos produtos torna-seuma obrigatoriedade em diversos processos no comércio exterior. Coloca ainda que a certificação de determinado produto, se dá através da averiguação do cumprimento de normas de qualidade ambiental, atestado por “selos verdes” e rótulos ecológicos, diferenciando o produto de outros disponíveis no mercado, levando em consideração os procedimentos em que se verifica a conformidade do processo de produção e recomendações de normas de gestão ambiental, como por exemplo, a BS 7750 ou série ISO 14000. No Brasil, o órgão responsável pela normalização técnica é a ABNT, que constituiu em 1994 o Grupo de Apoio à Normalização Ambiental (GAMA), para acompanhar as proposições da série ISO 14000 formuladas pelos subcomitês do TC-270.
5 - LEGISLAÇÃO AMBIENTAL BRASILEIRA
Recentemente, a amplitude e a complexidade dos impactos decorrentes da industrialização e da crescente aglomeração urbana demandam uma ação muito mais específica e abrangente do poder público em relação à conservação ambiental, do que durante o período de disseminação da industrialização no Brasil, nas décadas de 60 e 70, por exemplo, segundo Gutberlet, 1996.
O autor afirma que a responsabilidade de preservação do meio ambiente é tanto do Estado quanto de todos os cidadãos, uma vez que é este um bem comum que se sobrepõe aos interesses individuais. A sociedade atual, caracterizada pela produção industrial e pelas transformações estruturais decorrentes dela, é desvinculada de seu meio natural. Prevalece a percepção do ambiente como fonte de recursos e receptor de emissões, sendo que os custos relacionados com a degradação ambiental são socializados, neste sentido existe uma série de normas, leis e decretos a serem seguidos. 
A legislação ambiental brasileira preocupa-se com a proteção da natureza, especialmente dos recursos naturais, florestas e pesqueiros. Os emaranhados de atos jurídicos foram se transformando ao longo do tempo para adequação da realidade ambiental no sentido de proteção, fiscalização, educação ambiental e aplicação de penalidades. Atualmente a lei mais utilizada, neste sentido, é a Lei 12.651 de 25 de maio de 2012, conhecida como o “Novo Código Florestal Brasileiro” que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória 2.166-67, de 24 de agosto de 2001. Assim na maioria dos casos que necessita de aplicação da legislação ambiental é observado o mencionado código.
O Estado em torno da questão da defesa do meio ambiente resultou na reestruturação dos textos normativos que tratam das ações protetoras deste, conforme vimos acima. São vários os instrumentos de política ambiental que estão à disposição da união, estados e municípios para o controle das questões ambientais, como uma abrangente legislação e os instrumentos de gerenciamento divididos em mecanismos fiscais, tais como taxas, impostos, subvenções, isenções e mecanismos não fiscais: proibições, realização de estudos, pesquisas, educação ambiental, entre outros. O objetivo destes mecanismos é estabelecer, de forma precedente, a perspectiva de ocorrência de fatos que venham agredir a qualidade do meio ambiente e, por consequência, a de quem dele depende. 
Os empreendimentos caracterizados como poluidores necessitam de licenciamento ambiental. De acordo com o IBAMA, o licenciamento é um procedimento administrativo realizado pelo órgão ambiental competente, que pode ser federal, estadual ou municipal, para licenciar a instalação, ampliação, modificação ou operação de atividades e empreendimentos que utilizam recursos naturais, ou que sejam potencialmente poluidores ou ainda que possam causar degradação ambiental.
A instalação de uma empresa deve ser analisada de acordo com os códigos e leis de cada região. Uma empresa não poderá ser instalada em um determinado local que não suporte suas atividades em relação ao meio ambiente. Esta situação é caracterizada como zoneamento ambiental.
O zoneamento ambiental pode ser definido como sendo o planejamento racional, técnico, econômico, social e ambiental do uso do solo. Este plano de uso do solo é baseado na gerência dos interesses e das necessidades sociais e econômicas, em conformidade com a preservação ambiental e com as características naturais do local. Trata-se de uma delimitação ao direito de propriedade, já que se restringe diretamente ao seu uso, gozo e fruição, e ao mesmo tempo, é um forte instrumento de intervenção do Estado na ordem econômica, social e ambiental, tendo sido regulamentado e declarado como um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente (inciso II, artigo 9°, Lei nº 6.938 de 31.08.81). Em 1988, a Constituição Federal ressaltou a proteção ambiental salientando que o zoneamento ambiental é um instrumento da política nacional do meio ambiente.
O zoneamento industrial, especificamente, discorre sobre a autorização, o condicionamento ou o impedimento da instalação de fontes industriais poluidoras. Desta forma, o zoneamento ambiental trata-se de um controle estatal capaz de ordenar o interesse privado e a evolução econômica com os interesses e direitos ambientais e sociais, possibilitando o crescimento sustentável.
Além de observar o zoneamento para a instalação de determinada empresa, Estudos Preventivos de Impactos Ambientais devem ser realizados. Estes, segundo Ignacio, 1998, constituem-se em um conjunto de atividades científicas e técnicas que incluem o diagnóstico ambiental, a identificação, a previsão e medição dos impactos, a interpretação e a valoração desses impactos, a definição de medidas mitigadoras e programas de monitoramento dos impactos ambientais. Estas ferramentas foram efetivadas no Brasil pela Lei Federal 6938/81 e pela Resolução 001/86 do CONAMA. O seu aproveitamento é de encargo da iniciativa privada em conjunto com o Estado, estando vinculados a esses instrumentos os sistemas de licenciamento de proposta ou projetos de atividades poluidoras ou modificadoras do meio ambiente.
Depois da identificação do empreendimento, sua caracterização, área de influência e seu diagnóstico ambiental, envolvendo meio físico, biológico e antrópico, realiza-se a análise dos impactos ambientais, com a identificação, valoração e interpretação destes, destinando-se à apresentação da análise dos prováveis impactos ambientais nas fases de planejamento, implantação, operação e, se preciso, da desativação do empreendimento, devendo ter determinados e justificados os horizontes de tempo considerados. 
Após os estudos é gerado um relatório de impacto ambiental que reflete as conclusões do Estudo de Impacto Ambiental - EIA, constituindo-se em um documento cujas informações técnicas devem ser expressas em linguagem acessível ao público, ilustradas por mapas em escalas adequadas, quadros, gráficos ou outras técnicas de comunicação visual, de modo que se possa entender claramente as possíveis consequências ambientais e suas alternativas, comparando as vantagens e desvantagens de cada uma delas.
Posteriormente deve ser elaborado um relatório conclusivo que traduz os termos técnicos para esclarecimento, analisando o impacto ambiental, o RIMA, Relatório de Impacto Ambiental. Este relatório é responsável pelos levantamentos e conclusões, devendo o órgão público licenciador analisar o relatório observando as condições do empreendimento. O RIMA deve conter:
- Os objetivos e justificativas do projeto, sua relação e compatibilidade com as políticas setoriais, planos e programas governamentais;
- A descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e locacionais, especificando nas fases de construção e operação a área de influência, as matérias-primas e mão-de-obra, as fontes de energia, os processos e técnicas operacionais, os efluentes, emissões, resíduos e perdas de energia, os empregos diretos e indiretos a serem gerados;
- A síntese dos resultados dos estudos de diagnóstico ambientalda área de influência do projeto;
- A descrição dos impactos ambientais analisados, considerando o projeto, suas alternativas, os horizontes de tempo de incidência dos impactos e indicação dos métodos, técnicas e critérios adotados para sua identificação, quantificação e interpretação; 
- A caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência, comparando as diferentes situações de adoção do projeto de suas alternativas, bem como a hipótese de sua não realização;
 - A descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras previstas em relação aos impactos negativos, mencionando aquele que não puderem ser evitados e o grau de alteração esperado;
- O programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos; e
- Recomendação quanto à alternativa mais favorável, conclusões e comentários de ordem geral.
No entanto, a proposição dos Estudos Preventivos de Impactos Ambientais é a de prevenir os efeitos adversos para o meio ambiente antes das propostas de instalação de unidades potencialmente poluidoras serem submetidas à autorização formal definitiva.
6 – MARKETING
Estudos revelam que tem havido uma notável evolução nas estratégias das empresas em direção à incorporação de parâmetros ambientais em suas decisões e ações, segundo Hoffman, 2000. Para ele, os governos e ativistas sociais têm sido, historicamente, os mais notáveis elementos a influenciar as práticas ambientais corporativas. Durante as décadas de 70 e 80, estas duas forças foram as condutoras predominantes das práticas ambientais nas empresas. Já nos dias atuais, muitas empresas começaram a integrar o meio ambiente nas suas estratégias de negócios, havendo o surgimento de um novo e estratégico paradigma ambiental, o qual, Vadarjan, 1992, definiu como as atividades benéficas de marketing empresarial e ambiental, que atendem tanto aos objetivos econômicos da organização quanto aos de performance social.
As ações das organizações na área ambiental se tornaram mais proativas e passaram a ser utilizadas como estratégia competitiva, vinculando-se a ação ambiental à melhoria na sua reputação. Assim, proteção ambiental e competitividade econômica têm se tornado interdependentes. 
Souza, 2004, afirma que o que antes foi influenciado por pressões externas à empresa, é agora direcionado por interesses que existem dentro dos ambientes econômico, político social e mercadológico das empresas. 
Na busca por um bom desempenho ambiental associado à boa gestão operacional, baixo risco financeiro e boas perspectivas de sucesso econômico futuro, muitas empresas estão influenciando o padrão de práticas corporativas e transformando o ambientalismo, de algo externo para algo que faz parte do sistema gerencial da empresa e do mercado, estando no centro dos objetivos empresariais.
Existem três razões básicas para melhorar o desempenho ambiental. Primeiro, o regime regulatório nacional e internacional está mudando, com exigências crescentes em relação à proteção ambiental; segundo, o mercado está mudando, tanto de fatores quanto de produtos; e terceiro, o conhecimento e informação estão mudando, com avanços em novas descobertas, e posterior publicidade das causas e consequências dos danos ambientais 
 No Brasil as empresas estão conscientes da necessidade de seguirem práticas de gestão ambiental e tendem a ampliar seus investimentos destinados à proteção do meio ambiente. É o que se pode constatar junto aos recentes estudos e pesquisas no âmbito da gestão estratégica ambiental. 
 
 7 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tendo em vista os aspectos observados, percebe-se que as mudanças ambientais no meio empresarial acontecem de forma gradativa, onde os acontecimentos de cada época originam transformações. Ocorrências de cunho ambiental, econômico e social são os maiores impulsionadores para a quebra de paradigmas. Outro fato que merece destaque é a evolução da sociedade, impulsionada pela globalização e pela tecnologia da informação aplicada nos dias atuais.
Em vista dos aspectos observados, a Gestão Ambiental Empresarial deixa de ser uma preocupação do Estado e passa a ser matéria de acompanhamento da sociedade, também como potenciais agentes fiscalizadores. A evolução neste sentido é notória pelas conquistas: Novo Código Florestal, legislações atuais capazes de coibir crimes ambientais, aumento de profissionais interessados pela área e os conselhos municipais, estaduais e federais cada vez mais exigentes e capacitados.
 Dado ao exposto, pode-se concluir que a influência da mudança dos valores ambientais no cotidiano da população, ocorre de forma positiva, mesmo que lenta e com diversas falhas no sistema e inúmeras infrações ambientais. 
As constantes mudanças ocorridas na legislação ambiental brasileira e a divulgação destas fizeram com que o assunto se tornasse cada vez mais importante na vida do cidadão. Este, por sua vez, está cada vez mais conhecedor dos seus direitos, cobrando, muitas vezes, qualidade e eficácia dos órgãos públicos fiscalizadores e dos agentes poluidores.
Portanto é imprescindível que todos se conscientizem e busquem mais, e, mais conhecimento para as discussões e decisões futuras. Faz-se necessário participar de forma efetiva das questões ambientais, e acompanhar a funcionalidade destas para que as novas conquistas sejam norteadas de um aspecto, funcional relevante, e não por uma forma urgente de decisão.
 
8 - REFERÊNCIAS 
ALMEIDA, F. O Bom Negócio de Sustentabilidade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002.
BRAGA, T. Meio Ambiente e Grandes Empresas: otimismo do discurso, pessimismo de ação. In: Seminário sobre economia mineira (7: 1995, Diamantina). Anais, v. 2. Belo Horizonte: Cedeplar/UFMG, 1995.
CAJAZEIRA, Jorge Emanuel Reis. ISO 14001: Manual de implantação. Rio de Janeiro: Qualitymark Ed., 2008. 
CNI/BNDES/SEBRAE Confederação Nacional da Indústria/Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social/Serviço Nacional de Apoio às Micro e Pequena Empresas. Pesquisa gestão ambiental na indústria brasileira. Rio de Janeiro - BNDES, Brasília, CNI/BNDES, 1998.
CMMAD - Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Nosso Futuro Comum. Rio de Janeiro, editora da FGV, 1991. 2ª ed. 
ELY, Aloísio. Economia do Meio Ambiente. Porto Alegre: Fundação de Economia e Estatística, 1986. 
GAZETA MERCANTIL. Gestão Ambiental: compromisso com a empresa. São Paulo: v.1,mar. 1996. 
GUTBERLET, Jutta. Cubatão – desenvolvimento, exclusão social, degradação ambiental, São Paulo:
Edusp/Fapesp, 1996.
HOFFMAN, A. J. Integrating environmental and social issues into corporate practice. In Environment. Abringdon, Carfax Publishing. Jun. 2000.
KINLAW, Dennis C. Empresa Competitiva e Ecológica: desempenho sustentado na Era Ambiental. São Paulo: Makron Books, 1997.
MATOZZO, Vania. O Conceito de Desenvolvimento Sustentável. 2001. Disponível na internet. 
MONTIBELLER FILHO, Gilberto.O Mito do Desenvolvimento Sustentável: meio ambiente e custos sociais no moderno sistema produtor de mercadorias. Florianópolis: Ed. UFSC, 2001.

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