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AULA 3: SISTEMAS DE CUSTOS Custos Industriais CUSTOS INDUSTRIAIS Aula 3: Sistemas de Custos AULA 3: SISTEMAS DE CUSTOS Custos Industriais Conteúdo 1. Sistemas de Apropriação de Custos; 2. Sistema Absorção; 3. Sistema Variável, Direto ou Marginal. AULA 3: SISTEMAS DE CUSTOS Custos Industriais Sistemas de Apropriação de Custos Definem a forma como os custos e as despesas serão tratados no processo de gerenciamento, reconhecimento e registro dos custos e das despesas incorridas ao longo do processo produtivo e do período, respectivamente. Estes processos podem afetar diretamente a formação de preços e indicadores desenvolvidos no processo de gerenciamento e aferição de desempenho da produção, vendas e da entidade como um todo. Há de se reinterar a importância destes reconhecimentos e registros, tendo em vista o processo gerencial, pois fomentam informações vitais à tomada de decisão e desempenho da entidade frente às suas operações, concorrência e competitividade. São dois os sistemas básicos e, embora haja outras sistemáticas, todos tem como base: • O Sistema por Absorção; • O Sistema Variável ou Direto. AULA 3: SISTEMAS DE CUSTOS Custos Industriais Sistema Absorção O critério por Absorção, Pleno ou Integral consiste na apropriação de todos os custos, sejam eles diretos, indiretos, fixos ou variáveis à produção do período. Os gastos não relacionados com as atividades de produção são considerados despesas de período. A separação é importante porque as despesas são apropriadas imediatamente contra o Resultado do Período, enquanto os custos relativos aos produtos vendidos (CPV) terão idêntico tratamento. Os custos relativos aos produtos em elaboração e aos produtos acabados (que não tenham sido vendidos) estarão ativados nos estoques desses produtos. Esse critério é o único aceito pelas Normas Brasileiras de Contabilidade e Auditoria Externa, atendendo ao Princípio da Competência que une a Realização de Receita e a Confrontação de Receitas e Despesas. Em decorrência destes fatos, o fisco e a elaboração das demonstrações contábeis exigem a adoção desta sistemática. AULA 3: SISTEMAS DE CUSTOS Custos Industriais Sistema Absorção Ainda relativamente ao conceito que distingue custo e despesa, o Princípio do Custo como Base de Valor e o Regime de Competência influenciam a utilização do critério por absorção, já que todos os gastos envolvidos na atividade fabril são custos e, portanto, devendo ser incorporados ao custo do produto, sejam produtos em elaboração, produtos acabados ou produtos vendidos. O Princípio do Custo como Base de Valor o custo de aquisição de um ativo ou dos insumos necessários para fabricá-lo e colocá-lo em condições de gerar benefícios para a entidade representa a base de valor para a Contabilidade. Já o Regime de Competência, determina que as receitas e despesas devem ser reconhecidas nos períodos em que incorrerem, ou seja, no período em que ocorrer seu fato gerador independente do pagamento. Este princípio associa a realização de receita, quando da transferência do bem ou serviço vendido para terceiros e prevê a confrontação das despesas, que devem ser reconhecidas à medida que são realizadas as receitas que ajudam a gerar. AULA 3: SISTEMAS DE CUSTOS Custos Industriais Fundamentos do Sistema por Absorção 1. Baseado no Regime de Competência e no Custo Histórico como Base de Valor; 2. Em função do item 1, os custos e as despesas devem ser separados; 3. Todos os “Custos” incorridos “Diretos” e “Indiretos” ao longo do processo produtivo são incorporados ao custo do produto no estoque em elaboração até a finalização do produto. Após a finalização do produto, o Custo Total de Produção é composto pelo somatório destes Custos Diretos e Indiretos; 4. As despesas são incorporadas diretamente ao Resultado; 5. Quando o produto é vendido o CPV – Custo do Produto Vendido (DRE), é composto pelo custo unitário apurado no estoque de produtos acabados vezes a quantidade vendida. AULA 3: SISTEMAS DE CUSTOS Custos Industriais Esquema Básico por Absorção EPE GASTOS DO PERÍODO CUSTOS DESPESAS CUSTOS PROD. A CUSTOS DIRETOS CUSTOS INDIRETOS RATEIO CUSTOS PROD. B CUSTOS PROD. C PRONTIFICAÇÃO EPA Ei + CUSTOS PROD. A Ei + CUSTOS PROD. B Ei + CUSTOS PROD. C VENDAS PREÇO X QUANTIDADE RESULTADO RECEITAS (CPV) LUCRO BRUTO (DESPESAS) LUCRO OPERACIONAL CUSTO UNITÁRIO X QUANTIDADE VENDIDA AULA 3: SISTEMAS DE CUSTOS Custos Industriais Legenda EPE = Estoque de Produtos em Elaboração; EI = Estoque Inicial; EPA = Estoque de Produtos Acabados; PREÇO DE VENDA X QUANTIDADE = Obtido das Notas Fiscais ou Faturas de Venda; CPV = Custo do Produto Vendido; RATEIO = Medidas matemáticas, normalmente resultando em percentuais apurados para alocação dos custos indiretos ao produto. Estes critérios devem ser obtidos por medidas conhecidas e comuns a todos os produtos. Exemplo: mão de obra, matéria-prima, custos diretos, volume, etc. CUSTO UNITÁRIO = Obtido pela divisão do Custo Total de Produção pelo Volume de Produtos Acabados. AULA 3: SISTEMAS DE CUSTOS Custos Industriais Sistema Variável, Direto ou Marginal Este sistema reconhece os custos e as despesas em função da relação ou não com o volume de produção ou vendas. No Brasil, este critério não é admitido pelo fisco para fins de apuração contábil, sob o argumento de que os Princípios da Competência e do Custo como Base de Valor são feridos, dado que os custos fixos são tratados como despesas de período e incorporados ao resultado independente da realização da receita de venda dos produtos fabricados. Entretanto, trata-se de uma ótima ferramenta gerencial, bastante utilizada nas diversas esferas da gestão. Os Custos e Despesas Variáveis, para os efeitos gerenciais, são apropriados à produção e incorporados aos estoques de produtos em elaboração e produtos acabados. Os custos e despesas fixas são apropriados ao resultado sob a alegação de que estes ocorrerão independente do volume de produção da empresa. AULA 3: SISTEMAS DE CUSTOS Custos Industriais Sistema Variável, Direto ou Marginal Num primeiro momento, caso todo o estoque fabricado não seja vendido, pode-se pensar que o resultado final por Absorção ou Variável seja o mesmo. Entretanto, o resultado do período em que os produtos foram fabricados fica distorcido, dado ao fato de que todas as despesas fixas e custos fixos relacionadas ao exercício, da produção que ainda não foi vendida, ser imediatamente incorporadas aos componentes de resultado do período, desfigurando as relações de causa (gasto) e efeito (receita) configuradas no arcabouço do sistema contábil, influindo na DRE e no Balanço (Patrimônio Líquido), pois haverá redução no lucro líquido. Caso todo estoque produzido seja totalmente vendido (realizado) os resultados serão idênticos. AULA 3: SISTEMAS DE CUSTOS Custos Industriais Fundamentos do Sistema Variável, Direto ou Marginal 1. Não respeita os Princípios Contábeis, em especial o Princípio da Competência; 2. Somente os Custos e as Despesas (Gastos) que variam uniformemente com o volume de produção são alocados aos produtos. Não é necessário rateio; 3. Os Custos e Despesas Fixas (Gastos Fixos) são alocados diretamente no Resultado do Período; 4. É utilizado gerencialmente, paralelamente ao Absorção. Por isso, necessita que os custos e despesas registrados na contabilidade sejam reclassificados em fixos e variáveis para formação do Custo de Produção e apuraçãodo resultado, que é diferente do Absorção se toda produção não for vendida; 5. Quando o produto é vendido o CPV – Custo do Produto Vendido (DRE), é composto pelos custos e despesas unitários variáveis apurado para o produto acabado vezes a quantidade vendida. AULA 3: SISTEMAS DE CUSTOS Custos Industriais Esquema Básico do Sistema Variável, Direto ou Marginal EPE GASTOS DO PERÍODO CUSTOS E DESPESAS VARIÁVEIS CUSTOS E DESPESAS FIXAS CUSTOS PROD. A CUSTOS PROD. B CUSTOS PROD. C PRONTIFICAÇÃO EPA Ei + CUSTOS PROD. A Ei + CUSTOS PROD. B Ei + CUSTOS PROD. C VENDAS PREÇO X QUANTIDADE RESULTADO RECEITAS (CPV) MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO (CUSTOS E DESPESAS FIXAS) LUCRO OPERACIONAL CUSTO UNITÁRIO X QUANTIDADE VENDIDA AULA 3: SISTEMAS DE CUSTOS Custos Industriais Legenda EPE = Estoque de Produtos em Elaboração; EI = Estoque Inicial; EPA = Estoque de Produtos Acabados; PREÇO DE VENDA X QUANTIDADE = Obtido das Notas Fiscais ou Faturas de Venda; CPV = Custo do Produto Vendido; MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO = Diferença entre a Receita de Vendas e o CPV apurado pelo sistema variável; MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO UNITÁRIA = Diferença entre o Preço de Venda e o Custo Total Unitário Variável; CUSTO UNITÁRIO = Somatório dos custos e despesas variáveis unitários relacionados ao produto. AULA 3: SISTEMAS DE CUSTOS Custos Industriais Exemplo: Considere que uma indústria ao longo de determinado período produziu 5.000 unidades de determinado produto, conforme as seguintes informações: • Mão de Obra consumida = 20.000 horas homem a R$4/hora, já incluídos os encargos; • Matéria Prima consumida na produção de 5.000 unidades = R$60.000; • Custos Indiretos já rateados às 5.000 unidades do produto, todos fixos = R$120.000; • Despesas Administrativas (fixas) do período = R$40.000; • Despesas de Vendas (variáveis) = R$50.000; • Vendas do período = 4.000 unidades a R$80 por unidade; Elabore o resultado do período pelo sistema Absorção e Variável. AULA 3: SISTEMAS DE CUSTOS Custos Industriais Solução: Absorção Custos de Total de Produção alocado no estoque = (R$4 x 20.000) + R$60.000 + R$120.000 = R$260.000; Custo Unitário de Produção = R$260.000/5.000 = R$52 por unidade; DRE Receita de Vendas = 4.000 x R$80 = R$320.000 (-) CPV = 4.000 x R$52 = (R$208.000) (=) Lucro Bruto = R$112.000 (-) Despesas Administrativas = R$40.000 (-) Despesas de Vendas = R$50.000 Lucro Operacional = R$22.000 AULA 3: SISTEMAS DE CUSTOS Custos Industriais Custos Variáveis = (R$4 x 20.000) + R$60.000 = R$140.000; Custo Variável Unitário = R$140.000/5.000 = R$28 por unidade; Despesas Variáveis = R$50.000; Despesa Variável Unitária = R$50.000/5.000 = R$10 por unidade; Custo Unitário de Produção = R$28 + R$10 = R$38 por unidade; Margem de Contribuição Unitária = R$80 – R$38 = R$42. DRE Receita de Vendas = 4.000 x R$80 = R$320.000 (-) CPV = 4.000 x R$38 = (R$152.000) (=) Margem de Contribuição Total = R$168.000 (-) Custos Indiretos Fixos = R$120.000 (-) Despesas Administrativas Fixas = R$40.000 Lucro Operacional = R$8.000 Solução: Variável AULA 3: SISTEMAS DE CUSTOS Custos Industriais No entanto, a venda parcial do estoque provocou uma diferença de R$14.000, que se deve às 1.000 unidades que permaneceram no estoque, cujos Custos Indiretos Fixos = R$120.000, que fazem parte do esforço de produção, foram totalmente para o resultado e parte das Despesas de Vendas ficaram no estoque: R$120.000/5.000 = R$24 por cada unidade fabricada e Despesas de Vendas = R$50.000/5.000 = R$10; (R$24 – R$10) x 1.000 = R$14.000. Se toda produção fosse vendida não haveria diferença: ABSORÇÃO VARIÁVEL Receita 400.000 Receita 400.000 CPV (260.000) CPV (190.000) Lucro Bruto 140.000 Margem de Contribuição 210.000 Desp. Administrativas (40.000) Custos Indiretos Fixos (120.000) Desp. de Vendas (50.000) Desp. Administrativas Fixas (40.000) Lucro Operacional 50.000 Lucro Operacional 50.000 AULA 3: SISTEMAS DE CUSTOS Custos Industriais VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS? Contexto das decisões de preços; A empresa como um sistema aberto; Escassez e valor agregado x continuidade; Fatores que influenciam a formação de preços; Metodologia básica para formação de preços. AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO.
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