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gabarito exerc revis AP1 a portugues

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UERJ – Faculdade de Educação 
Curso: Licenciatura em Pedagogia 
Disciplina: Língua Portuguesa Instrumental 
Coordenadora: Professora Helena Feres Hawad 
 
Exercícios de revisão com vista à AP1 (A) - GABARITO 
 
Caro Aluno, 
 
Os exercícios a seguir visam a oferecer a você mais uma oportunidade de 
rever e fixar os conteúdos trabalhados no curso. Reserve tempo para eles, faça-os 
com empenho e atenção. Se desejar, pode consultar seu material didático: este é 
um momento de estudar. 
Não se contente em “responder mentalmente” às questões propostas. O 
trabalho de escrever é uma poderosa ferramenta de estudo, porque ajuda a 
organizar a compreensão e favorece a atividade da memória. Então, escreva todas 
as respostas de forma clara e completa, como se você estivesse fazendo uma 
prova. 
O gabarito será postado alguns dias após a postagem dos exercícios. Tenha 
cuidado para não tentar iludir a si mesmo: não consulte o gabarito antes de ter se 
esforçado para fazer os exercícios do modo mais caprichado possível! 
 
Bom estudo! 
 
Após ler o texto abaixo, faça as questões que seguem. Volte a consultar o 
texto sempre que for necessário. 
 
 
232 BOMBAS ATÔMICAS 
 
Roberto Pompeu de Toledo 
 
 
 
Pesquisa divulgada na semana passada pela ONG Ação Educativa, em colaboração 
com o Instituto Paulo Montenegro, ligado ao Ibope, indica que 27% dos brasileiros são 
analfabetos funcionais. Isso significa que, se quatro brasileiros, cada um com um manual de 
sobrevivência na mão, têm cinco minutos para lê-lo, num barco que está afundando, um 
deles morrerá. A pesquisa toma por base os 130 milhões de brasileiros com idade acima de 
15 anos. Caso todos eles se encontrassem na mesma situação, num superbarco, 32,5 
milhões morreriam. O cataclismo é de proporções cósmicas. Seriam necessárias 232 
bombas como as que caíram sobre Hiroshima, onde morreram 140000 pessoas, para 
chegar a esse total. 
O leitor, que é esperto, e tem a sorte de desde a adolescência ter escapado do clube 
dos analfabetos funcionais, sabe que o superbarco da imagem acima é o barco Brasil, e o 
“morrer” não é morrer de verdade, mas ser desclassificado para trabalhos que exijam o 
domínio de textos e de cálculos com média complexidade. O resultado continua sendo 
catastrófico: 32,5 milhões de brasileiros estão de saída desclassificados. O barco Brasil 
carrega quase dois Chiles de despreparados para tarefas acima das rudimentares. 
A ONG Ação Educativa e o Instituto Paulo Montenegro começaram em 2001 a 
pesquisar o que chamam de Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf). De lá até agora, o 
índice de analfabetismo puro e simples caiu pela metade no país — de 12% para 6%. O de 
analfabetismo funcional também caiu — de 39% para 27%. Nem por isso os índices são 
satisfatórios e, em alguns detalhes, a pesquisa revela um quadro ainda mais cruel. Afora o 
analfabetismo puro e simples, o Inaf considera três níveis de alfabetização: a rudimentar, a 
básica e a plena. A rudimentar é a que permite ler um anúncio e operar com pequenas 
quantias; a básica, a que possibilita ler textos mais longos e vencer operações como as que 
envolvem proporções; a plena, a que contempla os níveis mais altos de análise de textos e 
de operações matemáticas. 
Da soma dos alfabetizados básicos e plenos resulta o total dos alfabetizados 
funcionais. Eles são 73% hoje, contra 61% em 2001. Mas, considerados só os alfabetizados 
plenos, o total não se moveu: eram 26% em 2001 e continuam 26%. Também é 
desanimadora a constatação de que, mesmo entre os portadores de diploma universitário, 
há carências na alfabetização. Trinta e oito por cento deles não alcançam o nível de 
alfabetização plena. Tal constatação põe por terra o argumento de que o mar de faculdades 
mambembes espalhado pelo país cumpriria ao menos o papel de suprir as deficiências 
escolares anteriores do aluno. 
A presidente Dilma Rousseff disse outro dia, rodeada pelas crianças que 
participavam da Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, que não é 
pelo PIB que um país deve ser julgado, mas pela capacidade “de proteger o seu presente e 
o seu futuro, que são suas crianças e seus adolescentes”. Foi criticada por vários motivos: 
porque sem um PIB robusto não há como cuidar bem das crianças; porque suas palavras 
embutiam a falácia de que o país cuida bem das crianças; porque fez a declaração no 
mesmo dia em que o Banco Central divulgava mais uma das hoje habituais más notícias 
quanto à saúde da economia. 
As críticas eram justas. Se o PIB anda mal, vamos mudar de assunto — eis o convite 
com que acenava a presidente. Mas o fato de ela invocar o PIB quando falava de crianças 
tem a virtude de ressaltar a desproporção da atenção dispensada no país a um e outro. Os 
respiros do PIB são acompanhados milimetricamente. Uma notícia negativa, como o recuo 
de 0,02% em maio com relação a abril, como anunciava o Banco Central naquele dia, 
provoca a mobilização do ministro da Fazenda. Já as más notícias na educação, que em 
última análise é o que mais importa, quando se fala em crianças e adolescentes, não 
produzem o mesmo efeito. Não há sinal de que o ministro da Educação tenha se abalado 
com a divulgação da pesquisa sobre o analfabetismo. Aliás, onde está o ministro da 
Educação? Não só o atual, mas seus antecessores, a não ser quando são candidatos a 
alguma coisa, onde se enfiam? Os ministros da Fazenda, o atual como os antecessores, 
estão sempre em todas. 
Para fazer justiça, o problema não é só o ministro da Educação. Também não é só o 
governo. A sociedade mostra interesse igualmente apenas relativo pela catástrofe das 232 
bombas de Hiroshima sobre a educação brasileira. As gerações perdidas vão se 
acumulando umas sobre as outras, num barco Brasil que mal e mal se equilibra, com tanta 
gente despreparada para decifrar o manual de sobrevivência. 
 
Veja. 25/7/2012. p.134. Disponível em http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/politica-cia/roberto-
pompeu-de-toledo-232-bombas-atomicas/ 
1. Explique o título do texto. 
 
O TÍTULO É UMA REFERÊNCIA AO NÚMERO DE ANALFABETOS FUNCIONAIS NO 
BRASIL, QUE O AUTOR COMPARA À TRAGÉDIA DA BOMBA DE HIROSHIMA A 
FIM DE SALIENTAR A GRAVIDADE DO PROBLEMA. 
 
 
2. “(...) em alguns detalhes, a pesquisa revela um quadro ainda mais cruel.” (3º parágrafo) 
 
Explique o que o autor considera “cruel” nos resultados da pesquisa citada. 
 
EMBORA O NÚMERO DE ANALFABETOS ABSOLUTOS E O DE ANALFABETOS 
FUNCIONAIS TENHAM CAÍDO NO BRASIL, O PERCENTUAL DE ALFABETIZADOS 
PLENOS, ISTO É, AQUELES QUE ALCANÇAM O NÍVEL MAIS ELEVADO DE 
ALFABETIZAÇÃO, CONTINUA O MESMO DESDE 2001. ALÉM DISSO, 38% DOS 
PORTADORES DE DIPLOMA UNIVERSITÁRIO NÃO ALCANÇAM O NÍVEL DE 
ALFABETIZAÇÃO PLENA. 
 
 
3. Apresente resumidamente a comparação feita pelo autor entre as áreas da economia e da 
educação no Brasil. 
 
A ÁREA DA ECONOMIA RECEBE MUITA ATENÇÃO, A PONTO DE QUALQUER 
PEQUENA ALTERAÇÃO NO PIB CAUSAR GRANDE PREOCUPAÇÃO E 
MOBILIZAÇÃO DAS AUTORIDADES. OS MAUS RESULTADOS NA EDUCAÇÃO, AO 
CONTRÁRIO, NÃO DESPERTAM INTERESSE. 
 
 
4. O autor faz referência a três acontecimentos que eram recentes na época da publicação do 
texto. Aponte dois desses acontecimentos. 
 
O PRIMEIRO É A PUBLICAÇÃO DA PESQUISA FEITA PELA ONG AÇÃO 
EDUCATIVA SOBRE O ALFABETISMO NO BRASIL. O SEGUNDO É A 
DECLARAÇÃO FEITA PELA PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF DURANTE UM 
EVENTO SOBRE DIREITOS DA CRIANÇA. O TERCEIRO É A DIVULGAÇÃO, PELO 
BANCO CENTRAL, DE UMA QUEDA NO PIB. 
 
 
5. Transcreva do texto o trecho em que o autor aponta os responsáveis pela situação que 
critica. 
 
“PARA FAZER JUSTIÇA, O PROBLEMA NÃO É SÓ O MINISTRO DA EDUCAÇÃO.TAMBÉM NÃO É SÓ O GOVERNO. A SOCIEDADE MOSTRA INTERESSE 
IGUALMENTE APENAS RELATIVO PELA CATÁSTROFE DAS 232 BOMBAS DE 
HIROSHIMA SOBRE A EDUCAÇÃO BRASILEIRA.” (último parágrafo) 
 
 
 
6. Identifique o tipo de texto predominante no artigo de Roberto Pompeu de Toledo e 
justifique sua resposta. 
 
TRATA-SE DE UM TEXTO DO TIPO ARGUMENTATIVO, PORQUE O AUTOR EXPÕE 
ABERTAMENTE SUA OPINIÃO SOBRE O TEMA. O OBJETIVO DO TEXTO É 
DEFENDER UMA TESE, APRESENTANDO ARGUMENTOS PARA CONVENCER O 
LEITOR. 
 
 
 
7. 
 
a. Identifique a quem se referem, no texto, as palavras destacadas em negrito nos fragmentos 
abaixo. 
 
i. Caso todos eles se encontrassem na mesma situação, num superbarco, 32,5 milhões 
morreriam. (1º parágrafo) 
 
OS 130 MILHÕES DE BRASILEIROS COM IDADE ACIMA DE 15 ANOS 
 
 
ii. Eles são 73% hoje, contra 61% em 2001. (4º parágrafo) 
 
OS ALFABETIZADOS FUNCIONAIS 
 
 
b. Classifique cada um dos dois elementos coesivos destacados em negrito no item anterior 
como forma remissiva gramatical ou forma remissiva lexical. 
 
AMBOS OS ELEMENTOS COESIVOS SÃO FORMAS REMISSIVAS GRAMATICAIS. 
 
 
 
8. O autor emprega, no conjunto desse texto, uma linguagem semiformal. No entanto, três 
expressões dão um tom mais informal ao trecho destacado abaixo. Indique essas expressões. 
 
Não só o atual, mas seus antecessores, a não ser quando são candidatos a alguma coisa, 
onde se enfiam? Os ministros da Fazenda, o atual como os antecessores, estão sempre em 
todas. (6º parágrafo) 
 
CANDIDATOS A ALGUMA COISA 
ONDE SE ENFIAM? 
ESTÃO SEMPRE EM TODAS 
 
 
 
 
 
 
9. O fragmento abaixo foi extraído de um texto produzido por um estudante sobre a prática de 
premiar bons alunos com bens materiais. 
 
 
Com estas recompensas, nós estamos criando, desde cedo, um capitalista ao extremo. Tudo bem que 
o nosso sistema atual é o capitalismo, mas também acho que todos sabem que ele é completamente 
individualista, cruel e desigual. É errado recompensar um jovem por seu desempenho escolar também 
porque, se a criança estiver só com o dinheiro na cabeça, ela pode acabar fazendo algo errado só pelo 
dinheiro. 
 
 
Reescreva o fragmento, eliminando as marcas de oralidade que ele apresenta. Faça apenas as 
alterações necessárias para eliminar as marcas de oralidade, e conserve ao máximo o sentido 
do fragmento original. 
 
 
COM ESTAS RECOMPENSAS, NÓS ESTAMOS CRIANDO, DESDE CEDO, UM 
CAPITALISTA AO EXTREMO. É VERDADE QUE O NOSSO SISTEMA ATUAL É O 
CAPITALISMO, MAS TODOS SABEM QUE ELE É COMPLETAMENTE 
INDIVIDUALISTA, CRUEL E DESIGUAL. É ERRADO RECOMPENSAR UM JOVEM 
POR SEU DESEMPENHO ESCOLAR TAMBÉM PORQUE, SE A CRIANÇA PENSAR SÓ 
NO DINHEIRO, ELA PODE ACABAR FAZENDO ALGO ERRADO.

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