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ESTADO DO PARÁ DEFENSORIA PÚBLICA EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA ____VARA DA FAMÌLIA DA COMARCA DE BELÉM DO ESTADO DO PARÁ PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO: CRIANÇA AGATHA CAROLAINE DOS SANTOS SERRA e AMANDA CAROLINE DOS SANTOS SERRA, brasileiras, menores impúberes, neste ato devidamente representada por sua genitora, ANA CAROLINA ALVES DOS SANTOS, brasileira, solteira, desempregada, portadora da carteira de identidade nº736-5439 SSP/PA, CPF nº 034.046.392-94, com endereço de email: desconhecido, ambas residentes e domiciliadas na Rua Tibeiro, nº 41, bairro Mangueirão, CEP 66640-290, Belém/PA, por seu advogado que esta subscreve, procuração em anexo (Doc.), vêm, respeitosamente a presença de Vossa Excelência, propor a presente: AÇÃO DE ALIMENTOS em face de JOSÉ ALGUSTO NASCIMENTO SERRA, brasileiro, solteiro, moto taxista, número da carteira de identidade desconhecido e CPF n° desconhecido, residente e domiciliado na Travessa Quatro (CEL BRITO), nº102 CJ Catalina, Bairro: Mangueirão, CEP 66640-290, Belém/PA, endereço de email: desconhecido, pelas razões de fato e de direito que passa a aduzir. 1. DA PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO DO FEITO Faz-se mister ressaltar, inicialmente, a prioridade absoluta na tramitação dos feitos em que seja parte criança e adolescente, em observação ao espírito protecionista da Constituição Federal e do Estatuto da Criança e do Adolescente, que aponta o dever do Poder Público, com prioridade absoluta, à efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, máxime em seu art. 4º, parágrafo único, b, o qual determina a precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública, devendo tal informação constar no rosto dos autos. Corroborando tais argumentos, o Novo Código de Processo Civil dispõe no inciso II e no § 2º do artigo 1048 a respeito da tramitação prioritária dos processos em que são partes crianças e/ou adolescentes. 2. DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA Inicialmente, pleiteia os benefícios da Justiça Gratuita assegurados pela Constituição Federal, artigo 5º, LXXIV, Lei Federal 1.060/50, e artigos 98 e 99, § 3º, do CPC/15, por não ter condições de arcar com custas, despesas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento e de sua família, conforme atestado de hipossuficiência econômica em anexo, indicando a Defensoria Pública do Pará para o patrocínio da causa. 3. DA AUSÊNCIA DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS À luz do que dispõe o art. 976 do Código de Processo Civil/15, vale afirmar ao Douto Julgador que o caso em tela não se trata de uma demanda repetitiva, nem configura um risco de ofensa à isonomia e nem à segurança jurídica. 4. DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO/MEDIAÇÃO A Assistida pleiteia, com fulcro no art. 319, inciso VII, do Diploma Adjetivo, que seja realizada audiência de auto composição comprometendo-se a parte Autora a comparecer na referida assentada. Requer, ainda, que as intimações para comparecimento à audiência sejam feitas na pessoa da Parte, dada as peculiaridades das atribuições das defensorias, com fulcro no art. 186, § 2º, do CPC. 5. DAS PRERROGATIVAS LEGAIS DA DEFENSORIA PÚBLICA A DEFENSORIA PÚBLICA possui as prerrogativas legais da dispensa de apresentação de mandato e prazos em dobro, intimação pessoal mediante entrega dos autos com vista, além de outras, (cf. Lei Complementar Federal nº 80/94; Lei Complementar Estadual nº 54/2006; Lei nº 1.060/50; e CPC/15). 5. DOS FATOS A Requerida Ana Carolina Alves dos Santos, teve um relacionamento com o Requerido por pouco tempo, como fruto deste relacionamento houve o nascimento de duas filhas, menores impúberes, com 4 (quatro) e 02 (dois) anos. Ocorre que após o termino da relação o requerido não cumpre com a pensão das filhas e não participa da criação das menores. Vale ressaltar que não se tem conhecimento do valor exato da renda do Réu, porém tem-se o conhecimento da profissão do réu, dessa forma pode-se inferir um salário mínimo como base de cálculo à pedido de alimentos para ambas as filhas. 6. DO DIREITO 6.1 DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS Considerando que o Alimentante, moto taxista, solteiro, não se sabe se o mesmo possui outros filhos, se não estes que figuram no polo ativo da presente ação e, diante da necessidade premente dos Alimentados, requer a V.Exa, com fulcro nos arts. 1694, 1695 e 1696 do Código Civil e no art. 4º da Lei 5.478/68 cumulado com o artigo 693 do Código de Processo Civil/15, sejam arbitrados os alimentos provisórios, no valor equivalente a 40% do salário mínimo vigente Oportunamente, com espeque nos artigos 529 e 531 do CPC requer que seja determinada a expedição de citação do Réu, no endereço fornecido nesta exordial, para que efetue, a partir do recebimento, o pagamento dos alimentos provisórios, efetuando-se os depósitos na conta corrente a ser informada em momento oportuno, sob as penas dos arts. 22 da Lei 5478/1968 e 529, §1º, do Código de Processo Civil. 6.2 DOS ALIMENTOS DEFINITIVOS A proteção à família encontra-se albergada na Constituição Federal, em seu art. 226 e 227, caput e 229. Sobre o dever alimentar, dispõe: Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade. O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE positiva que: Art. 22 – Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes, ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais. O CÓDIGO CIVIL, a seu turno, estabelece parâmetro nas necessidades do Alimentante: Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação. A Lei nº 5.478/68, em seu artigo 2º, embasa a pretensão: Art. 2º. O credor, pessoalmente, ou por intermédio de advogado, dirigir-se-á ao juiz competente, qualificando-se e exporá suas necessidades, provando, apenas o parentesco ou a obrigação de alimentar do devedor, indicando seu nome e sobrenome, residência ou local de trabalho, profissão e naturalidade, quanto ganha aproximadamente ou os recursos de que dispõe. Da mesma forma, o fato do Réu não participar com a manutenção necessária da Autora, comete o crime de abandono material previsto no artigo 244 do Código Penal: Artigo 244. Deixar, sem justa causa, de prover à subsistência do cônjuge, ou do filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou valetudinário, não lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente, gravemente enfermo. A mais abalizada doutrina, na voz do mestre Yussef Said Cahali, orienta-nos para o real sentido e alcance da expressão “alimentos”, senão vejamos: “Alimentos são, pois, as prestações devidas, feitas para quem as recebe possa subsistir, isto é, manter sua existência, realizar o direito à vida, tanto física (sustento do corpo) como intelectual e moral (cultivo e educação do espírito, do ser racional”.[1: CAHALI, Yussef Said. Dos Alimentos, 3ª edição, São Paulo: Revistas dos Tribunais, p. 16.2 Valor de dois salários mínimos vigentes R$: 1874,00 (Um mil oitocentos e setenta e quatro reais), sendo um salário para cada filho] Dessa forma, mostra-se cabido o presente pleito de condenação do Réu ao pagamento de pensão alimentícia no valor equivalente a 40% do salário mínimo, para que possam subsistir com o mínimo de dignidade, suprindo suas necessidades de educação, alimentação, vestimenta, lazer e tudo o mais na medida do binômio necessidade x possibilidade.7. DOS PEDIDOS Ante o exposto, requer a parte autora: 1. Os benefícios da justiça gratuita, por serem pobres no sentido jurídico do termo; 2. Seja concedida a prioridade de tramitação do feito, recebendo os autos identificação própria, na forma do art. 1048, II e § 2º do Codex, c/c art. 4º, parágrafo único, alínea “b”, da Lei 8069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente); 3. Seja realizada citação do Réu, no endereço fornecido nesta exordial para que efetue a partir do recebimento o pagamento dos alimentos provisórios no valor de 40% do salário mínimo vigente, em favor da parte autora, a ser depositado em conta poupança de Agência: 0883, Op.: 013, conta nº: 27342-6, aberta para este fim em nome de sua representante legal; 4. A intimação do Réu para todos os atos processuais, objetivando a realização do seu direito de defesa e comprovação dos fatos, para proteção do melhor interesse da criança, sob pena de nulidade, consoante art. 186, §2º, do Código de Processo Civil/15; 5. A intimação do digno representante do Ministério Público para todos os termos da presente ação; 6. Seja a ação julgada procedente, para determinar em caráter definitivo a prestação alimentícia em valor não inferior ao requerido a título de alimentos provisórios, vale dizer, no valor de 40% do salário mínimo vigente. 7. A condenando também a pagar as verbas de sucumbência, isto é, custas processuais e honorários advocatícios, estes a serem arbitrados por esse Juízo, na forma do CPC, os quais deverão ser revestido para o FUNDO ESTADUAL DA DEFENSORIA PÚBLICA-FUNDEP, como dispõe a Lei Estadual n°. 6.717/2005, regulamentada pelo Decreto n°. 2.275/2006, na Conta Corrente n°. 182900-9, Agência 015, Banco do Estado do Pará -BANPARÁ – 037. 8. Protesta-se por todos os meios de prova em direito admitidas, especialmente por meio de prova documental que segue em apenso e o depoimento pessoal das partes, oitiva de testemunhas que serão arroladas no momento oportuno e demais provas que se fizerem necessárias. Dá-se à causa o valor de R$ 3.560,60 (três mil, quinhentos e sessenta reais e sessenta centavos). Nestes termos, Pede deferimento. Belém, 07 de novembro de 2017. Defensor Publico DOCUMENTOS ANEXOS Atestado de insuficiência de renda; Cópia da Certidão de nascimento dos Alimentandos; Cópia do RG e CPF da genitora dos Alimentandos; Comprovante de residência da genitora dos Alimentandos; Cadastro do CNPJ da empresa do Requerido. Endereço: Rua Municipalidade, n° 839, Bairro: Umarizal – Belém – Pará Telefone: 3198-1336 1
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