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MpMagEst Administrativo Celso Spitzcovisky Data: 11/04/2013 Aula 07 MpMasEst – 2013 Anotador(a): Carlos Eduardo de Oliveira Rocha Complexo Educacional Damásio de Jesus RESUMO SUMÁRIO 1. Concessão e permissão de serviços públicos 2. Parcerias público privadas 1. CONCESSÃO E PERMISSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS 1.1. Variante do risco administrativo O permissionário e o concessionário só respondem efetivamente pelos danos tenham causado à vítima. Podendo utilizar para diminuição de sua responsabilidade: (i) Caso fortuito; (ii) Força maior; (iii) Culpa exclusiva da vítima 1.2. Causas de extinção das concessões (art. 35 a 39) (i) Termo – é causa de extinção das concessões por força do término do prazo inicialmente previsto (ii) Encampação – é causa de extinção das concessões por sua vigência por razão de interesse público. A legitimidade pertence ao poder concedente; O concessionário, não contribuiu para o término do contrato (interesse público) e portanto, terá direito a danos emergentes e lucros cessantes. A aprovação da encampação deverá ser realizada por lei específica. (iii) Caducidade – é causa de extinção das concessões durante a sua vigência por descumprimento de obrigações pelo concessionário. A lei exige a abertura do processo administrativo em que se assegure o contraditório e a ampla defesa. Obs.: também gera caducidade a mudança do corpo diretivo da concessionária sem aviso prévio do poder público, ou ainda quando repassa parte do objeto da concessão sem a anuência do poder público. (iv) Rescisão – causa de extinção das concessões durante a sua vigência por descumprimento de obrigações contratuais por parte do poder público. Ex.: ou o poder público não paga, ou paga com atraso. Obs.: de forma justificada, pode o poder público atrasar o pagamento por até 90 dias, sem que implique em extinção das concessões por rescisão. 2 de 5 ATENÇÃO: o concessionário só pode pleitear a extinção das concessões por intervenção do poder judiciário, em sentido contrario, do poder público executa a caducidade com seus próprios atos, sem intervenção do poder judiciário. “Art. 39. O contrato de concessão poderá ser rescindido por iniciativa da concessionária, no caso de descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente, mediante ação judicial especialmente intentada para esse fim. Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput deste artigo, os serviços prestados pela concessionária não poderão ser interrompidos ou paralisados, até a decisão judicial transitada em julgado.” (v) Anulação – causa de extinção das concessões, durante a sua vigência, por razões de ilegalidade. As duas partes têm legitimidade para promover a extinção das concessões, lembrando que o concessionário necessita da intervenção do poder judiciário. (vi) Falência – causa de extinção das concessões, durante a sua vigência, por falta de condições financeiras do concessionário. As dificuldades financeiras deve impossibilitar a permanência do contrato. 1.2.1. Consequências da extinção de uma obrigação: a) Reassunção: retomada da execução do serviço pelo poder público uma vez extinta a concessão; b) Reversão: é a transferência de bens públicos para o patrimônio público uma vez extinta a concessão. Revertam para o patrimônio público os bens considerados essenciais para continuação do serviço – bens reversíveis: A lista dos bens reversíveis devem estar expressos em dois momentos diferentes: (i) no edital e (ii) contrato de concessão. Art. 18. O edital de licitação será elaborado pelo poder concedente, observados, no que couber, os critérios e as normas gerais da legislação própria sobre licitações e contratos e conterá, especialmente: X - a indicação dos bens reversíveis; Art. 23. São cláusulas essenciais do contrato de concessão as relativas: X - aos bens reversíveis; 1.3. Diferenças entre concessão e permissão 1.3.1. Concessão: é espécie de contrato administrativo, através do qual, transfere-se por prazo determinado, através de licitação, na modalidade única de concorrência pública, a execução de serviços ou obras públicas aos particulares por sua conta e risco. (i) Natureza jurídica contratual com prazo determinado; (ii) Não pode ser desfeita a qualquer momento sem o pagamento de indenização; (iii) A única forma de transferência de serviços públicos por concessão é através de concorrência pública 3 de 5 Art. 2º Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se: II - concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado; 1.3.2. Permissão: é um ato administrativo precário, através do qual transfere-se via licitação a execução de serviços e obras públicas ao particulares por sua conta e risco. (i) Ato precário não tem prazo determinado podendo ser desfeito a qualquer momento sem a necessidade de pagamento de indenização; (ii) Pode ser realizada por qualquer modalidade licitatória; “Art. 2o Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se: IV - permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco.” (iii) Conforme artigo 175, p. único da CF, foi atribuído por alguns doutrinadores natureza contratual para as permissões; “Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. Parágrafo único. A lei disporá sobre: I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão; Obs.: segundo professor Bandeira de Mello, trata-se de uma impropriedade da constituição, uma vez que se atribuir natureza contratual às permissões, perderá a precariedade e terá prazo determinado, logo, não haverá nenhuma diferença com as concessões. Obs.: atenção Art. 223, §4º e §5º da CF Atenção: o artigo 40 da lei, define novamente permissão, mas de forma diferente do artigo segundo, definindo que se trata de um contrato de adesão precário. Caminhando “Art. 40. A permissão de serviço público será formalizada mediante contrato de adesão, que observará os termos desta Lei, das demais normas pertinentes e do edital de licitação, inclusive quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato pelo poder concedente. Parágrafo único. Aplica-se às permissões o disposto nesta Lei.” Essa concessão regida pela lei 8.987/95 é chamada de concessão comum e tem como fonte principal de renda o pagamento de tarifas pelos usuários. 4 de 5 2. PARCERIAS PÚBLICO PRIVADAS 2.1. Natureza jurídica: apresentam natureza jurídica de concessão. Com objetivo de atrair a iniciativa privada para novos investimentos na realização de serviços e obras públicas. 2.2. Legislação básica: Lei 11.079/04 2.3. Limites para celebração de uma PPP Limite financeiro: valor mínimo R$ 20.000,00 e não possui valor máximo. Limite de prazo de duração: 05 até 35 anos. Proibição de celebração de PPP’s que tenham por objeto único de fornecimento de mão de obra, fornecimento e instalação de equipamentos ou a execução de obra pública. “Art. 2º Parceria público-privada é o contrato administrativo de concessão, na modalidade patrocinada ou administrativa.§ 4º É vedada a celebração de contrato de parceria público- privada: I – cujo valor do contrato seja inferior a R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais); II – cujo período de prestação do serviço seja inferior a 5 (cinco) anos; ou III – que tenha como objeto único o fornecimento de mão-de-obra, o fornecimento e instalação de equipamentos ou a execução de obra pública.” “Art. 5º As cláusulas dos contratos de parceria público-privada atenderão ao disposto no art. 23 da Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, no que couber, devendo também prever: I – o prazo de vigência do contrato, compatível com a amortização dos investimentos realizados, não inferior a 5 (cinco), nem superior a 35 (trinta e cinco) anos, incluindo eventual prorrogação;” 2.4. Modalidades de PPP’s: existem três espécies de concessão: a comum já estudada, a patrocinada e administrativa definidas na lei das PPP’s 2.4.1. Modalidade Patrocinada 2.4.2. Modalidade Administrativa Art. 2o Parceria público-privada é o contrato administrativo de concessão, na modalidade patrocinada ou administrativa. § 1o Concessão patrocinada é a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado. § 2º Concessão administrativa é o contrato de prestação de serviços de que a Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou fornecimento e instalação de bens.” 5 de 5 Legislação Objetos Fontes Concessão Comum 8.987/95 Serviços ou obras Tarifa Concessão Patrocinada 11.079/04 Art. 2º, §1º Serviços ou obras Tarifa + contraprestação pecuniária da Adm. Concessão Administrativa 11.079/04 Art. 2º, §2º Só prestação de serviços púbicos Só contraprestação pecuniária da Adm. Concessão administrativa não passa de simples contrato de prestação de serviços em que o contratado, na medida em que cumpri com suas obrigações recebe remuneração da administração pública. Contudo, as regras que se aplicam nesses contratos são nesta lei específica. Próxima aula: garantias que poderão ser oferecidas pela administração.
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