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SERVIÇOS PÚBLICOS

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Serviços Públicos 
 
Art. 175, CF 
Lei n° 8.987/95 – Lei Geral de Serviços Públicos 
Lei n° 11.079/04 – Parceria Público Privada 
 
Serviço público é um dever do Estado. Porém, essa prestação de serviços pode ser 
feita pelo próprio Estado ou por Pessoas Privadas, através de DELEGAÇÃO 
(concessionárias ou permissionárias), sob normas e controles estatais, com o 
objetivo de satisfazer concretamente às necessidades essenciais ou secundárias da 
coletividade, ou por conveniência do Estado. 
 
A distribuição dos serviços públicos deve atender a critérios jurídicos, técnicos e 
econômicos, levando-se em conta a essencialidade, a adequação, a finalidade e os 
destinatários dos serviços. Assim, as delegatárias atuam em seu próprio nome, e 
por sua conta e risco. Logo, a responsabilidade é EXTRACONTRATUAL (primária 
dessas delegatárias e secundárias do Estado): 
 
Art. 37, § 6º, CF: As pessoas jurídicas de direito público e 
as de direito privado prestadoras de serviços públicos 
responderão pelos danos que seus agentes, nessa 
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de 
regresso contra o responsável nos casos de dolo ou 
culpa. 
 
Art. 2o Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se: 
 I - Poder concedente: a União, o Estado, o Distrito 
Federal ou o Município, em cuja competência se 
encontre o serviço público, precedido ou não da 
execução de obra pública, objeto de concessão ou 
permissão; 
Art. 37, §6º, CF 
Art. 2° e 25, da Lei 
8.987/95 
 II - Concessão de serviço público: a delegação de sua 
prestação, feita pelo poder concedente, mediante 
licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa 
jurídica ou consórcio de empresas que demonstre 
capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco 
e por prazo determinado; 
 III - concessão de serviço público precedida da 
execução de obra pública: a construção, total ou parcial, 
conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de 
quaisquer obras de interesse público, delegada pelo 
poder concedente, mediante licitação, na modalidade de 
concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de 
empresas que demonstre capacidade para a sua 
realização, por sua conta e risco, de forma que o 
investimento da concessionária seja remunerado e 
amortizado mediante a exploração do serviço ou da obra 
por prazo determinado; 
 IV - Permissão de serviço público: a delegação, a 
título precário, mediante licitação, da prestação de 
serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa 
física ou jurídica que demonstre capacidade para seu 
desempenho, por sua conta e risco. 
 
Art. 25. Incumbe à concessionária a execução do serviço 
concedido, cabendo-lhe responder por todos os 
prejuízos causados ao poder concedente, aos usuários 
ou a terceiros, sem que a fiscalização exercida pelo 
órgão competente exclua ou atenue essa 
responsabilidade. 
 § 1o Sem prejuízo da responsabilidade a que se refere 
este artigo, a concessionária poderá contratar com 
terceiros o desenvolvimento de atividades inerentes, 
acessórias ou complementares ao serviço concedido, 
bem como a implementação de projetos associados. 
 § 2o Os contratos celebrados entre a concessionária 
e os terceiros a que se refere o parágrafo anterior reger-
se-ão pelo direito privado, não se estabelecendo 
qualquer relação jurídica entre os terceiros e o poder 
concedente. 
 § 3o A execução das atividades contratadas com 
terceiros pressupõe o cumprimento das normas 
regulamentares da modalidade do serviço concedido. 
 
• Serviço adequado: as delegatárias (concessionárias e permissionárias) têm a 
obrigação de prestar o serviço de forma adequada, ou seja, observando os princípios 
do serviço público, conforme a Lei n°8.987/95. 
 
 
1. Princípios dos serviços públicos 
 
Além dos princípios que regem a Administração Pública (LIMPE), há ainda os 
princípios previstos pela Lei nº 8.987/95 (Regime de concessão e permissão da 
prestação de serviços públicos), que tratam especificamente da prestação de 
serviços públicos, pelos concessionários de serviços públicos. 
 
Art. 6o Toda concessão ou permissão pressupõe a 
prestação de serviço adequado ao pleno atendimento 
dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas 
normas pertinentes e no respectivo contrato. 
 § 1o Serviço adequado é o que satisfaz as condições 
de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, 
atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e 
modicidade das tarifas. 
 § 2o A atualidade compreende a modernidade das 
técnicas, do equipamento e das instalações e a sua 
conservação, bem como a melhoria e expansão do 
serviço. 
 § 3o Não se caracteriza como descontinuidade do 
serviço a sua interrupção em situação de emergência ou 
após prévio aviso, quando: 
 I - Motivada por razões de ordem técnica ou de 
segurança das instalações; e, 
 II - Por inadimplemento do usuário, considerado o 
interesse da coletividade 
 
• O Princípio da Segurança: prevê que os SERVIDORES PÚBLICOS não podem, 
DURANTE A PRESTAÇÃO DO SERVIÇO, colocar em RISCO A SEGURANÇA dos 
usuários. Os serviços devem ser prestados de maneira CUIDADOSA, para que não 
ocorra nenhum dano ao usuário. 
 
• O Princípio da Atualidade: Compreende a MODERNIDADE DA TÉCNICAS, do 
EQUIPAMENTO e das INSTALAÇÕES, bem como a sua CONSERVAÇÃO, assim como 
a MELHORIA e EXPANSÃO do serviço. 
 
• A Modicidade das Tarifas: prevê a FIXAÇÃO DE PREÇOS ACESSÍVEIS aos usuários. 
Serviços públicos devem ser remunerados com verbas baixas e muitas vezes, 
subsidiadas. 
 
• O Princípio da Cortesia: estabelece que, AQUELE INCUMBIDO da prestação do 
serviço, deverá fazê-lo de forma CORTÊS, EDUCADA, RESPEITOSA. 
 
• Princípio da Continuidade / Permanência: em atenção ao princípio da continuidade, 
o SERVIÇO PÚBLICO NÃO PODE PARAR, porque são serviços ESSENCIAIS. 
 
 
2. Categorias dos serviços públicos 
 
• Serviços Delegáveis: aqueles que o ordenamento jurídico permite a transferência 
de suas prestações, ou seja, ou serão executados diretamente pelo Estado, ou por 
outra entidade, mediante DELEGAÇÃO 
EX: serviço de eletricidade, serviço de telefonia, etc... 
 
• Serviços Indelegáveis: são aqueles que só podem ser prestados pelo próprio 
Estado, de forma direta, através dos seus órgãos ou agentes. 
EX: serviço de defesa nacional, policiamento 
 
• Serviços Coletivos (Uti Universi): são aqueles prestados para a coletividade, a 
grupos indeterminados de indivíduos, de acordo com as opções e prioridades da 
Administração Pública, e em conformidade com os discursos que ela dispõe. São 
pagos mediante os impostos. O não pagamento, por parte dos usuários, não 
possibilita a interrupção do serviço. 
EX: pavimentação de ruas, iluminação pública, abastecimento de água, etc.. 
 
• Serviços Singulares (Uti Singuli): são aqueles ofertados a usuários individualizados, 
tanto quem usa, como quanto, sendo, dessa forma, mensurável a utilização, por 
cada um deles. É remunerado mediante tarifas (pagas pelo usuário). O não 
pagamento dessas tarifas, pode gerar a interrupção do serviço, por parte do Estado, 
de acordo com o art. 6º, §3º da lei 8.987/95. Para tanto, são é necessário preencher 
2 requisitos: ter aviso prévio, e atender a interesse coletivo. 
EX: energia domiciliar, linhas telefônicas, transporte coletivo, pedágio, etc... 
 
• Serviços Que O Estado Tem A Obrigação De Promover, e o Particular, Por 
Determinação Constitucional, Também Tem Sua Titularidade: é o caso dos serviços 
de saúde e educação. 
 
• Serviços Que Pelas Características Inerentes, É Conveniente Que Sejam Praticados 
Por Particulares: até mesmo para garantir a forma do Estado Democrático de 
Direito. 
EX: concessão de rádio e televisão, previsto no art. 222, CF. 
 
 
 
 
• SÚMULA VINCULANTE 12: A cobrança de taxa de matrícula nas universidades 
públicas viola o disposto no art. 206, IV, da ConstituiçãoFederal. 
 
• SÚMULA VINCULANTE 19: A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços 
públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos 
provenientes de imóveis não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal. 
 
• SÚMULA VINCULANTE 41: O serviço de iluminação pública não pode ser 
remunerado mediante taxa. 
 
 
 
3. Concessão e permissão de serviços públicos 
 
Lei nº8.987/95 - Regime De Concessão E Permissão Da Prestação De Serviços Públicos 
Regulamenta o art. 175, CF: 
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, 
diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, 
sempre através de licitação, a prestação de serviços 
públicos. 
Parágrafo único. A lei disporá sobre: 
I - o regime das empresas concessionárias e 
permissionárias de serviços públicos, o caráter especial 
de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as 
condições de caducidade, fiscalização e rescisão da 
concessão ou permissão; 
II - os direitos dos usuários; 
III - política tarifária; 
IV - a obrigação de manter serviço adequado. 
 
A CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO consiste na DELEGAÇÃO da sua prestação, feita 
pelo PODER CONCEDENTE, MEDIANTE LICITAÇÃO (CONCORRÊNCIA), para PESSOA 
JURÍDICA ou CONSÓRCIO DE EMPRESAS, que demonstrem capacidade para o 
desempenho da atividade, por sua CONTA e RISCO, e ainda por PRAZO 
DETERMINADO. 
 
 
 
 
O CONCEDENTE tem os seguintes poderes: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A RESPONSABILIDADE das concessionárias de serviços públicos, por eventuais 
DANOS CAUSADOS A TERCEIROS, é OBJETIVA, tanto com relação aos USUÁRIOS do 
serviço, quanto e relação aos NÃO USUÁRIOS, ou seja, NÃO HÁ A NECESSIDADE DE 
COMPROVAÇÃO DE CULPA, para eventuais reparações. 
 
 
4. Formas de extinção / intervenção no contrato de concessão 
 
• Ocorre quando o serviço púlico não é prestado da forma adequada, não atendendo 
aos princípios. 
 
• inspeção e fiscalização 
• alteração unilateral de cláusulas 
regulamentares 
• poder de extinguir a concessão findo o prazo 
• poder de intervenção 
• poder de aplicar sanções ao concessionário 
inadimplente 
A concessão de serviços 
públicos só pode ser 
concedida para 
PESSOAS JURÍDICAS ou 
CONSÓRCIO DE 
EMPRESAS 
• A intervenção ocorre VIA DECRETO do chefe do Poder Executivo. 
 
• Deve ser instaurado um PAD (Processo Administrativo), para apurar as causas, em 
30 dias. Devendo ser concluído, no máximo, em 180 dias. 
 
• Na conclusão da intervenção, pode-se decidir duas coisas: que o serviço é adequado 
(devolve-se a concessão e paga-se indenização, se houver dano) ou que o serviço 
não é adequado (extingue-se a concessão – CADUCIDADE) 
 
• São formas de extinção de concessão, conforme o art. 35 da Lei n° 8.987/95: 
 
 Art. 35. Extingue-se a concessão por: 
 I - Advento do termo contratual; - fim do contrato 
 II - Encampação; 
 III - caducidade; - via PAD 
 IV - Rescisão; - via judicial 
 V - Anulação; - ocorre alguma ilegalidade 
 VI - Falência ou extinção da empresa concessionária e 
falecimento ou incapacidade do titular, no caso de empresa 
individual. – intuito personae 
 
 
• Encampação: é a EXTINÇÃO da concessão pelo Poder Concedente, por razões de 
INTERESSE PÚBLICO. Para tal extinção é necessária AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA, dá 
direito a indenização, em casos de pejuízo, conforme a lei n° 8.897/95: 
Art. 37. Considera-se encampação a retomada do serviço 
pelo poder concedente durante o prazo da concessão, 
por motivo de interesse público, mediante lei 
autorizativa específica e após prévio pagamento da 
indenização, na forma do artigo anterior. 
 
• A caducidade é a EXTINÇÃO pelo Poder Concedente considerando o 
DESCUMPRIMENTO TOTAL ou PARCIAL do contrato de concessão pelo 
CONCESSIONÁRIO (Estado), conforme a Lei n°8.897/95: 
 
Art. 38. A inexecução total ou parcial do contrato 
acarretará, a critério do poder concedente, a declaração 
de caducidade da concessão ou a aplicação das sanções 
contratuais, respeitadas as disposições deste artigo, do 
art. 27, e as normas convencionadas entre as partes. 
 
A CADUCIDADE da concessão pode ser declarada pelo poder concedente quando: 
 
a) O serviço estiver sendo PRESTADO DE FORMA INADEQUADA ou DEFICIENTE, tendo 
como base as normas, critérios, e parâmetros definidores de QUALIDADE do serviço 
 
b) A concessionária DESCUMPRIR cláusulas contratuais ou disposições legais ou 
regulamentares concernentes à concessão 
 
c) A concessionária PARALISAR o serviço ou CONCORRER para isso, exceto nas 
hipóteses de caso fortuito ou força maior. 
 
d) A concessionária PERDER as CONDIÇÕES ECONÔMICAS, TÉCNICAS, OPERACIONAIS, 
para manter a adequada prestação do serviço concedido. 
 
e) A concessionária NÃO CUMPRIR AS PENALIDADES impostas por infrações, nos 
DEVIDOS PRAZOS 
 
f) A concessionária NÃO ANTENDER À INTIMAÇÃO do Poder Concedente no para 
REGULARIZAR a prestação do serviço, para em 180 dias, apresentar 
DOCUMENTAÇÃO de REGULARIDADE FISCAL, no curso da concessão, conforme a Lei 
nº8.666/93 (Normas de Licitações e Contratos da Administração Pública). 
 
• A rescisão: a culpa é do Estado. Tem de ser via judicial e a intervenção se dá apenas 
após o trânsito em julgado. 
 
• Retorno dos bens: Em todas as hipóteses de extinção da concessão, haverá a 
reversão dos bens necessários para a continuidade dos serviços. Uma vez que a 
concessão esteja EXTINTA, os BENS REVERSÍVEIS, DIREITOS e PRIVILÉGIOS são 
transferidos ao concessionário. DURANTE A CONCESSÃO, conforme deve estar 
PREVISTO NO EDITAL E NO CONTRATO, haverá a imediata ASSUNÇÃO do serviço 
pelo Poder Concedente, procedendo-se aos LEVANTAMENTOS, AVALIAÇÕES e 
LIQUIDAÇÕES necessários. 
Sem a EXTINÇÃO DA CONCESSÃO, não há que se falar em REVERSÃO, que será feita 
com direito à indenização, em parcelas não amortizadas. 
 
 
5. Concessão especial de serviços públicos – Parceria 
Público-Privada - Lei n° 11.079/04 - (Normas Gerais 
De Licitação E Contratação De PPP) 
 
 
5.1 Conceitos e Modalidades 
 
a) Parceria Público Privada: É o contrato administrativo de CONCESSÃO, na modalidade 
PATROCINADA ou ADMINISTRATIVA 
 
b) Concessão Patrocinada: É a concessão de SERVIÇOS PÚBLICOS ou OBRAS PÚBLICAS, 
de que trata a Lei n°9.897/95 (regime de concessão e permissão da prestação de 
serviços públicos), quando envolver adicionalmente, à tarifa que é cobrada aos 
usuários como forma de contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro 
privado. 
 
c) Concessão Administrativa: é um contrato de prestação de serviços de que a 
Administração Pública seja usuária direta ou indireta, ainda que isso envolva a 
execução de obra ou fornecimento e instalação de bens. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBS: 
 
• TODAS AS CONCESSÕES (comum, patrocinada e administrativa): além das tarifas, 
os concessionários podem receber valores através de: 
 
a) Fontes Alternativas: busdoor, locações de espaços, placas publicitárias, etc.... 
(para assegurar a modicidade das tarifas pagas pelos usuários) 
 
b) Possibilidade de inversão, na concessão, das fases de habilitação e 
classificação: como a concessão é um contrato, é precedida de licitação, na 
modalidade de concorrência. 
 
c) Possibilidade de solução de conflitos, mediante arbitragem 
MODO DE 
CONCESSÃO QUEM USA QUEM PAGA 
COMUM (obra) COLETIVIDADE 
Ex: transporte coletivo, 
energia elétrica 
Unicamente o usuário. O 
Estado não paga a 
concessão comum! 
PATROCINADA Coletividade. 
Ex. pedágios, estádios de 
futebol, etc.. 
Usuário + Estado (o Estado 
é quem patrocina) 
ADMINISTRATIVA Estado (no Brasil, ainda 
não existe 
Estado 
P
P
P
 
d) Todas agem em nome próprio, por sua conta e risco: responsabilidade da 
própria concessionária (objetiva), o Estado é apenas subsidiário, 
 
 
5.2 Características 
 
• É VEDADA a celebração de contratode PPP cujo valor do contrato seja INFERIOR 
a R$20.000.000,00 (vinte milhões de reais). 
 
• É VEDADA a celebração de contrato de PPP por período MENOR de 5 ANOS 
 
• OBJETO É VEDADA a celebração de contrato de PPP que tenha como OBJETO 
ÚNICO o FORNECIMENTO DE MÃO DE OBRA, o FORNECIMENTO E INSTALAÇAO 
DE EQUIPAMENTOS ou EXECUÇÃO DE OBRA PÚBLICA, tem de ser a prestação de 
um serviço. 
 
• Na contratação de PPP, deve-se observar a diretriz da INDELEGABILIDADE das 
funções de REGULAÇÃO, JURISDIÇÃO, EXERCICIO DO PODER DE POLÍCIA e outras 
atividades EXCLUSIVAS DO ESTADO. O STF entende que a Indelegabilidade dá-se 
ao fato de que a iniciativa privada não possui o ius imperii, necessário para o 
exercício desse poder. 
 
• Teoria Da Imprevisão: No contrato de PPP, deverá haver a REPARTIÇÃO OBJETIVA 
de riscos entre as partes. Envolve situações que dificultam a execução do contrato 
administrativo. Incluindo: 
 
a) Caso fortuito: condutas humanas 
b) força maior: eventos da natureza 
c) Ocorrência de áleas extraordinárias (riscos): circunstâncias de ordem interna 
d) Álea administrativas: 
fato do príncipe (conduta geral estatal) – EX: alteração numa alíquota de imposto 
fato da administração (inexecução contratual. – EX: não liberação de uma área 
pública. 
 
 
• PRAZO: O prazo de VIGÊNCIA do contrato de concessão especial deve ser 
COMPATÍVEL com a amortização dos investimentos realizados, não INFERIOR a 5 
anos e nem SUPERIOR a 35 ANOS. 
 
• REPARTIÇÃO de risco entre as partes, 
 
• A CONTRAPRESTAÇÃO da Administração Pública nos contratos de PPP, poderá ser 
feita por ORDEM BANCÁRIA, CESSÃO DE CRÉDITO NÃO TRIBUTADOS, OUTORGA 
DE DIREITOS EM FACE DA ADM. PÚBLICA, sobre bens públicos dominicais e outros 
meios admitidos em lei. 
 
 
6. Permissão de serviços públicos 
 
É uma DELEGAÇÃO, a TÍTULO PRECÁRIO, mediante LICITAÇÃO, da prestação de 
serviços públicos, feita pelo Poder Concedente à pessoa física ou jurídica, que 
demonstre CAPACIDADE para seu desempenho, POR SUA CONTA E RISCO. 
 
OBS: a Lei n°12.896/13, que dispõe sobre o exercício da atividade e a remuneração do 
permissionário lotérico, é considerada como OUTORGA, a título precário e mediante 
LICITAÇÃO, do serviço de COMERCIALIZAÇÃO DAS LOTÉRICAS FEDERAIS e de outros 
produtos autorizados, assim como a delegação para SERVIÇOS BANCÁRIOS, 
figurando como OUTORGANTE a Caixa Econômica Federal e como OUTORGADO o 
permissionário lotérico particular. 
 
São as principais características dessa modalidade: 
 
a) Forma de delegação de serviço público e que não impede o exercício de atividade 
complementar e comercial, pelo particular 
 
b) Remuneração do permissionário através de COMISSÃO (incidente no preço de venda 
das apostas, deduzidos os devidos repasses) 
 
c) Extinção dessa permissão pode ocorrer por RESCISÃO, CADUCIDADE ou pelas demais 
formas previstas na lei nº 8.987/95. 
 
 
7. Autorização de serviços públicos 
 
A lei 12.815/2013 que dispõe sobre exploração direta e indireta pela UNIÃO de PORTOS 
E INSTALAÇÕES PORTUÁRIAS e sobre as atividades desempenhadas pelos 
operadores portuários, fixam além do contrato de ARRENDAMENTO PORTUÁRIO, 
também a modalidade unilateral de parceria outorgada por ATO ADMINISTRATIVO, 
conforme o art. 8°: 
Art. 8º Serão exploradas mediante autorização, precedida de 
chamada ou anúncio públicos e, quando for o caso, processo 
seletivo público, as instalações portuárias localizadas fora da 
área do porto organizado, compreendendo as seguintes 
modalidades: 
I - terminal de uso privado; 
II - estação de transbordo de carga; 
III - instalação portuária pública de pequeno porte; 
IV - instalação portuária de turismo; 
 
Assim, serão explorados mediante AUTORIZAÇÃO, precedida de CHAMADA ou 
ANÚNCIO PÚBLICOS, e quando for o caso, PROCESSO SELETIVO PÚBLICO, as 
INSTALAÇÕES PORTUÁRIAS LOCALIZADAS FORA DA ÁREA DO PORTO organizado, 
compreendedo essas modalidades expostas nos incisos do art. 8° da referida lei.

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