Buscar

OMBRO DOLOROSO

Prévia do material em texto

OMBRO DOLOROSO EM PACIENTES
HEMIPLÉGICOS DEVIDO À AVE
Ana Luiza Rodakowski de Onofre (acadêmica – UNICENTRO), Francieli Angili Ramos (acadêmica – UNICENTRO), Luciana Pereira da Silveira (acadêmica – UNICENTRO), Cíntia Raquel Bim (orientadora– Dep. de Fisioterapia/UNICENTRO) e-mail: analuizaonofre@hotmail.com
Palavras Chave: Ombro Doloroso; Hemiplegia; AVE.
RESUMO:
A dor no ombro é comum nos pacientes hemiplégicos, podendo ter diversas causas. Essa sintomatologia piora o quadro clínico e dificulta o tratamento desses pacientes. Consequentemente reduz ainda mais a funcionalidade de indivíduos já dependentes piorando assim sua qualidade de vida.
INTRODUÇÃO:�
O Acidente Vascular Encefálico (AVE) é citado como a principal causa de incapacidade na população idosa e nos países industrializados, ela resulta de processos isquêmicos ou hemorrágicos no tecido cerebral que associados ao edema e danificações celulares determinam o déficit das funções neurológicas (FURTADO, 2006).
A principal seqüela do AVE é a hemiplegia, que se caracteriza por paralisia dos músculos de um lado do corpo, contralateral ao lado do cérebro em que ocorreu a lesão. A dor no ombro é comum nos pacientes hemiplégicos, podendo ter diversas causas como trauma, tônus muscular alterado, subluxação glenoumeral, contratura de estruturas capsulares e síndrome do ombro-mão (STOKES, 2000).
O objetivo desse estudo é confirmar através da bibliografia a presença de ombro doloroso em individuos hemiplégicos.
METODOLOGIA:
Esta pesquisa realizou-se no mês de outubro de 2007, na base de dados da Bireme e literatura da biblioteca da Universidade Estadual do Centro-Oeste, em Guarapuava-PR.
DISCUSSÃO:
A dor no ombro é comum nos pacientes com AVE que apresentam o quadro de hemiplegia, influenciando negativamente a reabilitação (STOKES, 2000). Ela está tipicamente presente com os movimentos e, e nos casos mais graves, em repouso (O’SULLIVAN, 1993). Segundo Stokes 2000, a dor no ombro apresenta-se pelo menos uma vez durante a reabilitação ou no acompanhamento em 72% dos pacientes com AVE. Já O’Sullivan 1993 relata que a dor no ombro é extremamente comum após o AVE, ocorrendo de 70 a 84% dos pacientes, e Kauffman 2001, diz que esta porcentagem varia de 5 a 84%.
Na hemiplegia, devido a uma agressão grave do Sistema Nervoso Central, o membro superior (MS) não apresenta movimentos ativos, resultando em padrão flexor. A escápula fica rodada para baixo. Assim, o mecanismo de trava passiva da articulação do ombro é perdido. Na deficiência desse mecanismo, do tônus muscular e da cápsula do ombro resultam em uma subluxação inferior do úmero do ombro hemiplégico. O úmero fica pendente ao lado do corpo em rotação interna e o cotovelo fica estendido (UMPHERED, 1994).
A escápula e o úmero também podem ser fortemente influenciados por um possível desvio na caixa torácica. A escápula rodada para baixo começa a mover-se superiormente sobre o tórax, e o úmero se hiperestende com rotação externa, essa combinação faz com que a cabeça do úmero subluxe anteriormente (UMPHERED, 1994). 
A articulação do ombro é uma das mais seriamente atingidas, desde a faz inicial flácida. Nesse estágio ocorrem danos proprioceptivos, ausência de tônus e a paralisia muscular que reduzem a sustentação e a ação normal. Assim, ligamentos e cápsulas tornam-se os únicos sustentáculos do ombro, podendo ocorrer a subluxação do ombro, com possibilidade de lesões irreversíveis dos tecidos visinhos, levando a uma impotência funcional de todo o membro (LIANZA, 2001; O’SULLIVAN, 1993).
A fase tardia á caracterizada pela espasticidade, ela pode encobrir a atividade motora voluntária e a força muscular. Nesse estágio ao tônus muscular evidente contribui para uma posição escapular (depressão, retração e rotação para baixo) propícia para subluxação e restrição dos movimentos (LIANZA, 2001; O’SULLIVAN, 1993).
Outro fator desencadeante de dor é a lesão do plexo braquial, podendo causar a capsulite aderente (O’SULLIVAN, 1993). Por isso, o terapeuta deve ser cuidadoso ao manejar o ombro, evitando posicionamentos deficientes do braço hemiplégico, prevenindo também microtraumas articulares e dor, devido a problemas secundários na cápsula, bolsa, ou tendões (GOULD, 1993 O’SULLIVAN, 1993). 
A estabilidade mecânica do ombro é de suma importância na função do MS nas atividades de vida diária, assim como na função de equilíbrio na marcha por intermédio do balanceamento dos braços, sendo componente ativo na locomoção na cadeira de rodas e nas transferências (LIANZA, 2001).
CONCLUSÃO:
	A dor no ombro nos pacientes hemiplégicos é uma causa comum de disfunções e exige intervenção fisioterapêutica adequada. Sendo esta não muito bem exclarecida, deve ter o seu tratamento direcionado pelas observações clínicas. O ombro doloroso piora o quadro clínico e dificulta o tratamento desses pacientes. Consequentemente reduz ainda mais a funcionalidade de indivíduos já dependentes, piorando assim sua qualidade de vida.
REFERÊNCIAS
FURTADO, Sheila R. C.; COELHO, Cecília M.; GONÇALVES, Ingrid M.; SAMPAIO, Rosana F.; MANCINI, Marisa C.; Adesão de indivíduos portadores de hemiplegia a um programa domiciliar de exercícios. Revista Fisioterapia em Movimento, Vol XIX, N 3, Julho e Setembro de 2006. Editora Champagnat. 
GOULD III, James A.: Fisioterapia na Ortopedia e na Medicina do Esporte. Segunda edição, Manole 1993. Total de páginas 691. In: HALBACK, John W., TANK, Robert T. Capítulo XX: O Ombro. Página 489.
KAUFFMAN, Timothy L.: Manual de reabilitação geriátrica. Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2001. Pág, 389. In: KASMAHL, Edmund M.. cpaitulo XXII. O ombro. Pág 82 a 86.
LIANZA, Sergio. Medicina de Reabilitação. Editora Guanabara Koogan, 2001. In: GOMES, Cláudio; CARVALHO, Alberto A.; CAMPOS, Reginaldo C.; GAGLIARDI, Rubens J.; LIANZA, Sergio. Reabilitação em Hemiplegia. Cap XIX, pág 265 a 280.
O’SULLIVAN, Susan B. e SCHMITZ, Thomas J. Fisioterapia: Avaliação e Tratamento. Segunda edição, Editora Manole 1993. Total de Páginas 775. In: O’SULLIVAN. Acidente Vascular Cerebral. Capítulo XVII, página 399.
PRADO, Ana L.; dpto de Fisioterapia UFSM. Aula sobre Hemiplegia, 2006.
STOKES, Maria. Neurologia para Fisioterapeutas. Editora Premiere, 2000. In: DURWARD, B.; BAER, G.; WADE j.. Cap VII: Acidente Vascular Cerebral, pág 83 a 99. Págs totais 401.
UMPHRERED, Darcy A.: Fisioterapia Neurológica. Segunda Edição, Manole 1994. Total de páginas: 876. In: RYERSON, Susan D.: Hemiplegia Resultante do Dano ou Doença Vascular. Capítulo XX, páginas; 620 a 622.

Continue navegando