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A IDEOLOGIA EM LOUIS ALTHUSSER E A FORMAÇÃO DO DISCURSO COORPORATIVO

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO POLÍTICO E ECONÔMICO 
A IDEOLOGIA EM LOUIS ALTHUSSER E A FORMAÇÃO DO DISCURSO COORPORATIVO
SÃO PAULO
2015
MÁRCIA MARIA DE ANDRADE
A IDEOLOGIA EM LOUIS ALTHUSSER E A FORMAÇÃO DO DISCURSO COORPORATIVO
Pré-projeto apresentado à Comissão de Seleção do Curso de Mestrado em Direito Político e Econômico para candidatura à vaga para turma do primeiro semestre de 2016.
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Sugestão de Orientação: Alysson Leandro Mascaro
SUMÁRIO 
 RESUMO..................................................................................................... 4
1. INTRODUÇÃO..............................................................................................5 
2. JUSTIFICATIVA DO TEMA...........................................................................6 
3. OBJETIVO GERAL.......................................................................................6
3.1 ESPECÍFICOS ...........................................................................................7 
4. JUSTIFICATIVA DAS ESCOLHAS TEÓRICAS.......................................... 7
5. METODOLOGIA...........................................................................................8 
6. CRONOGRAMA ...........................................................................................9
7.REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS..............................................................10
RESUMO
 O presente projeto tem por escopo traçar os parâmetros de futura pesquisa, cujo objeto será a análise do conceito de ideologia jurídica na forma em que foi delineada por Louis de Althusser, estabelecendo uma conexão com o discurso coorporativo desenvolvido na atualidade e a construção da sujeição inculcada no trabalhador.
Palavras-chaves: ideologia jurídica, marxismo ,produção, discurso. 
 
 
 1) INTRODUÇÃO
 As grandes empresas são estruturadas de forma a convencerem seus empregados, a serem mais produtivos e a “vestirem a camisa”, estes são chamados a criarem o instinto de pertencimento, dividirem com os chamados “pares” a responsabilidade do resultado que aquela equipe almeja. 
A força de trabalho é requerida em funções repetitivas, ao preço da singularidade desse operário, a denominação operário, que nos remete as linhas de produção fordysta e a necessidade de nivelar-se perante os demais, submeter sua força produtiva e se alinhar a posturas que não lhe pertencem. Diante desta perspectiva é necessário um olhar critico para esta forma de organização, que esmigalha e restringe, gerando a necessidade de superação diária.
Diante de listas que elencam as melhores empresas para se trabalhar é importante questionar o que o coorporativo exige do humano e, quanto do humano será sacrificado para que seja gerado lucro ao empresário, este ponto é fundamental e será um dos objetivos desta pesquisa. 
A necessidade de se submeter a rotinas estafantes com alto grau de concorrência cria situações desleais entre os iguais que atemorizados, com a possibilidade de serem preteridos em uma futura promoção, de serem pouco vistos ou, perderem seu emprego, agem da mesma forma dos que os atemoriza.
A empresa desenvolve ferramentas para mascarar essa situação utilizando a ideia que é humana e preocupada com o bem estar do funcionário, quando na realidade está criando um maior controle e domesticação da subjetividade desse ser humano. As grandes corporações desenvolvem ambientes em que o empregado é chamado a vivenciar seus momentos de lazer em áreas como clubes, o próprio prédio administrativo dispõe de setores de beleza, bem estar e saúde.
Entretanto nada é o que parece ser, e o discurso da empresa é vendido nas entrelinhas do que ela oferece. Pesquisas de satisfação com o ambiente de trabalho incentivo a prática de avaliação continua, seja dos empregados ao seu gestor imediato, seja do gestor com seus subordinados tudo isso somados a metas inalcançáveis, gera pessoas doentes e sem possibilidade de reação quanto mais submetidas maior sua docilidade.
JUSTIFICATIVA DO TEMA
O mecanismo de dominação utilizado nas empresas vai além do período em que o trabalhador vende sua força de trabalho, o tempo livre desempenha importante papel na construção de um comportamento dócil.[1: “...a reprodução da força de trabalho se dá, no essencial, fora da empresa.” ALTHUSSER, Louis. Aparelhos Ideológicos de Estado. São Paulo:Editora Graal,2003.p56]
A construção de rotinas esmagadoras é mascarada pelo discurso humanitário e o empregado participa ativamente dessa construção quando enaltece a empresa e vivencia sua proposta, absorvendo seu código de ética, mas não há auto-realização ou satisfação no seu labor, contudo, não se deve perder de vista que o trabalho construído é arcabouço da sociedade capitalista tem suas bases nessa exploração, e foram engendradas novas maneiras de apropria-se da força produtiva do trabalhador, a forma contemporânea ultrapassa a sujeição tradicional e utiliza a tecnologia e novos discursos, o trabalho nunca esteve mais precário e abstrato. 
O colaborador moderno é multifuncional, adaptável e consciente de que seu trabalho é substituível e que a qualquer momento pode e será substituído.
OBJETIVO GERAL
 Produzir conhecimento original como o conceito de ideologia da forma como foi desenvolvida por Althusser permite compreender o trabalhador, e o discurso jurídico que permeia o mundo do trabalho.
 3.1) OBJETIVO ESPECIFICO
 Analisar de forma objetiva a construção do discurso de sujeição que é inculcado no trabalhador, pelo ambiente coorporativo, através, da ideologia e da relação (imaginaria) dos indivíduos com a relação de produção e as relações que destas provêm. 
JUSTIFICATIVA DAS ESCOLHAS TEÓRICAS
 Com o objetivo de justificar o objeto que ora será pesquisado, serão aqui apresentados o argumento e o suporte teórico deste projeto. 
 Debruçar-se sobre a relação do trabalhador com o trabalho não é algo novo, contudo, estudar a forma como este é rearticulado pelas empresas e quais os discursos que fortalecem o capital nisto reside o desafio.
 A composição dos interesses desse trabalhador é forjada pelo próprio capital, com suas promessas de satisfação e a criação de novas necessidades. O filósofo Louis Althusser nos fornece arcabouço teórico para compreensão dessa realidade através de seu conceito de ideologia e definição de sujeito. Althusser não visualiza indivíduos, construção da modernidade capitalista e sim sujeitos, e suas relações de sujeição, relações que são erigidas através de praticas sociais e garantidas pelo Direito que fornece igualdade formal a todos os sujeitos, da mesma forma que os Sujeita por meio de um discurso repressivo que irá por fim garantir que a repressão se realize, pelo próprio sujeito que não discerne ser ele próprio o responsável pela vinculação da repressão a que se submete.
 A lei trabalhista que vincula o sujeito formaliza a construção de que o próprio individuo escolheria a quem vender sua força de trabalho, e dessa forma, exercer um domínio consciente sobre ela, desfrutando da liberdade que o capitalismo lhe permite, escolher a quem se sujeitar. Essa realidade factual só pode ser apreendida materialmente, nas ações desse sujeito. Althusser ilumina nosso entendimento com o conceito de ideologia, e a necessidade desta para a manutenção das relações de produção capitalista.
“Só há ideologia pelo sujeito e para os sujeitos concretos, esta destinação da ideologia só é possível pelo sujeito: isto é, pela categoria de sujeito e de seu funcionamento”.[2: ALTHUSSER, Louis. Aparelhos Ideológicos de Estado.São Paulo:Editora Graal, 2003.p.93]
 Dissemos anteriormente da necessidade da materialidadee de práticas desse sujeito que ancoradas no imaginário do que ele crê serem seus atos e do que estes realmente são diante dessa divergência é possível identificar que dentro da cegueira do “colaborador” que se sujeita a tudo pela empresa e aceita tranquilamente qualquer ação que lhe é imposta reside à materialidade da ideologia. 
METODOLOGIA
 Será feita uma análise reflexiva da obra Aparelhos Ideológicos do Estado de Louis Althusser, será investigado o contexto que é vivenciado pelo trabalhador na atualidade, como é feita a construção da ideologia corporativa nas empresas. Diante dessa perspectiva será possível compreender o discurso capitalista do Fordysmo, Taylorismo e o Toyotismo e a sua ligação com o sujeito de direito.
 	
 Com essas informações encadeadas será possível verificar a construção do discurso que permeia o sujeito de direito e o mundo coorporativo, compreendendo a formação do imaginário do sujeito, e a atualização dos discursos que o molda.
CRONOGRAMA
	ATIVIDADE
	PERIODO
	Encontrar bibliografia referente ao tema.
	01/2016 - 04/2016
	Revisão da bibliografia selecionada
	05/2016 - 10/2016
	Organização dos dados obtidos
	10/2016 - 12/2016
	Redação da dissertação
	12/2016- 12/2017.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	
ALTHUSSER, Louis. Aparelhos Ideológicos de Estado: notas sobre os aparelhos ideológicos do Estado. São Paulo:Editora Graal,2003
_________________ Lênin e a Filosofia. São Paulo: Edições Mandacaru, 1989.
_________________ Freud e Lacan Marx e Freud. Rio de Janeiro: Editora Graal, 
1984.
DAVOGLIO, Pedro Eduardo Zini. Anti-humanismo Teórico e Ideologia Jurídica em Louis Althusser. Dissertação (Mestrado) – Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2014. 
Disponível em: http://tede.mackenzie.com.br/tde_arquivos/4/TDE-2015-01-07T185349Z-2130/Publico/Pedro%20Eduardo%20Zini%20Davoglio.pdf
FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder.São Paulo:Editora Graal,2011.
________________ A Ordem do Discurso: aula inaugural no Collège de France, pronunciada em 02 de dezembro de 1970.São Paulo: Edições Loyola, 2011.
FRIEDMANN, Georges.O Trabalho em Migalhas. São Paulo: Editora Perspectiva, 1983.
MASCARO, Alysson Leeandro. Filosofia do Direito.São Paulo:Editora Atlas, 2012.
MESZÁROS,István. O século XXI socialismo ou barbárie?São Paulo:Boitempo Editorial, 2003.

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