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Ética em Experimentação Animal

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INTRODUÇÃO
ÉTICA
A ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. Ou seja, é a ciência de uma forma específica de comportamento humano. (VÁSQUEZ. 2004, p. 23).
Bignotto et. al. Ressalta que a palavra ética não tem o mesmo sentido para todos, se compararmos as definições que os antigos e os modernos dão a noção de ética, percebemos que são tão diferentes que cria-se um campo de contradições.
O homem não consegue conviver eticamente com animais irracionais. Parece-nos um retrocesso no tempo quando, por instinto, solidariedade ou fobia, o homem foi se organizando em grupos sociais estratificados, tendo por princípio básico a irrestrita defesa contra animais predadores. (PIMENTA; SILVA. 2001)
Verdadeira e consolidada atitude ética é saber que tanto os animais quanto os seres humanos nascem, crescem, reproduzem, sentem e morrem, contudo os últimos raciocinam. (...) Com a ética, procura-se mostrar o caminho de volta do homem para a natureza, ensinando que ao respeitar os direitos e as diferenças entre as espécies, talvez possam ser superadas suas próprias diferenças e cumpridos seus deveres. (SCHNAIDER; SOUZA. 2002)
Segundo Mezadri et al. (2004) a ética é uma atitude cultural, crítica, sobre valores e posições no momento de atuar. O homem moderno está procurando adotar um novo tipo de comportamento e de ética frente à natureza, dado o processo de atuação humana no âmbito em que vive na busca de equilíbrio no intuito de preservação do contingente natural remanescente. (MEZADRI et al. 2004)
A ética amplia a compreensão dos procedimentos científicos em razão das atrocidades e abusos decorrentes da utilização de seres vivos no âmbito experimental. Nesse sentido, surge a necessidade de construção de conhecimentos
sobre a experimentação animal, permeando informações que permitam compreender as implicações éticas do uso de animais em pesquisas. Dadas as atrocidades cometidas na prática experimental animal, muitas vezes devido a interesses individuais e econômicos nos quais a vida de outro ser é tratada como instrumento a ser descartado sobre qualquer circunstância, torna-se imprescindível compreender a experimentação animal como um fenômeno sintomático do desequilíbrio entre natureza e humanidade. Tal fato justifica o planejamento das pesquisas a partir de ponderação ética e das potencialidades das mesmas, incluindo a discussão pública, no intuito de obter uma regulação justa para a área. A adoção de alternativas que reduzam e substituam o sofrimento animal deve estimular o debate sobre o uso pedagógico de animais em instituições universitárias, dentro de um contexto ético relacionado ao desenvolvimento científico e tecnológico. (CHAGAS, FLÁVIA BERNARDO e D´AGOSTINI FERNANDA MAURER. 2012)
O PRINCÍPIO DOS 3 Rs
Dois cientistas ingleses, Russell & Burch conseguiram sintetizar com três palavras o Princípio Humanitário da Experimentação Animal- Replacement, Reductione Refinement–, ficou definido como o Princípio dos 3 Rs.
REPLACEMENT– indica que sempre que possível devemos usar, no lugar de animais vivos, materiais sem sensibilidade, como cultura de tecidos ou modelos em computador. Os mamíferos devem ser substituídos por animais com sistema nervoso menos desenvolvido. O Fundo para Alternativas ao Uso de Animais em Experimentação procura encontrar novas técnicas para a substituição dos animais em pesquisas. 
REDUCTION– (Redução); já que devemos usar animais em certos tipos de experimentos, o número utilizado deverá ser o menor possível, desde que nos forneça resultados estatísticos significativos. Atualmente, o número de animais usados em experimentação diminuiu porque utilizam-se animais com estado sanitário e genético conhecidos.
REFINEMENT– (Aprimoramento), refere-se a técnicas menos invasivas, ao manejo de animais somente por pessoas treinadas, pois uma simples injeção pode causar muita dor quando dada por pessoa inexperiente. Atualmente, a maioria dos cientistas envolvidos com experimentação animal possui respeito pela vida e se preocupa em conduzir suas pesquisas sem causar dor e sofrimento aos animais, seguindo os princípios éticos da experimentação animal. Sabemos que não é fácil policiar a pesquisa, pois esta é realizada em laboratórios fechados e pode-se dizer que o uso ético de animais depende muito da ‘integridade e consciência de cada cientista’. (REMFRY, J. 1987)
LEGISLAÇÃO SOBRE O USO DE ANIMAIS EM PESQUISAS
Segundo Schnaider e Souza (2003) a maioria dos códigos internacionais que tratam das normas de pesquisa na área da saúde cita que a pesquisa desenvolvida em seres humanos deve estar fundamentada na experimentação prévia realizada em animais, em laboratório ou em outros fatos científicos (RAYMUNDO; GOLDIM, 2000).
Aprofundaremos mais sobre a legislação nos seguintes países: Argentina, Paraguai e Brasil.
ARGENTINA
REGRAS PARA APROVAÇÃO DE LABORATÓRIO biotérios PROCESSADORES especialidade médica e / ou análise TERCEIROS.
Registro da Administração Nacional de Medicamentos, Alimentos e Tecnologia Médica; e considera que:
Biotérios... REGRAS PARA LABORATÓRIO de Especialidades Médicas processadores e / ou análise terceiros.
LOCALIZAÇÃO E CARACTERÍSTICAS GERAIS EDÍLICAS.
1 - Produção Local, Manutenção e / ou experimentação animal pode não estar diretamente relacionado à administração, processamento e análise.
2 - Sistemas de ar condicionado e/ou ventilação não pode ser compartilhada com outras áreas. Eles serão exclusivos para o setor de Biotério.
3 - Na construção da região: Vivarium deve levar em conta todos os fatores que podem afetar a saúde física e qualidade de animais.
As instalações devem ser construídas para testar roedores silvestres e insetos.
As superfícies interiores (paredes, pisos e tetos) devem ser lisas e sem fendas e não deve liberar partículas e devem ser fáceis de limpar e desinfectar.
Grids existir dentro de esgotos locais.
Caixas devem ser espaçosas o suficiente para permitir o trabalho confortável de operadores em tarefas e evitar sobre pastoreio.
. 4 - instalações animais que produzem seus próprios animais devem:
- Federação ou Produção local: será utilizado somente para os animais no acasalamento e filhotes de enfermagem. Os jogadores devem estar claramente identificados, tendo em registros onde pelo menos especificar: Sistema de acasalamento, datas de nascimento, quantidade de filhotes desmamados, destino dos mesmos.
- Local ou Banco de Manutenção: Os animais devem ser claramente identificados, tendo registro de, pelo menos:
1. Kills espontânea ou eutanásia.
-2 Área de Depósito: consistem em:
-Tanque de material limpo
-Bacia de alimentos
-Depósito de material esterilizado
- Lavanderia 
CONDIÇÕES AMBIENTAIS
Como uma regra, a injeção de ar deve ser até os cantos superiores de local e de extração abaixo.
Nela local deve ter a pressão de ar positivo em relação aos corredores e / ou áreas ao ar livre, por meio de uma regulamentação adequada do fluxo injetado e extraídos.
É aconselhável instalar medidores de pressão do ar no interior das instalações, permitindo o acompanhamento de pressão positiva.
Temperatura e umidade adequada
Os ciclos de horas de luz / escuro horas será regulada automaticamente 12 horas / 12 horas.
Você deve garantir 100% de renovação de ar local, 15 a 17 vezes por hora.
CONDIÇÕES GERAIS DE LIMPEZA E ANIMAL 
Limpeza geral das salas, corredores, armazéns e outras áreas relacionadas ao Biotério será diária, detergentes e desinfetantes não deve prejudicar os animais usados.
Ambientes: produtos desodorizantes ou outros produtos químicos não devem ser utilizados para cobrir os odores provocados por animais. Cama suja deve ser esvaziado gaiolas fora do local de animais, de modo que a dispersão excessiva de partículas na atmosfera é evitada , o que seria prejudicial para o pessoal e os animais .
As gaiolas devem ser limpas e desinfetados antes de colocar o material limpo feito.
O abastecimento de água é diária.
Não deve restringir o consumo de alimentos a menos que o testea ser realizado exige.
HABITAÇÃO E MATERIAL PARA ANIMAL FUNDAMENTO
Os animais serão alojados em gaiolas adequadas, por espécie. 
O número de animais em cada gaiola é relativa ao tamanho do corpo, evitando sobrecarga. 
As camas são absorvente, livre de produtos químicos tóxicos que podem prejudicar os animais e / ou materiais inferir respostas biológicas. Eles camas que poderia ser facilmente evitado ingerida. 
Lascas de madeira usado, o mesmo não se resinosas madeiras brancas. 
Sugerimos que a esterilização das camas, uma vez o mesmo como as características da sua origem, são geralmente contaminados com patógenos de roedores e outros animais selvagens.
ALIMENTAÇÃO
A comida deve ser fornecida aos animais deve cumprir os seguintes requisitos:
- A sua composição deve atender às exigências nutricionais das espécies a que se destina.
- A embalagem deve possuir o produto visível etiqueta de marca.
-Armazenamento de alimentos deve ser dispostas de modo que é consumido no primeiro termo que levam mais tempo para depositar. Este deve manter um registro que indique a data de entrada de cada item , quantidade e localização no tanque.
-O alimento não pode ter mais de três meses ser preparado, quando administrado aos animais.
QUALIDADE GENÉTICA
-Deve demonstrar a qualidade e a definição de linhagens genéticas animais utilizados. 
-Possuir própria criação, controle genético de um jornal para assegurar a pureza genética é necessária. 
-Dos animais comprados, o vendedor deve ser exigida tal credenciamento, aprovado por veterinários.
 QUALIDADE SANITÁRIA
Deve demonstrar a qualidade sanitária dos animais produzidos ou adquiridos por estudos apropriados que comprovem a ausência de doenças bacterianas, virais ou parasitárias, clínica ou subclínica, que podem interferir com os resultados .
DISPOSICAO DE EXCRETAS.
A disposição dos resíduos animais e animais mortos devem cumprir o Regulamento de Alienação de doença existente ou contaminação. 
Para a remoção do mesmo deve ser adequada circulação, não sendo capazes de atravessar para o efeito, áreas administrativas, produção ou analítico.
http://www.aacytal.com.ar/argentina.html
PARAGUAY
Artigo 1 º - Semelhança.
Esta lei é estabelecer normas mínimas relativas à proteção dos animais domésticos, selvagens e exóticos em cativeiro. Os animais criados para uso humano, em suas diversas modalidades de consumo devem ser regidas pelas disposições para o Nacional de Qualidade e Saúde Animal ( SENACSA ​​) e outras leis especiais que regem a matéria.
É de interesse público para assegurar a proteção e o bem-estar dos animais. Com efeito, o Estado paraguaio deve adaptar medidas para assegurar:
a) A prevenção e tratamento da dor e sofrimento dos animais.
b) Promover a saúde e o bem-estar dos animais, garantindo, por espécie e estilo de vida, condições adequadas para a sua existência, a higiene, a saúde.
c) A erradicação e punição de atos de abuso e crueldade contra os animais.
d) A implementação de programas educacionais e sua divulgação através de meios públicos e privados de comunicação que promovam o respeito e cuidados para animais.
e) Bem-estar animal sustentado.
 Uso de animais vivos em experimentos: Investigação ou conduta de prática pública Mayhem. 
Artigo 22 - . Experimentos são realizados em animais vivos, deve ser feita somente com a aprovação da autoridade de implementação e apenas quando tais atos são indispensáveis ​​para o estudo e avanço da ciência, desde que seja demonstrado que os resultados experimentais não pode ser obtida por outros métodos ou alternativo.
Artigo 23 - . Experimentos são proibidos de mutilação e castração práticas que não têm científico, controle ou tipo de ensino. Experiências e prática da mutilação ou a castração do animal de Pesquisa, só deve ser realizada em laboratórios e previamente autorizadas pela autoridade de execução no âmbito de práticas que garantam gabinetes de tratamento humanitário.
Artigo 24 - Além disso, o uso de animais vivos nos seguintes casos expressamente proibido:
a) Quando os resultados da experiência são conhecidos antecipadamente.
b) Quando o experimento não é um propósito científico e, especialmente, diante de um negócio.
COLHEITA E / OU ANIMAL EUTANÁSIA
Artigo 25 - . A eutanásia e o abate de um animal só pode ser alcançada através de procedimentos que garantam um tratamento humano, aprovado pelas ciências veterinárias que não envolvam crueldade, sofrimento ou agonia prolongada. Só será permitida nos seguintes casos:
a) Para pôr fim ao sofrimento intenso causado por ferimento ou lesão corporal grave ou doença grave e incurável ou outra causa física irreversível pode produzir sofrimento desnecessário, devidamente visado pelo veterinário registro profissional médico.
d ) Com fins experimentais , de investigação ou científicos, mas de acordo com o estipulado no capítulo correspondente da regulamentação nos termos desta Lei
e) o direito de ser produtivo ou consumo momento propósitos.
http://www.leydeproteccionanimal.org/proyecto-de-ley-proteccion-animal/
BRASIL
No Brasil, o Decreto Federal nº 24.645, de 1934, alertava a inviolabilidade do animal, prevendo infrações com multa e prisão pelos maus tratos, mas reconhecia a atividade praticada no interesse da ciência. A Lei Federal nº 6.638 de 08/05/1979, também regulamentou a matéria. A Lei 6.638 de 08/05/1998 enfocou o problema sob uma óptica de crimes ambientais. Com a entrada em vigor da Resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, criou-se uma expectativa em torno da regulamentação das atividades de pesquisa, ensino e extensão envolvendo animais (SCHANAIDER;SILVA, 2004).
A Constituição Federal (1988), em seu art. 225,parágrafo 1º, inciso VII, veda a prática que submeta animais a atos onde possa estar presente a “crueldade”, sendo que tal conduta sujeita o infrator, pessoa física ou jurídica, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. O conceito de crueldade, indefinível de forma absoluta, não foi especificado pela norma constitucional, ficando a critério do legislador ou do julgador, na ausência de norma específica, determinar, segundo o tempo e o lugar em que se realiza a conduta, a extensão de que trata este conceito. Nesta perspectiva, na área científica, a “crueldade” implícita nesta ou naquela técnica ou pesquisa, apresenta extrema mobilidade. Torna-se importante apenas que o pesquisador utilize os meios e instrumentos mais atualizados para realizá-la, dentro de sua área de atuação (MARQUES et al., 2005).
A Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, denomina como crime ambiental a prática de “ato de abuso, maus tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos” (art. 32), sendo quea pena cabível é de detenção, de três meses a um ano, e multa. O parágrafo 1º do art. 32 da referida lei, adotando parcialmente as noções contidas nos três “Rs”, equipara, na mesma pena, “quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos”, sendo que a pena é aumentada de 1/6 a 1/3, se ocorre morte do animal (parágrafo 2º do art. 32) (MARQUES et al., 2005).
A Lei nº 11.794, de 8 de outubro de 2008, regulamenta o inciso VII § do 1º do art. 225 da Constituição Federal, estabelecendo procedimentos para o uso científico de animais; revogando a Lei nº 6.638, de 8 de maio de 1979. A criação e utilização de animais em atividades de ensino e pesquisa científica, em todo território nacional, fica restrita aos estabelecimentos de ensino superior e de educação profissional técnica de nível médio da área biomédica. A presente Lei considera como atividades de pesquisa científica as relacionadas com ciência básica, ciência aplicada, desenvolvimento tecnológico, produção e controle da qualidade de drogas, medicamentos, alimentos, imunobiológicos, instrumentos,ou quaisquer outros testados em animais definido em regulamento próprio (BRASIL, 2008).
Ainda segundo a Lei nº 11.794, ficou criado o Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (CONCEA) que tem por competência formular e zelar pelo cumprimento das normas relativas à utilização humanitária de animais com finalidade de ensino e pesquisa científica; credenciar instituições para criação ou utilização de animais em ensino e pesquisa científica; monitorar e avaliar a introdução de técnicas alternativas que substituam a utilização de animais em ensino e pesquisa; estabelecer e rever, periodicamente, as normas para uso e cuidados com animais para ensino e pesquisa, em consonância com as convenções internacionais das quais o Brasil seja signatário; estabelecer e rever, periodicamente, normas técnicas para instalação e funcionamento de centros de criação, de biotérios e de laboratórios de experimentação animal, bem como sobre as condições de trabalho em tais instalações; estabelecer e rever, periodicamente, normas para credenciamento de instituições que criem ou utilizem animais para ensino e pesquisa; manter cadastro atualizado dos procedimentos de ensino e pesquisa realizados ou em andamento no País, assim como dos pesquisadores, a partir de informações remetidas pelas Comissões de Ética no Uso de Animais - CEUAs; apreciar e decidir recursos interpostos contra decisões das CEUAs; elaborar e submeter ao Ministro de Estado da Ciência e Tecnologia, para aprovação, o seu regimento interno e assessorar o Poder Executivo a respeito das atividades de ensino e pesquisa tratadas nesta Lei. (BRASIL, 2008).
DISCUSSÃO
Animais são utilizados na experimentação científica por constituírem modelos. Os modelos são mapas de territórios não explorados e servem de base para encontrar o caminho de um destino. Na sua falta, chegar ao destino é mais difícil. Como exemplo, modelos experimentais desenvolvidos em animais de laboratórios (na sua grande maioria utilizando ratos e camundongos) são utilizados na ciência para o entendimento da origem de doenças (que afligem humanos e não humanos). Dessa compreensão surgem hipóteses sobre os mecanismos de doenças que, uma vez confirmadas, podem ser revertidas em benefício da sociedade na forma de novos medicamentos, tratamentos mais adequados de doenças, aperfeiçoamento de técnicas cirúrgicas, programas de vacinação etc. Portanto, no universo da ciência experimental, o uso de animais gerando o conhecimento é um dos elos da corrente formadora do saber científico.
Cremos que, em primeiro lugar, vem a ‘educação’, que pode ser adquirida por meio de palestras sobre ética, bem-estar, métodos alternativos, aprimoramento, intercâmbio de conhecimentos. Outra maneira de proporcionar educação é incorporar cursos de experimentação animal ao currículo de graduação e pós-graduação de medicina, medicina veterinária, ciências biológicas e áreas afins. É dever dos pesquisadores ensinar aos estudantes mais do que responder a uma pergunta científica. Precisamos ensiná-los a pensar na validade do experimento, fazê-los entender que seus trabalhos utilizam seres que possuem sensibilidade, sentem dor e medo também.
Aos cientistas, devemos lembrar-lhes que têm deveres específicos:
• responsabilidade pelo bem-estar geral dos animais – por isso devem conhecer muito bem a etologia e a biologia da espécie com que estão trabalhando – para poder proporcionar bom alojamento, manejo, alimento etc. aos seus animais. Também devem dar treinamento ao pessoal com quem irão trabalhar;
• calcular meios e fins – é esse experimento necessário? É relevante? Não será o mesmo uma repetição desnecessária?
• usar sempre os 3 Rs.
O empirismo da experimentação animal, inevitável quando dos albores da ciência, deve dar lugar a uma aproximação mais racional e, portanto, mais apropriada a uma ciência exata. Assim, não haverá conflito entre os apelos da ciência e a obrigação de humanidade para com os animais.
Em relação a legislação podemos dizer que ela define como sendo atividades de pesquisa científica todas aquelas relacionadas com ciência básica, ciência aplicada, desenvolvimento tecnológico, produção e controle da qualidade de drogas, medicamentos, alimentos, imunobiológicos, instrumentos ou quaisquer outros testados em animais.
A Declaração Universal do Direito dos Animais, define que qualquer experimentação, que implique em sofrimento físico ou psicológico é incompatível com os direitos dos animais e que técnicas substitutivas devem ser desenvolvidas e utilizadas.
Na legislação Nacional, o CONCEA (Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal) e as CEUAs (Comissão Ética de Uso de Animais) são responsáveis por zelar pelo cumprimento de normas relativas a utilização humanitária de animais, seguindo as normas estabelecidas pela legislação e Nacional e pela Declaração Universal dos Direitos dos Animais.
Os profissionais que utilizam animais têm responsabilidades sobre o bem estar e qualidade de vida dos animais envolvidos em seus projetos. 
A legislação reforça a responsabilidade institucional na medida em que autoriza atividades de ensino e pesquisa com animais para pessoas jurídicas com credenciamento junto ao CONCEA e que possuam CEUAs, e proíbe para pessoas físicas.
Observe o organograma:
CONCLUSÃO
A evolução contínua das áreas de conhecimento humano, com especial ênfase
àquelas de biologia, medicinas humana e veterinária, e a obtenção de recursos de origem animal para atender necessidades humanas básicas, como nutrição, trabalho e vestuário, repercutem no desenvolvimento de ações de experimentação animal, razão pela qual se se faz necessária posturas éticas condizentes aos diferentes momentos de desenvolvimento de estudos com animais de experimentação.
Se do ponto de vista ético, um dos maiores argumentos repetidos pelos experimentadores em favor da vivissecção é que ela evita os experimentos com os humanos, do ponto de vista jurídicos a questão envolve a discussão de igualdade de direito ao não sofrimento, entre todos seres vivos.
Sob o ponto de vista ético e moral a experimentação deve ser abolida. A legislação deve evoluir nesse sentido.
Devemos refletir sempre que estamos trabalhando com seres sensíveis e que a rotina não nos faça perder a sensibilidade. A mesma Declaração de 1989 diz que todas as colônias de animais usadas para a experimentação deverão estar sob controle e responsabilidade de um Veterinário devidamente qualificado para esta finalidade específica e que qualquer pessoa que trabalhe com estes animais (deste o encarregado até o mais prestigiado pesquisador) tenha treinamento adequado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ACADEMIA SUÍÇA DE CIÊNCIAS. Ethical principles and guidelines for scientific experiments in Switzerland. IclasBulletin, 53:9-15, 1983.
ANDRADE, A., PINTO, SC., and OLIVEIRA, RS., orgs. Animais de Laboratório: criação e experimentação[online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2002. 388 p. ISBN: 85-7541-015-6. Available from SciELO Books <http://books.scielo.org>.
BIGNOTTO, Newton, et al. Ética. São Paulo, 2003, p. 7.
CANADIAN COUNCIL ON ANIMAL CARE (CCAC). Guide to the Care and Use of Laboratory Animals. Ottawa: Canadian Council on Animal Care, 1984.
DE LUCA, R. R. et al. (Orgs.). Manual para Técnicos em Bioterismo. 2.ed. São Paulo: Winner Graph, 1996.
HOWARD-JONES, N. Cioms ethical code for animal experimentation. Iclas Bulletin, 57:29-36, 1986.
PIMENTA, Luiz Gonzaga; SILVA, Alcino Lázaro da. Ética e experimentação animal. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-86502001000400012&lang=pt
REMFRY, J. Ethical aspects of animal experimentation. In: Laboratory Animals: an introduction for new experimenters. New York: Ed. Tuffery, 1987.
REVISTA REDBIOÉTICA/UNESCO, Considerações sobre a experimentação animal. Año 3, 2(6), 35 - 46, Julio – Dezembro 2012-ISSN 2077-9445 Chagas & D´Agostini.
RIVERA, E. A. B. Ética e bem-estarna experimentação animal. Revista do Conselho Federal Medicina Veterinária,1(1):12-15, 1992.
SCHNAIDER, Taylor Brandão; SOUZA, Cláudio de. Aspectos éticos da experimentação animal. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-70942003000200014&lang=pt
UNIVERSITIES FEDERATION FOR ANIMAL WELFARE (UFAW). The Ufaw Handbook on the Care and Management of Laboratory Animals. 6th ed. London/New York: Churchill Livingstone, 1986.
VÁSQUEZ, Adolfo Sánchez. Ética. Rio de Janeiro. Civilização Brasileira, 2004, p. 23.
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