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ANÁLISE E GESTÃO DE CUSTOS – Prof. Lucirlene Maciel Cavalheiro Quintana – 2017/1 1 UNIGRAN CAPITAL 5º SEMESTRE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS – 2017.1 ANÁLISE E GESTÃO DE CUSTOS 1. Estudo dos conceitos e terminologias utilizadas na Contabilidade de Custos, estabelecendo a diferença entre as duas classificações: quanto à sua identificação e variabilidade. Terminologia contábil em Custos Industriais Gasto – é o valor arcado pela entidade para obter um produto ou serviço, representado pela entrega ou promessa de entrega de algum ativo (dinheiro, bens). Ex.: Gastos com mercadorias, gastos com pessoal etc. Investimento – é um gasto efetuado em bens ou serviços com benefícios futuros. Os ativos são estocados na empresa e têm maior vida útil, sendo consumidos ou vendidos em maior tempo. Ex.: Máquinas, ações de empresas, aquisição de matéria-prima etc. Custo – é o gasto efetuado em um bem ou serviço que é utilizado na produção de outros bens ou serviços ou revendido com lucro. Ex.: Matéria-prima de um produto, energia elétrica na produção de bens e serviços etc. Despesa – são bens ou serviços consumidos para se auferir receitas. O dinheiro (ativo) é consumido ao se pagar os salários dos empregados. Ex.: comissões sobre vendas, despesas financeiras etc. Desembolso – é o pagamento efetuado ao se adquirir um bem ou serviço. Perda – é o bem ou serviço que se consome de modo involuntário e anormal. Observações: · As despesas reduzem o patrimônio líquido da entidade; · O custo de um produto vendido representado pelo seu valor de compra ou valor de produção não é uma despesa, e sim, um custo de vendas ou custo de produção; · Todas as despesas são gastos. Porém, nem todos os gastos incorridos pela empresa são despesas, sendo estas provenientes de dispêndios com a administração, vendas, financiamentos etc. · O desembolso pode ser antes, durante ou após a compra do bem ou serviço; · A perda não pode ser confundida com despesa ou custo para a empresa. Ela pode ou não ser previsível (Perdas Anormais e Involuntárias). Ex.: perdas por incêndios, deterioração de produtos perecíveis, sobra de tecido, limalha de ferro etc. Terminologia em entidades não industriais: O custo em empresas não produtoras representa, muitas vezes, o preço de aquisição de um bem ou produto destinado à revenda. Ex.: Custo de mercadorias vendidas. Em uma empresa de serviços, o custo representa o sacrifício financeiro dispendido para obtenção e prestação daquele serviço. Ex.: Custos dos serviços prestados, custo das consultas etc. Custos – São os gastos relacionados à produção, como matéria-prima, energia elétrica da fábrica, aluguel da fábrica, mão-de-obra destinada à produção etc. Em empresas não industriais, são os gastos efetuados com mercadorias compradas para revenda ou serviços prestados. Despesas – São gastos de administração, vendas, financiamento etc. não diretamente relacionados à atividade produtiva. Assim, o aluguel dos escritórios da empresa, ao contrário do aluguel da fábrica, é despesa. Os salários dos administradores e funcionários do escritório da empresa são despesas, assim como a energia elétrica do escritório, materiais de escritório etc. ANÁLISE E GESTÃO DE CUSTOS – Prof. Lucirlene Maciel Cavalheiro Quintana – 2017/1 2 Classificação de custos: custos diretos, custos fixos e variáveis. Separação entre custos e despesas Quanto à sua identificação: Custos diretos e indiretos: Custos diretos – São custos diretos aqueles relacionados diretamente com a produção do produto (bem ou serviço), no qual podemos ter uma medida fiel do gasto realizado. Por exemplo, a quantidade de matéria-prima utilizada na produção de um bem é algo mensurável. Podemos determinar o custo da matéria-prima utilizada na produção, mesmo que tenhamos vários produtos. Exemplos de custos diretos: Matéria-prima, embalagens, materiais de consumo, mão-de-obra etc. Custo indireto – É o custo que não podemos determinar com precisão sobre cada produto, por isso ele é rateado ou alocado com base em algum critério. Por exemplo, não sabemos quanto de energia elétrica cada produto consome ao ser produzido. A energia elétrica da fábrica pode, então, ser rateada pelos produtos fabricados, com base nas quantidades produzidas ou em outro critério, como número de horas de mão-de-obra, por exemplo. Exemplos de custos indiretos: Energia elétrica da fábrica, água consumida na fábrica, lubrificantes das máquinas, salários dos supervisores ou gerentes da fábrica, aluguel da fábrica, depreciação dos equipamentos de produção etc. Quanto à variabilidade: Custos fixos e variáveis: Custos fixos – São os custos incorridos para se fabricar o produto (bem ou serviço), que não têm relação com a quantidade produzida, ou seja, seu valor não varia mesmo que se produza mais ou menos bens ou serviços. Ex.: Aluguel da fábrica, manutenção, limpeza da fábrica etc. Custos variáveis – São custos que variam conforme a produção. Uma maior quantidade produzida implica em maiores custos, assim como uma menor quantidade produzida implica em uma redução dos custos. Ex.: Matéria-prima, mão-de-obra, energia elétrica da fábrica etc. Semifixos ou Semivariáveis – São os custos em que existe variação em relação à quantidade produzida ou vendida, mas não na relação direta. Variam, mas não na mesma proporção. Estes custos considerados mistos, são aqueles que têm dentro de si uma parcela fixa e uma parcela variável, tornando-se Semivariáveis ou Semifixos. Damos como exemplo os gastos com energia elétrica, cujos valores pagos pela manutenção da demanda são fixos dentro do período, e os valores pagos pelo consumo de quilowatts consumidos são variáveis em relação à utilização do parque industrial. 2. Identificação dos componentes de custos Os três Componentes básicos de custos: Matéria-prima ou Material Direto, Mão-de-obra direta e Custos Indiretos de Fabricação (CIF). Materiais Diretos – por definição, os materiais diretos são aqueles que compõem o produto; que representam alguma relevância em relação a seu custo e que podem ser adequadamente quantificáveis. Os materiais diretos subdividem-se em dois grupos: matéria-prima e materiais secundários. * Matéria-prima: refere-se aos materiais que recebem o processo de transformação, ou seja, eles é que dão origem ao produto. Exemplo: polietileno, na indústria de plásticos; tecido, na confecção; madeira, na indústria de móveis etc. * Materiais Secundários: o termo trata de materiais que são agregados ao produto, sem, no entanto, transformá-lo. Um bom exemplo para entender o conceito são as embalagens, que servem aos produtos de formas diferentes, mas não os transformam. O produto biscoito, por exemplo, pode ser embalado em plástico, vidro, papel ou lata. Muda a apresentação do produto, mas ele continua sendo exatamente o mesmo. A embalagem, em muitos casos, é tão importante quanto o produto que ela embala e, ANÁLISE E GESTÃO DE CUSTOS – Prof. Lucirlene Maciel Cavalheiro Quintana – 2017/1 3 frequentemente, tem custos superiores aos do próprio produto. No entanto, é um material secundário (que pode ser considerado um investimento). Mão-de-obra Direta – os funcionários da empresa que trabalham nas linhas de produção, seja operando as máquinas ou executando operações manuais, são classificados como mão-de-obra direta. Isso ocorre porque o custo dos salários de tais funcionários é medido por hora e como a quantidade de horas empregadas em cada produto pode ser objetivamente apontada, o custo é considerado como direto. Os demais funcionários da empresa, que também trabalham nas áreas de fabricação, mas que executam tarefas que apenas auxiliamo processo de produção (empilhadeiristas, limpeza, apontadores de produção, supervisores, controle de qualidade etc.), são classificados como mão-de-obra INDIRETA. A correta classificação dos custos como diretos ou indiretos é fundamental para o processo de custeio e para diversos estudos gerenciais, pois, como os custos diretos são apropriados de forma objetiva aos produtos, dá aos gestores certeza de que são de fato a eles pertinentes, enquanto os custos indiretos são apropriados de forma arbitrária, o que pode provocar distorções. Custos Indiretos de Fabricação (CIF) - É todo custo que não está vinculado diretamente ao produto, mas sim ao conjunto do processo produtivo. São os custos que, para serem incorporados aos produtos, necessitam da utilização de algum critério de rateio. Exemplos: aluguel da fábrica, iluminação, depreciação das máquinas, salário de supervisores etc. A soma dos Custos Indiretos é chamada de Custos Indiretos de Fabricação (CIF), Gastos Gerais de Fabricação (GGF) ou Despesas Indireta de Fabricação (DIF). Vamos utilizar a terminologia mais comum, que é “CIF”. Quando a empresa fabrica apenas um único produto, todos os custos são considerados diretos e relação a esse produto, não havendo, portanto, custos indiretos 3. Apropriação de Custos Diretos e critério de rateio dos custos indiretos Esquema básico da Contabilidade de Custos 1º passo: a separação entre custos e despesas – separar custos de despesas, apropriando os gastos para correta classificação, análise e posterior tomada de decisão. 2º passo: a apropriação dos custos diretos – Apropriar os custos diretos. Ex.: Supondo-se uma empresa que fabrica 3 produtos (A, B e C), o custo do material pode ser determinado pelas requisições do almoxarifado. Pelas requisições é possível determinar as quantidades de material utilizadas em cada produto (A, B ou C). Em relação ao custo de mão-de-obra em cada produto, este pode ser apurado se a empresa detiver um controle de quais empregados trabalham em cada produto e quantas horas cada empregado se dedica na produção. Outros custos também podem ser diretos (como a energia elétrica) se pudermos medir quanto gasta cada produto separadamente. Se não pudermos medir quanto cada produto consome individualmente de um determinado custo, temos que aplicar algum critério de rateio. Neste caso, dizemos que o custo é indireto. 3º passo: a apropriação dos custos indiretos – Custos indiretos como a manutenção da fábrica, a energia elétrica gasta na iluminação da fábrica, depreciação das máquinas de produção, lubrificantes utilizados na produção (máquinas) etc, têm de ser rateados em cada produto, pois não é possível determinar quanto cada produto consome separadamente. Um critério de rateio dos custos indiretos pode ser o quanto cada produto consome proporcionalmente de custos diretos. Se, por exemplo, o produto A consome 23% do total de material e mão-de-obra, 23% dos custos indiretos serão direcionados ao produto. Assim, se o produto B consome 42% do total da matéria-prima (material) e mão-de-obra e o produto C 35% deste total, 42% dos custos indiretos serão rateados para o produto B e 35% dos custos indiretos serão rateados para o produto C. Outro critério de rateio dos custos indiretos seria apenas considerar o custo de material ou, alternativamente, somente o custo de mão-de-obra em cada produto. Assim, se o produto A consome ANÁLISE E GESTÃO DE CUSTOS – Prof. Lucirlene Maciel Cavalheiro Quintana – 2017/1 4 25% de horas de mão-de-obra, 25% dos custos indiretos seriam alocados no produto, por exemplo. A quantidade de mão-de-obra aplicada a cada produto determinaria o rateio dos custos indiretos na mesma proporção, neste caso. Análise dos critérios de rateio – custos comuns – Para se ratear os custos indiretos de fabricação em cada produto, é necessário um certo grau de credibilidade no critério de rateio a adotar, sob pena de provocar custos distorcidos aos diferentes produtos. Há que se separar bem os custos diretos, que são apropriados diretamente aos produtos, dos custos indiretos ou gastos gerais de fabricação. Exercício resolvido para ilustrar o esquema básico da Contabilidade de Custos Separar os custos e despesas da Empresa X, apropriando os custos diretos e indiretos por produto. Calcular o custo unitário de cada produto (utilizar para os custos indiretos o critério de rateio da matéria- prima utilizada), supondo-se 1.000 unidades, sendo 100 unidades do Produto A, 500 unidades do Produto B e 400 unidades do Produto C. Gastos da Empresa X 1. Comissões sobre vendas – R$ 10.000,00 2. Matéria-prima: Produto A (R$ 50.000,00); Produto B (R$ 150.000,00); Produto C (R$ 100.000,00) = R$ 300.000,00. 3. Mão-de-obra na fábrica: Produto A (1000 horas x R$ 5,00/hora) Produto B (2500 horas x R$ 10,00/hora) Produto C (2000 horas x R$ 10,00 hora) 4. Salários da Administração – R$ 60.000,00 5. Energia elétrica (fábrica) – R$ 15.000,00 6. Material de escritório – R$ 5.000,00 7. Despesas financeiras – R$ 4.000,00 8. Embalagem – R$ 1.000,00 9. Manutenção na Fábrica – R$ 2.000,00 10. Energia elétrica (administração) – R$ 10.000,00 1º Passo Separar custos e despesas: Custos – 2, 3, 5, 8 e 9. Despesas – 1, 4, 6, 7 e 10. 2º Passo Separar custos diretos e indiretos: Custos diretos – 2, 3 e 8 Custos indiretos – 5 e 9. 3º Passo Apropriar os custos diretos aos produtos (matéria-prima, mão-de-obra e embalagem): Matéria-Prima R$ 300.000,00 (total) Prod. A R$ 50.000,00 Prod. B R$150.000,00 Prod. C R$ 100.000,00 ANÁLISE E GESTÃO DE CUSTOS – Prof. Lucirlene Maciel Cavalheiro Quintana – 2017/1 5 Mão-de-obra (R$ 5.000,00 + R$ 25.000,00 + R$ 20.000,00) = R$ 50.000,00 Prod. A – R$ 5.000,00 (1000 horas x 5,00 / hora) Prod. B – R$ 25.000,00 (2500 horas x 10,00 / hora) Prod. C – R$ 20.000,00 (2000 horas x 10,00 / hora) Embalagem R$ 1.000,00 para 1.000 unidades conforme enunciado. Prod. A – R$ 100,00 (100 unidades x 1,00 / unidade) Prod. B – R$ 500,00 (500 unidades x 1,00 / unidade) Prod. C – R$ 400,00 (400 unidades x 1,00 / unidade) Total de custos diretos por produtos – R$ 300.000,00 + R$ 50.000,00 Prod. A = R$ 50.000,00 + R$ 5.000,00 + 100,00 = R$ 55.100,00 Prod. B = R$ 150.000,00 + R$ 25.000,00 + 500,00 = R$ 175.500,00 Prod. C = R$ 100.000,00 + R$ 20.000,00 + 400,00 = R$ 120.400,00 Total de Custos Diretos = R$ 351.000,00 4º Passo Apropriar os custos indiretos aos produtos Critério de rateio – Matéria-prima consumida Custos indiretos – Energia elétrica (fábrica) e Manutenção na Fábrica R$ 15.000,00 + R$ 2.000,00 = R$ 17.000,00. Rateio dos custos indiretos Produto A B C Matéria-Prima R$ 50.000,00 R$ 150.000,00 R$ 100.000,00 Custos indiretos R$ 2.833,33 R$ 8.500,00 R$ 5.666,67 Custos diretos R$ 55.100,00 R$ 175.500,00 R$ 120.400,00 Total R$ 57.933,33 R$ 184.000,00 R$ 126.066,67 Total R$ 300.000,00 R$ 17.000,00 R$ 351.000,00 R$ 368.000,00 Custo dos Produtos (total) – R$ 368.000,00 Custo unitário de cada produto (1000 unidades de cada) Produto A – R$ 579,33, Produto B – R$ 368,00 e Produto C – R$ 315,17 Rateio de custos na departamentalização A informação em custos é fundamental à empresa que quer maximizar a sua lucratividade. Antes de ratear os custos indiretos, deve-se verificar o processo de produção dos diferentes produtos da empresa. Um determinado produto pode requerer a ação de vários departamentos de produção. Outro produto pode requerer a ação de um departamento só. Cada departamento de produção da empresa comporta-se como um centro de custos.Se um determinado departamento age mais em um determinado produto, os custos no departamento devem ter mais peso do que outros departamentos. Ao ratear os custos indiretos de fabricação pelos diferentes departamentos, temos que usar algum critério. O aluguel da fábrica, por exemplo, pode ser rateado com base na área ocupada por cada departamento. A energia elétrica referente à iluminação da fábrica pode ser rateada com base no consumo das máquinas em cada departamento da empresa. Os custos indiretos com a Manutenção dos Equipamentos (máquinas) podem ser rateados com base no número de horas dedicadas por cada departamento no determinado produto. O rateio de custos por departamento permite identificar melhor os custos dos produtos nos diferentes departamentos da empresa. O rateio dos custos indiretos permite atribuir uma maior margem de lucratividade aos diferentes produtos da empresa. ANÁLISE E GESTÃO DE CUSTOS – Prof. Lucirlene Maciel Cavalheiro Quintana – 2017/1 6 4. Métodos de Custeio (Critérios de Custeio) São vários os critérios disponíveis que podem ser empregados para custeio dos produtos, no entanto, apenas o critério de custeio por absorção está suportado pela legislação do imposto de renda, que admite e define como critério legal a ser empregado pelas empresas. Os critérios de custeio foram desenvolvidos para atender a diferentes objetivos, portanto, todos são igualmente importantes para a empresa. Alguns dos principais critérios são: 1. Custeio por Absorção 2. Custeio Direto ou Variável 3. Custeio Baseado em Atividades - ABC 4.1 CONTEXTO BÁSICO REFERENTE À CUSTEIO POR ABSORÇÃO Custeio são métodos de apropriação de Custos, ou seja, a ferramenta que auxilia a contabilidade de custos na geração de informações que servirão de suporte às tomadas de decisões dos gestores. Através do método de custeio o gerente consegue informações sobre rentabilidade e desempenho, além de informações para planejar, controlar e também tomar decisões dentro da empresa. O custeio admite a ideia de dar preço aos produtos, e fazer um levantamento de todos os gastos da empresa, de forma que a empresa venha a apurar seus gastos, e também encontrar sua margem de lucro. Na contabilidade de custos, há diferentes tipos de Custeio, dos quais temos: Custeio por absorção ou Pleno (rateio); Custeio Direto ou Variável; Custeio Baseado em Atividades ou ABC (Activity Based Costing); Custeio RKW; Custeio Meta ou Target Costing etc. Custeio por Absorção é o método derivado da aplicação dos princípios de contabilidade geralmente aceitos. Consistem na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção; todos os gastos relativos ao esforço de fabricação são distribuídos para todos os produtos feitos. Não é um princípio contábil propriamente dito, mas uma metodologia decorrente deles, nascida com a própria Contabilidade de Custos. Outros critérios diferentes têm surgido através do tempo, mas este é ainda o adotado pela Contabilidade Financeira; portanto, válido tanto para fins de Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício, como também, na maioria dos países, para Balanço e Lucros Fiscais. A auditoria externa tem-no como básico. Apesar de não ser totalmente lógico e de muitas vezes falhar como instrumento gerencial, é obrigatório para fins de avaliação de estoques (para apuração do resultado e para o próprio balanço), por exigência do Imposto de Renda. Custeio por Absorção (também chamado “custeio integral ou pleno”) foi derivado do sistema desenvolvido na Alemanha no início do século 20 conhecido por RKW (Reichskuratorium für Wirtschaftlichtkeit). Em sínteses, consiste na apropriação de todos os custos (diretos e indiretos, fixos e variáveis) causados pelo uso de recursos da produção aos bens elaborados, e só os de produção, isto dentro do ciclo operacional interno. Todos os gastos relativos ao esforço de fabricação são distribuídos para todos os produtos feitos. Os gastos referentes às despesas, não pertencem ao processo produtivo e, são excluídas. A distinção principal utilizada no Custeio por Absorção é entre custos e despesas. A separação é importante porque as despesas são jogadas imediatamente contra o resultado do período, assim como o tratamento dos custos dos produtos vendidos (CPV/CMV). Já os custos dos produtos em elaboração e os custos dos produtos acabados e não vendidos estarão ativados nos estoques destes produtos. Os custos podem ser classificados de diversas maneiras, de acordo com sua finalidade. Quanto ao volume de produção os custos são classificados em fixos e variáveis. Esta classificação é muito utilizada para o cálculo do sistema de custos variável. ANÁLISE E GESTÃO DE CUSTOS – Prof. Lucirlene Maciel Cavalheiro Quintana – 2017/1 7 FORMAÇÃO DO CUSTEIO POR ABSORÇÃO Custeio por absorção é aquele que faz debitar ao custo dos produtos todos os custos da área de fabricação, sejam esses custos definidos como custos diretos ou indiretos, fixos ou variáveis, de estrutura ou operacionais. O próprio nome do critério é revelador dessa particularidade, ou seja, o procedimento é fazer com que cada produto ou produção (ou serviço) absorva parcela dos custos diretos e indiretos, relacionados à fabricação. Convém ressaltar que, no Brasil, somente pode ser utilizado o Custeio por Absorção para fins de apuração do Custo de Fabricação, conforme determina a legislação do Imposto de Renda. No exemplo acima podemos perceber que este esquema de custeio sem departamentalização passa por três passos básicos que são: Separação entre Custos e Despesas; Apropriação dos Custos Diretos; Apropriação dos Custos Indiretos. Como o critério de rateio por absorção sem departamentalização, propiciava valores de custos diferentes e custos totais diferentes para cada produto, passa a ser obrigatório a departamentalização que, propiciava uma distribuição mais racional dos custos indiretos. Com a departamentalização, os custos indiretos são rateados entre os Departamentos de Produção, atuando assim sobre os produtos e apropriando custos a eles, e os Departamentos de Serviços não tem seus custos apropriados aos produtos. Ou seja, quando, ao custear-se os produtos fabricados pela empresa, são atribuídos a esses produtos, além dos seus custos variáveis, também os custos fixos, diz-se que se está usando a modalidade de custeio por absorção. Esta atribuição de custos fixos, entretanto, implica naturalmente, a utilização de rateios. E nisso, reside a principal falha do custeio por absorção como instrumento de controle. Por mais objetivos que pretendam ser os critérios de rateio, sempre apresentarão um forte componente arbitrário, que distorce os resultados apurados por produto e dificulta (quando não desorienta) as decisões da gerência com relação à assuntos de vital importância para empresa, como, por exemplo, a determinação de preços de venda ou de cancelamento da fabricação de produtos deficitários. As principais características do custeio por absorção Engloba os custos totais: fixos, variáveis, diretos e/ou indiretos. Necessita de critério de rateios, no caso de apropriação dos custos indiretos (gastos gerais de produção) quando houver dois ou mais produtos ou serviços. É o critério legal exigido no Brasil. Entretanto, nem sempre é útil como ferramenta de gestão (análise) de custos, por possibilitar distorções ao distribuir custos entre diversos produtos e serviços, possibilitando mascarar desperdícios e outras ineficiências produtivas. Os resultados apresentados sofrem influência direta do volume de produção. Vantagens e desvantagens no custeio por absorção Identificam-seas seguintes vantagens na utilização do custeio por absorção: Está de acordo com os Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC) e a leis tributárias; É menos custoso porque não requer a separação dos custos de manufatura nos componentes fixos e variáveis; e Os resultados são aceitos para a preparação de demonstrações contábeis de uso externo e para obtenção de soluções de longo prazo, onde este método é recomendado. Nas desvantagens do custeio por absorção, destacam-se seguintes tópicos: Os custos, por não se relacionarem com este ou aquele produto ou a esta ou aquela unidade, são quase sempre distribuídos a base de critérios de rateio, quase sempre com grande grau de arbitrariedade; O custo fixo por unidade depende ainda do volume de produção; pior de tudo isso, o custo de um produto pode variar em função da alteração de volume de outro produto; e Os custos fixos existem independentes da fabricação ou não desta ou daquela unidade, e acabam presentes no mesmo montante, mesmo que ocorram oscilações (dentro de certos limites). ANÁLISE E GESTÃO DE CUSTOS – Prof. Lucirlene Maciel Cavalheiro Quintana – 2017/1 8 Exemplo: Neste exemplo de Custo por Absorção são apresentados vários custos e despesas da empresa num determinado período: Comissões de Vendedores........................................ 40.000,00 Salários de Fábrica................................................. 60.000,00 Matéria-prima consumida....................................... 175.000,00 Salários da Administração...................................... 45.000,00 Depreciação na Fábrica.......................................... 30.000,00 Seguros da Fábrica.................................................. 5.000,00 Despesas Financeiras.............................................. 25.000,00 Honorários da Diretoria.......................................... 20.000,00 Materiais Diversos – Fábrica.................................. 7.500,00 Energia Elétrica – Fábrica...................................... 42.500,00 Manutenção – Fábrica............................................ 35.000,00 Despesas de Entrega................................................ 22.500,00 Correios, Telefone e Telex....................................... 2.500,00 Material de Consumo – Escritório........................... 2.500,00 Total gastos / janeiro............................................... 512.500,00 O primeiro passo importante é separar custos e despesas como mencionado anteriormente. Os Custos – São valores dos bens e/ou serviços consumidos eficientemente na produção de outros bens e/ou serviços para transformar um ativo noutro ativo. É aquilo que deveria ter sido gasto. Mão-de-obra Direta.................................................. 45.000,00 Mão-de-obra Indireta................................................ 15.000,00 Matéria-prima consumida......................................... 175.000,00 Depreciação na Fábrica............................................ 30.000,00 Seguros da Fábrica.................................................... 5.000,00 Materiais Diversos – Fábrica.................................... 7.500,00 Energia Elétrica – Fábrica......................................... 42.500,00 Manutenção – Fábrica.............................................. 35.000,00 Total ........................................................................ 355.000,00 As Despesas: São os esforços realizados pela empresa para a geração de receitas, isso ocorre, comumente com o consumo de ativos, ou com o desaparecimento de passivos. Salários da Administração......................................... 45.000,00 Honorários da Diretoria............................................ 20.000,00 Correios, Telefone e Telex......................................... 2.500,00 Material de Consumo – Escritório............................. 2.500,00 Comissões de Vendedores.......................................... 40.000,00 Frete de Entrega........................................................ 22.500,00 Seguro sobre Vendas.................................................. 25.000,00 Total......................................................................... 157.500,00 Obs: A energia elétrica possui uma particularidade entre os componentes do CIF. Uma vez que parte dela é apropriada diretamente aos produtos por serem consideradas custo fixo. ANÁLISE E GESTÃO DE CUSTOS – Prof. Lucirlene Maciel Cavalheiro Quintana – 2017/1 9 1 - Prova: FAURGS - 2012 - TJ-RS - Analista Judiciário - Área Administrativa Segundo a NBC T 16.11 do Conselho Federal de Contabilidade, há um método de custeio que consiste na apropriação de todos os custos de produção aos produtos e serviços. Esse método é chamado: a) custeio do desembolso. b) custeio por atividade. c) custeio variável. d) custeio por absorção. e) custeio padrão. 2 - Prova: CESPE - 2012 - TRE-RJ - Analista Judiciário - Contabilidade Com relação aos diversos aspectos do controle de custos, julgue os itens a seguir. Se determinada entidade faz o levantamento de seus custos apenas pelo método de custeio por absorção, o valor correspondente aos custos fixos da entidade está embutido em cada unidade de seus produtos. ( ) Certo ( ) Errado 3 - Prova: CESGRANRIO - 2011 - Petrobrás - Contador Júnior - 2011 Em relação aos critérios de custeio por absorção e direto ou variável, afirma-se que o critério de custeio: a) por absorção exige que a avaliação dos estoques seja feita pelo método do custo médio ponderado b) por absorção leva em conta, na apuração do custo de produção, todos os custos incorridos no período. c) por absorção não é aceito, para fins de apuração dos custos de produção, pela fiscalização no Brasil. d) variável agrega os custos fixos ao custo de produção pelo emprego do rateio recíproco. e) adotado é indiferente, para efeito de apuração de resultados industriais, pois ambos apresentam o mesmo custo unitário. 4- Prova: CESGRANRIO - 2011 - Transpetro - Técnico de Contabilidade O método de custeio por absorção é aquele que atende aos princípios contábeis e consiste na apropriação aos produtos de todos os: a) gastos da indústria b) custos de produção c) custos variáveis d) custos e de todas as despesas variáveis e) custos e de todas as despesas variáveis e fixas 5 - Questão 21 – Exame de Suficiência 2015/2 – Bacharel Uma indústria produz apenas um produto. No mês de agosto de 2015, produziu e vendeu 300 unidades desse produto. Os custos e as despesas para produzir e vender os produtos foram os seguintes: R$ 10,00 por unidade de custos variáveis. R$ 8,00 por unidade de despesas variáveis. R$ 12,00 por unidade de custos fixos. R$ 7,00 por unidade de despesas fixas. Com base nos dados acima e considerando-se que não havia saldo inicial, o custo total dos produtos produzidos e vendidos, utilizando-se o Custeio por Absorção, foi de: a) R$ 5.700,00 b) R$ 6.600,00 c) R$ 8.100,00 d) R$ 11.100,00 ANÁLISE E GESTÃO DE CUSTOS – Prof. Lucirlene Maciel Cavalheiro Quintana – 2017/1 10 6 - Questão 25 – Enade 2009 – Ciências Contábeis Uma empresa produziu, no período, 100 unidades do produto A, 200 unidades do produto B e 300 unidades do produto C. Os custos indiretos totais foram de R$ 1.700,00. Os custos diretos unitários de matéria-prima representaram, respectivamente, R$ 1,50, R$ 1,00 e R$ 0,50, e os custos diretos unitários de mão de obra R$ 1,00, R$ 0,50 e R$ 0,50. O critério de rateio dos custos indiretos foi proporcional ao custo direto total de cada produto. Considerando-seessas informações, o custo unitário dos produtos A, B e C pelo custeio por absorção são, respectivamente: a) R$ 11,00; R$ 4,05; R$ 2,13. b) R$ 6,50; R$ 4,00; R$ 2,50. c) R$ 7,50; R$ 4,50; R$ 3,00. d) R$ 5,00; R$ 3,00; R$ 2,00. e) R$ 2,50; R$ 1,50; R$ 1,00 7 - Questão 16 – Exame de Suficiência 2015/1 - Bacharel 8 - Questão 23 – Exame Suficiência 2014/2 – Técnico em Contabilidade - adaptada) Uma Sociedade Empresária tem custos fixos totais de R$190.000,00 por mês, custos variáveis de R$12,00 por unidade produzida e despesas variáveis com vendas de R$2,00 por unidade vendida. No mês de junho de 2014, o volume produzido foi de 10.000 unidades, e todas as unidades produzidas no mês foram vendidas ao preço de R$ 60,00 por unidade, líquido de impostos. Não havia estoques iniciais. Utilizando-se o Custeio por Absorção, é CORRETO afirmar que o Lucro Líquido, em junho de 2014, foi de: a) R$ 270.000,00. b) R$ 290.000,00. c) R$ 410.000,00. d) R$ 460.000,00. ANÁLISE E GESTÃO DE CUSTOS – Prof. Lucirlene Maciel Cavalheiro Quintana – 2017/1 11 8 - Questão 17 – Exame de Suficiência 2015/1 - Bacharel 10 - Questão 19 – Exame de Suficiência 2015/1 – Bacharel ANÁLISE E GESTÃO DE CUSTOS – Prof. Lucirlene Maciel Cavalheiro Quintana – 2017/1 12 11 - Questão 19 – Exame de Suficiência 2014/1 – Bacharel Uma Indústria produz apenas um produto e incorreu nos seguintes gastos durante o mês de fevereiro de 2014: Mão de obra direta R$99.000,00 Salário da supervisão da fábrica R$22.500,00 Salário da administração geral da empresa R$31.500,00 Comissões dos vendedores R$18.000,00 Outros custos de fabricação R$36.000,00 Compra de matéria-prima (líquida dos tributos recuperáveis) R$45.000,00 Saldos em fevereiro de 2014 Estoque Inicial de Produtos em Processo R$54.000,00 Estoque Final de Produtos em Processo R$9.000,00 Estoque Inicial de Matéria-Prima R$13.500,00 Estoque Final de Matéria-Prima R$31.500,00 O Custo da Produção Acabada em fevereiro de 2014, pelo Método de Custeio por Absorção, é de: a) R$184.500,00. b) R$202.500,00. c) R$211.500,00. d) R$229.500,00. 12 - (FCC - 2013 - Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul - RS (DPE/RS) - Analista - Área Contabilidade / Questão 38) a) 71.500,00 b) 68.000,00 c) 66.500,00 d) 63.000,00 e) 61.500,00 ANÁLISE E GESTÃO DE CUSTOS – Prof. Lucirlene Maciel Cavalheiro Quintana – 2017/1 13 13 - (Exame de Suficiência 2016/2 – Q. 23) Uma Indústria fabrica dois produtos, denominados “A” e “B”, e utiliza o Método de Custeio por Absorção para apuração do custo dos seus produtos. A Indústria apresentou os seguintes dados da sua produção: Os custos fixos são apropriados aos produtos na proporção do valor total da matéria-prima consumida. Os dados apresentados representam o volume normal de produção. Considerando-se apenas as informações apresentadas, o custo unitário de produção do produto “A” é de: a) R$72,00. b) R$66,00. c) R$57,00. d) R$54,00. 14 - (Exame de Suficiência 2016/2 – Q. 30) No mês de agosto de 2016, a Indústria “A” produziu 600 unidades de um determinado produto e apresentou a seguinte composição do custo de produção: Para apurar o custo de produção, adota-se o Custeio por Absorção. No início do mês de setembro de 2016, a Indústria recebe uma proposta para adquirir 600 peças semiacabadas da Indústria “B” a um custo de R$850,00 por unidade, e mais um frete de R$40,00 por unidade. Para processar e acabar esse lote adquirido da Indústria “B”, em vez de produzir integralmente o lote de peças internamente, a Indústria “A” incorreria nos seguintes custos: Diante das informações apresentadas, assinale a alternativa CORRETA. a) A Indústria “A” deve recusar a proposta, pois o custo unitário da peça será de R$915,00, que é maior do que o custo atual, no valor de R$700,00. b) A Indústria “A” deve aceitar a proposta, pois, com redução dos custos de fabricação, o custo unitário da peça será de R$894,00, que é menor que o custo atual, no valor de R$920,00. c) A Indústria “A” deve aceitar a proposta, pois o custo unitário de cada peça será de R$890,00, que é menor que o custo atual, no valor de R$920,00. d) A Indústria “A” deve recusar a proposta, pois o custo unitário da peça será de R$934,00, que é maior do que o custo atual, no valor de R$920,00. ANÁLISE E GESTÃO DE CUSTOS – Prof. Lucirlene Maciel Cavalheiro Quintana – 2017/1 14 15 - Enade 2015 – Questão 17 16 - (FAURGS - 2012 - TJ-RS - Analista Judiciário) Segundo a NBC T 16.11 do Conselho Federal de Contabilidade, há um método de custeio que consiste na apropriação de todos os custos de produção aos produtos e serviços. Esse método é chamado: a) custeio do desembolso. b) custeio por atividade. c) custeio variável. d) custeio por absorção. e) custeio padrão. 4.2 CUSTEIO VARIÁVEL No Custeio Direto ou Variável só são apropriados à produção os custos variáveis. Os custos fixos são jogados diretamente à conta de resultados (juntamente com as despesas) sob a alegação (fundamentada) de que estes ocorrerão independentemente do volume de produção da empresa. Isto quer dizer, que mesmo que a empresa não produzir, os custos fixos ocorrerão. O Custeio Direto ou Variável é indicado para a tomada de decisões. Aplicações: Um vez que os custos variáveis são inevitavelmente necessários, sua dedução da receita indentifica a Margem de Contribuição do produto, sem nenhuma interferência de manipulação devido aos critérios de rateio dos custos fixos. Identificação da quantidade de unidades a serem vendidas, para que um projeto seja viabilizado. Fornecimento de informações gerenciais, por haver relação entre o lucro e o volume de produção. Vantagens Destaca o Custo Fixo (que independe do processo fabril) Não ocorre a prática do rateio, por vezes errôneo. Evita manipulações Fornece o Ponto de Equilíbrio. ANÁLISE E GESTÃO DE CUSTOS – Prof. Lucirlene Maciel Cavalheiro Quintana – 2017/1 15 Desvantagens Não é aceito na elaboração do Balanço Patrimonial, pois fere princípios de contabilidade geralmente aceitos. O valor dos Estoques não mantém relação com o Custo Total. Para determinar o resultado pelo custeio variável devemos antes de tudo entender o conceito de margem de contribuição. Margem de contribuição = Vendas - Custos/despesas variáveis. Através deste conceito tem a faculdade de tomar bem mais facilmente visível a potencialidade de cada produto, como cada um contribui para, primeiramente, amortizar os gastos fixos e depois formar o lucro propriamente dito. Diferença entre Custeio Variável e Custeio por Absorção Em oposição ao custeio por absorção, o custeio variável ou direto toma em consideração, para custeamento dos produtos da empresa, apenas os gastos (custos e despesas) variáveis. Com isso, elimina-se a necessidade de rateios e, consequentemente, as distorções deles decorrentes. Assim, essa modalidade de custeio apresenta, sobre a modalidade anterior, significativas vantagens no que diz respeito à apuração dos resultados financeiros gerados pelos diferentes produtos da empresa. Uma de suas limitações é a de somente poder ser utilizado no Brasil gerencialmente, o que significa que, para fins contábeis fiscais, é obrigatória a aplicação do custeio por absorção. Exemplo: Quadro Comparativo: Custeio Variável e Custeio por Absorção Produção = 100 unidades Custo Variável unitário = R$ 10,00 / un.Custo Fixo Total = R$ 300,00 Despesas Operacionais = R$ 100,00 Preço de Venda = R$ 20,00 / un. Venda no período apurado = 50 unidades Resolução: Venda: R$ 20,00 x 50 un. = R$ 1.000,00 Custos Variáveis: R$ 10,00 x 50 un. = R$ 500,00 Custos Fixos: R$ 300,00 / 100 un. = R$ 3,00 por unidade. DRE C. ABSORÇÃO R$ C. VARIÁVEL R$ Receita Líquida 1.000,00 1.000,00 (-) C.P.V. (650,00) (500,00) Lucro Bruto 350,00 500,00 (-) Despesas Operacionais (100,00) (100,00) (-) Custos Fixos ----0----- (300,00) Lucro Líquido 250,00 100,00 Custeio por Absorção: O C.P.V é formado pelos custos Variáveis + Custos Fixos rateados proporcionalmente a quantidade vendida: Custo Fixo do Período: R$ 3,00 un. x 50 un. = R$ 150,00, permanecendo R$ 150,00 de Custos Fixos no estoque dos Produtos Acabados. Custeio Variável: O C.P.V é formado somente pelos custos Variáveis. Veja também que os Custos Fixos são levados integralmente para o resultado no período. Pode-se entender pelos resultados obtidos com este exercício, o porquê do Imposto de Renda Brasileiro não aceitar o Custeio Variável e sim somente o Custeio por Absorção. O segundo favorece o resultado da empresa, e quanto maior o resultado, maior será a contribuição para o Imposto de Renda. ANÁLISE E GESTÃO DE CUSTOS – Prof. Lucirlene Maciel Cavalheiro Quintana – 2017/1 16 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1) Questão 33 – Enade 2006 – Ciências Contábeis 2) A empresa Cia Alfa, fabrica bicicletas ergométricas, e o primeiro exercício social da empresa, determinou os seguintes custos: Material prima e outros materiais diretos R$ 20.000,00 Mão de obra direta R$ 22.000,00 Custos indiretos variáveis R$ 6.000,00 Custos indiretos fixos R$ 12.000,00 Despesas fixas de venda R$ 5.000,00 Despesas variáveis de vendas, por unidade R$ 20,00 A companhia fabricou 300 unidades durante o exercício, das quais vendeu, nesse mesmo período, 250 unidades ao preço de R$ 300,00 cada unidade. Os custos de produção de cada unidade, pelo custeio por absorção e custeio variável, são respectivamente: a) R$220,00 e R$ 140,00 b) R$ 200,00 e R$ 160,00 c) R$ 160,00 e R$ 176,00 d) R$ 140,00 e R$ 216,00 e) R$ 113,00 e R$ 220,00 ANÁLISE E GESTÃO DE CUSTOS – Prof. Lucirlene Maciel Cavalheiro Quintana – 2017/1 17 3) (Questão 18 – Enade 2012) 4) (Enade 2006) Q. 33 A Irmãos Anhangá é uma empresa de manufatura que produziu e comercializou, no exercício social de 2005, um único produto. A fábrica entrou em operação nesse ano, não havendo, portanto, qualquer tipo de estoque no início do exercício fiscal de 2005. Durante este período a contabilidade reporta dados da produção e das despesas incorridas: 200 unidades produzidas e acabadas Custo Variável de fabricação: R$ 30,00 por unidade Custos Fixos de fabricação: R$ 600,00 Despesas Operacionais de administração e vendas: R$ 400,00 120 unidades vendidas Preço Líquido de venda por unidade: R$ 40,00 Com base nas informações, é correto afirmar que os resultados finais apurados pelo Método de Custeio por Absorção e pelo Método de Custeio Direto ou Variável são, respectivamente: a) R$ 200,00 e R$ 200,00 b) R$ 440,00 e R$ 200,00 c) R$ 440,00 e R$ 600,00 d) R$ 600,00 e R$ 800,00 e) R$ 840,00 e R$ 600,00 ANÁLISE E GESTÃO DE CUSTOS – Prof. Lucirlene Maciel Cavalheiro Quintana – 2017/1 18 5) (CESPE – 2012 - MPE-PI) O quadro acima mostra a estrutura de custos e gastos operacionais de determinada indústria que fabrica um único produto. Todos os seus custos e gastos estão relacionados nesse quadro. O preço de venda desse produto é de R$ 100,00 por unidade. Em dezembro de 2011, essa fábrica produziu 20.000 unidades desse produto e vendeu 15.000 unidades. Com base nessas informações, julgue os itens subsecutivos. Em dezembro de 2011, a diferença entre o lucro operacional líquido apurado pelo custeio variável e o apurado pelo custeio por absorção foi igual a 25% dos custos gerais de produção fixos. ( ) Certo ( ) Errado 6) (CESPE – 2012 - MPE-PI - Analista Ministerial) O quadro acima mostra a estrutura de custos e gastos operacionais de determinada indústria que fabrica um único produto. Todos os seus custos e gastos estão relacionados nesse quadro. O preço de venda desse produto é de R$ 100,00 por unidade. Em dezembro de 2011, essa fábrica produziu 20.000 unidades desse produto e vendeu 15.000 unidades. Com base nessas informações, julgue os itens subsecutivos. Para fins de custeamento de estoques, segundo a Lei n.º 6.404/1976, atualizada, a indústria em questão deverá usar o critério do custeio por absorção, e o custo das unidades adicionadas ao estoque no final de dezembro de 2011 perfaz o total de R$ 250.000,00. ( ) Certo ( ) Errado ANÁLISE E GESTÃO DE CUSTOS – Prof. Lucirlene Maciel Cavalheiro Quintana – 2017/1 19 7) (CESPE – 2012 - MPE-PI - Analista Ministerial) O quadro acima mostra a estrutura de custos e gastos operacionais de determinada indústria que fabrica um único produto. Todos os seus custos e gastos estão relacionados nesse quadro. O preço de venda desse produto é de R$ 100,00 por unidade. Em dezembro de 2011, essa fábrica produziu 20.000 unidades desse produto e vendeu 15.000 unidades. Com base nessas informações, julgue os itens subsecutivos. O custo do produto vendido em dezembro de 2011, pelo custeio por absorção, foi inferior a R$ 700.000,00. ( ) Certo ( ) Errado 8) (CESPE – 2012 - MPE-PI - Analista Ministerial) O quadro acima mostra a estrutura de custos e gastos operacionais de determinada indústria que fabrica um único produto. Todos os seus custos e gastos estão relacionados nesse quadro. O preço de venda desse produto é de R$ 100,00 por unidade. Em dezembro de 2011, essa fábrica produziu 20.000 unidades desse produto e vendeu 15.000 unidades. Com base nessas informações, julgue os itens subsecutivos. Considerando o critério do custeio variável, o lucro bruto apurado em dezembro de 2011 foi superior a R$ 800.000,00. ( ) Certo ( ) Errado 9) (CESPE – 2011 – Correios - Analista de Correios - Contador) Considerando-se que a DRE de determinada empresa corresponde aos dados apresentados na tabela abaixo, e sabendo-se que das 1.000 unidades produzidas por essa empresa foram vendidas apenas 800, é correto afirmar que o lucro líquido apurado pelo custeio por absorção foi inferior a R$ 540,00. ( ) Certo ( ) Errado ANÁLISE E GESTÃO DE CUSTOS – Prof. Lucirlene Maciel Cavalheiro Quintana – 2017/1 20 10) (CFC – 2011 – CFC - Bacharel em Ciências Contábeis) Uma determinada empresa, no mês de agosto de 2010, apresentou custos com materiais diretos no valor de R$30,00 por unidade e custos com mão de obra direta no valor de R$28,00 por unidade. Os custos fixos totais do período foram de R$160.000,00. Sabendo-se que a empresa produziu no mês 10.000 unidades totalmente acabadas, o custo unitário de produção pelo Método do Custeio por Absorção e Custeio Variável é, respectivamente: a) R$46,00 e R$44,00. b) R$58,00 e R$46,00. c) R$74,00 e R$58,00. d) R$74,00 e R$74,00. 11) (FCC - 2011 - TRE-RN - Analista Judiciário) A Cia. Várzea Paulista fabricou 20.000 unidades de seu produto no mês de início de suas atividades, outubro de 2010. Setenta por cento dessa produção foi vendida no período ao preço unitáriode R$ 180,00. As seguintes informações adicionais foram obtidas do setor de contabilidade da Cia. para o período em tela: Se a Companhia adotou o custeio variável como forma de custeamento de seus produtos, o seu lucro líquido no período, antes de computar o imposto de renda e a contribuição social sobre o lucro foi, em R$: a) 440.000,00. b) 730.000,00. c) 620.000,00. d) 430.000,00. e) 580.000,00. 12) (CESGRANRIO - 2011 – Petrobras - Técnico de Contabilidade) A tabela a seguir apresenta informações relativas ao sistema de custos, produção e despesas de uma empresa que fabrica um único produto. Unidades produzidas 100.000 Unidades vendidas 80.000 Preço de venda unitário R$ 55,00 Custos variáveis de produção unitários R$ 25,00 Despesas variáveis de administração e venda unitárias R$ 5,00 Custos fixos de produção totais R$ 1.000.000,00 Despesas fixas de administração e venda totais R$ 300.000,00 A partir desses dados, julgue o item a seguir, tendo em vista que não havia estoques iniciais, que toda a produção iniciada foi concluída no período e que as informações apresentadas são as únicas relevantes relativas aos gastos da empresa. A diferença entre o lucro apurado pelo custeio por absorção e pelo custeio variável é inferior a R$ 100.000. ( ) Certo ( ) Errado ANÁLISE E GESTÃO DE CUSTOS – Prof. Lucirlene Maciel Cavalheiro Quintana – 2017/1 21 13) (FCC - Companhia do Metropolitano de São Paulo - SP (Metrô/SP) 2014) Sabendo que não havia estoque inicial de produtos em elaboração e de produtos acabados, o valor do estoque final de produtos acabados da Cia. LEVE, em 31 de janeiro de 2014, pelo Custeio por Absorção, era, em reais, a) 16.800,00. b) 29.600,00. c) 25.600,00. d) 28.000,00. e) 64.000,00. 14) Se a empresa calcula seus custos pelo método de Absorção e pelo método Variável e encontra resultados diferentes, esta diferença deve-se: a) Ao Preço de Venda unitário; b) Ao tratamento dado às Comissões e Custos variáveis; c) À quantidade Vendida; d) Ao tratamento dado aos Custos Fixos; e) Aos custos variáveis consumidos. 15) (CESPE – 2016 - POLÍCIA CIENTÍFICA – PE - Perito Criminal - Ciências Contábeis) Em abril de 2016, uma empresa realizou os seguintes gastos para a produção de seu principal produto: • matéria-prima: R$ 25 por unidade; • embalagens: R$ 5 por unidade; • mão de obra direta: R$ 40 por unidade; • custos indiretos fixos totais de abril de 2016: R$ 90.000; • custos indiretos variáveis totais de abril de 2016: R$ 10.000. Considerando a inexistência de estoques de períodos anteriores e que a empresa produziu, em abril de 2016, 5.000 unidades totalmente acabadas do referido produto, os valores do custo unitário de produção de abril de 2016 calculados de acordo com o método do custeio por absorção e com o método do custeio variável são, respectivamente: a) R$ 88 e R$ 32. b) R$ 90 e R$ 32. c) R$ 90 e R$ 72. d) R$ 20 e R$ 70. e) R$ 72 e R$ 90. ANÁLISE E GESTÃO DE CUSTOS – Prof. Lucirlene Maciel Cavalheiro Quintana – 2017/1 22 16) (CGM - RJ - 2015 - Prefeitura do Rio de Janeiro – RJ – Contador) Foram obtidas as seguintes informações sobre o processo de produção do produto ALFA, fabricado pela Companhia Industrial, durante o mês de março: Produção no mês........................................30.000 unidades Quantidade vendida no mês........................25.000 unidades Custos variáveis por unidade...................................R$ 4,50 Despesas variáveis por unidade..............................R$ 0,90 Custos fixos no mês.........................................R$ 72.000,00 Despesas administrativas no mês.....................R$ 18.000,00 Sabendo-se que os produtos no período foram vendidos a um preço unitário de R$ 8,40, o resultado apurado pela companhia, no mês, utilizando-se o método de custeio direto, correspondeu a: a) prejuízo de R$ 3.000,00 b) lucro de R$ 27.000,00 c) prejuízo de R$ 15.000,00 d) lucro de R$ 37.000,00 17) A Cia. Industrial Floripa apresenta os seguintes custos e despesas relativas ao mês de abril de 2008: Custos e Despesas Matérias primas consumidas............................100.000 MOD (custos variáveis)...................................100.000 Custos indiretos de fabricação (fixos)................30.000 Custos indiretos de fabricação (variáveis).................20 (por unidade) Despesas Administrativas.................................20.000 Despesas de vendas (variáveis)..............................20 (por unidade) Dados adicionais: I. Produção do mês: 1.000 unidades II. Vendas realizadas: 500 unidades III. Preço unitário de venda: 350,00 reais IV. Não há incidência de impostos sobre o lucro da empresa De acordo com os dados apresentados, qual é a alternativa correta que contempla o valor do lucro líquido do período pelo custeio por absorção e pelo custeio variável, e o valor do estoque final do mês de abril de 2008 pelo custeio por absorção e pelo custeio variável: a) Lucro de $ 5.000 e $ 20.000. Estoque Final (EF) $ 110.000 e $ 125.000 b) Lucro de $ 10.000 e Lucro de $ 5.000. EF de $ 110.000 e $ 125.000 c) Lucro de $ 10.000 e Lucro de $ 5.000. EF de $ 125.000 e $ 110.000 d) Lucro de $ 20.000 e Lucro de $ 5.000. EF de $ 125.000 e $ 110.000 e) Lucro de $ 10.000 e Lucro de $ 20.000. EF de $ 125.000 e $ 125.000 ANÁLISE E GESTÃO DE CUSTOS – Prof. Lucirlene Maciel Cavalheiro Quintana – 2017/1 23 18) A Cia. Fabricante S/A produziu 8 mil unidades de seu produto e, no mesmo período, vendeu 6 mil unidades ao preço unitário de R$ 10,00. As outras informações relativas às operações do período são as seguintes: - materiais diretos R$ 2,00 por unidade; - mão-de-obra direta R$ 1,00 por unidade; - custos indiretos de fabricação R$ 40.000,00 total; - custos indiretos de fabricação fixos, correspondentes a 60% dos CIFs; - despesas fixas com vendas e administração R$ 10.000,00; - a empresa não possuía estoque inicial de produtos; - tanto a fabricação como a venda estão isentas de tributação. Com os dados acima alinhados, se a empresa utilizar o Custeio Variável, o Resultado Líquido apurado no período será: a) Lucro Líquido de R$ 44.000,00 b) Lucro Líquido de R$ 38.000,00 c) Prejuízo Líquido de R$ 22.000,00 d) Prejuízo Líquido de R$ 4.000,00 e) Não haverá nem lucro nem prejuízo 19) Apresente os valores que se pede:
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