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1 Capítulo 4 – Classificação dos Solos Mecânica dos Solos I Profa. Lilian R. de Rezende 2 1 Introdução Variedade de solos; Diferentes comportamentos; Organização agrupamento; Classificação dos solos; 3 1 Introdução (cont.) Objetivos da classificação de solos na engenharia: • Estimar o provável comportamento do solo; • Orientar o programa de investigação necessário para permitir análises adequadas. 4 1 Introdução (cont.) Principal característica de um sistema de classificação linguagem comum expressa de forma concisa; Será que existem um sistema único e perfeito? 5 1 Introdução (cont.) Crítica aos sistemas validade: • Solos com mesmos índices/grupos sempre terão o mesmo comportamento? • Solos de grupos diferentes sempre terão comportamentos distintos? 6 1 Introdução (cont.) Cuidado: não supervalorizar a informação; Conclusão: Sistemas de classificação de solos ajudam a organizar ideias e orientar o planejamento das investigações !!! 7 1 Introdução (cont.) Geralmente, as classificações tradicionais se baseiam nas propriedades de caracterização dos grãos dos solos, como: • Granulometria; • Limites de Atterberg. 8 2 Sistema Unificado Sistema Unificado de Classificação dos Solos (SUCS); Unified Soil Classification System (USCS); 1952; Muito usado da engenharia geotécnica; 9 2 Sistema Unificado (cont.) Duas letras: • 1ª: principal tipo; • 2ª: dados complementares. G = pedregulho W = bem graduado S = areia P = mal graduado M = silte H = alta compressibilidade C = argila L = baixa compressibilidade O = orgânico Pt = turfa 10 2 Sistema Unificado (cont.) 1ª Etapa - verificar a % de finos (menor que 0,075 mm) presente no solo: • Menor que 50%: solo granular (G ou S); • Maior que 50%: solo fino (M,C ou O). Solo granular – G ou S: • Observa qual faixa tem maior quantidade; • Bem graduado (W): • Para pedregulho (G): Cu > 4 e 1 < Cc < 3; • Para areia (S): Cu > 6 e 1 < Cc < 3. 11 2 Sistema Unificado (cont.) (SOUSA PINTO, 2006) 12 2 Sistema Unificado (cont.) (SOUSA PINTO, 2006) 13 2 Sistema Unificado (cont.) (SOUSA PINTO, 2006) 14 2 Sistema Unificado (cont.) Solo granular (cont.): • Teor de finos > 12%: a característica secundária que importa está relacionada a esses finos e não mais a uniformidade de granulometria usar a Carta de Plasticidade (GC, SC, GM ou SM); 15 2 Sistema Unificado (cont.) Solo granular (cont.): • Teor de finos entre 5% e 12%: recomenda-se que sejam apresentadas as duas características intermediárias (ex.: SP-SC); • Forma dos grãos de areia: importante para o comportamento, mas não é considerado na classificação. 16 2 Sistema Unificado (cont.) Solo fino: • As letras C, M ou O são escolhidas em função dos índices de consistência e não mais pela % obtida da granulometria; • Carta de Plasticidade: • Solos de comportamento argiloso: acima de Linha A; • Solos orgânicos e siltosos: abaixo da Linha A. • Característica complementar: compressibilidade quanto maior o wL, mais compressível é o solo (wL > 50%); 17 2 Sistema Unificado (cont.) Solo fino (cont.): • Carta de plasticidade (SOUSA PINTO, 2006) 2073,0 LwIP Linha A %50Lw Linha B 18 2 Sistema Unificado (cont.) Solo fino (cont.): • Índices muito próximos das Linhas A e B consistem em classificações intermediárias e as duas classificações são apresentadas (ex. SC- SM); • Pt: solos muito orgânicos com fibras vegetais em decomposição. 19 2 Sistema Unificado (cont.) Solos orgânicos: • Contém quantidade apreciável de matéria de decomposição animal ou vegetal, em vários estágios de decomposição; • Apresentam cor escura e odor característico; • EUA: wL estufa < 0,75.wL natural; • Ensaio específico para determinação do teor de matéria orgânica (secagem em mufla a 540 oC); 20 2 Sistema Unificado (cont.) Solos orgânicos (cont.): • Muito compressíveis; • Elevado índice de vazios; • Baixa resistência; • Encontrados em depósitos litorâneos ou várzeas de rios; • Turfa: concentração de folhas e caules no início da decomposição. PROBLEMÁTICOS! 21 2 Sistema Unificado (cont.) Solos orgânicos (cont.): Propriedades de algumas turfas (DAS, 2007) 22 2 Sistema Unificado (cont.) Tabela SUCS: (SOUSA PINTO, 2006) SUCS 23 (DAS, 2007) SUCS 24 (DAS, 2007) 2 Sistema Unificado (cont.) 25 2 Sistema Unificado (cont.) Exercício 1: Com os dados apresentados a seguir, classifique os Solos A e B por meio do SUCS com símbolos e nomes. Solo A: wL= 30%, wP = 22%; Solo B: wL= 26%, wP = 20%. 26 2 Sistema Unificado (cont.) Exercício 1(cont.): 27 3 Sistema Rodoviário American Association State of Highway and Transportation Officials (AASHTO); Highway Research Board (HRB); Transportation Research Board (TRB); Desenvolvido para seleção de solos a serem utilizados em rodovias; 28 3 Sistema Rodoviário (cont.) Solo granular: • Menos de 35% passante na peneira de 0,075 mm; • Grupos A-1a e A-1b: solos grossos (pedregulhos e areias bem graduadas); • Grupo A-3: Areias finas mal graduadas; • Grupo A-2: Areias com finos presentes; o subgrupo depende dos índices de consistência (A-2-4, A-2-5, A-2-6, A-2-7); 29 3 Sistema Rodoviário (cont.) Solo fino: • Mais de 35% passante na peneira de 0,075 mm; • O subgrupo depende dos índices de consistência; • A-4, A-5, A-6, A-7-5 e A-7-6. 30 3 Sistema Rodoviário (cont.) (SOUSA PINTO, 2006) 31 3 Sistema Rodoviário (cont.) 32 3 Sistema Rodoviário (cont.) Avaliação da qualidade de subleito cálculo do Índice de Grupo: • IG varia de 0 a 20 e sempre será um número inteiro. 33 3 Sistema Rodoviário (cont.) Exercício 2: Classifique os solos pelo sistema TRB (calcule IG) e SUCS. Descrição Solo A Solo B Solo C % passante na peneira n. 10 (2,0 mm) 83 100 48 % passante na peneira n. 40 (0,42 mm) 48 92 28 % passante na peneira n. 200 (0,075 mm) 20 86 6 wL (%) 20 70 - IP (%) 5 32 NP 34 3 Sistema Rodoviário (cont.) Comparações entre TRB e SUCS: (DAS, 2007) 35 3 Sistema Rodoviário (cont.) Comparações entre SUCS e TRB: (DAS, 2007) 36 4 Classificação pela Origem Complemento importante; Dois grandes grupos: • Solos Residuais; • Solos Transportados. 37 4 Classificação pela Origem (cont.) Solos residuais: estão no próprio local de decomposição da rocha; (SOUSA PINTO, 2006) 38 4 Classificação pela Origem (cont.) Solos residuais (cont.): • Solo residual maduro: • Superficial; • Já perdeu a estrutura original da rocha mãe. • Solos saprolítico, residual jovem ou de alteração da rocha: • Mantém a estrutura original da rocha, mas perdeu sua consistência; • Apresenta pouca resistência ao manuseio. 39 4 Classificação pela Origem (cont.) Solos residuais (cont.): • Rocha alterada: • Horizonte com fraturas e regiões de menor resistência; • Existem grandes blocos de rocha original. 40 4 Classificação pela Origem (cont.)Solo residual 41 4 Classificação pela Origem (cont.) Solo saprolítico 42 4 Classificação pela Origem (cont.) Rocha alterada 43 4 Classificação pela Origem (cont.) Solos transportados: • Foram levados ao seu local atual por algum agente transportador; • As características do solo depende desse agente; • Solo coluvionar: • Ação da gravidade; • Pés de taludes, rastejos, planalto. 44 4 Classificação pela Origem (cont.) Solo coluvionar Solo coluvionar Solo residual 45 4 Classificação pela Origem (cont.) Solos transportados (cont.): • Solo aluvionar: • Carregado pela água; • Pode ser arenoso ou argiloso. • Solo eólico: • Carregado pela vento; • Atrito Partículas arredondadas. • Drifts: transportados por geleiras. 46 4 Classificação pela Origem (cont.) Solo aluvionar 47 4 Classificação pela Origem (cont.) Solo eólico 48 4 Classificação pela Origem (cont.) Solo transportado pelo gelo 49 5 Classificação MCT Classificações tradicionais x experiências locais; Índices de consistência de solos residuais ou solos lateríticos têm interpretação diferente daquelas aplicadas para solos transportados; Solos tropicais x Solos temperados; 50 5 Classificação MCT (cont.) Limitações das classificações tradicionais: • Condições ambientais diferentes das encontradas no Brasil; • Podem classificar solos de gênese diferente como sendo pertencentes à mesma classe; 51 5 Classificação MCT (cont.) Limitações das classificações tradicionais (cont.): • Dificuldade de repetição dos ensaios e limitações quanto à correlação entre as propriedades-índices: granulometria, limite de liquidez e o comportamento geotécnico esperado (FORTES, 1990). 52 5 Classificação MCT (cont.) Classificação regional; MCT: Miniatura, Compactado, Tropical; Nogami e Villibor (1980); Comportamento peculiar dos solos tropicais; 53 5 Classificação MCT (cont.) Solos Tropicais Solos Lateríticos Solos Saprolíticos 54 5 Classificação MCT (cont.) Solo laterítico: • Solo superficial, típicos de partes bem drenadas das regiões tropicais úmidas; • Solo residual ou não, intemperizado em condições tropicais, rico em minerais de argila e sesquióxidos. Compõe a camada superficial chamada de horizonte laterítico. (CAMAPUM DE CARVALHO, 2007) 55 5 Classificação MCT (cont.) Solo laterítico (cont.): • Predomínio de caulinita e elevado teor de óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio; • Estes últimos normalmente fazem o recobrimento ou ligações entre os argilominerais e presença de quartzo, que é resistente a intemperização. 56 5 Classificação MCT (cont.) Solo laterítico (cont.): • Comportamento quando compactado: • Elevada resistência; • Baixa permeabilidade; • Baixa deformabilidade. 57 5 Classificação MCT (cont.) 58 5 Classificação MCT (cont.) Solo saprolítico: • Resulta da decomposição ou desagregação in situ da rocha mantendo ainda, de maneira nítida, a estrutura da rocha que lhe deu origem; • Corresponde a camada mais profunda do perfil do solo tropical e nela é mantida a estrutura reliquiar da rocha mãe (CAMAPUM DE CARVALHO, 2007); 59 5 Classificação MCT (cont.) Solo saprolítico (cont.): • Podem predominar outros argilominerais como a ilita e montmorilonita e minerais primários na zona menos intemperizada; • Importante!!!!! Os argilominerais nestes solos não se encontram recobertos por óxidos e hidróxidos de ferro e de alumínio. 60 5 Classificação MCT (cont.) 61 5 Classificação MCT (cont.) 0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 0,0010 0,0100 0,1000 1,0000 10,0000 100,000 0 Diâmetro das partículas (mm) % p as sa Sem defloculante Com defloculante 62 5 Classificação MCT (cont.) (VILLIBOR; NOGAMI, 2009) 63 5 Classificação MCT (cont.) Solos de comportamento laterítico: • LG´ - argilas lateríticas e argilas lateríticas arenosas; • LA´ - areias argilosas lateríticas; • LA - areias com pouca argila laterítica. 64 5 Classificação MCT (cont.) Solos de comportamento não laterítico: • NG´ - argilas, argilas siltosas e argilas arenosas não-lateríti-cas; • NA´ - areias siltosas e areias argilosas não- lateríticas; • NA - areias siltosas com siltes quartzosos e siltes argilosos não-lateríticos; • NS´ - siltes cauliníticos e micáceos, siltes arenosos e siltes argilosos não-lateríticos. 65 66 5 Classificação MCT (cont.) Como determinar e’ e c’? Ensaios de laboratório: • Método expedito; • Compactação mini-MCV e Perda de massa por imersão. 67 5 Classificação MCT (cont.) Método expedito = Método das pastilhas: 68 5 Classificação MCT (cont.) Método expedito (cont.): 69 5 Classificação MCT (cont.) Método expedito (cont.): 70 5 Classificação MCT (cont.) Método expedito (cont.): 71 5 Classificação MCT (cont.) Método expedito (cont.): (VILLIBOR; NOGAMI, 2009) 72 5 Classificação MCT (cont.) (VILLIBOR; NOGAMI, 2009) 73 5 Classificação MCT (cont.) Método expedito (cont.): (VILLIBOR; NOGAMI, 2009) 74 (VILLIBOR; NOGAMI, 2009) 75 5 Classificação MCT (cont.) Exercício 3: Com os dados apresentados a seguir, classifique os solos conforme Classificação MCT. Em seguida, responda qual deles teria potencial aplicação em: a) Camada de pavimento; b) Proteção contra erosão; c) Barreira impermeável. 76 5 Classificação MCT (cont.) Exercício 3 (cont.): Solo Cd (mm) P (mm) A 1,5 1,0 B 0,7 1,8 C 0,2 4,5
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