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RESUMO A caracterização analítica de ânions é uma aplicação muito utilizada em vários segmentos da indústria, bem como na determinação de amostras biológicas e ambientais. A análise exclusiva de ânions pode ser realizada através de métodos volumétricos, gravimétricos, espectrofotométricos e eletroanalíticos. Já para análise simultânea de ânions, geralmente são empregados métodos cromatográficos. 1 INTRODUÇÃO Ao contrário da análise de cátions não existe uma análise sistemática para os aníons sendo necessário a mostra ser submetida a uma série de testes prévios com o objetivo de indicar a presença ou ausência de certos ânions na amostra (VOGEL, A. 1981). Alguns bons reagentes para essa prática de identificação de ânions são o ácido sulfúrico, nitrato de prata e cloreto de bário que dão reações características que fornecem informações importantes para a identificação dos ânions presentes. Depois da realização dos experimentos prévios para cada ânion, é preciso testá-los através dos testes específicos onde sua presença ou ausência poderá ser confirmada. Vale ressaltar que quando se realiza esses experimentos é preciso lembrar que podem existir algumas interferências. Por exemplo, íons brometo e iodeto interferem no teste para cloreto. Os íons iodeto interferem no teste para brometo, nitrito e nitrato. 2 OBJETIVO Estudar reações de identificação de ânions e identificar os ânions de uma amostra. 3 REAGENTES E EQUIPAMENTOS Reagentes descritos em cada procedimento. 4 PROCEDIMENTO EXPERIMETAL 4.1 – REAÇÃO PARA IDENTIFICAÇÃO DE ÂNIONS a) Sulfato (SO42-) - Adicionou-se a um tubo de ensaio cerca de 1,0 mL de solução contendo íons SO4 2-. Em seguida adicionou-se 1,0 mL de solução de BaCl2.2H2O 0,1 M e 1,0 mL de HCl 1,0 M. b) Carbonato (CO32-) - Montou-se o sistema como o da figura abaixo: Adicionou-se ao tubo da esquerda 1,0 mL da amostra e em seguida 1,0 mL de HCl 1:1. Tampou-se imediatamente e introduziu-se a extremidade da mangueira na solução de hidróxido de bário (tubo à direita). Anotou-se as observações ocorridas no sistema e escreveu-se as equações ocorridas no dois tubos. c) Fosfato (PO43-) - Adicionou-se a um tubo de ensaio cerca de 1,0 mL de solução contendo íons HPO4 2-, 1,0 mL de (NH4)2MoO4 0,1 M e 1,0 mL de HNO3 6 M. Anotou-se as observações e escreveu-se a equação da reação. d) Cloreto (Cl-), Brometo (Br-) e Iodeto (I-) - Fez-se uma mistura das soluções de cloreto, brometo e iodeto de potássio, acidificou- se com ácido nítrico diluído e adicionou-se solução de nitrato de prata em excesso. Centrifugou-se e testou-se o sobrenadante com nitrato de prata para certificar-se que todos os íons cloreto, brometo e iodeto foram efetivamente precipitados. Descartou-se o sobrenadante (S1) e o resíduo (R1) deve-se ser tratado com hidróxido de amônio diluído. Após o tratamento, centrifugou-se e esperou-se o sobrenadante para teste de brometo (S3). A presença de um resíduo (R3) indica a presença de iodeto. O sobrenadante (S2) é dividido em 2 porções. Uma delas é acidificada com ácido nítrico e a formação de um precipitado (R4) confirma a presença de cloreto. A outra adicionou-se íons brometo e a formação de um precipitado (R5) confirma a presença de cloreto. O sobrenadante (S3) é acidificado com ácido nítrico e a formação de um precipitado (R6) confirma a presença de brometo. e) Oxalato (C2O42-) - Adicionou-se a um tubo de ensaio cerca de 1,0 mL de solução contendo íon C2O4 2-, cerca de 1,0 mL de solução de ácido acético 1,0 M e cerca de 1,0 mL de solução de CaCl2 0,1 M. Anotou-se as observações e escreveu-se a equação da reação. f) Cromato (CrO42-) - Na capela, com o sistema de exaustão ligado, adicionou-se a um tubo de ensaio cerca de 2,0 mL de solução de CrO4 2-; 1,0 mL de H2SO4 6,0 M ; 1,0 mL de éter etílico e 2,0 mL de H2O2 a 10 volumes (3%). Agitou-se com cuidado. g) Nitrato (NO31-) - Adicionou-se a um tubo de ensaio cerca de 1,0 mL de solução contendo nitrato. Mergulhou-se na solução um fio de cobre metálico limpo. Adicionou-se lentamente, pela parede interna do tubo, gotas de ácido sulfúrico concentrado até o início de desprendimento gasoso marrom-avermelhado na superfície do fio de cobre. 4.2 – TESTE PRELIMINARES (AMOSTRA) A) Detecção de ânions de ácidos voláteis Em um tubo de ensaio adicionou-se cerca de 2,0 mL de solução da amostra e 1,0 mL de H2SO4 6,0 M, nesta ordem, e agitou-se a solução resultante. B) Detecção de ânions oxidantes Em um tubo de ensaio adicionou-se cerca de 2,0 mL de solução da amostra e 1,0 mL de HCl 1,0 M e 1,0 mL de solução de KI 0,1 M, nesta ordem, agitou-se a solução resultante. C) Detecção de ânions redutores Em um tubo de ensaio adicionou-se cerca de 2,0 mL de solução amostra, cerca de 1,0 mL de H2SO4 6,0 M e 5 gotas de KMnO4 0,01 M, nesta ordem agitou-se a solução resultante. D) Detecção de ânions que precipitam com Bário (Ba2+) Em um tubo de ensaio adicionou-se cerca de 2,0 mL da solução amostra, 1,0 mL de solução de HCl 1:1 (v/v) e NH3 concentrada, gota a gota, até o meio se tornar básico. Em seguida adicionou-se cerca de 1,0 mL de BaCl2.2H2O 0,1 M. E) Detecção dos ânions que precipitam com Ag1+ Em um tubo de ensaio adicionou-se cerca de 2,0 mL da solução amostra, 1,0 mL de solução de H2SO4 6,0 M e 0,5 mL de solução de AgNO3 0,01 M nesta ordem. 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 5.1 – REAÇÃO PARA IDENTIFICAÇÃO DE ÂNIONS a) Sulfato (SO42-) Pode-se perceber durante a identificação de ânions sulfato, que ao adicionar cloreto de bário com o sulfato de manganês teve-se um precipitado de cor branco leitoso, sendo assim, insolúvel em ácido clorídrico. Ba2+ + SO4 2- BaSO4 (Precipitado Branco) b) Carbonato (CO32-) Ao ser colocado ácido clorídrico no tubo fechado, pode-se perceber que houve um aquecimento, ficou incolor no final. No tubo aberto que continha hidróxido de bário (tubo à direita), formou-se um precipitado na parede e borbulhou um pouco. CO2(g) + Ba 2+ (aq) + 2OH - (aq) BaCO3(S) + H2O(l) (Precipitado Esbranquiçado) c) Fosfato (PO43-) Ao adicionar fosfato de sódio com o molibdato de amónio houve uma reação onde os íons fosfato reagiram com o sal formando um precipitado branco, logo após colocar essa solução para reagir com o ácido nítrico houve uma mudança na coloração, que passou a ser amarelo, sendo assim, a presença do íon sulfato. PO4 3- (aq) + 3NH4(aq) + 12MoO4 2- (aq) + 24H + 12H2O(l) + (NH4)3PO4.12MoO3 (Precipitado Amarelo) d) Cloreto (Cl-), Brometo (Br-) e Iodeto (I-) No tubo onde continha cloreto de potássio, ao reagir com o nitrato de prata obteve-se uma cor branca turva e após reagir com o ácido nítrico formou-se um precipitado. Ag+(aq) + Cl - (aq) AgCl(S) No tubo onde continha brometo de potássio, ao reagir com o nitrato de prata formou-se um precipitado amarelo viscoso e após reagir com o ácido nítrico formou-se um precipitado verde claro. Ag+(aq) + Cl - (aq) AgBr(S) No tubo onde continha íon iodeto, ao reagir com o nitrato de prata formou-se uma solução de cor amarelo claro e ao adicionar ácido nítrico formou-se um precipitado amarelado escuro Ag+(aq) + I - (aq) AgI(S) e) Oxalato (C2O42-) Ao reagir o íon oxalato com o ácido acético houve a formação de um precipitado branco observado pela sua rigidez no fundo do tubo, ao adicionar cloreto de cálcio formou-se um precipitado esbranquiçado. C2O4 2- (aq) + Ca 2+ (aq) CaC2O4(S) (Precipitado Esbranquiçado) f) Cromato (CrO42-) Ao reagir o íon cromato com ácidosulfúrico, ocorreu uma reação exotérmica e formou- se duas fases. Ao adicionar éter etílico formou-se três fazes, amarelo no fundo, vermelho no meio e azul escuro no topo. Ocorreu a formação de gás e a solução permaneceu quente. Logo após adicionou-se água oxigenada e também liberação de gases, agitou-se a solução, no fundo ficou verde escuro e permaneceu quente. 2CrO4 2- (aq) + 2H + CrO72-(aq) + H2O(l) g) Nitrato (NO3-) Em uma solução que continha nitrato de sódio mergulhou-se um fio de cobre e pode-se perceber que nada ocorreu. Após adicionar-se algumas gotas de ácido sulfúrico ocorreu um desprendimento gasoso marrom-avermelhado na superfície do fio de cobre. A solução final tornou-se verde clara aparentemente e o fio tornou-se fosco. 2NO3 - (aq) + 8H + (aq) + 3Cu(S) 3Cu2+(aq) + 4H2O(l) + 2NO(g) 5.2 – TESTES PRELIMINARES (AMOSTRA) A) Detecção de ânions de ácidos voláteis Ao reagir a solução da amostra com o ácido sulfúrico houve uma leve efervescência, podendo assim notar a presença de CH3COO -, não existiu odor desprendido. B) Detecção de ânions oxidantes Ao reagir o ácido nítrico (solução amostra) com o ácido clorídrico e o iodeto de potássio a solução ficou turva, a solução não passou para castanho amarelo sendo assim pode-se constar que não houve presença de CrO4 2-, NO2 -, ClO3 - e NO3 -. C) Detecção de ânions redutores Ao reagir a solução amostra com o ácido sulfúrico mais 5 gotas de KMnO4, não ocorreu descoramento e nem mudança de cor sendo assim pode constar que não estavam presentes os ânions I-, Br-, S2-, C2O4 2-, SO3 -, SCN-, NO2 -. D) Detecção de ânions que precipitam com Bário (Ba2+) Ao reagir a solução amostra com o ácido clorídrico mais a amônia concentrada, pode-se observar que nada ocorrer, mas logo após a adição do cloreto de bário houve a formação de um precipitado sendo assim quer dizer que poderiam estar presentes os ânions CO3 2-, SO4 2-, CrO4 2-, PO4 3-, C2O4 2- e SO3 2-. E) Detecção dos ânions que precipitam com Ag+ Ao reagir a solução amostra com o ácido sulfúrico mais a solução de nitrato de prata, pode-se perceber que formou-se um precipitado branca turvo, sendo assim podem estar presentes os ânions Cl-, Br-, I- e SCN-. 6 CONCLUSÃO Pode-se concluir que esta técnica consiste em identificar ânions presentes em uma amostra desconhecida a prática nos propôs ter melhor conhecimento sobre o assunto. Apesar dos ânions não serem separados em grupo como os cátions e nem terem um reagente precipitante específico, observou-se através dos diferentes testes realizados durante essa prática, que há alguns testes específicos nos proporciona afirmar se há ou não a presença de um determinado ânion na amostra. REFERÊNCIAS FILGUEIRAS, C.A.L. A Espectroscopia e a Química. Química Nova na Escola, n. 3, p. 22-25, 1996. SKOOG, D.A.; WEST, D.M. e HOLLER, F.J.. Analytical chemistry: An introduction 6ª ed. Philadelphia: Saunders, 1994. VOGEL. A.I. Química Analítica Qualitativa, 5.ed.,São Paulo:Editora Mestre Jou,1985. RUSSELL, John B.; Química Geral vol.1, São Paulo: Pearson Education do Brasil, Makron Books, 1994. HALLIDAY & RENISK (2009). Fundamentos de Física. [S.l.]: LTC.
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