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FACULDADE DE TECNOLOGIA DE PINDAMONHANGABA Bianca Alves Isabela Luiza Jessica Carvalho Washington Ygor Nieto AULA EXPERIMENTAL - GTAW Pindamonhangaba, 2017 Bianca Alves Isabela Luiza Jessica Carvalho Washington Ygor Nieto AULA EXPERIMENTAL - GTAW Relatório técnico apresentado como requisito parcial para obtenção de aprovação na disciplina Processos de Soldagem III, no Curso de Tecnologia Mecânica: Processos de Soldagem, na Faculdade de Tecnologia de Pindamonhangaba. Prof. Carlos Eduardo Figueiredo dos Santos Pindamonhangaba, 2017 RESUMO Este trabalho apresenta um experimento prático do processo de soldagem TIG (GTAW). O objetivo é aprender o processo na prática, assim como suas variáveis e como afetam a soldagem. Sendo assim fornecendo conhecimento necessário para o futuro Tecnólogo para que o mesmo possa solucionar problemas recorrentes. Palavras-chave: Experimento prático. Processo de soldagem. TIG. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 4 2 DESENVOLVIMENTO .................................................................................................. 5 2.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................... 5 2.1.1 Soldagem TIG (Tungsten Inert Gas) ............................................................................. 5 2.1.2 O arco elétrico TIG ......................................................................................................... 6 2.1.3 Características das Polaridades e Ondas ...................................................................... 6 2.2 MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................................. 7 2.2.1 Materiais ........................................................................................................................... 7 2.2.2 Métodos ............................................................................................................................ 8 2.3 RESULTADOS E DISCUSSÕES ..................................................................................... 8 2.3.1 Corpo de prova SZ1 ........................................................................................................ 8 2.3.2 Corpo de prova SZ2 ...................................................................................................... 11 2.3.3 Corpo de prova SZ3 ...................................................................................................... 13 3 CONCLUSÕES .............................................................................................................. 15 REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 16 4 1 INTRODUÇÃO Brandi (2010) diz que a soldagem é fundamental na fabricação de um portão até uma nave espacial. Este processo vem sendo inovado a partir de inúmeras tecnologias e mercado específicos, com a finalidade de maior produtividade e economia. Portanto, faz-se necessário estudos sobre os processos de soldagem, com o intuito de melhor aplicá-los. Neste trabalho foi usado o processo de soldagem TIG, que é um processo a arco elétrico; produz soldas de boa qualidade, com acabamentos excelentes. Tendo como objetivo, os alunos estarem em contato com a situação real, sendo que, os mesmos terão que utilizar técnicas de soldagem para a execução do exercício prático de forma a empregarem os melhores parâmetros. Os procedimentos foram realizados pelos alunos no laboratório de soldagem da Faculdade de Tecnologia de Pindamonhangaba, onde foi analisado os efeitos de diferentes parâmetros na soldagem e, pôde-se observar que com a variação dos parâmetros surgiram descontinuidades e dificuldades durante a soldagem. 5 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1.1 Soldagem TIG (Tungsten Inert Gas) Soldagem TIG (Tungsten Inert Gas) ou GTAW (Gas-Shielded Tungsten Arc Welding) é um processo que utiliza um eletrodo sólido de tungstênio não consumível. O eletrodo, o arco e a área em volta da poça de fusão da solda são protegidos por uma atmosfera protetora de gás inerte. Se um metal de enchimento é necessário, ele é adicionado no limite da poça de fusão (ESAB, 2014). A soldagem TIG produz uma solda limpa e de alta qualidade. Como não é gerada escória, a chance de inclusão da mesma no metal de solda é eliminada, e a solda não necessita de limpeza no final do processo (ESAB, 2014). A soldagem TIG pode ser usada para quase todos os metais e o processo pode ser manual ou automático. É largamente utilizada para solda com alumínio e com ligas de aço inoxidável onde a integridade da solda é de extrema importância. É também utilizada para juntas de alta qualidade em indústrias nucleares, químicas, aeronáuticas e de alimentos (ESAB, 2014). Seu esquema é representado na Figura 1. Figura1 - Esquema do processo GTAW (Gas-Shielded Tungsten Arc Welding) Fonte: ESAB (2014) Os tipos de gases mais indicados para o processo TIG são argônio, hélio ou mistura entre esses dois gases (ESAB, 2014). 6 2.1.2 O arco elétrico TIG Os elétrons escoam do pólo negativo para o pólo positivo em uma fração de segundos. O processo de emissão dos elétrons e suas respectivas colisões geram um arco extremamente quente. Para que isto aconteça o eletrodo deve possuir excelentes qualidades termiônicas, ou seja, ele deve alcançar temperaturas suficientemente altas para causar a emissão de elétrons por agitação térmica sem que seja consumido (ESAB, 2014). A soldagem TIG pode ser feita utilizando corrente contínua (CC- ou CC+) ou corrente alternada (CA). Cada uma dessas alternativas irá influenciar fortemente os mecanismos de emissão de elétrons e consequentemente as características de soldabilidade (ESAB, 2014). Em contato com o ar as ligas de alumínio formam uma superfície de óxido de alumínio que dificulta ou mesmo impede sua soldagem. Para sobrepor esse problema se faz o uso de corrente alternada, a qual associa as propriedades de limpeza da corrente CC+ e de penetração da CC- a cada meio ciclo (ESAB, 2014). 2.1.3 Características das Polaridades e Ondas A Figura 2 detalha as polaridades e seus efeitos na soldagem. Figura 2 – Polaridades e seus efeitos durante a soldagem Fonte: ESAB (2014) 7 A Figura 3 detalha os diferentes tipos de ondas usadas na soldagem TIG. Figura 3 – Tipos de ondas e suas características Fonte: ESAB (2014) 2.2 MATERIAIS E MÉTODOS 2.2.1 Materiais - 1 Chapa (sucata) de Aço Carbono para treino dos cordões - 6 Chapas de aço 1020 de ½”x ¼” x 100 mm - Metal de adição: arame 1,2 mm AWS A-5.18 ER70S-6 - Eletrodo não consumível: AWS: EWTh-2 - Gás de proteção: 100% Ar - EPIs - Fonte de soldagem Miller - Acessórios da fonte. - Materiais de apoio: máquina fotográfica e cronômetro (celular). 8 2.2.2 Métodos Foram soldados 3 corpos de prova com os seguintes parâmetrosde soldagem: - 1 Corpo de prova na posição plana com proteção gasosa (SZ1) Corrente: 75 A Vasão do gás: 14 L/min HF (alta frequência) Post Flow 5.3s, Frequência: 95 Hz - 1 Corpo de prova na posição plana com proteção gasosa (SZ2) Corrente: 100 A Vasão do gás: 6 L/min HF (alta frequência) Post Flow 5.3s, Frequência: 95 Hz - 1 Corpo de prova na posição plana com proteção gasosa (SZ3) Corrente: 100 A Vasão do gás: 14 L/min HF (alta frequência) Post Flow 5.3s, Frequência: 95 Hz Todos os corpos de prova foram soldados tanto na face quanto na raiz, ou seja, foram executados 2 cordões de solda por corpo de prova por diferentes soldadores (A, B, C, D, E), todos em polaridade direta (CC-). 2.3 RESULTADOS E DISCUSSÕES 2.3.1 Corpo de prova SZ1 Soldagem feita com proteção gasosa, corrente de 75 A, vazão do gás de proteção de 14 L/min. 9 A Figura 4 apresenta a face do corpo de prova, feita pelo soldador C. Figura 4 – Face soldada do corpo de prova SZ1 Fonte: Autores (2017) - O visual do cordão se mostrou insatisfatório, apresentando descontinuidades; - As descontinuidades encontradas foram: mordedura no início ao fim, deposição insuficiente no final do cordão; - O arco elétrico se mostrou instável devido à baixa corrente; - A tensão variou entre 10/13 V; - Morfologia do metal de solda irregular; - O tempo de soldagem foi de 3 min, portanto a velocidade de soldagem foi de 33 mm/min. 10 A Figura 5 apresenta a raiz do corpo de prova, feita pelo soldador C. Figura 5 – Raiz soldada do corpo de prova SZ1 Fonte: Autores (2017) - O visual do cordão se mostrou insatisfatório, apresentando descontinuidades; - As descontinuidades encontradas foram: mordedura no início ao fim, deposição insuficiente no final do cordão; - O arco elétrico se mostrou instável devido à baixa corrente; - A tensão variou entre 9/11 V - Morfologia do metal de solda irregular; - O tempo de soldagem foi de 2 min e 51 s, portanto a velocidade de soldagem foi de 35 mm/min. 11 2.3.2 Corpo de prova SZ2 Soldagem feita com proteção gasosa, corrente de 100 A, vazão do gás de proteção de 6 L/min. A Figura 6 apresenta a face do corpo de prova, feita pelo soldador D. Figura 6 – Face soldada do corpo de prova SZ2 Fonte: Autores (2017) - O visual do cordão se mostrou insatisfatório, apresentando descontinuidades; - As descontinuidades encontradas foram: reforço excessivo, deposição insuficiente no final do cordão; - O arco elétrico se mostrou instável devido à baixa vazão do gás de proteção; - A tensão variou entre 12/15 V; - Morfologia do metal de solda irregular; - O tempo de soldagem foi de 1 min 56 s, portanto a velocidade de soldagem foi de 52 mm/min. 12 A Figura 7 apresenta a raiz do corpo de prova, feita pelo soldador C. Figura 7 – Raiz soldada do corpo de prova SZ2 Fonte: Autores (2017) - O visual do cordão se mostrou satisfatório; - Não foram encontradas descontinuidades - O arco elétrico se mostrou instável devido ao uso do gás incorreto; - A tensão variou entre 11,5/13,5 V; - Morfologia do metal de solda irregular, porém com boa largura do cordão; - O tempo de soldagem foi de 1 min 30 s, portanto a velocidade de soldagem foi de 67 mm/min. 13 2.3.3 Corpo de prova SZ3 Soldagem feita com proteção gasosa, corrente de 100 A, vazão do gás de proteção de 14 L/min. A Figura 8 apresenta a face do corpo de prova, feita pelo soldador D Figura 8 – Face soldada do corpo de prova SZ3 Fonte: Autores (2017) - O visual do cordão se mostrou insatisfatório, apresentando descontinuidades; - As descontinuidades encontradas foram: reforço excessivo; - O arco elétrico se mostrou estável; - A tensão variou entre 13/15 V; - Morfologia do metal de solda irregular; - O tempo de soldagem foi de 2 min 5 s, portanto a velocidade de soldagem foi de 48 mm/min. 14 A Figura 9 apresenta a raiz do corpo de prova, feita pelo soldador C. Figura 9 – Raiz soldada do corpo de prova SZ3 Fonte: Autores (2017) - O visual do cordão se mostrou insatisfatório, apresentando descontinuidades; - As descontinuidades encontradas foram: mordeduras; - O arco elétrico se mostrou estável; - A tensão variou entre 11/13 V; - Morfologia do metal de solda regular; - O tempo de soldagem foi de 1 min 10 s, portanto a velocidade de soldagem foi de 85 mm/min. Os corpos de prova SZ2 e SZ3 apresentaram melhores resultados. 15 3 CONCLUSÕES Tendo em vista os aspectos observados podemos concluir que a vazão do gás para a solda GTAW é de extrema importância juntamente com a escolha da corrente adequada, e através destes parâmetros podemos manter um arco elétrico estável e diminuir algumas descontinuidades. Os parâmetros para soldagem GTAW devem ser escolhidos a partir de analises e estudos, apesar de a TIG ser uma solda considerada de um ótimo visual ela também passa a ser complicada, pois exige muita habilidade do soldador por ser delicada e necessitar duas mãos em ação, também se entendeu que o soldador que consegue manter uma boa velocidade de soldagem minimiza defeitos como falta de fusão entre outros. 16 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10719: informação e documentação: relatório técnico e/ou científico: apresentação. Rio de Janeiro, 2015. ESAB. Processo de soldagem TIG (GTAW). Contagem. 2014. BRANDI, S. D. Transferência metálica em soldagem com arco elétrico. In: ______WAINER, E.; BRANDI, S. D.; MELLO, F. D. H. de. Soldagem: processos e metalurgia. 7ª ed. São Paulo: Blucher, 2010.
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