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Manufatura Mecânica_ Soldagem

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Indaial – 2020
Manufatura Mecânica: 
SoldageM
Prof. Charles Zanini Miranda
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Prof. Charles Zanini Miranda
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
M672m
Miranda, Charles Zanini
Manufatura mecânica: soldagem. / Charles Zanini Miranda. – 
Indaial: UNIASSELVI, 2020.
176 p.; il.
ISBN 978-65-5663-033-5
1. Soldagem. - Brasil. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 620
III
apreSentação
Na engenharia temos várias possibilidades de uniões de peças 
mecânicas, podemos, por exemplo, utilizar elementos de fixação como porcas 
e parafusos, ou utilizar os mais variados processos de soldagem existentes. 
Cada um desses processos de união possui características vantajosas ou não, 
e o que determinará a aplicação de um método ou outro é a consideração, por 
parte do engenheiro, de toda a análise do projeto. 
Ao se definir pelo processo de soldagem, como meio de união dos 
componentes, o engenheiro necessitará fazer a especificação do processo 
de soldagem mais adequado. Existem dezenas de processos disponíveis, 
dependendo da aplicação, uns serão mais indicados que outros para a 
execução do serviço de união.
Outro ponto que será discutido neste material é a necessidade 
de utilizarmos nossos conhecimentos de ciência e das propriedades dos 
materiais. Como veremos, uma das características do processo de soldagem 
é a necessidade de aquecimento e resfriamento dos materiais envolvidos 
na solda. Esta situação pode acarretar alterações no comportamento das 
propriedades mecânicas destes materiais, em alguns casos, podemos ter 
decréscimos nas resistências mecânicas, logo há a necessidade destas análises 
e corretas especificações.
E, por fim, mas não menos importante, discutiremos os aspectos de 
segurança envolvidos na soldagem. A soldagem é um processo que necessita 
de uma fonte de calor, em geral, obtida por meio do uso de eletricidade, agir 
com segurança e responsabilidade é requisito essencial para estes processos. 
Todas estas informações você encontrará neste livro. Bom estudo.
 
Prof. Charles Zanini Miranda
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
V
VI
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá 
contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, 
entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
VII
UNIDADE 1 – O PROCESSO DE SOLDAGEM ..................................................................................1
TÓPICO 1 – O PROCESSO DE SOLDAGEM ......................................................................................3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................3
2 TERMINOLOGIA DE SOLDAGEM ..................................................................................................7
3 TIPOS DE SOLDA ..................................................................................................................................8
3.1 SOLDAGEM POR ARCO ELÉTRICO ...........................................................................................10
3.2 TIPOS DE SOLDAGEM POR ARCO ELÉTRICO ........................................................................13
3.2.1 Soldagem por eletrodo revestido .........................................................................................13
3.2.2 Soldagem MIG/MAG (GMAW) ............................................................................................13
3.2.3 Soldagem TIG (GTAW) ..........................................................................................................15
3.3 TIPOS DE SOLDAGEM POR RESISTÊNCIA ..............................................................................16
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................................17
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................20
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................21
TÓPICO 2 – ASPECTOS METALÚRGICOS DA SOLDAGEM .....................................................23
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................23
2 RELAÇÃO TEMPERATURA X PROPRIEDADES MECÂNICAS ..............................................23
3 SOLDABILIDADE ................................................................................................................................27
4 TIPOS DE JUNTAS E SOLDAS .........................................................................................................32
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................35
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................36
TÓPICO 3 – TERMINOLOGIA E SIMBOLOGIA DE SOLDAGEM ............................................37
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................37
2 SIMBOLOGIA .......................................................................................................................................39
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................48
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................49
UNIDADE 2 – TIPOS DE PROCESSOS DE SOLDAGEM I ...........................................................51
TÓPICO 1 – CONCEITOS DE ELETRICIDADE PARA SOLDAGEM .........................................53
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................532 CONCEITO DE ELETRICIDADE .....................................................................................................54
3 O ARCO VOLTAICO ...........................................................................................................................58
4 SOPRO MAGNÉTICO ........................................................................................................................62
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................64
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................65
SuMário
VIII
TÓPICO 2 – SOLDAGEM COM ELETRODO REVESTIDO – SMAW.........................................67
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................67
2 CONSUMÍVEIS DE SOLDAGEM ....................................................................................................68
3 A ESPECIFICAÇÃO DOS ELETRODOS AWS ..............................................................................74
3 TAXAS DE DEPOSIÇÃO DE ELETRODOS ...................................................................................78
4 EQUIPAMENTOS PARA SOLDAGEM COM ELETRODO REVESTIDO ...............................79
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................82
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................83
TÓPICO 3 – SOLDAGEM MIG/MAG – GMAW ..............................................................................85
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................85
2 CONSUMÍVEIS DE SOLDAGEM ....................................................................................................87
3 MODOS DE TRANSFERÊNCIA DE METAL .................................................................................89
3.1 TRANSFERÊNCIA POR CURTO-CIRCUITO .............................................................................90
3.2 TRANSFERÊNCIA GLOBULAR ...................................................................................................92
3.3 TRANSFERÊNCIA GOTICULAR (SPRAY) .................................................................................92
3.4 TRANSFERÊNCIA COM CORRENTE PULSADA ....................................................................93
4 GASES DE PROTEÇÃO ......................................................................................................................95
5 EQUIPAMENTOS PARA SOLDAGEM MIG/MAG .....................................................................99
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................102
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................105
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................106
UNIDADE 3 – TIPOS DE PROCESSOS DE SOLDAGEM II .......................................................109
TÓPICO 1 – SOLDAGEM TIG (GTAW) ...........................................................................................111
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................111
2 GASES DE PROTEÇÃO ....................................................................................................................113
3 ELETRODO ..........................................................................................................................................115
4 METAL DE ADIÇÃO .........................................................................................................................117
5 EQUIPAMENTOS PARA A SOLDAGEM TIG ............................................................................119
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................123
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................124
TÓPICO 2 – OUTROS PROCESSOS DE SOLDAGEM .................................................................127
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................127
2 PROCESSO DE SOLDAGEM A ARCO SUBMERSO .................................................................127
2.1 CONSUMÍVEIS ..............................................................................................................................128
3 PROCESSO DE SOLDAGEM OXIACETILENO..........................................................................130
4 PROCESSO DE SOLDAGEM NO ESTADO SÓLIDO ...............................................................131
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................136
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................137
TÓPICO 3 – DIMENSIONAMENTO DE LIGAÇÕES SOLDADAS ..........................................139
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................139
2 SOLDA DE FILETE ............................................................................................................................139
3 ESTIMATIVA DE CUSTOS EM SOLDAGEM .............................................................................146
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................155
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................156
IX
TÓPICO 4 – REQUISITOS DE SEGURANÇA E QUALIDADE ..................................................159
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................159
2 SEGURANÇA NA SOLDAGEM .....................................................................................................160
2.1 PROCEDIMENTOS DE PRONTO SOCORRO E EMERGÊNCIA ..........................................162
3 DEFEITOS DOS PROCESSOS DE SOLDAGEM ........................................................................163
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................168
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................171
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................172
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................175
X
1
UNIDADE 1
O PROCESSO DE SOLDAGEM
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• especificar e caracterizar o processo de fabricação mecânica de soldagem;
• desenvolver habilidades para selecionar o processo de soldagem mais 
adequado para cada aplicação;
• analisar os aspectos metalúrgicos da soldagem;
• utilizar de forma correta os elementos normalizados na representação de 
soldagem no desenho técnico.
Esta unidadeestá dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. 
TÓPICO 1 – O PROCESSO DE SOLDAGEM
TÓPICO 2 – ASPECTOS METALÚRGICOS DA SOLDAGEM
TÓPICO 3 – TERMINOLOGIA E SIMBOLOGIA DE SOLDAGEM
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
O PROCESSO DE SOLDAGEM
1 INTRODUÇÃO
Apesar ser um processo já bem antigo na história da humanidade, a 
soldagem vem ganhando cada vez mais importância na indústria, isto se deve 
à utilização de novas tecnologias que possibilitam a ampliação do uso deste 
processo nos mais diversos setores da indústria. É um processo utilizado para 
fazermos as uniões de peças de uma forma permanente, e este é a característica 
principal da soldagem. Quando fazemos uma união com soldagem temos que ter 
a certeza que não há necessidade de uma posterior desmontagem. 
Tempos depois, alguns povos na Idade Média começaram a 
desenvolver técnicas de soldagem por forjamento no aço. Quando 
essa técnica era aperfeiçoada os exércitos conseguiam um ganho muito 
significativo no armamento, por exemplo, a durabilidade das espadas 
na guerra, que não se quebravam como tempo de uso. Assim o exército 
conseguiria obter melhores êxitos em combate (SANTOS, 2015, p. 12).
Segundo Marques e Modenesi (2000, p. 4), “a primeira patente de um 
processo de soldagem, obtida na Inglaterra por Nikolas Bernados e Stanislav 
Olszewsky, em 1885, foi baseado em um arco elétrico estabelecido entre um 
eletrodo de carvão e a peça a ser soldada”.
FIGURA 1 – SISTEMA DE SOLDAGEM PATENTEADO POR BERNADOS
FONTE: Marques e Modenesi (2000, p. 2)
“O processo de soldagem teve seu grande impulso durante a II Guerra 
Mundial, devido à fabricação de navios e aviões soldados, apesar de o arco 
elétrico ter sido desenvolvido no século XIX” (WAINER; BRANDI; MELLO, 1992, 
p. 1). O gráfico a seguir mostra a evolução desses processos ao longo do tempo.
UNIDADE 1 | O PROCESSO DE SOLDAGEM
4
GRÁFICO 1 – EVOLUÇÃO DOS PROCESSOS DE SOLDAGEM
FONTE: Wainer, Brandi e Mello (1992, p. 1)
N
Ú
M
ER
O
 D
E 
PR
O
C
ES
SO
S 
D
E 
SO
LD
A
G
EM
 C
O
N
H
EC
ID
O
S
CRONOLOGIA
1800 1850 1900 1950 2000
50
40
30
20
10
0
LASER
PLASMA
FEIXE DE ELÉTRONS
ELETROGÁS
ULTRA-SÔNICO
ATRITO
ARCO SUBMERSOARCO ELÉTRICO COM
PROTEÇÃO GASOSA
ALUMINOTÉRMICA
RESISTÊNCIA ELÉTRICA
ARCO ELÉTRICO
HIDROGÊNIO ATÔMICO
OXIACETILÊNICA
ARCO METÁLICO
ARCO A CARVÃO
O processo de soldagem possui uma ampla gama de utilizações na indústria, 
em que se destacam:
• utilização em tubulações de aço para aplicações nas indústrias de petróleo, papel e 
celulose e de distribuição de gás;
• estruturas metálicas para a construção civil;
• estruturas metálicas para fabricação de máquinas de grande porte;
• indústria naval;
• metalúrgicas em geral.
ATENCAO
Para Groover (2014), o processo de soldagem é caracterizado quando duas 
peças em contato são coalescidas em suas superfícies pela aplicação de calor e/
ou pressão. Podendo ou não aplicarem outros materiais (material de adição) 
para facilitar o processo. Groover (2014) ainda descreve alguns dos pontos 
importantes para se escolher este tipo de processo de fabricação na montagem de 
equipamentos, como:
• A soldagem fornece uma junta permanente, tornando a montagem uma 
unidade única e não desmontável.
• As juntas soldadas podem ser tão resistentes quanto os materiais de base, ou 
seja, podem possuir as mesmas (ou até mesmo melhores) propriedades de 
resistência mecânica. Para tanto, a correta especificação e aplicação do material 
de adição deve ser verificada.
• A soldagem é um processo econômico de união de componentes, se comparado 
com o processo de união por parafusos, por exemplo.
TÓPICO 1 | O PROCESSO DE SOLDAGEM
5
• Outra característica importante é de que a soldagem também pode ser 
realizada no campo de aplicação, ou seja, fora do parque fabril de construção 
do equipamento.
• Requer uma mão de obra qualificada para a aplicação do processo, sendo 
muitas operações consideradas como “trabalhos especializados”.
• O processo necessita de equipamentos específicos de segurança e da utilização 
de energia elétrica. 
• A junta soldada pode apresentar certos tipos de defeitos difíceis de detectar, 
por ser um processo que envolve aquecimento e resfriamento nos materiais das 
juntas, estes materiais estão sujeitos aos defeitos inerentes a este tipo de condição.
O mesmo Groover (2014) define que a soldagem é um processo de fabricação 
complexo, pois sua realização depende de um trabalhador habilidoso, conhecido 
como soldador. Necessariamente este soldador necessita de treinamentos específicos 
para a realização do procedimento de solda, que envolve o desenvolvimento da 
técnica de soldagem e a aplicação dos procedimentos de segurança.
O processo de fabricação por soldagem consiste em submeter as peças em 
contato a uma fonte de calor, esta fonte de calor faz com que ocorra a fusão das 
partes das peças que estão em contato. Como as peças estão em uma condição 
de fusão e submetidas a uma determinada pressão entre elas, ocorre a união por 
soldagem após o resfriamento desta peça.
No passado, antes de seu uso comercial, todos os tipos de junções 
estruturais, montagens e fixações eram feitos com outros processos 
chamados de montagem ou fixações móveis, onde os elementos de 
fixação eram executados por parafusos, porcas, arruelas e rebites. Mas 
este tio de processo de montagem e fixação era limitado no quesito 
resistência dos elementos de fixação, pelo fato de cada um deles não 
suportar o efeito da força de cisalhamento (SANTOS, 2015, p. 12).
Quando optamos por uma união soldada garantimos uma excelente 
robustez da estrutura, pois o efeito negativo da vibração na estrutura é minimizado. 
Ou seja, se houver qualquer fenômeno que promova vibração na estrutura, a 
união não sofrerá o impacto que uma junta parafusada estaria sujeita. Na Figura 2, 
verificamos alguns processos de soldagem utilizados na indústria em geral.
FIGURA 2 – O PROCESSO DE SOLDAGEM
FONTE: <http://conectafg.com.br/conheca-os-processos-de-soldagem-e-suas-aplicacoes/>. 
Acesso em: 20 ago. 2019.
UNIDADE 1 | O PROCESSO DE SOLDAGEM
6
Outra grande vantagem do processo de soldagem é que em comparação 
com a união com parafusos, rebites e porcas, uma união feita por este processo 
possui um custo menor, lógico que sempre se faz necessário observar que a 
principal característica desta união é a condição de união permanente, ou seja, 
não consigo fazer depois a desmontagem.
Segundo Pinheiro (2005), a soldagem é definida como a união de materiais 
por meio da fusão das partes adjacentes, e este mesmo autor ainda cita pontos 
importantes a serem observados para que a operação de soldagem seja realizada 
de forma correta e atenda todas as especificações técnicas definidas, como:
• A especificação correta do projeto da solda deve estar devidamente determinada 
no desenho técnico, e deve ser seguida como o projetado.
• O material a ser depositado deve ser feito de tal forma que ocorra a 
homogeneidade em sua deposição.
• Deve ser seguida uma técnica apropriada, com soldadores devidamente 
treinados e capacitados para a função.
• Devemos definir um processo de verificação da qualidade da solda, neste caso 
se possível utilizar raio-X e ultrassom. 
Como citado, um processo de verificação de solda bem eficaz e com 
excelentes resultados é a aplicação de raio-X, é um processo não destrutivo, ou 
seja, não danifica a peça ou qualquer parte dela, porém é um equipamento restrito 
a locais específicos, devido à dificuldade de levar o equipamento para o campo 
onde a solda está sendo aplicada.
Cada processo de soldagem necessita de um plano adequado para inspeção 
da soldagem, isso dependerá no tipo de solda utilizado e da especificação técnica 
do produto. Em alguns casos uma inspeção finalvisual pode ser suficiente para 
garantir a qualidade do produto, já em outros casos serão necessários outros 
testes para a liberação do produto. Na Figura 4, temos um exemplo de aplicação 
do uso da inspeção de solda por radiografia.
FIGURA 3 – INSPEÇÃO DE SOLDA COM RAIO-X
FONTE: <http://www.mids.com.br/servico-inspecao-solda>. Acesso em: 20 ago. 2019.
TÓPICO 1 | O PROCESSO DE SOLDAGEM
7
O processo de soldagem possui um número grande de variações, sendo 
que cada tipo de soldagem possui suas aplicações específicas, com suas vantagens 
e desvantagens. O material a ser soldado e as especificações de normas técnicas 
de montagens, também definem qual processo é o mais adequado.
No quadro a seguir encontramos os principais tipos de processos, em 
geral, os processos na indústria são identificados por siglas (sigla de designação). 
Por exemplo, o processo de soldagem por arco com eletrodos revestidos possui a 
sigla SMAW (Shielded Metal Arc Welding), originado do termo em inglês. Assim 
conseguimos identificar os demais processos de soldagem.
QUADRO 1 – PROCESSOS DE SOLDAGEM
Sigla de Designação Processo de Soldagem
SMAW soldagem ao arco com eletrodos revestidos.
SAW soldagem ao arco submerso.
GMAW soldagem com arame sólido e proteção gasosa.
FCAW soldagem ao arco com arame tubular.
GTAW soldagem ao arco com eletrodo de tungstênio.
PAW soldagem ao arco plasma.
OFW soldagem oxigás.
EBW soldagem por feixe de elétrons.
LBW soldagem a laser.
RSW soldagem por pontos por resistência.
RSEW soldagem de costura por resistência.
FONTE: Adaptado de Collins (2012, p. 437)
2 TERMINOLOGIA DE SOLDAGEM
Como a soldagem é um processo com características próprias, ela possui 
uma terminologia que devemos conhecer para aplicarmos nos desenhos técnicos 
corretamente. De acordo com Santos (2015), é necessário este conhecimento para 
que todas as informações sejam corretamente especificadas no desenho técnico, a 
seguir temos os termos mais importantes a conhecer:
• Soldagem: é o termo utilizado para informar a operação de um processo de 
soldagem que tem a função de unir peças.
• Solda: é o termo utilizado quando a operação é finalizada e o resultado gera 
um cordão de solda fundido com diluição parcial entre as partes.
• Metal base: é o metal da peça que será soldado.
• Metal de adição: é o material que será adicionado no momento da soldagem, 
para ser diluído e compor a solda.
• Poça de fusão: é região de metal fundido, na qual está ocorrendo a fusão dos 
materiais devido a aplicação da fonte de calor.
UNIDADE 1 | O PROCESSO DE SOLDAGEM
8
• Arco elétrico: é formado quando uma corrente elétrica passa entre uma barra de 
metal – metal de adição (eletrodo) –, e que pode corresponder ao polo negativo 
(cátodo) e o metal de base, que pode corresponder ao polo positivo (ânodo).
• Zona termicamente afetada (ZTA): é toda a região do material onde ocorreu 
a soldagem e teve sua microestrutura e propriedades alteradas pelo calor 
produzido pela soldagem.
Na Figura 4 temos um desenho esquemático do processo de soldagem, 
com sua terminologia e os pontos mais importantes a serem considerados.
FIGURA 4 – ESQUEMA DE UM PROCESSO DE SOLDAGEM
FONTE: Santos (2015, p. 16)
Metal de base
Solda ou cordão de solda
Fonte de calor
Poça de fusão
Metal de adição
Dentre os processos mais conhecidos na indústria estão os processos 
com eletrodos revestidos (SMAW), soldagem MIG/MAG (GMAW) e soldagem 
TIG (GTAW).
3 TIPOS DE SOLDA
O processo de soldagem também é caracterizado pela aplicação final, por 
exemplo, temos muitas vezes que fazer uma soldagem de manutenção. Nesse 
caso, um equipamento portátil, de fácil manuseio e com mobilidade seria o mais 
indicado para a aplicação. 
 
Em outra situação temos a soldagem de peças seriadas para a produção. 
Imagine a linha de soldagem da estrutura do carro aplicado na indústria 
automotiva. Nessa situação, temos uma exigência maior quanto à qualidade do 
produto (requisitos técnicos definidos pelas normas da indústria automotiva).
Estas duas situações são casos bem comuns, nas quais o engenheiro 
deverá atuar para especificar corretamente o processo de soldagem. Em uma 
análise preliminar das situações expostas, podemos facilmente concluir que para 
a soldagem de manutenção e para a produção de peças seriadas os processos 
deverão ser bem distintos entre si. A soldagem de manutenção irá requerer 
um processo simples e de aplicação rápida e barata, e sem a necessidade de ter 
grandes investimentos.
TÓPICO 1 | O PROCESSO DE SOLDAGEM
9
Já o processo de peças seriadas requer, principalmente, que a repetibilidade 
da aplicação seja garantida, e com a máxima segurança possível. Nesse caso, 
o investimento em automatização que leva a tempos menores de fabricação é 
de extrema importância, pois garante um custo de fabricação menor. Hoje as 
indústrias estão investindo cada vez mais nos processos automatizados, pois 
há a necessidade da redução constante de custos de fabricação. Nesse cenário, 
a aplicação de robôs (Figura 5) é amplamente utilizada, visando o ganho em 
precisão de operação e redução de custos finais de produção.
FIGURA 5 – EXEMPLO DE ROBÔ REALIZANDO UMA SOLDA
FONTE: <http://siautec.com.br/servicos/programacao-de-robos>. Acesso em: 20 ago. 2019 
Assim, podemos definir que existem vários tipos de soldas disponíveis 
para utilização na indústria, e, uma das formas de caracterização é quanto à fonte 
de energia utilizada. As mais comuns e de fácil acesso na indústria utilizam energia 
elétrica como fonte de energia, dentre elas podemos destacar: soldagem por arco 
elétrico, resistência elétrica e feixe de elétrons. Mas, também, há a soldagem na 
qual a fonte de energia pode ser de origem química ou por feixe de radiação.
Segundo Groove (2014), existem cerca de 50 tipos de processos de 
soldagem catalogados e podemos dividir em dois grupos principais:
• Soldagem por fusão: é o processo que utiliza o calor para fazer a fusão das 
partes em contato, podendo ou não ter material adicionado ao processo. Nesse 
tipo de soldagem encontramos: soldagem por arco elétrico, soldagem por 
resistência e soldagem a gás oxicombustível.
• Soldagem no estado sólido: neste processo a união da junto se dá pela aplicação 
de pressão ou a combinação de calor e pressão, sendo que o calor é inferior 
ao ponto de fusão dos materiais que estão sendo soldados. São exemplos: 
soldagem por difusão, soldagem por ficção e soldagem por ultrassom.
A Figura 6 faz a classificação dos processos de soldagem, indicando os 
principais processos de soldagem por fusão e soldagem no estado sólido.
UNIDADE 1 | O PROCESSO DE SOLDAGEM
10
FIGURA 6 – CLASSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS DE SOLDAGEM
FONTE: Wainer, Brandi e Mello (1992, p. 3)
3.1 SOLDAGEM POR ARCO ELÉTRICO
Como já mencionado, a soldagem por arco elétrico, também conhecida 
como arco voltaico, é a mais comum encontrada nas indústrias em geral, sendo 
obtida quando submetemos uma determinada região da peça (junta a ser 
soldada) a uma forte fonte de calor obtida pela passagem de corrente elétrica. 
Nesse tipo de solda se enquadra a solda por eletrodo revestido, solda MIG/MAG 
e TIG. “Entre a ponta de um eletrodo para soldagem e o metal de base, existe 
uma região denominada de plasmática, na qual passa uma grande quantidade de 
corrente, produzindo alta intensidade de calor e luz. A essa região se dá o nome 
de arco voltaico” (PONOMAREV; SCOTTI, 2008, p. 20).
Segundo Mondenesi (2012), a principal característica do arco elétrico 
é a concentração adequada de energia para a fusão bem localizada no metal 
base, no qual a soldagem por fusão se dá de uma forma que afeta termicamente 
ao mínimo o restante da peça, essa área de contato podemos definir como Ao, 
conforme Figura 7. 
Estado sólido
A frio
A quente
Explosão
Ultra-som
Atrito
Difusão
Fusão
Aluminotermia
Feixe de elétrons
Laser
Gás
Resistência Elétrica
Arco
elétrico
Brasagem
Soldabrasagem
Oxiacetilênica
Proteção 
de gases
Proteção de escória
Sem proteção - Soldagem deprisioneiro
Eletroescória
Resistência
Ponto
Topo-a-topo
Ressalto
Cultura
Eletrodo não-consumível
Eletrodo
consumível
Plasma
TIG
Transf. globular/curto-circuito.
Transf. por pulverização
Pulsado
MIG (*)
MAG (**)
 Eletrodo tubular
 Eletrodo tubular
 Eletrodo revestido
 Arco submerso
Transferência globular
Transf. por curto-circuito
TÓPICO 1 | O PROCESSO DE SOLDAGEM
11
FIGURA 7 – ESQUEMA DE UM PROCESSO DE SOLDAGEM
FONTE: Mondenesi (2012, p. 4)
Outra característica importante é que essa coluna de arco elétrico atinge 
temperaturas muito elevadas, chegando a 30.000 K em alguns tipos de soldagem. 
Na figura a seguir, bem próximo do eletrodo, observamos que a temperatura 
chega nos 18.000 K, e estas condições são alteradas por meio das variações de 
processo como: corrente, tipo de eletrodo, tipo de soldagem, voltagem etc.
FIGURA 8 – ISOTERMAS NO ARCO GTAW EM ARGÔNIO
FONTE: Mondenesi (2012, p. 44)
Fácil observar pela figura anterior que a concentração maior do calor se 
dá na região em que está ocorrendo a soldagem, e depois é transmitida por toda 
a extensão da peça metálica. Conforme Mondenesi (2012), podemos definir e 
quantificar estes valores de potência requerida através da equação abaixo:
2
0
F
esp
P WP
A m
η  =   
Na qual:
 
• Pesp = potência específica ou intensidade de uma fonte [W/m2].
• PF = potência da fonte [W].
•	 η = rendimento térmico da fonte.
• A0 = área de contato entre a fonte e a peça [m2].
Calor difundido na peça
Área de Contato (A0)
Fonte de
Energia
18 x 103 K
16
15
14
13
12
11
10
200 A
12.1 V
2420 W
5 mm
UNIDADE 1 | O PROCESSO DE SOLDAGEM
12
Por meio das relações de potência em uma fonte elétrica, podemos estimar 
que a potência da fonte é o produto da tensão (U) pela corrente (I), neste caso a 
equação pode ser escrita da seguinte forma:
2
0
esp
UI WP
A m
η  =   
Na qual: 
• U = tensão da fonte [V].
• I = corrente elétrica [A].
Ainda segundo Mondenesi (2012), podemos exemplificar a utilização 
dessas equações por meio da aplicação para o seguinte exemplo: um processo 
de soldagem operando com 120 A e 10 V de corrente e tensão, respectivamente. 
Considerando um rendimento térmico de 50% e um diâmetro do arco na peça de 
3 mm, a potência específica seria igual a:
8 2
2
0,50 120 10 4 10 /
(0,003 / 4)esp
x xP x W m
π
= =
Este valor está dentro da faixa da densidade de energia necessária para 
ocorrer a soldagem por arco elétrico, conforme figura a seguir. Observamos que 
se os valores ficaram abaixo da 106 W/m2 a soldagem se torna impossível, pois não 
há energia suficiente para ocorrer a fusão do material, por outro lado, em valores 
acima de 1013 W/m2 ocorrerá a vaporização do material.
FIGURA 9 – FAIXA USUAL DE INTENSIDADE DA FONTE.
FONTE: Mondenesi (2012, p. 5)
Vaporização
Vaporização 
e condução
Condução 
com fusão
Condução
sem fusão
Soldagem
 Impossível
Soldagem
 Impossível
1014
1012
1010
108
106
104
W/m2
Arco
Feixe de
eletrons
Laser
Plasma
TÓPICO 1 | O PROCESSO DE SOLDAGEM
13
3.2 TIPOS DE SOLDAGEM POR ARCO ELÉTRICO
Como já mencionado este é um processo simples e bem usual na indústria, 
consiste basicamente de formar um arco elétrico entre o eletrodo e a junta a ser 
soldada. Este arco elétrico irá produzir calor suficiente para provocar a fusão do 
metal-base e do eletrodo revestido, que, aos poucos, vai sendo depositado na junção 
das duas peças a serem soldadas. De todos é o mais flexível e pode ser utilizado 
em vários tipos de materiais e possui, também, a seu favor uma simplicidade de 
operação que é a sua característica principal. Os tipos mais comuns são:
3.2.1 Soldagem por eletrodo revestido
Para cada tipo de material a ser soldado há uma recomendação específica de 
eletrodo, ou seja, para aplicação em aço carbono, por exemplo, temos um eletrodo 
já definido e especificado pelo fabricante. Seguir esta recomendação é necessário 
para garantirmos que a solda atinja o padrão mínimo de qualidade requerido.
As principais vantagens deste processo são: o baixo investimento inicial; 
não há necessidade de utilização de gases; e a aplicação em diversas combinações 
de metal base e eletrodo.
 
E as principais desvantagens são: a produtividade não é alta (em 
comparação aos demais); grande geração de gases tóxicos; e a necessidade de um 
cuidado extra no armazenamento dos eletrodos.
3.2.2 Soldagem MIG/MAG (GMAW)
Neste tipo de soldagem, além do eletrodo consumido na soldagem, 
há a adição de uma proteção gasosa por meio de gases que são utilizados no 
processo. Estes gases são adicionados para garantir a proteção da poça de fusão, 
eles formam uma “nuvem” ao redor da poça de fusão, impedindo que qualquer 
agente contaminante externo (gases atmosféricos, por exemplo), entrem em 
contato com o metal fundido. As siglas MIG e MAG, conforme Santos (2015), 
possuem as seguintes denominações:
• MIG (Metal Inert Gas): neste processo são utilizados gases inertes na proteção, 
ou seja, gases que não participam do processo e são adicionados para somente 
garantir a proteção da poça de fusão. Os gases mais comuns são o hélio e o 
argônio, podendo também utilizar uma mistura dos dois.
• MAG (Metal Active Gas): utiliza a mesma fonte de energia do processo MIG, 
porém, sua proteção gasosa é feita com gases ativos, que reagem com a poça de 
fusão, como é o caso do dióxido de carbono (CO2) puro ou a mistura de argônio 
com o CO2.
 
UNIDADE 1 | O PROCESSO DE SOLDAGEM
14
A escolha de um processo ou outro vai depender da necessidade final que 
a solda exigirá, por exemplo, pode-se ter uma necessidade de uma penetração 
maior ou de um perfil de cordão de solda mais largo, conforme Figura 10. A 
escolha do processo definirá o resultado e, como já dito, cada aplicação terá sua 
necessidade de projeto.
FIGURA 10 – PERFIL E PENETRAÇÃO DE ACORDO COM O GÁS DE PROTEÇÃO
FONTE: Santos (2015, p. 63)
A principal vantagem deste processo é o ganho em produtividade, pois 
o eletrodo é no formato de arame e é alimentado de uma forma automática, 
por este motivo não há o desperdício da ponta do eletrodo (o que ocorre com o 
eletrodo revestido). Como desvantagem possui uma regulagem mais complexa e 
pode gerar respingos. A seguir, veremos uma ilustração do processo MIG/MAG, 
representada na Figura 11.
FIGURA 11 – ESQUEMA DO PROCESSO MIG/MAG
FONTE: <https://aventa.com.br/novidades/conheça-diferença-entre-os-processos-tig-e-
migmag>. Acesso em>: 10 ago. 2019.
100% Ar 80% Ar + 20% CO2 100% CO2
Alimentação
Arame
Bocal
Tubo de Contato
Gás de
Proteção
Eletrodo
Gás de Proteção
Arco
Poça de fusão
Metal Soldado
Metal Base
TÓPICO 1 | O PROCESSO DE SOLDAGEM
15
3.2.3 Soldagem TIG (GTAW)
A solda TIG (Tungsten Inert Gas) possui características bem próximas 
das soldas MIG/MAG, porém sua principal diferença é que o eletrodo é de 
tungstênio e ele não é consumível, ou seja, ele é uma barra de metal que não é 
adicionada na poça de fusão.
O processo de soldagem TIG diferencia-se dos outros por ter um arco 
elétrico (plasma) que é pequeno e concentrado. Esse plasma utiliza 
um eletrodo de tungstênio que é o condutor, uma proteção feita por 
gases inertes, que não reagem com a poça de fusão e a protegem das 
impurezas da atmosfera (SANTOS, 2015, p. 12).
Como gases de proteção são utilizados o argônio e o hélio, também 
podendo utilizar misturas entre eles. O argônio, por exemplo, confere ao 
processo uma baixa penetração da solda, desta forma é indicado para soldar 
chapas finas. Já o gás hélio possui um poder de penetração maior e é escolhido 
para soldagem de chapas mais espessas. Na solda TIG estes gases necessitam ter 
uma alta concentração de pureza, da ordem de 99,99%, pois não pode ocorrer 
contaminação neste processo.
FIGURA 12 – ESQUEMA DO PROCESSO TIG
FONTE: Disponível em: <https://aventa.com.br/novidades/conheça-diferença-entre-os-
processos-tig-e-migmag>. Acesso em: 10 ago. 2019.
Como principal vantagem,podemos destacar a excelente qualidade das 
soldas realizadas e com ausência de respingos. A principal desvantagem é o custo 
maior do equipamento.
Bocal
Tubo de 
Contato
Eletrodo
Metal Soldado
Metal Base
Gás de
Proteção
Eletrodo
de Tungstênio
(Fixo)
Poça de fusão
UNIDADE 1 | O PROCESSO DE SOLDAGEM
16
3.3 TIPOS DE SOLDAGEM POR RESISTÊNCIA
Além dos processos já mencionados também temos o processo de 
soldagem por resistência bem difundido na indústria, também conhecido como 
soldagem RW (Resistance Welding). Nesse processo, o calor obtido para ocorrer 
a soldagem é devido a uma passagem de corrente elétrica entre as juntas a serem 
soldadas, e estas ficam em contato com uma pressão pré-estabelecida.
Segundo Marques e Mondenesi (2000) há uma variedade de tipos de 
soldagem por resistência e podemos definir como:
• soldagem por ponto;
• soldagem de projeção;
• soldagem por costura;
• soldagem de topo por resistência.
Um exemplo é na fabricação dos tubos mecânicos de aço. A matéria-prima 
original é o aço em formato plano, através de uma conformação o aço adquire o 
formato do tubo que, posteriormente, é costurado por meio da soldagem por 
resistência elétrica por costura – processo de fabricação utilizado para produção 
de tubos mecânicos.
Em geral, a soldagem por resistência é utilizada em processos que exigem 
alta velocidade e produtividade de fabricação, alguns exemplos de aplicação estão 
demonstrados na Figura 13. Também possui como característica a facilidade de 
automação tornando-se um processo mais econômico se comparado aos processos 
com arco elétrico. Por outro lado, exige-se o investimento em equipamentos mais 
caros e não há muita flexibilidade de operação.
FIGURA 13 – PROCESSOS DE SOLDAGEM POR RESISTÊNCIA
FONTE: Marques e Mondenesi (2000, p. 63)
TÓPICO 1 | O PROCESSO DE SOLDAGEM
17
DESCOMPLICANDO A MECANIZAÇÃO E AUTOMAÇÃO 
EM SOLDAGEM
Alguns recursos tecnológicos como mecanização e automação de soldagem 
têm sido amplamente pesquisados pelas empresas, mas ainda existem muitos 
questionamentos e a intenção da postagem de hoje é descomplicar a mecanização 
e a automação aplicadas nas operações de soldagem.
Questões referentes a implementação em aplicações que antes eram 
feitas manualmente, segurança na implementação, desenvolvimento e 
manutenção do sistema, garantia da repetitividade associada a produtividade, 
promoção de melhores condições operacionais ou ainda, o risco do impacto 
negativo junto aos soldadores mais antigos é comum a quem deseja mecanizar ou 
automatizar processos. Dúvidas comuns, mas que criaram paradigmas difíceis de 
serem trabalhados e seus efeitos minimizados, se não houver uma boa consultoria 
sobre o assunto.
Com o passar do tempo a tecnologia aprimorou-se e seu desenvolvimento 
cresce gradativamente. Ela vem crescendo também na área da soldagem e nós, 
profissionais atuantes do setor, dos mais diversos níveis, precisamos acompanhar 
essas inovações. Essa afirmativa é verdadeira visto que, mais cedo ou mais tarde, 
poderemos nos deparar com a necessidade de implementar mecanização ou 
automação de processos em nosso dia-a-dia como uma forma consequente a 
soluções de problemas que enfrentamos em nosso cotidiano de trabalho. Para 
começarmos a entender sobre o assunto precisamos conhecer melhor qual a 
diferença básica entre mecanização e automação aplicadas a soldagem e entender 
também para que serve cada uma delas. Existe uma confusão muito grande 
quando referimos mecanização e automação. Basicamente, as diferenças entre 
elas são muito simples:
A automação na soldagem
A automação cuida de otimizar processos de soldagem sem que exista 
influência direta da mão humana. Ou seja, é passado informações a um sistema 
automatizado para realizar operações de soldagem de forma repetitiva. As 
informações passadas para o sistema automatizado devem atender as necessidades 
do projeto a ser soldado.
Essas são inseridas por um profissional devidamente qualificado e com 
bons conhecimentos em processos de soldagem.
Para automatizar processos de soldagem é necessário fazer com que 
o projeto se “adeque” ao sistema automatizado, ou seja, desde a junta a ser 
soldada ao dispositivo sejam devidamente projetadas para que todo o sistema 
reconheça os pontos a serem soldados e garantam a repetitividade necessária 
para atender a produção.
LEITURA COMPLEMENTAR
UNIDADE 1 | O PROCESSO DE SOLDAGEM
18
Geralmente os sistemas de soldagem automatizada são compostos de 
dispositivos de fixação de peças. viradores acoplados a braços mecânicos com 
diversos eixos, conhecidos vulgarmente como robôs de solda.
Todos eles controlados por uma central que processa as informações 
previamente programadas. Geralmente envolvem muita engenharia, que é 
devidamente aplicada ao sistema como um todo e por isso possui um investimento 
inicial elevado, porém, que se justifica dentro de sua depreciação.
A mecanização na soldagem
Já a mecanização cuida de otimizar processos de soldagem 
contando com a influência direta da mão humana utilizando 
dispositivos que auxiliam o soldador a realizar o seu trabalho. 
A mecanização para soldagem utiliza sistemas que se adequam a qualquer 
aplicação e têm o propósito de aumentar a produtividade, garantir qualidade e 
conforto operacional ao soldador.
As informações passadas para o sistema mecanizado também devem 
atender as necessidades do projeto a ser soldado.
Porém as informações inseridas no sistema para mecanização da soldagem 
são realizadas por soldadores qualificados que somam seu conhecimento de 
soldagem manual a uma “ferramenta” que o auxiliará a promover soldas de 
extrema qualidade.
Resumidamente, o sistema para mecanização de soldagem necessita da 
mão de obra do profissional da soldagem para realizar o trabalho. Geralmente 
a engenharia do processo está aplicada aos dispositivos para mecanização na 
forma de controles que simulam o trabalho do soldador. O investimento inicial é 
menor se comparado a sistemas automatizados e se justifica também dentro da 
sua depreciação.
Quebrando paradigmas
Muitos mitos e boatos correm entre a comunidade de solda no que se 
refere a mecanização e automação de soldagem como a ameaça a geração e 
manutenção de empregos, perda de habilidade manual em utilizar processos 
mecanizados, aumento de carga de trabalho com menos reconhecimento 
financeiro e etc. Por esses e outros motivos muitos profissionais rejeitam em 
trabalhar com esses sistemas.
Como incansavelmente tenho citado em minhas postagens e em minhas 
palestras pela América Latina, a tecnologia chegou para nós, profissionais da 
soldagem, e precisamos acompanhar o mercado tecnológico em nossa área 
de atuação. É fato que dificilmente se extinguirá o profissional da soldagem e 
isso é determinante para que processos mecanizados e automatizados existam. 
TÓPICO 1 | O PROCESSO DE SOLDAGEM
19
Costumo dizer sempre que as máquinas de solda ainda não possuem inteligência 
artificial e precisam de alguém que conheça de forma aprofundada os processos de 
soldagem e assim repassar essa experiência aos diversos dispositivos disponíveis 
no mercado e que estão fazendo parte do nosso cotidiano.
Sem soldador não tem solda e nenhuma máquina ou dispositivo pode 
fazer o trabalho sozinho. Por outro lado, quando um soldador não tem experiência 
no que faz manualmente, suas limitações também são repassadas aos sistemas de 
soldagem e o mal resultado da soldagem manual pode se evidenciar na soldagem 
com dispositivos mecanizados ou automatizados.
Outro ponto importante é que a aplicação de mecanização e automação 
de soldagem não deve ser encarada como um rebaixamento de cargos e salários. 
A mecanização e automação de soldagem deve ser encarada com uma soldagem 
extremamente técnica e que inspira tempo de desenvolvimento e engenharia.
Não existe processos de soldagem plug & play. A criação de um 
setor de soldagem técnica é uma das formas para que os paradigmas sejam 
definitivamente derrubados. Portanto a mão de obra qualificadaé necessária 
para se trabalhar com sistemas mecanizados e automatizados de alta tecnologia. 
E essa deve ser uma premissa de suma importância no que se refere a um 
desenvolvimento de sucesso.
A tecnologia de soldagem inspira o profissional a manter a mente 
aberta visando maior aprendizado e maior crescimento profissional e pessoal. 
Os paradigmas relacionados a mecanização e automação de soldagem são 
devidamente quebrados quando a informação se torna acessível a todos e quando 
incentivamos a troca de experiências. O mundo globalizado e tecnológico é uma 
realidade. Inclusive na área da soldagem.
FONTE: <https://blogdosoldador.com.br/mecanizacao/>. Acesso em: 9 set. 2019.
20
Neste tópico, você aprendeu que:
• A utilização do processo de soldagem para união de peças metálicas tem sua 
importância na produção de estruturas e equipamentos.
• Foram identificados os principais tipos de processos de soldagem disponíveis 
na indústria e suas principais aplicações.
• Deve-se selecionar o processo de soldagem mais adequado para a união de 
componentes.
RESUMO DO TÓPICO 1
21
1 O processo de soldagem tem ganhado cada vez mais espaço na indústria, o 
desenvolvimento de novas tecnologias de soldagem possibilitou a abertura 
da utilização deste processo em larga escala e em diversos novos materiais. 
Diante dessa afirmação e com base no que aprendemos neste tópico, use V 
para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas:
( ) Uma das principais características do processo de soldagem é o fato deste 
tipo de união ser permanente.
( ) Outra característica importante é que uma união soldada se torna mais 
resistente se comparada a uma união por parafuso e porca. Principalmente 
porque a união soldada resiste a maiores esforços de cisalhamento.
( ) O processo de soldagem SMAW (soldagem a eletrodo revestido) é um 
dos processos mais comuns na indústria, principalmente por ser de fácil 
operação e ser bem versátil.
( ) Uma das limitações do processo de soldagem é a impossibilidade de 
utilizar quando temos solicitações mecânicas de vibração, esse processo 
não é indicado nessas condições.
Agora, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) V – F – V – V. 
b) ( ) F – V – V – F. 
c) ( ) V – V – V – F. 
d) ( ) F – F – V – V.
2 A partir do conhecimento adquirido ao estudarmos os três tipos de soldagem 
mais utilizados na indústria, analise as sentenças a seguir:
I- Os processos SMAW, GTWA e GMAW são processos diferentes de 
soldagem por arco elétrico, em que cada um possui relação de vantagens e 
desvantagens entre si.
II- O processo SMAW é um processo no qual o eletrodo é consumível, produz 
muito gases tóxicos e a necessidade de um cuidado extra no armazenamento 
dos eletrodos.
III- A principal diferença entre os processos de soldagem MIG e MAG está no 
tipo de arame utilizado.
IV- No processo de soldagem TIG (GTAW) o eletrodo é de tungstênio e é não 
consumível, o que torna a qualidade da solda superior aos demais.
Agora, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e IV estão corretas. 
b) ( ) As sentenças I, III estão corretas. 
c) ( ) As sentenças II, III e IV estão corretas. 
d) ( ) Apenas as sentenças I, II e IV estão corretas.
AUTOATIVIDADE
22
3 Calcule a potência específica para a soldagem através de um processo 
GTAW com os seguintes parâmetros:
• Corrente = 130 A
• Voltagem = 15 V
• Rendimento térmico = 50 %
• Diâmetro de arco = 5 mm
E com base no valor encontrado definir se o processo é possível, por meio da 
Figura 6, que relaciona a potência específica com os tipos de soldagem.
23
TÓPICO 2
ASPECTOS METALÚRGICOS DA SOLDAGEM
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Como já é de nosso conhecimento, quando estudamos os materiais 
metálicos, qualquer alteração na temperatura do material pode ocasionar 
alterações em suas propriedades mecânicas. Em geral, estas propriedades são 
alteradas quando submetemos os materiais aos diversos tratamentos térmicos e, 
por meio de uma situação de controle de processo, obtemos alterações desejadas 
nas propriedades desses. Em resumo, ao impor ao material metálico uma mudança 
de temperatura, temos a possibilidade de que as propriedades mecânicas poderão 
ser alteradas, isto se deve à alteração da microestrutura dos materiais.
A soldagem, como já conhecemos, é um processo de fabricação mecânica, 
que envolve alterações de temperatura. Fica fácil entender que essas temperaturas 
(que muitas vezes são bem elevadas) podem afetar as propriedades mecânicas do 
conjunto soldado. Em geral, o objetivo final da solda é deixar a junta soldada com 
as mesmas propriedades mecânicas que o resto da peça, assim, preservamos a 
integridade mecânica do conjunto. 
Esse objetivo somente é alcançado se determinarmos corretamente o 
processo de soldagem, ou seja, a especificação correta do processo de soldagem 
é o que determinará as propriedades mecânicas finais do conjunto. Cabe ao 
engenheiro a correta especificação tanto do processo de soldagem mais adequado, 
quanto ao dimensionamento correto da solda a ser fabricada. 
2 RELAÇÃO TEMPERATURA X PROPRIEDADES MECÂNICAS
Conforme Groover (2014), as propriedades mecânicas dos materiais 
metálicos se alteram com a variação da temperatura, sendo muito importante 
o engenheiro entender essas relações, pois temos que especificar corretamente 
o material tanto para trabalhar em temperaturas elevadas como para submeter 
a processos de fabricação mecânica que envolve aquecimento e resfriamento, 
como no caso da soldagem. No gráfico a seguir temos a relação entre ductilidade 
e temperatura.
UNIDADE 1 | O PROCESSO DE SOLDAGEM
24
GRÁFICO 2 – RELAÇÃO ENTRE DUCTILIDADE E TEMPERATURA
FONTE: Groover (2014, p. 70)
Devido ao nosso conhecimento em materiais, temos a condição de analisar 
que ao aumentarmos a temperatura do material há um aumento da ductilidade 
do mesmo, por outro lado, a resistência mecânica do material diminui. Isso fica 
claro ao analisar o gráfico, pela inclinação das curvas de tensão.
O objetivo da soldagem por processo de fusão, que inclui os processos 
de soldagem por arco elétrico, é submeter a junta soldada a uma temperatura 
de fusão que, em conjunto com uma determinada pressão de contato, efetive a 
soldagem da junta. Caso tenha material de adição, este também será fundido na 
mesma região. O resultado é uma junta soldada com uma estrutura de material 
diferente, que precisa ser conhecida e especificada. Pois já estudamos que as 
alterações nas estruturas dos materiais influenciam nas propriedades mecânicas.
As transformações de fases podem ser realizadas em sistemas 
de ligas metálicas mediante uma variação na temperatura, ou na 
composição ou ainda na pressão externa; entretanto, as variações 
na temperatura por meio de tratamentos térmicos constituem 
a maneira mais convenientemente utilizada para induzir 
transformações de fases. Isso corresponde a cruzar uma fronteira 
entre fases, no diagrama de fases composição-temperatura, na 
medida em que uma liga com uma dada composição química é 
aquecida ou resfriada (CALLISTER; RETHWISCH, 2018, p. 337).
Ainda segundo Callister e Rethwisch (2018), as transformações de fases 
podem ocorrer no processamento dos materiais, podendo alterar a microestrutura. 
Esta nova fase formada possui características físicas/químicas diferentes, e/ou 
uma estrutura diferente daquela da fase original. Todas essas alterações são 
bem comuns de serem analisadas quando estudamos os tratamentos térmicos 
dos materiais, contudo, no processo de soldagem, por envolver aquecimento 
e resfriamento, é importante termos esta noção de alterações de propriedades 
versus mudanças na temperatura.
 
Podemos definir o termo Tensões Térmicas para definir as tensões em 
um corpo como resultado da variação na temperatura. Para imaginarmos uma 
aplicação, pense em uma barra sólida homogênea com o movimento axial 
Tensão última
Tensãode escoamento
Ductilidade
(alongamento %)
0 Temperatura
Re
si
st
ên
ci
a 
e 
du
ct
ili
da
de
TÓPICO2 | ASPECTOS METALÚRGICOS DA SOLDAGEM
25
restringido. Ao aquecermos ou resfriarmos a mudança na temperatura irá 
provocar tensões térmicas na peça e conforme Callister e Rethwisch (2018), essa 
tensão pode ser expressa pela equação a seguir:
( )0 l f lE T T E Tσ α α= − = ∆
Na qual:
• σ = tensão térmica [MPa];
• E = módulo de elasticidade [MPa];
• αl = coeficiente de expansão térmica linear [C-1 x 10-6);
• T0 – Tf = variação da temperatura [oC].
No Quadro 2 estão listados os valores de αl para alguns metais.
QUADRO 2 – COEFICIENTE DE EXPANSÃO TÉRMICA LINEAR α
l
Material αl [C-1 x 10-6]
Alumínio 23,6
Cobre 17,0
Ferro 11,8
Prata 19,7
Aço 1025 12,0
Aço inoxidável 316 16,0
Latão 20,0
FONTE: Adaptado de Callister e Rethwisch (2018, p. 727)
Um exercício para o entendimento do conceito de tensão térmica: uma 
barra de aço inoxidável 316 foi soldada e suas extremidades estão mantidas 
rígidas, sem movimento axial. Considerando uma aplicação na temperatura 
ambiente, na qual a barra está livre de tensões, qual seria a máxima temperatura 
a qual essa barra pode ser aquecida sem que uma tensão de compressão de 200 
MPa seja alcançada?
O módulo de elasticidade do aço inoxidável 316 é de aproximadamente 193 
GPa, e iremos considerar a temperatura ambiente de 20 ºC, podemos rearranjar a 
equação para obtermos a temperatura final (Tf):
UNIDADE 1 | O PROCESSO DE SOLDAGEM
26
( ) ( )(
0
13 6
 
 
200 20 
193 1 0 [ 16 1 0
 20 64,77 84,77
f
l
f
f
T T
E
MPaT C
x MPa x C
T C C
σ
α
−−
= −
−
= ° −
° 
= ° + ° = °
Chegamos ao valor de aproximadamente 85º C, acima deste valor teremos 
o incremento de tensões de compressão interna no material superiores a 200 MPa.
É muito importante levarmos em consideração o impacto que as alterações 
de temperaturas irão impor ao material na soldagem, em muitas situações, na região da 
soldagem, poderemos ter situações de alterações das propriedades, semelhantes às que 
obtemos ao fazermos tratamentos térmicos dos metais.
IMPORTANT
E
A Figura 14 nos mostra como a alteração da microestrutura de um 
determinado material irá variar ao submetermos-lhe a um aumento de 
temperatura e posterior resfriamento. Especificamente nesse caso, o material está 
passando por um tratamento térmico, porém como já mencionado os materiais 
submetidos ao processo de soldagem podem ter o mesmo comportamento de 
alteração de estrutura. O ciclo é o mesmo, temos um aquecimento rápido da peça 
e depois etapas de resfriamento.
FIGURA 14 – ALTERAÇÃO DA ESTRUTURA LIGA Al-Cu APÓS TRATAMENTO TÉRMICO
FONTE: Shackelford (2008, p. 241)
Dispersão fina de
precipitados dentro dos
grãos (retido na têmpera)
Solução sólida 100%
κ (retirada na têmpera)Tratamento de solubilização
Têmpera
Tempo
envelhecimento
Microestrutura
de equilíbrio –
θ grosseira se precipita
nos contronos 
de grão de κ
TÓPICO 2 | ASPECTOS METALÚRGICOS DA SOLDAGEM
27
Segundo Groover (2014), nos aços observamos bem este conceito de 
temperabilidade, pois o aço passa pela transformação martensítica. Este conceito 
de temperabilidade está relacionado com a severidade da têmpera necessária 
para atingir a dureza a uma dada profundidade. É fácil perceber pela Figura 15, 
a seguir, que a forma de resfriamento também tem impacto nas propriedades do 
material temperado. Nesse caso, o início do resfriamento se dá na extremidade 
do pino, por meio da utilização de água a uma temperatura de 24 ºC. Como o 
resfriamento não foi realizado de uma forma uniforme na peça, ocorrerão as 
diferenças nos valores de dureza verificados no gráfico (Figura 15b).
Outro ponto importante é observar que elementos de liga nos aços 
também influenciam na sua temperabilidade. Dentre os principais estão o cromo, 
manganês, molibdênio e níquel. Estes elementos de liga irão deslocar as curvas 
TTT (tempo-temperatura-transformação) para a direita, permitindo taxas de 
resfriamento mais lentas. 
FIGURA 15 – TEMPERABILIDADE DOS AÇOS
FONTE: Groover (2014, p. 503)
3 SOLDABILIDADE 
O termo “soldabilidade” se refere à facilidade com que um determinado 
tipo de material é utilizado no projeto de soldagem. É nítido que teremos 
comportamentos diferentes dos diferentes materiais quando expostos aos mais 
variados processos de soldagem.
Segundo Veiga (2011), podemos desdobrar o conceito de soldabilidade em:
• Soldabilidade operacional: diz respeito diretamente à facilidade de execução 
da junta. Está associada às particularidades do processo de soldagem, à 
habilidade do soldador e às características do material.
• Soldabilidade metalúrgica: envolve as transformações de fase que ocorrem no 
aquecimento, na fusão, na solidificação e no resfriamento.
• Soldabilidade em serviço: refere-se ao desempenho e à vida útil do equipamento 
soldado. Está associada tanto à escolha do metal de base e de adição para a 
soldagem da junta, quanto à escolha do procedimento de soldagem, tais como 
Comprimento
de 102 mm
Diâmetro
de 25,4 mm
Amostra
Água a
24oC (75oF)
D
ur
ez
a,
 R
oc
kw
el
l C 60
50
40
30
Distância da
extremidade resfriada
UNIDADE 1 | O PROCESSO DE SOLDAGEM
28
parâmetros de soldagem, temperatura de pré-aquecimento, temperatura 
interpasse, temperatura de pós-aquecimento, tratamento térmico pós-soldagem 
e outros.
Na junta soldada por fusão, como já vimos, pode ocorrer variações de 
estrutura ou propriedades no local da solda. Essa região precisa ser bem estuda 
e recebe o nome de ZTA (Zona Termicamente Afetada), nessa região ocorrem as 
possíveis alterações na estrutura do material, conforme já mencionado.
Veiga (2011) descreve as regiões encontradas da seguinte forma:
• Zona Fundida (ZF): região na qual o material fundiu-se e solidificou-se 
durante o processo de soldagem. As temperaturas de pico foram superiores à 
temperatura de fusão do metal soldado.
• Zona de Ligação (ZL): região na qual ocorreu a combinação de características 
químicas, físicas e mecânicas dos materiais envolvidos na junta soldada.
• Metal Base (MB): região mais afastada da área soldada e que não foi afetada 
pelo processo de soldagem, mantendo, dessa forma, as características originais 
da liga. As temperaturas de pico atingidas durante o processo de soldagem são 
inferiores às temperaturas críticas do material.
• Zona Termicamente Afetada (ZTA): a zona afetada pelo calor na soldagem 
dos aços-carbono e aços liga é particularmente importante na relação das 
propriedades da junta soldada. Devido às altas temperaturas atingidas na 
ZTA, ocorrem mudanças na estrutura do metal base, e, como consequência, 
temos alterações nas propriedades mecânicas nessa região. 
Na Figura 16 observamos essas zonas destacadas em uma solda realizada. 
Fica bem nítido as alterações nas estruturas provocadas na região soldada. Cabe 
ao engenheiro entender e interpretar as variações em seus processos de soldagem, 
principalmente nos que demandam uma responsabilidade técnica mais apurada.
FIGURA 16 – MACROGRAFIA DE UMA JUNTA SOLDADA
FONTE: Felizardo (2016, p. 4)
Linha de ligação ou
Zona de ligação (ZL)
Zona Fundida (ZF)
(Metal de solda)
Zona afetada pelo calor (ZAC)
Zona termicamente afetada (ZTA)
Metal de base
TÓPICO 2 | ASPECTOS METALÚRGICOS DA SOLDAGEM
29
Além da alteração das estruturas e da adição dos materiais (metal de 
adição) que podem ocorrer durante o processo de soldagem, também participa 
do processo os gases atmosféricos ou gases de proteção, estes últimos são 
intencionalmente adicionados ao processo para proteção ou facilitar o processo 
de soldagem. No Quadro 3 temos listados os principais processos de soldagem 
por fusão e suas principais características.
QUADRO 3 – PROCESSOS DE SOLDAGEM POR FUSÃO
FONTE: Adaptado de Marques e Mondenesi (2000, p. 9)
PROCESSO AGENTE PROTETOR
OUTRAS 
CARACTERÍSTICAS APLICAÇÕES
Soldagem 
por eletro-
escoria
Escória
Automática/Mecanizada. 
Junta na vertical. Arame 
alimentado mecanicamente 
na poça de fusão. Não 
existe arco.
Soldagem de aços carbono, baixa 
e alta liga, espessura > 50 mm. 
Soldagem depeças de grande 
espessura, eixos etc.
Soldagem 
ao Arco 
Submerso
Escória 
e gases 
gerados
Automática/mecanizada 
ou semiautomática. O arco 
arde sob uma camada de 
fluxo granular.
Soldagem de aços carbono, baixa 
e alta liga. Espessuras > 10 mm. 
Posição plana ou horizontal de 
peças estruturais, tanques, vasos de 
pressão etc.
Soldagem 
com 
Eletrodos 
Revestidos
Escória 
e gases 
gerados
Manual. Vareta metálica 
recoberta por cama de 
fluxo.
Soldagem de quase todos os metais, 
exceto cobre puro, metais preciosos, 
reativos e de baixo ponto de fusão. 
Usado na soldagem em geral.
Soldagem 
com Arame 
Tubular
Arco elétrico
O fluxo está contido 
dentro de um arame 
tubular de pequeno 
diâmetro. Automático ou 
semiautomático.
Soldagem de aços carbono com 
espessura > 1 mm. Soldagem de 
chapas.
Soldagem 
MIG/MAG Arco elétrico
Automática/mecanizada. 
ou semiautomática. O 
arame é sólido.
Soldagem de aços carbono, baixa 
e alta liga, não ferrosos, com 
espessuras > 1 mm. Soldagem de 
tubos, chapas etc.
Soldagem 
TIG Arco elétrico
Manual ou automática. 
Eletrodo não consumível 
de tungstênio. O arame é 
adicionado separadamente.
Soldagem de todos os metais, exceto 
Zn, Be e suas ligas, espessuras entre 
1 e 6 mm. Soldagem de não ferrosos 
e aços inox. Passe de raiz de soldas 
em tubulações.
Soldagem a 
Gás
Chama 
oxiacetilênica
Manual. Arame adicionado 
separadamente
Soldagem manual de aço carbono, 
Cu, Al, Zn, Pb e bronze. Soldagem 
de chapas finas e tubos de pequeno 
diâmetro.
Segundo Veiga (2011), quando se diz que um material possui uma 
soldabilidade ruim, não quer dizer que é inviável esse processo de fabricação, mas 
sim que se faz necessário a utilização de uma técnica e/ou preparo específico para 
este determinado tipo de material. Um exemplo é a soldagem de aços inoxidáveis, 
cada grupo de classificação desses aços exige uma técnica de soldagem específica. 
UNIDADE 1 | O PROCESSO DE SOLDAGEM
30
No geral, o método mais adequado para soldagem dos aços inoxidáveis é a 
solda TIG, pois este material tem uma tendência a empenar e deformar. No quadro a 
seguir temos os pontos frágeis do processo de soldagem em aços inoxidáveis.
QUADRO 4 – PROBLEMAS NA SOLDABILIDADE DOS AÇOS INOXIDÁVEIS
FONTE: Adaptado de Veiga (2011, p. 89)
TIPO DE AÇO INOX PROBLEMA SOLUÇÃO
Ferrítico
Sensitização Material adequado (estabilizado ao titânio ou ao nióbio); reduz a energia de soldagem.
Fragilização por 
Hidrogênio
Utilizar procedimento que introduza pouco 
hidrogênio durante a soldagem.
Crescimento de grão Procedimento com energia de soldagem mínima.
Austenítico
Sensitização
Material adequado (baixo carbono ou 
estabilizado ao titânio ou nióbio); reduz a 
energia de soldagem.
Trincas a quente 
(trinca de solidificação, 
liquidação ou 
reaquecimento)
Utilizar aço com teor baixo de enxofre e fósforo; 
utilizar metais de adição que gerem um teor 
de ferrita ao redor de 8% no cordão de solda; 
modificar a geometria da junta para reduzir 
tensões introduzidas durante a soldagem.
Martensítico Fragilização por Hidrogênio
Utilizar procedimento que introduza pouco 
hidrogênio durante a soldagem; usar técnicas 
que reduzam a velocidade de resfriamento da 
junta (pré-aquecimento, pós-aquecimento).
O problema da sensitização é caracterizado pela precipitação carbonetos 
de cromo no contorno do grão, segundo Veiga (2011), esta condição ocorre quando 
o material fica exposto a temperaturas de 600 a 900º C. Ao ocorrer a sensitização 
teremos, como verificado na figura a seguir, uma região descromatizada com 
teores menores de Cr em sua estrutura.
FIGURA 17 – SENSITIZAÇÃO NO AÇO INOXIDÁVEL
FONTE: <https://www.researchgate.net/figure/Figura-30-Ilustracao-esquematica-de-sensitizacao-
em-aco-inox-pela-formacao-de-carboneto_fig2_308765198>. Acesso em: 10 ago. 2019.
REGIÃO
DESCROMATIZADA
(Cr < 11%)
PRECIPITAÇÃO
Cr23C6
18% Cr
TÓPICO 2 | ASPECTOS METALÚRGICOS DA SOLDAGEM
31
Já o problema da fragilização por hidrogênio precisa ser conhecido e 
evitado, pois o hidrogênio na estrutura do material impõe tensões internas, na 
Figura 18 temos alguns exemplos de fragilização. Estas tensões resultam em 
um material com possíveis problemas com trincas (na área soldada). Em geral 
uma estrutura cristalina com a presença do hidrogênio diminui a ductilidade do 
material, ele passa a se comportar como um material frágil.
FIGURA 18 – FRAGILIZAÇÃO POR HIDROGÊNIO
FONTE: <http://inspecaoequipto.blogspot.com/2013/05/fissuracao-induzida-por-hidrogenio-tih.
html>. Acesso em: 10 ago. 2019.
No Quadro 5 temos especificado as condições de emprego dos processos de 
soldagem, observa-se que cada material possui um processo adequado de soldagem 
e que também é determinado pela espessura da peça a ser soldada. Por exemplo, o 
processo TIG não é recomendado para a soldagem de peças de ferro fundido.
QUADRO 5 – CONDIÇÕES DE EMPREGO DOS PROCESSOS DE SOLDAGEM
Materiais e espessuras
Processos de soldagem
El
et
ro
do
 
re
ve
st
id
o
A
rc
o 
Su
bm
er
so
M
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A
tr
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Aço-carbono
F
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M
G
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x
x
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x
x
x
x
x
x
x
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x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
Aço de baixa liga
F
I
M
G
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x xx x
x
x
x
x
x
x
Aço inoxidável
F
I
M
G
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x x
x
x
x
x
x
x
Metal de solda
Zona termicamente afetadaMetal de base
Trincas induzidas pelo hidrogênio
Grãos grosseiros
Metal de solda solidificado
Zona termicamente afetada
Metal de base
UNIDADE 1 | O PROCESSO DE SOLDAGEM
32
Ferro fundido
F
I
M
G
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
Níquel e suas ligas
F
I
M
G
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x x
x
x
x
x
x
x
Alumínio e suas 
ligas
F
I
M
G
x
x
x
x
x
x
x
x xx
x
x
x
x
x
x
Titânio e suas ligas
F
I
M
G
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
Cobre e suas ligas
F
I
M
G
x
x
x
x
x
x x
x
x
x
x
x
x
Espessuras: F = até 3 mm I = de 3 a 6 mm M = de 6 a 19 mm G = acima de 19mm
FONTE: Adaptado de Wainer, Brandi e Mello (1992, p. 6)
4 TIPOS DE JUNTAS E SOLDAS
Como já descrito, a soldagem é um processo de fabricação que visa unir 
peças. As partes que ficam em contato no processo de soldagem chamamos de 
juntas, conforme Groover (2014, p. 532), temos cinco tipos diferentes de juntas:
• Junta de topo: neste tipo de junta, as peças são alinhadas no mesmo 
plano e estão unidas pelas suas extremidades.
• Junta de canto: as partes em uma junta de canto formam um ângulo 
reto e são unidas no canto do ângulo.
• Junta sobreposta: esta junta consiste em duas peças sobrepostas.
• Junta em Tê: na junta em Tê, uma parte é perpendicular à outra em 
forma aproximada da letra “T”.
• Junta em aresta: na junta em aresta, as peças são paralelas com pelo 
menos uma das arestas em comum, e a junta é feita nesta aresta em 
comum.
Na Figura 19, podemos ver os tipos de juntas de soldagem:
TÓPICO 2 | ASPECTOS METALÚRGICOS DA SOLDAGEM
33
FIGURA 19 – TIPOS DE JUNTAS PARA SOLDAGEM
FONTE: Adaptado de Groover (2014, p. 532)
Também segundo Groover (2014), devemos especificar o tipo de solda a 
ser utilizado em uma das juntas vistas anteriormente, que podem ser:
• Solda de filete: utilizada nas juntas tipo canto, sobrepostas e Tê, é o tipo de 
solda mais comum encontrado, e o filete tem o formato de um triângulo, esta 
solda pode ser intermitente, continua, simples ou dupla. Na figura a seguir 
temos alguns exemplos de aplicações.
FIGURA 20 – SOLDA DE FILETE
FONTE: Groover (2014, p. 532)
• Solda em chanfro: neste tipo de solda há a necessidade de fazermos um 
chanfro entre as juntas a serem soldadas, para melhorar a penetração da solda, 
conforme Figura 21. É utilizada em quase todos os tipos de juntas (com exceção 
das sobrepostas), em geral o objetivo é aumentar a resistência da junta em peças 
mais espessas. 
FIGURA 21 – SOLDA EM CHANFRO
FONTE: Groover (2014, p. 532)
Junta de solda
Junta de solda
UNIDADE 1 |O PROCESSO DE SOLDAGEM
34
• Solda tampão e solda fenda: utilizada para fixar placas planas, usando furos 
ou ranhuras com preenchimento de solda (Figura 22).
FIGURA 22 – SOLDA TAMPÃO E SOLDA FENDA
FONTE: Groover (2014, p. 532)
• Solda por ponto e solda de costura: utilizadas para soldagem de chapas 
sobrepostas, conforme a figura a seguir. 
FIGURA 23 – SOLDA POR PONTO E SOLDA DE COSTURA
FONTE: Groover (2014, p. 532)
Solda tampão Fenda no topopara solda de fenda
Furo na
parte superior
Peça de
chapa metálica
Vista em corte
mostrando a 
soldagem de costuraSolda de costura
Seção
sobreposta
Duas chapas
metálicas
Vista em corte mostrando
a seção soldada
Soldas de ponto
(Lentes)
Vista parcial 
em corte
35
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• O conceito de alteração de temperatura no processamento e/ou fabricação de 
componentes metálicos influenciam nas propriedades mecânicas finais dos 
materiais.
• A identificação dos principais problemas metalúrgicos de qualidade na 
soldagem.
• A identificação dos mais variados tipos de juntas soldadas e a demonstração de 
que algumas delas requerem uma preparação anterior ao próprio processo de 
soldagem.
36
1 O processo de soldagem é um processo que envolve o aumento da 
temperatura nas juntas que estão sendo soldadas. Como já vimos 
anteriormente, esta alteração na temperatura pode acarretar alterações nas 
propriedades dos materiais, nesse aspecto, assinale com V para verdadeiro 
e F para falso as sentenças a seguir:
( ) O objetivo final da soldagem é obter na junta soldada as mesmas 
propriedades mecânicas do metal base.
( ) Indiferente do processo envolvido, a soldagem por arco elétrico sempre 
envolverá aplicação de energia em forma de calor na junta soldada.
( ) Em uma peça de aço carbono, ao elevar a temperatura a ductilidade do 
material diminui progressivamente.
( ) Em uma peça de aço carbono as tensões internas não estão associadas com 
as alterações de temperatura.
Agora, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) V – F – V – V. 
b) ( ) F – V – V – F. 
c) ( ) V – V – F – F. 
d) ( ) F – F – V – V.
2 Com relação ao termo “soldabilidade” utilizado nos processos de soldagem, 
analise as sentenças a seguir:
I- A soldabilidade operacional diz respeito à facilidade de execução da junta 
soldada em conjunto com as habilidades do soldador.
II- Os materiais metálicos possuem o mesmo comportamento quando 
analisados na ótica do conceito de soldabilidade metalúrgica.
III- A Zona Fundida (ZF) é o local onde ocorre a fusão e solidificação do 
material envolvido no processo de soldagem, através da aplicação de 
temperaturas superiores às de fusão dos materiais envolvidos.
IV- A Zona Termicamente Afetada (ZTA) está localizada fora do alcance 
das possíveis alterações provocadas na estrutura dos materiais, quando 
submetidos ao processo de soldagem.
Agora, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e IV estão corretas. 
b) ( ) As sentenças I e III estão corretas. 
c) ( ) As sentenças II, III e IV estão corretas. 
d) ( ) As sentenças I, II e IV estão corretas.
3 Calcule a temperatura final para que uma barra seja aquecida sem que uma 
tensão de compressão de 250 MPa seja excedida. A barra é de aço 1025, 
exposta a uma temperatura inicial de 25º C, com E = 190 GPa.
AUTOATIVIDADE
37
TÓPICO 3
TERMINOLOGIA E SIMBOLOGIA DE SOLDAGEM
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Já conhecemos a necessidade da padronização das informações técnicas, 
nas quais as leituras das especificações podem ser feitas de forma precisa por 
qualquer pessoa, devidamente habilitada para a atividade. É uma forma de 
padronizar a comunicação para o correto entendimento de todos os envolvidos 
nos processos de fabricação. 
Para identificação de todos e a correta utilização dos processos, 
tanto de produção quanto de montagem, se faz necessário identificar 
de uma forma padronizada a especificação do processo de soldagem 
no desenho técnico. Para tanto, utilizamos a norma da American 
Welding Society (AWS) – padrão adotado no Brasil.
A simbologia básica consiste em uma linha de referência, a qual contém 
informação preciso sobre o tipo, dimensão, preparação do chanfro, 
contorno, acabamento e outros dados pertinentes da soldagem, e uma 
seta a qual aponta para o lado da junta a ser soldada, designada como 
lado da seta (enquanto oposto ao outro lado) (COLLINS, 2012, p. 438).
Conforme Santos (2015), o símbolo básico da soldagem é composto por 
três partes:
• Linha de seta: tem a função de indicar o local no qual a solda será executada, 
facilitando a interpretação, e que pode ser colocada em qualquer posição.
• Linha de referência: sempre na posição horizontal, sobre e sob os outros 
caracteres de informações.
• Cauda: elemento do símbolo básico, utilizado somente quando existem 
informações especiais de normas ou procedimentos para uma determinada 
junta soldada.
A Figura 24 ilustra a simbologia apresentada.
38
UNIDADE 1 | O PROCESSO DE SOLDAGEM
FIGURA 24 – SIMBOLOGIA BÁSICA DE SOLDAGEM
FONTE: Adaptado de Santos (2015, p. 26)
A linha de seta poderá ser colocada em várias posições, tudo dependerá 
conforme o espaço ou a definição do desenhista para a melhor visualização do 
desenho final, na Figura 25, vemos alguns exemplos de aplicação. A posição das 
linhas, ou de qualquer outra informação no desenho, tem que ser feita de forma 
que facilite a interpretação de todos. Temos que pensar neste momento que ao 
projetarmos uma peça soldada, o desenho será enviado para uma outra pessoa e/
ou empresa executar o serviço, assim sendo, quanto mais claras as informações 
menores serão as chances de problemas de interpretação.
FIGURA 25 – POSIÇÃO DE LINHAS DE SETA
FONTE: Santos (2015, p. 26)
Quando o símbolo de solda estiver na parte de cima da linha de referência 
significa que a solda deverá ser executada no lado oposto do indicado na seta. 
Por consequência, se o símbolo de solda estiver abaixo da linha de referência a 
solda será no mesmo lado do indicado na seta, na ilustração a seguir ficará fácil 
compreender essa definição. Observe que tanto no item “a” como no item “b” a 
posição de soldagem é a mesma, a leitura é a mesma.
Também é importante observar na Figura 26 que a posição na qual 
colocaremos as cotas de soldagem pode variar, sempre com o pensamento de facilitar 
a interpretação e deixar o mais claro possível a leitura do projeto desenvolvido.
Linha de seta
Linha de referência
ou horizontal
Cauda (usada quando necessário)
contém informações complementares
Linha de referência deve ficar
obrigatoriamente na horizontal
Indica a localização de solda
A seta pode ser usada para qualquer lado
TÓPICO 3 | TERMINOLOGIA E SIMBOLOGIA DE SOLDAGEM
39
FIGURA 26 – LOCALIZAÇÃO DOS SÍMBOLOS DE SOLDAGEM
FONTE: Santos (2015, p. 27)
2 SIMBOLOGIA
Já na figura a seguir temos a exemplificação de como uma cota de 
soldagem pode conter várias informações, como: tipo de solda, local a ser aplicado, 
espaçamento entre soldas, enfim, é uma gama de dados específicos para aquela 
junta que está sendo submetida ao processo de soldagem.
FIGURA 27 – SIMBOLOGIA BÁSICA DE SOLDAGEM
FONTE: Collins (2012, p. 437)
a) c)
b) d)
Especificação, processo
ou outra refência
Símbolo de acabamento
Símbolo de contorno
Abertura de raiz; profundidade de enchimento
para soldas de tampão e soldas por pontos
Dimensão do chanfro de solda
Profundidade do bisel; dimensão ou
resistência para certas soldas
Apêndice (pode ser
omitido quando não se
utiliza referência)
Símbolo da solda
Ângulo do chanfro; incluído o ângulo do
escareamento para soldagem de tampão
Comprimento da solda
Passo (espaçamento centro 
a centro das soldas
Símbolo de solda no campo
Seta conectando a linha de 
referência à seta do 
componente da junta 
ou seta do lado da junta
Símbolo de solda em toda a volta
Linha de referência
Elementos nesta área permanecem
como mostrado quando o apêndice
e seta são invertidos
Símbolos de soldagem devem
estar contidos dentro

Outros materiais