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Direito da Criança e do Adolescente Luciano

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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
- Luciano Alves Rossato
- O ECA é apenas uma parte do direito da criança, também há regramento na CF, em tratados internacionais etc.
1) Conceito - Direito da Criança e do Adolescente é ramo de natureza mista que disciplina as relações jurídicas entre crianças e adolescentes de um lado, e de outro, família, sociedade e Estado. 
- Existe uma relação de dever jurídico de cuidado da sociedade em face das crianças – criança são sujeitos jurídicos de direitos fundamentais, e a sociedade, a família e o estado tem o dever jurídico de proporcioná-los.
- A criança e o adolescente são titulares de direitos frente à família, a sociedade e o Estado. A família, a sociedade e o Estado possuem um dever jurídico para com essas pessoas, um dever de zelar, de reparar qualquer ofensa os direitos da criança e do adolescente. Esse dever jurídico vem de um princípio da solidariedade. Poucos autores tratam dos deveres jurídicos, fundamentais. A maioria dos autores tratam dos direitos fundamentais. O dever jurídico vem da solidariedade humana. 
- O artigo 227 da CF trata do dever jurídico da família, da sociedade e do Estado para com a criança e o adolescente. A criança e o adolescente são credores de prestações positivas. O direito da criança é um ramo autônomo do direito. A CF introduziu a proteção à criança que se consolidou com o ECA.
- O direito da criança e do adolescente é um ramo autônomo pertencente ao manto do direito misto, porque possui características do direito público e do direito privado. Esse ramo foi criado a partir da CF, e inspirado na doutrina da proteção integral e regulamentado pelo ECA.
Doutrina da proteção integral (fundamento do direito da criança) - aquela que leva em consideração o fato de que a criança e o adolescente é uma pessoa em desenvolvimento e sujeito de direitos e não objeto de direito substitui a doutrina da proteção irregular na qual o menor era objeto de proteção. Trata-se de uma pessoa portadora de direitos que devem ser tutelados. Essa pessoa possui os mesmos direitos que os adultos – ex. direito ao não trabalho. Além de outros direitos que lhe são próprios, como por exemplo: direito à convivência familiar e comunitária. 
- A criança é uma pessoa em desenvolvimento, ela necessita de um cuidado especial. A criança e o adolescente faz jus a uma prioridade absoluta, tanto da família, quando da sociedade como do Estado.
Sujeitos de direitos 
Pessoa em desenvolvimento 
Princípio da prioridade absoluta (superior interesse da criança)
Pessoas com mais direitos que os adultos (direitos específicos) – ex. direito ao não trabalho ou a inimputabilidade penal – convivência familiar e comunitária
Princípio do superior interesse da criança – art. 3º - convenção sobre direitos da criança e do adolescente – para tomar decisão deve-se analisar o melhor interesse da criança. As regras do ECA podem ser relativizadas em nome do princípio – ex. dois irmãos colocados a adoção – um foi adotado e a família veio buscar o outro – e em razão disso relativizou-se a regra procedimental de fila etc. 
Obs. Se há uma criança morando na rua, não é a criança que está irregular, mas a família e o Estado que não estão amparando a situação.
- A doutrina da proteção integral é aquela adotada pelas nações unidas no trato da criança e do adolescente. Na atualidade o principal documento é a Convenção sobre os Direitos da Criança da ONU.
- A CF foi um marco da mudança de modelo no que se refere à criança.
Direito do Menor – doutrina da situação irregular – se baseava no fato de que o menor era objeto de proteção
Direito da criança e do adolescente – doutrina da proteção integral – criança como sujeito de direito – maior considerações existenciais e subjetivas do menor
- Até a CF tinha o modelo ou a doutrina, paradigma da situação irregular. Esse modelo inspirava o direito do menor, que tinha como lei o Código de Menores. Esse direito do menor tinha como característica o fato do menor ser tratado como objeto de proteção. 
- A CF/88 foi responsável por introduzir um novo modelo denominado de proteção integral. Esse modelo foi regulamentado pelo ECA – Lei 8.069/90. Essa doutrina da proteção integral inspira o direito da criança e do adolescente. O ECA é um código deontológico. O Estatuto não delimita direitos, trata apenas de uma tutela de direitos.
2. Características da doutrina da proteção integral:
a) São definidos os direitos da criança e do adolescente, sendo dever da família, da sociedade, e do Estado restabelecer o direito atingido. Essa característica decorre de um dever jurídico e do princípio da solidariedade.
b) Criança e adolescente são pessoas completas, que se encontram em desenvolvimento
c) Criança e adolescente nunca se encontram em situação irregular. Quem está nessa situação de irregularidade é a família, a sociedade ou o Estado, caso um dos direitos da criança e do adolescente não sejam observados. A situação irregular tratava do menor. O menor na doutrina da situação irregular era aquele que tinha até 18 anos e que se encontram nessa situação. Exemplo de um jornal da época: menor assalta criança. Não se tinha um tratamento universal da infância. 
d) Houve a universalização do atendimento. O atendimento pode ser voltado à toda infância e juventude. O ECA está voltado à toda coletividade denominada de criança e adolescente e não só a um grupo específico que antes era denominado de menor ou de menores. 
e) A política de atendimento é pautada na descentralização e na municipalização. O Estado tanto na esfera federal, estadual ou municipal tem deveres para com a criança e o adolescente. A sociedade pode se organizar e ter órgãos representativos. O atendimento não está focado unicamente no poder público, no governo. Há também a atuação extragovernamental. O atendimento deve ser prestado prioritariamente pelo município. 
f) Desjudicialização do atendimento/dos conflitos. A tendência seguida pela proteção integral foi de desjudicializar. Antes tinha um juiz da vara de menores, que era conhecido como bom juiz e que podia tomar a medida que entendesse correta para o bem do menor, mesmo que essa medida fosse a privação de liberdade sem a prática de um ato infracional. Com a doutrina da proteção integral temos a desjudicialização desse atendimento. Esse atendimento será prestado pelos conselhos tutelares. Conflito em si não é decidido pelo conselho tutelar, mas sim pelo juízo da vara da infância e da juventude.
g) São reconhecidas aos adolescentes todas as garantias processuais correspondentes aos adultos.
h) A restrição da liberdade é hipótese excepcional. A restrição da liberdade era vista como um bem ao menor, com a doutrina da proteção integral a liberdade passou a ser um direito fundamental da criança e do adolescente. Deve ser tutela essa liberdade, por isso que a restrição da liberdade é uma situação excepcional. A aplicação da medida de internação está adstrita à situações excepcionais, tão somente se não houver outra medida sócio-educativa suficiente à ressocialização e ainda se a lei o autorizar. A limitação do exercício da liberdade também é excepcional. O direito de liberdade compreende o direito de ir e vir. “Toque de recolher” – esse toque de recolher foi imposto pelos juízes da Vara da Infância e da Juventude que limita o horário para que a criança ou adolescente possam transitar sem a presença dos pais. Para alguns trata-se de uma restrição de liberdade. Para outros o direito de ir e vir não é absoluto e pode sofrer uma limitação em prol dos interesses da criança. Esse foi o posicionamento adotado pelo TJ de São Paulo. 
3. Sistemas de Proteção dos Direitos Humanos da Criança:
Sistema heterogêneo: - Esse sistema de proteção é composto por documentos internacionais que protegem os direitos das crianças. Na hipótese de proteger o direito de todos os seres teremos um sistema homogêneo, que é direcionado a proteger todos os seres humanos, inclusive a criança e o adolescente. Exemplo:declaração universal dos direitos do homem. 
- Na hipótese de proteção apenas do grupo criança, temos um sistema heterogêneo, nesse sistema temos um grupo específico que é tutelado. Exemplo: Convenção sobre os Direitos da Criança da ONU. 
Obs. Minorias são grupos que fazem jus a proteção ou atenção especial.
Sistema heterogêneo:
a) Convenções da OIT – 1919: na época presenciava-se um crescimento industrial e essas indústrias utilizavam-se cada vez mais da mão de obra infantil que era mais barata. Ainda hoje as convenções da OIT são muito importantes para a tutela dos interesses das crianças trabalhadoras. Criaram 6 convenções sendo que 2 eram direcionadas ao trabalho infantil – regulavam idade mínima e horário de trabalho. Convenções foram sendo modificadas até as condições 138 e 182 da OIT - lista TIPE – trabalhos proibidos para menor de idade.
b) Declaração de Genebra de 1924: Carta da Liga sobre a Criança. Essa carta da liga foi o primeiro documento amplo e genérico a tratar da criança. Esse documento não tratava penas do aspecto do trabalho. Essa declaração de Genebra representava uma mera recomendação, não tinha força cogente. Cuidava dos órfão da I guerra – Associação salve as crianças (Inglaterra).
c) Declaração dos Direitos da Criança de 1959: essa declaração foi influenciada pela Declaração Universal dos Direitos do Homem. A partir da declaração dos direitos do homem houve um movimento de focar atenção a determinados grupos. Houve declaração voltada às mulheres e etc. Mas foram documentos inspirados na declaração dos direitos do homem. A declaração dos direitos da criança é influenciada por essa declaração com uma mudança de paradigma. Foi aqui que a criança deixou de ser objeto de proteção para tornar-se sujeito de direitos. Essa declaração continha alguns princípios, mas tratava-se de uma mera declaração de direitos, não tinha característica da coercibilidade. Em 1979, no ano internacional da criança iniciaram-se os trabalhos para que houvesse a elaboração de uma Convenção a partir de uma proposta da Polônia. E O BRASIL SO VEIO A ADOTAR O MODELO DE MENOR COMO SUJEITO EM 1989 COM A CF – o código de menores não as tinha como sujeitos de direitos.
 
d) Convenção sobre os direitos da criança da ONU (convenção de NY - 1989) Decreto 99710/1990 - A CF é anterior à Convenção. A aprovação interna da Convenção no Brasil ocorreu após a promulgação do ECA. O ECA é considerado a versão brasileira da convenção. Para efeitos da Convenção criança é aquela pessoa que tem entre 0 e 18 anos de idade. A convenção não fez diferenciação entre criança e adolescente, tal como fez o Estatuto da Criança e do Adolescente. Existem alguns estudos internos na ONU, do UNICEF que tratam do adolescente e nesses estudos o adolescente é tratado como sendo de 10 a 19 anos. A Convenção não fala nada de adolescente, ela trata única e exclusivamente da criança. Ex. Direito de ser adolescente 
Criança – respeita-se a vontade de cada Estado parte. Cada Estado pode tratar da idade da criança, a convenção só traça uma indicação. A Convenção é o documento internacional com o maior número de ratificações. Somente 02 estados não ratificaram a constituição até hoje, os Estados Unidos e a Somália. 
- Artigo 1° da Convenção sobre os direitos da criança: “Para efeitos da presente Convenção considera-se como criança todo ser humano com menos de dezoito anos de idade, a não ser que, em conformidade com a lei aplicável à criança, a maioridade seja alcançada antes.”
- No âmbito internacional existem outros documentos que trazem idade diferenciada para crianças, dentre eles a convenção sob aspectos civis do sequestro internacional de crianças, que considera criança aquela que tiver até 16 anos. 
Obs. Como foram surgindo outras necessidades e direitos às crianças foram surgindo os protocolos facultativos à convenção – ano de 2000 – Protocolo facultativo sobre a venda de crianças, a exploração e a pornografia infantis. Também sobre conflitos armados. Em dezembro de 2011 foi aprovado outro protocolo facultativo a convenção – e no sentido de ampliar as comunicações acerca de violação dos direitos das crianças – petições encaminhadas diretamente ao comitê de proteção das crianças – para ter vigência exige adesão de 10 membros e decurso de 3 meses.
Obs. Convenção sobre aspectos civis de sequestros internacionais de criança – ex. caso do menino Sean – criança para esta convenção é sobre quem tem até 16 anos. Convenção sobre o trabalho infantil - criança é até 15 anos.
- Jovem no âmbito internacional: Convenção Ibero Americana dos Direitos da Juventude – o jovem é aquela pessoa que tem entre 15 e 24 anos. Essa convenção ainda não foi ratificada pelo Brasil. O Brasil faz parte há pouco tempo da organização dos direitos da juventude. A legislação brasileira está se adequando a proposta da Convenção Ibero Americana. 
- A Convenção sobre Direitos adotou como mecanismo de fiscalização a remessa de relatórios pelos Estados. Cada Convenção estabelece um mecanismo de fiscalização. Em 2011, isso será modificado. No site da Unicef consta que o conselho da ONU adota novo mecanismo de queixa de violações dos direitos da criança. 
- A Convenção determina a observância do superior interesse da criança – postulado normativo ou vetor informativo. Por esse superior interesse da criança, a família sociedade ou Estado deve atender esse postulado, uma vez que o interesse da criança é a primazia das primazias, que deve ser atendido em primeiro lugar. Melhor interesse da criança. 
- Artigo 3° da Convenção: “1. Todas as ações relativas às crianças, levadas a efeito por autoridades administrativas ou órgãos legislativos, devem considerar, primordialmente, o interesse maior da criança. 2. Os Estados Partes se comprometem a assegurar à criança a proteção e o cuidado que sejam necessários para seu bem-estar, levando em consideração os direitos e deveres de seus pais, tutores ou outras pessoas responsáveis por ela perante a lei e, com essa finalidade, tomarão todas as medidas legislativas e administrativas adequadas. 3. Os Estados Partes se certificarão de que as instituições, os serviços e os estabelecimentos encarregados do cuidado ou da proteção das crianças cumpram com os padrões estabelecidos pelas autoridades competentes, especialmente no que diz respeito à segurança e à saúde das crianças, ao número e à competência de seu pessoal e à existência de supervisão adequada.”
- Adoção por pessoas do mesmo sexo: é melhor que uma criança permaneça sob os cuidados de duas pessoas com o mesmo sexo, mas que constituíram uma família e que tem total possibilidade de apresentar e fornecer cuidados, carinho, em aspectos materiais ou é melhor que ela permaneça em um abrigo? O superior interesse da criança indica que ela possa permanecer com essas pessoas do mesmo sexo.
Protocolo facultativo à Convenção sobre os Direitos da Criança sobre a venda de crianças, a exploração e a pornografia infantis: reconheceu-se que os direitos da criança não estavam sendo observados e que haveria necessidade de uma complementação da Convenção. Exemplo: CPI da Pedofilia – essa CPI somente surgiu porque o Estado brasileiro aderiu a essa Convenção, a esse protocolo facultativo. Determinou-se que fossem tomadas providências no âmbito legislativo, no âmbito administrativo e no âmbito judiciário. No âmbito do legislativo houve CPI e modificações legislativas. São dispositivos de serem comentados, a pedofilia é como se fosse um gatilho, muitas vezes a pessoa tem um sentimento de pedofilia mas ela não age, embora precise ser tratada. Ao ter contato com o material, isso produz um sentimento muito maior que leva à prática de atos de pedofilia. A prostituição é uma exploração infantil e uma das piores formas de trabalho infantil. Quando ofende um direito da criança, ofende a toda coletividade, porque toda coletividade deve conduzir para a tutela dos interesses.
 
e) Documentos internacionais sobre autores de ilícitos penais (ato infracional):
- Diretrizesde RIAD - As diretrizes de RIAD são diretrizes para a prevenção da delinquência juvenil. Busca-se uma política para que essas pessoas de idade inferior a 18 anos não venham praticar ilícitos. Se acaso esse ato for praticado, ele será apurado por um sistema de justiça, por um órgão ou vara especializada. 
- Regras de BEINJING – regras mínimas para administrada da justiça da infância e juventude
- Regras de TÓQUIO – previne a não estigmatização infantil – regras para jovens em situações de privação de liberdade.
- Juventude – regra da não estigmatização da criança
- Regras mínimas das Nações Unidas para os jovens privados de liberdade (Regras de Tóquio).
Obs. As diretrizes de RIAD, as regras de BEIJING, mais as regras de Tóquio, mais a Convenção formam o que é denominado de doutrina da proteção integral das nações unidas. 
4. Constituição Federal de 1988:
- Artigo 227 da CF: “É dever (dever jurídico/fundamental) da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.”
- Criança – até 12 anos incompletos.
- Adolescente – 12 a 18 anos incompletos
- Jovem – Lei do Pró-jovem – 14 a 29 anos
Obs. Está em votação o estatuto da juventude.
Criança – 0 a 12
Jovem adolescente – 12 a 18
Jovem Jovem – 18 a 24
Jovem Adulto – 24 a 29
Adulto – 30 a 60
Idoso – 60
Art. 227 - CF - Absoluta prioridade na proteção dos direitos da criança, adolescente e jovem. Estabelece garantias, direitos materiais e processuais, sistema de proteção em favor do menor.
Obs. §4º, art. 227 - A lei deve punir severamente o abuso, a violência e a exploração sexual. Expressão severamente prevista apenas para os crimes contra menores.
§4º, I, art. 227- Idade mínima para o trabalho é de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos. 
- A aprendizagem (artigo 428 e ss da CLT) pode ter início aos 14 anos e é admitida até os 24 anos, salvo se portador de necessidades especiais. A aprendizagem tem um prazo máximo de 02 anos, podendo haver extensão desse prazo para os portadores de necessidades especiais. 
Inciso III - Criança e adolescente possuem os mesmos direitos que os adultos. Somente em hipóteses excepcionais e para atender aos interesses dessas pessoas é que se admite uma limitação desses direitos. 
Inciso IV - Há a previsão de garantias processuais ao adolescente autor de ato infracional. Somente o adolescente é quem pode ser processado por meio de uma ação sócioeducativa. A criança não pode ser processada. Às crianças devem ser aplicadas medidas protetivas.
Inciso V - Medidas restritivas de liberdade: princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição de pessoa em desenvolvimento. A privação de liberdade só será aplicável se outra medida não for aplicável à ressocialização. Princípio da brevidade, excepcionalidade.
Ex. caso do menor que cometeu ato infracional com 17 e condenação definitiva só veio com 20 anos quando a situação de vida era outra – princípio de pessoa em desenvolvimento – finalidade primeira é a ressocialização.
- O acolhimento familiar é uma espécie de medida protetiva. Nessa medida protetiva há o fato de que uma criança é encaminhada para uma família que vai cuidá-la de forma provisória. A criança é retirada de uma família natural e colocada em uma família acolhedora. 
- Programas de prevenção e atendimento especializado à criança ao adolescente e ao jovem dependente de entorpecentes e drogas. 
- Toda adoção depende de sentença judicial, não é permitido adoção por escritura pública. 
- O ECA foi alterado pela Lei Nacional da Adoção que incorporou a matéria que é tratada na convenção internacional. 
Artigo 228 da CF: “São penalmente inimputáveis os menores de 18 anos, sujeitos às normas da legislação especial.” – alguns se tratam que esse artigo se trata de cláusula pétrea a inimputabilidade. 
5. ECA – Lei 8069/90
Conhecido com versão brasileira da convenção da ONU de 1989 – após a CF – mas a CF quando foi elaborada já levou os valores em consideração – convenção foi ratificada posteriormente o próprio estatuto.
- ECA tem 2 Partes:
Geral – artigo 1° ao 85 (princípios e interpretação)
Especial – artigo 86 e seguintes (forma de aplicação do estatuto)
Critérios de interpretação do Estatuto – artigo 6°: Artigo 6°: “Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento.”
Deve levar em conta na interpretação do estatuto:
Fins sociais
Exigência do bem comum
Direitos e deveres individuais e coletivos
Condição peculiar da criança e do adolescente como pessoa em desenvolvimento – essa pessoa em desenvolvimento deve gozar de todos os seus direitos. O estatuto é apenas mais uma lei que faz parte de um sistema de proteção aos direitos humanos da criança e do adolescente – esse dispositivo diferencia o dispositivo do art. 5º da LINDB.
ECA tem aplicação às crianças e aos adolescentes – excepcionalmente poderá ser aplicado às pessoas entre 18 e 21 anos – quando em cumprimento de medida socioeducativa ou em casos de adoção em que a guarda se iniciou antes da maioridade.
Direitos fundamentais próprios das crianças e adolescentes - indisponibilidade. Atuação do Ministério Público com a finalidade de promover a defesa dos direitos fundamentais. O MP pode entrar com uma ação civil pública com a defesa de interesses difusos, coletivos, individuais, homogêneos individuais e indisponíveis. Há dupla titularidade – menor e a coletividade – indisponíveis – indisponível quando tem dupla titularidade – ninguém pode dispor daquilo que não é só seu.
- O MP pode ingressar com uma ação civil pública para a defesa dos interesses de uma só criança. Em razão dessa indisponibilidade dos direitos da criança e do adolescente. Essa indisponibilidade conduz a atuação do Ministério Público. 
- O ECA traz vários direitos fundamentais, todavia esses direitos fundamentais não foram esgotados. 
6. Direito fundamental à vida e à saúde:
MP 557 – dezembro de 2011 – sistema nacional de cadastro e vigilância e acompanhamento de gestantes – busca controlar índices de mortalidade materna ainda é muito alto.
- No direito fundamental à vida e à saúde temos alguns dispositivos que tutelam não somente a criança, mas como o neonato e a própria gestante. Nesses dispositivos também são impostos alguns deveres impostos aos profissionais da saúde e a alguns estabelecimentos de saúde.
De acordo com o artigo 13 do ECA, caso haja suspeita ou confirmação de maus tratos a criança ou adolescente o conselho tutela deve ser comunicado imediatamente.
Obs. As gestantes e mães que manifestarem o desejo de entregar os filhos à adoção devem ser obrigatoriamente encaminhadas à Vara da Infância e da Juventude. Se o profissional assim não agir ele estará cometendo uma infração administrativa, tipificada no ECA, no artigo 258-B. 
Art. 8º - previsão de apoio psicológico à gestante e à parturiente, e ainda às gestantes ou mães que desejem entregar filhos à adoção.
 
Convivência familiar e comunitária: o poder público deve promover ações para que a criança e adolescente permaneça junto à sua família natural. 
Artigo 10 do ECA – Deveres de hospitais e estabelecimentos de saúde à gestante: 
Os hospitais e demais estabelecimentos públicos e particulares são obrigados a manter registro das atividades desenvolvidas através de prontuários individuais pelo prazo de 18 anos.
Identificação do recém nascido (impressão plantar e digital)
Fornecimento de declaração de nascimento
Alojamento conjunto, mantendo o neonato junto com a mãe-Se não houver a observância desses deveres do artigo 10 pode ocorrer à pratica de infrações penais tipificadas no artigo 228 e 229 do ECA. O artigo 229 do ECA admite a modalidade culposa. 
- De acordo com o artigo 8°, é assegurada uma assistência à gestante no período pré e perinatal. Esse período é imediatamente após o nascimento, é o período encurto. A manutenção da família natural deve ser um objetivo do poder público. Há a possibilidade de um acompanhamento psicológico. A gestante fará jus a um acompanhamento psicológico durante a gestação e também à mãe, inclusive no período pré e pó natal.
- Há também a possibilidade de um atendimento pós natal que se estende por um período maior. 
- Artigo 8°, §4° do ECA: “Incumbe ao poder público proporcionar assistência psicológica à gestante e à mãe, no período pré e pós-natal, inclusive como forma de prevenir ou minorar as consequências do estado puerperal.”
- Artigo 11, §2°: “Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente àqueles que necessitarem os medicamentos, próteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação.”
- O STJ e os tribunais de justiça vêm decidindo que essa incumbência do poder público gera um dever das três esferas de governos e faz surgir entre eles uma solidariedade. 
7. Direito à liberdade, ao respeito e à dignidade:
Artigos 15 ao 18 do ECA - Em um primeiro momento há a referência do direito à liberdade. Em verdade fala-se do direito a várias liberdades. Há várias formas de liberdade. Temos liberdade das pessoas físicas, liberdade relacionada à liberdade de pensamento, liberdade de expressão coletiva, liberdade de ação profissional e de conteúdo econômico e social.
Liberdades:
a) Direito de ir, vir e estar em logradouros públicos: esse direito existe no sentido de que somente situações excepcionais poderá ser relativizado (exemplo: internação provisória do adolescente). A restrição da liberdade do adolescente ocorre de forma excepcional.
- Toque de recolher: o toque de recolher é uma medida que vem sendo adotada por alguns juízes da vara da infância e da juventude que baixam uma portaria e por meio desta, haveria a restrição da livre circulação de criança e adolescente quando estiverem desacompanhados de seus pais. O CNJ entendeu que se tratava de uma matéria jurisdicional e não administrativa. Logo o CNJ não poderia decidir a respeito. O TJ/SP, na AP 990.10.094596-3, entendeu que o toque de recolher encontra amparo na CF e no ECA. Os direitos fundamentais da criança e do adolescente não são absolutos. E como há a necessidade do deve de cuidado para com a criança e o adolescente, as medidas do toque de recolher seriam legítimas e plausíveis. O STJ em decisão recente entendeu pela ilegalidade do toque de recolher – fundamento a medida dependeria de lei e não poderia o juiz emitir norma geral.
- Toque escolar – encontrou menino fora da escola no horário de escola – leva para o conselho tutelar e se for o caso aplica medida socioeducativa.
b) Direito a opinião e à expressão
c) Direito de participar da política: na última eleição foi baixada uma resolução do TSE no sentido de que infratores maiores de 16 anos pudessem votar. Essa votação ocorreria na própria unidade em que o menor se encontrava encerrado. Voto dos adolescentes internos.
d) Direito ao respeito: artigo 17 do ECA, consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente. Nesse direito ao respeito há a necessidade da preservação da imagem. A preservação da imagem está relacionada principalmente a um problema que é um problema muito comum na internet: pornografia infantil. A pornografia infantil é objeto de um protocolo facultativo que o Brasil assinou, por meio do qual o Brasil tem o dever de combater a pornografia infantil na internet. O artigo 227, §4° da CF fala que a lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração sexual da criança e do adolescente. Essa pornografia está inserida no abuso. A preservação da imagem está relacionada com a questão da pornografia infantil. A pornografia infantil está inserida no tema pedofilia. A pedofilia é a qualidade ou sentimento do pedófilo. 
- O pedófilo pode ser classificado em:
a) predadores: assassinato sexual
b) não predadores: esses pedófilos podem ser aqueles:
1) regressivos: numa situação de stress o desejo sexual volta-se às crianças
2) compulsivos: o desejo sexual sempre é voltado para as crianças
- A questão da pornografia infantil explodiu com relação à pornografia na internet. Mas a pornografia sem existiu. O protocolo facultativo exigiu que o Brasil tomasse providencias para que existissem ações para controlar essa prática. 
- Artigo 18 do ECA: “É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.”
Bullying: é uma forma vexatória, de constrangimento da criança e do adolescente. O bullying se configura como um ato de intimidação, situação em que um ou mais sujeitos por meio de violência física ou psíquica causam dor, sofrimento ou angustia a outra pessoa.
- No bullying há três sujeitos envolvidos:
Intimidador
Intimidado
Espectador 
- O bullying pode ser classificado em:
Direito: temos uma violência física 
Indireta: temos uma agressão social
- Quando o bullying é relacionado à criança ou ao adolescente há um dever do poder público de zelar dessa criança ou adolescente.
8. Direito à Convivência Familiar e Comunitária:
- Direito fundamental da criança e do adolescente
- Lei 12010/09 – Lei Nacional da Adoção - inovação conceito de família extensa.
- A criança e o adolescente tem direito de permanecer junto de sua família natural ou pelo menos junto de sua família extensa. Excepcionalmente poderá ocorrer a retirada. A retirada pode ser feita tão somente pelo juiz. Ao retirá-la o juiz poderá encaminha-la para uma entidade de atendimento responsável pelo acolhimento familiar ou pelo acolhimento institucional. A permanência se deve dar de forma provisória. Essas entidades vão trabalhar com a criança e com o adolescente e também com a própria família para que haja um retorno. A ideia é que haja um acompanhamento e ações para que ocorra o retorno à família natural. O juiz aplica uma medida protetiva e encaminha a criança e o adolescente para a unidade de atendimento, mediante a expedição de uma guia de acolhimento. Essa entidade ao receber a criança elabora um plano individual e ao elaborar esse plano ela constata quais são as necessidades dessa criança e a cada seis meses serão elaborados relatórios do caso para o juiz. 
Obs. Medias protetivas de acolhimento familiar e acolhimento institucional: (instituição ou família)
- O acolhimento familiar é uma medida protetiva de aplicação exclusiva da autoridade judiciária por meio da qual a criança ou o adolescente são encaminhados aos cuidados de uma família acolhedora. Essa família poderá ter ou não o apoio de uma entidade de atendimento. Poucas comarcas têm isso.
- O acolhimento institucional é feito por meio de uma entidade de atendimento, também é de aplicação exclusiva da autoridade judiciária, não podendo ser aplicada pelo conselho tutelar apesar da regra contida no artigo 136, I do ECA. Trata-se de uma expressão que engloba várias espécies de acolhimento institucional, entre elas temos o abrigo, casa lar e etc. Se no relatório houver a sugestão de continuidade do acolhimento institucional, a lei estabelece um prazo máximo de 02 anos, podendo ser prorrogado se o superior interesse da criança o justificar. A lei não fala nada com relação ao prazo do recolhimento familiar. Mas o acolhimento familiar deve durar tão somente o prazo de 02 anos. 
- A família acolhedora pode ter a guarda da criança, é uma situação de colocação em família substituta e pode até caminhar para adoção. A família acolhedora recebe a criança sabendo que ela não poderá adotá-la. 
- O relatório deve ser encaminhado a pelo menosa cada 06 meses – artigo 19 do ECA: “Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes. § 1o Toda criança ou adolescente que estiver inserido em programa de acolhimento familiar ou institucional terá sua situação reavaliada, no máximo, a cada 6 (seis) meses, devendo a autoridade judiciária competente, com base em relatório elaborado por equipe interprofissional ou multidisciplinar, decidir de forma fundamentada pela possibilidade de reintegração familiar ou colocação em família substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta Lei. § 2o A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento institucional não se prolongará por mais de 2 (dois) anos, salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior interesse, devidamente fundamentada pela autoridade judiciária. § 3o A manutenção ou reintegração de criança ou adolescente à sua família terá preferência em relação a qualquer outra providência, caso em que será esta incluída em programas de orientação e auxílio, nos termos do parágrafo único do art. 23, dos incisos I e IV do caput do art. 101 e dos incisos I a IV do caput do art. 129 desta Lei.”
- As entidades de acolhimento podem ser governamentais ou não governamentais. Essas entidades devem promover a inscrição de seus programas junto ao conselho municipal dos direitos da criança. As entidades não governamentais devem ter registro junto aos conselhos municipais do direito da criança para poderem funcionar. Esse registro tem um prazo de validade de 04 anos, ao passo que a inscrição nos programas deve ser avaliada a cada 02 anos. Essas entidades podem ser fiscalizadas pela autoridade judiciária, pelo MP, pelos conselhos tutelares. 
 
Obs. Medida cautelar de afastamento do agressor da moradia comum - Poderá haver o afastamento do agressor da moradia comum com o menor quando então poderá ser fixada verba a título de alimentos provisórios - art. 130 ECA
Excepcionalidade
	Adoção internacional por estrangeiros
Adoção internacional por brasileiros						
Adoção nacional
Família substituta por não parentes
Família substituta 
Família extensa
Família natural
Família natural: pais ou qualquer um deles e seus filhos
Família extensa ou família ampliada: conceito trazido pela Lei 12.010/09 – é aquela que vai além da unidade de pais e filhos para englobar também outros parentes com quem a criança possa ter um vínculo de afinidade ou afetividade (avó, tio, primo)
Família substituta de preferência deve ser composta por parentes. A família substituta comporta 03 modalidades: guarda, tutela e adoção.
Família substituta - Guarda - Tutela - Adoção
Obs. - os avós não podem adotar, mas podem ter a guarda ou tutela.
A preferência é a permanência é perante a família natural ou família extensa. Excepcionalmente será com a família substituta. Só a autoridade judiciária que pode inserir a criança ou adolescente em família substituta. Há a necessidade de uma decisão judicial que se assegura contraditório a ampla defesa.
- Há um procedimento que será instaurado perante a vara da infância e da juventude para colocação em família substituta. A lei 12.010/09 recebeu a denominação comum de Lei Nacional de Adoção, mas na verdade ela deveria chamar Lei de Convivência Familiar. 
- A ideia é que a adoção ocorra somente em situações excepcionais. Na impossibilidade de permanência na família natural a criança e o adolescente serão colocados sob adoção, tutela ou guarda. O juiz também pode entender que essa situação é provisória. 
Família natural: É a família biparental ou monoparental. A monoparental é formada por qualquer um dos pais e seus filhos. A família biparental é formada pelos pais e seus filhos. 
Direito imprescritível de reconhecimento de paternidade:
- O ECA proíbe quaisquer discriminações entre os filhos.
- Existem regras relativas ao reconhecimento da paternidade e também ligadas à paternidade responsável. Essa paternidade e maternidade podem decorrer de laços de sangue ou também é possível pensar na paternidade decorrente do afeto.
- Na adoção à brasileira não há correspondência entre o registro de nascimento e a verdade biológica. Há uma adoção sem a observância do procedimento judicial.
Obs. Ação declaratória de investigação de ascendência - tem um pai jurídico mas se busca a declaração de ascendência biológica. Tanto que o adotado tem direito de reconhecer origem biológica, declaratória apenas, não constitui ou desconstitui vinculo de parentesco.
- Se for interesse do reconhecido que prevalece a verdade biológica, essa deve prevalecer. 
- Se no reconhecimento da paternidade não existir a relação de afeto deve prevalecer o laço de sangue, paternidade biológica. A afetividade sobrepõe à verdade biológica.
- O reconhecimento da paternidade, de acordo com o ECA é um direito imprescritível. O pai pode pedir o reconhecimento da paternidade se o filho já tiver falecido? Essa situação somente será possível se o filho deixar dependentes. 
Instituto da guarda de menores:
a) CC - relações de pai e mãe separados e seus filhos
b) ECA - hipótese de colocação em família substituta - regularização de situação de fato que não atribui ao guardião o direito de representação.
Obs. O estatuto às vezes diferencia entre:
Guarda de fato - aquela não chancelada judicialmente 
Guarda legal - homologada ou deferida pelo juiz (hipóteses - previsão de dispensa do estágio de convivência na adoção - dispensa do prévio cadastramento na adoção)
ATENÇÃO - A guarda pode ser deferida incidentalmente nos processos de tutela ou de adoção nacional - antecipação de tutela - ou pode também ser o objeto principal do processo para atender a uma situação excepcional ou em razão da ausência momentânea dos pais neste caso tendo a representação.
- Lei 8560/92 – trata do reconhecimento da paternidade. E de acordo com essa lei, se a mãe registrar a criança tão somente no seu nome, ela pode comunicar ao oficial do registro civil a qualificação do pai. Essa qualificação será encaminhada ao MP que poderá ingressar com a ação de reconhecimento da paternidade. Será desnecessária a adoção desse procedimento se a caso a criança for entregue à adoção.
Família substituta: Família substituta pode ocorrer em 03 modalidades:
	Guarda/Tutela
	Adoção
	- brasileiros
	- brasileiros/estrangeiros
- Obrigatoriamente a criança deve permanecer no território brasileiro. A criança não pode ir para outro país sobre guarda e tutela. A pessoa deve ter domicílio e residência no Brasil.
GUARDA - A guarda tem por finalidade a regularização de uma situação de fato. A guarda está disciplinada no Código Civil e também no Estatuto. No Código Civil ela está disciplinada por conta da permanência da criança com um dos genitores, nestes casos a competência é da vara de família e não da vara da infância. Exemplo: na ação de divórcio a guarda da criança é concedida à mãe.
- No ECA há uma hipótese de colocação em família substituta. A criança não permanecerá com nenhum dos pais, mas sim sob a responsabilidade de terceiros. Esse terceiro terá a guarda dessa criança. Neste caso a competência é da vara da infância e não da vara de família.
- A guarda geralmente é provisória. 
- O deferimento da guarda ocorrerá em um processo judicial no qual será proferido uma sentença que poderá ser objeto de revisão. Essa sentença faz coisa julgada material, ou seja, é atingida pela impossibilidade de modificação. Mas se os fatos se alterarem é possível a revisão. 
- Se a ação de guarda é entre genitores, essa ação tem uma natureza dúplice: no pedido por improcedência naturalmente a guarda é do outro cônjuge. Na ação de guarda para colocação em família substituta não há a natureza dúplice a não ser que uma das partes seja o pai ou a mãe. A improcedência não demonstra queo réu tenha a guarda. O Estatuto fala bastante da guarda de fato e da guarda legal. A guarda legal é aquela regularizada, que foi objeto de uma decisão judicial. A guarda legal pode levar à desnecessidade da observância da ordem cronológica no cadastro de adoção. 
- A guarda no ECA pode ser deferida como objeto principal do processo, para atender à uma situação excepcional ou ausência momentânea dos pais ou responsáveis ou ainda pode ser deferida também incidentalmente nos procedimentos de tutela ou de adoção, desde que não se trate de adoção internacional.
- A guarda geralmente não defere o direito de representação. Excepcionalmente esse direito de representação poderá ser deferido pelo juiz. 
Guarda para fins previdenciários: é possível o deferimento da guarda para fins exclusivamente previdenciários? Essa é uma pergunta que vem sendo discutida nos julgados do STJ. A guarda tem finalidade de regularizar uma situação de fato. Se essa situação de fato não existe, não é possível o deferimento da guarda. Não é possível o deferimento da guarda para fins exclusivamente previdenciários. Se existir a necessidade da regularização da situação de fato, ainda que, tenhamos também o deferimento da guarda para fins previdenciários, ela pode ser deferida. O que muitas vezes se pleiteia é a sua concessão porque o guardião já cuida da criança ou do adolescente, mas também além de prestar essa assistência ele pretende incluí-lo como seu dependente para fins previdenciários. 
- A guarda pode ser deferida para parentes ou não desde que não haja deslocamento para outro país.
- A guarda atribui a condição de dependente para fins previdenciários? Devem ser analisados dois dispositivos e entendimentos jurisprudenciais para responder essa indagação. O artigo 33, §3° do ECA indica que sim, a guarda atribui a condição de dependente para fins previdenciários. No mesmo sentido, dizia o artigo 16, §2° da Lei 8213/91. Após a alteração desse dispositivo houve uma situação diferente, deixou de ser previsto na lei previdenciária que a guarda atribuiria a condição de dependente para fins previdenciários. Apenas o ECA passou a mencionar sobre a condição de dependente para fins previdenciários. E qual lei prevalecerá? Temos decisões nos dois sentidos. A maioria das decisões do STJ são no sentido de que prevaleceria a lei previdenciária. A turma nacional de uniformização decidiu que deveria ser aplicado da lei previdenciária e não do estatuto.
- Há um pedido direcionado ao STJ – Petição 7436, que foi apresentada pelo INSS contra decisão da turma nacional de uniformização. 
Obs. Um brasileiro que reside na Itália será caso de adoção internacional - e se um estrangeiro adotar criança morando aqui será caso de adoção nacional.
A guarda não acarreta na desoneração dos pais em relação ao dever de alimentos de outro lado, também não impede o direito de visitas - salvo expressa determinação da autoridade judiciária em sentido contrário.
Guarda compartilhada: Ela não se confunde com a guarda alternada. Na guarda compartilhada temos uma situação em que a guarda é exercida concomitantemente pelos genitores. Temos uma responsabilização conjunta do pai e da mãe. A GUARDA COMPARTILHADA PODE SER EXERCIDA POR NÃO GENITORES - caso de avó e tio.
- Na guarda alternada não há a situação de responsabilidade conjunta. Cada um dos genitores exercerá, com exclusividade, a guarda por um determinado período. 
- O STJ proferiu uma decisão muito interessante aonde se chegou a conclusão de que é possível o exercício da guarda compartilhada por não genitores (RESp. 1147.138/SP – foi deferida a guarda compartilhada entre um tio e uma avó da criança).
- A guarda compartilhada hoje é a responsabilização conjunta dos genitores ou de pessoas que assuem a guarda. A guarda está disciplinada também no Código Civil e faz referência da situação entre genitores. No ECA temos a guarda como uma modalidade de colocação em família substituta. A criança será entregue aos cuidados de um terceiro. 
- Temos também uma situação de guarda compartilhada quando deferida a adoção. Nesse caso se os adotantes casados ou que vivam em união estável vieram a se divorciar ou romper a união estável, é possível que seja deferida a adoção e a guarda compartilhada. Como teremos o deferimento da adoção se já não existe mais a União? Se os adotantes não mais continuarem a sua união, ainda assim é possível o deferimento da adoção, desde que o estágio de convivência já tenha se iniciado enquanto existia a união estável. Nessa situação será possível o deferimento da adoção e deferida a adoção, o juiz pode atribuir a guarda compartilhada aos adotantes.
- Artigo 42, §4° do ECA: “Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-companheiros podem adotar conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do período de convivência e que seja comprovada a existência de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da guarda, que justifiquem a excepcionalidade da concessão.”
- Artigo 42, §5° do ECA: “Nos casos do § 4o deste artigo, desde que demonstrado efetivo benefício ao adotando, será assegurada a guarda compartilhada, conforme previsto no art. 1.584 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil.”
TUTELA:
- A tutela tem por finalidade regularizar uma situação de fato e também conferir direito de representação ao tutor. A tutela pode ser deferida incidentalmente ou também ser o objeto principal do processo e pressupõe a suspensão ou a destituição ou ainda a extinção do poder familiar.
- Não há mais a exigência da especialização da hipoteca legal, mas o ECA e o Código Civil fazem referência da possibilidade de o juiz determinar que o juiz preste caução nos casos de tutela testamentária. Por disposição de última vontade, o genitor pode nomear um tutor para seus filhos. O tutor nomeado deve requerer a regularização da tutela em 30 dias. Ao requerer a regularização da tutela o juiz pode exigir que ele preste caução. Essa exigência ocorrerá quando o patrimônio da criança ou do adolescente ser considerável. 
- Não há exigência da especialização da hipoteca legal. O juiz pode exigir caução, principalmente na questão da tutela testamentária. Mas essa caução pode ser dispensada em razão da idoneidade do tutor. Não é o simples falto de haver a nomeação do tutor em disposição de última vontade que a tutela será deferida à essa pessoa. Há a necessidade de concorrência de uma série de fatores. Primeiro é a indicação de disposição de última vontade. 
- Fatores que devem concorrer para o deferimento da tutela testamentária:
Disposição do genitor 
Que a medida represente reais vantagens
Que não exista outra pessoa em melhores condições
- Dever haver a observância do superior interesse da criança.
Cumulação 
Própria - (deseja os dois pedidos)
- Simples - não há dependência 
- Sucessiva - destituição de poder + adoção
Imprópria 	- Subsidiária
		- Alternativa
ADOÇÃO:
- Adoção é um ato jurídico solene e que importará no rompimento dos vínculos familiares existentes, salvo impedimentos matrimoniais, com a inserção do adotado em família substituta. 
- A sentença tem um efeito desconstitutivo de um vínculo familiar e constitutivo de outro vínculo familiar. 
- De acordo com a legislação atual, a adoção será regida:
No caso de crianças e adolescentes: será regida pelo ECA
No caso de adoção de adultos, a adoção também será regida pelo ECA, guardadas as devidas peculiaridades
Peculiaridades na adoção de adultos:
- Existem autores que defendem a impossibilidade da adoção de adultos.
- Na adoção de adultos não precisa ser observado o estágio de convivência
- Tanto na adoção de crianças e adolescentes, quanto na adoção de adultos, sempre haverá necessidade de sentença judicial. A adoção por ser um ato solene deve ser fiscalizado e acompanhado pelo poder público, que o faz por meio do poder judiciário. Não é mais possívela adoção por escritura pública. 
- Para os casos anteriores á vigência do Código Civil atual, no caso de adoção de adultos, poderia haver uma sentença homologatória da escritura pública. O juiz analisaria se estaria presentes as condições para o deferimento da adoção e homologaria a escritura. 
- A competência para o processo de adoção no caso de crianças e adolescente a competência será da Vara da Infância e da Juventude. 
- No caso de adoção de adultos a competência será da vara de família. 
Características da adoção:
a) É um ato personalíssimo: é vedada a adoção por procuração - deve haver manifestação dos pretendentes.
b) Necessidade de manifestação pessoal de vontade pelo adotante – artigo 39, §2° do ECA
c) Ato excepcional: o deferimento da adoção somente poderá ocorrer se não for possível a manutenção da criança na família natural – Lei 12010/09, art. 1°, §1°.
- Artigo 39, §1° do ECA
- A adoção internacional tem um grau maior de excepcionalidade. Ela possui caráter subsidiário, somente será definida se não for possível ou se não existirem pessoas aptas a adoção no território nacional.
d) Ato irrevogável: perpetuam os seus efeitos, de modo que é inviável ou até impossível o retorno à família natural. 
- O ECA admite que seja revogado o consentimento dos genitores. O consentimento pode ser revogado até a publicação da sentença concessiva da adoção. 
e) Ato incaducável: a morte dos adotantes não restabelece o poder familiar natural dos pais naturais. Isso é consequência natural da definitividade da adoção. 
f) A adoção é plena: não existe mais adoção simples. Importará no rompimento dos vínculos familiares existentes, salvo impedimentos matrimoniais.
- Adoção bilateral ou adoção conjunta: haverá o rompimento dos vínculos familiares para com os dois genitores. 
- Adoção unilateral: haverá o rompimento dos vínculos somente para com um dos genitores. No caso da adoção unilateral estará dispensado o prévio cadastramento (artigo 50, §13 do ECA). 
g) Constituída por sentença judicial - sentença será proferida em procedimento que tramitará perante a vara da infância e juventude ou na vara de família no caso de adultos. Alteração do nome pode ser alterado em razão de pedido do adotantes 
ATENÇÃO - A adoção unilateral ou bilateral traz conceitos que podem ser confundidos: não é porque a adoção foi feita por uma única pessoa que ela será unilateral. Se uma pessoa solteira resolve adotar uma criança, desconstitui-se o vínculo da criança com os pais biológicos e constitui-se novos vínculos com o adotante.
Constituída por sentença judicial: a decisão passa a produzir efeitos a partir do trânsito em julgado, salvo no caso da adoção post mortem – aqui ela retroage os seus efeitos à data o óbito. A adoção post mortem é aquela em que o adotante vem a falecer, porém já havia manifestado de forma inequívoca o seu desejo, o seu intento em adotar. Tem uma decisão do STJ onde foi deferida a adoção mesmo que o adotante tenha falecido antes de iniciado o procedimento, desde que tenha se manifestado de forma inequívoca no sentido de ser o seu desejo a adoção.
- A sentença judicial deverá ser inscrita no registro civil. O adotando vai adquirir o nome/apelido de família do adotante e em razão disso, também teremos a possibilidade da modificação do prenome, desde que haja a concordância do adolescente. A criança deve ser sempre ouvida a respeito. Haverá o cancelamento do registro de nascimento anterior e a possibilidade de se forneça a certidão tão somente prévia autorização judicial. 
Requisitos da adoção:
- Os requisitos podem ser divididos em:
Subjetivos
Objetivos
a) Requisitos subjetivos:
Idoneidade do adotante:
Existência de motivos legítimos: aquele que adota deve querer constituir uma família
Reais vantagens ao adotando
b) Requisitos objetivos:
Requisito de idade: o adotante deve possuir pelo menos 18 anos e deve existir uma diferença de idade de 16 anos entre o adotante e o adotando. Esse requisito seria aplicado para os dois adotantes no caso de adoção conjunta? Existem dois posicionamentos: alguns dizem que no caso de adoção conjunta, os dois devem preencher os requisitos. Mas há autores que entendem que apenas um dos adotantes devem observar esses requisitos. Art. 43 - ECA
Consentimento dos genitores: esse consentimento será obrigatório e deve ser prestado pessoalmente e direto ao juiz, após a devida orientação pela equipe técnica. Esse consentimento deve ser prestado ao juiz em audiência. Se for apresentado de forma escrita deverá ser ratificado em audiência. Deve ser prestado após o nascimento da criança, se prestado antes deve ser confirmado em juízo. 
ATENÇÃO - dispensa o consentimento - O consentimento não será exigido nas hipóteses do artigo 45, §1° do ECA, quais sejam: se os pais forem desconhecidos ou já destituídos do poder familiar. A destituição do poder familiar pode ocorrer no próprio processo de adoção, quando haverá uma situação de cumulação própria sucessiva de pedidos. Na cumulação própria sucessiva de pedidos formula-se mais de um pedido, requer que todos eles sejam acolhidos, mas o juiz passará a análise do segundo, sendo o primeiro procedente. 
Obs. Esse consentimento pode ser revogado até a publicação da sentença constitutiva da adoção - até o recebimento do ato judicial pelo escrivão. 
Obs. Art. 166 - procedimento de jurisdição voluntária - pedido diretamente pelos interessados diretamente em cartório - dispensado o advogado. Procedimento judicial da mesma maneira. Ex. adoção intuito personae - ainda haverá juiz - a diferença é que as parte estão de acordo.
Consentimento do adolescente e a prévia oitiva da criança: como decorrência do princípio da proteção integral a opinião da criança e do adolescente deve ser levada em consideração na tomada de decisão que lhe diga respeito. O ECA exigiu que para a colocação em família substituta, a necessidade desse consentimento da pessoa que tenha 12 anos ou mais. Se esse consentimento não for dado, não será possível a adoção. No caso da criança, ela deve ser ouvida sempre que possível.
Obs. Adoção unilateral, rompe os laços do adotado com apenas um dos genitores - ou pai ou mãe permanecem e o outro é substituído.
 
Precedência de estágio de convivência: o estágio de convivência é um período de aproximação de adotante e adotado em que se verifica a viabilidade futura da adoção. Verifica-se se a adoção será possível ou não. 
Na adoção nacional, o estágio é obrigatório pelo período que o juiz o fixar. O estágio poderá ser dispensado se o adotando já estiver sob a tutela ou GUARDA LEGAL (vínculo) por tempo suficiente para que seja possível avaliar a existência de laços de afinidade e afetividade. A guarda de fato não dispensa o estágio de convivência. - art. 45, §2º.
Na adoção internacional, o estágio não pode ser dispensado pelo juiz. O seu prazo mínimo será de 30 dias. O estágio necessariamente deve ser cumprido em território nacional. Art. 46, §3º - ECA.
Prévio cadastramento: a adoção como um ato formal que é, deve observar certos requisitos para poder atender não só a lei, mas também a própria moralidade. Devem ser atingidos os objetivos nucleares, de dar uma família à criança. Como um ato solene que é, e que deve observar algumas formalidades, existe a necessidade de que o pretendente à adoção deve observar e se sujeitar a um procedimento previsto no estatuto que é um procedimento de habilitação. É nesse procedimento de habilitação que se verifica se determinadas pessoas observam os requisitos legais. Ao final desse procedimento, teremos a inscrição desses pretendentes à adoção em um cadastro de habilitados à adoção ou de pretendentes à adoção. Temos cadastros na comarca (juízo), um cadastro estadual e um cadastro nacional. O cadastro nacional é gerenciado pelo CNJ. A partir desse cadastro, gera-se um número de ordem e o ideal é que a adoção seja deferida com observância da ordem no cadastro. Esse cadastro na prática, reúne também as opções do adotante. Art. 197-C
- Existemsituações em que a adoção será deferida independentemente da observância desse cadastro. São as situações do artigo 50, §13 do ECA - Dispensa do prévio cadastramento: 
a) Adoção unilateral
b) Adoção requerida por parentes, desde que já exista um vínculo de afinidade ou afetividade
c) Não parentes, desde que a criança tenha 03 anos ou mais (adolescente) e desde que exista o vínculo e que não seja caso de má-fé ou de crime.
- Além dessas hipóteses temos o que o STJ sempre reitera, que é para atender o superior interesse da criança, exemplo família que tem guarda de fato há anos, ou criança adotada fora da fila regular.
Impedimentos para adoção: Não podem adotar:
Ascendentes e os irmãos do adotando (o tio pode adotar)
Tutor enquanto não prestar contas de sua administração e essas contas não forem aprovadas
Adoção por pessoas do mesmo sexo:
- De acordo com o ECA, a adoção conjunta somente pode ser deferida se pleiteada por marido e mulher ou por aqueles que convivem em união estável (artigo 42, §2°). Na adoção conjunta temos a exigência de que os adotantes sejam casados ou vivam em união estável. Não é possível que duas pessoas adotem se entre elas não existir um vínculo, o vínculo de família.
 
Família: o artigo 226 da CF traz rol não taxativo das entidades familiares. Trata-se de um rol exemplificativo. Não é uma norma de exclusão, mas sim uma norma de proteção. Se protege a família, base da sociedade. Quem deve dizer o que é família é a sociedade, é a dinâmica social que diz o que é família. A partir disso podemos identificar a família a partir do afeto. Existindo o afeto, uma situação duradora, pública e com o intuito de constituir família teremos que esse relacionamento se equipara á uma entidade familiar. Essa entidade familiar poderá a partir disso, ampliar a sua composição e até promover ou pleitear a adoção. 
- Também deve ser verificado o enfoque da criança e do adolescente. O enfoque tem que ser no sentido de que deve ser observado o superior interesse da criança. Será preferível que a criança permaneça em abrigo ou encaminhada à pessoas do mesmo sexo que possuem todas as condições de amparar essa criança sob a ótica afetiva e material? Deve ser analisado o direito à convivência familiar e comunitária (RESp. 889.852 – caso do RS em que uma mulher primeiro pediu a adoção da criança sozinha e depois sua companheira pediu também a adoção, que foi deferida). Em todos os casos de adoção homoafetiva a criança já conviva com os adotantes.
Adoção à brasileira:
- Consiste em um conhecido sistema que representa uma falsidade de registro civil. É o ato de registrar como filho natural a pessoa que deveria ser adotada por meio de processo judicial.
- Essa adoção à brasileira produz efeitos na órbita penal. LFG ensina que nesse caso, tendo em vista o intuito da ação, seria o caso de aplicar o perdão judicial e não de punir, tendo em vista os objetivos daquele que age de acordo com a adoção à brasileira. 
- No âmbito civil também gera efeitos. Será possível desconstituir esse registro de nascimento? Depende de quem for ajuizar a ação. Se a ação for ajuizada pelo próprio registrado ou pelo filho, nesse caso há de prevalecer a verdade biológica, de modo que pode ser discutida essa filiação. Se a ação for ajuizada por aquele que registrou a criança, nesse caso, teremos um dilema: de um lado a verdade biológica e de outro lado a paternidade/sócio afetividade (paternidade em razão do afeto). Entre a verdade biológica e a sócio afetividade, qual irá prevalecer? O superior interesse da criança, que está diretamente ligado à dignidade da pessoa humana. Geralmente o superior interesse da criança determina pela prevalência da sócio afetividade. 
- Adoção à brasileira ≠ adoção intuitu personae (DIRETA) ≠ adoção unilateral. Na adoção à brasileira, também chamada de adoção simulada, o que temos é uma falsidade do registro. Na adoção intuito personae, já temos o processo judicial de adoção, acontece que nessa adoção, o genitor somente concorda com a adoção se ela for requerida ou referida à determinada pessoa.
Ex. uma criança é entregue A um casal, que requer a adoção. Ocorre de existir o consentimento, mas alguém vai intervir no processo e dizer que não houve observância do prévio cadastramento. O artigo 50, §13 do ECA dispensa essa observância em alguns casos. Os tribunais têm dito que o correto seria a observância do prévio cadastramento, porém, atendendo ao superior interesse da criança, o ato pode ser convalidado. 
- Na adoção unilateral, teremos um processo judicial de adoção e nesse processo, ocorrerá algo diferente do que geralmente ocorre nas adoções. Haverá o rompimento dos vínculos familiares tão somente em relação a um dos genitores (também se aplica o artigo 50, §13, I). Estará dispensado o prévio cadastramento. Para o deferimento da adoção, há uma fase prévia. Essa fase prévia é a fase de habilitação dos pretendentes. É nesse procedimento de habilitação, que os pretendentes à adoção demonstrarão que demonstram condições para assumir tal ato (exemplo: apresentação de documentos, cursos, entrevista e contato com crianças e adolescentes que se encontrem em acolhimento institucional. Esse procedimento foi inserido no Estatuto pela Lei 12.010. Hoje temos um procedimento previsto no ECA, nos artigos 197-A a 197-E. Ao final desse procedimento, teremos a devida habilitação com a inscrição dos pretendentes em um cadastro de adoção. Temos o cadastro existente na comarca, o cadastro existente no Estado e o cadastro nacional. 
 
Família extensa - qualquer pessoa da família com a qual haja laços de afinidade - não basta ser parente para ser família extensa.
Adoção póstuma - adotante vem a falecer e já tinha manifestado interesse e produzira efeito a partir da data do óbito.
Art. 48 - direito de conhecer a ascendência genética - direito de conhecimento da ascendência. 
Adoção internacional:
- Com a Lei 12/010/09 houve a incorporação ao texto do Estatuto, da convenção de Haia de cooperação em matéria de adoção internacional. Hoje não precisa mais ficar examinando a convenção. Basta que examine o próprio Estatuto. 
- O artigo 51 do ECA define a adoção internacional. Adoção internacional é aquela em que haverá um deslocamento da criança ou do adolescente de um país de origem para outro país de acolhida. Antes falava-se muito em adoção por estrangeiros, mas atualmente preferiu-se usar a denominação “adoção internacional”. O mais correto é dizer adoção internacional. 
- A adoção internacional tem a característica da subsidiariedade. Ela somente será deferida se não existirem pessoas no território nacional em condições adotar. 
Crise na Europa
Aumento do poder no Brasil
Regramento novo que excepciona a adoção nacional
CONDIÇOES - Para ser deferida a adoção internacional exige a observância de duas fases:
1 - intervenção das autoridades centrais
2 - solução adequada ao caso concreto em caráter subsidiário e excepcional
3 - estágio de convivência mínimo de 30 dias
4 - preferência na adoção internacional a um brasileiro
Procedimento para adoção internacional
a) Habilitação ou preparação: é a fase que se processa perante as autoridades centrais em matéria de adoção internacional. Cada estado deve contar com autoridade central em matéria de adoção internacional, e em estados federados pode ser que unidade tenha uma autoridade. Há a colaboração entre os países. A autoridade central verificará se o procedimento atende às leis de seu país. 
Aquele de pretende adotar vai procurar a autoridade central do país de acolhida. Essa autoridade central do país de acolhida vai examinar se aquela pessoa, de acordo com as leis de seu país reúne condições para adotar. Em caso positivo, emitirão um laudo de habilitação. A autoridade central do país de origem examinará toda documentação encaminhada pela outra autoridade central e se essa adoção estiver em conformidade com a lei de seu país, emitirá o seu laudo. Esse laudo é requisito da petição inicial doprocesso judicial da adoção. Essas autoridades centrais nos países federados como ocorre com o Brasil, podem existir tanto no âmbito federal como em cada uma das unidades federativas. No Brasil temos as autoridades federais e estaduais. Quem analisa esses requerimentos de adoção internacional é a autoridade estadual que encaminha cópias à autoridade central federal. A convenção de Haia permite que ao invés de ocorrer a intervenção da autoridade central, que ocorra a intervenção de organismos credenciados. Esses organismos não podem ter fins lucrativos e devem ter por objetivo facilitar o procedimento de adoção. Esses organismos podem cobrar por suas despesas. Entre as obrigações dos organismos pode destacar a necessidade de remessa de relatórios pós adotivos. O relatório será obrigatório até que haja a regularização do registro civil. 
Decreto 3174/99 - fixa as autoridades de adoção
b) Fase judicial: será de competência da vara da infância da juventude. Geralmente a adoção internacional parte da premissa de que a situação da criança já se encontra resolvida, já houve a destituição do poder familiar. O juízo competente será o do local onde se encontre a criança (regra do princípio do juízo imediato). Esse requerimento judicial deverá ser formulado e sendo requisito da petição inicial, o laudo de habilitação. Ao receber, o juiz determinará o estudo do laudo pela equipe técnica. Após fixará o prazo de convivência, que não pode ser dispensado e que terá o prazo mínimo de 30 dias. Será designada audiência para oitiva dos interessados, e ao final, teremos a sentença, que determinará o cancelamento do registro originário, a expedição de alvará de viagem com o transito em julgado, propiciando um passaporte provisório (artigo 85 do ECA). Essa sentença pode ser impugnada por recurso de apelação. A apelação será recebida em seu duplo efeito. Enquanto não houver o trânsito em julgado, a criança não poderá sair do país. Artigo 51 do ECA:
Obs. A adoção internacional implicaria na perda da nacionalidade brasileira do adotado? Não. As hipóteses de perda da nacionalidade estão elencadas na CF e dentre elas, não temos a adoção. 
Direito fundamental à profissionalização e à proteção no trabalho:
a) crianças e adolescente possuem os mesmos direitos que adultos. É garantido aos adolescentes os direitos previdenciários e trabalhistas.
b) elas possuem mais direitos que os próprios adultos, são pessoas que se encontram numa situação de desenvolvimento. Exemplo: direito ao não trabalho, proibição do trabalho noturno, do trabalho penoso, do trabalho insalubre e do trabalho perigoso. O trabalho noturno é aquele realizado entre as 22:00 horas de um dia e 05:00 horas do dia seguinte.
c) em razão da necessidade de escolarização e formação profissional, admite-se em hipóteses excepcionais, a mitigação dos direitos trabalhistas. Isso ocorrerá no trabalho educativo, no estágio e em uma fração muito pequena, na aprendizagem. Nessas situações, admite-se em prol da educação, essa mitigação. 
Trabalho educativo - pode ser ministrado por entidade governamental ou não governamental devendo o programa assegurar ao adolescente condições para a capacitação ao exercício de atividade remunerada. Não se trata de trabalho na acepção do termo e aqui a educação prevalece sobre a produção. Ex. orquestra sinfônica. Art. 68 ECA.
Princípio da primazia da realidade - caso a relação seja de emprego então será reconhecida. Justiça do trabalho será competente para reconhecer a relação de trabalho.
Direito a não trabalho - salvo menor a partir de 14 anos como aprendiz. Proibição do trabalho noturno, insalubre, perigoso ou penoso.
Convenção de 182 da OIT que trata das piores formas de trabalho infantil - cada estado deve ter uma lista de vedações para o desempenho por adolescentes - Decreto 6481/2008 - Lista TIP - ex. trabalho doméstico.
Proibição pode ser elidida por autorização do Ministério do Trabalho e do Emprego.
Obs. Contrato de Aprendizagem ou especial de aprendiz - art. 428 CLT, realizado por escrito e prazo determinado. Aprendiz tem direitos trabalhistas, mas em algumas situações tem mitigações - ex. término do contrato não se exige o pagamento de verbas rescisórias. Pessoas entre 14 e 24 anos prazo máximo de 2 anos, salvo se o aprendiz for portador de necessidades especiais podendo exceder 2 anos e o sujeito tiver mais de 24 anos.
Obs. Os réus ao utilizarem a prostituição de crianças causaram dano moral coletivo - ação civil pública - com indenização para coletividade.
d) são proibidas quaisquer normas discriminatórias. 
- Sobrejornada: compensação na mesma semana até 2 horas diárias e com previsão em acordo coletivo.
- força maior
- trabalho adolescente só é permitido quando for imprescindível e com comunicação ao ministério do trabalho com acréscimo de 50%. 
- Há a proibição do trabalho para aquelas pessoas que tem menos de 16 anos, salvo na condição de aprendiz. De acordo com a atual redação da CLT, a aprendizagem compreenderá a idade de 14 a 24 anos, podendo ir além dessa idade para os portadores de necessidades especiais. A aprendizagem terá duração máxima de 02 anos, salvo se também o aprendiz for pessoa portadora de necessidades especiais. 
- Proibição do trabalho do adolescente quando ele for perigoso: convenção 182 da OIT. Essa convenção trata das piores formas de trabalho infantil e diz que cada Estado deve estabelecer um quadro de atividades que não podem ser executadas pelo adolescente (por pessoas que tenham menos de 18 anos). Esse quadro está no decreto 6481/08. 
- Artigo 248 do ECA: no caso de adolescente que prestar serviço doméstico em outra comarca, exige-se uma providência. Essa providência é a regularização da guarda com a apresentação ao juiz sob pena de configurar uma infração administrativa. Neste caso há necessidade de autorização do ministério do trabalho e com base nessa autorização, o juiz da vara da infância ao regularizar a guarda, concorda com a prestação desse serviço. 
- Trabalho educativo: é aquele que pode ser ministrado por entidades governamentais ou não governamentais sem fins lucrativos devendo o programa social a ser desenvolvido, assegurar ao adolescente, que dele participe, condições de capacitação para o exercício de atividade regular remunerada. Não há direitos trabalhistas, mesmo que receba ou perceba uma bolsa ou remuneração. A educação sobrepõe-se à produção. Exemplo: adolescente vai participar da orquestra sinfônica recebendo uma bolsa. Esse trabalho educativo estará a cargo de uma entidade de atendimento. Essa entidade pode ser governamental ou não governamental, observando-se a resolução 74 do Conanda. 
- Se houver um desvio de finalidade, então em atenção ao princípio da primazia da realidade, serão reconhecidos esses direitos trabalhistas. 
- Artigo 68 do ECA: - prevalece a regra que esse artigo não necessita de regulamentação. Ele já é o suficiente para regular o trabalho educativo. 
- Artigo 60 do ECA: necessidade de adequação à idade prevista na CF
- Artigo 61 do ECA: a proteção ao trabalho dos adolescente é regulada pela CLT, observando-se a proibição de normas discriminatórias. 
- Artigo 62 do ECA: características do contrato de aprendizagem: contrato especial escrito a ser celebrado com pessoas que tenham entra 14 e 24 anos, salvo portadores de necessidades especiais. Existem duas modalidades de aprendizagem. Há a aprendizagem empresarial e a aprendizagem escolar. No primeiro caso, estabelece uma relação de emprego entre o aprendiz e a empresa. No segundo caso, estabelece-se relação de emprego entre o aprendiz e a entidade responsável pela formação técnico profissional. 
- Artigo 63 do ECA: é proibida a execução de sobrejornada na aprendizagem.
- O artigo 64 não estaria em conformidade com a Constituição Federal. Assegura-se o salário minimo ao aprendiz. 
- Artigo 65, ao adolescente aprendiz, maior de 14 anos, são assegurados os direitos trabalhistas e previdenciários. 
- Artigo 66: aos portadores de deficiênciasão assegurados vários direitos, como a quota mínima em algumas empresas.
Trabalho artístico infantil:
- Muito se discute se o menor de 16 anos pode desempenhar o trabalho artístico. O ECA fala que o juiz poderá autorizar determinadas atividades. De acordo com o ECA, permite-se que o juiz autorize a participação dessas crianças em trabalho artístico. Prevalece o entendimento de que a competência para a autorização é do juízo da vara da infância e da juventude, que irá autorizar a título precário, pode revogar a qualquer momento.
Direito fundamental à educação, cultura, esporte e lazer:
- Artigo 208 da CF (alguns artigos do ECA estão em desacordo com esse artigo).
- É assegurada de forma obrigatória e gratuita a educação básica, que compreende, a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio. O ensino médio é obrigatório. A educação básica compreende educação infantil, ensino médio e ensino médio.
- A educação infantil é a creche a pré escola
- O ensino fundamental é a partir dos 06 anos e passa a compor 09 anos da grade. A educação básica é um direito subjetivo público, a ser assegurado pelo poder público, sendo obrigatório aos pais, proceder à matrícula dos filhos na rede regular de ensino. É permitido o ensino domiciliar? O ensino domiciliar é aquele em que o professor vai até a casa ou que é prestado pelos próprios pais e que não há uma frequência à uma escola. O STJ considerou a obrigatoriedade da matrícula dos filhos na escola, sendo inviável a educação domiciliar (artigo 53, V do ECA – constitui um direito fundamental da criança e do adolescente).
- O ECA adotou o critério do geo referenciamento. Esse critério foi estabelecido como um benefício e não como uma imposição. Dessa forma, o aluno não pode ser compelido a modificar ou a matricular-se em escola diversa daquela que ele já frequenta, simplesmente em razão da mudança de residência.
 
- O poder público pode alegar a reserva do possível para não assegurar a educação? O STJ disse decidiu que o poder público não pode alegar a reserva do possível para não garantir a educação (RESp. 185.474). A educação é um dever público e como tal, deve ser assegurado. Paralelamente a essa discussão existe sobre a obrigatoriedade das creches. Prevalece o entendimento de que o município deve assegurar obrigatoriamente também as creches às crianças. 
Sub direitos da educação:
- A CF e a lei garantem o atendimento ao educando em todas as etapas da educação básica. 
- Artigo 54, VII do ECA
- não há mais a progressiva universalização do ensino médio gratuito. Hoje o ensino médio é obrigatório.
NORMAS DE PROTEÇÃO
Autorização para viajar - art. 83
Viagem nacional - adolescente não precisa de autorização para viajar, mas para entrar em motel, hotel e congêneres precisa. art. 83
- criança - precisa de autorização para viajar desacompanhada de seus pais, salvo: a) viagem à comarca contígua situada no mesmo estado ou incluída na mesma região metropolitana; b) se a criança estiver acompanhada de ascendente ou colateral maior até o 3º grau bastando comprovação documental - ex. Tio. Se por outras pessoas maiores exige-se autorização expressa dos pais - ex. primo não é colateral de 3º grau.
Viagem internacional - art. 84 - resolução 131 CNJ - 
- companhia de ambos genitores
- companhia de um autorizada pelo outro com firma reconhecida
- desacompanhado ou em companhia de maiores designados desde que haja autorização de ambos os pais com firma reconhecida
- se acaso a criança estiver acompanhado de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior - necessidade de autorização judicial (art. 85).
Obs. caso mãe esteja no Brasil (convenção sobre os aspectos civis do sequestro internacional de crianças - autoridade central de um país aciona autoridade de outro país - e a interpol)
Site - atualidades do direito - explicação resolução 1100 - Ministério da justiça - faixas etárias indicativas de cinema e exibições culturais.
Art. 74 - cultura, lazer, esportes e espetáculos 
Art. 81 - proibição de venda de produtos perigosos, viciantes, pornográficos.
PARTE ESPECIAL DO ECA
Política de atendimento voltada a criança ao adolescente - art. 86 e ss.
Conjunto de ações e programas governamentais ou não que promovem a observância do bem estar.
Diretrizes - criação de conselhos municipais, estaduais, e nacional dos direitos da criança e dos adolescentes. NÃO SE CONFUNDEM COM CONSELHOS TUTELARES - Tem por finalidade deliberar sobre políticas públicas - papel de controle. ao passo que conselhos tutelares têm por finalidade zelar pela observância dos direitos fundamentais da criança e do adolescente. Conselhos tutelares e Conselhos de direito.
Resoluções - dos conselhos de direito - políticas pública voltadas às crianças e juventude - baixam atos - resoluções podem ser:
	- opinativas
- deliberativas 
Obs. infância e juventude - matéria de assistência social - princípio da participação popular na tomada de decisões - ex. conselhos do meio ambiente, dos idosos, dos deficientes, e das crianças e adolescentes. Dever do povo zelar pelos direitos das crianças e adolescentes.
Princípio da deliberação - permite-se que o conselho baixe ato vinculativo desde que no rol de suas atribuições.
Princípio da paridade - governo e sociedade civil comporão o conselho de direitos em igual número. Os conselheiros não poderão ser remunerados exercem função independentemente de remuneração. Função pública relevante.
Âmbito nacional - CONANDA - conselho nacional dos direitos da criança e do adolescente - atribuições nacionais, podendo baixar normas gerais - opinativas e deliberativas. ex. Resolução 113 retificada pela resolução 117 do Conanda - Trata do sistema de garantia dos direitos humanos de criança e adolescente. Trata da coordenação e da articulação de ações e programas voltados à infância e juventude. 
Conselho Tutelar e Conselho de Direitos:
	Conselho Tutelar
	Conselho de Direitos
	- tem a função de zelar pela observância dos direitos fundamentais da criança e do adolescente
	- deliberar sobre políticas públicas e ações voltadas à infância
	- é composto por representantes do povo escolhidos pelo povo – eleição
	- é composto por representantes da sociedade e do governo em igual número
	- os conselhos tutelares existem apenas no âmbito municipal
	- existem no âmbito nacional, estadual e municipal
	- os membros podem ser remunerados - exerce função honorífica - afasta justiça do trabalho
	- os membros não podem ser remunerados
Conselho tutelar:
- Artigo 131 do ECA: “O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos nesta Lei.” 
PERMANENTE
AUTONOMIA - não subordinado - alguns dizem ser secretaria especial municipal
NÃO JURISDICIONAL - conflitos de interesse não são julgados pelo conselho tutelar
1) Definição:
- É órgão permanente e autônomo.
- É um órgão não jurisdicional. Não possui personalidade jurídica própria. O professor defende que possui personalidade judiciária. 
- É um órgão que está inserido na administração pública municipal. O Conselho não está subordinado hierarquicamente à Administração. O prefeito não manda no Conselho Tutelar. A lei municipal pode dispor sobre o horário de funcionamento desse Conselho Tutelar e também sobre a possibilidade ou não do Conselheiro Tutelar receber remuneração. Não há competência da justiça para solucionar eventuais lides trabalhistas.
- O Conselho Tutelar é permanente ou autônomo, ou seja, não pode ser extinto. As suas decisões não estão sujeitas ao reexame de qualquer autoridade, exceto do juiz (atendendo a requerimento da parte interessada).
- O Conselho Tutelar é jurisdicional porque não resolve lides, não resolve conflito de interesses. Os conflitos de interesse serão solucionados pelo juiz da vara da infância e da juventude. 
2) Composição: Os Conselheiros Tutelares serão eleitos.

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