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Autodepuração Autodepuração • A introdução de matéria orgânica em um corpo d'agua resulta, indiretamente, no consumo de oxigênio dissolvido. Tal se deve aos processos de estabilização da matéria orgânica realizados pelas bactérias decompositoras, as quais utilizam o oxigênio disponível no meio líquido para a sua respiração. O decréscimo da concentração de oxigênio dissolvido tem diversas implicações do ponto de vista ambiental, constituindo-se, como já dito, em um dos principais problemas de poluição das águas em nosso meio. VON SPERLING, M. Aspectos Ecológicos • Ecossistema em condições naturais: elevada diversidade de espécies, elevado número de espécies e baixo número de indivíduos em cada espécie. • Ecossistema alterado: baixa diversidade de espécies, reduzido número de espécies e elevado número de indivíduos em cada espécie. • A poluição é seletiva: somente as espécies bem adaptadas à poluição sobrevivem, proliferam. As demais não resistem, podendo vir a desaparecer do sistema Nível de poluição D iv er si d ad e d e es p éc ie s Autodepuração • Zona de Degradação • Zona de Decomposição Ativa • Zona de Recuperação • Zona de Águas Limpas Características das zonas de autodepuração Zona de Degradação: • Início ponto de lançamento dos despejos; • Água turva (cor acinzentada); • ↓ partículas lodo no leito do corpo d’água; • + Bactérias (consumo de M.O.); • - OD; • Limite da 1ª zona [OD] 40% da [inicial]; • Não há odor; • Presença de oxigênio não permita a decomposição aneróbia. Autodepuração • Zona de Degradação • Zona de Decomposição Ativa • Zona de Recuperação • Zona de Águas Limpas Características das zonas de autodepuração Zona de Decomposição Ativa: • Início [OD] inferiores a 40% da [saturação]; • Água cor cinza-escura, quase negra; • Bancos de lodos no fundo em ativa decomposição anaeróbia; • ↑ gases mal cheirosos (amônia, gás sulfídrico, etc); • OD pode zerar ou “ficar negativo”; • Biota aeróbia é substituída por outra anaeróbia; • Ambiente fétido e escuro; • Oxigênio passa a ser reposto ar atmosférico ou fotossíntese; • População de bactérias decresce; • Água começa a ficar mais clara (ainda impróprio p/ os peixes); • Fim da 2ª zona OD elevar-se a 40% [saturação]. Autodepuração • Zona de Degradação • Zona de Decomposição Ativa • Zona de Recuperação • Zona de Águas Limpas Características das zonas de autodepuração Zona de Recuperação: • Início 40% de oxigênio de saturação; • Término água saturada de oxigênio; • Água mais clara e límpida; • Proliferação de algas que reoxigenam o meio; • Amônia oxidada a nitritos e nitratos (+ fosfatos fertilizam o meio, favorecendo a proliferação de algas); • Cor esverdeada intensa (alimento p/ crustáceos, larvas de insetos, vermes, etc., que servem de alimentos p/ os peixes); • Diversificação da biocenose. Autodepuração • Zona de Degradação • Zona de Decomposição Ativa • Zona de Recuperação • Zona de Águas Limpas Características das zonas de autodepuração Zona de Águas Limpas: • Água características diferentes das águas poluídas; • Água encontra-se “eutrófica”; • Água recuperou-se, melhorou suas capacidade de produzir alimento protéico (piorou no quesito de potabilidade); • Não é limpa, devido a presença das algas (cor verde); • ↓ aspecto estético; • Invasão de plantas aquáticas indesejáveis. • Possibilidade de presença de organismos patogênicos. Curso d’água Distância M at ér ia o rg ân ic a 1 2 3 4 1 Matéria orgânica Zonas de autodepuração Zonas de Autodepuração Esgoto Curso d’água Distância B ac té ri as 1 2 3 4 1 Bactérias Zonas de autodepuração Esgoto Zonas de Autodepuração • Oxidação da matéria orgânica (MO): MO + O2 + bactérias CO2 + H2O + bactéria + energia • Demanda bentônica: digestão anaeróbia do lodo; geração de subprodutos que podem exercer uma demanda de O; revolvimento do lodo. • Nitrificação: oxidação de formas nitrogenadas (amônia - nitrito - nitrato) por bactérias (nitrosomonas /nitrobacter) amônia + O2 nitrito + H + + H2O + energia nitrito + O2 nitrato + energia carbono = CO2 (inorgânico); energia = inorgânico ( organismos quimioautotróficos) Consumo de Oxigênio • Reaeração atmosférica: as moléculas de gases são intercambiadas entre o líquido e o gás pela sua interface até a sua saturação. • Fotossíntese: processo utilizado pelos seres autotróficos para a síntese de matéria orgânica CO2 + H2O + energia luminosa matéria orgânica + O2 Produção de Oxigênio • A poluição de um corpo d’água por matéria orgânica causa a queda nos níveis de OD. No processo de autodepuração ocorre um balanço entre consumo e produção de oxigênio. Balanço de Oxigênio DBO solúvel e finamente particulada (oxidação) DBO suspensa (sedimentação) Fotossíntese Reaeração atmosférica (OD) Nitrificação (OD) DBO OD Demanda bentônica Mistura Camada de lodo Mistura Mistura Balanço de Oxigênio Parâmetros conservativos • Parâmetros que não reagem, não alteram a sua concentração por processos físicos, químicos e biológicos, exceto a mistura. • Exemplo: sais Parâmetros não conservativos • Reagem com o ambiente alterando a concentração. • Exemplo: DBO, temperatura, coliformes, OD Exemplo parâmetro conservativo AR AARR F QQ CQCQ C QR CR QA CA QF CF distância C Exemplo parâmetro não conservativo AR AARR F QQ CQCQ C QR CR QA CA QF CF distância C QF2 CF2 Pontos característicos da curva de depressão de OD Esgotos Curso D’Água t o tc Tempo (d) ou distância (km) C o C c D c C s C r C c OD (mg/L) D0 C o Cs = Conc. de oxigênio de saturação é função da Altitude e da temp Cr = Conc de oxigênio no rio = 70 a 90% de Cs C0 = Conc. oxigênio inicial da mistura er eerr QQ ODQODQ C .. 0 L0 )1.( . 0 tKteLy tK eLL . 0 1. Cinética da desoxigenação LK dt dL .1 Onde: L = concentração de DBO remanescente (mg/L); T = tempo (dia); K1= Coeficiente de desoxigenação (dia -1) Cinética da desoxigenação tK eLL . 0 1. Onde: L = concentração de DBO remanescente em um tempo qualquer (mg/L); L0 = concentração de DBO remanescente em t = 0 (mg/L); K1 (base e) = 2,3 K1 (base 10) Cinética da desoxigenação )1.( . 0 tKteLy Onde: y = DBO exercida em um tempo t (mg/L); y = L0 - L L0 = DBO remanescente, em t = 0 ou DBO exercida em um tempo = ∞ Também denominada de Demanda última, pois representa a DBO total Ao final da estabilização (mg/L). O Coeficiente de desoxigenação (K1) K1 depende das características da MO, além da temperatura e da presença de substâncias inibidoras. Efluentes tratados, possuem taxa de degradação mais lenta, pelo fato da maior parte da MO mais facilmente assimilável já ter sido removida, restando apenas a parcela de estabilização mais vagarosa. Influência da temperatura Tem grande influência no metabolismo microbiano, afetando as taxas de Estabilização da MO. K1T =K1,20 . Θ (T-20) K1T = K1 a uma temperatura T qualquer (dia -1) K1;20 = K1 a uma temperatura T = 20°C (dia -1) t = Temperatura do líquido (ºC) Θ = coeficiente de temperatura (-) Determinação do coeficiente de reaeração k2 • Fórmula de O’Connor e Dobbins K2: Coeficiente de reaeração (base e), h -1 DL: Coeficiente de difusão do oxigênio na água = 7,54x10-6 m2/h v: Velocidade da corrente em m/s h: Profundidade da corrente em m • Para k2 em d-1 e base e, tem-se: • Em base decimal: 5,0 32 h vD k L 5,1 5,0 2 95,3 h v k 5,1 5,0 2 71,1 h v k A influência da altitude pode ser computada pela seguinte relação (Qasim, 1985): onde: fH = fator de correção da concentração de saturação de OD pela altitude (-) Cs' = concentração de saturação na altitude H (mg/L) H = altitude (m) Existem fórmulas empíricas (baseadas em análises da regressão) que calculam Cs (mg/L) em função da temperatura T (°C). Uma fórmula freqüentemente empregada é (Põpel, 1979): Cs = 14,652 - 4,1022 x 10 -1.T + 7,9910 x 10-3.T2 - 7, 7774 x 10-5. T3 Concentração de saturação de OD (Cs) Exemplo de cálculo L0 = DBOu = DBO20 20 Autodepuração Natural • Equação de Streeter - Phelps: • Dt: deficit de oxigênio dissolvido, em relação à saturação, nos diversos instantes t, em mg/L. • k1: coeficiente de desoxigenação, em d -1 • k2: coeficiente de reaeração, em d -1 • La: DBO total de 1 o estágio das águas do rio, imediatamente após a mistura com os esgotos, em mg/L. • Da: deficit inicial de oxigênio dissolvido, isto é, deficit de oxigênio no ponto de lançamento dos esgotos, em relação à saturação, em mg/L. • t: tempo, em dias. tkatktkat DL kk k D 221 101010 .. 12 1 Valore Típicos de k2 (Azevedo Netto, 1962) Temperatura 20oC K2 / k1 K2 para k1 = 0,1 d -1 Pequenas lagoas, pequenos lagos e remansos 0,5 a 1,0 0,05 a 0,10 Rios de escoamento muito lento, grandes lagos e represas 1,0 a 1,5 0,10 a 0,15 Grandes rios de velocidade baixa 1,5 a 2,0 0,15 a 0,20 Grandes rios de velocidade normal 2,0 a 3,0 0,20 a 0,30 Rios de escoamento rápido, córregos 3,0 a 5,0 0,30 a 0,50 Corredeiras, cascatas e quedas d’água 5,0 0,50 Autodepuração Natural • Cálculo de La: • QRio: Vazão do rio imediatamente à montante do lançamento dos • esgotos. • DBORio: DBO total de 1 o estágio das águas do rio, imediatamente à • montante da mistura com os esgotos. • QEsgoto: Vazão de esgotos. • DBOEsgoto: DBO total de 1 o estágio dos esgotos. EsgotoRio EsgotoEsgotoRioRio a QQ DBOQDBOQ L Autodepuração Natural • Cálculo de Da: • Da: deficit inicial de oxigênio dissolvido nas águas do rio. • ODSAT: concentração de oxigênio dissolvido de saturação • ODMIST:concentração de oxigênio dissolvido nas águas do rio, imediatamente após a mistura com os esgotos. • QRio: vazão do rio imediatamente à montante do lançamento dos esgotos. • ODRio: concentração de oxigênio dissolvido nas águas do rio, imediatamente à montante da mistura com os esgotos. • QEsgoto: vazão de esgotos. • ODEsgoto: concentração de oxigênio dissolvido nos esgotos. MISTSATa ODODD EsgotoRio EsgotoEsgotoRioRio MIST QQ ODQODQ OD Autodepuração Natural • Coordenadas do Ponto Crítico: • Tempo Crítico: • tc: tempo de percurso até o ponto crítico, em dias. • k1: coeficiente de desoxigenação, em d -1 • k2: coeficiente de reaeração, em d -1 • La: DBO total de 1 o estágio das águas do rio, imediatamente após a mistura com os esgotos, em mg/L. • Da: deficit inicial de oxigênio dissolvido, isto é, deficit de oxigênio no ponto de lançamento dos esgotos, em relação à saturação, em mg/L. 1 12 1 2 12 . 1log 1 kL kkD k k kk t a a c Autodepuração natural • Coordenadas do Ponto Crítico • Déficit Crítico • Dc: déficit crítico de oxigênio dissolvido nas águas do rio, em mg/L. • tc: tempo de percurso até o ponto crítico, em dias. • k1: coeficiente de desoxigenação, em d -1 • k2: coeficiente de reaeração, em d -1 • La: DBO total de 1 o estágio das águas do rio, imediatamente após a mistura com os esgotos, em mg/L. ctk ac L k k D . 2 1 110. Autodepuração Natural • Equações Auxiliares: • DBO remanescente no tempo t: • Lt: DBO remanescente após t dias, em mg/L. • Lo: DBO total de 1 o estágio, em mg/L • k1: coeficiente de desoxigenação, em d -1 • t: tempo, em dias. • Equação da DBO removida: • y: DBO removida após t dias, em mg/L tk t LL . 0 110. tkLy 11010 Tratamento 2ário Tratamento 1ário Sem Tratamento Traçado da Curva de Autodepuração 1. Fixar a vazão média de esgoto. 2. Estabelecer as características do esgoto (DBO e OD). 3. Determinar as características do curso d’água: Vazão para cálculo (provável: vazão mínima) – DBO e OD das águas do rio – Velocidade média das águas 4. Determinar ou estabelecer os valores das constantes k1 e k2 a 20oC. 5. Determinar a DBO total de 1o estágio dos esgotos e das águas do rio à montante do lançamento (20oC), através de: tkLy 11010 Traçado da Curva de Autodepuração 6. Determinar a DBO total de 1o estágio das águas do rio (à 20oC), após a mistura com os esgotos, através de: 7. Admitir as temperaturas para o estudo (esgoto e rio à montante). 8. Determinar a temperatura das águas do rio, após a mistura com os esgotos: EsgotoRio EsgotoEsgotoRioRio a QQ DBOQDBOQ L ESGRIO ESGESGRIOrio M QQ TQTQ T Traçado da Curva de Autodepuração 9. Corrigir o valor de La para a temperatura da mistura, através de: • La(ToC) = La(20oC) . [1 + 0,02(T – 20)] 10. Corrigir os valores das constantes k1 e k2 para a temperatura da mistura, através de: K1(t oC) = k1(20 oC).1,047(T-20) K2(t oC) = k2(20 oC).1,135(T-20) Traçado da Curva de Autodepuração 11. Determinar o OD das águas do rio após a mistura com os esgotos, através de: 12. Determinar o OD de saturação, para a temperatura da mistura (interpolar com os dados da tabela) 13. Determinar o deficit inicial de Oxigênio dissolvido, Da, através de: EsgotoRio EsgotoEsgotoRioRio MIST QQ ODQODQ OD MISTSATa ODODD Traçado da Curva de Autodepuração 14. Determinar os valores dos deficits de OD nos diversos instantes t (em dias) (t = 1,2,3,4,5,6...), através de: 15. Determinar os valores de OD nos diversos instante t, através de: ODt = ODSAT - Dt 16. Traçar a curva no EXCEL relacionando OD x Distância tkatktkat DL kk k D 221 101010 .. 12 1 Traçado da Curva de Autodepuração 17. Verificações: • Tempo Crítico • Déficit Crítico 1 12 1 2 12 . 1log 1 kL kkD k k kk t a a c ctk ac L k k D . 2 1 110. Determinação da Eficiência da ETE 1. Fixar a vazão média de esgoto. 2. Estabelecer as características do esgoto (DBO e OD). 3. Determinar as características do curso d’água: – Vazão para cálculo (provável:vazão mínima – Q7,10) – DBO e OD das águas do rio – Velocidade média das águas 4. Determinar ou estabelecer os valores das constantes k1 e k2 a 20oC. 5. Determinar a DBO total de 1o estágio dos esgotos e das águas do rio à montante do lançamento (20oC), através de: tkLy 11010 Determinação da Eficiência da ETE 6. Determinar a DBO total de 1o estágio das águas do rio (à 20oC), após a mistura com os esgotos, através de: 7. Admitir as temperaturas para o estudo (esgoto e rio à montante). 8. Determinar a temperatura das águas do rio, após a mistura com os esgotos: EsgotoRio EsgotoEsgotoRioRio a QQ DBOQDBOQ L ESGRIO ESGESGRIOrio M QQ TQTQ T Determinação da Eficiência da ETE 9. Corrigir o valor de La para a temperatura da mistura, através de: La(ToC) = La(20oC) . [1 + 0,02(T – 20)] 10. Corrigir os valores das constantes k1 e k2 para a temperatura da mistura, através de: K1(t oC) = k1(20oC).1,047(T-20) K2(t oC) = k2(20oC).1,135(T-20) Determinação da Eficiência da ETE 11. Determinar o OD das águas do rio após a mistura com os esgotos, através de: 12. Determinar o OD de saturação, para a temperatura da mistura (interpolar com os dados da tabela) 13. Determinar o deficit inicial de Oxigênio dissolvido, Da, através de: EsgotoRio EsgotoEsgotoRioRio MIST QQ ODQODQ OD MISTSATa ODODD Determinação da Eficiência da ETE 14. Fixar o OD mínimo no rio 15. Determinar o deficit máximo permissível: DMÁX = ODSAT - ODMÍN 16. Determinar o tempo crítico, através de: 17. Calcular o deficit crítico, através de: 1 12 1 2 12 . 1log 1 kL kkD k k kk t a a c ctk ac L k k D . 2 1 110. Determinação da Eficiência da ETE 18. Comparar Dc e DMÁX. Se Dc > DMÁX: 19. Determinar nova La, através de: OBS: Considerar Dt = DMÁX, t = tc e manter o mesmo Da) 20. Com a nova La, calcular novo tc através de: tkatktkat DL kk k D 221 101010 .. 12 1 1 12 1 2 12 . 1log 1 kL kkD k k kk t a a c Determinação da Eficiência da ETE 21. Com o novo tc, calcular novo Dc, através de: 22. Comparar Dc e DMÁX: • Se Dc > DMÁX voltar ao passo 19 entrando com o novo tc • Se Dc < DMÁX, seguir com o passo 23. 23. Com a nova La, determinar a DBO do esgoto tratado, através de: ctk ac L k k D . 2 1 110. EsgotoRio EsgotoEsgotoRioRio a QQ DBOQDBOQ L Determinação da Eficiência da ETE 24. Com a DBO total de 1o estágio do esgoto tratado, determinar a DBO de 5 dias, através de: OBS: Entrar na equação com t = 5 dias 25. Com a DBO5 do esgoto tratado, determinar a eficiência da ETE, através de: 100(%) . .. BRUTOE TRATADOEBRUTOE DBO DBO DBODBO E tkLy 11010
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