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Materiais e Ensaios

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MATERIAIS E ENSAIOS TECNOLÓGICOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
SUMÁRIO 
1 - INTRODUÇÃO ..........................................................................................................................4 
2 - MATERIAIS................................................................................................................................5 
	
  	
  	
  2.1-­‐	
  INTRODUÇÃO	
  À	
  CIÊNCIA	
  DOS	
  MATERIAIS......................................................................................................5	
  	
  
	
  	
  	
  2.2-­‐	
  CLASSIFICAÇÃO	
  DOS	
  MATERIAIS	
  DE	
  CONSTRUÇÃO..........................................................................................6	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  2.2.1-­‐Quanto	
  à	
  origem.....................................................................................................................6	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  2.2.2-­‐Quanto	
  à	
  composição	
  química...............................................................................................9	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  2.2.3-­‐	
  Quanto	
  à	
  aplicação...............................................................................................................10	
  
3 - CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DOS MATERIAIS.................................................12 
	
  	
  3.1	
  –	
  PROPRIEDADES	
  MECÂNICAS...................................................................................................................12	
  
	
  	
  3.2	
  –	
  PROPRIEDADES	
  GERAIS.........................................................................................................................14	
  
4 - MATERIAIS METÁLICOS E SUAS LIGAS.............................................................................16 
	
  	
  	
  4.1	
  –	
  CLASSIFICAÇÃO...................................................................................................................................16	
  
	
  	
  	
  4.2	
  –	
  OBTENÇÃO........................................................................................................................................17	
  
	
  	
  	
  4.3	
  –	
  APLICAÇÕES.......................................................................................................................................18	
  
	
  	
  	
  4.4	
  -­‐	
  TRATAMENTOS	
  TÉRMICOS......................................................................................................................19	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  4.4.1-­‐	
  Descrição	
  prática	
  do	
  tratamento	
  térmico	
  em	
  metais...........................................................20	
  
	
  	
  4.5	
  -­‐	
  PRINCIPAIS	
  ENSAIOS	
  MECÂNICOS..............................................................................................................20	
  
	
  	
  	
  	
  	
  4.5.1-­‐	
  Tipos	
  de	
  ensaios	
  mecânicos...................................................................................................21	
  
5 - MATERIAIS POLIMÉRICOS....................................................................................................24 
	
  	
  	
  5.1	
  –	
  OBTENÇÃO........................................................................................................................................25	
  
	
  	
  	
  5.2	
  –	
  CLASSIFICAÇÃO...................................................................................................................................26	
  
	
  	
  	
  5.3	
  -­‐	
  COMPORTAMENTO	
  TÉRMICO	
  E	
  MECÂNICO................................................................................................28	
  
	
  	
  	
  5.4	
  -­‐	
  PRINCIPAIS	
  ENSAIOS	
  DE	
  CARACTERIZAÇÃO.................................................................................................29	
  
	
  	
  	
  5.5	
  –	
  APLICAÇÕES.......................................................................................................................................30	
  
6 - MATERIAIS CERÂMICOS E VIDROS....................................................................................34 
	
  	
  	
  6.1	
  -­‐	
  MATÉRIAS-­‐PRIMAS..............................................................................................................................34	
  
	
  	
  	
  6.2	
  –	
  CLASSIFICAÇÃO..................................................................................................................................35	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  6.2.1-­‐	
  vidros...................................................................................................................................35	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  6.2.2-­‐	
  vidrocerâmicas....................................................................................................................36	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  6.2.3-­‐	
  Argila...................................................................................................................................36	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  6.2.4-­‐	
  Refratário............................................................................................................................37	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  6.2.5-­‐	
  Abrasivos.............................................................................................................................38	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  6.2.6-­‐	
  Cimentos.............................................................................................................................38	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  6.2.7-­‐	
  Cerâmicas	
  avançadas.........................................................................................................39	
  
	
  	
  	
  6.3	
  -­‐	
  PROCESSO	
  DE	
  FABRICAÇÃO...................................................................................................................40	
  
	
  	
  	
  6.4	
  -­‐	
  PRINCIPAIS	
  ENSAIOS	
  DE	
  CARACTERIZAÇÃO................................................................................................40	
  
7 – AGLOMERANTES.................................................................................................................42 
	
  	
  	
  7.1	
  –	
  CLASSIFICAÇÃO	
  QUANTO	
  À	
  COMPOSIÇÃO................................................................................................42	
  
	
  	
  	
  7.2	
  –	
  CLASSIFICAÇÃO	
  GERAL.........................................................................................................................43	
  
8 – AGREGADOS.........................................................................................................................45 
	
  	
  	
  8.1	
  –	
  CLASSIFICAÇÃO	
  DOS	
  AGREGADOS...........................................................................................................45	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  8.1.1-­‐	
  Classificação	
  quanto	
  à	
  origem.............................................................................................45	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  8.1.2-­‐Classificação	
  quanto	
  à	
  densidade.........................................................................................46	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  8.1.3-­‐	
  Classificação	
  quanto	
  às	
  dimensões......................................................................................46	
  
9 – ARGAMASSAS.......................................................................................................................49 
 
3 
 
	
  	
  	
  9.1	
  –	
  CLASSIFICAÇÃO	
  DA	
  ARGAMASSA.........................................................................................................499.1.1-­‐	
  Argamassa	
  de	
  chapisco....................................................................................................50	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  9.1.2-­‐	
  Argamassa	
  de	
  reboco.......................................................................................................50	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  9.1.3-­‐Argamassa	
  de	
  emboço......................................................................................................50	
  
10 – CONCRETO......................................................................................................................52 
	
  	
  	
  10.1	
  –	
  PROPRIEDADES	
  MECÂNICAS...........................................................................................................52	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  10.1.1-­‐Resistência	
  á	
  compressão..............................................................................................52	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  10.1.2-­‐Resistência	
  à	
  tração......................................................................................................53	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  10.1.3-­‐Módulo	
  de	
  elasticidade.................................................................................................55	
  
11 - TRAÇOS DE CONCRETO E ARGAMASSA....................................................................57 
	
  	
  	
  11.1	
  –	
  TRAÇO	
  DE	
  ARGAMASSA................................................................................................................57	
  
	
  	
  	
  11.2	
  –	
  TRAÇO	
  DE	
  CONCRETO..................................................................................................................58	
  
12 - CRITÉRIOS DE DOSAGEM.............................................................................................62 
13 - OUTROS MATERIAIS......................................................................................................70 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
Na história da humanidade, os materiais sempre tiveram fundamental importância no 
atendimento das necessidades de vestuário, transporte, habitação, defesa e outras. No 
estudo das civilizações antigas, eles serviram de referência em diversos períodos de 
acordo com o domínio destes materiais pelo homem: idade da pedra, idade do cobre, 
idade do bronze, idade do ferro etc. Inicialmente, por não conhecer ou dominar ainda 
determinados processos de transformação dos materiais, o homem os utilizava como 
eram encontrados na natureza, tais como madeira, ossos, pedras e peles de animais. A 
utilização baseava-se nas propriedades apresentadas na condição em que eram 
obtidos. O domínio do fogo e de outros processos permitiu transformações que 
procuravam adequar os materiais a formas mais aprimoradas. Ao longo dos tempos, 
inúmeros processos de transformação, beneficiamento e composição de novos 
materiais foram desenvolvidos e melhorados. Com o desenvolvimento tecnológico 
baseado em estudos e pesquisas científicas, a produção dos materiais tem se mostrado 
cada vez mais complexa e racional, permitindo a obtenção de produtos de melhor 
qualidade e menor custo. 
 
 
5 
 
2. MATERIAIS 
 
 
2.1 INTRODUÇÃO À CIENCIA DOS MATERIAIS 
 
São inúmeras as aplicações dos materiais nas construções. Os diversos sistemas que 
compõem uma construção exigem dos materiais constituintes propriedades que estejam 
devidamente adequadas às funções de cada material, tais como de fundação, de 
estrutura, de vedação, de acabamento, de impermeabilização conforme exemplos 
destacados na figura abaixo. 
 
 
 
Figura 1 – Obra com seus diversos materiais 
Fonte: SXC.HU, 2013. 
 
 
 
Figura 2 – Materiais aplicados em estruturas e alvenarias 
Fonte: SXC.HU, 2013. 
 
6 
 
 
 
Na construção civil, é imprescindível o conhecimento dos materiais dos elementos que 
compõem as edificações, tanto no que se refere à obtenção destes materiais, como 
suas propriedades e técnicas de emprego. A Ciência dos materiais, ramo da ciência que 
estuda os materiais, suas estruturas, propriedades, formas de caracterização e 
processamento, assim como a performance dos mesmos tem como objetivo entender o 
comportamento destes materiais.Abaixo, veja exemplo de materiais que constituem os 
elementos que compõem as edificações. 
 
 
 
Figura 3 – Diversidade de materiais de construção 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
 
2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO 
 
Os materiais de construção podem ser classificados conforme a origem, composição e 
aplicação. 
2.2.1 - Quanto à origem 
 
Naturais – aplicados como são encontrados na natureza, sem sofrerem modificações 
na composição. 
 
§ De origem vegetal (madeira, borracha, piaçava etc.) 
 
7 
 
 
 
Figura 4 – Madeiras serradas (a), Extração do latex (b), Telhado de piaçava (c) 
Fonte: PUBLICDOMAINPICTURES, SXC.HU, 2013. 
 
 
§ De origem mineral (areia, argila, pedras etc. ) 
 
 
Figura 5 – Areia (a), Jazida de argila (b), Parede de pedras (c) 
Fonte: SXC.HU, 2013. 
 
Artificiais – produzidos a partir da transformação ou composição de outros materiais. 
Oriundos de produtos naturais (cimento, cal, materiais cerâmicos, gesso etc.) 
 
Figura 6 – Cimento portland em sacos (a), Cal hidratada em saco (b), Blocos cerâmicos (c) 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
 
8 
 
 
 
Quem inventou o cimento? 
Os primeiros povos a falarem de cimento foram os antigos romanos, porém, no 
primeiro momento, não se chamou cimento, e sim "caementum”, que na verdade era 
uma mistura de cal, criada pelos egípcios, com pozolana, uma cinza vulcânica do 
Monte Vesúvio, que fica na região de Pozzuoli. Mas este novo material ficou 
esquecido por muitos anos, voltando apenas no século XVIII. 
 
 
§ Oriundos de metais (ligas metálicas) 
 
 
Figura 7 – Perfis de aço laminado (a), Aço para concreto armado (b), Tubos de aço (c) 
Fonte: SXC.HU, 2013. 
 
 
§ Oriundos de compostos químicos (plásticos, tintas, colas) 
 
 
Figura 8 – Tubos de PVC (a), Tintas (b), Colas (c) 
Fonte: SXC.HU, 2013. 
 
 
 
9 
 
Combinados – resultantes da composição de materiais naturais e artificiais 
(concreto,argamassas de cal, argamassas de cimento) 
 
 
Figura 9 – Concreto usinado (a), Reboco com argamassa de cal, cimento e areia (b), Blocos de 
cimento e pedrisco (c) 
Fonte: COMMONS WIKIMEDIA, SXC.HU, 2013. 
 
2.2.2 Quanto à composição química 
 
Minerais – (cimento, tijolo, aço, ligas metálicas etc.) 
 
 
Figura 10 – Cimento portland (a), Materiais cerâmicos (c), Tubos de cobre (c) 
Fonte: COMMONS WIKIMEDIA, SENAI, 2013. 
 
 
 
10 
 
Orgânicos - (madeira, asfalto, plástico, etc.). 
 
 
Figura 11 – Madeiras (a), Asfalto (b), Tubos e conexões de PVC (c) 
Fonte: SENAI, SXC.HU, 2013. 
 
 
2.2.3 Quanto à aplicação 
 
Estruturais – quando utilizados em estruturas, compondo os elementos resistentes das 
mesmas. Participam da responsabilidade pela segurança da construção. Exemplos: 
concreto, aço, madeira, pedra, tijolos e blocos (quando assim aplicados), conforme 
figuras abaixo. 
 
 
Figura 12 – Estrutura de concreto 
Fonte: SXC.HU, 2013. 
Figura 13 – Estrutura metálica 
Fonte: SXC.HU, 2013. 
 
 
 
11 
 
 
Figura 14 – Estrutura de madeira 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
 
Não estruturais – quando de aplicação em serviços sem responsabilidade estrutural, 
tais como: 
 
§ Vedação (tijolos, blocos, pedras, madeira etc. ); 
 
§ Revestimento (argamassas,gesso, cerâmicas etc.); 
 
§ Isolamento térmico/acústico (vermiculita, lã de rocha, cortiça etc.); 
 
§ Impermeabilização (asfaltos, resinas, produtos hidrofugantes); 
 
Instalações prediais (PVC, cobre, cerâmica etc.); 
Materiais de uso estrutural são também utilizados em aplicações não estruturais, com 
funções de vedação, revestimento ou outras. 
 
 
 
12 
 
3. CARACTERÍSTICAS E 
PROPRIEDADES DOS MATERIAIS 
 
O conhecimento das propriedades dos materiais, das suas deficiências e vantagens de 
aplicação, conduz ao uso adequado, racional, economicamente viável e tecnicamente 
correto deles. 
 
Os diversos tipos de materiais de construção apresentam propriedades básicas que 
variam conforme o grupo a que pertençam, cabendo ao profissional conhecê-las e ter 
domínio sobre elas, de modo a executar uma obra segura, durável, com bom 
acabamento. 
 
3.1 Propriedades Mecânicas 
 
As propriedades mecânicas dos materiais de construção, que definem a capacidade de 
resistir aos esforços oriundos da ação de agentes externos, em geral, são consideradas 
as mais importantes do ponto de vista da Construção Civil. Vamos relembrar as 
principais propriedades: 
 
a) Resistência à tração – resistência aos esforços geradores de tensões normais 
internas que tendem causar o alongamento e ruptura das peças. Os metais, alguns 
materiais poliméricos e as madeiras no sentido paralelo às fibras resistem bem à tração. 
O concreto, as pedras e as madeiras no sentido perpendicular às fibras resistem mal à 
tração. 
 
 
Figura 15 - Material submetido à tração. 
Fonte: SENAI 2012. 
 
b) Resistência à compressão – resistência aos esforços geradores de tensões 
normais que tendem a causar encurtamento e esmagamento das peças. A resistência 
característica dos concretos e argamassas é definida a partir de ensaios de corpos de 
prova rompidos à compressão. 
 
13 
 
 
Figura 16 Material submetido à compressão. 
Fonte: SENAI 2012. 
 
c) Resistência ao cisalhamento – o verbo cisalhar significa fazer corte, neste caso, 
cisalhamento seria o esforço de corte ao eixo de uma haste. A resistência ao 
cisalhamento, portanto, é a capacidade que a peça tem de resistir a esse esforço 
cortante. A madeira resiste menos às tensões de cisalhamento paralelas às fibras do 
que às tensões normais às fibras. 
 
 
 
Figura 17 - A peça cilíndrica sofre tensões de cisalhamento. 
Fonte: SENAI 2012. 
 
 
Dureza – capacidade de resistir à penetração e ao risco. Está intimamente relacionada 
às demais resistências mecânicas. Esta propriedade é importante para os materiais 
submetidos a esforços capazes de ocasionar desgaste superficial. (ex: pavimentações, 
pistas de rolamento, trilhos). 
 
Resistência à fadiga – capacidade de resistir à ação repetida e contínua de esforços 
com variação da intensidade de forma cíclica. O número de ciclos associado à 
intensidade dos esforços, assim como à variação destes, define a capacidade de 
resistência à fadiga. 
 
Elasticidade – capacidade de um material recuperar a sua forma original, após 
deformar-se, quando cessada a ação de esforço externo causador de deformação. Nos 
materiais que gozam desta propriedade, o módulo de elasticidade define a 
proporcionalidade entre as tensões e as deformações. O comportamento elástico fica 
limitado a um valor de tensão acima do qual o material plastifica ou entra em ruptura. 
 
 
14 
 
Plasticidade – capacidade de um material manter a deformação sofrida pela ação de 
um esforço externo mesmo quando cessada a ação desse esforço. Essa propriedade 
está presente nas argilas dentro de determinados limites do teor de umidade, nos 
materiais dúcteis e maleáveis quando submetidos a tensões superiores ao limite de 
elasticidade, nos plásticos quando submetidos a certos níveis de temperatura. 
 
Ductilidade – propriedade relacionada à plasticidade, que permite a um material ser 
transformado em fios quando submetido a esforços de tração. Os metais apresentam 
esta propriedade. 
 
Maleabilidade – propriedade de um material, também relacionada com a plasticidade, 
que permite ser transformado em lâminas mediante a aplicação de esforços de 
compressão. 
 
Tenacidade – capacidade de resistir a impactos, estando relacionada à resistência e à 
deformabilidade. É o contrário da fragilidade. 
 
 
 
A deformação plástica dos materiais cerâmicos na temperatura ambiente é 
praticamente desprezível. Entretanto, alguns monocristais, como o NaCl, MgO e KBr, 
apresentam considerável alongamento plástico quando ensaiados em flexão. Este 
comportamento também aumenta com a elevação da temperatura. Porém, vale 
lembrar que é um comportamento anômalo que ocorre em condições específicas. 
 
 
 
3.2 Propriedades Gerais 
 
Além das propriedades mecânicas, faz-se necessário o conhecimento de outras 
propriedades dos materiais de construção que garantam a aplicabilidade destes e 
indiquem seu comportamento quando expostos à ação de outros agentes externos que 
possam afetar o seu desempenho. 
 
 
 
 
15 
 
Densidade 
 
Densidade – número obtido do quociente entre a massa e o volume de um corpo. Mede 
o grau de concentração de massa por unidade de volume. Geralmente é representada 
pelas unidades: g/cm³, kg/m³, t/m³. 
 
 
Massa Específica 
 
Massa específica – definida da mesma forma que a densidade (massa específica = 
massa/volume), porém referindo-se a um determinado material e não a um objeto. Um 
corpo com determinada densidade pode conter em seu volume materiais diversos com 
massas específicas diferentes. 
 
Densidade Relativa 
 
Densidade relativa – medida da densidade de um corpo considerando-se, no seu 
volume total, o volume dos vazios contidos nele. 
 
Densidade Absoluta 
 
Densidade absoluta – medida da densidade de um corpo considerando-se somente o 
volume do material de que é constituído (volume total menos o volume dos vazios). 
 
 
16 
 
4. MATERIAIS METÁLICOS 
E SUAS LIGAS 
 
Tecnologicamente, definem-se os metais como elementos químicos existentes no 
estado sólido como cristal ou agregado de cristais, caracterizados pelas seguintes 
propriedades: elevadas dureza, resistência mecânica, plasticidade e condutibilidade 
térmica e elétrica. 
 
As estruturas cristalinas da maioria dos metais apresentam a distribuição interna dos 
átomos de acordo com os três tipos de reticulado indicados na Figura abaixo. 
 
 
Figura 18 – Estruturas cristalinas da maioria dos metais 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
 
A metalurgia compreende a ciência dos metais e ligas metálicas e estuda as 
propriedades destes materiais e as mudanças sofridas por estas propriedades 
ocasionadas pelos tratamentos e combinação com outras substâncias a que são 
submetidos. 
 
4.1 CLASSIFICAÇÃO 
 
Uma liga metálica é um produto metalúrgico resultante da combinação ou mistura de um 
metal com outros elementos simples (metais ou não), objetivando a obtenção de 
propriedades especiais. 
 
Os metais e ligas metálicas classificam-se em ferrosos e não ferrosos devido à 
importância do ferro nas mais diversas aplicações da indústria e da Construção Civil. 
 
17 
 
 
Metais ferrosos – são os metais constituídos de 90% de ferro. Os ferrosos mais 
comuns são o aço, o ferro fundido e o ferro laminado. Hoje, na área estrutural, o único 
metal desta natureza é o aço, mas com o teor de carbono limitado a 0,29%. Esse 
cuidado se dá pelo fato de o carbono ser responsável pelo aumento de resistência do 
aço. Teores mais elevados podem causar redução de ductibilidade e soldabilidade. 
Metais não ferrosos – são os metais que nãopossuem em sua composição o ferro ou 
que possuem em pouca quantidade. Esses metais são mais caros, pois são resistentes 
à corrosão, possuem menor resistência mecânica e pior resistência a temperaturas 
elevadas do que o aço carbono. 
 
4.2 OBTENÇÃO 
 
Um dos grandes marcos de desenvolvimento para a sociedade foi, sem dúvida, a 
utilização de metais como utensílios para fabricação de armas. Hoje, este material está 
presente em nosso dia a dia e nas indústrias. Alguns metais encontram-se dentro dos 
minerais e outros no estado puro, tais como o ouro, o cobre nativo e o metal. Para a 
obtenção dos metais, a priori, tem-se a jazida, de onde o minério será extraído e moído; 
após esse processo, este material será fundido. 
 
Fundição é o processo de transformação dos metais para o estado líquido (fundido), 
próprio para sua manipulação, sendo locados em moldes para fabricações diversas, 
conforme figura abaixo. Os metais podem ainda passar por outros processos, tais como 
o de conformação mecânica, ajustes dimensionais, soldagem ou usinagem. 
 
 
 
Figura 19 – Fundição de Metais 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
 
 
18 
 
4.3 APLICAÇÕES 
 
Os metais mais usados na Construção Civil são o aço e o alumínio. O alumínio aparece 
em forma de esquadrias, coberturas, fachadas e acabamentos. O alumínio é um metal 
infinitamente reciclável, apresenta um elevado grau de leveza, exibe qualidade em seu 
acabamento, é muito usado como coletor de energia solar e proporciona conforto 
térmico e acústico (figura 20). 
 
 
 
Fig. 20 – Fachada em Alumínios 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
 
 
Figura 21 – Esquadria em Alumínios 
Fonte: SENAI, 2013. 
Figura 22 –– Cobertura em Alumínios 
Fonte: SXC.HU, 2013. 
 
 
Porém, o alumínio não pode ser utilizado como base estrutural devido ao seu alto custo 
e a sua baixa resistência mecânica quando comparado ao aço, por exemplo, que 
 
19 
 
atende de forma satisfatória às solicitações de tração, visto como vergalhões presentes 
no concreto armado. Veja figura abaixo. 
 
 
 
Figura 23 – Peças em concreto armado 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
Além das vantagens já mencionadas, o aço apresenta outras que o destacam: 
 
§ Maior liberdade nos projetos arquitetônicos; 
§ Maior flexibilidade na construção; 
§ Compatibilidade com outros materiais; 
§ Racionalização de material e mão de obra; 
§ Reciclabilidade; 
§ Alívio de cargas nas fundações, entre outros. 
 
4.4 TRATAMENTOS TERMICOS 
 
Agora que estamos com o conteúdo atualizado sobre os materiais metálicos, vamos 
recapitular seus principais tratamentos térmicos. 
 
Tratamento térmico de metais nada mais é que o conjunto de processos de mudança de 
temperatura (aquecimento e resfriamento) de forma controlada, conforme figura 24, 
tendo como principal função alterar a estrutura do material que, por consequência, 
modificará suas propriedades mecânicas, conferindo-lhes características pré-
determinadas. 
 
 
20 
 
 
 
Figura 24 – Tratamento térmico dos metais 
Fonte: SENAI, 2013. 
4.4.1 Descrição Prática do Tratamento Térmico em Metais 
 
§ Aquecer o metal a certa temperatura, sob certa velocidade; 
§ Manter o metal aquecido a esta temperatura por certo tempo; 
§ Resfriar o metal a certa velocidade para que o mesmo apresente as 
características metalúrgicas e mecânicas desejadas. 
 
 
 
Em peças usinadas, não se deve deixar marcas de usinagem quando destas é 
solicitado elevada resistência mecânica, pois as marcas seriam os pontos mais 
frágeis, tendo como consequência o possível rompimento da peça após o tratamento 
térmico, já que, nas etapas de tratamento descritas no nosso capitulo, fica claro que 
essa fragilidade aumentaria consideravelmente. 
 
 
4.5 PRINCIPAIS ENSAIOS MECÂNICOS 
 
Com o passar do tempo, vários estudos foram feitos no sentido de ampliar a 
funcionalidade dos metais. Para fundamentar esses estudos, foram feitos diversos tipos 
de ensaios para se avaliar as principais propriedades mecânicas, tais como: 
 
§ Resistência; 
§ Elasticidade; 
§ Plasticidade; 
§ Resiliência; 
§ Tenacidade. 
F
 
21 
 
4.5.1 Tipos de Ensaios Mecânicos 
 
Ensaios de Tração – é aplicação de uma carga de tração crescente, em um 
determinado corpo de prova, em uma única direção até a ruptura do mesmo. Nesses 
ensaios, deseja-se medir a variação no comprimento em função da carga aplicada. A 
máquina que fornece esses dados de tração, juntamente com o controlador hidráulico, 
está exposta na figura 25. 
 
 
 
 
Figura 25 – Máquina de ensaio de tração. 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
Ensaios de Compressão – o processo é o mesmo do ensaio de tração, porém este 
tem como objetivo determinar a deformação linear obtida. 
 
 
 
Figura 26 – Máquina de ensaio de Compressão. 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
 
22 
 
Ensaio de Dureza - consiste na impressão de uma pequena marca feita na superfície 
do material, com a ajuda de uma ponte de penetração, por uma máquina normatizada 
(Figura 27). A dureza do metal está relacionada à marca deixada nesta superfície. Em 
um ensaio de dureza simples, quanto menor for a marca, maior será a dureza do 
material para uma mesma carga. 
 
 
 
 
Figura 27 – Máquina de ensaio de Dureza. 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
Ensaio de Torção - Consiste na aplicação de carga rotativa em um corpo de prova 
normalmente cilíndrico. Mede-se o ângulo de deformação em função do momento torsor 
aplicado. Veja a figura abaixo que ilustra a máquina de ensaio de torção. 
 
 
 
 
Figura 28 – Máquina de ensaio de Torção. 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
 
23 
 
Ensaio de Flexão – consiste na aplicação de uma carga crescente num corpo de prova 
em determinados pontos. A carga aplicada parte de um valor inicial igual a zero e 
aumenta lentamente até a ruptura do corpo de prova. Observe a Figura 29. 
 
 
 
 
Figura 29 – Máquina de ensaio de Flexão. 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
 
 
 
 
 
24 
 
5. MATERIAIS POLIMÉRICOS 
 
São os materiais orgânicos macromoleculares, ou seja, possuem estruturas moleculares 
muito grandes, compõem os plásticos e as borrachas. São materiais usados há muitos 
anos, porém seu uso na Antiguidade era somente de polímeros naturais, pois para a 
fabricação de polímeros sintéticos exigem-se processos muito complexos, dominados a 
partir do século XIX, com o avanço nos estudos sobre reações químicas de materiais 
orgânicos. A partir disto, o processo de fabricação deste material vem se aperfeiçoando 
e proporcionando novos materiais plásticos e emborrachados mais econômicos. Estes 
materiais apresentam algumas características importantes: 
 
§ Baixa densidade; 
§ Grande deformabilidade (termoplásticos); 
§ Baixo ponto de amolecimento e fusão; 
§ Baixa resistência; 
§ Baixa dureza; 
§ Resistem bem à degradação por produtos inorgânicos e pouco a produtos 
orgânicos; 
§ Isolante térmico. 
 
Os polímeros são formados a partir de unidades orgânicas chamadas “MEROS”, que se 
repetem sucessivamente ao longo da cadeia, conforme figura ilustrativa. 
 
 
Figura 30 – Cadeia de Polímeros. 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
 
25 
 
5.1 OBTENÇÃO 
 
A obtenção dos polímeros ocorre por meio da polimerização, ou seja, conjunto dos 
monômeros (mono = 1 + meros = repetições) formando a cadeia de monômeros. Nas 
indústrias, a obtenção de polímeros deve ocorrer de forma sintética e prática. Para isso, 
o processo mais indicado é a polimerização, processo de mistura dos monômeros, 
radicais livres e surfactantes na presença de água. Além de um processo rápido, 
apresenta um baixo consumo de energia e boa trabalhabilidadeem temperatura 
ambiente. Este processo está descrito na figura 31. 
 
 
 
 
Figura 31 – Obtenção de Polímeros por emulsão. 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
 
26 
 
5.2 CLASSIFICAÇÃO 
CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS POLIMÉRICOS 
 
QUANTO À OCORRÊNCIA 
 
 Definição Exemplos 
Naturais São polímeros que já existem normalmente na natureza. Celulose, amido, glicogênio. 
Sintéticos 
São polímeros fabricados pelo 
homem a partir de moléculas 
simples. 
Nylon, o polietileno, o PVC. 
QUANTO À NATUREZA DA CADEIA 
 
 Definição Exemplos 
Homogêneas 
Quando o esqueleto da cadeia é 
formado apenas por átomos de 
carbono. 
 
 
 
Heterogêneas 
Quando no esqueleto da cadeia 
existem átomos diferentes de 
carbono 
 
 
 
QUANTO À DISPOSIÇÃO ESPACIAL DOS MONÔMEROS 
 
 Definição 
Táticos Quando as unidades monoméricas dispõem-se ao longo da cadeia polimérica segundo certa ordem, ou seja, de maneira organizada. 
 Exemplos 
 
 
 
 Definição 
Atáticos Quando as unidades monoméricas dispõem-se ao longo da cadeia polimérica. 
 Exemplos 
 
 
27 
 
 
 
Tabela 01 – Classificação de Materiais Poliméricos. 
Fonte: SENAI, 2012. 
 
 
Os polímeros exibem dois tipos de morfologia no estado sólido: amorfo e 
semicristalino. Em um polímero amorfo, as moléculas estão orientadas aleatoriamente 
e estão entrelaçadas. Os polímeros amorfos são, geralmente, transparentes. Nos 
polímeros semicristalinos, as moléculas exibem um empacotamento regular, 
Ordenado em determinadas regiões. 
 
 
 
 
 
QUANTO À ESTRUTURA FINAL DO POLÍMERO 
 
 Definição Exemplos 
Linear Quando a macromolécula é um encadeamento linear de átomos 
 Definição 
Tridimensional Quando a macromolécula se desenvolve em todas as direções 
 Exemplos 
 
 
 
 
28 
 
5.3 COMPORTAMENTO TÉCNICO E MECÂNICO 
 
As propriedades mecânicas dos polímeros estão associadas ao modo como respondem 
às solicitações mecânicas aplicadas (tensão e deformação). A natureza dessa resposta 
depende da estrutura química, temperatura, tempo e condição de processamento dos 
polímeros. 
A avaliação das propriedades mecânicas pode ser realizada de forma estática ou 
dinâmica. A caracterização do comportamento técnico/ mecânico pode ser feito 
atingindo ou não a ruptura do material conforme tabela 02. 
 
 
 
CARACTERIZAÇÃO DA AVALIAÇÃO DAS 
PROPRIEDADES MECÂNICAS 
 
 
COM RUPTURA DO 
MATERIAL 
 
SEM RUPTURA DO 
MATERIAL 
Tensão e Deformação na 
Ruptura; Módulo Elástico; 
Resistência ao impacto; Tensão e Deformação no Escoamento; 
Número de ciclo de vida 
sobre a Fadiga; Tensão Máxima. 
 
 
Tabela 02 – Avaliação das Propriedades Mecânicas dos Polímeros. 
Fonte: SENAI, 2012. 
 
O comportamento mecânico ou dinâmico-mecânico de um material será governado por 
sua viscoelasticidade, que será função do tipo de ensaio e de solicitação aplicados. 
Dependendo da resposta ao estímulo mecânico, o material pode ser classificado como 
elástico ou viscoso. Dentro do comportamento técnico mecânico dos polímeros, 
estudaremos sua classificação simples quanto à plasticidade, que se subdivide em 
termoplástico ou termorrígido, elastômero e fibra, conforme tabela 03. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS POLÍMEROS QUANTO AO COMPORTAMENTO MECÂNICO 
 
PLÁSTICO TERMOPLÁSTICOS 
 
São polímeros sensíveis a efeito de temperatura 
e pressão, sofrendo amolecimento e até 
escoamento, podendo assim, ser facilmente 
conformado nesta situação. A remoção neste 
fator ativo retorna o material ao seu estado 
 
29 
 
sólido, podendo ser remodelado novamente. 
 
TERMORRÍGIDOS 
 
São polímeros que, sujeitos a aplicação de 
temperatura e pressão, também amolecem e 
fluem. A diferença é que este material reage 
quimicamente, formando então, ligações 
primárias. Após se solidificar, este material se 
torna insolúvel, infusível e não pode mais ser 
reciclável. 
 
ELASTÔMEROS 
 
Este material caracteriza-se por ser flexível, pois tem a capacidade de 
se deformar até mais que duas vezes o seu comprimento, retornando 
ao seu tamanho inicial logo após a remoção da força modificadora. 
Geralmente este material apresenta cadeias de baixa densidade e 
boa resistência. 
 
FIBRAS 
 
São materiais de cadeia unidirecional. Isto significa que apresentam 
uma elevada resistência mecânica, podendo ser usados na formação 
de fios. 
 
 
 
Tabela 03 – Classificação dos Polímeros quanto ao comportamento Mecânico. 
Fonte: SENAI, 2012. 
 
 
5.4 PRINCIPAIS ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO 
 
Para a realização dos ensaios de polímeros, é necessário antes identificar sua 
caracterização primordial. Com base nisso, devem ser realizadas as locações usuais 
das funções pretendidas descritas neste capítulo. Com a obtenção sintética de muitos 
polímeros, dentro das indústrias, estes são muitas vezes misturados, chamados de 
blendas para a criação de novos produtos encontrados no mercado. As propriedades 
das blendas derivam, normalmente, das mesmas propriedades dos polímeros de 
origem, mas, em alguns casos, novas propriedades são adquiridas conforme os novos 
produtos. 
 
Os principais ensaios dos polímeros são de caráter mecânico, químico e/ou térmico, 
divididos da seguinte forma: 
 
§ Ensaio Mecânico – tração, dureza, impacto, flexão, compressão; 
§ Ensaio Químico – termogravimetria (TGA), calorimetria exploratória diferencial 
(DSC); 
 
30 
 
§ Ensaio Térmico – infravermelho e análises químicas para identificação de 
materiais poliméricos. 
 
 
 
Figura 32 – Laboratório de Polímeros CIMATEC. 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
5.5 APLICAÇÕES 
 
Os polímeros têm sido cada vez mais solicitados na construção civil devido as suas 
diversas propriedades e eficiência. Neste sentido, eles vêm substituindo alguns 
produtos tradicionais, tais como o aço, madeira e barro. Veremos algumas aplicações 
destes materiais: 
Instalações Hidráulicas Prediais 
 
Os polímeros podem ser usados nas instalações prediais de água, esgoto sanitário, 
captação e condução de águas pluviais. 
 
 
Figura 33 – Sistema PP-R para condução de água quente. 
Fonte: SENAI, 2013. 
F
 
31 
 
Instalações Elétricas 
 
Neste ramo, os polímeros são usados como eletrodutos, para passagem de fios e cabos 
internamente nas paredes das construções. 
 
 
Figura 34 – Eletrodutos a partir de Polímeros. 
Fonte: SENAI, 2013. 
Fechamento de Fachada – esquadrias e portas 
 
 
Figura 35 – Porta Sanfonada a partir de Polímeros. 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
Um polímero bastante conhecido por nós é o PVC. Sua sigla significa Policloreto de 
Vinila. O PVC apresenta diversas vantagens para construção civil, o que explica sua 
 
32 
 
vasta utilização, são elas: a) boa resistência química e térmica b) impede a rápida 
propagação de chama c) pode ser flexível ou rígida. Os perfis de esquadria que 
conhecemos são confeccionados em PVC e alguns tipos particulares de portas e 
persianas também são fabricados com o mesmo material (portas sanfonadas). 
 
Fechamento de cobertura – Telhas 
 
Outro material bastante usual na construção civil é a telha de fibra de vidro, usada para 
fechamento de cobertura. Essa telha também é chamada de fiberglass ou vitrofibra e 
possui siglas GRP ou RP. Suas principais vantagens são: 
 
a) Baixo peso; 
b) Resistência a intempéries; 
c) Facilidade para manutenção; 
d) Boa resistência química; 
e) Baixo custo; 
f) Alta temperatura mecânica, entre outros. 
 
 As telhas plásticas utilizadas atualmente são feitas de policarbonato, fibra de vidro e 
polipropileno. 
 
 
 
Figura 36 – Telha de fibra de vidro a partir de Polímeros. 
Fonte: SENAI, 2013.33 
 
Pisos e Forros 
 
 
Figura 37 – Piso Vinílico a partir de Polímeros. 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
Os pisos vinílicos são derivados do PVC, porém é vendido em forma de placas ou 
mantas adaptáveis a sua aplicação de ambientes internos e externos. Além deste 
material, lembramos ainda do papel de parede, que suporta bem a lavabilidade, é 
econômico e de boa receptividade pelo cliente. Já o forro se apresenta entre a cobertura 
e os ambientes das edificações, funcionando como um excelente isolante térmico e 
acústico, além de bons acabamentos internos. 
Tintas e Vernizes 
 
Hoje em dia, as tintas não servem apenas para fins estéticos, sua principal função é 
proteger o material envolvido. Em suma, é um polimero que tem a consistência viscosa 
e que, posteriormente, forma uma película fina e aderente. As tintas são produzidas 
como emulsões acrílicas estirenadas, e os vernizes são polímeros formados a partir de 
emulsões vinilacrílicas. Esses polímeros apresentam baixo módulo de elasticidade e 
grande resistência a intempéries. 
 
 
Figura 38 – Tintas a partir de Polímeros. 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
34 
 
6. MATERIAIS CERÂMICOS E VIDROS 
 
Vamos relembrar os tipos de materiais que dispomos (Figura 39). Os metais e 
polímeros já foram estudados nos capítulos anteriores, falaremos agora sobre os 
materiais cerâmicos e vidros. 
 
 
 
Figura 39 – Tipos de materiais. 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
O termo cerâmica vem do grego Keramikos, que significa matéria-prima queimada, 
indicando que a otimização das propriedades é atingida por processos em alta 
temperatura (ignição). 
 
Define-se como cerâmico o material inorgânico e não metálico, porém oriundo de 
compostos formados por elementos metálicos e não metálicos, com ligação 
predominantemente iônica ou totalmente iônica. 
 
A maioria dos materiais cerâmicos se enquadra em uma aplicação-classificação com os 
seguintes grupos: vidros, produtos estruturais a base de argila, louças brancas, 
refratários, abrasivos e cimentos. 
 
6.1 MATÉRIAS-PRIMAS 
 
A qualidade de um produto cerâmico está no controle da matéria-prima que entra na 
fábrica. Ao contrário de muitos outros produtos industrializados, a matéria-prima da 
indústria da cerâmica vem da natureza, sem beneficiamento, refinamento ou 
processamento prévio. Exceto a cerâmica avançada possui sua matéria-prima 
industrializada. 
 
As principais matérias-primas minerais utilizadas nos produtos cerâmicos são: 
 
35 
 
 
Para massa – Agalmatolito, argila, bauxito, calcita, caulim, cromita, dolomita, feldspato, 
filito, granito, magnesita, pegmatito, quartzo, serecita, silimanita, talco e wollastonita. 
 
Para vidrados – Calcita, caulim, dolomita, feldspato, quartzo, zirconita, wollastonita. 
 
6.2 CLASSIFICAÇÃO 
 
A figura 40 apresenta, de forma simples, a classificação da cerâmica. Iremos rever de 
forma rápida cada um dos tipos. 
 
 
Figura 40 – Classificação dos materiais cerâmicos. 
Fonte: CALLISTER JR., 2012. 
 
6.2.1 Vidros 
 
Os produtos de vidro são conformados (moldados) a quente quando o material está 
“fundido” (apresentando-se como um material de elevada viscosidade, que pode ser 
deformado plasticamente sem se romper). Exemplos no cotidiano: embalagens, janelas, 
lentes, fibra de vidro. O vidro apresenta as seguintes propriedades: 
 
 
 
Figura 41– Fibra de Vidro. 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
F
 
36 
 
Não ocorre cristalização (ordenação dos íons em uma estrutura cristalina) durante o 
resfriamento. 
 
Quando o líquido é resfriado, aumenta a sua viscosidade (e diminui o seu volume) até 
que o material comece a apresentar o comportamento mecânico de um sólido. 
 
Não existe uma temperatura de fusão cristalina, mas uma temperatura de transição 
vítrea (Tg ). 
6.2.2 Vidrocerâmicas 
 
São vidros inorgânicos transformados, a partir de um estado não cristalino, em um 
estado cristalino através de um tratamento térmico apropriado a altas temperaturas. Os 
materiais vidrocerâmicos foram projetados para possuir as seguintes características: 
 
 
Figura 42 –Vidrocerâmica. 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
a) Resistência mecânica relativamente elevada; 
b) Baixos coeficientes de expansão térmica; 
c) Capacidade de utilização em temperaturas elevadas; 
d) Boas propriedades dielétricas. 
6.2.3 Argila 
 
É, sem dúvida, a matéria-prima cerâmica mais utilizada, devido a sua abundância na 
natureza. Quando misturadas nas proporções corretas, a argila e a água formam uma 
massa plástica muito boa para modelagem; essa peça é seca e posteriormente cozida a 
uma elevada temperatura para melhorar sua resistência mecânica. A maioria dos 
produtos à base de argila se enquadra em duas classificações abrangentes: os produtos 
estruturais e as louças brancas. 
F
 
37 
 
 
 
 
Figura 43– Argila 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
 
 
Você saberia explicar por que a argila, uma vez que tenha sido cozida em uma 
temperatura elevada, perde a sua hidroplasticidade? 
O fenômeno da hidroplasticidade ocorre quando as moléculas de água formam uma 
fina película ao redor das pequenas partículas de argila. Durante o cozimento, essas 
partículas individuais se fundem uma com as outras pelo líquido viscoso que 
preenche o volume dos poros (que era ocupado pela água no estado hidroplástico) 
entre as partículas. 
 
 
6.2.4 Refratário 
 
Os refratários são materiais capazes de suportar altas temperaturas sem perder suas 
propriedades físico-químicas (resistência, condutividade térmica e elétrica). As 
propriedades relevantes destes materiais incluem a capacidade de suportar elevadas 
temperaturas sem se fundir ou se decompor, e a capacidade de permanecer não 
reativos e inertes quando expostos a ambientes severos. Além disso, a habilidade de 
proporcionar isolamento térmico é, com frequência, uma consideração importante. Entre 
outras características: 
 
§ Pouco fundente; 
§ Elevadas temperaturas; 
 
38 
 
§ Pequena vitrificação; 
§ Baixa porosidade; 
§ Alta resistividade térmica. 
 
 
Figura 44 – Tijolos a base de cerâmica refrataria. 
Fonte: SENAI, 2013. 
6.2.5 Abrasivos 
 
As cerâmicas abrasivas são usadas para desgastar, polir ou cortar materiais, que são 
mais moles. Assim sendo, a principal exigência para essa classe é a dureza ou 
resistência ao desgaste. Outra característica importante é um alto grau de tenacidade 
para garantir que as partículas abrasivas não se fraturem com facilidade. Esse material 
é muito utilizado como disco de esmerilhamento, lixamento e polimento. 
 
 
 
Figura 45 – Lixadeira a base de cerâmica abrasiva. 
Fonte: SENAI, 2013. 
6.2.6 Cimentos 
 
A característica especial desse material é que, quando misturado à água, forma uma 
pasta que alcança o processo de pega (mudança do estado de consistência constante 
para consistência crescente) e posteriormente de endurecimento. Esse comportamento 
 
39 
 
é bastante útil no sentido estrutural. Dentro do grupo de cimentos, destaca-se o cimento 
Portland (cimento hidráulico) produzido pela moagem e mistura de argila e de minerais 
que contêm cal em proporções adequadas e, posteriormente, aquecido em um forno 
rotativo, resulta no clínquer, que deve ser moído e adicionado ao gesso para retardar o 
processo de pega. 
 
 
 
Figura 46 – Cimento. 
Fonte: SENAI, 2013. 
6.2.7 Cerâmicas Avançadas 
 
É uma classe de novas cerâmicas, produzidas com matérias-primas artificiais e 
processada sob um rigoroso controle, principalmente sobre sua microestrutura. 
Também são chamadas de “cerâmicas técnicas” ou “cerâmicas finas”. Particularmente, 
as propriedades elétricas,magnéticas, ópticas e as combinações de propriedades 
exclusivas das cerâmicas têm sido exploradas em um novo quadro de produtos 
industrializados. Além disso, são utilizadas em sistema de comunicação por fibras 
ópticas, em sistema microeletromecânicos (MEMS), entre outros. 
 
 
 
 
Figura 47 – Fibra Óptica. 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
 
40 
 
6.3 PROCESSO DE FABRICAÇÃO 
 
Os processos de fabricação empregados pelos diversos segmentos cerâmicos 
assemelham-se parcial ou totalmente. O setor que mais se diferencia quanto a esse 
aspecto é o do vidro, embora exista um tipo de refratário (eletrofundido) cuja fabricação 
se dá através de fusão, ou seja, por processo semelhante ao utilizado para a produção 
de vidro ou de peças metálicas fundidas. Esses processos de fabricação podem diferir 
de acordo com o tipo de peça ou material desejado, conforme esquema da figura 48. De 
modo geral, eles compreendem as etapas de preparação da matéria-prima e da massa, 
formação das peças, tratamento térmico e acabamento. No processo de fabricação, 
muitos produtos são submetidos à esmaltação e decoração. 
 
 
 
Figura 48 – Fabricação de materiais cerâmicos. 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
6.4 PRINCIPAIS ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO 
 
Para os materiais cerâmicos, existem alguns testes que podem determinar cada tipo de 
característica particular do produto, são eles: 
 
§ Verificação de resistência à compressão de blocos cerâmicos e de concreto; 
§ Determinação de absorção de água em materiais cerâmicos e blocos; 
 
41 
 
§ Resistência à flexão de telhas cerâmicas; 
§ Verificação de impermeabilidade em telhas cerâmicas; 
§ Padronização (forma e dimensões) de blocos cerâmicos; 
§ Determinação de absorção de água em telhas cerâmicas; 
§ Padronização (forma e dimensões) de telhas cerâmicas. 
 
42 
 
7. AGLOMERANTES 
 
É todo material geralmente pulverulento, ou seja, em disposição de pó muito fino 
facilmente levado com o vento que, sob forma de pasta, tem a propriedade aglutinante, 
que por natureza junta, reúne, solidificando-se e, posteriormente, endurecendo com o 
passar do tempo.Antes de estudar esse assunto, vamos firmar alguns conceitos 
básicos: 
 
Agregado= materiais “inertes” (granulosos); 
Pasta = aglomerante + água; 
Nata = pasta muito fluida; 
Argamassa = pasta + agregado miúdo; 
Concreto = argamassa + agregado graúdo. 
 
Para caracterizar esse tipo de material, seguiremos 2 tipos principais de classificação, 
quanto à composição e classificação geral, conforme esquema abaixo. 
 
7.1 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À COMPOSIÇÃO 
 
a) Simples - tem na sua composição apenas aglomerante. 
Ex: gesso e cal hidratada. 
 
 
 
Figura 49 – Gesso. 
Fonte: COMMONS WIKIMEDIA, 2013. 
 
 
43 
 
b) Composto – tem na sua composição a adição de outras substâncias de propriedade 
também aglomerante. 
Ex: cimento Portland. 
 
 
 
Figura 50 – Cimento Portland. 
Fonte: SXC.HU, 2013. 
 
c) Aditivado – tem na sua composição adição de produtos com diferentes finalidades. 
Normalmente, adicionado a uma mistura de aglomerante, conforme figura 51. 
Ex: aditivos retardadores de pega. 
 
 
 
Figura 51 – Aplicação de aditivo. 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
7.2 CLASSIFICAÇÃO GERAL: 
 
1) Aéreos – pouco resistentes à ação prolongada da água; utilizáveis em ambientes 
secos. 
Ex: cal, gesso. 
 
2) Hidráulicos – mais resistentes à ação prolongada da água; utilizáveis em ambiente 
externo ou úmidos. 
 
44 
 
Ex: Cimentos Portland 
 
Os aglomerantes têm a função de unir seus componentes e, na presença de água, 
gerar uma pasta que posteriormente pode endurecer. 
 
Pega é o fenômeno físico-químico em que ocorrem as reações químicas e, 
consequentemente, o endurecimento do aglomerante logo que em contato com a água. 
Esse processo segue uma ordem, chamada de tempo, como é descrito na figura 52. 
 
O 1o tempo, chamado de Tempo de Início de Pega (TIP), corresponde ao intervalo de 
tempo decorrido desde o lançamento de água no aglomerante até o instante em que a 
pasta apresenta grande perda de plasticidade. 
 
O 2o tempo, o Tempo de Fim de Pega (TFP), corresponde ao intervalo de tempo 
decorrido desde o lançamento da água no aglomerante até o instante em que a pasta 
perdeu completamente a sua plasticidade.Terminada a fase de pega, tem-se o início da 
fase de endurecimento, que pode durar vários meses caso as condições sejam 
favoráveis (havendo água e aglomerante disponíveis). 
 
 
 
 
 
 
Figura 52 – Esquema de Pega e endurecimento. 
Fonte: SENAI, 2012. 
 
 
 
45 
 
8. AGREGADO 
 
Agregado é o nome dado aos fragmentos de rocha originados de ação mecânica 
promovida pelo homem ou pela natureza. A principal função do agregado é compor a 
mistura de concreto. Como parâmetro, seria cerca de ¾ do volume de concreto. Por 
isso,a qualidade dosagregados temimportância básica na obtenção de um bom 
concreto, exercendo nítida influência não apenas na resistência mecânica do produto 
acabado, como também em sua durabilidade e no desempenho estrutural. A função 
básica é dar volume ao concreto, economizando pasta e minimizando os problemas 
causados pelas retrações da pasta nas argamassas e concretos. 
 
8.1 CLASSIFICAÇÃO DOS AGREGADOS 
 
Os agregados se enquadram em três tipos de classificação: quanto à origem, densidade 
e dimensão. Veremos cada uma dessas. 
 
8.1.1 Classificação quanto à origem 
 
Naturais – são os agregados que não sofrem beneficiamento industrial, ou seja, são 
retirados diretamente da natureza. Exemplo: areia natural e o cascalho. 
Artificiais – são os agregados que sofrem beneficiamento industrial. Exemplo: a pedra 
britada. 
 
 
 
Figura 53 – Areia Natural 
Fonte: SXC.HU, 2013. 
Figura 54 – Pedra britada 
Fonte: SXC.HU, 2013. 
 
 
 
46 
 
 
 
Nos agregados naturais temos sempre a dúvida de que as areias de dunas ou de rios 
são utilizadas na construção civil. Areias de cava de rio são consideradas boas para 
obras devido a sua granulometria e poucas impurezas. Já areias de dunas não são 
utilizadas devido ao alto teor de sódio presente na sua composição. Este sal pode 
reagir com C3A do cimento e formar um elemento expansivo ou corroer a armadura. 
 
8.1.2 Classificação quanto à densidade 
 
Leves – são os agregados que possuem massa unitária menor que 1kg/dm³, muito 
utilizados em concretos leves. Exemplo: a argila expandida. 
Normais – são os agregados que possuem sua massa unitária entre 1 e 2kg/dm³, 
usados em concretos normais. Exemplo: a areia. 
Pesados – são os agregados com massa unitária maior de 2kg/dm³, usados em 
concreto de alto desempenho. Exemplo: a magnetita. 
 
8.1.3 Classificação quanto às dimensões 
 
Antes de determinarmos a classificação quanto às dimensões, precisamos entender 
como é feito o ensaio de grãos, chamado de Ensaio Granulométrico por Peneiramento. 
É um processo de determinação da dimensão dos grãos, resultado do peneiramento de 
uma amostra de solo seca e, por consequência, indicação dos percentuais de cada 
faixa de tamanho. Mas como isso é feito? 
Para execução deste ensaio são utilizadas peneiras de graduação diferentes, que retêm 
grãos de determinados tamanhos, conforme figura abaixo. 
 
 
 
Figura 55 –Peneiras Granulometricas 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
47 
 
 
Estas peneiras recebem a numeração adequada ao tamanho do grão, ou seja, os grãos 
com diâmetro menor que a peneira passa para peneira inferior que, por sua vez, possui 
diâmetro aindamenor. Veja a graduação destas peneiras na figura abaixo. 
 
 
 
Figura 56 – Graduação das peneiras 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
Depois do ensaio, procede-se a determinação dos grãos conforme a classificação 
abaixo: 
 
Graúdos – são agregados que passam na peneira com abertura de 2” (50,8 mm) e 
ficam retidos na peneira de nº 10 (2,0 mm). Exemplo: o cascalho. 
Miúdos – são agregados que passam na peneira nº 10 (2,0 mm) e ficam retidos na 
peneira nº 200 (0,075 mm). Exemplo: a areia natural. 
Enchimento – são agregados que passam pelo menos 65% na peneira nº 200 (0,075 
mm). Exemplo: o cimento Portland. 
 
Em seguida, a equipe de laboratório elabora a curva granulométrica, capaz de 
demonstrar essa classificação de maneira mais simples. Veja um exemplo desta curva. 
 
 
48 
 
 
 
Figura 57 – Curva granulométrica 
Fonte: www.scielo.br 
 
Com base nesta curva, determina-se a seguinte classificação: 
 
 ● Granulometria Contínua – Solo bem graduado. 
 ● Granulometria Descontínua – Solo mal graduado. 
 ● Granulometria Uniforma – Solo uniforme 
 
 
 
Figura 58 – Classificação da curva granulométrica 
Fonte: www.fag.edu.br 
 
A norma que rege a classificação do solo de acordo a sua granulometria é a NBR 
6502/95. 
 
 
 
49 
 
9. ARGAMASSA 
 
Argamassa é uma mistura homogênea de agregado(s) miúdo(s), aglomerante(s) 
inorgânico (s) e água, contendo ou não aditivos ou adições, com propriedades de 
aderência e endurecimento. 
 
Argamassas de cimento e areia com aditivos incorporadores de ar têm sido uma opção 
viável e bastante utilizada. Diversas obras adotam como revestimento de alvenarias 
traço de 1:6 e 1:8 (cimento:areia) com incorporador de ar para reboco externo e interno 
respectivamente. 
 
Vale salientar que essa solução torna a argamassa muito rígida, com pouca 
capacidade de movimentação. Tratando-se de estruturas muito esbeltas, essa 
solução deve ser evitada, devido a maior possibilidade de ocorrer deformações na 
estrutura e, consequentemente, fissuração no revestimento. 
 
9.1 CLASSIFICAÇÃO DA ARGAMASSA 
 
 
CRITÉRIO DE CLASSIFICAÇÃO TIPO 
Quanto à natureza do aglomerante Argamassa aérea; Argamassa hidráulica. 
Quanto ao tipo de aglomerante 
Argamassa de cal; 
Argamassa de cimento; 
Argamassa de cimento e cal; 
Argamassa de gesso; 
Argamassa de cal e gesso. 
Quanto ao número de aglomerantes Argamassa simples; Argamassa mista. 
Quanto à consistência da argamassa 
Argamassa seca; 
Argamassa plástica; 
Argamassa fluida. 
Quanto à plasticidade da argamassa 
Argamassa pobre ou magra; 
Argamassa média ou cheia; 
Argamassa rica ou gorda. 
Quanto à densidade de massa 
da argamassa 
Argamassa leve; 
Argamassa norma; 
Argamassa pesada. 
Quanto à forma de preparo ou 
fornecimento 
Argamassa preparada em obra; 
Mistura semipronta para argamassa; 
Argamassa industrializada; 
Argamassa dosada em central. 
 
Tabela 04 – Classificação das argamassas 
Fonte: ISAIA, 2011. 
 
 
50 
 
A argamassa apresenta algumas finalidades básicas, tais como ligar pedras, regularizar 
superfícies, impermeabilizar e revestir. Tem como principais propriedades boa 
resistência ao esmagamento, poder de aderência e impermeabilidade. Quanto à função, 
a argamassa pode ser para assentamento ou fixação de alvenaria, e também para 
revestimento de parede, tetos e ou pisos, sendo a função de revestimento o nosso foco 
de estudo. 
 
9.1.1 Argamassa de chapisco 
 
É uma argamassa rica em cimento, geralmente 1:1 ou 1:2 (cimento:areia), de 
consistência muito fluida, preparada para ser lançada sobre a superfície do substrato, 
com o objetivo de melhorar a ligação entre o bloco e o emboço. 
 
9.1.2 Argamassa de reboco 
 
É uma argamassa com textura fina e espessura inferior a do emboço. Sua utilização 
deve conferir à camada superficial condições adequadas à pintura da parede, camada 
de acabamento composta na maioria dos casos por selador, massa corrida e tinta, 
sempre nessa sequência. 
 
9.1.3 Argamassa de emboço 
 
É uma camada de argamassa mais grossa e áspera. A rugosidade superficial melhora a 
ligação entre ela e a próxima camada conhecida como reboco, que deve ser dosado 
segundo as condições de agressividade do meio, características e propriedades dos 
materiais empregados. 
 
Para simplificar, veja a figura 59, na qual é identificado cada tipo de argamassa de 
revestimento, aplicado de forma ideal. 
 
 
51 
 
 
 
Figura 59 – Disposição da argamassa como revestimento. 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
52 
 
10. CONCRETO 
 
É a pedra artificial produzida pela mistura de cimento, água e materiais inertes que, 
empregados em estado plástico, endurecem com o passar do tempo devido à 
hidratação do cimento, isto é, sua combinação química com a água. Com o tempo, o 
concreto vai aumentando sua resistência. Serão considerados concretos de massa 
específica normal (ρc) compreendida entre 2000 kg/m3 e 2800 kg/m3. Para efeito de 
cálculo, pode-se adotar para o concreto simples o valor 2400 kg/m3 e para o concreto 
armado 2500 kg/m3. 
 
10.1 PROPRIEDADES MECÂNICAS 
 
Estudaremos as principais propriedades mecânicas do concreto. Essas propriedades 
são definidas a partir de ensaios realizados conforme normas e condições específicas. 
 
10.1.1 Resistência à Compressão 
 
É a característica mecânica mais importante representada por (fc).Todos os ensaios são 
realizados para controle da qualidade e atendimento às especificações técnicas. 
O corpo de prova padrão brasileiro é o cilíndrico 15 cm de diâmetro e 30 cm de altura, e 
apresenta idade de referência de 28 dias para realização dos ensaios. Após ensaio de 
um número muito grande de corpos de prova, podemos gerar Curva Estatística de 
Gauss ou Curva de Distribuição Normal, conforme figura abaixo. Nesta curva, 
encontram-se dois valores de fundamental importância: a resistência média do concreto 
à compressão, (fcm), e resistência característica do concreto à compressão, (fck). 
 
O valor fcm é a média aritmética dos valores de fc para o conjunto de corpos de prova 
ensaiados, e é utilizado na determinação da resistência característica, fck, por meio da 
fórmula fck = fcm − 1,65s. 
 
O desvio-padrão corresponde à distância entre a abscissa de (fcm) e a do ponto de 
inflexão da curva (ponto em que ela muda de concavidade). 
 
 
53 
 
 
 
Figura 60 – Curva Estatística de Gauss. 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
Para construir este gráfico, é necessário antes resultados de diversos corpos de prova; 
após estes ensaios, os resultados são analisados por uma equipe especializada.O valor 
1,65 que aparece na formula corresponde a apenas 5% dos corpos de prova deste 
ensaio, que possuem (fc)<(fck), ou ainda 95% dos corpos de prova possuem (fc) ≥ (fck). 
 
Portanto, pode-se definir (fck) como sendo o valor da resistência que tem 5% de 
probabilidade de não ser alcançado, em ensaios de corpos de prova de um determinado 
lote de concreto. 
 
Nas obras, devido ao pequeno número de corpos de prova ensaiados, calcula-se fck. 
 
10.1.2 Resistência à tração 
 
O ensaio de tração se apresenta em três formas: 
 
Tração direta (fct) 
 
Aplica-se tração axial até a ruptura em corpos de prova de concreto simples. A seção 
central é retangular, medindo 9 cm por 15 cm, e as extremidades são quadradas, com 
15cm de lado. 
 
 
54 
 
 
 
Figura 61 – Tração direta. 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
Tração na compressão diametral (fct,sp) 
 
Para a sua realização, um corpo de prova cilíndrico de 15 cm por 30 cm é colocado com 
o eixo horizontal entre os pratos da prensa, sendo aplicada uma forçaaté a sua ruptura 
por tração indireta (ruptura por fendilhamento). 
 
 
 
Figura 62 – Tração na compressão diametral. 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
 
 
55 
 
Tração na flexão (fct,f) 
 
 
 
Figura 63 – Tração na flexão. 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
Para a realização deste ensaio, um corpo de prova de seção prismática é submetido à 
flexão, com carregamentos em duas seções simétricas até a ruptura. O ensaio também 
é conhecido por “carregamento nos terços”, pelo fato de as seções carregadas se 
encontrarem nos terços do vão. 
 
Relações entre os resultados dos ensaios 
 
Como os resultados obtidos nos dois últimos ensaios são diferentes dos relativos ao 
ensaio de referência de tração direta, há coeficientes de conversão: 
 
fct, = 0,9 fct,spoufct, = 0,7 fct,f 
 
10.1.3 Módulo de Elasticidade 
 
A relação entre tensão e deformação, para determinados intervalos, pode ser 
considerada linear (Lei de Hooke). 
 
 
 
 
Quando não forem feitos ensaios e não existirem dados mais precisos sobre o concreto, 
para a idade de referência de 28 dias, pode-se estimar o valor do módulo de 
elasticidade inicial usando a expressão abaixo. Eci e fck são dados em MPa. 
σ = E ε 
σ = a tensão, 
ε = a deformação específica 
E = o Módulo de Elasticidade 
 
56 
 
 
Eci = 5600 fck1/2 
 
Coeficiente de Poisson 
 
Quando uma força uniaxial é aplicada sobre uma peça de concreto, resulta em uma 
deformação longitudinal na direção da carga e, simultaneamente, uma deformação 
transversal com sinal contrário. 
 
A relação entre a deformação transversal e a longitudinal é denominada coeficiente de 
Poisson e indicada pela letra ν. Para tensões de compressão menores que 0,5 fc e de 
tração menores que fct, pode ser adotado ν = 0,2. 
 
 
 
Figura 64 – Deformação em referência ao coeficiente de Poisson. 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
 
 
57 
 
11. TRAÇOS DE CONCRETO 
E ARGAMASSA 
 
11.1 TRAÇO DE ARGAMASSA 
 
Traço é a relação, em volume, entre os elementos que compõem a argamassa, ou seja, 
entre os aglomerados e o agregado miúdo. O processo decorre das relações entre os 
volumes aparentes e os volumes reais dos componentes e a quantidade de água de 
amassamento. Segue o passo a passo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Volumes reais de alguns materiais importantes no traço 
 
MATERIAL VOLUME REAL 
 
Cal em pasta 1,00 m3 
Cimento 0,47 m3 
Areia fina 0,50 m3 
Brita 0,50 m3 
Areia média 0,55 m3 
Areia grossa 0,60 m3 
 
Tabela 05 – Relação Material e Volume Real. 
Fonte: SENAI, 2012. 
 
1. Pesos específicos dos 
materiais componentes 
principais: 
 
 - Cimento: 1400 kg/m³ 
 - Cal em pasta: 1300 kg/m³ 
 - Cal viva (em pedra): 1200 kg/m³. 
 
2. Outras relações importantes: 
 
a) 1 m³ de cal viva produz 1,5 m³ de cal em pasta. 
b) 1m³ de cal viva = 1200 kg e equivale 800 kg de cal em 
pasta. 
c) Quantidade média de água por traço: 0,15 do Vol. Ap. 
 
 
58 
 
EXEMPLOS DE CÁLCULOS 
 
Calcular a quantidade dos materiais integrantes de 1m³ de argamassa 1 Ca em pasta x 
3 em areia fina (1:3). 
 
Vol aparente Vol real 
1 m³ de cal em pasta 1,0 m³ 
+ 3 m³de areia fina (3x0,50) 1,5 m³ 
4 m³ Água 0.15 x4 0,6 m³ 
 3,1 m³ + 
 
Cálculo das quantidades dos materiais 
 
Cal em pasta:1/3,1 = 0,323 m³0,323m³ x1300kg/m³ = 419 kg 
cal viva: 0,323 m³ x 800 kg/m³ = 258 kg 
Areia fina: 3/3,1 = 0,968 m³. 
Água: 0,6/ 3,1 = 0,193 m³ = 193l. 
 
11.2 TRAÇO DE CONCRETO 
 
É a relação, em volume, entre o cimento, o agregado miúdo (areia grossa lavada) e o 
agregado graúdo (brita,pedregulho, cascalho). Ex. 1:4:8 
 
 Critério para fixação da resistência de dosagem: 
 
Fixar a condição característica da obra pela resistência do concreto fck, estipulado no 
concreto, na idade “f” dias, definida na fórmula abaixo. 
 
Fcj = Fck + 1,65 Sd 
 
Onde Sd é o desvio padrão definido da seguinte forma: 
 
Fck 10 á 80MPa = Sd 4,0 Mpa 
Fck 10 á 20MPa = Sd 5,5 Mpa 
Fck 10 á 15MPa = Sd 7,0 Mpa 
 
 
 
59 
 
 
A composição do traço é definida da seguinte forma: 
 
1 : X : A : B 
 
1 – Cimento X – Água A – Areia B – Brita 
 
O fator água/cimento X é determinado em função da resistência média aos 28 dias, 
conforme tabela 06. 
 
Fator água / cimento (x) 
Para cimento portland tipo I 
Resistência média aos 28 dias (ƒcm) 
Kgƒ/cm2 MPa 
 
0,37 450 45 
0,40 400 40 
0,45 350 35 
0,50 300 30 
0,55 250 25 
0,60 220 22 
0,65 200 20 
0,70 175 17,5 
0,75 150 15 
0,80 130 13 
0,90 100 10 
 
Tabela 06 – Determinação do fator água/cimento. 
Fonte: SENAI, 2012. 
 
 Consumo de Cimento 
 
O consumo de cimento C (kg de cimento por m³ de concreto) pode ser calculado pela 
seguinte fórmula: 
 
1000 – 1,5% = C * ( 1/mc+ X/mx + A/mA + B/mB) 
 
A parte da esquerda corresponde a 1000 litros menos 1,5% de ar em volume 
normalmente incorporado na mistura. Lembrando que, na fórmula, deve-se utilizar a 
massa específica e não a massa aparente. Para isso, vamos descrever cada massa 
específica: 
 
Mc = massa específica do cimento = 3,125 kg/l 
Mx = massa específica da água = 1 kg/l 
 
60 
 
MA = massa específica da areia = 2,60 kg/l 
MB = massa específica da brita = 2,75 kg/l 
 
Fórmula para determinação das massas dos agregados em função de X. 
 
Massa de agregado para 
1kg de cimento 
Tipo de concreto para colocação com vibrador 
Sem aditivo Com aditivo 
Brita (B) 0,5. x y 
0,55. x 
 y 
Areia (A) 0,5. x - 1 y 
0,45. x - 1 
 y 
 
Tabela 07 – Determinação da massa de agregado. 
Fonte: Autor 
 
 
Relação Peso da Água e Peso dos Sólidos 
 
Diâmetro máximo do 
agregado dmax 
Concreto 
sem aditivo com aditivo 
19 mm 9% 8% 
25 mm 8,5% 7,5% 
 
Tabela 08 – Peso da Água x Peso de Sólidos. 
Fonte: SENAI, 2012. 
 
 
EXEMPLO: Calcular um traço em peso sem aditivo plastificante com as seguintes 
características: 
 
Fck = 20Mpa e Dmáx. = 19mm 
 
Resolução: 
 
Fcj = 20+ 1,65* 4,0 = 26,5 Mpa 
 
Com o valor da resistência média, pode-se determinar o valor de X através da tabela 06. 
Como não há o valor de 26,6 Mpa, deve-se fazer uma interpolação para se economizar 
cimento nos valores entre 25 e 30 Mpa. 
 
(30-25) / (0,50-0,55) = (30-26,5) / (0,50-X) = X = 0,535. 
 
 
61 
 
Com o Dmáx. = 19mm Y = 9% = 0,09. 
 
Assim sendo, segundo a tabela 08, determinamos os agregados: 
 
A =0,5 * ( X/Y) – 1 = 0,05 * ( 0,535/0,009) – 1 = 1,97 
 
B = 0,5 * (X/Y) = 0,5 * ( 0,535/0,009) = 2,97 
 
Traço solicitado: cimento – areia – brita 
 
1 : 1,97 : 2,97 
 
 
 
62 
 
12. CRITÉRIOS DE DOSAGEM 
 
Devem ser determinados os seguintes itens: 
 
Cálculo da resistência de projeto fcdj; 
Determinação das britas a serem usadas. 
 
Para uso em concreto armado, as britas comuns são “brita 2” (Dmáx. = 25mm) e “brita 
1” (Dmáx. = 19mm). Verifica-se, portanto, se é possível a utilização da brita 2 de acordo 
com as limitações vistas anteriormente. 
 
Se for viável o uso da brita 2, usa-se uma mistura das duas britas, com a finalidade de 
obter a máxima compacidade (menor quantidade de vazios), minimizando o custo do 
concreto. A metodologia para esse uso é descrita a seguir. 
 
Pelo método previsto na NBR 7810, para determinação da Massa Unitária no estado 
compactado seco, testam-se diversas misturas entre os dois tamanhos de britas até 
encontrar a proporção de maior densidade. 
 
Para tal, é separado 30Kg de brita 2 em um recipiente predeterminado,obtendo-se a 
massa unitária no estado compactado. Prossegue-se, então, fazendo “interações” com 
o aumento em cada uma delas de 10% de brita 1, obtendo-se proporções 90/10, 80/20, 
70/30 e assim por diante. 
 
Ao longo do crescimento da proporção da brita 1, a massa unitária compactada deve 
aumentar até a estabilização (ponto que significa que não adianta mais aumentar a 
quantidade de brita 1), sendo assim, a proporção ideal de mistura entre as duas 
graduações de brita. 
 
A fase experimental parte do princípio de que são necessários três pontos para poder 
montar o diagrama de dosagem, que relacionam a resistência à compressão, relação 
a/c, traço e consumo de cimento. 
 
Para determinar esse diagrama, inicia-se o estudo usando três traços bem 
representativos: 
 
 
63 
 
Traço base = 1:5 (1Kg de cimento para cada 5Kg de agregados secos) 
Traço rico = 1: 3,5 
Traço pobre = 1:6,5 
 
Para determinar, dentro do peso dos agregados, quanto será de agregado graúdo 
e quanto de miúdo, precisa-se saber o “teor ideal de argamassa”, já estudado. 
 
 
 
64 
 
13. OUTROS MATERIAIS 
 
MADEIRA 
 
Na condição de material de construção, as madeiras incorporam todo um conjunto de 
características técnicas, econômicas e estéticas que dificilmente se encontram em outro 
material existente. Assim, este material apresenta: 
 
§ Resistência mecânica tanto a esforços de compressão como aos esforços de 
tração na flexão (foi o primeiro material de construção a ser utilizado tanto em 
colunas como em vigas); 
§ Tem resistência mecânica elevada, superior ao concreto, com a vantagem do 
peso próprio reduzido; 
§ Resiste excepcionalmente a choques e esforços dinâmicos. Apresenta boas 
características de isolamento técnico e absorção acústica; 
§ Tem facilidade de afeiçoamento e simplicidade de ligações: pode ser trabalhado 
como ferramentas simples; 
§ Em seu estado natural, apresenta finalidade de padrões estéticos e decorativos. 
 
TINTAS 
 
As tintas, que são os produtos mais usados para proteger materiais, são constituídas 
essencialmente de uma suspensão de partículas opacas (pigmentos) em veículos 
fluidos. A principal função das partículas é cobrir e decorar a superfície; a do veiculo, 
aglutinar as partículas e formar um película de proteção. A composição básica das tintas 
é formada pela resina, pigmentos, solvente e aditivos, que funcionam da seguinte 
maneira: 
 
Resina - é responsável pela fixação da tinta no local onde esta é aplicada. Ao fazer 
uma analogia com o concreto, a resina, em relação à tinta, tem a mesma função do 
aglomerante. A tinta tem como veículo as resinas; 
 
Pigmentos - são responsáveis pela cobertura, rendimento, coloração e volume; 
 
Solvente - é responsável pela solubilização dos componentes, pela viscosidade e pelo 
tempo de secagem das tintas; 
 
65 
 
 
Aditivos - são responsáveis pela correção e melhoria das tintas, proporcionando 
características especiais a esta. Os aditivos atuam na condição de produção, 
armazenamento, aplicação e vários outros, os quais serão citados a seguir. 
 
VERNIZES 
 
Como já vimos, os vernizes são polímeros, que se apresentam em forma de óleos ou 
solventes. Os dois tipos principais são: 
 
Vernizes à base de óleo – apresentam em sua composição resina e óleo secativo; 
Vernizes à base de solventes – são convertidos em película útil após a evaporação 
do solvente. 
 
Além desses, a fabricação de vernizes tem ampliado bastante suas propriedades 
conforme necessidade do mercado. Veja mais alguns: 
 
 
Verniz sintético plástico – é aplicado para impedir a ação de resinas provenientes 
de madeiras tropicais sobre o filme da tinta. Indicado para madeiras resinosas; 
 
Preservativos ou fungicidas – são vernizes aplicados para proteção de ataques de 
microrganismos, cupins e traças; 
 
Verniz poliuretano com filtro solar mono componente fosco e solvente 
alifático – é aplicado como acabamento do sistema de pintura, em superfícies 
externas e internas; 
 
 Verniz poliuretano sem filtro solar mono componente fosco e solvente 
alifático – é aplicado como acabamento do sistema de pintura em superfícies internas; 
 
 Verniz poliuretano com filtro solar mono componente brilhante e solvente 
alifático – é aplicado como acabamento do sistema de pintura, em superfícies 
externas e internas. 
 
 
 
66 
 
 
 
CONTROLE TECNOLÓGICO DOS MATERIAIS 
 
São os serviços que garantem a qualidade do material de forma satisfatória ao cliente e 
atendendo às normas de exigência. 
 
A execução de uma obra demanda inicialmente a escolha de materiais adequados, que 
devem atender as especificações vigentes, as quais determinam os índices mínimos de 
qualidade necessários. 
 
Estes materiais devem ser escolhidos levando-se em consideração as razões técnicas, 
econômicas, ambientais e também a estética (beleza exterior), sendo que, do ponto de 
vista técnico, eles devem atender principalmente aos seguintes aspectos: 
 
§ Resistência solicitada (compressão, tração, flexão, cisalhamento, torção); 
§ Trabalhabilidade, que responde pela facilidade de manusear; 
§ Durabilidade, que está relacionada com aspectos tais como obras temporárias e 
definitivas; 
§ Higiene que se torna hoje mais importante, envolvendo o ser humano e o meio 
ambiente. 
 
Os serviços desenvolvidos por empresas de controle tecnológico são basicamente: 
estudo de dosagem de concretos e argamassas, acompanhamento dos serviços de 
concretagem, moldagem de corpos de prova, extração de testemunhos, realização de 
ensaios, entre outros. As normas que auxiliam a análise e aceitação do concreto, tanto 
no estado fresco quanto endurecido são: 
 
NBR 7223: Determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone – método 
de ensaio (“SLUMP TEST”); 
 
NBR 5739 (1994): Concreto - Ensaio de compressão de corpos de prova cilíndrico; 
 
NBR 12655 (1996): Concreto – Preparo, controle e recebimento; 
 
NBR 12654: Ensaios que caracterizam os materiais, como massa específica, 
granulometria etc. 
 
67 
 
RECAPITULANDO 
 
No primeiro capítulo, fizemos uma abordagem sobre o tipos de materiais; no capítulo 2, 
verificamos a ampla diversidade dos materiais utilizados na Construção Civil de acordo 
com as necessidades abordadas. Vimos também as várias classificações destes 
materiais, quanto a sua origem, composição química e aplicação dos mesmos. 
 
O capitulo 3 descreve de maneira clara as principais características e propriedades dos 
materiais, além de discorrer sobre a importância de ter esses conceitos ou, pelo menos, 
entender os grupos aos quais cada material pertence. Assim sendo, daremos 
continuidade ao nosso programa. 
 
Estudamos, ainda, no quarto capítulo, a definição do metal, como sendo elemento 
químico existente no estado sólido como cristal ou agregado de cristais. Analisamos 
suas estruturas cristalinas e suas classificações, como materiais ferrosos e não 
ferrosos, seguido de alguns exemplos. Relembramos também a forma de obtenção dos 
materiais: a priori, encontram-se nas jazidas, de onde o minério é extraído e moído 
para, após esse processo, ser fundido. Vimos ainda sua aplicação no âmbito da 
Construção Civil. Para fechar o capítulo, vimos as formas de tratamento térmico e seus 
principais ensaios voltados para propriedades mecânicas. 
 
No capítulo 5, relembramos a definição, função e classificação dos polímeros. 
Relembramos suas aplicações na Construção Civil, na parte de instalações elétricas e 
hidráulicas, no uso de telhas, papéis de paredes e telhas a base de polímeros. Vimos 
seus principais comportamentos técnicos

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