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O autor do caderno de estudos é o prof. M. S. Gabriel Pereira Gonçalves, brasileiro, natural do Rio de Janeiro (RJ), Mestre em Engenharia Civil pela UENF (2011), Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho (Redentor, 2009), Bacharel em Engenharia Civil (Redentor 2008). Professor do Centro Universitário Redentor desde 2010 na modalidade presencial, na modalidade à distância, desde 2015. É coordenador e professor do curso técnico de nível médio em Edificações do Centro de Ensino Técnico Redentor (CETER). Já ministrou as disciplinas de Cálculo1, Cálculo 2, Mecânica Geral, Mecânica Aplicada, Sistemas Isostáticos, Materiais de Construção, Engenharia de Segurança do trabalho, Equipamentos, Sistemas Estruturais e Estruturas de aço e madeira. É Inspetor Regional do CREA- RJ (Representante em Porciúncula-RJ). Trabalha na área da construção civil, prestando serviços a empresas privadas e prefeituras como engenheiro civil, elaborando orçamentos, vistorias, laudos, parecer técnico, entre outros. Gabriel Pereira Gonçalves Sobre o autor Apresentação Olá querido aluno (a), seja muito bem-vindo (a) ao espaço de estudo da Disciplina de Materiais de Construção I! Nas disciplinas de materiais de construção (I e II) você irá conhecer os principais materiais de construção utilizados para os diversos tipos de obras, bem como suas principais características, como é feita sua fabricação, quais são as suas principais propriedades e os fatores que interferem na escolha do material mais adequado. Neste período, em Materiais de Construção I, você irá estudar os seguintes conteúdos: Introdução ao Estudo dos Materiais usados nas construções, Metais e ligas metálicas, Madeira, Materiais cerâmicos, Vidros, Polímeros, Tintas e Vernizes e Materiais recicláveis. Embora seja uma disciplina muito “teórica”, espero que você se aprofunde nos assuntos que serão abordados, pois estes fornecerão subsídios para sua atuação profissional. Bons estudos! Objetivos Ao final desta disciplina, o aluno deverá conhecer as principais propriedades físicas e mecânicas dos seguintes materiais de construção: Metais e ligas metálicas, madeiras, materiais cerâmicos e betuminosos, tintas e vernizes, vidros, polímeros e uso de materiais recicláveis na construção. Deverá também diferenciar: Tipos de usos, fabricação, classificação, principais ensaios físicos e mecânicos, comportamento, dentre outros. Este caderno de estudos tem como objetivos: Apresentar os metais e as ligas metálicas, suas estruturas cristalinas e diagramas de fase, propriedades e os tipos de corrosão. A compreensão dos tipos de ensaios mecânicos e físicos em diversos corpos de prova metálicos. Diferenciação de ferro, gusa e aço; Apresentar os tipos de aços utilizados em concretos, sua fabricação, tratamentos; Apresentar as vantagens e desvantagens do uso da madeira na construção civil. Classificar os tipos de madeira, o seu beneficiamento, secagem e preservação; Apresentar os materiais cerâmicos, vidros, polímeros, materiais betuminosos, tintas e vernizes; Apresentar: Instrumentos e equipamentos, normas e especificações. Ensaios físicos e mecânicos: madeira, aços, materiais cerâmicos. Reciclagem de materiais. Sumário AULA 1 - INTRODUÇÃO A MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO 1 INTRODUÇÃO A MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO ....................................................... 17 1.1 Introdução ....................................................................................................... 17 1.2 Escolha do material de construção .............................................................. 18 1.2.1 Condições de ordem técnica ................................................................. 19 1.2.2 Condições de ordem econômica .......................................................... 19 1.2.3 Condições de ordem estética ................................................................ 19 1.2.4 Condições de ordem ambiental ............................................................ 19 1.3 Classificação ................................................................................................... 20 1.4 Propriedades ................................................................................................... 23 1.4.1 Propriedades físicas ................................................................................... 23 1.4.2 Propriedades mecânicas ......................................................................... 24 1.4.3 Demais propriedades mecânicas........................................................... 25 1.5 Esforços solicitantes ........................................................................................ 26 1.6 Normas técnicas vigentes .............................................................................. 27 AULA 2 - METAIS E LIGAS METÁLICAS I 2 METAIS E LIGAS METÁLICAS I .................................................................................... 37 2.1 Introdução ....................................................................................................... 37 2.2 Definição .......................................................................................................... 38 2.3 Obtenção dos metais ..................................................................................... 38 2.4 Composição dos metais................................................................................. 39 2.5 Diagrama de fases .......................................................................................... 41 2.6 Principais propriedades .................................................................................. 43 2.6.1 Aparência ................................................................................................... 43 2.6.2 Densidade .................................................................................................. 43 2.6.3 Dilatação e condutividade térmica ...................................................... 43 2.6.4 Condutibilidade elétrica .......................................................................... 44 2.6.5 Dureza ......................................................................................................... 44 2.6.6 Maleabilidade e ductilidade ................................................................... 45 2.6.7 Resistência à tração ................................................................................. 46 2.6.8 Resistência ao choque ............................................................................. 55 2.6.9 Durabilidade ............................................................................................... 56 AULA 3 - METAIS E LIGAS METÁLICAS II 3 METAIS E LIGAS METÁLICAS II ................................................................................... 65 3.1 Introdução ....................................................................................................... 65 3.2 Proteção contra o fogo .................................................................................. 65 3.3 Corrosão .......................................................................................................... 67 3.3.1 Classificação .............................................................................................. 70 3.3.2 Principais meios corrosivos ....................................................................... 80 3.3.3 Os fatores que influenciam a corrosão .................................................. 81 3.3.4 Formas físicas da corrosão ....................................................................... 82 3.3.5 Proteção contra a corrosão .................................................................... 85 AULA 4 - METAIS E LIGAS METÁLICAS III 4 METAIS E LIGASMETÁLICAS III .................................................................................. 95 4.1 Introdução ....................................................................................................... 95 4.2 Alumínio ........................................................................................................... 95 4.3 Cobre ............................................................................................................... 96 4.4 Chumbo ........................................................................................................... 97 4.5 Estanho ............................................................................................................. 98 4.6 Zinco ................................................................................................................ 98 4.7 FERRO................................................................................................................ 99 4.7.1 Elementos adicionados ao aço ............................................................ 100 4.7.2 Produtos à base de ferro ........................................................................ 101 AULA 5 - METAIS E LIGAS METÁLICAS IV 5 METAIS E LIGAS METÁLICAS IV ............................................................................... 110 5.1 Introdução ..................................................................................................... 110 5.2 Fabricação do aço ....................................................................................... 110 5.2.1 Processos de fabricação ........................................................................ 112 5.2.2 Tratamentos térmicos .............................................................................. 113 5.2.3 Tratamentos termoquímicos .................................................................. 114 5.3 Aços para concreto armado e protendido ................................................ 115 5.3.1 Aços encruados por tração................................................................... 115 5.3.2 Aços encruados por torção ................................................................... 116 5.3.3 Nomenclaturas......................................................................................... 116 5.3.4 Aderência ................................................................................................. 121 5.3.5 Aços para concreto protendido ........................................................... 122 5.3.6 Telas soldadas .......................................................................................... 122 5.3.7 Exercícios ................................................................................................... 123 AULA 6 - MADEIRA PARA A CONSTRUÇÃO CIVIL 6 MADEIRA PARA A CONSTRUÇÃO CIVIL I ............................................................... 132 6.1 Introdução ..................................................................................................... 132 6.2 Utilização da madeira .................................................................................. 133 6.3 Origem, classificação e produção das madeiras ..................................... 136 6.3.1 Estrutura e crescimento das árvores ..................................................... 137 6.3.2 Identificação e classificação das madeiras pelo uso ....................... 139 6.3.3 Produção das madeiras ......................................................................... 141 6.3.4 Tipos de madeira de construção .......................................................... 142 6.4 Propriedades físicas da madeira ................................................................. 143 6.4.1 Características físicas .............................................................................. 143 AULA 7 - MADEIRA PARA A CONSTRUÇÃO CIVIL II 7 MADEIRA PARA A CONSTRUÇÃO CIVIL II .............................................................. 147 7.1 Introdução ..................................................................................................... 147 7.2 Propriedades mecânicas ............................................................................. 147 7.2.1 Resistência à compressão em peças de madeira ............................ 148 7.2.2 Resistência à tração ............................................................................... 149 7.2.3 Resistência à flexão ................................................................................. 150 7.2.4 Resistência ao cisalhamento ................................................................. 151 7.3 Defeitos e durabilidade das madeiras ........................................................ 152 7.4 Recomendações para armazenamento .................................................... 155 7.5 Espécies de madeiras nacionais utilizadas ................................................ 156 7.6 Sustentabilidade da madeira na construção civil ..................................... 156 7.6.1 Cuidados necessários na escolha da madeira .................................. 160 7.7 Referências normativas da ABNT ................................................................. 160 AULA 8 - ENSAIOS/ATIVIDADES E EXERCÍCIOS PARA V1 8 ENSAIOS/ATIVIDADES E EXERCÍCIOS PARA V1 ..................................................... 169 8.1 Práticas V1 ..................................................................................................... 169 8.1.1 Introdução ................................................................................................ 169 8.1.2 Objetivo ..................................................................................................... 169 8.1.3 Proposta .................................................................................................... 169 8.1.4 Procedimentos dos ensaios.................................................................... 170 8.2 Proposta de atividade prática ..................................................................... 171 8.3 Exercícios padrão enade (V1) ..................................................................... 173 AULA 9 - MATERIAIS CERÂMICOS I 9 INTRODUÇÃO – MATERIAIS CERÂMICOS I ............................................................. 185 9.1 Argila como material de construção .......................................................... 187 9.1.1 Constituição e classificação das argilas .............................................. 188 9.1.2 Principais propriedades das argilas ...................................................... 189 9.1.3 Caracterização da argila ...................................................................... 194 9.2 Fabricação de produtos cerâmicos ............................................................ 195 9.3 Produtos cerâmicos para a construção civil .............................................. 196 AULA 10 - MATERIAIS CERÂMICOS II 10 INTRODUÇÃO – MATERIAIS CERÂMICOS II ............................................................ 203 10.1 Tijolos .............................................................................................................. 203 10.1.1 Tijolo de barro cru .................................................................................. 204 10.1.2 Tijolo cerâmico cozido maciço ........................................................... 205 10.1.3 Tijolo cerâmico furado .......................................................................... 207 10.1.4 Tijolo laminado ....................................................................................... 211 10.1.5 Tijolo refratário ........................................................................................ 211 10.1.6 Tijolo de vidro .......................................................................................... 212 10.1.7 Tijolosde solo-cimento .......................................................................... 212 10.1.8 Blocos de concreto ............................................................................... 212 10.1.9 Paredes de blocos cerâmicos ............................................................. 213 10.2 Armazenamento de blocos cerâmicos ...................................................... 215 10.3 Telhas.............................................................................................................. 216 10.3.1 Classificação das telhas cerâmicas ................................................... 217 10.3.2 Tipos de telhas cerâmicas .................................................................... 217 10.3.3 Telha francesa ........................................................................................ 217 10.3.4 Telha colonial .......................................................................................... 218 10.3.5 Telhas derivadas da colonial ............................................................... 219 10.3.6 Telhas não cerâmica ............................................................................. 221 10.4 Impermeabilização das telhas cerâmicas ................................................. 222 10.5 Pastilhas cerâmicas ...................................................................................... 223 10.5.1 Manilhas .................................................................................................. 223 AULA 11 - MATERIAIS CERÂMICOS III 11 INTRODUÇÃO – MATERIAIS CERÂMICOS III ........................................................... 234 11.1 Ladrilhos e pisos cerâmicos ......................................................................... 234 11.2 Azulejos .......................................................................................................... 241 11.3 Outros revestimentos cerâmicos ................................................................. 241 11.4 Patologias em revestimentos cerâmicos .................................................... 242 11.5 Louças ............................................................................................................ 243 11.6 Refratários ...................................................................................................... 244 AULA 12 - TINTAS E VERNIZES 12 INTRODUÇÃO – TINTAS E VERNIZES ........................................................................ 252 12.1 Características do produto .......................................................................... 253 12.1.1 Definição ................................................................................................. 253 12.1.2 Função ..................................................................................................... 255 12.1.3 Qualidade das tintas, vernizes e complementos .............................. 255 12.2 Tintas usadas na construção civil ................................................................ 256 12.2.1 Linha acrílica ........................................................................................... 256 12.2.2 Linha pva ................................................................................................. 257 12.2.3 Linha esmalte .......................................................................................... 258 12.2.4 Linha epóxi .............................................................................................. 259 12.2.5 Tintas betuminosas e vernizes ............................................................... 260 12.2.6 Pinturas usuais ......................................................................................... 261 12.3 Preparo de superfícies e aplicação da tinta .............................................. 262 12.4 Principais defeitos em pintura ...................................................................... 264 12.4.1 Descascamento ..................................................................................... 264 12.4.2 Desagregamento .................................................................................. 265 12.4.3 Eflorescência .......................................................................................... 265 12.4.4 Saponificação ........................................................................................ 265 12.4.5 Fissuras ..................................................................................................... 265 12.4.6 Manchas de pingos de chuva ............................................................ 265 12.4.7 Bolhas ....................................................................................................... 266 12.4.8 Defeitos em pintura sobre madeira .................................................... 266 AULA 13 - VIDROS 13 INTRODUÇÃO – VIDROS.......................................................................................... 275 13.1 Características gerais e produção ....................................................... 276 13.2 Propriedades ................................................................................................. 278 13.2.1 Densidade ............................................................................................... 278 13.2.2 Dureza e resistência à abrasão ........................................................... 279 13.2.3 Resistência mecânica ........................................................................... 279 13.2.4 Outras propriedades ............................................................................. 280 13.3 Classificação dos vidros ............................................................................... 281 13.3.1 Tipos de vidros ........................................................................................ 282 13.3.2 O vidro float ............................................................................................ 283 13.3.3 Vidro impresso ........................................................................................ 284 13.3.4 Espelho .................................................................................................... 284 13.3.5 Vidro temperado ................................................................................... 285 13.3.6 Vidro aramado ....................................................................................... 285 13.3.7 Vidro laminado ....................................................................................... 286 13.3.8 Vidro refletivo .......................................................................................... 287 13.3.9 Vidro multilaminado .............................................................................. 287 13.3.10 Outros tipos de vidros ........................................................................ 287 13.4 Defeitos dos vidros ........................................................................................ 289 13.5 Manutenção e estocagem .......................................................................... 290 AULA 14 - MATERIAIS A BASE DE PETRÓLEO 14 INTRODUÇÃO – MATERIAIS A BASE DE PETRÓLEO ................................................. 297 14.1 O Petróleo na construção civil ..................................................................... 297 14.1.1 A Indústria petroquímica ...................................................................... 297 14.1. 2 Origem dos petróleos ........................................................................... 298 14.2 Betume ........................................................................................................... 298 14.2.1 Asfalto ...................................................................................................... 299 14.3 Alcatrões ........................................................................................................300 14.3.1 Asfaltos oxidados ................................................................................... 300 14.3.2 Asfaltos diluídos ...................................................................................... 300 14.3.3 Piches ....................................................................................................... 301 14.3.4 Mastique .................................................................................................. 301 14.3.5 Filtro asfáltico .......................................................................................... 301 14.3.6 Pavimentações ...................................................................................... 302 14.4 Propriedades ................................................................................................. 302 14.5 Aplicações na construção civil ................................................................... 303 AULA 15 - PLÁSTICO NA CONSTRUÇÃO CIVIL 15 INTRODUÇÃO – PLÁSTICO NA CONSTRUÇÃO CIVIL ............................................. 311 15.1 Fabricação e características gerais............................................................ 312 15.2 Vantagens e desvantagens ......................................................................... 312 15.3 Classificação ................................................................................................. 313 15.3.1 Vantagens e desvantagens sobre outros materiais ......................... 314 15.3.2 Usos na construção civil ........................................................................ 314 AULA 16 - ENSAIOS/ATIVIDADES E EXERCÍCIOS PARA V2 16 INTRODUÇÃO – ENSAIOS/ATIVIDADES E EXERCÍCIOS PARA V2 .......................... 323 16.1 Objetivo.......................................................................................................... 323 16.2 Proposta ......................................................................................................... 324 16.3 Materiais/equipamentos .............................................................................. 324 16.4 Procedimento (NBR 15.270-1/2: 2005) ......................................................... 324 Iconografia Introdução a materiais de construção Aula 1 APRESENTAÇÃO DA AULA Nesta primeira aula, veremos as definições e classificações dos materiais de construção. A disciplina de Materiais de Construção estuda a obtenção, a aplicação, a conservação, e a durabilidade desses materiais, visando conhece-los para melhor aplica-los. OBJETIVOS DA AULA Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de: Entender as diversas formas de classificação dos materiais de construção; Entender que a escolha de um determinado material de construção a ser utilizado em uma obra depende de fatores ligados aos seguintes aspectos: Ordem técnica, econômica, estética e ambiental. Conhecer as principais propriedades físicas e mecânicas dos materiais de construção; Conhecer um pouco mais as normas técnicas vigentes. P á g i n a | 17 1 INTRODUÇÃO A MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO 1.1 Introdução Todos os corpos, objetos ou substâncias que são usados em qualquer obra de engenharia podem ser considerados materiais de construção. Ou seja, pode ser um material, desde a locação e infraestrutura da obra até a fase de acabamento, passando desde um simples prego até os mais conhecidos materiais, como o cimento. Seu histórico acompanha a própria história do homem, e, é tão importante que nos primórdios, foi dividida conforme a predominância do uso de um ou outro: Idade da Pedra, Idade do Bronze; ou por seus melhoramentos: Idade da Pedra Lascada e Idade da Pedra Polida. A princípio o homem empregava os materiais da forma como os encontrava na natureza, passando a modelá-los e adaptá-los às suas necessidades. A evolução dos materiais, inicialmente, se deu a passos lentos, mas, aos poucos, as exigências do homem foram aumentando e assim, os padrões requeridos para o uso dos materiais: maior resistência, maior durabilidade e melhor aparência. Como por exemplo, o caso do concreto, que surgiu da necessidade de um material resistente como a pedra, mas de moldagem fácil como o barro, ao que respondeu, inicialmente, a pozolana, uma mistura de barro com cal gorda, muito semelhante ao Concreto: Histórico (a) (b) Material plástico, que é moldado de maneira a adquirir a forma desejada antes que desenvolva um processo de endurecimento, adquirindo resistência suficiente para resistir sozinho aos esforços que o solicitam. Como exemplos mais marcantes de construções romanas que aplicaram o concreto existente na época podem ser citados o Panteão (a), construído em 27 a.C, e o Coliseu (b), entre 69 e 79 d.C). Principais componentes: Aglomerante (cimento) + Agregados + Água Acesse: <http://www.deecc.ufc.br/Download/TB798_ Estruturas%20de%20Concreto%20I/HIST.p df>. http://www.deecc.ufc.br/Download/TB798_Estruturas%20de%20Concreto%20I/HIST.pdf http://www.deecc.ufc.br/Download/TB798_Estruturas%20de%20Concreto%20I/HIST.pdf http://www.deecc.ufc.br/Download/TB798_Estruturas%20de%20Concreto%20I/HIST.pdf P á g i n a | 18 concreto atual. Depois surgiu a necessidade de estruturas capazes de vencer vãos maiores, ao que se desenvolveu o concreto-ferro, hoje concreto armado. A partir de então, começaram as pesquisas sobre os aços e hoje, tem-se o concreto protendido em diversas estruturas. Resumindo, os materiais continuam evoluindo para satisfazer as necessidades do homem e de forma cada vez mais rápida, com exigências cada vez maiores quanto a sua qualidade, durabilidade e custo. Além disso, há um cenário sustentável no qual a produção e o emprego dos materiais de construção devem considerar a questão ambiental. Para os profissionais e estudantes de engenharia civil, o conhecimento dos materiais e suas propriedades é imprescindível para a orientação da escolha entre eles. A economia em uma obra depende muito da correta especificação dos materiais, da relação custo-benefício, a médio e longo prazo. Nesta aula você vai entender a importância do conhecimento acerca dos materiais de construção. 1.2 Escolha do material de construção Se tratando nos dias atuais, quando os materiais são pesquisados e testados, é necessário utilizar os conhecimentos adquiridos com as Ciências e aplicar na prática, com a Engenharia. Explicando melhor: - Ciência: utiliza-se de conhecimentos teóricos das disciplinas científicas tradicionais, como a física, química e matemática; - Engenharia: pesquisa a composição dos materiais, planeja equipamentos e desenvolve processos de utilização dos materiais e prestação de serviços. Com base nesses dois conceitos, é possível classificar três níveis de estudo: a) Ciência dos materiais (estrutura molecular de 10-7 a 10-3 mm): pesquisa de novos materiais, por exemplo: Silicato de cálcio hidratado. b) Ciência e engenharia dos materiais (fases e grãos de 10-3 a 1 mm): determinação de parâmetros, por exemplo, para pasta de cimento. P á g i n a | 19 c) Engenharia dos materiais (todo material acima de 1 mm): ensaios, por exemplo, ensaios em materiais cerâmicos. A escolha de determinado material de construção a ser utilizado depende de fatores ligados aos seguintes aspectos: 1.2.1 Condições de ordem técnica É importante conhecer as características dos materiais como formas, dimensões, propriedades físicas, químicas e mecânicas. O material deve possuir propriedades que o tornem adequado ao uso que se pretende fazer dele. Entre essas propriedades estão à resistência, a trabalhabilidade, a durabilidade, a higiene e a segurança. 1.2.2 Condições de ordemeconômica O material deve satisfazer as necessidades de sua aplicação com um custo reduzido não só de aquisição, mas de aplicação e de manutenção, visto que muitas obras precisam de serviços de manutenção depois de concluídas e que da manutenção depende a durabilidade da construção.·. 1.2.3 Condições de ordem estética O material utilizado deve proporcionar uma aparência agradável e conforto ao ambiente onde for aplicado. É de ordem pessoal, e influenciada pela qualidade do material, a textura, a forma, o tipo de mão de obra, o acabamento e a conservação estética. 1.2.4 Condições de ordem ambiental Além dos fatores ligados ao conhecimento técnico-científico e da vivência acumulada da equipe (mão de obra), outro critério importante para os dias atuais diz respeito ao consumo de energia, poluição e demais fatores ligados ao meio ambiente. P á g i n a | 20 Como profissionais, temos que defender o uso sustentável dos recursos naturais, porque estes são finitos. Vamos definir alguns conceitos muito utilizados: - Recurso Natural: qualquer insumo necessário para a manutenção de ecossistemas; - Recurso Renovável: Pode ser consumido moderadamente, respeitando- se o ciclo natural de renovação do ecossistema. Exemplos: Ar, água, madeira etc.; - Recurso não renovável: recurso que, uma vez utilizado, não se renova por meio natural. Esse tipo de recurso pode ser classificado em minerais energéticos (petróleo, carvão mineral, minerais radioativos utilizados na geração de energia elétrica) e não energéticos (calcário, ferro, cobre etc.). 1.3 Classificação Existem diversas formas de se classificar um material de construção, entre os critérios apresentados por SILVA (1985) podemos destacar como principais a classificação quanto à origem e à função. Quanto à origem ou modo de obtenção os materiais de construção podem ser classificados em: - Naturais: são aqueles encontrados na natureza, prontos para serem utilizados. Em alguns casos precisam de tratamentos simplificados como uma lavagem ou uma redução de tamanho para serem utilizados. Como exemplo desse tipo de material, temos a areia, a pedra e a madeira. - Artificiais: são os materiais obtidos por processos industriais. Como exemplo, podem-se citar os tijolos, as telhas e o aço. - Combinados: são os materiais obtidos pela combinação entre materiais naturais e artificiais. Concretos e argamassas são exemplos desse tipo de material. Quanto à função onde forem empregados, os materiais de construção podem ser classificados em: - Materiais de vedação: são aqueles que não têm função estrutural, servindo para isolar e fechar os ambientes nos quais são empregados, como os tijolos de vedação e os vidros. P á g i n a | 21 - Materiais de proteção: são utilizados para proteger e aumentar a durabilidade e a vida útil da edificação. Nessa categoria podemos citar as tintas e os produtos de impermeabilização. - Materiais com função estrutural: são aqueles que suportam as cargas e demais esforços atuantes na estrutura. A madeira, o aço e o concreto são exemplos de materiais utilizados para esse fim. Na Tabela 1, são apresentados outros tipos de classificação dos materiais de construção: Tabela 1: Classificação dos materiais. Classificação Subclassificação Descrição Quanto à Aplicação Simples ou básicos (aplicados isoladamente) Exemplos: telhas, tijolo, etc. Empregados em conjunto. Produzidos ou compostos Exemplos: concreto, argamassa, etc. Quanto à Estrutura interna Lamelar Exemplo: argila Fibrosa Exemplos: amianto, madeira. Vítrea Exemplo: vidro. Cristalina Exemplo: metais Agregados complexos Exemplo: concreto Quanto à composição química do material Materiais orgânicos Betuminosos; lenhosos (madeiras; derivados – papéis). Mistos: constituição química mais complexa (tintas) Têxteis: fibroso (tecidos) ou plásticos (fórmicas) Materiais minerais: Metálicos: metais, produtos siderúrgicos, mistos (ligas não ferrosas). Pétreos: naturais (rochas) ou artificiais (argila expandida) Fonte: Adaptado pelo autor de BAUER (1994) P á g i n a | 22 Na engenharia, e por razões de conveniência, é habitual admitir-se a classificação dos materiais em função da sua natureza, de acordo com o exposto a seguir: - METÁLICOS: Os materiais metálicos são substâncias de origem inorgânica que contêm elementos metálicos (tais como ferro, cobre, alumínio, níquel ou titânio). Microscopicamente, os metais têm uma estrutura cristalina, na qual os átomos se dispõem de forma ordenada. Estes materiais são, na generalidade, dúcteis e resistentes à temperatura ambiente e apresentam boa condutibilidade térmica e eléctrica. Em função da quantidade de ferro que contêm, dividem-se em materiais ferrosos (com elevada percentagem de ferro) – como o ferro fundido e o aço, e não ferrosos (quando o ferro não entra na sua composição ou surge em quantidades muito reduzidas) – como o alumínio, o cobre, o zinco, o titânio e o níquel são materiais não ferrosos. EXEMPLO: Estruturas metálicas, vergalhões para concretos, porcas e parafusos, chapas, telhas metálicas... - POLIMÉRICOS: São constituídos por longas cadeias de moléculas orgânicas. Trata-se de meterias cuja estrutura é não cristalina ou mista (com regiões cristalinas e regiões não cristalinas). A maioria destes materiais é mau condutor térmico e eléctrico, possuindo baixa densidade e decompõem-se a baixas temperaturas. EXEMPLO: Tubos e conexões, conduítes, caixilhos de janelas, dentre outros. - CERÂMICOS: São constituídos por elementos metálicos e elementos não metálicos (por exemplo, azoto, carbono e oxigénio), podendo ser, do ponto de vista estrutural, cristalinos ou mistos. São inorgânicos de elevadas dureza e resistência mecânica à compressão, mesmo quando submetidos a temperaturas elevadas. Estes materiais apresentam baixa condutibilidade térmica e eléctrica e elevada resistência ao calor e ao desgaste. No domínio da construção, os materiais cerâmicos são utilizados desde tempos imemoriais. EXEMPLO: Tijolos e blocos, telhas cerâmicas, azulejos. - COMPÓSITOS: Resultam da mistura de pelo menos dois materiais, de modo a obter um material com determinadas características e propriedades. Os materiais que constituem um compósito não se dissolvem entre si, podendo ser facilmente identificáveis. O concreto e a madeira são materiais compósitos. Existem outros tipos de materiais compósitos, como por exemplo, os que resultam da associação de fibras de vidro e poliéster ou de fibras de carbono e resina epoxídica. P á g i n a | 23 - ELETRÔNICOS: Os materiais eletrônicos assumem importância extrema no domínio das tecnologias avançadas, já que são utilizados em sistemas de microeletrônica. É graças a esta tecnologia que são possíveis os computadores, os satélites de comunicação ou os relógios digitais. O silício é um dos materiais mais importantes neste domínio, pois um simples cristal de silício permite condensar num chip, um elevado número de circuitos eletrônicos. 1.4 Propriedades São as qualidades exteriores que caracterizam e distinguem os materiais. Um determinado material é conhecido e identificado por suas propriedades e por seu comportamento perante agentes exteriores. Para o melhor entendimento, vamos separar as propriedades físicas das mecânicas. Começaremos pelos seguintes conceitos físicos: - Extensão: a propriedade que possuem os corpos de ocupar um lugar no espaço. - Massa: a quantidade de matéria e é constante para o mesmo corpo, esteja onde estiver. - Peso: definido como a força com que a massa é atraída para o centro da Terra varia de local para local (P = m x g). - Volume: o espaço que ocupa determinada quantidade de matéria. 1.4.1 Propriedades físicas - Densidade: A relação entre massa e volume de um material. Densidadereal (massa específica): Descontando-se o volume dos vazios. Densidade aparente (massa unitária): Considerando-se o volume total (sólidos + poros). Peso específico: Relação entre o seu peso e o seu volume. - Porosidade: A propriedade que tem a matéria de não ser contínua, havendo espaços entre as massas. Definida como a relação entre o volume de poros no material (vazios) e o volume total do material (incluindo o volume de poros). P á g i n a | 24 Poros podem ter diversas formas: Podem ser fissuras, vazios irregulares, ou esféricos..., mas são sempre formados pela penetração de gases durante o estado fresco de formação do material. - Permeabilidade: Capacidade de um material absorver fluidos sem se desintegrar, propriedade diretamente relacionada à durabilidade do material. Nem sempre um material poroso é um material permeável. Para que esta relação seja verdadeira, é necessário que os poros estejam conectados entre si e ligados à superfície do material. - Absorção: O processo físico pelo qual um material retém água nos poros e condutos capilares, sempre regidos por diferenças de pressão ou de concentração de substâncias em diferentes meios. 1.4.2 Propriedades Mecânicas Uma das principais propriedades a serem analisadas em estruturas (Vigas, pilares, lajes, etc.) é a resistência mecânica do material. - Resistência: Capacidade de um material ou componente suportar cargas sem se romper OU apresentar excessiva deformação plástica. É medida como força suportada por área de seção transversal do material. Existem diversos tipos de resistência, de acordo com o (s) tipo (s) de solicitações, explicado mais adiante nesta aula. Vejamos alguns exemplos. - Compressão: As forças de compressão em materiais agem da mesma maneira que a ligação atômica, forçando os átomos a se aproximarem, e esta ação, P á g i n a | 25 em geral, não causa a ruptura. Entretanto, a compressão induz a esforços de cisalhamento, e a deformações que conduzem a esforços de tração por efeito do coeficiente de Poisson. Dependendo do tipo de material, da forma e tamanho do corpo-de-prova e da forma de carregamento, a compressão pode causar ruptura por cisalhamento ou por tração, ou mesmo pela combinação dos dois. - Tração: O ensaio de tração direta, geralmente, apresenta problemas práticos pela dificuldade de obtenção de um sistema de garras eficiente, que não permita o deslocamento do corpo de prova e nem o rompimento do mesmo por pressão das mesmas. Portanto, frequentemente, realizam-se ensaios de resistência à tração por compressão diametral ou por flexão. Na construção civil, os esforços de tração são geralmente observados durante a flexão de elementos estruturais. - Cisalhamento, torção, etc. 1.4.3 Demais propriedades mecânicas - Deformação: Alteração de volume ou de extensão de um corpo de prova, quando submetido a esforços mecânicos. Medida por meio de extensômetros elétricos ou dinâmicos, posicionados sobre a superfície do material durante ensaios de resistência a esforços mecânicos. - Rigidez: Capacidade de um material ou componente resistir à deformação quando submetido à tensão. Medida pelo módulo de elasticidade, que é a relação entre a tensão aplicada no componente e a deformação resultante desta tensão. O módulo de elasticidade pode ser obtido graficamente através da inclinação do gráfico “tensão x deformação” em materiais elásticos. - Elasticidade: Tendência que os corpos apresentam de retornar à forma primitiva pós à aplicação de um esforço. - Tenacidade: Resistência que o material opõe ao choque ou percussão, ou seja, a capacidade de absorver energias na forma de impactos. (Carregamentos instantâneos). P á g i n a | 26 - Dureza: Resistência que os corpos opõem ao serem riscados, entalhados. Alguns ensaios de avaliação da dureza são usados para estimar a resistência à compressão de materiais, como em concretos (abordado em materiais de construção 2). - Resistência à abrasão: Capacidade de uma superfície resistir ao desgaste devido ao atrito com objetos ou materiais em movimento. - Desgaste: Perda de qualidades ou de dimensões de um material. - Maleabilidade ou Plasticidade: Capacidade que têm os corpos de se afinarem até formarem lâminas sem, no entanto, se romperem. - Durabilidade: Capacidade de um corpo de permanecer inalterado com o tempo. - Ductibilidade: Propriedade de um material se deformar consideravelmente antes de se romper. Medida como a capacidade de um corpo se reduzir a fio. - Fluência: Deformação com o tempo, resultado de aplicações prolongadas de tensão. É considerada de produção muito lenta e ocorre principalmente em três tipos de material: metais submetidos a tensões sob temperaturas próximas ao ponto de fusão, materiais susceptíveis a umidade que, por exemplo, expandem com a presença de água, e materiais fibrosos. - Fadiga: Propriedade de um material se romper por aplicações repetidas de tensão. A ruptura em muitos materiais ocorre com tensões bem abaixo da tensão de ruptura, se o carregamento for aplicado repetidamente. - Resiliência: A propriedade do material que define a capacidade que ele tem em retornar às suas dimensões iniciais, uma vez cessada a causa que provocou a deformação, seja ela de origem térmica ou origem mecânica, e após vários ciclos de repetição do fenômeno em questão. 1.5 Esforços solicitantes Os materiais de construção estão constantemente submetidos a solicitações como cargas, peso próprio, ação do vento, entre outros, que chamamos de esforços. Dependendo da forma como os esforços se aplicam a um corpo, recebe uma denominação. Os principais esforços aos quais os materiais podem ser submetidos são apresentados na Figura 1. P á g i n a | 27 Figura 1: Tipos de esforços solicitantes. Fonte: ALBUQUERQUE (20--) Os detalhes sobre como cada esforço age num material são apresentados em: <https://www.youtube.com/watch?v=JsrYAda0t4k>. 1.6 Normas técnicas vigentes Para aferir as intervenções no domínio dos materiais de construção, existem as Normas Técnicas. Normas são documentos de domínio público com funções diversas, mas que relativamente aos materiais de construção visam à satisfação dos seguintes objetivos: - Estabelecer regras para cálculos ou métodos para a execução dos trabalhos; - Especificar características de materiais e meios de controlá-las; - Descrever pormenorizadamente procedimentos de ensaios; - Estabelecer dimensões padrão e tolerâncias de materiais e produtos; - Criar terminologia técnica específica e atribuir convenções simbólicas em desenhos; - Definir classes de produtos ou materiais. https://www.youtube.com/watch?v=JsrYAda0t4k P á g i n a | 28 São apresentadas na Tabela 2 as entidades responsáveis pela elaboração de normas vigentes de alcance internacional e nacional, como a ABNT, a Associação Brasileira de Normas Técnicas responsáveis pelas famosas NBR’s. Tabela 2: Entidades Responsáveis pela elaboração de normas vigentes de alcance internacional e nacional. Entidades de alcance nacional Entidades de alcance internacional ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas ISO – Organização Internacional de Normalização IPQ – Instituto Português da Qualidade CEN – Comissão Europeia de Normalização ASTM – American Society for Testing Material AMN - Asociación Mercosur de Normalización ACI – American Concrete Institute BS – British Standards Institution AFNOR – Associação Francesa de Normalização Fonte: Adaptado pelo autor de BAUER (1994) Caso haja alguma dúvida, em relação à teoria ou aos exercícios, entre em contato com o tutor da disciplina. Não se esqueça de consultar o material complementar, pois lá você encontrará várias maneirasde reforçar a aprendizagem do nosso conteúdo, tanto por consulta a outros sites. Resumo Nesta aula, abordamos: As definições e um breve histórico dos materiais de construção; De que forma um profissional deve escolher que tipo de material deve ser utilizado em obras; As diversas formas de classificar um material; Os tipos de propriedades a serem estudadas e os tipos de solicitações; Os tipos de normas técnicas vigentes. Complementar Acesse o (s) Link (s) abaixo para ter acesso ao conteúdo complementar: <http://www.bonde.com.br/casa-e- decoracao/construcao/escolha-correta-de-materiais-ajuda-a- diminuir-os-ruidos-189103.html>. <https://engcarlos.com.br/dicas-de-como-escolher-o-material-de- construcao/>. <https://www.youtube.com/watch?v=rUWaQUxoqFI>. http://www.bonde.com.br/casa-e-decoracao/construcao/escolha-correta-de-materiais-ajuda-a-diminuir-os-ruidos-189103.html http://www.bonde.com.br/casa-e-decoracao/construcao/escolha-correta-de-materiais-ajuda-a-diminuir-os-ruidos-189103.html http://www.bonde.com.br/casa-e-decoracao/construcao/escolha-correta-de-materiais-ajuda-a-diminuir-os-ruidos-189103.html https://engcarlos.com.br/dicas-de-como-escolher-o-material-de-construcao/ https://engcarlos.com.br/dicas-de-como-escolher-o-material-de-construcao/ https://www.youtube.com/watch?v=rUWaQUxoqFI Fique atento! Assista aos vídeos da disciplina, são fundamentais para a sua aprendizagem! Fique atento aos horários de atendimento disponíveis na Secretaria Virtual da Blackboard! Não acumule dúvidas! Procure o professor da disciplina ou o tutor para esclarecer suas dúvidas. Referências Bibliográficas Básica: AMBROZEWICZ, P. H. L. Materiais de Construção – Normas, Especificações, Aplicações, e Ensaios de Laboratório. 1. ed. São Paulo: Ed. PINI, 2012. BAUER, L. A. Falcão. Materiais de Construção. Rio de Janeiro: LTC, 1994. HAGEMANN, S. E. Apostila de Materiais de Construção Básicos. Instituto Federal Sul-Rio-Grandense, Universidade Aberta do Brasil, 2011/2. PINHEIRO, A. C. F. B; CRIVELARO, M. Materiais de Construção – Infraestrutura. 1. ed. São Paulo: Ed. Érica, 2014. SILVA, Moema Ribas. Materiais de Construção. São Paulo: PINI, 1991. AULA 1 Exercícios 1) Painéis de gesso acartonado são placas que podem ser utilizadas para criar paredes leves e fechar ambientes sem acarretar muitas cargas no pavimento onde são colocadas. Quanto à função, este material pode ser classificado como a. Material Natural. b. Material Artificial. c. Material Composto. d. Material de Vedação. e. Material de Proteção. 2) A argila expandida é um agregado utilizado na confecção de concretos leves e isolantes térmicos e acústicos e é obtido através de tratamento térmico. A argila, formada por silicatos de alumínio e óxidos de ferro e alumínio pode ter propriedades expansivas quando exposta a altas temperaturas, que promovem a expansão de gases, fazendo com que a argila se transforme em grãos porosos de variados diâmetros. Quanto à origem do material, a argila expandida pode ser classificada como a. Material Natural. b. Material Artificial. c. Material com Função Estrutural. d. Material de Vedação. e. Material de Proteção. 3) O verniz é um material utilizado na cobertura de madeiras para evitar a degradação das mesmas no decorrer do tempo. Quanto à função este material pode ser classificado como a. Material Natural. b. Material Artificial. c. Material de Vedação. d. Material de Proteção. e. Material com Função Estrutural. P á g i n a | 34 4) O vidro é um material que dificilmente é riscado, porém pode se estilhaçar quando submetido a choques de pequena intensidade. Quanto às propriedades do vidro, relacionadas às características citadas, podemos dizer que possui a. alta elasticidade e baixa durabilidade. b. baixa tenacidade e alta ductibilidade. c. alta dureza e baixa tenacidade. d. alta durabilidade e baixa dureza. e. alta tenacidade e baixa ductibilidade. 5) A argila é um material de fácil moldagem, podendo ser moldado em finas espessuras sem se romper, como no caso das telhas cerâmicas. A essa propriedade dos materiais chamamos de a. tenacidade. b. plasticidade. c. dureza. d. porosidade. e. desgaste. 6) Ao esticarmos uma barra de aço, haverá uma tendência de num determinado ponto a espessura da barra começar a diminuir, em virtude do seu alongamento, até se reduzir a espessura de um fio, fenômeno que denominamos de estricção. Esse fenômeno ocorre devido a uma propriedade dos materiais conhecida por a. maleabilidade. b. tenacidade. c. desgaste. d. durabilidade. e. ductibilidade. P á g i n a | 35 7) Se colocarmos um tijolo na água e o tirarmos, ele sairá molhado pois absorve parte da água. O mesmo acontece quando se levanta uma alvenaria, situação na qual o tijolo absorve parte da água da argamassa utilizada para o assentamento do bloco. Essa característica é consequência de uma propriedade do tijolo chamada a. porosidade. b. plasticidade. c. dureza. d. ductibilidade. e. desgaste. 8) Você foi contratado para construir uma cobertura de 80m² de uma área de laser em uma região próxima ao mar. Baseado nessas informações, como você escolheria os materiais a serem utilizados (quais os critérios)? Metais e ligas metálicas I Aula 2 APRESENTAÇÃO DA AULA Olá Pessoal! Esta é a primeira de uma série de 4 aulas, abordando os principais metais e as ligas metálicas utilizados na construção civil. É importante aprender bem os conceitos iniciais aqui abordados para garantir sucesso nos tópicos seguintes. OBJETIVOS DA AULA Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de: Entender o metal do ponto de vista tecnológico; Identificar os tipos de obtenção dos metais; Recordar a composição dos metais e sua estrutura cristalina; Entender as principais propriedades metálicas. P á g i n a | 37 2 METAIS E LIGAS METÁLICAS I 2.1 Introdução O metal é um importante material de construção utilizado em todo o mundo com diversas aplicações, de forma direta em várias etapas de uma obra, ou indireta, servindo como matéria prima a ser utilizada na confecção de um novo produto. Dentre os metais encontrados no nosso dia a dia, muitos produtos são reconhecidos como sendo metais, embora, em quase sua totalidade, eles sejam, de fato, ligas metálicas. Mas então, o que é um metal, e qual a diferença entre metal e uma liga metálica? Antes de respondermos essa pergunta, vejamos um pouco sobre o histórico deste material. Não se tem certeza de quando o metal foi utilizado pela primeira vez, sendo imprecisa a data de início de seu emprego. Estudiosos acreditam que o primeiro metal a atrair a atenção do ser humano foi o cobre. Este, trabalhado a frio, torna-se mais duro e resistente e foi utilizado nas primeiras armas e ferramentas. Estima-se que o uso do metal associado a outros elementos, dando origem a ligas, ocorreu entre 4000 e 5000 a.C., onde os Egípcios e Romanos já utilizavam o aço (liga metálica de ferro e carbono retratado a partir da Aula 4). O conceito de metal está relacionado a certo número de propriedades facilmente reconhecíveis, como por exemplo, o brilho característico, opacidade, boa condutividade térmica e elétrica, ductilidade, etc. Uma liga consiste da união íntima de dois ou mais elementos químicos onde pelo menos um é metal e onde todas as fases existentestêm propriedades metálicas. P á g i n a | 38 2.2 Definição Do ponto de vista tecnológico, o metal pode ser definido como elemento químico que existe como cristal ou agregado de cristais, no estado sólido, caracterizado pelas seguintes propriedades: - Resistência mecânica de moderada a alta; - Moderada plasticidade; - Alta tenacidade e dureza; - Opacos; - Bons condutores elétricos e térmicos. Também podemos definir os metais de duas outras maneiras: Quimicamente: Metais são elementos que sempre ionizam positivamente. Na prática: São elementos de características próprias quanto à forjabilidade, brilho, opacidade, condutibilidade, etc. 2.3 Obtenção dos metais Os metais podem ser extraídos da natureza em estado livre ou, mais comumente, obtidos como compostos. Os minérios são as substâncias portadoras de metais e, as partes não aproveitáveis, as impurezas denominadas GANGAS. As minas são os locais onde se encontram as jazidas, na extensão concedida e delimitada pelo governo federal. Geralmente, para obtenção são obedecidas duas fases: a Mineração e a Metalurgia. Na mineração temos a colheita do minério que pode ser feita a céus abertos ou subterrâneos, a ferro ou a fogo (mecânica ou com explosivos), e a concentração (purificação), que pode ser feita com processos mecânicos ou químicos. Os principais processos mecânicos são: a trituração, a classificação, a levigação (água corrente, o metal mais pesado afunda e a ganga escoa), a flotação (se a ganga é mais pesada, faz-se a agitação do minério em mistura de água e óleo, o metal sobe com a espuma), a separação magnética, a lavagem e outros. Como principais processos químicos têm: a ustulação (aquecimento sob forte jato de ar) e a calcinação (aquecimento sob fogo direto). P á g i n a | 39 Na metalurgia o metal puro é extraído do minério por um dos seguintes processos: redução, precipitação química ou eletrólise. O processo de redução mais comum é o feito com carbono e óxido de carbono a altas temperaturas, em fornos, e do qual resulta o metal puro ou quase puro, em estado de fusão. O processo de precipitação simples usa alguma reação química da qual resulte o metal puro. O processo eletrolítico só pode ser empregado em minérios que possam ser dissolvidos na água. A eletrólise é usada também para purificação (refino) de metais por algum dos processos anteriores. 2.4 Composição dos metais Os materiais sólidos podem ser classificados de acordo com a regularidade na qual os átomos se dispõem em relação aos seus vizinhos. Material cristalino é aquele no qual os átomos encontram-se ordenados sobre longas distâncias atômicas formando uma estrutura tridimensional que se chama de rede cristalina. Todos os metais, muitas cerâmicas e alguns polímeros formam estruturas cristalinas sob condições normais de solidificação. Nos materiais não cristalinos, também chamados de amorfos, não existe ordem de longo alcance na disposição dos átomos. A estrutura cristalina dos metais tem um número grande de vizinhos e altos empacotamentos atômico, sendo os mais comuns: - CCC (cúbica de corpo centrado) - Fig. 2.b - CFC (cúbica de face centrado) - Fig. 2.c - HC (hexagonal compacta) Pode ser observada na Figura 2 a representação da célula unitária de cada sistema cúbico. Podemos perceber que o CCC e o CFC (ver também tabela 3), por terem um maior número de átomos por célula e coordenação (átomos vizinhos), seus fatores de empacotamento são maiores se comparados ao CS. Devido ao baixo fator de empacotamento atômico, os metais não se cristalizam na estrutura cúbica simples. P á g i n a | 40 Figura 2: Estrutura cristalina: (a) CS, (b) CCC, (c) CFC. (a) (b) (c) Fonte: Adaptado pelo autor de Bauer (1994) Tabela 3: Resumo do Sistema cúbico. Átomos por célula Número de coordenação Fator de empacotamento CS 1 6 0,52 CCC 2 8 0,68 CFC 4 12 0,74 Fonte: Adaptado pelo autor de: <http://www3.fsa.br/materiais/estrutcrist1.pdf> - Acesso em: 20. Abr. 2017. O sistema Hezagonal Compacto é mais comum nos metais (Exemplo: Magnésio e Zinco). Neste modelo, cada átomo de uma dada camada está diretamente abaixo ou acima dos interstícios formados entre as camadas adjacentes. O número de coordenação para a estrutura HC é 12 e, portanto, o fator de empacotamento é o mesmo do CFC, ou seja, 0,74. Para recordar os conceitos das estruturas cristalinas (número de átomos por célula, número de coordenação, fator de empacotamento) faça uma revisão em seu caderno da disciplina de Princípios de Ciências dos Materiais (PCM) ou acesse: http://www3.fsa.br/materiais/estrutcrist1.pdf P á g i n a | 41 <http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/6739/materi al/Aula%206-%20Estrutura%20cristalina%20dos%20metais.pdf>. <http://www3.fsa.br/materiais/estrutcrist1.pdf>. 2.5 Diagrama de fases À medida que se vai aquecendo um metal, seu nível de agitação molecular também vai aumentando até chegar a um ponto em que começará a fusão. No processo contrário, há o resfriamento, é chamado de solidificação, onde normalmente, a temperatura permanece estável na mudança de fase. Em ligas metálicas, onde há combinações de elementos, aparecem diversos patamares no diagrama de resfriamento (Temperatura x tempo) ou de aquecimento. Nestes diagramas, cada patamar corresponde uma formação diferente de cristal. No caso do ferro puro, por exemplo, (Ver figura 2), há vários patamares, que correspondem a diversas formações de cristais. Figura 3: Resfriamento do ferro puro. Fonte: BAUER (1994) http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/6739/material/Aula%206-%20Estrutura%20cristalina%20dos%20metais.pdf http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/6739/material/Aula%206-%20Estrutura%20cristalina%20dos%20metais.pdf http://www3.fsa.br/materiais/estrutcrist1.pdf P á g i n a | 42 Os pontos de deflexão e patamares correspondem à formação de cristais e estados distintos. Elaborando um ábaco, representando no eixo vertical a temperatura e no horizontal a porcentagem de um dos metais formadores da liga, teremos o chamado Diagrama de equilíbrio da liga. Vejamos um exemplo na Figura 3, onde é apresentada uma liga chumbo- antimônio. Dependendo da porcentagem de determinado elemento e a temperatura da mistura, poderá ter formação de 2 substâncias no estão líquidos, apenas uma no estado líquido ou até ambas sólidas. Exemplo: Em uma temperatura de 500°C com uma liga de chumbo-antimônio na seguinte proporção, 20% para Sb e 80% para Pb, não haverá a formação de cristal, ou seja, ambos estarão no estado líquido. Figura 4: Exemplo de diagrama de fase. Fonte: BAUER (1994) O ponto O da Figura 4, em que as linhas de sólidos e líquidos coincidem, é chamado ponto eutético. É um ponto de particular importância. As composições que lhe ficam à esquerda (menos de 13% de antimônio) são chamadas hipoeutéticas; as que ficam à direita são hipereutéticas. Há 4 tipos fundamentais de diagramas de fase, para saber mais acesse. P á g i n a | 43 2.6 Principais propriedades Geralmente os metais não são empregados puros, mas fazendo parte de ligas. Liga é a mistura, de aspecto metálico e homogêneo, de um ou mais metais entre si ou com outros elementos. Deve ter composição cristalina e comportamento com metal. Geralmente as ligas têm propriedades mecânicas e tecnológicas melhores que as dos metais puros. Para a construção civil são importantes as seguintes propriedades 2.6.1 Aparência - Sólidos a temperaturas ordinárias; - Porosidade não aparente; - Brilho característico, que pode ser aumentado por polimento ou tratamento químico. 2.6.2 Densidade A densidade varia bastante de uma ligapara outra, conforme a Tabela 4, tendo metais ou ligas muito densas, como a platina, o ouro, o chumbo e materiais muito “leves”, como o magnésio, alumínio e o titânio. Tabela 4: Densidade de alguns metais e ligas metálicas a 25°C. Metal ou liga Densidade Metal ou liga Densidade Magnésio 1,74 Latão 8,4 a 8,7 Alumínio 2,70 Cobre 8,93 Titânio 4,54 Chumbo 11,35 Zinco 7,13 Mercúrio 13,53 Aço 7,7 a 7,9 Ouro 19,31 Ferro 7,80 Platina 21,30 Fonte: Handbook of Chemistry and Physics (1975-1976) 2.6.3 Dilatação e Condutividade Térmica Assim como a densidade, a dilatação varia de acordo com o metal e liga metálica. P á g i n a | 44 A título de comparação, segue abaixo alguns coeficientes de dilatação: - concreto: 0,01 mm/m/ºC - vidro: 0,08 mm/m/ºC - metais: 0,10 a 0,03 mm/m/ºC A ordem decrescente começa com o zinco, segue com o chumbo, estanho, cobre, ferro e aço (MB 270). O Concreto e o aço possuem coeficientes de dilatação térmicas praticamente iguais, por isto trabalham em conjunto no caso de pequenas variações de temperatura. O concreto possui o coeficiente entre 0,9 e 1,4 x 10-5 / °C e o aço possui um coeficiente α = 1,2 x 10-5 /°C. A diferença existente é desprezível para a variação de temperatura em que as estruturas normalmente trabalham (∆t < 50°). A condutibilidade térmica situa-se entre 1,006 e 0,080 calorias grama/s/cm/ºC. A ordem decrescente é: prata, cobre, alumínio, zinco, bronze, ferro, estanho, níquel, aço e chumbo. 2.6.4 Condutibilidade Elétrica De uma maneira geral, os metais são bons condutores. O cobre é o mais utilizado e vem sendo substituído pelo alumínio por razões econômicas, e, principalmente pelos furtos, pelo seu bom valor comercial. 2.6.5 Dureza Podemos atribuir a esta propriedade, a resistência do metal a uma deformação plástica, mas também pode estar relacionada com a resistência ao risco e à abrasão. Quanto maior a dureza de um material, maior a sua resistência à deformação, estando diretamente associada ao tratamento térmico com que um metal, ou uma liga metálica, é submetido. A avaliação da dureza de um material é obtida por meio de escalas, são elas: Rockwell, Brinell, a de Mohs, etc. A ABNT adota a escala de dureza Brinell, e pode ser calculada pela expressão abaixo através do aparelho Brinell. P á g i n a | 45 O aparelho Brinell é uma prensa com uma esfera de aço temperado de diâmetro D que faz penetrar no metal em ensaio com uma carga P. A esfera imprimirá uma marca com diâmetro d. Você entenderá melhor esses conceitos na nossa aula prática que será realizada em data a ser marcada pela secretaria do EAD. Segue abaixo a relação de links que apresentam como este ensaio é realizado de acordo com a escala na avaliação: - DUREZA BRINELL <https://www.youtube.com/watch?v=r8eZ-EnZeFI>. - DUREZA ROCKWELL <https://www.youtube.com/watch?v=FzHHzN6YqJ0>. 2.6.6 Maleabilidade e ductilidade Nos metais, a maleabilidade está relacionada à capacidade de reduzir os metais a chapas e lâminas finas. Isso é feito por meio de pressão, martelando-se o metal aquecido ou passando-o entre cilindros laminadores. Em virtude de sua estrutura, os átomos dos metais podem como que “escorregar” uns sobre os outros, explicando essa característica que é muito importante, afinal de contas é dessa forma que se fabricam peças que são usadas em diversas etapas de uma construção. Já na ductilidade em metais, podemos defini-la como capacidade de transformar os metais em fios. Dois exemplos de sua aplicação são os fios de cobre usados em fios elétricos e a utilização de arames. A sua fabricação é conseguida “puxando” o metal aquecido através de furos cada vez menores. A explicação para isso é semelhante à da maleabilidade, onde se https://www.youtube.com/watch?v=r8eZ-EnZeFI P á g i n a | 46 aplica uma pressão adequada em determinada região da superfície do metal, provocando um deslizamento das camadas dos átomos: Vejamos na Figura 5 a comparação destas propriedades entre o metal e a madeira. Podemos verificar que nestes aspectos a madeira fica em desvantagem. Figura 5: Comparação entre Maleabilidade (a) e ductilidade (b). Fonte:< http://www.alunosonline.com.br/quimica/ligacao-metalica.html>. Acesso em: 20. Abr. 2017. 2.6.7 Resistência à Tração Existem diversos tipos de resistência mecânica, dependendo da natureza das cargas, onde teremos resistência à compressão, tração, flexão, torção e resistência ao cisalhamento. No geral, os metais possuem uma boa resistência mecânica, sendo o de maior destaque a resistência à tração. Ela é uma das propriedades mais importantes na construção envolvendo estruturas metálicas. Submetendo-se uma barra metálica à tração axial, aparecem forças internas. A tensão de tração é obtida dividindo-se a força aplicada pela área inicial de seção transversal. http://www.alunosonline.com.br/quimica/ligacao-metalica.html P á g i n a | 47 Essa tensão determina aumento do comprimento da barra, deformação. - Calculando o alongamento ( ): (em porcentagem) Onde: Comprimento inicial do corpo de prova Comprimento após o ensaio (ruptura) - Calculando a densidade de estricção (diminuição da seção transversal) (em porcentagem) Onde: Seção transversal inicial (antes do ensaio) Seção estricta (reduzida) A relação entre a tensão aplicada (σ=F/área) e a deformação linear específica, tem-se o diagrama tensão-deformação. Verificou-se que os metais apresentam dois tipos de diagramas para a tração. Em alguns metais, particularmente os aços doces, o diagrama tem a forma apresentada na Figura 6, onde podemos observar: - De 0 a p – as deformações são diretamente proporcionais às tensões, (período elástico seguindo a lei de Hooke). - De p a e – há grandes deformações, mesmo que a carga estacione ou diminua, T é limite de escoamento. - De e a A – forma-se um patamar, sendo a deformação permanente. Segue-se um revigoramento. Tr, a tensão mais alta do ensaio, limite de resistência. A tensão não abaixou, houve estricção e a seção diminuiu. TR é a tensão da ruptura. P á g i n a | 48 Figura 6: Diagrama Tensão x Deformação em aços doces. Fonte: AMBROZEWICZ (2012) P á g i n a | 49 Na maioria dos metais, entretanto, o diagrama tem a forma apresentada na Figura 7. Figura 7: Diagrama Tensão x Deformação em aços doces. Fonte: AMBROZEWICZ (2012) Na Figura 7, tem-se o trecho elástico AO, mas não aparece o escoamento. Adota-se para o mesmo um valor n, obtido como segue: estabelece-se uma deformação percentual n% e traça-se uma paralela à inclinação AO. A reta é traçada a n% de deformação. O valor n adotado para aços normalmente é 0,2%, e 0,1% e 0,5% para outros metais. Têm-se o limite de elasticidade, até o qual as deformações não são permanentes. Em qualquer um dos diagramas apresentados acima, o valor máximo da tensão antes da ruptura é denominado resistência à ruptura do material. A resistência à ruptura do material é calculada dividindo-se a carga máxima que ele suporta, antes da ruptura, pela área da seção transversal inicial do corpo de prova. Observa-se que este valor é calculado em relação à área inicial, apesar de o material sofrer uma redução de área quando solicitada à tração. Embora a tensão verdadeira deva ser calculada considerando-se a área real, a tensão tal como foi definida anteriormente é mais importante para o engenheiro, pois os projetos são feitos com base nas dimensões iniciais. P á g i n a | 50 Em um ensaio de compressão, sem a ocorrência de instabilidades, obtém-se um diagrama tensão-deformação similar ao do ensaio de tração. Nos ensaios de tração, os corpos de prova têm características especificadas deacordo com as normas técnicas. Normalmente utilizam-se corpos de prova de seção circular ou retangular. Durante os ensaios, a deformação ficar confinada à região central, mais estreita, do corpo de prova, que possui uma seção reta uniforme ao longo do seu comprimento. O diâmetro padrão é de aproximadamente 12,8 mm, enquanto o comprimento da seção reduzida deve ser pelo menos quatro vezes esse diâmetro, é comum ser de 60 mm. Figura 8: Corpos de prova. Fonte: DALCIN (2007) A parte útil (Lo) do corpo de prova identificada no desenho da Figura 8 é a região onde são feitas as medidas das propriedades mecânicas do material. As cabeças são as regiões extremas que servem para fixar o corpo de prova na máquina, de modo que a força atuante na máquina seja axial. A máquina de ensaio de tração é projetada para alongar o corpo de prova a uma taxa constante, além de medir contínua e simultaneamente a carga instantânea aplicada (com uma célula de carga) e os alongamentos resultantes (usando um extensômetro). Tipicamente um ensaio de tração- deformação leva vários minutos para ser executado e é destrutivo, isto é a amostra testada é deformada de maneira permanente, sendo geralmente fraturada. P á g i n a | 51 2.6.7.1 Elasticidade x Plasticidade Uma liga metálica, como por exemplo, uma peça de aço sob efeito de tensões de tração ou de compressão sofre deformações, que podem ser elásticas ou plásticas. Tal comportamento se deve à natureza cristalina dos metais, pela presença de planos de escorregamento de menor resistência mecânica no interior do reticulado. Como você já viu na aula 1, elasticidade de um material é a sua capacidade de voltar à forma original em ciclo de carregamento e descarregamento (figura 8). A deformação elástica é reversível, ou seja, desaparece quando a tensão é removida. A deformação elástica é consequência da movimentação dos átomos constituintes da rede cristalina do material, desde que a posição relativa desses átomos seja mantida. A relação entre os valores da tensão e da deformação linear específica, na fase elástica, é o módulo de elasticidade, cujo valor é proporcional às forças de atração entre os átomos. Nos aços, o módulo de elasticidade vale, aproximadamente, 20 000 kN/cm². Deformação plástica é a deformação permanente provocada por tensão igual ou superior à fp - resistência associada ao limite de proporcionalidade. É o resultado de um deslocamento permanente dos átomos que constituem o material, diferindo, portanto, da deformação elástica, em que os átomos mantêm as suas posições relativas. A deformação plástica altera a estrutura interna do metal, tornando mais difícil o escorregamento ulterior e aumentando a dureza do metal. P á g i n a | 52 Figura 9: Ciclo de carregamento e descarregamento. Fonte: SILVA (2012) Resumindo, podemos verificar na Figura 10 a curva tensão versus deformação até a fratura. Os detalhes circulados representam a deformação elástica, a deformação plástica uniforme, a estricção e a fratura que é o momento de rompimento do material. P á g i n a | 53 Figura 10: Curva Esquemática Força Versus Alongamento. Fonte: BERTOLDI (2014) 2.6.7.2 Tipos de falhas Os materiais metálicos, quando submetidos aos esforços excessivos, podem apresentar falhas dos seguintes tipos: a) Fratura; A fratura consiste na separação ou fragmentação de um corpo sólido em duas ou mais partes, sob ação de uma tensão, e pode ser considerada como sendo constituída da nucleação e propagação da trinca. Pode ser classificada em duas categorias gerais: fratura dúctil, modalidade que é acompanhada de uma extensa deformação elástica (Fig. 10a); e frágil, que ocorre pela rápida propagação de uma trinca e sem deformação macroscópica apreciável (Fig. 10b). P á g i n a | 54 Figura 11: Tipos de Fraturas. Fonte: <http://faculdadeinap.edu.br/materiais_didaticos_disciplinas/materiais%20e%20tecnologia/m etais_e_ligas_metlicas.pdf>. Acesso em: 20. Abr. 2017. Uma boa maneira de se observar a diferença no comportamento entre os materiais é submetendo-os a um ensaio de tração. Dependendo do diagrama formado, podemos descobrir se o material a ser utilizado possui características frágeis ou dúcteis. Vejamos a figura abaixo: Figura 12: Diferença no resultado ensaio de tração entre um CP frágil e um dúctil. Fonte: <http://faculdadeinap.edu.br/materiais_didaticos_disciplinas/materiais%20e%20tecnologia/m etais_e_ligas_metlicas.pdf>. Acesso em: 20. Abr. 2017. http://faculdadeinap.edu.br/materiais_didaticos_disciplinas/materiais%20e%20tecnologia/metais_e_ligas_metlicas.pdf http://faculdadeinap.edu.br/materiais_didaticos_disciplinas/materiais%20e%20tecnologia/metais_e_ligas_metlicas.pdf http://faculdadeinap.edu.br/materiais_didaticos_disciplinas/materiais%20e%20tecnologia/metais_e_ligas_metlicas.pdf http://faculdadeinap.edu.br/materiais_didaticos_disciplinas/materiais%20e%20tecnologia/metais_e_ligas_metlicas.pdf P á g i n a | 55 ATENÇÃO: O tipo de fratura não é uma propriedade do material, mas sim, um comportamento devido às condições impostas como: carregamentos, temperatura e taxa de deformação. b) Fadiga; A fadiga é um tipo de falha em níveis relativamente baixos de tensão, de estruturas sujeitas a tensão flutuantes e cíclicas. Conforme o metal, a resistência à fadiga é bastante baixa. A causa da ruptura é a desagregação progressiva da coesão entre os cristais, que vai diminuindo a seção resistente. O tipo de ensaio que se deve realizar para verificação da resistência à fadiga é o de dobramento, segue abaixo algumas características: - Função: verificar a capacidade do metal ao ser dobrado até determinado ângulo sem se romper. Ensaiando a amostra, se a zona tracionada o material não apresentar trincas ou fissuras, ele está aprovado; - Ensaio por dobramento simples – 180°: duas pontas devem ficar paralelas. - Dobramento alternado: Amostra levada ao dobramento em 90° para cada lado, sendo um ensaio não padronizado. c) Fluência. Deformação permanente dependendo do tampo, que ocorre sob condições de tensão. Para a maioria dos materiais só é considerável em elevadas temperaturas. 2.6.8 Resistência ao choque É a resistência que o metal opõe a ruptura sob ação de uma carga instantânea. O ensaio é feito pelo aparelho chamado Pêndulo de Charpy. A capacidade de um determinado material de absorver energia do impacto está ligada à sua tenacidade, que por sua vez está relacionada com sua resistência e ductilidade. P á g i n a | 56 O ensaio de resistência ao choque dá informações da capacidade de o material absorver e dissipar essa energia. Como resultado do ensaio de choque obtém-se a energia absorvida pelo material até sua fratura, caracterizando assim o comportamento dúctil-frágil. Para saber mais desta propriedade acesse: <http://docente.ifsc.edu.br/claudio.schaeffer/material/2_Mecatr%C3%B4nica/Mater iais_2_Meca_3/Ensaio%20de%20Materiais_(Apostila_Principal)/ensa16.pdf>. 2.6.9 Durabilidade A durabilidade de um metal, ou de uma liga metálica, pode ser alta dependendo, prioritariamente, da sua resistência e proteção contra a corrosão, além é claro, de outros fatores como a resistência a fadiga, esforços que recebe da ação do fogo, variações de temperatura, etc. Este assunto será abordado na nossa próxima aula! http://docente.ifsc.edu.br/claudio.schaeffer/material/2_Mecatr%C3%B4nica/Materiais_2_Meca_3/Ensaio%20de%20Materiais_(Apostila_Principal)/ensa16.pdf http://docente.ifsc.edu.br/claudio.schaeffer/material/2_Mecatr%C3%B4nica/Materiais_2_Meca_3/Ensaio%20de%20Materiais_(Apostila_Principal)/ensa16.pdf Resumo Nesta aula, abordamos:
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